O documento discute os resultados da Sondagem Industrial realizada pela CNI no primeiro trimestre de 2013. Em três frases:
1) A produção industrial aumentou em março, porém menos do que nos anos anteriores, e a utilização da capacidade instalada permanece abaixo dos níveis de 2012 e 2011.
2) Os custos das matérias-primas subiram no trimestre, piorando as condições financeiras das empresas, e a alta do custo de matérias-primas tornou-se um dos principais problemas da indústria.
Apresentação | Propostas da Indústria para as Eleições 2014
Custos elevados afetam indústria
1. SONDAGEM INDUSTRIAL
Informativo da Confederação Nacional da Indústria ISSN 1676-0212
Ano 16 Número 3 março de 2013 www.cni.org.br
Custos em elevação afetam condições
financeiras das empresas
A produção industrial aumentou em março na comparação com o mês anterior,
mas o crescimento foi menor que o observado na mesma comparação nos
ANÁLISE ECONÔMICA
últimos dois anos. Além disso, a utilização média da capacidade instalada
em março de 2013 encontra-se inferior à registrada nos mesmos meses de
Dificuldades limitam
2012 e 2011.
atividade industrial
Os preços das matérias-primas se elevaram no trimestre, segundo novo Faz-se necessário avançar,
indicador apurado pela Sondagem Industrial. Entre os principais problemas com mais celeridade, na
enfrentados no trimestre, a alta no custo da matéria-prima ganhou agenda de competitividade.
importância. Já a elevada carga tributária permaneceu como o principal
problema, mas o percentual de assinalação diminuiu.
Pág. 02
O fraco desempenho da indústria nos últimos meses, aliado à alta nos
custos afetou as condições financeiras das empresas. A insatisfação com as
margens de lucro aumentou e a situação financeira tornou-se insatisfatória.
O acesso ao crédito tornou-se também mais difícil no trimestre. nível de atividade
Pág. 03
Preço médio das matérias-primas CAPACIDADE INSTALADA
1º trimestre de 2013
Pág. 04
Queda 63,7 Aumento ESTOQUES
Pág. 05
PRINCIPAIS PROBLEMAS
Pág. 06
Situação financeira
1º trimestre de 2013 situação financeira
Pág. 07
Ruim 48,5 Boa
EXPECTATIVAS
Pág. 08
Perfil da amostra: 1.761 empresas, sendo 607 pequenas, 692 médias e 462 grandes.
Período de coleta: De 1º a 11 de abril de 2013.
2. Sondagem Industrial
Ano 16, n.2, março de 2013
ANÁLISE ECONÔMICA
Dificuldades limitam atividade industrial
Com o fim do longo período de excesso de estoques, no segundo semestre de 2012, esperava-se
uma retomada da atividade industrial, ainda que moderada, nos meses subsequentes. Em janeiro
de 2013, a atividade industrial chegou a surpreender positivamente, especialmente considerando
a sazonalidade desfavorável do mês. Contudo, nos meses seguintes, a atividade industrial não
mostrou o mesmo comportamento. Em fevereiro, o desempenho foi negativo e, em março, o
aumento da produção foi menos intenso que o observado nos mesmos meses de 2012 e 2011.
Esse desempenho irregular mostra que a indústria ainda não encontrou sua trajetória de retomada
do crescimento.
Os efeitos do longo período de excesso de estoques - 18 meses - ainda se fazem presentes e trazem
dificuldade para a indústria. As seguidas quedas na atividade industrial promovidas para fazer o
ajuste dos estoques, ainda em 2012, fizeram com que a ociosidade da indústria aumentasse. Meses
depois do fim desse ajuste, a ociosidade segue acima do usual. A utilização da capacidade instalada
em março foi menor que a observada nos mesmos meses de 2012 e 2011.
O longo período necessário para o ajuste também se refletiu negativamente na lucratividade e
situação financeira das empresas, com impacto também no acesso ao crédito, que está cada vez
mais difícil.
A fragilidade das condições financeiras e a permanência da ociosidade prejudicam a atividade
industrial, inclusive limitando os impactos das desonerações sobre a confiança do empresariado.
Esse cenário traz dúvida sobre a trajetória da atividade industrial nos próximos meses. O
desempenho irregular da indústria só irá se alterar para uma trajetória clara e sustentada de
crescimento com a retomada do investimento. Essa retomada, por sua vez, só será possível com
a queda na ociosidade e o aumento da confiança do empresário.
Para tal, faz-se necessário avançar, com mais celeridade, na agenda de competitividade. O desafio
é promover as transformações necessárias para se reduzir os custos de produção - que vem
pressionados por aumentos no custo de trabalho e das matérias-primas.
2
3. Sondagem Industrial
Ano 16, n.2, março de 2013
NÍVEL DE ATIVIDADE
Produção industrial aumenta
em março
Evolução da produção
Mensal
Queda 52,9 Aumento
Mar 2013 A produção industrial cresceu em março na comparação com o mês
0 50 100
anterior. O índice de evolução da produção ficou acima da linha divisória
46,1
de 50 pontos, em 52,9 pontos. Ressalte-se, contudo, que o índice é o
Fev 2013
menor para o mês desde o início da série mensal, em 2010. Isso indica
48,6 que o crescimento da atividade industrial em março de 2013 foi menos
Jan 2013
intenso e disseminado que no mesmo período em anos anteriores.
Evolução do número de empregados
Mensal
Queda 50,5 Aumento
Mar 2013 O número de empregados na indústria permaneceu estável em março.
0 50 100
O aumento do índice entre fevereiro e março (de 49,8 pontos para 50,5
49,8
Fev 2013
pontos) não foi suficiente para afastá-lo da linha divisória.
48,7
Jan 2013
Indicador de evolução da produção
54,3 54,6 54,7 54,9
53,3 52,9
51,5 51,6 51,1
Aumento 50,1
Queda 49,8 49,8
49,1
48,8 48,6
47,2 48,0
47,1
46,5 46,1
45,0 45,3 45,5
42,6
41,2
mar/11 jun/11 set/11 dez/11 mar/12 jun/12 set/12 dez/12 mar/13
Indicador varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam aumento da produção frente ao mês anterior.
3
4. Sondagem Industrial
Ano 16, n.2, março de 2013
CAPACIDADE INSTALADA
UCI de março é menor que em anos anteriores
UCI efetiva em relação ao usual
Mensal
Abaixo 44,4 Acima
Mar 2013 A utilização da capacidade instalada pela indústria em março se apro-
0 50 100
ximou do usual para o mês, mas segue inferior a esse nível. O índice
43,5
Fev 2013 de UCI efetiva-usual aumentou de 43,5 pontos em fevereiro para 44,4
em março.
44,5
Jan 2013
Utilização da capacidade instalada
Mensal
Jan 2013 Fev 2013 Mar 2013
100% 100% 100%
70% 70% 70% O nível médio de utilização da capacidade instalada pela indústria man-
tém-se inalterado em 70% desde dezembro de 2012. O uso da capaci-
dade é 2 pontos percentuais (p.p.) menor que o registrado em março de
2012 e 3 p.p. inferior ao registrado no mesmo mês de 2011.
0% 0% 0%
Indicador de utilização da capacidade instalada efetiva em relação ao usual
50
47,2 47,2 46,8
46,2 46,0
45,9 45,2
44,5 44,4
44,1 44,0 43,5
45,0 43,0
43,8
41,7 41,8 42,2
mar abr mai jun jul ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez jan fev mar
2011 2012 2013
UCI Efetiva - usual Linha divisória
Indicadores variam de 0 a 100. Valores maiores que 50 pontos indicam utilização da capacidade instalada acima do usual para o mês.
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5. Sondagem Industrial
Ano 16, n.2, março de 2013
ESTOQUES
Estoques em processo de ajuste
Evolução do nível de estoques
Mensal
Queda 50,1 Aumento
Mar 2013 Os estoques de produtos finais da indústria mantiveram-se estáveis pelo
0 50 100
segundo mês consecutivo. O índice de evolução do nível de estoques
49,9
encontra-se sobre a linha divisória de 50 pontos.
Fev 2013
48,7
Jan 2013
Estoque efetivo em relação ao planejado
Mensal
Abaixo 50,0 Acima
Mar 2013 O índice de estoque efetivo em relação ao planejado situou-se em
0 50 100
50 pontos em março, o que denota que o nível de estoques de
49,7
Fev 2013 produtos finais da indústria está ajustado ao planejado. Desde se-
tembro de 2012 os estoques industriais encontram-se em torno do
49,2
Jan 2013
planejado.
Indicadores de estoques de produtos finais
53,7
53,3 53,2 53,1 53,0 53,1
52,7
52,5 52,5 52,5
52,3 52,1 52,2
51,6 51,8
51,3
50,9
50,6
50,1 50,5 50,4
50,0
49,5 49,7
49,2
50,5 51,2 51,0 52,4 53,3 51,9 50,8 52,0 50,9 49,8 51,3 51,1 49,8 50,9 51,8 51,5 51,4 50,1 50,0 49,3 48,9 48,4 48,7 49,9 50,1
mar/11 jun/11 set/11 dez/11 mar/12 jun/12 set/12 dez/12 mar/13
Evolução Efetivo planejado Linha divisória
Indicador varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam crescimento do nível de estoques frente ao mês anterior ou estoque efetivo acima do planejado.
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6. Sondagem Industrial
Ano 16, n.2, março de 2013
PRINCIPAIS PROBLEMAS
Preocupação com matérias-primas aumenta
Principais problemas enfrentados pela
indústria no trimestre (%)
Indústria geral - ponderado por porte de empresa
A elevada carga tributária se manteve como o principal
52,2
Elevada carga tributária
62,9 problema enfrentado pela indústria no trimestre. Ressalte-
se, contudo, que o percentual de assinalações se reduziu
42,1
Competição acirrada
de mercado 37,5 fortemente, seja na comparação trimestral (-10,7 pontos
percentuais), seja no comparação com o mesmo trimestre
34,8
Alto custo da matéria prima
28,0
de 2012 (-10,5 p.p.). Possivelmente, as medidas de
desoneração em vigor e as novas, anunciadas e/ou
Falta de demanda
27,7 efetivadas no trimestre, influenciaram essa percepção.
28,6
22,6
Por outro lado, a preocupação com as matérias-primas
Falta de trabalhador
qualificado 31,8 aumentou. A assinalação de “alto custo da matéria-prima”
entre os principais problemas aumentou 6,9 p.p. no trimestre.
18,1
Falta de capital de giro
15,6 O percentual de assinalação alcançou 34,8% - passando do
5º principal problema no último trimestre de 2012 para o
14,5
Taxas de juros elevadas
15,9 3º lugar no primeiro trimestre de 2013. O percentual de
assinalação de “falta de matéria-prima” é menor (11,1%),
Inadimplência dos clientes
14,1
mas também aumentou no trimestre (4,5 p.p.).
14,7
13,3 O problema de “competição acirrada de mercado”
Taxa de câmbio
9,3 permaneceu como segundo principal problema enfrentado
pelas indústrias no trimestre, assinalado por 42,1% das
11,1
Falta de matéria prima
6,6 empresas (4,7 p.p. a mais que no trimestre anterior).
Falta de financ.
11,1 O problema de falta de trabalhador qualificado, que havia
de longo prazo 9,1
ganho muita importância entre os principais problemas no
Capacidade produtiva
10,9 último trimestre de 2012, perdeu importância no início de
10,3
2013. O problema foi assinalado por 22,6% das empresas –
5,9 9,2 p.p. a menos que no trimestre anterior –, passando de
Outros
5,9
3º para 5º lugar entre os principais problemas.
I-13
5,2 IV-12
Distribuição do produto
7,2
6
7. Sondagem Industrial
Ano 16, n.2, março de 2013
SITUAÇÃO FINANCEIRA
Condições financeiras pioram no início de 2013
Margem de lucro operacional
1º trimestre de 2013 A insatisfação dos empresários com as margens de lucro de suas em-
Ruim 43,2 Boa presas aumentou no trimestre. O índice recuou de 44,9 pontos para 43,2
pontos, se afastando da linha divisória.
0 50 100
Preço médio das matérias-primas Os preços das matérias-primas utilizados pela indústria aumentou no
1º trimestre de 2013 trimestre. O novo índice de preço médio das matérias-primas regis-
Queda 63,7 Aumento
tra a avaliação dos empresários sobre como evoluíram os preços das
0 50 100 matérias-primas de suas empresas no trimestre na comparação com o
trimestre anterior. Valores acima dos 50 pontos revelam crescimento.
Situação financeira
1º trimestre de 2013 Os empresários registraram insatisfação com sua situação financeira
Ruim 48,5 Boa
no trimestre. O índice recuou de 50,2 pontos, valor que revelava sa-
0 50 100 tisfação no último trimestre de 2012, para 48,5 pontos no primeiro
trimestre de 2013.
Acesso ao crédito
1º trimestre de 2013
Difícil 42,3 Fácil
Os empresários mostraram dificuldade crescente de acesso ao crédito.
O índice se afastou ainda mais da linha divisória, ao passar de 43,7 para
0 50 100
42,3 pontos. O índice é o menor desde o segundo trimestre de 2009.
Indicadores de satisfação com a margem de lucro operacional e com a situação financeira, de
facilidade de acesso ao crédito e de evolução do preço médio das matérias-primas
65
60
55
50
45
40
35
30
I-12 II III IV I-13
Lucro Operacional Situação Financeira Acesso ao Crédito Preço Médio das Matérias-primas Linha divisória
Indicadores variam de 0 a 100. Valores maiores que 50 indicam satisfação com a margem de lucro operacional e a situação financeira, facilidade no acesso ao crédito ou aumento no preço
médio das matérias-primas.
7
8. Sondagem Industrial
Ano 16, n.2, março de 2013
EXPECTATIVAS
Empresários esperam estabilidade das exportações
nos próximos seis meses
Demanda
Mensal
Queda 60,1 Aumento
Abr 2013 A expectativa com relação a demanda nos próximos seis meses pou-
0 50 100
co variou em abril. O índice recuou de 60,7 pontos para 60,1 pontos,
60,7
Mar 2013 mostrando o mesmo otimismo de março. Apesar da queda, o índice
mantém-se acima dos 60 pontos por dois meses consecutivos.
59,8
Fev 2013
Quantidade exportada
Mensal
Queda 50,1 Aumento
Abr 2013 Os empresários esperam estabilidade das exportações nos próximos
0 50 100
meses. O índice de expectativa com relação à quantidade exportada
54,6
situou-se sobre a linha divisória dos 50 pontos em abril, após longo
Mar 2013
período de otimismo, sobretudo nos últimos dois meses. O índice man-
53,9 teve-se acima dos 50 pontos, desde janeiro de 2012.
Fev 2013
Indicadores de expectativa de evolução
da demanda e da quantidade exportada
65
60
55
50
45
40
abr/11 jul/11 out/11 jan/12 abr/12 jul/12 out/12 jan/13 abr/13
Demanda Quantidade exportada Linha divisória
* Os indicadores variam de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam expectativa de crescimento da demanda ou da quantidade exportada nos próximos seis meses.
8
9. Sondagem Industrial
Ano 16, n.2, março de 2013
EXPECTATIVAS
Número de empregados
Mensal
Queda 53,0 Aumento
Abr 2013 O índice de expectativa com relação à evolução do número de
0 50 100 empregados nos próximos seis meses manteve-se praticamente
53,3
estável. O índice recuou de 53,3 pontos em março para 53,0 pontos
Mar 2013
em abril, mantendo-se acima da linha divisória de 50 pontos.
53,5
Fev 2013
Compras de matérias-primas
Mensal
Queda 57,9 Aumento
Abr 2013 Os empresários pretendem aumentar as compras de matérias-primas
0 50 100
nos próximos seis meses. A expectativa é de crescimento mais modera-
58,4
Mar 2013 do que o esperado no mês anterior. O índice recuou de 58,4 pontos em
março para 57,9 pontos em abril.
57,6
Fev 2013
Indicadores de expectativa de evolução do número de empregados e
das compras de matérias-primas
65
60
55
50
45
40
abr/11 jul/11 out/11 jan/12 abr/12 jul/12 out/12 jan/13 abr/13
Número de empregados Compras de matérias-primas Linha divisória
Os indicadores variam de 0 a 100. Valores maiores que 50 indicam expectativa de crescimento do número de empregados ou de compras de matérias-primas nos próximos seis meses.
9