Artigo (1página) sobre a inovadora ferramenta MSM (by INEGI) publicado na revista INGENIUM da Ordem dos Engenheiros, o qual foi apresentado no Congresso XX.
O Multi-Layer Stream Mapping (MSM) foi desenvolvido pelo INEGI, assume-se como uma inovadora metodologia Lean para a avaliação da eficiência total de sistemas e poder induzir um espírito de melhoria contínua mais intuitivo e visualizando mais facilmente valor / desperdício. O MSM tem como base inspiradora o conceito e ferramenta Lean Value Stream Mapping (VSM), explorando as virtudes de avaliar sistematicamente o binómio valor-desperdício, em múltiplas variáveis e camadas, mas de modo integrado, com vista à avaliação agregada da eficiência de sistemas (produtivos ou de serviços).
Ingenium 144 - Multi-Layer Stream Mapping (MSM), Revista Ordem Engenheiros
1. IISérie|Número144|3€
NOVEMBRO/DEZEMBRO2014
a engenharia portuguesa em revistaDiretor Carlos Matias Ramos | Diretor-adjunto José Manuel Pereira Vieira
ENTREVISTA
LUÍS VALENTE DE OLIVEIRA
Membro Conselheiro
da Ordem dos Engenheiros
“A Engenharia é uma profissão de futuro”
XX CONGRESSO NACIONAL
DA ORDEM DOS ENGENHEIROS
XX CONGRESSO NACIONAL
DA ORDEM DOS ENGENHEIROS
DESTAQUE
JOSÉ VIEIRA
VICE-PRESIDENTE NACIONAL
DA ORDEM DOS ENGENHEIROS
PRESIDENTE DA FEANI
“Gostaria de ver a FEANI reconhecida
como a voz dos engenheiros na Europa”
PRIMEIRO PLANO
DIA NACIONAL
DO ENGENHEIRO 2014
Ordem presta homenagem
aos seus membros
DNE2014
2. 82 INGENIUM NOVEMBRO / DEZEMBRO 2014
A
s organizações enfrentam pressões
crescentes sobre a sua competitividade,
tornando-se fundamental encontrar mé-
todos de análise e gestão robustos, mas sim-
plificados na sua utilização, para poderem ser
úteis, e de ampla abrangência multissetorial,
em aplicações reais. A abordagem inovadora
Multi-Layer Stream Mapping – MSM® enquadra-
-se nas metodologias Lean e foi desenvolvida
nos últimos dois anos no INEGI, no âmbito do
projeto Produtech PSI, para permitir a avaliação
da eficiência agregada de sistemas, de modo
sistemático, baseando-se na análise dicotómica
valor/desperdício e incluindo um caráter intrín-
seco de melhoria contínua. O MSM tomou como
ferramenta inspiradora o Value Stream Mapping
(VSM), mas comporta especificidades disrupti-
vas para avaliar o desempenho global multidi-
mensional de sistemas, permitindo também o
apoio à decisão para a redução de custos com
desperdícios, possibilitando uma análise facili-
tada de investimento na melhoria versus o pe-
ríodo de retorno.
A aplicação matemática da metodologia MSM
assemelha-se a uma matriz (n×m), em que n
corresponde ao número de variáveis e m ao nú-
mero de etapas do sistema. A sua implementa-
ção e utilização (desde a gestão de topo até aos
operacionais)nãorequerumprocedimentocom-
plexo,antesasistematizaçãodasseguintesfases:
I. Identificação das fronteiras e etapas do sis-
tema e das variáveis e indicadores relevan-
tes (Key Performance Indicators);
II. Definição para cada variável de um KPI sem-
pre balizado entre 0 e 100% e cujo objetivo
é sempre a maximização do seu valor;
III. Definir qual o melhor método de agregação
dos indicadores para o cálculo da eficiência
agregada (média aritmética, produto, média
geométrica);
IV. Análise dos resultados, com identificação
das variáveis/etapas mais ineficientes, es-
tudo de ações de melhoria; e priorizar plano
de ações;
V. Implementação das ações de melhoria e
aferir resultados, quer em eficiência, quer
em redução de custos.
A Figura 1 representa a forma visual típica do
MSM, que se domina de Cartão de Eficiência.
Podem ser definidos cartões de eficiência de re-
cursos, operações, fluxos, da qualidade, etc. Um
cartão é constituído por linhas (variáveis e res-
petivosKPI)ecolunas(processosunitários).Para
cada um dos KPI, em cada processo unitário,
deve definir-se a fração que agrega valor e a fra-
çãoquenãoagregavalor,obtendo-sedestaforma
a eficiência (%) da respetiva variável, através do
rácioentreafraçãoqueagregavalorsobreototal
da variável. Os valores resultantes da metodolo-
gia são adimensionais (%), e devem estar sem-
pre balizados entre 0 e 100%. Portanto, é possí-
vel agregar os valores em linha, obtendo-se a
“eficiência agregada para uma variável”, ou em
coluna,obtendo-sea“eficiênciaagregadadopro-
cesso unitário”. A eficiência agregada do sistema
é obtida através da agregação (média aritmética,
por exemplo) das eficiências dos processos uni-
tários, podendo ser aferida sucessivamente para
outros níveis (linha, setor, fábrica).
A análise desagregada de custos (Figura 2)
torna-se possível pela sistematização intrínseca
do MSM, aplicando fatores monetários aos va-
lores das variáveis (que agregam, ou não, valor).
A ferramenta MSM foi já testada e validada em
três setores industriais: metalomecânica (Te-
gopi SA), têxtil (Idepa SA) e aglomerados de
madeira (Sonae Indústria SA). Porém, a sua
versatilidade torna-a de âmbito multissetorial
(serviços, saúde, agrofloresta, transportes, ho-
telaria, etc.), podendo ser aplicada “de modo
analítico” (avaliação de um sistema já instalado
ou a instalar), ou utilizada em medições “em
contínuo”, quando devidamente parametrizada
em software, como o que está a ser desenvol-
vido pela Microprocessador SA. ING
XX Congresso Nacional da Ordem dos Engenheiros
Sessão Paralela Técnica – Política Industrial
Figura 2 – Análise da fração de custos que acrescentam
e não acrescentam valor (caso de estudo)
Figura 1 – Dashboard MSM denominado de “cartão de eficiência” de recursos para um caso de estudo (processo de pintura)
Multi-layer stream mapping
Uma ferramenta para a avaliação
e gestão da eficiência global de sistemas
António José Baptista, Emanuel João Lourenço, João Paulo Pereira
INEGI – Instituto de Engenharia Mecânica e de Gestão Industrial
Análises dos Processos - Fluxos de Valor