A sopa da Maria estava muito quente e nem ela nem vários animais como um rinoceronte e um morcego conseguiram soprá-la para arrefecer. Uma formiga ofereceu chamar todo o seu formigueiro para soprar em conjunto e finalmente arrefeceram a sopa. A Maria comeu toda a sopa, mas acabou-se.
8. A Maria encheu o peito de ar e
soprou, ressoprou e voltou a
soprar.
Soprou até não poder mais.
Soprou muito.
Porém, por mais que soprasse
a Maria, a sopa não arrefecia.
10. -O que foi, Maria? – perguntou a mãe.
- A sopa ainda queima.
- Então sopra, filha, sopra.
- Já soprei , mãe, já soprei.
- Então sopra mais, filha, sopra mais.
-Aaaah!
11. Mas a Maria já não conseguia soprar mais, por isso, disse
a um rinoceronte que ia a passar por ali:
- Rinoceronte, por favor, sopra-me a sopa.
- Sopra tu, sua descarada! – disse o rinoceronte.
- Já soprei, mas não foi suficiente.
- Então está bem.
12. O rinoceronte inspirou e soprou.
Soprou até não poder mais. Soprou muito.
O rinoceronte bem soprava, todavia a sopa não arrefecia.
Ainda assim, a Maria meteu a colher na sopa, levou-a à boca e …
14. - Morcego, anda cá, desce e sopra-me a sopa.
- Não, eu não vou soprar.
- Vá lá…, que eu e o rinoceronte
não conseguimos arrefecê-la.
- Não, não é isso.
O morcego que dormia no candeeiro
acordou sobressaltado.
15. O morcego pôs-se na beira do prato,
abriu e bateu as asas.
Bateu até não poder mais. Bateu muito.
O morcego bem batia, mas a sopa não arrefecia.
Ainda assim, a Maria meteu a colher na sopa, levou-a à boca e …
17. - Maria, eu podia-te ajudar.
- Ena, uma formiga! Ajudar-me tu,
assim tão pequenina?
- Alto aí, grandalhona que se eu assobiar,
vem aí o formigueiro inteiro.
-Boa! Que ideia! Então assobia, e vejamos.
18. A formiga assobiou, como só
elas sabem, e apareceram em
fila indiana
as trezentas e setenta mil
formigas do seu formigueiro.
19. Puseram-se todas junto ao prato
formando uma montanha
e, depois de contarem até três,
sopraram, ressopraram e voltaram
a soprar.
Tanto sopraram,
que provocaram uma tempestade
na sopa.
20. Sopraram tanto, que as
massas se viram sacudidas
por pequenas ondas, para elas
gigantescas, e por fortíssimas
correntes e remoinhos.
21. E quando as formigas acabaram de soprar a sopa já tinha
deixado de fumegar.
A Maria provou a sopa e pareceu-lhe que já não
queimava.
Provou uma e outra vez.
Nem estava demasiado quente nem demasiado fria.
23. Passado um bocadinho, ouviu a voz da mãe:
- Maria, come a sopa!
- Não consigo, mãe.
- Ainda queima?
- Não, não é isso.
- Então o que foi agora, Maria?
24. - Mãe, não consigo comer a sopa porque já não há mais.
Acabou-se o que era doce!