É dito a tempos que “a ocasião faz o ladrão”, e é inegável a verossimilhança do ditado, mas seria, no caso brasileiro, só a ocasião de ser uma pessoa política, a razão real da corrupção? Para responder a essa pergunta, iremos primeiramente definir: O que é corrupção? Corrupção (do latim: Corruptus – “despedaçado”, ou em uma segunda acepção, “pútrido”) é o ato de se corromper, ou seja, obter vantagem indevida, seja por ação ou omissão, observando-se a satisfação de benefício próprio, a despeito do bem comum. Ao contrário do saber popular, a corrupção não é só política, e nem sempre envolve dinheiro. Existem três formas de se corromper: pelo abuso, pela omissão ou pelo desvio. O abuso, que é tido como normal pela sociedade brasileira hierarquizada pode ser representado pela frase: “Você sabe com quem está falando?”. Trata-se de um traço autoritário da sociedade brasileira. Ela funciona para demarcar diferenças e posições hierárquicas. O seu uso pode ser traduzido como "me respeite, pois não sou do seu nível", ou, melhor ainda, "nós não somos iguais". A partir da famosa frase de Maquiavel: “Favori agli amici, nemici della legge” (Aos amigos favores, aos inimigos a lei), representa bem esse abuso, de um poder que deveria servir para a manutenção do bem comum, e é usado, na verdade,
GUIA DO ELEITOR PARA VOTAR CONCIENTE
1. GUIA DO ELEITOR PARA VOTAR CONCIENTE
1
Mr. SCHEKIERA
CHARGE PARA ELEIÇÃO 2016
NET BOOK DOS
ELEITORES
AUTOR Mr. SCHEKIERA
2. GUIA DO ELEITOR PARA VOTAR CONCIENTE
2
Mr. SCHEKIERA
1ª EDIÇÃO
2015
3. GUIA DO ELEITOR PARA VOTAR CONCIENTE
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Mr. SCHEKIERA
INTRODUÇÃO
É dito a tempos que “a ocasião faz o ladrão”, e é
inegável a verossimilhança do ditado, mas seria, no
caso brasileiro, só a ocasião de ser uma pessoa
política, a razão real da corrupção? Para responder
a essa pergunta, iremos primeiramente definir: O
que é corrupção?
Corrupção (do latim: Corruptus – “despedaçado”, ou
em uma segunda acepção, “pútrido”) é o ato de se
corromper, ou seja, obter vantagem indevida, seja
por ação ou omissão, observando-se a satisfação de
benefício próprio, a despeito do bem comum. Ao
contrário do saber popular, a corrupção não é só
política, e nem sempre envolve dinheiro. Existem
três formas de se corromper: pelo abuso, pela omissão
ou pelo desvio.
O abuso, que é tido como normal pela sociedade
brasileira hierarquizada pode ser representado pela
frase: “Você sabe com quem está falando?”. Trata-se
de um traço autoritário da sociedade brasileira. Ela
funciona para demarcar diferenças e posições
hierárquicas. O seu uso pode ser traduzido como "me
respeite, pois não sou do seu nível", ou, melhor ainda,
"nós não somos iguais". A partir da famosa frase de
Maquiavel: “Favori agli amici, nemici della legge”
(Aos amigos favores, aos inimigos a lei), representa
bem esse abuso, de um poder que deveria servir para
a manutenção do bem comum, e é usado, na verdade,
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Mr. SCHEKIERA
como pressuposto de superioridade daquele que o
detém.
A omissão é, talvez, a forma de corrupção mais vista
na nossa sociedade. Omitir-se é deixar de fazer ou
dizer algo que deveria, deixando certo problema
prosseguir ininterrupto. Todo brasileiro se omite.
Deixamos de denunciar tudo o que vemos de errado,
deixamos de ajudar aqueles que necessitam da nossa
ajuda, deixamos de devolver aquilo que sabemos que
não é nosso, e entre outras omissões comuns. Não só
não denunciam, mas até votam naqueles que se
corrompem “escrachadamente”.
O desvio é relacionado ao abuso em partes. É quando
devida função ou recurso, seja ele público ou
privado, é desviado por aqueles que o administram
para se beneficiarem. É como o administrador que
desvia o patrimônio daquilo que administra para si,
ou o político que dá cargos de confiança para
parentes. É o uso de patrimônio alheio do qual
administra para si.
Podemos relacionar as três modalidades de ação aos
costumes tupiniquins modernos, que desobedecem
todos os seus deveres a favor de beneficiar-se, mas
requer seus direitos baseando-se no nosso
ordenamento jurídico. É como uma relação de
dualidade entre o Legal e o Ilegal, do jovem
delinquente que reclama dos abusos da polícia, ou do
terrorista que anseia pelos direitos humanos. Mais
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uma vez, a lei é usada em benefício próprio, apenas,
pelos “macunaímas” e “Leonardos” .
(Do romance Memórias de um Sargento de Milícias).
Provavelmente ninguém parou pra pensar o quanto
afeta na sociedade essa mentalidade anêmica, dessa
carência de preceitos morais e éticos, sempre em
busca da vantagem própria. É a “Lei de Gérson”
aplicada, talvez uma frase infeliz do ex-jogador para
o momento, mas que reflete em totalidade como
funciona a política no Brasil, até porque fazer
política não é exclusividade parlamentar, mas um
dever de todo cidadão, segundo disposto
no parágrafo único do Artigo 1º da Constituição
Federal: “Todo poder emana do povo, que o exerce
por meio de representantes eleitos ou diretamente,
nos termos desta Constituição”.
Aqueles que nos representam no Planalto, no
Congresso, nos Ministérios, no Congresso, vieram de
nós, por nós e para nós, e nos representam não
apenas como as pessoas políticas que governam, mas
como membros do POVO BRASILEIRO, como os
nossos, aos quais confiamos os nossos direitos, nossas
garantias e nosso patrimônio, ou seja, se eles são
corruptos, são frutos da nossa sociedade, corrupta e
"malandra".
Publicado por: Felipe Pires Morandini
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