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Curso Agroecologia e Tecnologia Social:
um caminho para a sustentabilidade.
Eng. Agr. Dr. Luiz Augusto Verona (EPAGRI)
Prof. Marcio Gonçalves (FFS)
Prof. Sergio Martins (PVNS/CAPES/UFFS) 1
Módulo 1 – Desenvolvimento Sustentável e
Sustentabilidade: contextos das Tecnologias
Sociais e da Agroecologia.
Dr. Eng. Agr. Sergio Roberto Martins
Universidade Federal da Fronteira Sul (PVNS/CAPES)
sergio.martins@uffs.edu.br
2
OBJETIVOS
• Compreender o significado do Desenvolvimento
Sustentável e da Sustentabilidade onde se contextualiza
a Tecnologia Social e a Agroecologia.
• Compreender os fundamentos conceituais sobre
Tecnologias Sociais e seus nexos com a Agroecologia no
contexto da sustentabilidade como novo paradigma de
desenvolvimento.
3
Capítulos
• Capítulo 1 – Desenvolvimento Sustentável e
Sustentabilidade: contextos das Tecnologias
Sociais e da Agroecologia.
• Capítulo 2 – Tecnologias Sociais: nexos com a
Agroecologia.
4
5
Capítulo 1 – Desenvolvimento Sustentável e
Sustentabilidade: contextos das Tecnologias
Sociais e da Agroecologia.
EMENTA
• O significado do Desenvolvimento Sustentável.
• O significado da Sustentabilidade.
6
Metodologia didático-pedagógica
• Exposição teórica do tema;
• Leitura individual de textos;
• Avaliação individualizada: será realizada pelo
próprio aluno que deverá assinalar como
(Verdadeira (V) ou Falsa (F) as afirmações
registradas no final do Módulo.
7
PERGUNTAS FUNDAMENTAIS
• Qual o significado do Desenvolvimento
Sustentável?
• Qual o significado da Sustentabilidade?
8
I. O significado do desenvolvimento sustentável
na linha do tempo
Relação Sociedade/Natureza
• O paradigma da moderna civilização ocidental
define a relação entre sociedade e natureza, e
como desdobramento a idéia de
desenvolvimento;
• Paradigma: é o conjunto de crenças, valores,
técnicas, compartilhadas pelos membros de
uma comunidade.
10
 A concepção de universo;
 O funcionamento dos ecossistemas e seus componentes, e a relação
entre sociedade e natureza;
 A concepção da sociedade, do papel do homem e mulher;
 A noção de progresso, de crescimento e de desenvolvimento;
O conjunto de desdobramento acima são definidores do que segue:
 As necessidades materiais, de bens e de serviços;
 As necessidades espirituais;
 Os valores, princípios e atitudes das pessoas.
Alguns desdobramentos do “paradigma da
civilização ocidental”
 A razão, ciência e descobertas científicas constituem bases para a noção de Progresso;
 A idéia de progresso resulta da idéia que é inevitável o aperfeiçoamento do homem e da
sociedade
 A idéia do progresso atribui ao homem a força da história assim como seu poder ilimitado
sobre o universo;
 A idéia de progresso está na base da noção de crescimento (aumento quantitativo da
riqueza material das nações);
 A idéia de crescimento está na base da expansão do capitalismo e de sua visão
antropocêntrica (o homem é o centro de planeta que estaria ao seu inteiro dispor);
 O crescimento é apoiado em aspectos quantitativos, a exemplo do aumento do PIB das
nações;
Desenvolvimento não é a mesma coisa que
crescimento.
Desenvolvimento dever ser entendido como
um processo ontogênico (referenciado na
Biologia)
• Ontongênese: processos que levam à
formação de um indivíduo adulto de uma
espécie; implica idéia de qualidade e não
somente de quantidade.
• Exemplo: nascimento do ser humano;
 O pós-guerra foi apoiado prioritariamente nas relações econômicas;
 O pós-guerra determinou o caminho da “moderna civilização ocidental”, suas
estratégias de ação e seus instrumentos para tal;
 O pós-guerra cultuou a idéia que o crescimento das economias é determinante para o
aumento da riqueza das nações, e que este é ilimitado.
 Os vencedores da segunda-guerra mundial se organizaram em torno de uma “ordem
econômica internacional” construída por sociedades organizadas com base no trabalho,
mercado e sistemas políticos democráticos;
 A “ordem econômica internacional” foi pactuada no Acordo de Bretton Woods (USA)
em 1944, constituindo o Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial (BM), e
Acordo Geral de Tarifas e Comercio (GATT) que na atualidade constitui a Organização
Mundial do Comércio (OMC);
O significado do “desenvolvimento” depois da
segunda guerra mundial
Desconexões da ordem econômica internacional:
 A economia foi desconectada do mundo físico real;
 A economia é tratada como um sistema fechado: a natureza é considerada
uma externalidade do processo econômico, ou seja, não se considera a
natureza como fornece toda a materia prima para a produção de bens e
serviços e ao mesmo tempo receptora de todos os resíduos dos processos
produtivos.
 A natureza é vista como um sub-sistema da economia, enquanto na realidade
trata-se do inverso, ou seja, a economia é um sub-sistema da natureza.
 Nesta desconexão a entre economia a natureza, esta é tida como exterior ao
homem, existiria em si mesma, de forma independente da atividade humana;
 Dívidas sociais, econômicas e ambientais: as
dívidas civilizatórias;
 Planeta insustentável do ponto de vista sócio-
ambiental;
Consequências do pós-guerra
O desenvolvimento social e econômico do
pós-guerra é contraditório com o significado
do desenvolvimento biológico.
Desenvolvimento Sustentável: a construção social
de um novo modelo
O “Desenvolvimento Sustentável” na Linha do
Tempo.
18
19
Anos 50: a poluição afeta o bem estar das pessoas
• Surgem os efeitos deletérios dos testes nucleares;
• Aparecem os impactos ambientais resultantes do rápido crescimento industrial;
• Aparecem primeiras medidas de proteção ambiental mas de caráter curativo
(atacam as consequências e não as causas);
• Conferencia científica da ONU sobre Conservação e utilização de Recursos
(1949):
• Indica a necessidade de intercambio de experiências;
• Identifica as consequências das pressões sobre os recursos naturais;
• Destaca a importância da educação;
• Preconiza o “desenvolvimento integrado de bacias hidrográficas”;
20
Anos 60: intensificação dos movimentos sociais
• Surgem movimentos sociais em protesto contra a pobreza, racismo,
guerras, desigualdades ditaduras, e os grandes desastres ambientais;
• Surgem os movimentos ambientalistas em aliança com os
movimentos pacifistas;
• Acontece a Conferencia UNESCO (inter-governamental) para Uso
Racional e Conservação da Biosfera (1968)
21
ANOS 70: emerge um novo paradigma de
desenvolvimento
• Surge a primeira grande crise do petróleo: há consciência de que os recursos naturais são limitados;
• Acontece a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento e Meio Ambiente Humano em
Estocolmo (1972);
• É publicado o Livro “Limites do Crescimento” (1972), mostrando que a biosfera é limitada e não
suporta o crescimento material de forma ilimitada.
• Aparece a preocupação com as gerações futuras;
• Mostra-se que o crescimento é finito, que é possível alterar suas tendências e que são necessárias
ações urgentes;
• Aparece a necessidade de construção de uma sociedade materialmente suficiente, socialmente
equitativa, e ecologicamente perdurável;
• Aparece a necessidade de integrar meio ambiente nas estratégias de desenvolvimento, o que dá
lugar ao aparecimento do termo “ecodesenvolvimento”, que posteriormente passará a ser
denominado de “desenvolvimento sustentável”.
22
Princípios da Conferencia de Estocolmo-72:
• Direito a vida digna e bem estar para todos;
• Preservar p meio ambiente para futuras gerações;
• Desenvolvimento econômico deve estar vinculado a conservação da natureza;
• Evitar o risco de esgotamento dos recursos naturais;
• Eliminar resíduos tóxicos que não possam ser neutralizados pelo meio ambiente;
• Direito ao desenvolvimento: recursos financeiros e tecnológicos para todos os países;
• Direito internacional: responsabilização dos países por sua contaminação;
23
ANOS 80: Percepção da crise global e ações pró-
ativas
• Estratégia de Conservação Mundial: União Internacional para a
Conservação da Natureza (1980): aparece a expressão “sustainable
development” (Desenvolvimento Sustentável)
• Integrar conservação da natureza e desenvolvimento;
• Satisfazer necessidades humanas fundamentais;
• Perseguir equidade e justiça social;
• Autodeterminação social e diversidade cultural;
• Integridade ecológica;
24
ANOS 80: Percepção da crise global e ações pró-
ativas
• Preocupação com a escassez de recursos, o aumento da pobreza e a
agressão à natureza;
• Comissão Bruntland (1983) CMMAD - Relatório Nosso Futuro Comum
(1987), recomenda os seguintes tópicos:
• Cooperação internacional: destaca a interdependência econômica e
ecológica entre os países ;
• Políticas públicas: buscar o equilíbrio entre metas econômicas e
ambientais;
• Incluir variáveis sociais e ambientais na analise internacional de
projetos;
25
ANOS 80: Percepção da crise global e ações pró-
ativas
• Comissão Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento – CMMAD
(1987):
• Acordo para proteção da Camada de Ozônio:convenções de Viena,
Montreal e Londres;
• Recomenda-se medidas a serem tomadas pelas nações;
26
Anos 90: afirmação do conceito de
Desenvolvimento Sustentável pela ONU
• Acontece a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento (Eco-92, Rio-92, Cúpula da Terra)
Principais Resultados da ECO-92
• Agenda 21: código de comportamento p/Sec.XXI;
• Carta Climática;
• Tratado da biodiversidade;
• Conceito oficial: “Desenvolvimento Sustentável é aquele que atende
as necessidades das gerações presentes sem comprometer as
necessidades das gerações futuras”
 Constitui-se num contra movimento: é crítico ao modelo vigente;
 Possui uma visão planetária: crise e soluções são de caráter global;
 Põe de manifesto que a biosfera é única: insubstituível e indivisível;
 Põe de manifesto que a biosfera é limitada quanto a água, energia, solo,
atmosfera;
 Põe de manifesto que a biosfera dinâmica: é resultado antropogênico e entrópico;
 Pressupõe um processo de transformação e não de reafirmação do que já existe;
 O desenvolvimento deve estar centrado na qualidade de vida das pessoas e não
deve estar a serviço do mercado;
Desenvolvimento Sustentável como “idéia-força”:
um outro desenvolvimento é possível e necessário
28
Desenvolvimento Sustentável no início do
Século XXI
• Conferencia Rio + 10: Johannesburgo (2002)
• Conferencia Rio + 20: Rio de Janeiro (2012)
• Conclui-se que persistem as dívidas civilizatórias
(sociais, econômicas e ambientais);
Desenvolvimento Sustentável na atualidade
O que está oculto: polissemia (vários significados se ocultam sob
a expressão Desenvolvimento Sustentável)
Diferentes significados são empregados de acordo com
diferentes sistemas de interesse
(O DS pode ser tudo e pode ser nada)
Banalização da expressão e do uso indevido do DS
Contradições do desenvolvimento sustentável no
inicio do Século XXI
• Extraordinário avanço C&T x exclusão de oportunidades;
• Mudanças climáticas globais: comprometimento da biosfera (da
vida);
• Persistem as desigualdades sociais;
• Persistem os impactos ambientais (solo, ar, água, biodiversidade);
II. O Significado da sustentabilidade
31
Sustentabilidade
Para a solução de um problema não se podem
utilizar as mesmas ferramentas que causaram o
problema (A.Einstein).
O paradigma da sustentabilidade exige novos
valores, novas ferramentas, novos comportamentos,
e uma base ética compromissada com a vida.
O significado da sustentabilidade: uma questão
semântica:
Sustentabilidade é um substantivo abstrato adjetivado: derivado
do adjetivo
O derivado (dade) designa uma qualidade do substantivo;
Na sustentabilidade o substantivo é a VIDA!
33
Substantivo VIDA
 Homem e natureza: constituem um só mundo, são indivisíveis e
inseparáveis;
 Há uma relação do homem com a biosfera e portanto com o cosmos;
 É importante considerar que a ciência é limitada e passível de
equívoco, e ha necessidade de sua humanização;
 É fundamental compreender o papel da Agroecologia neste
contexto;
34
35
Desafios da sustentabilidade nas contradições do
mundo atual
 Não é possível o crescimento infinito numa biosfera finita;
 É impossível a expansão global do atual padrão de consumo;
 Ciência e Tecnologia tem limites na superação de todos os desafios;
 O “mão invisível do mercado” não é capaz de produzir equidade;
 O Desenvolvimento Sustentável não pode estar submisso à racionalidade
econômica;
 É difícil construir relações de cooperação num mundo competitivo;
Contradições e desafios da sustentabilidade
• Há que se impor a racionalidade ambiental no lugar da
racionalidade econômica;
• É necessário considerar a multimensionalidade da realidade:
inter-relações entre dimensões ambientais, culturais, sociais,
culturais, econômicas, etc.;
• É necessário abordagens interdisciplinares e sistêmicas para
compreender e atuar sobre a realidade complexa.
36
Princípios da Ecologia para a sustentabilidade
planetária
• A biosfera é limitada, única e dinâmica;
• O limite de um ecossistema é dado por sua capacidade de suporte;
• Existe interdependência entre componentes da biosfera e entre
seres vivos (Teoria de Gaia);
• Há necessidade de equilibrar o que consumimos com a capacidade
de fornecimento de matéria prima do planeta e sua capacidade de
absorver resíduos
Pressupostos da sustentabilidade
• Base ética: contra a injustiça social;
• Base ecológica: contra a injustiça ambiental;
• Base econômica: economia é feita no mundo físico
real;
38
Leitura complementar
39
FOLADORI, G. Limites do desenvolvimento sustentável. Campinas:
Unicamp, 2001. 221p.
MONTIBELLER-FILHO, G. O mito do desenvolvimento sustentável.
Florianópolis: UFSC, 2001, 306p.
SACHS, I. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro:
Garamond, 2002.
SACHS, W. Dicionário do Desenvolvimento. Petrópolis:Vozes, 2000.
399p.
SOUZA, R.S. Entendendo a questão ambiental. Santa Cruz do Sul:
EDUNISC, 2000, 461p.
Sites recomendados
• www.condraf.org.br Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável
(Condraf)
• http://www.fbds.org.br (Fundação Brasileira para o DS)
• www.cbeds.org.br (Conselho Empresarial para o DS)
• www.pnud.org.br (informações sobre IDH)
• www.mma.gov.br (Secretaria de Política para o DS)
• www.ibge.gov.br
• www.ipea.gov.br
• www.ider.org (Instituto de DS e energia renovável)
• www.unbcds.pro.br (Centro de DES da UNB)
• www.unesco.org.br
• www.iisd.org (Instituto Internacional de Desenvolvimento Sustentável - IISD)
• http://www.footprintnetwork.org/
• http://www.myfootprint.org/
• http://www.sustentabilidad.org/
• www.cdes.gov.br/
• www.fgv.br
40
Textos auxiliares disponíveis no material do
curso
• CAVALCANTI, C. O Caráter Limitado da Empreitada Humana: Economia
Ecológica, Desenvolvimento Sustentável e Políticas Públicas.
• HEINBERG, R. Cinco axiomas da sustentabilidade.
• MARTINS, S.R. Desenvolvimento Sustentável: desenvolvendo a
sustentabilidade.
• MORETTO, C.F.; GIANCCHINI, J. Do surgimento da teoria do
desenvolvimento à concepção de sustentabilidade.
• REBELLO ,F.K. Desenvolvimento sustentável: um paradigma em
construção.
41
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  • 1. Curso Agroecologia e Tecnologia Social: um caminho para a sustentabilidade. Eng. Agr. Dr. Luiz Augusto Verona (EPAGRI) Prof. Marcio Gonçalves (FFS) Prof. Sergio Martins (PVNS/CAPES/UFFS) 1
  • 2. Módulo 1 – Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade: contextos das Tecnologias Sociais e da Agroecologia. Dr. Eng. Agr. Sergio Roberto Martins Universidade Federal da Fronteira Sul (PVNS/CAPES) sergio.martins@uffs.edu.br 2
  • 3. OBJETIVOS • Compreender o significado do Desenvolvimento Sustentável e da Sustentabilidade onde se contextualiza a Tecnologia Social e a Agroecologia. • Compreender os fundamentos conceituais sobre Tecnologias Sociais e seus nexos com a Agroecologia no contexto da sustentabilidade como novo paradigma de desenvolvimento. 3
  • 4. Capítulos • Capítulo 1 – Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade: contextos das Tecnologias Sociais e da Agroecologia. • Capítulo 2 – Tecnologias Sociais: nexos com a Agroecologia. 4
  • 5. 5 Capítulo 1 – Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade: contextos das Tecnologias Sociais e da Agroecologia.
  • 6. EMENTA • O significado do Desenvolvimento Sustentável. • O significado da Sustentabilidade. 6
  • 7. Metodologia didático-pedagógica • Exposição teórica do tema; • Leitura individual de textos; • Avaliação individualizada: será realizada pelo próprio aluno que deverá assinalar como (Verdadeira (V) ou Falsa (F) as afirmações registradas no final do Módulo. 7
  • 8. PERGUNTAS FUNDAMENTAIS • Qual o significado do Desenvolvimento Sustentável? • Qual o significado da Sustentabilidade? 8
  • 9. I. O significado do desenvolvimento sustentável na linha do tempo
  • 10. Relação Sociedade/Natureza • O paradigma da moderna civilização ocidental define a relação entre sociedade e natureza, e como desdobramento a idéia de desenvolvimento; • Paradigma: é o conjunto de crenças, valores, técnicas, compartilhadas pelos membros de uma comunidade. 10
  • 11.  A concepção de universo;  O funcionamento dos ecossistemas e seus componentes, e a relação entre sociedade e natureza;  A concepção da sociedade, do papel do homem e mulher;  A noção de progresso, de crescimento e de desenvolvimento; O conjunto de desdobramento acima são definidores do que segue:  As necessidades materiais, de bens e de serviços;  As necessidades espirituais;  Os valores, princípios e atitudes das pessoas. Alguns desdobramentos do “paradigma da civilização ocidental”
  • 12.  A razão, ciência e descobertas científicas constituem bases para a noção de Progresso;  A idéia de progresso resulta da idéia que é inevitável o aperfeiçoamento do homem e da sociedade  A idéia do progresso atribui ao homem a força da história assim como seu poder ilimitado sobre o universo;  A idéia de progresso está na base da noção de crescimento (aumento quantitativo da riqueza material das nações);  A idéia de crescimento está na base da expansão do capitalismo e de sua visão antropocêntrica (o homem é o centro de planeta que estaria ao seu inteiro dispor);  O crescimento é apoiado em aspectos quantitativos, a exemplo do aumento do PIB das nações; Desenvolvimento não é a mesma coisa que crescimento.
  • 13. Desenvolvimento dever ser entendido como um processo ontogênico (referenciado na Biologia) • Ontongênese: processos que levam à formação de um indivíduo adulto de uma espécie; implica idéia de qualidade e não somente de quantidade. • Exemplo: nascimento do ser humano;
  • 14.  O pós-guerra foi apoiado prioritariamente nas relações econômicas;  O pós-guerra determinou o caminho da “moderna civilização ocidental”, suas estratégias de ação e seus instrumentos para tal;  O pós-guerra cultuou a idéia que o crescimento das economias é determinante para o aumento da riqueza das nações, e que este é ilimitado.  Os vencedores da segunda-guerra mundial se organizaram em torno de uma “ordem econômica internacional” construída por sociedades organizadas com base no trabalho, mercado e sistemas políticos democráticos;  A “ordem econômica internacional” foi pactuada no Acordo de Bretton Woods (USA) em 1944, constituindo o Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial (BM), e Acordo Geral de Tarifas e Comercio (GATT) que na atualidade constitui a Organização Mundial do Comércio (OMC); O significado do “desenvolvimento” depois da segunda guerra mundial
  • 15. Desconexões da ordem econômica internacional:  A economia foi desconectada do mundo físico real;  A economia é tratada como um sistema fechado: a natureza é considerada uma externalidade do processo econômico, ou seja, não se considera a natureza como fornece toda a materia prima para a produção de bens e serviços e ao mesmo tempo receptora de todos os resíduos dos processos produtivos.  A natureza é vista como um sub-sistema da economia, enquanto na realidade trata-se do inverso, ou seja, a economia é um sub-sistema da natureza.  Nesta desconexão a entre economia a natureza, esta é tida como exterior ao homem, existiria em si mesma, de forma independente da atividade humana;
  • 16.  Dívidas sociais, econômicas e ambientais: as dívidas civilizatórias;  Planeta insustentável do ponto de vista sócio- ambiental; Consequências do pós-guerra
  • 17. O desenvolvimento social e econômico do pós-guerra é contraditório com o significado do desenvolvimento biológico.
  • 18. Desenvolvimento Sustentável: a construção social de um novo modelo O “Desenvolvimento Sustentável” na Linha do Tempo. 18
  • 19. 19 Anos 50: a poluição afeta o bem estar das pessoas • Surgem os efeitos deletérios dos testes nucleares; • Aparecem os impactos ambientais resultantes do rápido crescimento industrial; • Aparecem primeiras medidas de proteção ambiental mas de caráter curativo (atacam as consequências e não as causas); • Conferencia científica da ONU sobre Conservação e utilização de Recursos (1949): • Indica a necessidade de intercambio de experiências; • Identifica as consequências das pressões sobre os recursos naturais; • Destaca a importância da educação; • Preconiza o “desenvolvimento integrado de bacias hidrográficas”;
  • 20. 20 Anos 60: intensificação dos movimentos sociais • Surgem movimentos sociais em protesto contra a pobreza, racismo, guerras, desigualdades ditaduras, e os grandes desastres ambientais; • Surgem os movimentos ambientalistas em aliança com os movimentos pacifistas; • Acontece a Conferencia UNESCO (inter-governamental) para Uso Racional e Conservação da Biosfera (1968)
  • 21. 21 ANOS 70: emerge um novo paradigma de desenvolvimento • Surge a primeira grande crise do petróleo: há consciência de que os recursos naturais são limitados; • Acontece a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento e Meio Ambiente Humano em Estocolmo (1972); • É publicado o Livro “Limites do Crescimento” (1972), mostrando que a biosfera é limitada e não suporta o crescimento material de forma ilimitada. • Aparece a preocupação com as gerações futuras; • Mostra-se que o crescimento é finito, que é possível alterar suas tendências e que são necessárias ações urgentes; • Aparece a necessidade de construção de uma sociedade materialmente suficiente, socialmente equitativa, e ecologicamente perdurável; • Aparece a necessidade de integrar meio ambiente nas estratégias de desenvolvimento, o que dá lugar ao aparecimento do termo “ecodesenvolvimento”, que posteriormente passará a ser denominado de “desenvolvimento sustentável”.
  • 22. 22 Princípios da Conferencia de Estocolmo-72: • Direito a vida digna e bem estar para todos; • Preservar p meio ambiente para futuras gerações; • Desenvolvimento econômico deve estar vinculado a conservação da natureza; • Evitar o risco de esgotamento dos recursos naturais; • Eliminar resíduos tóxicos que não possam ser neutralizados pelo meio ambiente; • Direito ao desenvolvimento: recursos financeiros e tecnológicos para todos os países; • Direito internacional: responsabilização dos países por sua contaminação;
  • 23. 23 ANOS 80: Percepção da crise global e ações pró- ativas • Estratégia de Conservação Mundial: União Internacional para a Conservação da Natureza (1980): aparece a expressão “sustainable development” (Desenvolvimento Sustentável) • Integrar conservação da natureza e desenvolvimento; • Satisfazer necessidades humanas fundamentais; • Perseguir equidade e justiça social; • Autodeterminação social e diversidade cultural; • Integridade ecológica;
  • 24. 24 ANOS 80: Percepção da crise global e ações pró- ativas • Preocupação com a escassez de recursos, o aumento da pobreza e a agressão à natureza; • Comissão Bruntland (1983) CMMAD - Relatório Nosso Futuro Comum (1987), recomenda os seguintes tópicos: • Cooperação internacional: destaca a interdependência econômica e ecológica entre os países ; • Políticas públicas: buscar o equilíbrio entre metas econômicas e ambientais; • Incluir variáveis sociais e ambientais na analise internacional de projetos;
  • 25. 25 ANOS 80: Percepção da crise global e ações pró- ativas • Comissão Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento – CMMAD (1987): • Acordo para proteção da Camada de Ozônio:convenções de Viena, Montreal e Londres; • Recomenda-se medidas a serem tomadas pelas nações;
  • 26. 26 Anos 90: afirmação do conceito de Desenvolvimento Sustentável pela ONU • Acontece a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Eco-92, Rio-92, Cúpula da Terra) Principais Resultados da ECO-92 • Agenda 21: código de comportamento p/Sec.XXI; • Carta Climática; • Tratado da biodiversidade; • Conceito oficial: “Desenvolvimento Sustentável é aquele que atende as necessidades das gerações presentes sem comprometer as necessidades das gerações futuras”
  • 27.  Constitui-se num contra movimento: é crítico ao modelo vigente;  Possui uma visão planetária: crise e soluções são de caráter global;  Põe de manifesto que a biosfera é única: insubstituível e indivisível;  Põe de manifesto que a biosfera é limitada quanto a água, energia, solo, atmosfera;  Põe de manifesto que a biosfera dinâmica: é resultado antropogênico e entrópico;  Pressupõe um processo de transformação e não de reafirmação do que já existe;  O desenvolvimento deve estar centrado na qualidade de vida das pessoas e não deve estar a serviço do mercado; Desenvolvimento Sustentável como “idéia-força”: um outro desenvolvimento é possível e necessário
  • 28. 28 Desenvolvimento Sustentável no início do Século XXI • Conferencia Rio + 10: Johannesburgo (2002) • Conferencia Rio + 20: Rio de Janeiro (2012) • Conclui-se que persistem as dívidas civilizatórias (sociais, econômicas e ambientais);
  • 29. Desenvolvimento Sustentável na atualidade O que está oculto: polissemia (vários significados se ocultam sob a expressão Desenvolvimento Sustentável) Diferentes significados são empregados de acordo com diferentes sistemas de interesse (O DS pode ser tudo e pode ser nada) Banalização da expressão e do uso indevido do DS
  • 30. Contradições do desenvolvimento sustentável no inicio do Século XXI • Extraordinário avanço C&T x exclusão de oportunidades; • Mudanças climáticas globais: comprometimento da biosfera (da vida); • Persistem as desigualdades sociais; • Persistem os impactos ambientais (solo, ar, água, biodiversidade);
  • 31. II. O Significado da sustentabilidade 31
  • 32. Sustentabilidade Para a solução de um problema não se podem utilizar as mesmas ferramentas que causaram o problema (A.Einstein). O paradigma da sustentabilidade exige novos valores, novas ferramentas, novos comportamentos, e uma base ética compromissada com a vida.
  • 33. O significado da sustentabilidade: uma questão semântica: Sustentabilidade é um substantivo abstrato adjetivado: derivado do adjetivo O derivado (dade) designa uma qualidade do substantivo; Na sustentabilidade o substantivo é a VIDA! 33
  • 34. Substantivo VIDA  Homem e natureza: constituem um só mundo, são indivisíveis e inseparáveis;  Há uma relação do homem com a biosfera e portanto com o cosmos;  É importante considerar que a ciência é limitada e passível de equívoco, e ha necessidade de sua humanização;  É fundamental compreender o papel da Agroecologia neste contexto; 34
  • 35. 35 Desafios da sustentabilidade nas contradições do mundo atual  Não é possível o crescimento infinito numa biosfera finita;  É impossível a expansão global do atual padrão de consumo;  Ciência e Tecnologia tem limites na superação de todos os desafios;  O “mão invisível do mercado” não é capaz de produzir equidade;  O Desenvolvimento Sustentável não pode estar submisso à racionalidade econômica;  É difícil construir relações de cooperação num mundo competitivo;
  • 36. Contradições e desafios da sustentabilidade • Há que se impor a racionalidade ambiental no lugar da racionalidade econômica; • É necessário considerar a multimensionalidade da realidade: inter-relações entre dimensões ambientais, culturais, sociais, culturais, econômicas, etc.; • É necessário abordagens interdisciplinares e sistêmicas para compreender e atuar sobre a realidade complexa. 36
  • 37. Princípios da Ecologia para a sustentabilidade planetária • A biosfera é limitada, única e dinâmica; • O limite de um ecossistema é dado por sua capacidade de suporte; • Existe interdependência entre componentes da biosfera e entre seres vivos (Teoria de Gaia); • Há necessidade de equilibrar o que consumimos com a capacidade de fornecimento de matéria prima do planeta e sua capacidade de absorver resíduos
  • 38. Pressupostos da sustentabilidade • Base ética: contra a injustiça social; • Base ecológica: contra a injustiça ambiental; • Base econômica: economia é feita no mundo físico real; 38
  • 39. Leitura complementar 39 FOLADORI, G. Limites do desenvolvimento sustentável. Campinas: Unicamp, 2001. 221p. MONTIBELLER-FILHO, G. O mito do desenvolvimento sustentável. Florianópolis: UFSC, 2001, 306p. SACHS, I. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro: Garamond, 2002. SACHS, W. Dicionário do Desenvolvimento. Petrópolis:Vozes, 2000. 399p. SOUZA, R.S. Entendendo a questão ambiental. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2000, 461p.
  • 40. Sites recomendados • www.condraf.org.br Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf) • http://www.fbds.org.br (Fundação Brasileira para o DS) • www.cbeds.org.br (Conselho Empresarial para o DS) • www.pnud.org.br (informações sobre IDH) • www.mma.gov.br (Secretaria de Política para o DS) • www.ibge.gov.br • www.ipea.gov.br • www.ider.org (Instituto de DS e energia renovável) • www.unbcds.pro.br (Centro de DES da UNB) • www.unesco.org.br • www.iisd.org (Instituto Internacional de Desenvolvimento Sustentável - IISD) • http://www.footprintnetwork.org/ • http://www.myfootprint.org/ • http://www.sustentabilidad.org/ • www.cdes.gov.br/ • www.fgv.br 40
  • 41. Textos auxiliares disponíveis no material do curso • CAVALCANTI, C. O Caráter Limitado da Empreitada Humana: Economia Ecológica, Desenvolvimento Sustentável e Políticas Públicas. • HEINBERG, R. Cinco axiomas da sustentabilidade. • MARTINS, S.R. Desenvolvimento Sustentável: desenvolvendo a sustentabilidade. • MORETTO, C.F.; GIANCCHINI, J. Do surgimento da teoria do desenvolvimento à concepção de sustentabilidade. • REBELLO ,F.K. Desenvolvimento sustentável: um paradigma em construção. 41
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Notas do Editor

  1. Prof. Sergio Martins UFSC/2006
  2. Prof. Sergio Martins UFSC/2006