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MUSELOGIA E ARTE OCIDENTAL I

1. MAIAS
O povo maia habitou a região das florestas tropicais das atuais Guatemala, Honduras e
Península de Yucatán região sul do atual México. Viveram nestas regiões entre os séculos IV a.C
e IX a.C. Entre os séculos IX e X , os toltecas invadiram essas regiões e dominaram a civilização
maia.
Nunca chegaram a formar um império unificado, fato que favoreceu a invasão e domínio de
outros povos. As cidades formavam o núcleo político e religioso da civilização e eram governadas
por um estado teocrático. O império maia era considerado um representante dos deuses na Terra.
A zona urbana era habitada apenas pelos nobres (família real), sacerdotes (responsáveis
pelos cultos e conhecimentos), chefes militares e administradores do império (cobradores de
impostos). Os camponeses, que formavam a base da sociedade, artesão e trabalhadores urbanos
faziam parte das camadas menos privilegiadas e tinham que pagar altos impostos.
A economia era baseada na agricultura, principalmente de milho, feijão e tubérculos. Suas
técnicas de irrigação do solo eram muito avançadas para a época. Praticavam o comércio de
mercadorias
com
povos
vizinhos
e
no
interior
do
império.
Ergueram pirâmides, templos e palácios, demonstrando um grande avanço arquitetônico.
O artesanato também se destacou: fiação de tecidos, uso de tintas em tecidos e roupas.
A religião deste povo era politeísta, pois acreditavam em vários deuses ligados à natureza.
Elaboraram um eficiente e complexo calendário que estabelecia com exatidão os 365 dias do ano.
Assim como os egípcios, usaram uma escrita baseada em símbolos e desenhos
(hieróglifos). Registravam acontecimentos, datas, contagem de impostos e colheitas, guerras e
outros dados importantes.
Desenvolveram muito a matemática, com destaque para a invenção das casas decimais e
o valor zero.
Por razões geográficas, históricas e culturais, foi dividido o território maia em três regiões
bem definidas: meridional (compreende as terras altas da Guatemala, o extremo sul do estado
mexicano de Chiapas e a parte mais ocidental do Salvador, além de uma estreita faixa costeira,
entre a serrania e o oceano pacífico), central ( a cultura maia cristalizou-se na zona central, região
com grandes rios, forte precipitação pluvial, clima muito quente, vegetação densa) e setentrional
(o seu desenvolvimento cultural efetuo-se de forma paralela e mais ou menos simultânea à da
região central, embora o impulso original proviesse desta última. Encontrando-se no mesmo nível
cultural e tendo os mesmos conhecimentos técnicos e científicos e as mesmas crenças que os
povos irmãos da região central. Os Maias do Iucatão elaboram estilos arquitetônicos diferentes,
como era de esperar num ambiente geográfico e climático diferente do daqueles).

1.2 ARQUITETURA
A maior parte da população maia vivia em pequenas comunidades dispersas (aldeias e
vilórias), entregue fundamentalmente às tarefas agrícolas. Nos centros cerimoniais habitavam os
membros da classe nobre ( senhores e sacerdotes), funcionários da complicada hierarquia civil e
religiosa, guerreiros, mercadores, além de serviçais e, com toda probabilidade, artífices
especializados.
O templo maia, durante o período pré-classico foi uma simples cabana
semelhante à do camponês; nos fins deste período, também denominado protoclássico, as
paredes já eram de alvenaria, embora se conservasse o telhado de colmo (tipo de caule); no início
do período clássico apareceu a falsa abóbada, imitando o anterior telhado inclinado de duas
águas e que, sob forma rudimentar, já fora usado para cobrir algumas covas sepulcrais. Os
templos eram construídos no alto de pirâmides, imitação da colina, lugar sagrado por excelência.
Os palácios chegavam a ter várias dezenas de quartos, dispostos em algumas filas e, às
vezes, em andares; são, na realidade, apertadas galerias divididas transversalmente, obscuras e
pouco ventiladas, pois quase sempre lhes faltam aberturas ou só possuem estreitas entradas.
Edificaram-se também recintos para o jogo da péla, observatórios, arcos de triunfo, balneários de
vapor.
O templo era o edifício mais importante, mas a que o povo não tinha acesso. Daí que o
espaço interior fosse sacrificado em proveito do aspecto exterior, que devia ter a maior
imponência possível.
•

ESCULTURAS
Ao falar da arte escultórica dos Maias deve-se sublinhar a diferença fundamental que
separa as obras da região central, por um lado, e as do Norte de Iucatão, por outro. Assim , no
Petén, a escultura representa mais os homens que os deuses, mostra-nos seres que existiram
realmente, e não conceitos religiosos, abstratos ou personalizados; pelo contrário, a escultura
clássica da região setentrional é essencialmente religiosa e são as divindades ( quase
poderíamos dizer uma única divindade, Chac, nome da chuva) ou símbolos que sob forma
abstrata as surgerem, os principais temas esculpidos.
1.3.1 ESTATUETAS DE BARRO
Uma síntese da arte maia, por breve que seja, não pode deixar de lado as maravilhosas
esculturas que, apesar do seu ilimitado tamanho e da fragilidade do material de que são feitas,
não deixaram de ser obras-primas: as estatuetas que foram encontradas em numerosos locais.
Modeladas à mão ou moldadas, e talvez policromadas, apresentam uma variedade incrível
de seres (animais, vegetais, humanos e sobrenaturais), uma extraordinária fantasia no aparatoso
vestuário, uma notável diversidade de indivíduos (homens e mulheres; senhores e gente do povo,
sacerdotes, divindades, pares humanos ou mistos – homem ou mulher com um animal -, anões,
jogadores de péla, tecelões, seres atacados por diversas doenças, ou com deformações
corporais, etc.).
Fabricadas para acompanhar os mortos nas sepulturas, talvez a sua própria imagem, são
representações da vida, pelo seu realismo, a sua autenticidade, o extraordinário sentido de
observação que revelam, a facilidade com que se exprimiu o artista ou, dizendo melhor, uma
legião de artífices desconhecidos.

1.4 PINTURA
Devido seu caráter perecível, a pintura mural raramente se conservou, embora seja
provável que fosse utilizada em todos os centros cerimoniais. São conhecidas as composições de
tema histórico (cerimônias palacianas, batalhas, julgamento e sacrifícios de prisioneiros, cenas
pacíficas, chegada de invasores) executadas em grande realismo e perícia técnica.
A pintura também foi profusamente utilizada na decoração das vasilhas de barro, desde o
período protoclássico (cerca do início de nossa era) até o clássico tardio, em que floresceu como
as outras artes. O motivo policromados foram primeiramente simbólicos, geométricos ou
estilizados quando correspodiam a figuras animais.
Vieram a ser, depois, naturalistas apresentando temas sobretudo laicos (senhores
recebendo oferendas, atendendo grupos de guerreiros ou vassalos, mercadores ambulantes e
etc.) durante o período clássico tardio (fase Tepeu).
TEMPLO DAS INSCRIÇÕES EM PALANQUE, MÉXICO
ENTRADA PARA O TEMPLO DOS GUERREIROS, DE CHICHÉN-ITZA (SÉCULO XII)
EM CIMA, O DISCO DE CHINKALTIC, CHIAPAS. REPRESENTA UM JOGADOR DE PÉLA E
DATA DE CERCA DE 590. EMBAIXO, LINTEL DE YAXCHILÁN, DESCREVE SANGRENTOS
SACRIFÍCIOS HUMANOS.
CABEÇA DO GUERREIRO SACRIFICADO, ACHADA EM PALANQUE.
ESTATUETA MAIA DE TERRACOTA (MUSEU
COM RESTO DE PINTURA AZUL ORIGINAL

NACIONAL DE ANTROPOLOGIA, MEXICO),
ESTATUETA FEMININA MAIA DE TERRACOTA (MUSEU NACIONAL DE ANTROPOLOGIA,
MEXICO)
2.INCAS
Os Incas viveram na região da Cordilheira dos Andes (América do Sul ) nos atuais Peru,
Bolívia, Chile e Equador. Fundaram no século XIII a capital do império: a cidade sagrada de
Cusco. Foram dominados pelos espanhóis em 1532. O imperador, conhecido por Sapa Inca era
considerado um deus na Terra. A sociedade era hierarquizada e formada por: nobres
(governantes, chefes militares, juízes e sacerdotes), camada média ( funcionários públicos e
trabalhadores especializados) e classe mais baixa (artesãos e os camponeses). Esta última
camada pagava altos tributos ao rei em mercadorias ou com trabalhos em obras públicas.
A agricultura era extremamente desenvolvida, pois plantavam nos chamados terraços
(degraus formados nas costas das montanhas). Plantavam e colhiam feijão, milho (alimento
sagrado) e batata. Construíram canais de irrigação, desviando o curso dos rios para as aldeias.
Domesticaram a lhama (animal da família do camelo) e utilizaram como meio de
transporte, além de retirar a lã , carne e leite deste animal. Além da lhama, alpacas e vicunhas
também eram criadas.
A religião tinha como principal deus o Sol(deus Inti). Porém, cultuavam também animais
considerados sagrados como o condor e o jaguar. Acreditavam num criador antepassado
chamado Viracocha (criador de tudo).
Criaram um interessante e eficiente sistema de contagem : o quipo. Este era um
instrumento feito de cordões coloridos, onde cada cor representava a contagem de algo. Com o
quipo, registravam e somavam as colheitas, habitantes e impostos. Mesmo com todo
desenvolvimento,
este
povo
não
desenvolveu
um
sistema
de
escrita.
A cultura inca teve a sua origem na bacia do lago Titicaca. Manco Capac, fundador da
dinastia, estabeleceu-se em Cuzco no século XI, sujeitando à sua influência os grupos locais.
O novo império era um Estado de economia coletivista, em que toda a produção, baseada
principalmente na agricultura, era dividida em quatro partes, destinadas respectivamente ao inca e
sua família, aos sacerdotes e aos templos, ás viúvas e orfãos e ao povo.
A religião inca, teve por deus pricipal o Sol, seguindo-se-lhe em importância a Lua e o
Raio.
A batata, a coca, a quinua, o milho e, nos vales, o algodão eram as plantas mais
cultivadas. Os grandes rebanhos de lamas, alpacas e vincunhas forneciam a carne e a lã.
A arte destacou-se pela qualidade dos objetos de ouro, prata, tecidos e jóias.
•

ARQUITETURA

Na arquitetura, desenvolveram várias construções com enormes blocos de pedras
encaixadas, como templos, casas e palácios.
Os Incas foram grandes organizadores e construtores, devendo-se assinalar o alto nível a
que chegaram no traçado das cidades e na qualidade das construções. Para as paredes
utilizaram a pedra, com ou sem argila nas juntas, e para as coberturas a madeira.
As construções apresentam diversos tipos de aparelhos: megalítico, ou ciclópico ( com
blocos que chegam a ter as dimensões de 5m por 5m), poligonal, aproveitando a forma original
das pedras, a cantaria e a silharia a alvenaria e, por fim , a pirca, parede de pedra seca, com as
pedras colocadas simplesmente umas sobre as outras.
Os edifícios mais importantes são os templos, de traçado regular, com as várias portas
alinhadas a um dos lados maiores; no interior havia nichos e vãos ao longo das paredes. No
centro, para sustentar o telhado de duas águas, erguia-se uma fila de colunas. Os palácios e os
edifícios civis situavam-se em torno de pátios ou canchas. Templos, palácios e casas adaptam-se
à topografia do lugar, chegando a ter , por vezes, paredes curvas. As fortalezas tem muralhas
duplas e triplas, de planta denticular.
A tradição religiosa dos Incas manteve nos locais de veneração uma arquitetura rupestre
de complicada simbologia. Na maioria dos lugares sagrados fizeram-se muitos trabalhos
diretamente na rocha, tais como assentos, covas, fretas e complicadas redes de esgotos.
As cidades, conforme o seu traçado, podem ser classificadas em duas categorias: as que
se foram desenvolvendo através dos tempos, como Cuzco, e as que obedeceram a uma
planificação prévia, como Machu-Picchu.
Machu-Picchu, a mais conhecida e melhor conservada das cidades dos Incas, foi
descoberta em 1911 e revelou toda a eficiente estrutura urbana desta sociedade. Está situada
entre quatro montes. A cidade estava defendida por uma muralha e ladeada por socalcos
cultivados. Em torno da praça retangular agrupam-se os edifícios, escalonados e divididos em
bairros, centro religioso e zonas residenciais.
Na praça erguem-se os restos do grande
templo, assente sobre blocos monolíticos talhados na rocha viva e de paredes em talude com
nichos de arco. A zona do bairro popular é a melhor conservada; os edifícios de pedra talhada tem
uma parede central para suporte do telhado. As ruas, muito íngremes, vencem os
desnivelamentos por numerosos degraus.
Na zona do planalto e vale bolivianos, a arquitetura dos Incas sofre a sobreposição de
elementos locais, principalmente collas. Os restos mais importantes encontram-se nas ilhas do Sol
e da Lua, no lago Titicaca (está o palácio de Pilcocaina, de estrutura quadrandular e,
originariamente, com dois pisos de cobertura de falsa abóboda. As paredes são de pedra talhadas
e estavam recobertas de argila pintada de vermelho e amarelo.

3. Cerâmica, ourivesaria e têsteis
A escultura foi pouco cultivada pelos Incas. Todavia, existem alguns pumas esculpidos em
pedra e os chamados ultis.
A cerâmica Inca é sobria. Os seus temas decorativos reduzem-se a traços geométricos e
algumas representações zoomórficas completamente esquemáticas.
A forma principal das vasilhas é de aríbalo, cântaro de base pontiaguda, chega alcançar
1,50 m de altura, e decorado com gregas, desenhos em negro, branco, vermelho-índio, pintados
sobre o fundo pardo natural de olaria. Outra forma comum é a do prato, com as asas imitando a
cabeça de um pássaro e decoração de desenhos negros que representam, muito
esquematicamente, peixes ou pássaros. São típicas as panelas de pé alto, sem qualquer
decoração pintada.
Os têxteis são tecnicamente superiores aos de Paracas (500 fios por polegas quadrada),
mas os seus desenhos tem carácter mais simples: figuras geométricas, axadrezado, em dois tons,
cruzes, diagonais, etc. A forma mais comum é uncu, ou túnica curta, que constitui o vestuário
tradicional masculino e que era tecido de maneira semelhante a tapeçaria. Do mesmo estilo são
os ponchos ornados com faixas horizontais, em que se sucedem alternadamente as zonas com
animais estilizados e as de motivos florais. A mesma técnica continua a ser utilizada até o século
XVIII, adaptando-se às formas do período dos vice-reis nos têsteis da arte mestiça.
ESTÁTUA MONOLÍTICA COM ROSTO DE JAGUAR
PEDRA DOS DOZE ÂNGULOS, DE CUZCO, NO PERU.
DOIS ASPECTOS DAS MURALHAS DA FORTALEZA DE SACSAHUAMÁN, CUZCO. ESTA
FORTIFICAÇÃO MEGALÍTICA TEM SIDO COMPARADA ÀS PIRÂMIDES DO EGITO.

FORTALEZA DE OLLANTAYTAMBO, CENTRO DEFENSIVO DE UMA VASTA ZONA AGRÍCOLA
INCA.
ESCADARIA DAS RUÍNAS INCAS DE MACHU-PHICCHU
JARRO INCA DE BOCA LARGA (MUSEU ARQUEOLÓGICO DE CUZCO)
VISTA GERAL DE MACHU PICCHU, A CIDADE SAGRADA DOS INCAS
3.ASTECAS

Tribos de humildes e obscuras origens nômades, os Astecas conseguem estabelecer-se
definitivamente, em 1325, em algumas ilhotas de um dos lagos que na época existiam no vale do
México.
A sociedade era hierarquizada e comandada por um imperador, chefe do exército. A
nobreza era também formada por sacerdotes e chefes militares. Os camponeses, artesãos e
trabalhadores urbanos compunham grande parte da população. Esta camada mais baixa da
sociedade era obrigada a exercer um trabalho compulsório para o imperador, quando este os
convocava para trabalhos em obras públicas (canais de irrigação, estradas, templos, pirâmides).
Durante o governo do imperador Montezuma II (início do século XVI), o império asteca
chegou a ser formado por aproximadamente 500 cidades, que pagavam altos impostos para o
imperador. O império começou a ser destruído em 1519 com as invasões espanholas. Os
espanhóis dominaram os astecas e tomaram grande parte dos objetos de ouro desta civilização.
Não satisfeitos, ainda escravizaram os astecas, forçando-os a trabalharem nas minas de ouro e
prata da região.
Os astecas desenvolveram muito as técnicas agrícolas, construindo obras de drenagem e
as chinampas (ilhas de cultivo), onde plantavam e colhiam milho, pimenta, tomate, cacau etc. As
sementes de cacau, por exemplo, eram usadas como moedas por este povo.
O artesanato a era riquíssimo, destacando-se a confecção de tecidos, objetos de ouro e
prata e artigos com pinturas. Os astecas eram muito criativos e também usavam tecidos e plumas
para
elaboração
de
artefatos
decorativos
ou
ritualísticos.
A religião era politeísta, pois cultuavam diversos deuses da natureza (deus Sol, Lua,
Trovão, Chuva) e uma deusa representada por uma Serpente Emplumada. A escrita era
representada por desenhos e símbolos. O calendário maia foi utilizado com modificações pelos
astecas.
Desenvolveram diversos conceitos matemáticos e de astronomia.
Na arquitetura, construíram enormes pirâmides utilizadas para cultos religiosos e
sacrifícios humanos. Estes, eram realizados em datas específicas em homenagem aos deuses.
Acreditavam, que com os sacrifícios, poderiam deixar os deuses mais calmos e felizes.
Aziz escreve: "
Quando os colonizadores chegam à capital asteca, MéxicoTenochtitlan, eles se deparam com uma enorme e rica metrópole que os enche de admiração. O
cronista espanhol Bernal Diaz de Castillo compara a capital como uma cópia maravilhosa de
Veneza e diz “ tudo se assemelhava ao encantamento descrito por Amaris, em seu livro, as torres
as pirâmides e os edifícios surgindo de dentro d´água – tudo em pedra; alguns de nossos
soldados perguntavam se o que viam não passava de um sonho...”
Em dois anos, apenas, está tudo reduzido a ruínas, cinzas e mortos. A Veneza asteca
desapareceu. É um dos grandes mistérios da história mundial que este aniquilamento de uma
nação rica e potente, tão rápido e total, tenha se dado diante das balas de uns poucos
aventureiros, temerários, sem dúvida, mas pouco numerosos, mal equipados."
O símbolo mais característico da alma asteca é a “serpente de plumas” , Quetzalcoatl.
Os Astecas são fundamentalmente politeístas e seu panteão é rico e complexo. No
entanto, aqui e ali vamos encontrar tentativas de adoção de um culto monoteísta.
Do ponto de vista doméstico, a vida quotidiana tem qualquer coisa de “oriental”: casas sem
móveis, leitos de esteiras, cofres. É provavel que existissem afrescos ornando as paredes das
residências opulentas, ou tecidos policrômicos e peles de animais servissem de decoração.
A arte que encontramos ali nas vésperas da conquista reflete o elevado requinte
alcançado pelos Astecas em poucas gerações: delicadas talhas de madeira ou de osso, finos
embutidos de turquesa, concha e outros materiais, esmeradas, jóias de ouro e prata, “moisacos”
de plumas de cores harmoniosamente combinadas (técnica caracteristicamente indígena e que
pouco tempo sobreviveu à chegada dos espanhóis).
Não se limitando a repetir os temas tradicionais do velho repertório existente no planalto do
México, os Astecas empreenderam a tarefa de redescobrir o mundo que os rodeava e de criar
formas escultóricas correspondentes à sua peculiar visão místico-guerreira do universo. Um
temperamento orgulhoso e varonil revela-se na preferência pelas pedras mais duras a que o talhe
deu formas compactas.
Algumas das criações da escultura Asteca destacam-se pelo vigor e economia formal,
esculpidas em blocos de pedra de cor e textura apropriadas, como uma simples cabaça verde ou
um gafanhoto...
Mas na estatuária ainda é mais acentuado esse vigor, como as numerosas estátuas
masculinas, quer se trate de um simples plebeu, quer da magistral cabeça de um sacerdote. Mas
um dos temas mais tratados pelos escultores Astecas é dos animais, quer seja macaco, um sapo,
um felino ou uma serpente. E, pela primeira vez na História da Arte da Mesoamérica, parecem
ganhar vidas alguns dos fantásticos animais mitológicos, como o “coiote emplumado”, o “serpente
de fogo”, ou a milenária “serpente de plumas”.
É, sem dúvida, na escultura monumental que os Astecas alcançam a maior altura artística.
Na sua convicção de que eram realmente o povo eleito, o “povo do sol”, transformaram um
monumento comemorativo, como a “pedra de Tizoc” (que narra as vitórias de um rei) num fato que
transcende os acontecimentos históricos e faz intervir neles até os deuses e os planetas. A sua
“pedra do sol” não é apenas uma colossal e soberba obra esculpida, mas o verdadeiro compêndio
de uma profunda concepção cosmológica.
Os astecas se destacaram na construção de templos, pirâmides e outros tipos de prédios.
Tenochtitlán, capital do Império Asteca, era uma cidade muito bem estruturada do ponto de vista
da arquitetura e engenharia. Contava com diversos templos, palácios, mercados e monumentos.
As pinturas astecas eram feitas em paredes de templos, tecidos ou potes de cerâmica.
Com cores fortes, os artistas representavam cenas do cotidiano, batalhas, rituais e imagens de
personagens importantes do império. As pinturas eram chapadas, sem profundidade e, muitas
vezes, não seguiam a proporcionalidade. Elas são ricas fontes de informações sobre a história
desta civilização.
A dança, música e canto estavam presentes na vida dos astecas. Acompanhavam os
matrimônios, funerais, eventos políticos, sacrifícios e rituais religiosos. A música era produzida ao
som de instrumentos musicais (principalmente tambores).
MÁSCARA ASTECA DO DEUS QUATZALCÓATI (BRITISH MUSEUM)
ESTÁTUA ASTECA DO XOCHIPILLI (MUSEU NACIONAL DE ANTROPOLOGIA, MÉXICO)
PERSPECTIVA DO CENTRO CERIMONIAL DO MONTE ALBÁN
URNAS FUNERÁRIAS (MUSEU DE ANTROPOLOGIA, MÉXICO).TRAZEM AMPLOS PEITORAIS
E ESTÃO SENTADOS, DE PERNAS CRUZADAS, COM AS MÃOS SOBRE OS JOELHOS,
NUMA ATITUDE ENIGMÁTICA.
VASILHA POLICROMADA MIXTEQUE (MUSEU NACIONAL DE ANTROPOLOGIA, MÉXICO)

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Arte pré colombiana

  • 1. MUSELOGIA E ARTE OCIDENTAL I 1. MAIAS O povo maia habitou a região das florestas tropicais das atuais Guatemala, Honduras e Península de Yucatán região sul do atual México. Viveram nestas regiões entre os séculos IV a.C e IX a.C. Entre os séculos IX e X , os toltecas invadiram essas regiões e dominaram a civilização maia. Nunca chegaram a formar um império unificado, fato que favoreceu a invasão e domínio de outros povos. As cidades formavam o núcleo político e religioso da civilização e eram governadas por um estado teocrático. O império maia era considerado um representante dos deuses na Terra. A zona urbana era habitada apenas pelos nobres (família real), sacerdotes (responsáveis pelos cultos e conhecimentos), chefes militares e administradores do império (cobradores de impostos). Os camponeses, que formavam a base da sociedade, artesão e trabalhadores urbanos faziam parte das camadas menos privilegiadas e tinham que pagar altos impostos. A economia era baseada na agricultura, principalmente de milho, feijão e tubérculos. Suas técnicas de irrigação do solo eram muito avançadas para a época. Praticavam o comércio de mercadorias com povos vizinhos e no interior do império. Ergueram pirâmides, templos e palácios, demonstrando um grande avanço arquitetônico. O artesanato também se destacou: fiação de tecidos, uso de tintas em tecidos e roupas. A religião deste povo era politeísta, pois acreditavam em vários deuses ligados à natureza. Elaboraram um eficiente e complexo calendário que estabelecia com exatidão os 365 dias do ano. Assim como os egípcios, usaram uma escrita baseada em símbolos e desenhos (hieróglifos). Registravam acontecimentos, datas, contagem de impostos e colheitas, guerras e outros dados importantes. Desenvolveram muito a matemática, com destaque para a invenção das casas decimais e o valor zero. Por razões geográficas, históricas e culturais, foi dividido o território maia em três regiões bem definidas: meridional (compreende as terras altas da Guatemala, o extremo sul do estado mexicano de Chiapas e a parte mais ocidental do Salvador, além de uma estreita faixa costeira, entre a serrania e o oceano pacífico), central ( a cultura maia cristalizou-se na zona central, região com grandes rios, forte precipitação pluvial, clima muito quente, vegetação densa) e setentrional (o seu desenvolvimento cultural efetuo-se de forma paralela e mais ou menos simultânea à da região central, embora o impulso original proviesse desta última. Encontrando-se no mesmo nível cultural e tendo os mesmos conhecimentos técnicos e científicos e as mesmas crenças que os povos irmãos da região central. Os Maias do Iucatão elaboram estilos arquitetônicos diferentes, como era de esperar num ambiente geográfico e climático diferente do daqueles). 1.2 ARQUITETURA A maior parte da população maia vivia em pequenas comunidades dispersas (aldeias e vilórias), entregue fundamentalmente às tarefas agrícolas. Nos centros cerimoniais habitavam os membros da classe nobre ( senhores e sacerdotes), funcionários da complicada hierarquia civil e religiosa, guerreiros, mercadores, além de serviçais e, com toda probabilidade, artífices especializados. O templo maia, durante o período pré-classico foi uma simples cabana semelhante à do camponês; nos fins deste período, também denominado protoclássico, as paredes já eram de alvenaria, embora se conservasse o telhado de colmo (tipo de caule); no início do período clássico apareceu a falsa abóbada, imitando o anterior telhado inclinado de duas águas e que, sob forma rudimentar, já fora usado para cobrir algumas covas sepulcrais. Os templos eram construídos no alto de pirâmides, imitação da colina, lugar sagrado por excelência. Os palácios chegavam a ter várias dezenas de quartos, dispostos em algumas filas e, às vezes, em andares; são, na realidade, apertadas galerias divididas transversalmente, obscuras e
  • 2. pouco ventiladas, pois quase sempre lhes faltam aberturas ou só possuem estreitas entradas. Edificaram-se também recintos para o jogo da péla, observatórios, arcos de triunfo, balneários de vapor. O templo era o edifício mais importante, mas a que o povo não tinha acesso. Daí que o espaço interior fosse sacrificado em proveito do aspecto exterior, que devia ter a maior imponência possível. • ESCULTURAS Ao falar da arte escultórica dos Maias deve-se sublinhar a diferença fundamental que separa as obras da região central, por um lado, e as do Norte de Iucatão, por outro. Assim , no Petén, a escultura representa mais os homens que os deuses, mostra-nos seres que existiram realmente, e não conceitos religiosos, abstratos ou personalizados; pelo contrário, a escultura clássica da região setentrional é essencialmente religiosa e são as divindades ( quase poderíamos dizer uma única divindade, Chac, nome da chuva) ou símbolos que sob forma abstrata as surgerem, os principais temas esculpidos. 1.3.1 ESTATUETAS DE BARRO Uma síntese da arte maia, por breve que seja, não pode deixar de lado as maravilhosas esculturas que, apesar do seu ilimitado tamanho e da fragilidade do material de que são feitas, não deixaram de ser obras-primas: as estatuetas que foram encontradas em numerosos locais. Modeladas à mão ou moldadas, e talvez policromadas, apresentam uma variedade incrível de seres (animais, vegetais, humanos e sobrenaturais), uma extraordinária fantasia no aparatoso vestuário, uma notável diversidade de indivíduos (homens e mulheres; senhores e gente do povo, sacerdotes, divindades, pares humanos ou mistos – homem ou mulher com um animal -, anões, jogadores de péla, tecelões, seres atacados por diversas doenças, ou com deformações corporais, etc.). Fabricadas para acompanhar os mortos nas sepulturas, talvez a sua própria imagem, são representações da vida, pelo seu realismo, a sua autenticidade, o extraordinário sentido de observação que revelam, a facilidade com que se exprimiu o artista ou, dizendo melhor, uma legião de artífices desconhecidos. 1.4 PINTURA Devido seu caráter perecível, a pintura mural raramente se conservou, embora seja provável que fosse utilizada em todos os centros cerimoniais. São conhecidas as composições de tema histórico (cerimônias palacianas, batalhas, julgamento e sacrifícios de prisioneiros, cenas pacíficas, chegada de invasores) executadas em grande realismo e perícia técnica. A pintura também foi profusamente utilizada na decoração das vasilhas de barro, desde o período protoclássico (cerca do início de nossa era) até o clássico tardio, em que floresceu como as outras artes. O motivo policromados foram primeiramente simbólicos, geométricos ou estilizados quando correspodiam a figuras animais. Vieram a ser, depois, naturalistas apresentando temas sobretudo laicos (senhores recebendo oferendas, atendendo grupos de guerreiros ou vassalos, mercadores ambulantes e etc.) durante o período clássico tardio (fase Tepeu).
  • 3. TEMPLO DAS INSCRIÇÕES EM PALANQUE, MÉXICO
  • 4.
  • 5. ENTRADA PARA O TEMPLO DOS GUERREIROS, DE CHICHÉN-ITZA (SÉCULO XII)
  • 6. EM CIMA, O DISCO DE CHINKALTIC, CHIAPAS. REPRESENTA UM JOGADOR DE PÉLA E DATA DE CERCA DE 590. EMBAIXO, LINTEL DE YAXCHILÁN, DESCREVE SANGRENTOS SACRIFÍCIOS HUMANOS.
  • 7. CABEÇA DO GUERREIRO SACRIFICADO, ACHADA EM PALANQUE.
  • 8. ESTATUETA MAIA DE TERRACOTA (MUSEU COM RESTO DE PINTURA AZUL ORIGINAL NACIONAL DE ANTROPOLOGIA, MEXICO),
  • 9. ESTATUETA FEMININA MAIA DE TERRACOTA (MUSEU NACIONAL DE ANTROPOLOGIA, MEXICO)
  • 10. 2.INCAS Os Incas viveram na região da Cordilheira dos Andes (América do Sul ) nos atuais Peru, Bolívia, Chile e Equador. Fundaram no século XIII a capital do império: a cidade sagrada de Cusco. Foram dominados pelos espanhóis em 1532. O imperador, conhecido por Sapa Inca era considerado um deus na Terra. A sociedade era hierarquizada e formada por: nobres (governantes, chefes militares, juízes e sacerdotes), camada média ( funcionários públicos e trabalhadores especializados) e classe mais baixa (artesãos e os camponeses). Esta última camada pagava altos tributos ao rei em mercadorias ou com trabalhos em obras públicas. A agricultura era extremamente desenvolvida, pois plantavam nos chamados terraços (degraus formados nas costas das montanhas). Plantavam e colhiam feijão, milho (alimento sagrado) e batata. Construíram canais de irrigação, desviando o curso dos rios para as aldeias. Domesticaram a lhama (animal da família do camelo) e utilizaram como meio de transporte, além de retirar a lã , carne e leite deste animal. Além da lhama, alpacas e vicunhas também eram criadas. A religião tinha como principal deus o Sol(deus Inti). Porém, cultuavam também animais considerados sagrados como o condor e o jaguar. Acreditavam num criador antepassado chamado Viracocha (criador de tudo). Criaram um interessante e eficiente sistema de contagem : o quipo. Este era um instrumento feito de cordões coloridos, onde cada cor representava a contagem de algo. Com o quipo, registravam e somavam as colheitas, habitantes e impostos. Mesmo com todo desenvolvimento, este povo não desenvolveu um sistema de escrita. A cultura inca teve a sua origem na bacia do lago Titicaca. Manco Capac, fundador da dinastia, estabeleceu-se em Cuzco no século XI, sujeitando à sua influência os grupos locais. O novo império era um Estado de economia coletivista, em que toda a produção, baseada principalmente na agricultura, era dividida em quatro partes, destinadas respectivamente ao inca e sua família, aos sacerdotes e aos templos, ás viúvas e orfãos e ao povo. A religião inca, teve por deus pricipal o Sol, seguindo-se-lhe em importância a Lua e o Raio. A batata, a coca, a quinua, o milho e, nos vales, o algodão eram as plantas mais cultivadas. Os grandes rebanhos de lamas, alpacas e vincunhas forneciam a carne e a lã. A arte destacou-se pela qualidade dos objetos de ouro, prata, tecidos e jóias. • ARQUITETURA Na arquitetura, desenvolveram várias construções com enormes blocos de pedras encaixadas, como templos, casas e palácios. Os Incas foram grandes organizadores e construtores, devendo-se assinalar o alto nível a que chegaram no traçado das cidades e na qualidade das construções. Para as paredes utilizaram a pedra, com ou sem argila nas juntas, e para as coberturas a madeira. As construções apresentam diversos tipos de aparelhos: megalítico, ou ciclópico ( com blocos que chegam a ter as dimensões de 5m por 5m), poligonal, aproveitando a forma original das pedras, a cantaria e a silharia a alvenaria e, por fim , a pirca, parede de pedra seca, com as pedras colocadas simplesmente umas sobre as outras. Os edifícios mais importantes são os templos, de traçado regular, com as várias portas alinhadas a um dos lados maiores; no interior havia nichos e vãos ao longo das paredes. No centro, para sustentar o telhado de duas águas, erguia-se uma fila de colunas. Os palácios e os edifícios civis situavam-se em torno de pátios ou canchas. Templos, palácios e casas adaptam-se à topografia do lugar, chegando a ter , por vezes, paredes curvas. As fortalezas tem muralhas duplas e triplas, de planta denticular. A tradição religiosa dos Incas manteve nos locais de veneração uma arquitetura rupestre de complicada simbologia. Na maioria dos lugares sagrados fizeram-se muitos trabalhos diretamente na rocha, tais como assentos, covas, fretas e complicadas redes de esgotos.
  • 11. As cidades, conforme o seu traçado, podem ser classificadas em duas categorias: as que se foram desenvolvendo através dos tempos, como Cuzco, e as que obedeceram a uma planificação prévia, como Machu-Picchu. Machu-Picchu, a mais conhecida e melhor conservada das cidades dos Incas, foi descoberta em 1911 e revelou toda a eficiente estrutura urbana desta sociedade. Está situada entre quatro montes. A cidade estava defendida por uma muralha e ladeada por socalcos cultivados. Em torno da praça retangular agrupam-se os edifícios, escalonados e divididos em bairros, centro religioso e zonas residenciais. Na praça erguem-se os restos do grande templo, assente sobre blocos monolíticos talhados na rocha viva e de paredes em talude com nichos de arco. A zona do bairro popular é a melhor conservada; os edifícios de pedra talhada tem uma parede central para suporte do telhado. As ruas, muito íngremes, vencem os desnivelamentos por numerosos degraus. Na zona do planalto e vale bolivianos, a arquitetura dos Incas sofre a sobreposição de elementos locais, principalmente collas. Os restos mais importantes encontram-se nas ilhas do Sol e da Lua, no lago Titicaca (está o palácio de Pilcocaina, de estrutura quadrandular e, originariamente, com dois pisos de cobertura de falsa abóboda. As paredes são de pedra talhadas e estavam recobertas de argila pintada de vermelho e amarelo. 3. Cerâmica, ourivesaria e têsteis A escultura foi pouco cultivada pelos Incas. Todavia, existem alguns pumas esculpidos em pedra e os chamados ultis. A cerâmica Inca é sobria. Os seus temas decorativos reduzem-se a traços geométricos e algumas representações zoomórficas completamente esquemáticas. A forma principal das vasilhas é de aríbalo, cântaro de base pontiaguda, chega alcançar 1,50 m de altura, e decorado com gregas, desenhos em negro, branco, vermelho-índio, pintados sobre o fundo pardo natural de olaria. Outra forma comum é a do prato, com as asas imitando a cabeça de um pássaro e decoração de desenhos negros que representam, muito esquematicamente, peixes ou pássaros. São típicas as panelas de pé alto, sem qualquer decoração pintada. Os têxteis são tecnicamente superiores aos de Paracas (500 fios por polegas quadrada), mas os seus desenhos tem carácter mais simples: figuras geométricas, axadrezado, em dois tons, cruzes, diagonais, etc. A forma mais comum é uncu, ou túnica curta, que constitui o vestuário tradicional masculino e que era tecido de maneira semelhante a tapeçaria. Do mesmo estilo são os ponchos ornados com faixas horizontais, em que se sucedem alternadamente as zonas com animais estilizados e as de motivos florais. A mesma técnica continua a ser utilizada até o século XVIII, adaptando-se às formas do período dos vice-reis nos têsteis da arte mestiça.
  • 12. ESTÁTUA MONOLÍTICA COM ROSTO DE JAGUAR
  • 13. PEDRA DOS DOZE ÂNGULOS, DE CUZCO, NO PERU.
  • 14. DOIS ASPECTOS DAS MURALHAS DA FORTALEZA DE SACSAHUAMÁN, CUZCO. ESTA FORTIFICAÇÃO MEGALÍTICA TEM SIDO COMPARADA ÀS PIRÂMIDES DO EGITO. FORTALEZA DE OLLANTAYTAMBO, CENTRO DEFENSIVO DE UMA VASTA ZONA AGRÍCOLA INCA.
  • 15. ESCADARIA DAS RUÍNAS INCAS DE MACHU-PHICCHU
  • 16. JARRO INCA DE BOCA LARGA (MUSEU ARQUEOLÓGICO DE CUZCO)
  • 17. VISTA GERAL DE MACHU PICCHU, A CIDADE SAGRADA DOS INCAS
  • 18. 3.ASTECAS Tribos de humildes e obscuras origens nômades, os Astecas conseguem estabelecer-se definitivamente, em 1325, em algumas ilhotas de um dos lagos que na época existiam no vale do México. A sociedade era hierarquizada e comandada por um imperador, chefe do exército. A nobreza era também formada por sacerdotes e chefes militares. Os camponeses, artesãos e trabalhadores urbanos compunham grande parte da população. Esta camada mais baixa da sociedade era obrigada a exercer um trabalho compulsório para o imperador, quando este os convocava para trabalhos em obras públicas (canais de irrigação, estradas, templos, pirâmides). Durante o governo do imperador Montezuma II (início do século XVI), o império asteca chegou a ser formado por aproximadamente 500 cidades, que pagavam altos impostos para o imperador. O império começou a ser destruído em 1519 com as invasões espanholas. Os espanhóis dominaram os astecas e tomaram grande parte dos objetos de ouro desta civilização. Não satisfeitos, ainda escravizaram os astecas, forçando-os a trabalharem nas minas de ouro e prata da região. Os astecas desenvolveram muito as técnicas agrícolas, construindo obras de drenagem e as chinampas (ilhas de cultivo), onde plantavam e colhiam milho, pimenta, tomate, cacau etc. As sementes de cacau, por exemplo, eram usadas como moedas por este povo. O artesanato a era riquíssimo, destacando-se a confecção de tecidos, objetos de ouro e prata e artigos com pinturas. Os astecas eram muito criativos e também usavam tecidos e plumas para elaboração de artefatos decorativos ou ritualísticos. A religião era politeísta, pois cultuavam diversos deuses da natureza (deus Sol, Lua, Trovão, Chuva) e uma deusa representada por uma Serpente Emplumada. A escrita era representada por desenhos e símbolos. O calendário maia foi utilizado com modificações pelos astecas. Desenvolveram diversos conceitos matemáticos e de astronomia. Na arquitetura, construíram enormes pirâmides utilizadas para cultos religiosos e sacrifícios humanos. Estes, eram realizados em datas específicas em homenagem aos deuses. Acreditavam, que com os sacrifícios, poderiam deixar os deuses mais calmos e felizes. Aziz escreve: " Quando os colonizadores chegam à capital asteca, MéxicoTenochtitlan, eles se deparam com uma enorme e rica metrópole que os enche de admiração. O cronista espanhol Bernal Diaz de Castillo compara a capital como uma cópia maravilhosa de Veneza e diz “ tudo se assemelhava ao encantamento descrito por Amaris, em seu livro, as torres as pirâmides e os edifícios surgindo de dentro d´água – tudo em pedra; alguns de nossos soldados perguntavam se o que viam não passava de um sonho...” Em dois anos, apenas, está tudo reduzido a ruínas, cinzas e mortos. A Veneza asteca desapareceu. É um dos grandes mistérios da história mundial que este aniquilamento de uma nação rica e potente, tão rápido e total, tenha se dado diante das balas de uns poucos aventureiros, temerários, sem dúvida, mas pouco numerosos, mal equipados." O símbolo mais característico da alma asteca é a “serpente de plumas” , Quetzalcoatl. Os Astecas são fundamentalmente politeístas e seu panteão é rico e complexo. No entanto, aqui e ali vamos encontrar tentativas de adoção de um culto monoteísta. Do ponto de vista doméstico, a vida quotidiana tem qualquer coisa de “oriental”: casas sem móveis, leitos de esteiras, cofres. É provavel que existissem afrescos ornando as paredes das residências opulentas, ou tecidos policrômicos e peles de animais servissem de decoração. A arte que encontramos ali nas vésperas da conquista reflete o elevado requinte alcançado pelos Astecas em poucas gerações: delicadas talhas de madeira ou de osso, finos embutidos de turquesa, concha e outros materiais, esmeradas, jóias de ouro e prata, “moisacos” de plumas de cores harmoniosamente combinadas (técnica caracteristicamente indígena e que pouco tempo sobreviveu à chegada dos espanhóis). Não se limitando a repetir os temas tradicionais do velho repertório existente no planalto do México, os Astecas empreenderam a tarefa de redescobrir o mundo que os rodeava e de criar formas escultóricas correspondentes à sua peculiar visão místico-guerreira do universo. Um
  • 19. temperamento orgulhoso e varonil revela-se na preferência pelas pedras mais duras a que o talhe deu formas compactas. Algumas das criações da escultura Asteca destacam-se pelo vigor e economia formal, esculpidas em blocos de pedra de cor e textura apropriadas, como uma simples cabaça verde ou um gafanhoto... Mas na estatuária ainda é mais acentuado esse vigor, como as numerosas estátuas masculinas, quer se trate de um simples plebeu, quer da magistral cabeça de um sacerdote. Mas um dos temas mais tratados pelos escultores Astecas é dos animais, quer seja macaco, um sapo, um felino ou uma serpente. E, pela primeira vez na História da Arte da Mesoamérica, parecem ganhar vidas alguns dos fantásticos animais mitológicos, como o “coiote emplumado”, o “serpente de fogo”, ou a milenária “serpente de plumas”. É, sem dúvida, na escultura monumental que os Astecas alcançam a maior altura artística. Na sua convicção de que eram realmente o povo eleito, o “povo do sol”, transformaram um monumento comemorativo, como a “pedra de Tizoc” (que narra as vitórias de um rei) num fato que transcende os acontecimentos históricos e faz intervir neles até os deuses e os planetas. A sua “pedra do sol” não é apenas uma colossal e soberba obra esculpida, mas o verdadeiro compêndio de uma profunda concepção cosmológica. Os astecas se destacaram na construção de templos, pirâmides e outros tipos de prédios. Tenochtitlán, capital do Império Asteca, era uma cidade muito bem estruturada do ponto de vista da arquitetura e engenharia. Contava com diversos templos, palácios, mercados e monumentos. As pinturas astecas eram feitas em paredes de templos, tecidos ou potes de cerâmica. Com cores fortes, os artistas representavam cenas do cotidiano, batalhas, rituais e imagens de personagens importantes do império. As pinturas eram chapadas, sem profundidade e, muitas vezes, não seguiam a proporcionalidade. Elas são ricas fontes de informações sobre a história desta civilização. A dança, música e canto estavam presentes na vida dos astecas. Acompanhavam os matrimônios, funerais, eventos políticos, sacrifícios e rituais religiosos. A música era produzida ao som de instrumentos musicais (principalmente tambores).
  • 20. MÁSCARA ASTECA DO DEUS QUATZALCÓATI (BRITISH MUSEUM)
  • 21. ESTÁTUA ASTECA DO XOCHIPILLI (MUSEU NACIONAL DE ANTROPOLOGIA, MÉXICO)
  • 22. PERSPECTIVA DO CENTRO CERIMONIAL DO MONTE ALBÁN
  • 23.
  • 24. URNAS FUNERÁRIAS (MUSEU DE ANTROPOLOGIA, MÉXICO).TRAZEM AMPLOS PEITORAIS E ESTÃO SENTADOS, DE PERNAS CRUZADAS, COM AS MÃOS SOBRE OS JOELHOS, NUMA ATITUDE ENIGMÁTICA.
  • 25. VASILHA POLICROMADA MIXTEQUE (MUSEU NACIONAL DE ANTROPOLOGIA, MÉXICO)