O documento discute a greve dos professores da rede pública do estado da Bahia em 2012. Os professores entraram em greve porque o governador Jaques Wagner se recusou a cumprir a lei e aumentar o piso salarial dos professores conforme determinado nacionalmente. O governador também ignorou os pedidos dos professores para negociar, mesmo após cortes salariais, e viajou para fora do país durante a greve.
1. Com atraso em relação aos outros países sul-americanos, o
Brasil, através do Ministério da Educação (MEC), definiu em R$
1.451 o valor do piso nacional do magistério para 2012, um
aumento de 22,22% em relação a 2011. Conforme determina a lei
que criou o piso nacional para os professores da rede pública, o
reajuste foi calculado com base no crescimento do valor mínimo
por aluno do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica (Fundeb) no mesmo período.
Determina-se que nenhum professor pode receber menos do que o
valor estabelecido pela lei do piso. Apesar de um acordo firmado
em 11 de novembro de 2011, posteriormente transformado na lei
12.364/2011, o governador da Bahia, Jaques Wagner insiste em
,
desobedecer às determinações legais da presidente Dilma
Rousseff.
2. O acordo deveria entrar em vigor em janeiro de
2012. Os professores esperaram, mas o
governador não cumpriu o que assinou em
documento oficial, portanto eles decidiram
paralisar em março de 2012, em sinal de alerta.
Voltaram às aulas, sem nenhum pronunciamento
do governador. Interesse algum de cumprimento
do acordo foi demonstrado por parte do governo
do estado.
Descaso para com a Educação? Indiferença em
relação à categoria e aos milhões de jovens
estudantes? Abandono do povo? Falta de vontade
política de ver o crescimento dos estudantes da
rede pública?
O Governo Faz. Sua vida melhora?
3. Quando os professores perceberam que
estavam sendo desrespeitados quanto aos
seus direitos garantidos por lei, decidiram
em assembleia, realizada em 11 de abril de
2012, deflagrar a greve.
4. O governador do estado da Bahia não só se recusa
a cumprir a lei do piso, mas também a receber
os professores, ignorando-os, mesmo após o
descabido corte salarial, bloqueio de operações
financeiras consignadas e do crédito alimentação
(Cesta do Povo). Essa estratégia de amofinar o
educador na Bahia constitui-se em um ardiloso
mecanismo de poder na tentativa de obrigar a
categoria a se render. A que ponto chega a
arrogância e prepotência daquele que se disse
representante do trabalhador? Cadê o velho PT
das antigas lutas sindicais? Quantas greves
Jaques Wagner liderou à frente do Partido dos
Trabalhadores?
5. Como representante do PT, Jaques Wagner
conhece profundamente as dores e
necessidades do trabalhador brasileiro e se vale
disso para tratá-lo indignamente, tentando
denegrir a imagem do professor diante da
sociedade baiana. Trata-o como alguém que
merece ser castigado e execrado, ter seus
direitos e sua liberdade cerceados. Tenta
marginalizar uma categoria que, em qualquer
país desenvolvido, é admirada e consagrada
como o pilar da sociedade.
6. Os estudantes estão sendo tratados via mídia como verdadeiras
vítimas dos algozes professores, por estarem sem suas aulas e
atividades escolares. São jovens a favor de quem, aparentemente, o
governo luta com todo o interesse de garantir desenvolvimento
intelectual e, consequentemente, sociocultural. No
entanto, sabemos que a História tem provado o contrário. Durante o
ano letivo, os estudantes se veem em escolas sem nenhum recurso
para seu real desenvolvimento. Faltam-lhes ventilação e iluminação
adequadas em salas, material didático, professores concursados em
algumas áreas de conhecimento. Não há reformas (durante o recesso
escolar), nem repasse de verbas, nem merenda...
Como afirma a historiadora Elisângela Sales Encarnação: “Essa lista
poderia se estender de forma quase que interminável, mas, nada
disso prejudica o aluno! O governo, com seu descaso; a mídia, com
seus produtos “de alta qualidade”; a sociedade, com seu
consumismo; alguns pais, com sua falta de tempo; NADA DISSO
PREJUDICA O ALUNO! A ÚNICA COISA QUE O FAZ, É GREVE DE
PROFESSOR."
7. Diante dessa situação, professores se mobilizam e se comovem em
passeata pelas ruas de Salvador, dormem na Assembleia
Legislativa, reúnem-se em zonais e vão amargando as péssimas condições
enfrentadas para combater as imposições de um mau governo, enquanto
Jaques Wagner abandona a cidade, deleitando-se com os prazerosos
cenários europeus.
Em 09/05/2012, “O governador Jaques Wagner está em Roma, na Itália, a
convite do Congresso Judaico Latino-Americano, entidade que reúne
comunidades judaicas da América Latina, para se reunir com o papa
Bento XVI, a fim de estreitar os vínculos entre judeus e católicos da
região. O governador Wagner fará parte da reduzida delegação que
participará da audiência privada que o Congresso Judaico Latino-
Americano manterá com o Papa Bento XVI, na quinta-feira (10), no
Vaticano.
O convite à entidade foi feito pelo papa Bento XVI, que reconheceu a
importância do diálogo inter-religioso e do trabalho que vem sendo
desenvolvido pelo Congresso Mundial Judaico (CMJ), federação
internacional que reúne e representa as comunidades judaicas e
organizações em todo o mundo."
http://www.blogdothame.blog.br/v1/2012/05/09/wagner-vai-a-roma-e-
tem-encontro-com-o-papa/
Estranho, hein!? Não poder dialogar com os professores baianos e se
postar como mediador de diálogos lá fora?
8. Conclamamos a sociedade a abraçar a causa da
Educação na Bahia, como sendo uma luta de
todos nós. Não se pode deixar levar pelas
propagandas enganosas. Convidamos todas as
famílias a refletirem sobre o verdadeiro
responsável pelo abandono da Escola Pública em
nosso estado. Educação deve ser prioridade e
instrumento de desenvolvimento, um trampolim
que garanta qualidade de vida, independente de
os estudantes serem oriundos da rede pública ou
da rede privada. Ser governador significa pensar
em promover o bem para todos e a sociedade
não pode perder isso de vista. Afinal, a Bahia é
Terra de Todos Nós?