1. OS COMPARTIMENTOS DOS LÍQUIDOS
CORPORAIS: LÍQUIDOS EXTRACELULAR
E INTRACELULAR; LÍQUIDO
INSTERSTICIAL E EDEMA
Unidade V
Os líquidos corporais e os rins.
Amanda de Paula
Andressa Rondon
2. Introdução
Alguns dos mais comuns e importantes problemas clínicos ocorrem em
função da anormalidade no sistema de controle que mantém a
homeostasia do líquidos corporais
Discutiremos aqui, a regulação geral dos líquidos corporais, constituintes
do líquido extracelular, balanço acidobásico e o controle de troca de
líquidos entre os compartimentos.
3. Entrada e saída de líquidos são
balanceadas nas condições estáveis
Entrada diária de água
Ingestão na forma de líquidos ou pela água dos alimentos (2100mL/dia)
Sintetizada na reação de oxidação de carboidratos (200mL/dia)
Perda diária de água
Perda insensível de água (600 a 800mL/ dia , sendo metade pela pele e metade pelo trato
respiratório)
Perda de líquido no suor (100mL/dia em condições normais, ou de 1 a 2L/hora em exercícios
pesados)
Perda de água nas fezes (100mL/dia, em condições não patológicas)
Perda de água pelos rins (0,5L/dia quando em desidratação ou 20L/dia em pessoa com grande
ingestão de água)
4. Quantidade diária de ganho e perda
de água (mL/dia)
Normal Exercício pesado/prolongado
Ganho
Ingestão de
líquidos
2100 -
Do metabolismo 200 200
Total de ganho 2300 -
Perdas
Insensível - pele 350 350
Insensível -
350 650
pulmões
Suor 100 5000
Fezes 100 100
Urina 1400 500
Total perdido 2300 6600
5. Compartimentos dos líquidos corporais
Esse compartimento inclui o líquido dos espaços
sinoviais, peritoniais, pericárdicos, intraoculares e
líquido cefalorraquidiano;
Em alguns casos é considerado um tipo especializado
de líquido extracelular;
Todo os líquidos transcelulares, juntos, somam de 1 a
2L
Líquido transcelular
6. Compartimentos dos líquidos corporais
Líquido extracelular
Somados são 20% do peso corporal (aproximadamente 14L em
um homem adulto normal de 70 quilos);
Sua maior parte é líquido intersticial (11L) e plasma sanguíneo (3L);
Plasma é a parte não celular do sangue; ele
troca continuamente substâncias com o líquido
intersticial através dos poros das membranas
capilares. Esses poros são altamente
permeáveis, o que garante uma composição
aproximada exceto pela concentração de
proteínas .
7. Compartimentos dos líquidos corporais
Líquido intracelular
Em torno de 28 a 42L, ou seja, cerca de 40% do peso
corporal.
O Líquido de cada célula contém sua composição
individual de diferentes substâncias, porém as
concentrações dessas substâncias são similares de uma
celula para outra.
8. Compartimentos dos
líquidos corporais
Resumo da regulação dos
volumes de líquidos
corporais,incluindo os
compartimentos principais de
líquidos do corpo e das
membranas que separam esses
compartimentos. Os valores
mostrados são referentes à
pessoa média com 70 quilos.
9. Volume sanguíneo
O sangue contém tanto líquido extracelular (plasma), como intracelular (nas
hemácias);
É considerado compartimento líquido separado por ter sua própria câmara, o
sistema circulatório.
O volume sanguíneo é particularmente importante no controle da dinâmica
cardiovascular.
O Sangue é constituído 60% de plasma e 40%hemácias (em condições
médias)
10. Volume sanguíneo
Hematócrito (Volume total das hemácias)
É a fração do sangue representada pelas hemácias, determinada pela
centrifugação do sangue num “tubo para hematócrito”.
Mesmo com o processo de centrifugação ainda restam 3 ou 4% de plasma no
hematócrito .
No homem o hematócrito medido está normalmente em torno de 0,40 e nas
mulheres de 0,36
Em quadro de anemia grave chega até 0,10 e a policitemia aumenta para 0,65
11. Constituintes dos líquidos Extracelular e intracelular
As composições do Plasma e do líquido intersticial
são similares
Em virtude do Efeito Donnan, a concentração dos íons positivamente carregados é
um pouco maior no plasma do que no líquido intersticial;
As proteínas tem carga negativa em pH fisiológico, logo tendem a se ligar a cátions,
como sódio e potássio;
Os íons negativos (ânions) são repelidos pela carga das proteínas, mas atraídos pelo
gradiente de concentração ;
Por razões práticas, as concentrações são consideradas iguais.
13. Constituintes dos líquidos Extracelular e intracelular
Constituintes do líquido intracelular
É separado do líquido extracelular por uma membrana muito permeável à água,
mas não é permeável a grande maioria dos eletrólitos existentes no corpo.
Em contraste com o meio extracelular, este contém apenas uma pequena
quantidade dos íons sódio e cloreto e quantidades ainda menores de cálcio.
Entretanto tem grande quantidade de íons potássio e fosfato, além de
considerável quantidade de íons magnésio e sulfato.
E uma quantidade quase quatro vezes maiores de proteínas do que no
plasma.
14. Principais cátions e ânions dos
líquidos intracelular e
extracelular. As concentrações
de Ca++ e Mg++ representam a
soma desses dois íons. As
concentrações mostradas
representam o total de íons livres
e íons complexados.
17. Medida dos Volume dos Líquidos nos
Diferentes Compartimentos do Corpo –
Princípio Indicador-Diluidor
O volume de um líquido em
compartimento do corpo pode ser
medido, por um método baseado no
princípio da conservação de massas.
Coloca-se uma substância indicadora
no compartimento, permiti-se que o
indicador se disperse igualmente por
todo o líquido, pode-se assim, analisar
a diluição do indicador.
Volume B =
Volume A x Concentração A
Concentração B
18. Determinação do volume de diferente
compartimentos líquidos corporais.
Medida da água total do corpo
Usando o mesmo princípio de diluição, é possível medir a
quantidade total de água no corpo. Para isso podem ser
utilizada a água radioativa (trítio - 3H2O) ou água pesada
(deutério - ²H2O).
Outra substância utilizada para esse fim é a antipirina, que é
altamente lipossolúvel e pode rapidamente se difundir pela
membrana celular e se distribuir uniformemente pelo
compartimento intra e extracelular.
19. Determinação do volume de diferente
compartimentos líquidos corporais.
Medida do Volume do Líquido Extracelular
Pode ser medido usando qualquer substância que se disperse no plasma e
no líquido intersticial), porém seja impermeável pela membrana celular.
Como sódio radioativo, cloreto radioativo, inulina...
Quando essa substâncias são injetadas no corpo, são dispersas quase
completamente de 30 a 60 minutos.
Algumas dessas podem se difundir em pequenas quantidade para o
meio intracelular, por isso são chamados, frequentemente, de espaço
do sódio ou espaço da inulina.
20. Determinação do volume de diferente
compartimentos líquidos corporais.
Cálculo do Volume Intracelular
O Volume não pode ser medido diretamente. Porém pode ser calculado
da seguinte maneira
Volume intracelular = Água total do corpo – Volume extracelular
Medida do volume do Plasma
Para medir o volume do plasma, a substância a ser usada não deve
prontamente permear através das membranas capilares. Mas permanecer
no sistema vascular.
Para isso são usados corantes, mais comumente o corante azul de
Evans e a albumina sérica marcada com iodo radioativo.
21. Determinação do volume de diferente
compartimentos líquidos corporais.
Cálculo do Volume do Líquido Intersticial.
O Volume não pode ser medido diretamente. Porém pode ser calculado
da seguinte maneira
Volume de líquido intersticial = Volume de líquido extracelular – Volume do plasma
Medida do Volume Sanguíneo.
Caso o volume do plasma já tenha sido medido, é possível calcular,
sabendo-se o valor do hematócrito, usando a seguinte equação
Volume plasmático
1-Hematócrito
Volume sanguíneo total
Outra maneira de medir é injetando hemácias marcadas com
material radioativo e usando o método de indicador-diluição.
22. Regulação da Troca de Líquidos e Equilíbrio
Osmótico Entre os Líquidos Intracelular e Extracelular
A distribuição dos líquidos entre os compartimentos é determinada
principalmente pelo efeito osmótico de solutos menores agindo através
da membrana celular.
A membrana é muito permeável a água, mas relativamente
impermeáveis a íons menores que a água, tais como sódio e cloreto.
Portanto, mantêm-se a condição isotônica.
23. Princípios básicos da osmose e pressão
osmótica
“Osmose é a difusão efetiva de água através da membrana
seletivamente permeável, de região de maior concentração
para outra de menor concentração.”
24. Princípios básicos da osmose e pressão osmótica
Relação Entre Moles e Osmóis.
O número total de partículas em uma solução é medido em osmóis.
1 osmol (osm) = 1 mol (6,02x10²³) partículas de soluto
Caso a molécula de dissocie em duas, como, por exemplo, o cloreto de
sódio, a solução contendo 1mol/L terá concentração de 2osm/L
O termo miliosmol (mOsm) equivale a 1/1.000 osm
25. Princípios básicos da osmose e pressão osmótica
Osmolalidade Osmolaridade
Osmóis por quilo-grama de
água
Osmóis por litro de água
Osmolalidade e Osmolaridade.
Ambas definem a contração de uma solução, porém se diferem na
unidade de medida
Por razões praticas é mais usado a medida osmolaridade
26. Princípios básicos da osmose e pressão osmótica
Cálculo da Osmolaridade e pressão osmótica de um solução
Como exemplo, a pressão osmótica de solução de NaCl a 0,9%.
A concentração de NaCl a 0,9% = 9g/L
Como o peso molecular do NaCl é 58,5g/mol
Logo:
0,154 mol/L
9g/L
58,5g/mol
Concentração
Peso molecular
27. Princípios básicos da osmose e pressão osmótica
Cálculo da Osmolaridade e pressão osmótica de um solução
Cada molécula de NaCl é igual a 2 osmóis.
(NaCl )
0,154mol/L x 2 = 0,308 osm/L → 308 mOsm/L
A pressão osmótica potencial da solução seria
308 mOsm/L x 19,3mmHg/mOsm/L = 5.944mmHg
28. Princípios básicos da osmose e pressão osmótica
Cálculo da Osmolaridade e pressão osmótica de um solução
Entretanto, esse cálculo é somente aproximado porque os íons de NaCl
não se comportam de modo totalmente independente na solução.
Pode-se corrigir esse desvio usando a Lei de van’t Hoff e o fator de
correção conhecido por coeficiente osmótico.
Para o NaCl, o coeficiente é 0,93
Logo, as osmolaridade real de uma solução de NaCl a 0,9% é:
308mOsm/L x 0,93 = 286mOsm/L
29. Princípios básicos da osmose e pressão osmótica
Osmolaridade dos líquidos corporais
80% da osmolaridade total do líquido intersticial e no plasma é devida aos
íons Sódio e Cloreto.
Já no líquido intracelular quase a metade da osmolaridade é devida aos
íons potássio.
A osmolaridade total dos compartimento fica em torno de 300mOsm/L
No plasma é 1mOsm/L maior que do intracelular e intersticial, devido a
presença das proteínas que mantém a pressão dos capilares em torno de
20mmHg maior que nos outros espaços intersticiais adjacentes.
31. O Equilíbrio Osmótico É Mantido Entre os Líquidos
Intracelular e
Extracelular
Altas pressões podem ser
desenvolvidas através da
membrana celular com
alterações relativamente
pequenas de
concentração de solutos
do líquido extracelular.
32. O Equilíbrio Osmótico É Mantido Entre os Líquidos
Intracelular e Extracelular
Líquidos Isosmóticos, Hiperosmóticos e Hiposmóticos
Os termos isotônico, hipotônico e hipertônico se referem às soluções
que mudam o volume das células.
Soluções com a mesma osmolaridade que a célula são ditas
isosmóticas.
Hiposmóticas e hiperosmóticas , se referem à soluções com menor e
maior osmolaridade, respectivamente.
33. Volume e Osmolalidade dos Líquidos
Extracelular e Intracelular em Estados Anormais
Alguns fatores podem causar alteração considerável nos volumes dos
líquidos extracelular e intracelular (ingestão ou perda excessiva de água)
Podem se calcular as alterações no volumes e o tipo de terapia que deve
ser instituída se os seguintes principios foram considerados.
1. A água se move rapidamente de um lado para o outro da
membrana celular.
2. As membranas celulares são completamente impermeáveis a
muitos solutos
34. Volume e Osmolalidade dos Líquidos
Extracelular e Intracelular em Estados Anormais
Efeito da Adição de
Solução Salina ao
Meio extracelular
Solução isotônica
molaridade não se
altera, ocorre osmose e
aumento do volume
extracelular
35. Volume e Osmolalidade dos Líquidos
Extracelular e Intracelular em Estados Anormais
Efeito da Adição de
Solução Salina ao
Meio extracelular
Solução hipotônica
diminui a osmolaridade
e aumenta o volume
intracelular.
36. Volume e Osmolalidade dos Líquidos
Extracelular e Intracelular em Estados Anormais
Efeito da Adição de
Solução Salina ao
Meio extracelular
Solução hipertônica
aumenta a
osmolaridade e volume
extracelular.
37. Volume e Osmolalidade dos Líquidos
Extracelular e Intracelular em Estados Anormais
Cálculo De Deslocamento De Líquido E Das Osmolaridades Após Infusão
De Salina Hipertônica
É possível calcular os efeitos sequenciais de da infusão de soluções de
solução de diferentes volumes dos líquidos extracelular e intracelular e nas
suas osmolaridades.
Por exemplo, se 2L de solução hipertônica de NaCL a 3,0% forem infundidos
em paciente de 70Kg, cuja a osmolaridade inicial do plasma é 280mOsm/L
38. Cálculo De Deslocamento De Líquido E Das Osmolaridades Após
Infusão De Salina Hipertônica
Passo 1. Condições iniciais
O primeiro passo é calcular as condições iniciais. Assumindo-se que o
volume do líquido extracelular seja 20% do peso corporal e o intracelular é
de 40%.
Volume (Litros) Concentração (mOsm/L) Total (mOsm)
Líquido extracelular 14 280 3.920
Líquido intracelular 28 280 7.840
Total de líquido corporal 42 280 11.760
39. Cálculo De Deslocamento De Líquido E Das Osmolaridades Após
Infusão De Salina Hipertônica
Passo 1. Condições iniciais
Calcula-se então o total de mOsm adicionados ao meio extracelular.
30g/L
NaCl a 3,0% = 30g/L → 0,513mol/L
58,5g/mol
0,513mol/L x 2L 1.026mol
1.026mol x 2 2.051 mOsm
Como são 2L de solução →
Cada mol de NaCl são quase 2 osmóis →
40. Cálculo De Deslocamento De Líquido E Das Osmolaridades Após
Infusão De Salina Hipertônica
Passo 2. Efeito instantâneo
Calcula-se o efeito instantâneo de se adicionar 2.051 mOsm de NaCl
em volume de 2L ao líquido extracelular.
Não ocorre nenhuma mudança na concentração ou no volume
intracelular, e não ocorrerá equilíbrio osmótico.
Entretanto o líquido extracelular terá quantidade adicional de
2.051 mOsm no soluto total, tendo, por fim, (3.920 mOsm + 2.051 mOsm)
5.971 mOsm.
41. Cálculo De Deslocamento De Líquido E Das Osmolaridades Após
Infusão De Salina Hipertônica
Passo 2. Efeito instantâneo
Como agora o volume do compartimento é de 16L, a concentração pode ser
calculada pela divisão 5.971mOsm / 16L. Dessa maneira os novos valores ficam
assim:
Volume (Litros) Concentração (mOsm/L) Total (mOsm)
Líquido extracelular 16 373 5.971
Líquido intracelular 28 280 7.840
Total de líquido corporal 42 Sem equilíbrio 11.760
42. Cálculo De Deslocamento De Líquido E Das Osmolaridades Após
Infusão De Salina Hipertônica
Passo 3. Após o Equilíbrio Osmótico
Nesse caso as concentrações intra e extracelular são iguais, e podem ser
calculadas pela divisão do total de mOsm do corpo pelo volume total.
313,9 mOsm/L
13.811 mOsm
44 L
Assumindo que nada da solução tenha se perdido e que o NaCl não tenha
entrado na célula, pode-se calcular o volume dos compartimentos intra e
extracelular dividindo o total de mOsm no líquido pela concentração.
Temos assim para o líquido intracelular 24,98L e para o extracelular
19,02L
43. Cálculo De Deslocamento De Líquido E Das Osmolaridades Após
Infusão De Salina Hipertônica
Passo 3. Após o Equilíbrio Osmótico
Ficam assim os valores finais
Volume (Litros) Concentração (mOsm/L) Total (mOsm)
Líquido extracelular 19,02 313,9 5.971
Líquido intracelular 24,98 313,9 7.840
Total de líquido corporal 44 313,9 13.881
Pode-se concluir, então, que a adição de 2L de solução
hipertônica causa aumento de mais de 5L no líquido
extracelular e diminui o volume intracelular em mais de 3 litros.
44. Glicose e Outras Substâncias Administradas
com Objetivo Nutricional
Muitos tipos de soluções são administradas por via intravenosa para
proporcionar nutrição a pessoas que não podem, por outras maneiras, obter
a quantidade adequada de nutrientes.
Soluções de glicose, ou de aminoácidos e de gordura homogenizada em
menor escala.
São administradas em concentrações próximas a isotonicidade, ou
lentamente para que não perturbem consideravelmente o equilíbrio
osmótico
Em condições normais, os rins excretam o solvente da substância.
45. Anormalidades Clínicas da Regulação do
Volume de Líquidos: Hiponatremia e
Hipernatremia
A principal medida rapidamente disponível para avaliação dos
líquidos do paciente é a concentração de sódio no plasma
Quando a concentração de sódio está reduzida, o indivíduo tem
hiponatremia. Quando a concentração de sódio no plasma está
acima do normal o indivíduo tem hipernatremia.
46. Anormalidades Clínicas da Regulação do
Volume de Líquidos: Hiponatremia e
Hipernatremia
Causas da Hiponatremia
Perda primária de NaCl geralmente resulta em hiponatremia-desidratação e é
associada á redução do volume do líquido extracelular. Algumas condições
pode causar perda de NaCl como diarréia, vômito, uso excessivo de diuréticos,
doenças renais, e a doença de Addison.
A retenção de água excessiva também causa hiponatremia, que dilui o
sódio do líquido extracelular. Definida como hiponatremia-hiperidratação.
Causa, por exemplo, pela secreção excessiva de hormônio antidiurético.
47. Anormalidades Clínicas da Regulação do
Volume de Líquidos: Hiponatremia e
Hipernatremia
Consequências da Hiponatremia: Inchaço celular
A redução rápida do sódio plasmático, por exemplo, pode causar edema nas
células cerebrais. Se a concentração de sódio cair para menos de 115 a 120
mmol/L, o inchaço celular pode levar a convulsões, coma, dano cerebral
permanente e a morte.
Quando a hiponatremia se desenvolve lentamente os outros tecidos respondem
atenuando o fluxo osmótico de água para a célula e o inchaço dos tecidos.
No entanto, o desenvolvimento lento da hiponatremia, deixa o cérebro mais
vulnerável se corrido muito rapidamente. Podendo causa a
desmienilização
48. Anormalidades Clínicas da Regulação do
Volume de Líquidos: Hiponatremia e
Hipernatremia
Causas da Hipernatremia
Quando existe perda primária de água do líquido extracelular isso resulta em
hipernatremia-desidratação. Essa condição pode decorrer da deficiência do
hormônio antidiurético, o que faz com que os rins excretem urina diluída
(diabetes insípido). Ou quando os rins não respondem a esse hormônio
(diabetes insípido nefrogênico).
O excesso de NaCl no líquido extracelular resulta em hipernatremia-hiperidratação.
Por exemplo, a secreção excessiva de aldosterona que
retém sódio.
49. Anormalidades Clínicas da Regulação do
Volume de Líquidos: Hiponatremia e
Hipernatremia
Consequências da Hipernatremia: Murchamento celular
Na hipernatremia os sintomas graves geralmente, só ocorrem com o aumento
muito rápido e muito alto da concentração plasmática de sódio. Isso porque a
hipernatremia promove intensa sede. Porém pacientes com lesões
hipotalâmicas, crianças que podem não ter acesso imediato a água ou idosos
com estado mental alterado, podem apresentar sintomas graves.
A correção da hipernatremia pode ser corrigida com a administração de uma
solução hipo-osmótica de NaCl. É prudente que se corrija lentamente para
evitar danos .
50. Anormalidades Clínicas da
Regulação do Volume de
Líquidos: Hiponatremia e
Hipernatremia
Regulação do volume da célula cerebral durante
hiponatremia. Durante hiponatremia, causada pela
perda de Na
ou excesso de água, ocorre difusão de
água para as células (1) e inchaço do tecido cerebral.
Isso estimula o transporte de Na , K
, e solutos
orgânicos para fora das células(2), que então causa
difusão de água para fora das células(3). Com
hiponatremia crônica, o inchaço cerebral é atenuado
pelo transporte de solutos das células
51. Edema: Excesso de líquido nos tecidos.
Edema Intracelular
Três condições são especialmente propensas a causar edema intracelular:
¹Hiponatermia, ² depressão dos sistemas metabólicos, ³falta de nutrição
adequada para as células.
Por exemplo, caso o fluxo sanguíneo fique muito baixo para manter o
metabolismo normal da célula, as bombas iônicas ficam comprometidas e o
sódio acaba vazando para dentro da célula.
Algumas vezes isso pode aumentar o volume intracelular de determinada
área do tecido. Quando isso ocorre, é geralmente prelúdio de morte do
tecido.
52. Edema: Excesso de líquido nos tecidos.
Resumos das Causas de Edema Extracelular
I. Aumento da pressão capilar
A. Retenção excessiva de sal e água
pelos rins
• Insuficiência aguda ou crônica dos
rins.
• Excesso de mineralocorticoides
B. Pressão venosa alta constrição
venosa
• Insuficiência cardíaca
• Obstrução venosa
• Bombeamento venoso insuficiente
Paralisia dos músculos
Imobilização de parte do corpo
Insuficiência das válvulas venosas
C. Redução da resistência arteriolar
• Aquecimento excessivo do corpo
• Insuficiência do SNS
• Fármacos vaso dilatadores
53. Edema: Excesso de líquido nos tecidos.
Resumos das Causas de Edema Extracelular
II. Redução das proteínas plasmáticas
A. Perda de proteína pela urina
(síndrome nefrótica)
B. Perda de proteína nas áreas
desnudadas da pele
• Queimaduras
• Ferimentos
C. Insuficiência da síntese proteica
• Doença hepática (p. ex., cirrose)
• Desnutrição proteica ou calórica
grave
54. Edema: Excesso de líquido nos tecidos.
Resumos das Causas de Edema Extracelular
III. Aumento da permeabilidade capilar
A. Reações imunes que causem
liberação de histamina e outros
produtos imunes
B. Toxinas
C. Infecções bacterianas
D. Deficiência de vitaminas,
especialmente C
E. Isquemia prolongada
F. Queimaduras
55. Edema: Excesso de líquido nos tecidos.
Resumos das Causas de Edema Extracelular
IV. Bloqueio do retorno linfático
A. Câncer
B. Infecções (p. ex., nematódeo da
filária)
C. Cirurgia
D. Ausência congênita ou
anormalidades dos vasos
linfáticos
56. Edema: Excesso de líquido nos tecidos.
Resumos Dos Fatores Proteção Que Previnem O Edema
O fator de segurança, devido a baixa complacência do tecido, com
valor negativo de pressão intersticial é em torno de 3mmHg
O fator de segurança, devido ao aumento do fluxo linfático, é em torno
de 7mmHg
O fator de segurando causado pelo lavagem de proteínas dos espaços
intersticiais, é em torno de 7mmHg.
57. Líquidos nos “Espaços em Potencial do
Corpo”
Alguns espaços em potencial são cavidades pleural, pericárdica, peritoneal e
sinovial, das articulações e as bolsas.
O líquido é trocado entre os capilares e os espaços em potencial
Os vasos linfáticos drenam as proteínas dos espaços em potencial
O líquido de edema no espaço em potencial é chamado “efusão”
58. Bibliografia
Guyton & Hall, Tratado de Fisiologia Médica. 12ªed.
Capítulo 25, Unidade V.
https://www.passeidireto.com/arquivo/3726215/efeito-donnan
acessado em 15/11/2014.
Alunas:
Andressa Rondon
Amanda de Paula