O documento discute as diferenças entre as colônias espanholas e portuguesas na América. As colônias espanholas se concentraram na conquista militar e na extração de metais preciosos, especialmente prata, enquanto as portuguesas focaram no comércio. As cidades espanholas cresceram rapidamente apoiadas no comércio necessário para suprir as minas.
1. ELE FAZ ALUZÃO AO FATO DE CONSIDERAR OS DEMAIS MERCADOS SURGIDOS
À ÉPOCA (AÇÚCAR, CAFÉ, ETC) BUÝER´S MARKETS, OU SEJA, MERCADO DE
COMPRADORES. POR EXEMPLO: CONSIDERA O MERCADO DE AÇÚCAR UM BUYER
MARKET, POIS O PRODUTOR ESTÁ SUBMETIDO AO NEGOCIANTE PORTUGUÊS E ESTE AO
MERCADO DE CONSUMO EUROPEU. AO CONTRÁRIO, NO SELLER´S MARKETS, SURGE
UMA VERDADEIRA TERRITORIALIDADE, UMA DIVISÃO INTER-REGIONAL DO TRABALHO
EM TORNO DE UM MERCADO EM QUE OS VENDEDORES SÃO MAIORIA.
O PORTUGUÊS ERA ESSENCIALMENTE O COLONIZADOR QUE BUSCAVA OS
LUCROS DO COMÉRCIO, O ESPANHOL ERA O CONQUISTADOR E BUSCAVA O PRESTÍGIO
DO PODER. PARA OS ESPANHÓIS A CONQUISTA DO NOVO MUNDO ERA UMA NOVA
CRUZADA. ERA O PROLONGAMENTO DA RECONQUISTA DA PENÍNSULA.
‘OS ESPANHÓIS TINHAM CIDADES E RUAS NO SANGUE” E SUAS COLÔNIAS
FIZERAM-SE EM CIMA DA CONQUISTA DOS IMPÉRIOS ASTECA E INCA. ELES NÃO
PRECISARAM CRIAR CIDADES, “SIMPLISMENTE” RETOMARAM AS REDES DE RELAÇÕES
INTERURBANAS CRIADAS PELOS INDÍGENAS.
O MERCADO DA PRATA DAS ÍNDIAS DE CASTELA ERA UM MERCADO TÃO
IMPORTANTE QUE OS DEMAIS MERCADOS DEPENDIAM DESTE PARA EXISTIREM. “O QUE
PRODUZ O METAL PRECIOSO COMANDA O OUTRO”.
EM OUTRAS COLÔNIAS, AS CIDADES TIVERAM PAPEL SECUNDÁRIO, SERVINDO
COMO CENTRO ADMINISTRATIVO OU RELIGIOSO, NA COLÔNIA ESPANHOLA A
CONQUISTA, CONSTRUÇÃO OU RECONSTRUÇÃO DE CIDADES ERA SUA PRIMEIRA
PREOCUPAÇÃO. SEGUIDO DA EXPLORAÇÃO DE METAIS PRECIOSOS E ORGANIZAÇÃO DO
TRÁFICO MARÍTMO.
E AS CIDADES CRESCIAM RAPIDAMENTE PORQUÊ O HOMEM INTEIRAMENTE
OCUPADO NO TRABALHO DA MINA, CONTAVA COM O EXTERIOR PARA SEU
ABASTECIMENTO, AUMENTANDO ASSIM, A IMPORTÂNCIA DO COMÉRCIO.
TODO O COMÉRCIO DO MÉXICO PASSAVA PELOS COMERCIANTES ATACADISTAS.
HAVIA UM MONOPÓLIO E QUANTO MAIOR FOSSE A QUANTIDADE DE METAL PRATA,
MAIS RICO. MÉXICO E LIMA TINHAM UM PAPEL PRIVILEGIADO DOMINANDO A
ECONOMIA DA REGIÃO.
DE ACORDO COM LEO HUBERMAN, ENQUANTO OS MERCADORES DA
INGLATERRA, HOLANDA E FRANÇA AMONTOAVAM FORTUNAS ENORMES NO
COMÉRCIO, OS ESPANHÓIS AUMENTAVAM AS SOMAS DE DINHEIRO DE SEU TESOURO
NÃO VENDENDO MERCADORIAS COM LUCRO, MAS COM OURO E PRATA –
ESPECIALMENTE PRATA.
“EM 55 ANOS, DE 1545 A 1600, CALCULA-SE QUE ANUALMENTE CERCA DE DOIS
MILHÕES DE LIBRAS ESTERLINAS ERAM LEVADAS DA AMÉRICA PARA OS TESOUROS
ESPANHÓIS. (...) A CASA DA MOEDA ESPANHOLA PRODUZIU APENAS 45.000 QUILOS DE
PRATA NO PERÍODO DE 1500 A 1520; NO PERÍODO DE 15 ANOS, PORÉM, QUE FOI DE 1545 A
1560, SUA PRODUÇÃO AUMENTOU SEIS VEZES, PASSANDO A 270.000 QUILOS; NO
PERÍODO DE 20 ANOS, ENTRE 1580 E 1600, ESSA PRODUÇÃO PULOU PARA 340.000 QUILOS,
OU SEJA, QUASE OITO VEZES O QUE FORA EM 1520!” (HUBERMAN,1986) .