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Apontamentos sobre políticas públicas
na produção de videogames e
computadores pessoais no Brasil:
Positivo Informática e Tectoy
Miguel Augusto Rodrigues
Silva
• Pós-graduando em Política e
  Relações Internacionais pela
  Fundação Escola de Sociologia e
  Política de São Paulo (FESP-SP)
INTRODUÇÃO
Justificativas
• Liderança tecnológica na
  área de TI alavanca outras áreas
• Hardware X Software:
  – Equipamentos para videogame podem ser
    usados em outras áreas: interação (simuladores,
    tratamentos médicos, instrumentos musicais),
    imagem, mapeamento espacial (Kinect)
  – Indústria de alto valor agregado e emprego de
    capital intelectual
  – Enseja a produção de software para o hardware
    (evitando a questão da Índia)
Justificativas
• Indústria de Games é maior que a de
  Hollywood:
  http://www.tecmundo.com.br/infografico/970
  8-o-tamnho-da-industria-dos-video-games-
  infografico-.htm
O desenvolvimento da microinformática,
softwares e redes de telecomunicações
fizeram o eixo do consumo se curvar sobre
o da produção, ou seja, um computador em
que assistimos um DVD pode ser conectado
ao maquinário para operá-lo, ou o mesmo
computador em que se joga e se faz jogos,
produz softwares e websites comerciais.
Empresas analisadas
• Tectoy (1987): São Paulo/
  Zona Franca de Manaus




• Positivo Informática (1989):
  Curitiba/Polo Industrial de Ilhéus
FERRAMENTAL TEÓRICO
Instituições
• Análise institucional histórico-comparativa
• Perspectiva sociológica e de economia
  política
  – Peter Evans (Autonomia e parceria, 2005)
     • Tipologia Estado X Política Industrial
  – Alvaro Comin e Carlos Torres-Freire (Sobre a
    qualidade do crescimento, 2009)
  – Ha-Joon (Chutando a Escada, 2004)
Quanto Estado X Como Estado
• Evans procura entender as formas de
  intervenção estatal para uma Política
  Industrial
  –   Custódio
  –   Demiurgo
  –   Parteiro
  –   Pastor
HISTÓRICO DA INDÚSTRIA DE
VIDEOGAMES NO BRASIL
Level 1 (sob a Lei n. 7.232/1984)
• 1º videogame produzido: Top Game (1981)
  – Compatível com Atari
• Importação do Odissey (Philips) e do Atari
• Canal 3, Dynacom, Sayfi, CCE, Polyvox
• Concorrências: Boss:
  – Tectoy representa a Sega (1989)
  – Dynacom representa a Nintendo
• Estado parteiro imperfeito
Consoles da Tectoy
Level 2 (sob a Lei n. 8.248/1992)
• Fim da proteção industrial e da parceria
  com a Sega
• Incentivos fiscais insuficientes: assimetria
  entre empresas nacionais e multinacionais
  – Tectoy desloca sua produção para DVD
    players e karaokês
  – Produção de versões novas dos mesmos
    consoles
• Estado custódio: “A melhor política
  industrial é não ter política industrial (Malan)
Level 3 (Lei 8.248/1992 + PITCE/PDP)
• Tectoy Studios (games para celular) surge
  na incubadora CIATEC, da Unicamp
• Prestação de serviço para a sul-coreana
  Humax: produção de antenas para Sky (TV)
• Entrada da Flextronics produzindo o XBOX
• Estado parteiro imperfeito ensaiando
  pastoreio
Zeebo (3G)
MICROINFORMÁTICA
Além do desafio de aumentar a taxa de investimento, a indústria
brasileira precisa ainda solucionar dois problemas estruturais. O
primeiro deve-se a crescente perda da participação da indústria no
PIB e o segundo ao fato que o Brasil ficou à margem das mudanças
radicais nos paradigmas tecnoeconômicos (microeletrônica e
tecnologias de informação e comunicação – TICs) e da expansão do
comércio internacional ocorrida nos anos 1980.
O efeito do atraso do Brasil no investimento dos setores ligados à
microeletrônica e TICs foi a perda de competitividade industrial do
país, desarticulação das cadeias produtivas internas e a
impossibilidade de ampliar a indústria local de forma competitiva e
com maior inserção internacional. Deve-se reconhecer que houve
um início de ajuste de várias empresas em meados dos anos 1990,
muito embora este processo não tenha sido completado até o início
deste decênio e, além disso, não houve uma política de incentivo à
inovação forte e robusta até quase meados da presente década
que pudesse compensar o atraso histórico do Brasil no
investimento nesses setores modernos. (IPEA, 2010)
Positivo Informática
• Inicia produção de PCs de baixo custo
• É parte de um grupo de origem
  educacional, que inclui uma universidade
• Financiamentos do BNDES
• Em 2007, alcançou a décima posição entre
  os fabricantes de desktops no mundo
• Além dos microcomputadores, lança o
  e-reader Alfa e tablet Ypy, ainda caros
• Além do ganho na qualidade dohardware,
  vem expandindo o investimento naweb
Entrevista à UPositivo do presidente da Positivo Informática,
Hélio Rotenberg:

Eu diria que nós tivemos uma história muito empreendedora, sem
nenhum auxílio governamental. Em dois períodos captamos
dinheiro do BNDES, o que ajuda bastante, porque é um dinheiro
mais barato do que o obtido no sistema bancário, por isso
dependemos pouco do governo. [...] Mas na informática, houve
diversos benefícios do governo desde 2005, que desoneraram
ainda mais os computadores populares - no início os benefícios
eram para computadores até R$ 2500; em seguida, o desconto
foi estendido para equipamentos de até R$ 4000. Hoje não
somos um setor que possa reclamar do governo pela alta
tributação. Somos bastante desonerados, desde que cumpramos
com nossos processos produtivos locais. (Rothenberg, grifo meu)
Produtos: Positivo Informática
CONSIDERAÇÕES FINAIS
• O cenário de proteção industrial era mais
  dinâmico que o de incentivo fiscal sem PI
• Os incentivos fiscais associados a uma PI
  trouxeram:
  – Aumento de oportunidades e melhora da
    competitividade das empresas nacionais
  – Fábricas de empresas estrangeiras para
    produtos de ponta, o que pode inibir a iniciativa
    nacional, especialmente para games e tablets
• Retomada do parto com PITCE, para
  empresas já maduras, como Positivo e
  Tectoy
• Os produtos atuais ainda não estão em
  condições de competição com as líderes
  estrangeiras
• A PITCE/PDP entendeu o relacionamento
  necessário entre empresa e universidade,
  mas ainda precisa de aprofundamento
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Políticas públicas e indústria de videogames e PCs no Brasil

  • 1. Apontamentos sobre políticas públicas na produção de videogames e computadores pessoais no Brasil: Positivo Informática e Tectoy
  • 2. Miguel Augusto Rodrigues Silva • Pós-graduando em Política e Relações Internacionais pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESP-SP)
  • 4. Justificativas • Liderança tecnológica na área de TI alavanca outras áreas • Hardware X Software: – Equipamentos para videogame podem ser usados em outras áreas: interação (simuladores, tratamentos médicos, instrumentos musicais), imagem, mapeamento espacial (Kinect) – Indústria de alto valor agregado e emprego de capital intelectual – Enseja a produção de software para o hardware (evitando a questão da Índia)
  • 5. Justificativas • Indústria de Games é maior que a de Hollywood: http://www.tecmundo.com.br/infografico/970 8-o-tamnho-da-industria-dos-video-games- infografico-.htm
  • 6. O desenvolvimento da microinformática, softwares e redes de telecomunicações fizeram o eixo do consumo se curvar sobre o da produção, ou seja, um computador em que assistimos um DVD pode ser conectado ao maquinário para operá-lo, ou o mesmo computador em que se joga e se faz jogos, produz softwares e websites comerciais.
  • 7. Empresas analisadas • Tectoy (1987): São Paulo/ Zona Franca de Manaus • Positivo Informática (1989): Curitiba/Polo Industrial de Ilhéus
  • 9. Instituições • Análise institucional histórico-comparativa • Perspectiva sociológica e de economia política – Peter Evans (Autonomia e parceria, 2005) • Tipologia Estado X Política Industrial – Alvaro Comin e Carlos Torres-Freire (Sobre a qualidade do crescimento, 2009) – Ha-Joon (Chutando a Escada, 2004)
  • 10. Quanto Estado X Como Estado • Evans procura entender as formas de intervenção estatal para uma Política Industrial – Custódio – Demiurgo – Parteiro – Pastor
  • 11. HISTÓRICO DA INDÚSTRIA DE VIDEOGAMES NO BRASIL
  • 12. Level 1 (sob a Lei n. 7.232/1984) • 1º videogame produzido: Top Game (1981) – Compatível com Atari • Importação do Odissey (Philips) e do Atari • Canal 3, Dynacom, Sayfi, CCE, Polyvox • Concorrências: Boss: – Tectoy representa a Sega (1989) – Dynacom representa a Nintendo • Estado parteiro imperfeito
  • 14. Level 2 (sob a Lei n. 8.248/1992) • Fim da proteção industrial e da parceria com a Sega • Incentivos fiscais insuficientes: assimetria entre empresas nacionais e multinacionais – Tectoy desloca sua produção para DVD players e karaokês – Produção de versões novas dos mesmos consoles • Estado custódio: “A melhor política industrial é não ter política industrial (Malan)
  • 15. Level 3 (Lei 8.248/1992 + PITCE/PDP) • Tectoy Studios (games para celular) surge na incubadora CIATEC, da Unicamp • Prestação de serviço para a sul-coreana Humax: produção de antenas para Sky (TV) • Entrada da Flextronics produzindo o XBOX • Estado parteiro imperfeito ensaiando pastoreio
  • 18. Além do desafio de aumentar a taxa de investimento, a indústria brasileira precisa ainda solucionar dois problemas estruturais. O primeiro deve-se a crescente perda da participação da indústria no PIB e o segundo ao fato que o Brasil ficou à margem das mudanças radicais nos paradigmas tecnoeconômicos (microeletrônica e tecnologias de informação e comunicação – TICs) e da expansão do comércio internacional ocorrida nos anos 1980. O efeito do atraso do Brasil no investimento dos setores ligados à microeletrônica e TICs foi a perda de competitividade industrial do país, desarticulação das cadeias produtivas internas e a impossibilidade de ampliar a indústria local de forma competitiva e com maior inserção internacional. Deve-se reconhecer que houve um início de ajuste de várias empresas em meados dos anos 1990, muito embora este processo não tenha sido completado até o início deste decênio e, além disso, não houve uma política de incentivo à inovação forte e robusta até quase meados da presente década que pudesse compensar o atraso histórico do Brasil no investimento nesses setores modernos. (IPEA, 2010)
  • 19. Positivo Informática • Inicia produção de PCs de baixo custo • É parte de um grupo de origem educacional, que inclui uma universidade • Financiamentos do BNDES • Em 2007, alcançou a décima posição entre os fabricantes de desktops no mundo • Além dos microcomputadores, lança o e-reader Alfa e tablet Ypy, ainda caros • Além do ganho na qualidade dohardware, vem expandindo o investimento naweb
  • 20. Entrevista à UPositivo do presidente da Positivo Informática, Hélio Rotenberg: Eu diria que nós tivemos uma história muito empreendedora, sem nenhum auxílio governamental. Em dois períodos captamos dinheiro do BNDES, o que ajuda bastante, porque é um dinheiro mais barato do que o obtido no sistema bancário, por isso dependemos pouco do governo. [...] Mas na informática, houve diversos benefícios do governo desde 2005, que desoneraram ainda mais os computadores populares - no início os benefícios eram para computadores até R$ 2500; em seguida, o desconto foi estendido para equipamentos de até R$ 4000. Hoje não somos um setor que possa reclamar do governo pela alta tributação. Somos bastante desonerados, desde que cumpramos com nossos processos produtivos locais. (Rothenberg, grifo meu)
  • 23. • O cenário de proteção industrial era mais dinâmico que o de incentivo fiscal sem PI • Os incentivos fiscais associados a uma PI trouxeram: – Aumento de oportunidades e melhora da competitividade das empresas nacionais – Fábricas de empresas estrangeiras para produtos de ponta, o que pode inibir a iniciativa nacional, especialmente para games e tablets • Retomada do parto com PITCE, para empresas já maduras, como Positivo e Tectoy
  • 24. • Os produtos atuais ainda não estão em condições de competição com as líderes estrangeiras • A PITCE/PDP entendeu o relacionamento necessário entre empresa e universidade, mas ainda precisa de aprofundamento