A educação a distância vem crescendo rapidamente no Brasil, com o número de matrículas aumentando mais de 2000% entre 2002 e 2009. A flexibilidade da educação a distância permite que os estudantes conciliem os estudos com suas responsabilidades profissionais e familiares. Embora ainda haja alguma resistência, o mercado de trabalho tem absorvido bem os profissionais formados na educação a distância.
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A EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA CRESCE NO BRASIL
Alice Miranda de Souza
A modalidade da EaD vem crescendo muito, comprovando que possui qualidade, pois,
se isso não fosse real, não teria tanta procura nessa modalidade. O professor torna-se o
mediador, junto à presença do tutor (que interage mais diretamente com os alunos). A
Educação à Distância foi realmente uma grande conquista para todas as pessoas que precisam
de um diploma para seu desenvolvimento, tanto pessoal e profissional. Na EaD a gente estuda
mais, tudo depende de nossos esforços.
Falta de tempo, necessidade de um diploma de curso superior e mensalidades com
valores baixos. Esses são os principais motivos pelos quais cada vez mais jovens buscam a
educação à distância (EaD), modalidade de ensino que cresce em ritmo acelerado no Brasil.
De acordo com o último censo do ensino superior do Ministério da Educação (MEC), o
número de matriculas subiu de 40,7 mil matrículas em 2002, para 838,1 mil em 2009, um
aumento de 2.059%.
Ainda segundo o censo do MEC, o número de cursos à distância oferecidos no país
cresceu quase 20 vezes entre 2002 e 2009, saltando de 46 graduações abertas para 844 no
mesmo intervalo – um crescimento de 1.834% em sete anos. E esses números devem
aumentar. A previsão do MEC é que o Brasil tenha até o final do ano cerca de um milhão de
estudantes universitários matriculados em cursos à distância. Segundo o órgão, atualmente o
país contabiliza aproximadamente 870 mil estudantes nesta modalidade de ensino. O número
total de alunos matriculados será divulgado no Censo da Educação Superior, previsto para ser
apresentado ainda este ano.
Segundo Osiris Mannes Bastos, diretor acadêmico das Faculdades Fael, da Lapa, o
crescimento da procura pelo ensino à distância aumentou devido à correria que o dia a dia
impõe ás pessoas. “Hoje em dia é difícil arrumar tempo para se dedicar aos estudos. Todos
têm compromissos profissionais e familiares, enfrentam trânsito e isso contribui para o
crescimento do ensino à distância. E essa procura deve aumentar nos próximos anos”, afirma
Bastos.
Para Benhur Etelberto Gaio, diretor acadêmico das instituições de ensino superior do
Grupo Uninter, de Curitiba, a modalidade de ensino é inclusiva e por isso cresce a cada dia
que passa no Brasil. “Muitas pessoas estão distantes da sua formação profissional, seja em
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que nível for por diversas dificuldades de acesso a uma instituição de ensino: longos
deslocamentos, horário de trabalho, valor das mensalidades, entre outros”, diz Gaio.
O estudante de Ead tem alguns diferenciais. Ao contrário do curso presencial, é de
quem vai conduzir o próprio estudo, e não o professor. O estudante precisa se organizar e
dividir bem o tempo. Dados do censo 2009 da Associação Brasileira de educação á Distância
(ABED) apontam que 53,4 % dos alunos de EaD são mulheres e a faixa etária mais presente é
a que vai de 30 a 34 anos. “Também é uma modalidade de aprendizagem adequada ás pessoas
mais experientes e com necessidades de formação para aperfeiçoamento na vida profissional”,
ressalta Gaio.
A possibilidade de poder planejar os horários de estudo, podendo conciliar com
compromissos profissionais e familiares ao longo do curso, tem sido o fator principal para que
os estudantes procurem o ensino à distância. É o caso do gerente comercial, Nilton Neves, que
conclui a pós-graduação em educação na Fael. Ele afirma que a flexibilidade da carga horária
do curso pesou no momento da escolha. “Você tem a facilidade de estudar na hora que bem
entender e isso é excelente já que você planeja seu tempo de acordo com suas necessidades”,
conta.
O bancário Samuel Tavares, de Varginha, Minas Gerais, segue a mesma linha. Ele se
formou Processos Gerenciais pela Facinter e pó questão de tempo, optou por um curso à
distância. “Consegui um diploma em dois anos, fazendo as aulas quando eu podia, sem
nenhuma obrigação de horário. Então, essa questão de tempo influenciou muito na minha
escolha”, diz.
Outro fato abordado pelos dois profissionais é a questão do preço das mensalidades.
Ambos pagaram cerca de R$ 200 por mês durante os dois anos de curso. “Se você
pesquisar, uma mensalidade de qualquer faculdade ou pós-graduação não custa menos do que
500 reais. Já no EaD não paguei nem a metade disso e ainda planejava meus horários de
estudo”, afirma Neves.
O MEC determina que as instituições de ensino à distância ofereça pólos de apoio
educacionais para os cursos de formação superior. Já para os cursos de extensão e pós-
graduação, as aulas podem ser todas feitas à distância. Os meios para se assistir as aulas são
os mais variados: material impresso distribuído pelo correio, transmissão de rádio ou TV, fitas
de áudio ou de vídeo, redes de computadores, sistemas de teleconferência ou
videoconferência e até telefone.
Ao contrario do que muitos pensam, os profissionais formados através da educação à
distância têm boa receptividade do mercado de trabalho. Segundo Osiris Mannes Bastos, das
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Faculdades Fael, não existe mais uma resistência dos empregadores em dar oportunidade às
pessoas oriundas do EaD. “O mercado procura por profissionais realmente qualificados,
independente da formação. Além disso, atualmente muito dos empregadores são formados ou
já fizeram algum tipo de curso à distância”, relata.
Benhur Etelberto Gaio, do Grupo Uninter, também afirma que o mercado absorve os
profissionais oriundos do EaD e os reconhece como plenamente habilitados, mas acredita
ainda haver um pouco de resistência. “Temos setores retrógrados na nossa sociedade e,
infelizmente, as resistências estão focadas justamente em alguns conselhos de classe que
deveriam ser exatamente os primeiros a apoiar a ensino à distância como oportunidade para
pessoas que nunca conseguiriam atingir o ensino superior se dependesse de cursos na
modalidade presencial”, diz.
Para o gerente Nilton Neves, que fez pós-graduação em educação na Fael, o processo
de inclusão no mercado de trabalho ocorreu de maneira tranqüila. “Comigo não aconteceu
nenhum problema e passei na minha primeira entrevista. Acredito que não há mais aquela
resistência aos diplomas de EaD. Muito pelo contrário, o mercado está cada vez mais
acostumado com esses profissionais”, afirma.
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA
MEC – MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
ABED – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
OSIRIS MANNES BASTOS
BENHUR ETELBERTO GAIO
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