Vasos de pressão: descrição, componentes e causas de ruptura
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UNIDADE DE ENSINO SIMÕES FILHO
VASOS DE PRESSÃO
1 - DESCRIÇÃO - FINALIDADES
Os vasos usados na Indústria Petroquímica são geralmente cilindros metálicos, feitos de
chapas soldadas, com as extremidades fechadas por calotas semi-elípticas , torisféricas ou
semi-esférica. Conforme a posição em que operam, podem ser classificados em verticais ou
horizontais.
Dentre as funções dos vasos podemos citar:
- Armazenar produtos entre duas etapas diferentes do processamento.
- Funcionar como acumulador de produtos para uso em emergências e partidas.
- Regulador de fluxo, diluindo as oscilações do mesmo.
A1ém dessas funções gerais, os vasos podem ter funções especificas como Reatores ,
Decantadores , Dessalgadores , Secadores, Lavagem etc.
2 - PRINCIPAIS COMPONENTES
- Casco: composto da parte cilíndrica e tampos.
- Bocas de visita: são aberturas flangeadas, as quais permitem o acesso ao interior do vaso
para inspeção e manutenção.
- Conexões de entrada e saída de produto, de venti1ação, drenos e conexões para acessórios
(visor de nível, vá1vu1a de segurança etc.).
Nos vasos com funções específicas (secadores, reatores etc.) são encontrados outros
componentes como telas, grades, suportes para recheios, chicanas defletoras , etc., cuja
finalidade é adaptá-1o a função a que se destina.
Nos vasos de pequeno porte, em lugar de boca de visita, costuma-se ter uma das
extremidades flangeada, em vez da calota soldada.
O vaso pode ser ou não isolado termicamente, dependendo de sua temperatura (segurança) e
da necessidade ou não de mantê-lo à temperatura de processo, quer esta temperatura seja
superior ou inferior à ambiente.
3 - RUPTURA DOS VASOS
São três as principais causas que podem acarretar a destruição ou ruptura de um vaso:
- Excesso de pressão interna;
- Vácuo;
- Corrosão.
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Veremos a seguir os passos que, geralmente, são dados para proteger o equipamento ou
controlar sua deterioração a fim de permitir uma operação com segurança.
3.1 - EXCESSO DE PRESSÃO
Para impedir que o vaso suporte pressões acima daquelas para a qual foi projetado,
instala-se no corpo do mesmo uma ou mais válvulas de segurança, as quais ao atingirem o
limite de pressão para a qual foram calibradas, descarregam o excesso de produto para a
atmosfera ou sistema de "flare" fechando-se novamente ao ser restabelecida a pressão normal
de operação.
3.2 - VÁCUO
Os vasos, apesar de suportarem vários quilogramas de pressão interna, devido a sua
configuração estrutural são incapazes de resistir a pequenas depressões, a não ser que tenham
sido projetados para tal.
Em vasos de baixa pressão, que recebem produto de um sistema e alimentam outro, por meio
de uma bomba que succiona diretamente do vaso, há constante perigo de formação de vácuo,
caso a retirada de produto torne-se maior que o recebimento, devido às oscilações do
processo.
Nesses casos, costuma-se fazer injeção de gás no sistema, a fim de manter pressão positiva
dentro do vaso. A válvula que regula a vazão de gás às vezes é de movimentação manual, o
que obriga a uma constante vigilância do operador a fim de corrigir as oscilações.
3.3 - CORROSÃO
Para diminuir a corrosão que reduz a espessura das paredes do vaso costuma-se
adicionar inibidores de corrosão ao produto que flui pelo vaso, cuja função principal é formar
uma película continua e constante sobre as partes a serem protegidas, evitando assim seu
contato com o produto corrosivo.
Em paralelo a este procedimento, controla-se a perda de espessura de parede que ainda possa
ocorrer, por meio de cilindros de corrosão; soldam-se à parede interior do vaso, dois
pequenos cilindros de material resistente a corrosão (aço inoxidável) conforme o esquema da
figura abaixo.
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Com um instrumento especial, mede-se a distância L. a medida que a parede do vaso vai
sendo corroída, esta distancia (L) vai aumentando. Pode-se assim por diferença entre
leituras, calcular o valor da perda de espessura num certo período de tempo (6 meses, 1 ano,
etc.).
Idêntico procedimento é usado em outros equipamentos, como torres, onde também não é
possível a leitura direta da perda de espessura das chapas.
Além deste tipo de medição, usam-se também aparelhos ultra-sônicos e de raio "x" que dão
leituras rápidas e bastante precisas.
Como os equipamentos devem operar muitos anos sem reposição, em sua fabricação, usam-
se chapas mais grossas do que o necessário, para suportarem a pressão máxima de operação;
chama-se este acréscimo, geralmente de 3 mm, de sobre espessura para corrosão.
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CILINDROS DE CORROSÃO PAREDE DO VASO
Micrômetro de
profundidade
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