O Vitória de Setúbal derrotou o Sporting por 2-1. A equipa apresentou-se organizada e motivada, jogando de forma rápida. Defensivamente, pressionaram bem o portador da bola, apesar dos laterais terem saído de posição às vezes. Após a expulsão de um jogador, defenderam num bloco mais baixo. Ney foi fundamental em ambas as fases, merecendo ser o homem do jogo.
Análise e observação da equipa do vitória de setúbal no jogo contra sporting clube de portugal
1. Análise e observação da equipa do
Vitória de Setúbal no jogo contra
Sporting Clube de Portugal
De: João Eduardo Louro Baptista Crugeira Correia
Para: José Mota e restante equipa técnica
Local: Estádio do Bonfim
Data: 04/11/2012
Hora: 20:15
2. Dados do jogo
Resultado:
V.Setúbal 2 – 1 Sporting Clube de Portugal
(Pedro Santos 27´; Meyong 68´) (Jeffren 42´)
Onze inicial
Substituições: Disciplina:
Cristiano por Miguel Pedro aos 74´ Amarelo para: Ricardo Silva
Pedro Santos por Amoreirinha aos 79´ Nélson Pedroso
Meyong por Jorginho aos 94´ Paulo Tavares
Jorginho
Vermelho para: Miguel Lourenço
3. Organização Ofensiva
Equipa organizada em 4x3x3 (4x1x2x2x1) apresentando-se muito coesa
com enorme espírito e motivação. Procuram construir jogo de forma rápida
e explosiva, sabendo distinguir os momentos em que jogam curto e os
momentos em que jogam directo para Meyong.
A construção de jogo curto tem sempre passe para um dos centrais,
quando estes não jogam directo passam sempre num dos laterais, dando
enorme preferência ao corredor esquerdo, Pedro Queiróz recebeu poucas
bolas vindasdo corredor central. Os centrais apenas colocavam no corredor
direito quando o Ney estava no sector defensivo neste corredor. Quando os
laterais tiveram a bola procuravam jogar directamente a bola no sector
intermédio avançado do seu corredor ou directamente na zona central do
ataque. Quando o lateral entra no sector intermédio tem sempre duas linhas
de passe frontais, o extremos do lado da bola e no corredor central um dos
médio centros mais ofensivos (Paulo Tavares ou Bruno Amaro). Se for no
lado direito é mais usual ser Paulo Tavares se for no lado esquerdo é Bruno
Amaro, apesar de haver bastantes excepções à regra, muitas vezes
trocavam de lado.
Quando a organização do Vitória se encontrava na 2ª fase, a equipa já
conseguia movimentar-se muito melhor e trocar muito melhor a bola. No
momento em que o jogo se encontra num dos extremos no sector
intermédio/corredor lateral o lateral do lado da bola dá bastante
profundidade sendo mais uma solução na frente. A mobilidade que se
verificava no sector avançado era perfeita, com muitas trocas de posições
que desorientaram a defesa do Sporting. Um movimento que se repetiu
inúmeras vezes foi a troca de posições entre o ponta-de-lança e os
extremos. Esta troca foi mais acentuada e registável entre Meyong e Pedro
Santos. Bruno Amaro também aproveita muito bem esta dinâmica,
aproveitanto muitas vezes penetrando a defesa contrária.
Na 3ª fase, os jogadores no corredor lateral procuram rupturas fazendo
diagonais e procurando espaços entre centrais e entre centrais e laterais. Por
isso houve poucas situações de cruzamentos.
Importante referir que os princípios da organização ofensiva foram
cumpridos. Um outro aspecto foi a grande importância de Ney na cobertura
ofensiva, não dando margem de manobra ao Sporting quando o Vitória
perdia a posse de bola. É o tipo de jogador que pensa o jogo de uma forma
inteligente e coerente.
4. Organização Defensiva
Em organização defensiva o sistema táctico sofre algumas alterações, na
medida em que Paulo Tavares recua, tornando-se um médio defensivo
(Paulo Tavares teve um papel de box-to-box) e o mesmo acontece com os
extremos. Quando a equipa não tinha a bola verificava-se um grande crer,
vontade e obrigação em a recuperar.
Quando o Sporting se encontra na 1ª fase de construção e um dos centrais
tem a bola ninguém vai pressionar, mas se este progredir no terreno,
Meyong ou Bruno Amaro vão à contenção. Mal a bola vai para um lateral o
extremo do lado referente cai em cima. Quando a bola se encontra nesta
fase do Sporting, a nossa linha de 4 defesas está posicionada em “escada”.
Bruno Amaro tem um papel muito activo defensivamente quando a bola
se encontra no meio-campo do Sporting, pressionando bastante Rinaudo e
descaíndo sempre no lado da bola. No momento em que a bola entra no
meio-campo setúbalense Bruno Amaro deixa de ter acções defensivas e um
dos médios mais defensivos (Ney ou Paulo Tavares) pressionam o portador
da bola. Ney e Paulo Tavares não têm um lado do campo fixo, vão
alternando e estão sempre bem sincronizados. Bruno Amaro neste
momento procura já estar do lado contrário em que Paulo Tavares está a
defender, posicionando-se perto da linha do meio-campo no nosso lado
defensivo a preparar a transição.
Algo que se verificou menos bom registou-se nos momentos em que o
Sporting em organização ofensiva tinha a bola no sector
intermédio/avançado num dos corredores laterais, na medida em que
segundo a minha análise os laterais não cumprem bem a marcação zonal,
saíndo para pressionar cedo da mais e de forma inconsciente... Maior parte
das vezes eram ultrapassado, desfavorecendo o equilíbrio defensivo.
Quando um dos laterais é ultrapassado o central do lado da bola sai bem
na contenção e o lateral passa a dar cobertura. Se o lateral não chega a
tempo Ney socorre muito bem a situação. Se por outro lado, o central
também é ultrapassado é de novo Ney a “salvar” pressionando com dureza
e dificultando a acção do jogador adversário. (como é possível verificar-se
nas imagens da página seguinte)
5. Mais uma vez é necessário elogiar o trabalho defensivo que o Ney
realizou, permitindo todo o equilíbrio
6. Transições ofensivas
Assiste-se uma mudança de atitude rápida e agressiva, procurando a
progressão no terreno com velocidade. Ney ou Paulo Tavares sobem
rápidamente. Se a bola é recuperada numa zona lateral do terreno, os
jogadores procuram colocar no corredor contrário entre o sector intermédio
e o sector avançado. Se por outro lado, a bola é recuperada no corredor
central, os jogadores decidem bem, procurando o corredor mais
desfavorecido do Sporting, no momento em que perdem a bola,
normalmente era o corredor direito... Onde se encontrava Cédric.
Quando não existem possibilidades de contra-ataque rápido perdem-se
algumas bolas... Poderiam temporizar mais, mas a razão para este
acontecimento é a boa mudança de atitude que faz com que os jogadores
queiram resolver e fazer golo nos momentos de transição.
Transições do Guarda-Redes: Passe longo para as costas da defesa
Sportinguista, ou para as alas ou para o corredor central.
Transições defensivas
Mudança de atitude razoável, ficando a equipa um pouco partida e Ney o
responsável por fazer a cobertura ao lado que fica mais exposto. Pedro
Santos desce muito mais rápido e tem maiores preocupações defensivas do
que Cristiano, que não dá tudo no momento em que se perde a posse.
Outra das razões para ficar um pouco exposta neste momento do jogo
será devido aos laterais subirem bastante... O que acaba por dar maior
importância à ajuda defensiva por parte dos extremos.
10. Ponto crítico do encontro
VFC passa a jogar com 10 após expulsão de Miguel Lourenço:
Passou a defender num bloco defensivo mais baixo, colocando muitos
jogadores atrás da linha da bola. A substituição de Pedro Santos por
Amoreirinha permitiu maior coesão defensiva. Os jogadores nesta fase do
encontro foram uns guerreiros que queriam sempre recuperar a bola e fazer
de tudo para não haver desiquilíbrios que acontecem quando se joga com
menos um.
Em organização ofensiva a equipa passou a jogar em 4x4x1, colocando
só um jogador na frente.
Pontos a melhorar
1- Na organização ofensiva quando começam a atacar por um corredor
lateral e já não conseguem progredir no terreno (devido a
inferioridade numérica no corredor), os jogadores tendem a recuar a
bola para o corredor central (e bem), o jogador que recebe a bola
passa muitas vezes para o mesmo corredor... Deve haver maior
procura nas mudanças de corredor.
2- Transições defensivas o que já foi referido.
3- Na organização defensiva o desposicionamento que os laterais dão
quando a bola se encontra no nosso sector intermédio/recuado.
Homem-do-jogo
Ney- Em todos os momentos do jogo é um jogador indispensável, sabe
defender, sabe atacar e sabe quando se tem que preocupar com acções
ofensivas ou acções defensivas. Depois da semana de treinos em que
verifiquei que era “a alegria” do balneário não tenho dúvidas que é um
jogador fundamental.
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