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Jorge Barbosa
19/06/2013
T R Ê S T I P O S D E T I R A N O S
(Segundo Étienne de LA BOÉTIE - 1530-1563)
Uns governam por eleição do povo, outros pela força das armas, os últimos por sucessão de raça. Os
que adquiriram o poder pelo direito das armas comportam-se - sabemo-lo e dizemo-lo com toda a
justiça - como se estivessem num país conquistado.Aqueles que nascem reis, em geral, não são nada
melhores. Nascidos e amamentados ao seio da tirania, bebem com o leite a natureza do tirano, e
olham para os povos que lhes estão submetidos como se se tratassem de servos herdados. De
acordo com a sua tendência dominante - avaros ou pródigos -, usam o reino como herança sua.
Quanto àquele que obtém o seu poder do povo, parece que deveria ser mais suportável; Sê-lo-ia,
creio eu, se, logo que se visse a si mesmo acima de todos os outros, adulado por não sei o quê a que
chamam grandeza, decidisse não fazer nada. Considera quase sempre que o poder que lhe foi
delegado pelo povo deve ser transmitido aos seus filhos. Ora, a partir do momento em que adotam
esta opinião, é estranho ver como ultrapassam em todos os tipos de vícios, e mesmo em crueldade,
todos os outros tiranos. Não encontram melhor meio para garantir a sua tirania do que reforçar a
servidão e do mesmo modo destruir as ideias de liberdade de espírito dos seus súbditos, que sendo
de lembrança recente, depressa se apagam da sua memória. Na verdade, encontro nestes tiranos
algumas diferenças, mas de escolhas não vejo nenhuma; pois, embora cheguem ao trono por meios
diversos, o seu modo de governar é praticamente o mesmo.Aqueles que são eleitos pelo povo
tratam-no como se estivessem a domar um touro, os conquistadores, como se fossem a sua presa, os
sucessores, como se fossem um rebanho de escravos que lhes pertencem por natureza.

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  • 1. Jorge Barbosa 19/06/2013 T R Ê S T I P O S D E T I R A N O S (Segundo Étienne de LA BOÉTIE - 1530-1563) Uns governam por eleição do povo, outros pela força das armas, os últimos por sucessão de raça. Os que adquiriram o poder pelo direito das armas comportam-se - sabemo-lo e dizemo-lo com toda a justiça - como se estivessem num país conquistado.Aqueles que nascem reis, em geral, não são nada melhores. Nascidos e amamentados ao seio da tirania, bebem com o leite a natureza do tirano, e olham para os povos que lhes estão submetidos como se se tratassem de servos herdados. De acordo com a sua tendência dominante - avaros ou pródigos -, usam o reino como herança sua. Quanto àquele que obtém o seu poder do povo, parece que deveria ser mais suportável; Sê-lo-ia, creio eu, se, logo que se visse a si mesmo acima de todos os outros, adulado por não sei o quê a que chamam grandeza, decidisse não fazer nada. Considera quase sempre que o poder que lhe foi delegado pelo povo deve ser transmitido aos seus filhos. Ora, a partir do momento em que adotam esta opinião, é estranho ver como ultrapassam em todos os tipos de vícios, e mesmo em crueldade, todos os outros tiranos. Não encontram melhor meio para garantir a sua tirania do que reforçar a servidão e do mesmo modo destruir as ideias de liberdade de espírito dos seus súbditos, que sendo de lembrança recente, depressa se apagam da sua memória. Na verdade, encontro nestes tiranos algumas diferenças, mas de escolhas não vejo nenhuma; pois, embora cheguem ao trono por meios diversos, o seu modo de governar é praticamente o mesmo.Aqueles que são eleitos pelo povo tratam-no como se estivessem a domar um touro, os conquistadores, como se fossem a sua presa, os sucessores, como se fossem um rebanho de escravos que lhes pertencem por natureza.