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COMO MITIGAR OS IMPACTOS AMBIENTAIS NOS SETORES
PRODUTIVOS E NAS CIDADES
Fernando Alcoforado
Abstract - This article aims to show how to mitigate the environmental impacts in the agricultural,
livestock, industrial and oil sectors, the thermoelectric and hydroelectric plants, in nuclear power plants,
the road transport sector, rail, air transportation, waterway, maritime and pipeline and cities.
Resumo – Este artigo tem por objetivo mostrar como mitigar os impactos ambientais nos setores
agropecuário, industrial e de petróleo, nas usinas termelétricas e hidrelétricas, nas centrais elétricas
nucleares, no setor de transporte rodoviário, ferroviário, aeroviário, hidroviário, marítimo e dutoviário e
nas cidades.
Keywords - Environmental impacts on productive sectors and cities, How to
mitigate environmental impacts
Palavras chave – Impactos ambientais nos setores produtivos e nas cidades, Como
mitigar os impactos ambientais
1. Introdução
No encontro da ONU (COP22) em Marrakech, Marrocos, serão negociados os primeiros
passos da regulamentação do Acordo de Paris (COP 21) e reúne esforços globais para
frear a mudança climática no planeta que poderá ser catastrófica se nada for feito para
atenuá-la. Com o objetivo de firmar regras para estabelecer um modelo de
desenvolvimento que não agrida o sistema climático, mais de 190 países concluíram o
chamado Acordo de Paris em dezembro de 2015. Em menos de um ano, o documento
entrou em vigor depois que mais de 55 dessas nações, responsáveis por pelo menos 55%
das emissões globais, transformaram esse texto em leis nacionais.
 *Fernando Alcoforado, 76, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em
Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor
universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento
regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São
Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo,
1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do
desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de
Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento
(Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos
Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the
Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller
Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe
Planetária (P&A Gráfica e Editora, Salvador, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e
combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011),
Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012),
Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV,
Curitiba, 2015) e As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo
(Editora CRV, Curitiba, 2016). Possui blog na Internet (http://fernando.alcoforado.zip.net). E-mail:
falcoforado@uol.com.br.
2
Como já concordaram em combater o aquecimento global, os países discutirão, agora,
formas de concretizar suas metas. O objetivo da Conferência é detalhar medidas que
cada Estado nacional terá de adotar em seus territórios para conter as mudanças
climáticas. Pelo Acordo, cada país tem metas específicas a cumprir para fazer a sua
parte frente ao aquecimento global. Considerado um dos mais ambiciosos, o
compromisso brasileiro é o de cortar 37% das emissões até 2025, com indicativo de
reduzir 43% até 2030. Esse objetivo foi aprovado pelo Congresso Nacional e já tem
força de lei em território nacional.
Para alcançar o sucesso necessário no combate à mudança climática planetária, é
preciso mitigar o impacto ambiental resultante das atividades humanas. Esses impactos
ambientais ocorrem: 1) no setor agropecuário; 2) no setor industrial; 3) no setor
petróleo; 4) nas usinas termelétricas; 5) nas usinas hidrelétricas; 6) nas centrais elétricas
nucleares; 7) no setor de transporte rodoviário, ferroviário, aeroviário, hidroviário,
marítimo e duto viário; e, 8) nas cidades. Os impactos ambientais de cada um dos
setores produtivos e nas cidades e como mitigá-los estão apresentados nos próximos
capítulos.
2. Impactos ambientais da atividade agropecuária
A atividade agropecuária gera os impactos ambientais seguintes: 1) Erosão dos solos; 2)
Desertificação; 3) Assoreamento de cursos d’água; 4) Contaminação dos solos e água
por agrotóxicos, fertilizantes, medicação veterinária, detergentes e óleos, dejetos
agrícolas e outros resíduos orgânicos e micro-organismos patogênicos; 5) Monocultura;
6) Redução da biodiversidade biológica; 7) Cultivo de organismos geneticamente
modificados; 8) Diminuição de áreas de vegetação nativa; 9) Desmatamento; 10)
Queimadas e emissão de CO2; 11) Superlotação e degradação de pastagens; 12)
Emissão de metano pelo gado. Os impactos ambientais da atividade agropecuária
podem ser eliminados ou minimizados com a adoção de políticas governamentais
ambientalmente saudáveis e de medidas de fiscalização e penalização dos responsáveis
pelo seu descumprimento. Alguns resíduos podem ser reutilizados ou reaproveitados
através da logística reversa.
3. Impactos ambientais da indústria
É muito variado o processo de produção industrial o que gera grande variedade de
resíduos sólidos, líquidos e gasosos. Diferentes são as indústrias e também os processos
por elas utilizados e os dejetos resultantes. A liberação de resíduos ou produtos “não
necessários” da indústria para o ambiente pode causar a poluição do ar, da água e do
solo. No Brasil, a indústria vem reduzindo a poluição do ar, porém o descarte indevido e
ilegal em locais clandestinos tem provocado uma considerável poluição do solo e
contaminando as águas de superfícies, bem como as subterrâneas (lençóis freáticos). Os
impactos ambientais da atividade industrial podem ser eliminados ou minimizados com
a adoção de políticas governamentais ambientalmente saudáveis e de medidas de
fiscalização e penalização dos responsáveis pelo seu descumprimento. Alguns resíduos
podem ser reutilizados ou reaproveitados através da logística reversa. Os impactos
ambientais dos rejeitos da indústria de mineração podem ser eliminados ou minimizados
com o fim desta atividade produtiva ou a redução do consumo de seus produtos com o
uso de metais de produtos já utilizados e descartados com base na logística reversa.
4. Impactos ambientais do setor de petróleo
3
O setor petrolífero é responsável por 75% do dióxido de carbono lançado à atmosfera,
41% do chumbo, 85% das emissões de enxofre e cerca de 76% dos óxidos de
nitrogênio. O consumo de derivados de petróleo pelo setor de transporte (automóveis e
caminhões) é o que apresenta a maior contribuição para a degradação do meio ambiente
em nível local e global. Estima-se que 50% dos hidrocarbonetos emitidos em áreas
urbanas e aproximadamente 25% do total das emissões de todo dióxido de carbono
gerado no mundo, resultem das atividades desenvolvidas com os sistemas de transporte.
Um dos mais complexos e maiores efeitos das emissões do setor de petróleo são os
problemas globais relacionados com as mudanças climáticas. O acúmulo de gases,
como o dióxido de carbono na atmosfera, acentua o efeito estufa natural do ecossistema
terrestre a ponto de romper os padrões de clima que condicionam a vida humana, de
animais, peixes, agricultura, vegetação, etc. Os impactos ambientais do setor petróleo
podem ser eliminados ou minimizados com a eliminação ou redução do consumo de
derivados de petróleo como combustível que deve implicar na utilização de substitutos
para a gasolina e o óleo diesel no setor de transporte e para o óleo combustível na
indústria. Entre os substitutos da gasolina e do óleo diesel no setor de transporte podem
ser citados o etanol e o biodiesel em curto prazo e o hidrogênio a médio e longo prazo.
O substituto do óleo combustível mais apropriado na indústria seria o gás natural pelo
fato de ser a fonte fóssil mais limpa entre os combustíveis fósseis.
5. Impactos ambientais das usinas termelétricas
A produção de eletricidade em usinas termelétricas representa em escala mundial cerca
de um terço das emissões antropogênicas de dióxido de carbono, sendo seguida pelas
emissões do setor de transporte e industrial. Os principais combustíveis utilizados em
todo o mundo são o carvão, derivados de petróleo e, crescentemente, o gás natural.
Existem ainda outros tipos de usinas termelétricas que queimam resíduos de biomassa
(lenha, bagaço) e até mesmo lixo urbano. É importante notar também que houve
bastante progresso com relação ao aumento da eficiência de usinas termelétricas através
da introdução de tecnologias de cogeração e turbinas a gás. As possibilidades de
gaseificação de carvão, madeira e resíduos agrícolas oferecem novas oportunidades de
usinas mais eficientes e com menores impactos sobre o meio ambiente do que as
convencionais. Os impactos ambientais das usinas termelétricas podem ser eliminados
ou minimizados com a substituição de combustíveis fósseis pela biomassa e das
termelétricas por usinas hidrelétricas e eólicas.
6. Impactos ambientais das usinas hidrelétricas
Muitas vezes faz-se referência à hidroeletricidade como sendo uma fonte "limpa" e de
pouco impacto ambiental. Embora a construção de reservatórios, grandes ou pequenos,
tenha trazido enormes benefícios para o Brasil, ajudando a regularizar enchentes,
promover irrigação e navegabilidade de rios, eles também trazem impactos irreversíveis
ao meio ambiente. Isso é especialmente verdadeiro no caso de grandes reservatórios.
Existem problemas com mudanças na composição e propriedades químicas da água,
mudanças na temperatura, concentração de sedimentos, e outras modificações que
ocasionam problemas para a manutenção de ecossistemas à jusante dos grandes
reservatórios. Esses empreendimentos, mesmo bem controlados, têm tido impactos na
manutenção da diversidade de espécies (fauna e flora) e afetado a densidade de
populações de peixes, mudando ciclos de reprodução. As hidrelétricas podem contribuir
também para a destruição da floresta como na Amazônia, além de afetar populações
residentes em áreas sujeitas à inundação. Os impactos ambientais das usinas
4
hidrelétricas podem ser eliminados ou minimizados com a implantação de usinas
hidrelétricas de pequeno e médio porte distribuídas ao longo de vários cursos d´água e
com o uso de fontes renováveis de energia (solar, eólica e biomassa) na geração de
eletricidade.
7. Impactos ambientais das centrais elétricas nucleares
A energia nuclear é aquela que mais tem chamado atenção quanto aos seus impactos ao
meio ambiente e à saúde humana. São três os principais problemas ambientais dessa
fonte de energia. O primeiro é a manipulação de material radioativo no processo de
produção de combustível nuclear e nos reatores nucleares, com riscos de vazamentos e
acidentes. O segundo problema está relacionado com a possibilidade de desvios
clandestinos de material nuclear para utilização em armamentos, por exemplo,
acentuando riscos de proliferação nuclear. Finalmente, existe o grave problema de
armazenamento dos rejeitos radioativos das usinas. Já houve substancial progresso no
desenvolvimento de tecnologias que diminuem os riscos de contaminação radioativa por
acidente com reatores nucleares, aumentando consideravelmente o nível de segurança
desse tipo de usina, mas ainda não se apresentam soluções satisfatórias e aceitáveis para
o problema do lixo atômico. Os impactos ambientais das centrais elétricas nucleares
podem ser eliminados com sua substituição por usinas hidrelétricas, eólicas e
termelétricas que utilizem biomassa.
8. Impactos ambientais do setor de transporte
São seis os modais de transporte: 1) Rodoviário; 2) Ferroviário; 3) Aeroviário; 4)
Hidroviário; 5) Marítimo; 6) Dutoviário. No mundo, o setor de transportes é
responsável por 23% das emissões mundiais de gases do efeito estufa. Emissões de
gases do setor de transportes veem aumentando mais do que as dos demais setores
relacionados ao consumo de energia, com o transporte de cargas aumentando mais do
que o de passageiros. 90 % das mercadorias são transportadas pelos oceanos. A
navegação contribui com menos de 10% das emissões de gases do setor de transportes.
Impactos ambientais das rodovias: 1) Grande efeito poluidor dos gases liberados pelos
escapamentos dos automóveis e caminhões; 2) Retirada e transferência de enormes
quantidades de terra; 3) Desmatamento; 4) Alterações na forma de escoamento das
águas; 5) Assoreamento de rios; 6) Construção de pontes para a travessia de biomas; e,
7) Expansão urbana. Os impactos ambientais das rodovias podem ser minimizados com
a fabricação de veículos automotores mais eficientes, a substituição da gasolina e do
óleo diesel pelo álcool, diesel vegetal e hidrogênio nos veículos automotores, o traçado
de projetos rodoviários menos agressivos ao meio ambiente e sua substituição por de
ferrovias e hidrovias onde for possível.
Impactos ambientais das ferrovias: 1) Desmatamento de áreas; 2) Remoção de terra para
nivelamento dos trilhos; 3) Alterações na forma de escoamento das águas; 4)
Devastação de áreas já beneficiadas para agricultura e pecuária; 5) Construção de pontes
para a travessia de biomas. Os impactos ambientais das ferrovias podem ser
minimizados com o uso de locomotivas mais eficientes e movidas com eletricidade, o
traçado de projetos ferroviários menos agressivos ao meio ambiente e a implantação em
maior escala de hidrovias onde for possível.
Impactos ambientais do transporte aéreo: 1) O impacto ambiental da aviação ocorre
porque os motores de aviões emitem ruídos, partículas e gases que contribuem para as
5
mudanças climáticas; 2) A indústria da aviação contribui também com as emissões dos
veículos internos aos aeroportos e daqueles utilizados pelos passageiros e funcionários
que para eles se dirigem, bem como com as emissões geradas pela produção de energia
utilizada nos edifícios dos aeroportos, a fabricação de aeronaves e construção de
infraestrutura aeroportuária; 3) O setor aéreo responde por cerca de 2% das emissões de
dióxido de carbono do mundo, com previsão para que este número cresça para 3% até
2050; 4) As emissões de gases do efeito estufa provenientes da aviação cresceram 87%
entre 1990 e 2006. Os impactos ambientais das aeronaves podem ser minimizados com
a elaboração de projetos de aeronaves mais eficientes e movidas a hidrogênio, de
veículos automotores mais eficientes e movidos a álcool e biodiesel para utilização nos
aeroportos e pelos passageiros em seus deslocamentos e projetos da infraestrutura
aeroportuária afastada de áreas urbanas e que utilizem energia renovável (solar, eólica e
biomassa).
Impactos ambientais do transporte hidroviário: 1) Riscos de acidentes com a
embarcação; 2) Transporte de cargas perigosas; and, 3) Derramamento de combustíveis
(derivados de petróleo e álcool) e cargas químicas nas vias navegáveis causam grandes
impactos ambientais e prejuízos imensuráveis aos ecossistemas da área de influência do
derramamento, além de por em risco a saúde humana por meio da contaminação do solo
e das águas. Os impactos ambientais das hidrovias podem ser minimizados com a
fabricação de embarcações mais eficientes e de movidas a biodiesel em substituição ao
óleo diesel.
Impactos ambientais do transporte marítimo: 1) Riscos de acidentes com a embarcação;
2) Transporte de cargas perigosas; 3) Derramamento de combustíveis e cargas químicas;
3) Derramamento de água de lastro; 4) Hidrocarbonetos e Derramamento de águas
oleosas; 5) Derramamento de Águas residuais; 6) Derramamento de Águas cinzas; 7)
Resíduos sólidos; e, 8) Emissões dos motores (CO2, NOx, SO2 e material particulado).
Os impactos ambientais do transporte marítimo podem ser minimizados com a
fabricação de embarcações mais eficientes movidas a biodiesel em substituição ao óleo
diesel.
Impactos ambientais do transporte dutoviário: 1) Movimento de terra provocado pela
realização de cortes e aterros; 2) Retirada da vegetação, implantação de canteiros de
obra, escavações de trincheiras, cortes e construção de aterros, desbarrancamentos; 3)
Geração de diversos resíduos; 4) Interferências sobre os Remanescentes Florestais; 5)
Interferências sobre a Fauna Silvestre; 6) Assoreamento de Corpos Hídricos; 7)
Intensificação dos Processos Erosivos; 8) Aumento Potencial do Risco Geotécnico; 9)
Alteração do Uso do Solo Devido a Restrições de Uso das Faixas de Dutos; 10)
Interferências sobre Infraestruturas Hidráulica, Energética e Viária; 11) Interferências
sobre o Fluxo Rodoviário dos Municípios das Áreas de Influência. As dutovias
possibilitam o transporte de 1) Petróleo e seus derivados (oleodutos); 2) Gás Natural
(gasodutos); 3) Minério, cimento e cereais (minerodutos ou polidutos); 4) Carvão e
resíduos sólidos (minerodutos); 5) Águas Servidas – esgoto (dutos de esgoto); 6) Água
Potável (dutos de água). Os impactos ambientais das dutovias podem ser minimizados
com a elaboração de traçados de projetos dutoviários menos agressivos ao meio
ambiente.
9. Impactos ambientais nas cidades
6
Impactos ambientais nas cidades: 1) Poluição sonora; 2) Poluição visual; 3) Poluição do
ar; 4) Desmatamentos; 5) Excesso de consumo e desperdício de água; 6) Poluição dos
mananciais por resíduos domésticos e industriais; 7) Congestionamentos frequentes de
veículos; 8) Ocupação desordenada do solo urbano; e, 9) Verticalização das edificações.
Os impactos ambientais nas cidades podem ser eliminados ou minimizados com a
adoção de políticas públicas eficazes para eliminar os 9 impactos ambientais acima
descritos, bem como o planejamento urbano baseado nos princípios de cidades
sustentáveis que pressupõe a reorganização racional dos espaços, a eliminação de
deseconomias de aglomeração, a obtenção de economias de energia nas edificações, nas
indústrias e nos meios de transporte em geral e maior rendimento nos veículos
automotores e equipamentos de usos domésticos e industriais, a substituição da gasolina
pelo álcool e o óleo diesel nos veículos automotores, o uso de carros elétricos, a
obtenção de economia de iluminação, refrigeração e calefação nas edificações, a
modelagem das indústrias no sentido de requererem o mínimo de recursos energéticos e
matérias-primas, contemplando também a autoprodução de energia com o uso de
resíduos de seus processos de produção, a utilização de novas alternativas de transporte
desde a bicicleta até aqueles de alta capacidade baseadas em ferrovias como o VLT e
metrô, dentre outras iniciativas, o combate à poluição da terra, do ar e da água nas
cidades, a redução de desperdícios com a reciclagem dos materiais atualmente utilizados
e descartados com base na logística reversa e a redução das desigualdades sociais.
10. A Logística reversa para reciclagem dos materiais utilizados e descartados
Todo empreendimento humano gera impacto ambiental, em maior ou menor escala, seja
em sua implantação, seja na operação. Entre os impactos ambientais resultantes,
destacam-se o descarte de resíduos durante a implantação e de produtos e resíduos
durante a operação dos empreendimentos descritos a seguir:
 Rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, oleodutos, gasodutos, minero dutos, troncos
coletores e emissários de esgoto
 Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária,
inclusive a instalação de parques eólicos
 Linhas de transmissão de energia elétrica
 Obras hidráulicas para fins de saneamento, drenagem, irrigação, retificação de
curso d'água, transposição de bacias, canais de navegação, hidrelétricas, diques
 Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão, gás natural) e minério em
terra e no mar
 Transporte aéreo, marítimo, rodoviário, ferroviário, hidroviário e dutoviário
 Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos
 Complexos e unidades industriais (petroquímicas, siderúrgicas, cloroquimicas) e
agroindustriais (destilarias de álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hídricos)
 Distritos industriais e zonas estritamente industriais
 Produção agroindustrial
 Exploração econômica de madeira ou de lenha
 Projetos urbanísticos
Os produtos descartados e resíduos provenientes desses empreendimentos podem ser
sólidos, líquidos e gasosos. Para combater a poluição da terra, do ar e da água na cidade
e na zona rural, é preciso efetuar a reciclagem dos produtos atualmente utilizados e
descartados e dos resíduos. Nessa perspectiva, os produtos atualmente utilizados e
7
descartados e os resíduos, quando usados nas diversas aplicações, devem ser, em
primeiro lugar, reciclados para formarem um novo produto com o uso da logística
reversa, em segundo lugar, queimados de modo a extrair toda a energia que contenham,
sobretudo no caso dos resíduos gasosos, e, apenas em última instância, devem ser
removidos para um aterro sanitário no caso dos resíduos sólidos e lançados em lagos,
rios e oceano após o devido tratamento no caso de resíduos líquidos.
10.1- O conceito de logística
Logística é um ramo da Administração cujas atividades estão voltadas para o
planejamento da armazenagem, circulação (terra, ar e mar) e distribuição de produtos.
Um dos objetivos mais importantes da logística é conseguir criar mecanismos para
entregar os produtos ao destino final no tempo mais curto possível, contribuindo para
reduzir os custos. Para isso, devem ser estudadas rotas de circulação, meios de
transportes, locais de armazenagem (depósitos) entre outros fatores que influenciam na
logística.
Com a mundialização do capital, sobretudo a partir da Revolução Industrial, a logística
tornou-se cada vez mais importante para as empresas num mercado competitivo. Isto
ocorreu, pois a quantidade de mercadorias produzidas e consumidas aumentou muito,
assim como o comércio mundial. Nos dias de hoje, com a globalização da economia, os
conhecimentos de logística são de fundamental importância para as empresas. Nos
últimos anos, a Logística Empresarial vem sofrendo constante evolução, sendo
considerada um dos principais elementos utilizados na elaboração do planejamento
estratégico, e muitas vezes é responsável por enorme geração de vantagem competitiva
das empresas.
10.2- O conceito de logística reversa
A partir da década de 1990, com a constante preocupação sobre a utilização dos
recursos naturais, assim como o acúmulo de resíduos industriais nos grandes centros, as
grandes empresas foram responsabilizadas pela sociedade por este problema. As
grandes organizações passaram a ter uma nova preocupação; como seria possível
encontrar a resolução deste problema sem gerar aumento de custos e despesas? Com o
advento deste cenário surgiu o conceito de Logística Reversa.
Define-se como Logística Reversa, a área que planeja, opera e controla o fluxo, e as
informações logísticas correspondentes ao retorno dos bens de pós-venda e de pós-
consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, através dos Canais de Distribuição
Reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal,
competitivo, de imagem corporativa, dentre outros.
Enquanto a Logística Tradicional trata do fluxo dos produtos da fabrica para o cliente, a
Logística Reversa trata do retorno de produtos, materiais e peças do consumidor final ao
processo produtivo da empresa. Devido à severa legislação ambiental existente e
também pela grande influência da sociedade e de organizações não governamentais, as
empresas estão adotando a utilização de um percentual maior de material reciclado ao
seu processo produtivo, assim como também passaram a adotar procedimentos para o
correto descarte dos produtos que não possam ser reutilizados ou reciclados.
8
A logística reversa é a área da logística que trata, portanto, do retorno de produtos,
embalagens ou materiais ao seu centro produtivo, conforme está apresentada na Figura
1 a seguir. A logística reversa no processo de reciclagem faz com que os materiais
retornem a diferentes centros produtivos em forma de matéria prima. Atividades da
administração da logística reversa preveem o reaproveitamento e remoção de refugo e a
administração de devoluções.
Figura 1- Logística reversa
Em várias empresas, foi demonstrado que um pequeno investimento no gerenciamento
da Logística Reversa resulta em economias substanciais. A Logística Reversa é a última
fronteira em redução de custos. A logística reversa aplica-se a todos os fluxos físicos
inversos, isto é, do ponto de consumo até à origem ou deposição em local seguro de
embalagens, produtos em fim de vida, devoluções, etc., tendo as mais variadas áreas de
aplicação.
Os fluxos físicos de sentido inverso estão ligados às novas indústrias de
reaproveitamento de produtos ou materiais em fim de ciclo de vida, tais como:
desperdícios e detritos, transformação de certos tipos de lixo, produtos deteriorados ou
objeto de reclamação e consequente devolução, retorno de embalagens utilizadas e a
reciclar, veículos e outros tipos de equipamentos em fim de vida.
Empresas incentivadas pelas Normas ISO 14000 e preocupadas com a gestão ambiental,
também conhecida como "logística verde", começaram a reciclar materiais e
embalagens descartáveis, como latas de alumínio, garrafas plásticas e caixas de papelão,
entre outras, que passaram a se destacar como matéria-prima e deixaram de ser tratadas
como lixo.
10.3- Aplicações da logística reversa
A questão principal da Logística Reversa é a viabilização do retorno de bens através de
sua reinserção no ciclo de produção ou de negócios e para que isso ocorra, faz-se
necessário que se desenvolva numa primeira etapa a análise destes bens de pós-venda e
de pós-consumo no intuito de definir o estado destes bens e determinar o processo no
qual deverá ser submetido. Os materiais podem retornar ao fornecedor ou podem ser
9
revendidos se ainda estiverem em condições adequadas de comercialização. Além disso,
os bens podem ser recondicionados, ou reciclados, portanto, um produto só é descartado
em último caso.
A Logística Reversa de Pós-venda é uma área de atuação da Logística Reversa que se
ocupa do equacionamento e operacionalização do fluxo físico e das informações
logísticas correspondentes de bens de pós-venda, sem uso ou com pouco uso, que por
diferentes motivos retornam aos diferentes elos da cadeia de distribuição direta, que se
constituem uma parte dos Canais Reversos pelo qual fluem estes produtos. Seu objetivo
estratégico é o de agregar valor a um produto logístico que é devolvido por razões
comerciais, erros no processamento dos pedidos, garantia dada pelo fabricante, defeitos
ou falhas de funcionamento no produto, avarias no transporte, entre outros motivos.
Por sua vez, a Logística Reversa de Pós-consumo é uma área de atuação da Logística
Reversa que equaciona e operacionaliza o fluxo físico e as informações correspondentes
de bens de pós-consumo descartados pela sociedade em geral que retornam ao ciclo de
negócios ou ao ciclo produtivo através de canais de distribuição reversos específicos.
Constituem-se bens de pós-consumo os produtos em fim de vida útil ou usados com
possibilidade de utilização e os resíduos industriais em geral. Seu objetivo estratégico é
o de agregar valor a um produto logístico constituído por bens inservíveis ao
proprietário original, ou que ainda possuam condições de utilização, por produtos
descartados por terem atingido o fim de vida útil e por resíduos industriais. Estes
produtos de pós-consumo poderão se originar de bens duráveis ou descartáveis e
fluírem por canais reversos de Reuso, Desmanche, Reciclagem até a destinação final.
10.4- Benefícios da logística reversa
Ganhos financeiros e logísticos são apenas alguns dos benefícios que a logística reversa
é capaz de proporcionar. Há também os ganhos à imagem institucional da organização
por adotar uma postura ecologicamente correta, atraindo a atenção e preferência não só
de clientes, mas também dos consumidores finais. As iniciativas relacionadas à logística
reversa têm trazido consideráveis retornos para as empresas. Economias com a
utilização de embalagens retornáveis ou com o reaproveitamento de materiais para
produção têm trazido ganhos que estimulam cada vez mais novas iniciativas.
O reaproveitamento de materiais é um dos processos que fazem parte da dinâmica da
logística reversa, e é um dos aspectos que mais possibilidades possuem para se agregar
valor aos materiais retornáveis no processo inverso. A utilização da logística reversa
como forma de diferencial competitivo é muito importante para a empresa. A obtenção
de vantagem competitiva é um dos principais fatores que levam as organizações a
implementarem o processo reverso de distribuição.
BIBLIOGRAFIA
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combate ao aquecimento global Santa Cruz do Rio Pardo/ São Paulo: Viena- Editora e
Gráfica, 2011.
__________________________Aquecimento global e catástrofe planetária.
Salvador: P&A Gráfica e Editora, 2010.
10
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ano VI,2004, Salvador.
MORAES, Orozimbo. Economia ambiental. São Paulo: Centauro, 2009.
PEDRÃO, Fernando, A sustentabilidade social e ambiental, Revista de
Desenvolvimento Econômico, ano IV, n.6, Salvador, 2002.
RAZZOLINI FILHO, Edelvino, BERTÉ, Rodrigo. O reverso da logística e as
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Garamond, 2008.

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Como mitigar impactos ambientais em setores e cidades

  • 1. 1 COMO MITIGAR OS IMPACTOS AMBIENTAIS NOS SETORES PRODUTIVOS E NAS CIDADES Fernando Alcoforado Abstract - This article aims to show how to mitigate the environmental impacts in the agricultural, livestock, industrial and oil sectors, the thermoelectric and hydroelectric plants, in nuclear power plants, the road transport sector, rail, air transportation, waterway, maritime and pipeline and cities. Resumo – Este artigo tem por objetivo mostrar como mitigar os impactos ambientais nos setores agropecuário, industrial e de petróleo, nas usinas termelétricas e hidrelétricas, nas centrais elétricas nucleares, no setor de transporte rodoviário, ferroviário, aeroviário, hidroviário, marítimo e dutoviário e nas cidades. Keywords - Environmental impacts on productive sectors and cities, How to mitigate environmental impacts Palavras chave – Impactos ambientais nos setores produtivos e nas cidades, Como mitigar os impactos ambientais 1. Introdução No encontro da ONU (COP22) em Marrakech, Marrocos, serão negociados os primeiros passos da regulamentação do Acordo de Paris (COP 21) e reúne esforços globais para frear a mudança climática no planeta que poderá ser catastrófica se nada for feito para atenuá-la. Com o objetivo de firmar regras para estabelecer um modelo de desenvolvimento que não agrida o sistema climático, mais de 190 países concluíram o chamado Acordo de Paris em dezembro de 2015. Em menos de um ano, o documento entrou em vigor depois que mais de 55 dessas nações, responsáveis por pelo menos 55% das emissões globais, transformaram esse texto em leis nacionais.  *Fernando Alcoforado, 76, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (P&A Gráfica e Editora, Salvador, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015) e As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016). Possui blog na Internet (http://fernando.alcoforado.zip.net). E-mail: falcoforado@uol.com.br.
  • 2. 2 Como já concordaram em combater o aquecimento global, os países discutirão, agora, formas de concretizar suas metas. O objetivo da Conferência é detalhar medidas que cada Estado nacional terá de adotar em seus territórios para conter as mudanças climáticas. Pelo Acordo, cada país tem metas específicas a cumprir para fazer a sua parte frente ao aquecimento global. Considerado um dos mais ambiciosos, o compromisso brasileiro é o de cortar 37% das emissões até 2025, com indicativo de reduzir 43% até 2030. Esse objetivo foi aprovado pelo Congresso Nacional e já tem força de lei em território nacional. Para alcançar o sucesso necessário no combate à mudança climática planetária, é preciso mitigar o impacto ambiental resultante das atividades humanas. Esses impactos ambientais ocorrem: 1) no setor agropecuário; 2) no setor industrial; 3) no setor petróleo; 4) nas usinas termelétricas; 5) nas usinas hidrelétricas; 6) nas centrais elétricas nucleares; 7) no setor de transporte rodoviário, ferroviário, aeroviário, hidroviário, marítimo e duto viário; e, 8) nas cidades. Os impactos ambientais de cada um dos setores produtivos e nas cidades e como mitigá-los estão apresentados nos próximos capítulos. 2. Impactos ambientais da atividade agropecuária A atividade agropecuária gera os impactos ambientais seguintes: 1) Erosão dos solos; 2) Desertificação; 3) Assoreamento de cursos d’água; 4) Contaminação dos solos e água por agrotóxicos, fertilizantes, medicação veterinária, detergentes e óleos, dejetos agrícolas e outros resíduos orgânicos e micro-organismos patogênicos; 5) Monocultura; 6) Redução da biodiversidade biológica; 7) Cultivo de organismos geneticamente modificados; 8) Diminuição de áreas de vegetação nativa; 9) Desmatamento; 10) Queimadas e emissão de CO2; 11) Superlotação e degradação de pastagens; 12) Emissão de metano pelo gado. Os impactos ambientais da atividade agropecuária podem ser eliminados ou minimizados com a adoção de políticas governamentais ambientalmente saudáveis e de medidas de fiscalização e penalização dos responsáveis pelo seu descumprimento. Alguns resíduos podem ser reutilizados ou reaproveitados através da logística reversa. 3. Impactos ambientais da indústria É muito variado o processo de produção industrial o que gera grande variedade de resíduos sólidos, líquidos e gasosos. Diferentes são as indústrias e também os processos por elas utilizados e os dejetos resultantes. A liberação de resíduos ou produtos “não necessários” da indústria para o ambiente pode causar a poluição do ar, da água e do solo. No Brasil, a indústria vem reduzindo a poluição do ar, porém o descarte indevido e ilegal em locais clandestinos tem provocado uma considerável poluição do solo e contaminando as águas de superfícies, bem como as subterrâneas (lençóis freáticos). Os impactos ambientais da atividade industrial podem ser eliminados ou minimizados com a adoção de políticas governamentais ambientalmente saudáveis e de medidas de fiscalização e penalização dos responsáveis pelo seu descumprimento. Alguns resíduos podem ser reutilizados ou reaproveitados através da logística reversa. Os impactos ambientais dos rejeitos da indústria de mineração podem ser eliminados ou minimizados com o fim desta atividade produtiva ou a redução do consumo de seus produtos com o uso de metais de produtos já utilizados e descartados com base na logística reversa. 4. Impactos ambientais do setor de petróleo
  • 3. 3 O setor petrolífero é responsável por 75% do dióxido de carbono lançado à atmosfera, 41% do chumbo, 85% das emissões de enxofre e cerca de 76% dos óxidos de nitrogênio. O consumo de derivados de petróleo pelo setor de transporte (automóveis e caminhões) é o que apresenta a maior contribuição para a degradação do meio ambiente em nível local e global. Estima-se que 50% dos hidrocarbonetos emitidos em áreas urbanas e aproximadamente 25% do total das emissões de todo dióxido de carbono gerado no mundo, resultem das atividades desenvolvidas com os sistemas de transporte. Um dos mais complexos e maiores efeitos das emissões do setor de petróleo são os problemas globais relacionados com as mudanças climáticas. O acúmulo de gases, como o dióxido de carbono na atmosfera, acentua o efeito estufa natural do ecossistema terrestre a ponto de romper os padrões de clima que condicionam a vida humana, de animais, peixes, agricultura, vegetação, etc. Os impactos ambientais do setor petróleo podem ser eliminados ou minimizados com a eliminação ou redução do consumo de derivados de petróleo como combustível que deve implicar na utilização de substitutos para a gasolina e o óleo diesel no setor de transporte e para o óleo combustível na indústria. Entre os substitutos da gasolina e do óleo diesel no setor de transporte podem ser citados o etanol e o biodiesel em curto prazo e o hidrogênio a médio e longo prazo. O substituto do óleo combustível mais apropriado na indústria seria o gás natural pelo fato de ser a fonte fóssil mais limpa entre os combustíveis fósseis. 5. Impactos ambientais das usinas termelétricas A produção de eletricidade em usinas termelétricas representa em escala mundial cerca de um terço das emissões antropogênicas de dióxido de carbono, sendo seguida pelas emissões do setor de transporte e industrial. Os principais combustíveis utilizados em todo o mundo são o carvão, derivados de petróleo e, crescentemente, o gás natural. Existem ainda outros tipos de usinas termelétricas que queimam resíduos de biomassa (lenha, bagaço) e até mesmo lixo urbano. É importante notar também que houve bastante progresso com relação ao aumento da eficiência de usinas termelétricas através da introdução de tecnologias de cogeração e turbinas a gás. As possibilidades de gaseificação de carvão, madeira e resíduos agrícolas oferecem novas oportunidades de usinas mais eficientes e com menores impactos sobre o meio ambiente do que as convencionais. Os impactos ambientais das usinas termelétricas podem ser eliminados ou minimizados com a substituição de combustíveis fósseis pela biomassa e das termelétricas por usinas hidrelétricas e eólicas. 6. Impactos ambientais das usinas hidrelétricas Muitas vezes faz-se referência à hidroeletricidade como sendo uma fonte "limpa" e de pouco impacto ambiental. Embora a construção de reservatórios, grandes ou pequenos, tenha trazido enormes benefícios para o Brasil, ajudando a regularizar enchentes, promover irrigação e navegabilidade de rios, eles também trazem impactos irreversíveis ao meio ambiente. Isso é especialmente verdadeiro no caso de grandes reservatórios. Existem problemas com mudanças na composição e propriedades químicas da água, mudanças na temperatura, concentração de sedimentos, e outras modificações que ocasionam problemas para a manutenção de ecossistemas à jusante dos grandes reservatórios. Esses empreendimentos, mesmo bem controlados, têm tido impactos na manutenção da diversidade de espécies (fauna e flora) e afetado a densidade de populações de peixes, mudando ciclos de reprodução. As hidrelétricas podem contribuir também para a destruição da floresta como na Amazônia, além de afetar populações residentes em áreas sujeitas à inundação. Os impactos ambientais das usinas
  • 4. 4 hidrelétricas podem ser eliminados ou minimizados com a implantação de usinas hidrelétricas de pequeno e médio porte distribuídas ao longo de vários cursos d´água e com o uso de fontes renováveis de energia (solar, eólica e biomassa) na geração de eletricidade. 7. Impactos ambientais das centrais elétricas nucleares A energia nuclear é aquela que mais tem chamado atenção quanto aos seus impactos ao meio ambiente e à saúde humana. São três os principais problemas ambientais dessa fonte de energia. O primeiro é a manipulação de material radioativo no processo de produção de combustível nuclear e nos reatores nucleares, com riscos de vazamentos e acidentes. O segundo problema está relacionado com a possibilidade de desvios clandestinos de material nuclear para utilização em armamentos, por exemplo, acentuando riscos de proliferação nuclear. Finalmente, existe o grave problema de armazenamento dos rejeitos radioativos das usinas. Já houve substancial progresso no desenvolvimento de tecnologias que diminuem os riscos de contaminação radioativa por acidente com reatores nucleares, aumentando consideravelmente o nível de segurança desse tipo de usina, mas ainda não se apresentam soluções satisfatórias e aceitáveis para o problema do lixo atômico. Os impactos ambientais das centrais elétricas nucleares podem ser eliminados com sua substituição por usinas hidrelétricas, eólicas e termelétricas que utilizem biomassa. 8. Impactos ambientais do setor de transporte São seis os modais de transporte: 1) Rodoviário; 2) Ferroviário; 3) Aeroviário; 4) Hidroviário; 5) Marítimo; 6) Dutoviário. No mundo, o setor de transportes é responsável por 23% das emissões mundiais de gases do efeito estufa. Emissões de gases do setor de transportes veem aumentando mais do que as dos demais setores relacionados ao consumo de energia, com o transporte de cargas aumentando mais do que o de passageiros. 90 % das mercadorias são transportadas pelos oceanos. A navegação contribui com menos de 10% das emissões de gases do setor de transportes. Impactos ambientais das rodovias: 1) Grande efeito poluidor dos gases liberados pelos escapamentos dos automóveis e caminhões; 2) Retirada e transferência de enormes quantidades de terra; 3) Desmatamento; 4) Alterações na forma de escoamento das águas; 5) Assoreamento de rios; 6) Construção de pontes para a travessia de biomas; e, 7) Expansão urbana. Os impactos ambientais das rodovias podem ser minimizados com a fabricação de veículos automotores mais eficientes, a substituição da gasolina e do óleo diesel pelo álcool, diesel vegetal e hidrogênio nos veículos automotores, o traçado de projetos rodoviários menos agressivos ao meio ambiente e sua substituição por de ferrovias e hidrovias onde for possível. Impactos ambientais das ferrovias: 1) Desmatamento de áreas; 2) Remoção de terra para nivelamento dos trilhos; 3) Alterações na forma de escoamento das águas; 4) Devastação de áreas já beneficiadas para agricultura e pecuária; 5) Construção de pontes para a travessia de biomas. Os impactos ambientais das ferrovias podem ser minimizados com o uso de locomotivas mais eficientes e movidas com eletricidade, o traçado de projetos ferroviários menos agressivos ao meio ambiente e a implantação em maior escala de hidrovias onde for possível. Impactos ambientais do transporte aéreo: 1) O impacto ambiental da aviação ocorre porque os motores de aviões emitem ruídos, partículas e gases que contribuem para as
  • 5. 5 mudanças climáticas; 2) A indústria da aviação contribui também com as emissões dos veículos internos aos aeroportos e daqueles utilizados pelos passageiros e funcionários que para eles se dirigem, bem como com as emissões geradas pela produção de energia utilizada nos edifícios dos aeroportos, a fabricação de aeronaves e construção de infraestrutura aeroportuária; 3) O setor aéreo responde por cerca de 2% das emissões de dióxido de carbono do mundo, com previsão para que este número cresça para 3% até 2050; 4) As emissões de gases do efeito estufa provenientes da aviação cresceram 87% entre 1990 e 2006. Os impactos ambientais das aeronaves podem ser minimizados com a elaboração de projetos de aeronaves mais eficientes e movidas a hidrogênio, de veículos automotores mais eficientes e movidos a álcool e biodiesel para utilização nos aeroportos e pelos passageiros em seus deslocamentos e projetos da infraestrutura aeroportuária afastada de áreas urbanas e que utilizem energia renovável (solar, eólica e biomassa). Impactos ambientais do transporte hidroviário: 1) Riscos de acidentes com a embarcação; 2) Transporte de cargas perigosas; and, 3) Derramamento de combustíveis (derivados de petróleo e álcool) e cargas químicas nas vias navegáveis causam grandes impactos ambientais e prejuízos imensuráveis aos ecossistemas da área de influência do derramamento, além de por em risco a saúde humana por meio da contaminação do solo e das águas. Os impactos ambientais das hidrovias podem ser minimizados com a fabricação de embarcações mais eficientes e de movidas a biodiesel em substituição ao óleo diesel. Impactos ambientais do transporte marítimo: 1) Riscos de acidentes com a embarcação; 2) Transporte de cargas perigosas; 3) Derramamento de combustíveis e cargas químicas; 3) Derramamento de água de lastro; 4) Hidrocarbonetos e Derramamento de águas oleosas; 5) Derramamento de Águas residuais; 6) Derramamento de Águas cinzas; 7) Resíduos sólidos; e, 8) Emissões dos motores (CO2, NOx, SO2 e material particulado). Os impactos ambientais do transporte marítimo podem ser minimizados com a fabricação de embarcações mais eficientes movidas a biodiesel em substituição ao óleo diesel. Impactos ambientais do transporte dutoviário: 1) Movimento de terra provocado pela realização de cortes e aterros; 2) Retirada da vegetação, implantação de canteiros de obra, escavações de trincheiras, cortes e construção de aterros, desbarrancamentos; 3) Geração de diversos resíduos; 4) Interferências sobre os Remanescentes Florestais; 5) Interferências sobre a Fauna Silvestre; 6) Assoreamento de Corpos Hídricos; 7) Intensificação dos Processos Erosivos; 8) Aumento Potencial do Risco Geotécnico; 9) Alteração do Uso do Solo Devido a Restrições de Uso das Faixas de Dutos; 10) Interferências sobre Infraestruturas Hidráulica, Energética e Viária; 11) Interferências sobre o Fluxo Rodoviário dos Municípios das Áreas de Influência. As dutovias possibilitam o transporte de 1) Petróleo e seus derivados (oleodutos); 2) Gás Natural (gasodutos); 3) Minério, cimento e cereais (minerodutos ou polidutos); 4) Carvão e resíduos sólidos (minerodutos); 5) Águas Servidas – esgoto (dutos de esgoto); 6) Água Potável (dutos de água). Os impactos ambientais das dutovias podem ser minimizados com a elaboração de traçados de projetos dutoviários menos agressivos ao meio ambiente. 9. Impactos ambientais nas cidades
  • 6. 6 Impactos ambientais nas cidades: 1) Poluição sonora; 2) Poluição visual; 3) Poluição do ar; 4) Desmatamentos; 5) Excesso de consumo e desperdício de água; 6) Poluição dos mananciais por resíduos domésticos e industriais; 7) Congestionamentos frequentes de veículos; 8) Ocupação desordenada do solo urbano; e, 9) Verticalização das edificações. Os impactos ambientais nas cidades podem ser eliminados ou minimizados com a adoção de políticas públicas eficazes para eliminar os 9 impactos ambientais acima descritos, bem como o planejamento urbano baseado nos princípios de cidades sustentáveis que pressupõe a reorganização racional dos espaços, a eliminação de deseconomias de aglomeração, a obtenção de economias de energia nas edificações, nas indústrias e nos meios de transporte em geral e maior rendimento nos veículos automotores e equipamentos de usos domésticos e industriais, a substituição da gasolina pelo álcool e o óleo diesel nos veículos automotores, o uso de carros elétricos, a obtenção de economia de iluminação, refrigeração e calefação nas edificações, a modelagem das indústrias no sentido de requererem o mínimo de recursos energéticos e matérias-primas, contemplando também a autoprodução de energia com o uso de resíduos de seus processos de produção, a utilização de novas alternativas de transporte desde a bicicleta até aqueles de alta capacidade baseadas em ferrovias como o VLT e metrô, dentre outras iniciativas, o combate à poluição da terra, do ar e da água nas cidades, a redução de desperdícios com a reciclagem dos materiais atualmente utilizados e descartados com base na logística reversa e a redução das desigualdades sociais. 10. A Logística reversa para reciclagem dos materiais utilizados e descartados Todo empreendimento humano gera impacto ambiental, em maior ou menor escala, seja em sua implantação, seja na operação. Entre os impactos ambientais resultantes, destacam-se o descarte de resíduos durante a implantação e de produtos e resíduos durante a operação dos empreendimentos descritos a seguir:  Rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, oleodutos, gasodutos, minero dutos, troncos coletores e emissários de esgoto  Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, inclusive a instalação de parques eólicos  Linhas de transmissão de energia elétrica  Obras hidráulicas para fins de saneamento, drenagem, irrigação, retificação de curso d'água, transposição de bacias, canais de navegação, hidrelétricas, diques  Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão, gás natural) e minério em terra e no mar  Transporte aéreo, marítimo, rodoviário, ferroviário, hidroviário e dutoviário  Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos  Complexos e unidades industriais (petroquímicas, siderúrgicas, cloroquimicas) e agroindustriais (destilarias de álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hídricos)  Distritos industriais e zonas estritamente industriais  Produção agroindustrial  Exploração econômica de madeira ou de lenha  Projetos urbanísticos Os produtos descartados e resíduos provenientes desses empreendimentos podem ser sólidos, líquidos e gasosos. Para combater a poluição da terra, do ar e da água na cidade e na zona rural, é preciso efetuar a reciclagem dos produtos atualmente utilizados e descartados e dos resíduos. Nessa perspectiva, os produtos atualmente utilizados e
  • 7. 7 descartados e os resíduos, quando usados nas diversas aplicações, devem ser, em primeiro lugar, reciclados para formarem um novo produto com o uso da logística reversa, em segundo lugar, queimados de modo a extrair toda a energia que contenham, sobretudo no caso dos resíduos gasosos, e, apenas em última instância, devem ser removidos para um aterro sanitário no caso dos resíduos sólidos e lançados em lagos, rios e oceano após o devido tratamento no caso de resíduos líquidos. 10.1- O conceito de logística Logística é um ramo da Administração cujas atividades estão voltadas para o planejamento da armazenagem, circulação (terra, ar e mar) e distribuição de produtos. Um dos objetivos mais importantes da logística é conseguir criar mecanismos para entregar os produtos ao destino final no tempo mais curto possível, contribuindo para reduzir os custos. Para isso, devem ser estudadas rotas de circulação, meios de transportes, locais de armazenagem (depósitos) entre outros fatores que influenciam na logística. Com a mundialização do capital, sobretudo a partir da Revolução Industrial, a logística tornou-se cada vez mais importante para as empresas num mercado competitivo. Isto ocorreu, pois a quantidade de mercadorias produzidas e consumidas aumentou muito, assim como o comércio mundial. Nos dias de hoje, com a globalização da economia, os conhecimentos de logística são de fundamental importância para as empresas. Nos últimos anos, a Logística Empresarial vem sofrendo constante evolução, sendo considerada um dos principais elementos utilizados na elaboração do planejamento estratégico, e muitas vezes é responsável por enorme geração de vantagem competitiva das empresas. 10.2- O conceito de logística reversa A partir da década de 1990, com a constante preocupação sobre a utilização dos recursos naturais, assim como o acúmulo de resíduos industriais nos grandes centros, as grandes empresas foram responsabilizadas pela sociedade por este problema. As grandes organizações passaram a ter uma nova preocupação; como seria possível encontrar a resolução deste problema sem gerar aumento de custos e despesas? Com o advento deste cenário surgiu o conceito de Logística Reversa. Define-se como Logística Reversa, a área que planeja, opera e controla o fluxo, e as informações logísticas correspondentes ao retorno dos bens de pós-venda e de pós- consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, através dos Canais de Distribuição Reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, competitivo, de imagem corporativa, dentre outros. Enquanto a Logística Tradicional trata do fluxo dos produtos da fabrica para o cliente, a Logística Reversa trata do retorno de produtos, materiais e peças do consumidor final ao processo produtivo da empresa. Devido à severa legislação ambiental existente e também pela grande influência da sociedade e de organizações não governamentais, as empresas estão adotando a utilização de um percentual maior de material reciclado ao seu processo produtivo, assim como também passaram a adotar procedimentos para o correto descarte dos produtos que não possam ser reutilizados ou reciclados.
  • 8. 8 A logística reversa é a área da logística que trata, portanto, do retorno de produtos, embalagens ou materiais ao seu centro produtivo, conforme está apresentada na Figura 1 a seguir. A logística reversa no processo de reciclagem faz com que os materiais retornem a diferentes centros produtivos em forma de matéria prima. Atividades da administração da logística reversa preveem o reaproveitamento e remoção de refugo e a administração de devoluções. Figura 1- Logística reversa Em várias empresas, foi demonstrado que um pequeno investimento no gerenciamento da Logística Reversa resulta em economias substanciais. A Logística Reversa é a última fronteira em redução de custos. A logística reversa aplica-se a todos os fluxos físicos inversos, isto é, do ponto de consumo até à origem ou deposição em local seguro de embalagens, produtos em fim de vida, devoluções, etc., tendo as mais variadas áreas de aplicação. Os fluxos físicos de sentido inverso estão ligados às novas indústrias de reaproveitamento de produtos ou materiais em fim de ciclo de vida, tais como: desperdícios e detritos, transformação de certos tipos de lixo, produtos deteriorados ou objeto de reclamação e consequente devolução, retorno de embalagens utilizadas e a reciclar, veículos e outros tipos de equipamentos em fim de vida. Empresas incentivadas pelas Normas ISO 14000 e preocupadas com a gestão ambiental, também conhecida como "logística verde", começaram a reciclar materiais e embalagens descartáveis, como latas de alumínio, garrafas plásticas e caixas de papelão, entre outras, que passaram a se destacar como matéria-prima e deixaram de ser tratadas como lixo. 10.3- Aplicações da logística reversa A questão principal da Logística Reversa é a viabilização do retorno de bens através de sua reinserção no ciclo de produção ou de negócios e para que isso ocorra, faz-se necessário que se desenvolva numa primeira etapa a análise destes bens de pós-venda e de pós-consumo no intuito de definir o estado destes bens e determinar o processo no qual deverá ser submetido. Os materiais podem retornar ao fornecedor ou podem ser
  • 9. 9 revendidos se ainda estiverem em condições adequadas de comercialização. Além disso, os bens podem ser recondicionados, ou reciclados, portanto, um produto só é descartado em último caso. A Logística Reversa de Pós-venda é uma área de atuação da Logística Reversa que se ocupa do equacionamento e operacionalização do fluxo físico e das informações logísticas correspondentes de bens de pós-venda, sem uso ou com pouco uso, que por diferentes motivos retornam aos diferentes elos da cadeia de distribuição direta, que se constituem uma parte dos Canais Reversos pelo qual fluem estes produtos. Seu objetivo estratégico é o de agregar valor a um produto logístico que é devolvido por razões comerciais, erros no processamento dos pedidos, garantia dada pelo fabricante, defeitos ou falhas de funcionamento no produto, avarias no transporte, entre outros motivos. Por sua vez, a Logística Reversa de Pós-consumo é uma área de atuação da Logística Reversa que equaciona e operacionaliza o fluxo físico e as informações correspondentes de bens de pós-consumo descartados pela sociedade em geral que retornam ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo através de canais de distribuição reversos específicos. Constituem-se bens de pós-consumo os produtos em fim de vida útil ou usados com possibilidade de utilização e os resíduos industriais em geral. Seu objetivo estratégico é o de agregar valor a um produto logístico constituído por bens inservíveis ao proprietário original, ou que ainda possuam condições de utilização, por produtos descartados por terem atingido o fim de vida útil e por resíduos industriais. Estes produtos de pós-consumo poderão se originar de bens duráveis ou descartáveis e fluírem por canais reversos de Reuso, Desmanche, Reciclagem até a destinação final. 10.4- Benefícios da logística reversa Ganhos financeiros e logísticos são apenas alguns dos benefícios que a logística reversa é capaz de proporcionar. Há também os ganhos à imagem institucional da organização por adotar uma postura ecologicamente correta, atraindo a atenção e preferência não só de clientes, mas também dos consumidores finais. As iniciativas relacionadas à logística reversa têm trazido consideráveis retornos para as empresas. Economias com a utilização de embalagens retornáveis ou com o reaproveitamento de materiais para produção têm trazido ganhos que estimulam cada vez mais novas iniciativas. O reaproveitamento de materiais é um dos processos que fazem parte da dinâmica da logística reversa, e é um dos aspectos que mais possibilidades possuem para se agregar valor aos materiais retornáveis no processo inverso. A utilização da logística reversa como forma de diferencial competitivo é muito importante para a empresa. A obtenção de vantagem competitiva é um dos principais fatores que levam as organizações a implementarem o processo reverso de distribuição. BIBLIOGRAFIA ALCOFORADO, Fernando. Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global Santa Cruz do Rio Pardo/ São Paulo: Viena- Editora e Gráfica, 2011. __________________________Aquecimento global e catástrofe planetária. Salvador: P&A Gráfica e Editora, 2010.
  • 10. 10 BARTHOLOMEU, Daniela Bacchi; CAIXETA-FILHO, José Vicente.Logística Ambiental de Resíduos Sólidos. São Paulo: Atlas, 2011. MEDEIROS, R.,IRVING,M., GARAY,I., A proteção da natureza, no Brasil, RDE, ano VI,2004, Salvador. MORAES, Orozimbo. Economia ambiental. São Paulo: Centauro, 2009. PEDRÃO, Fernando, A sustentabilidade social e ambiental, Revista de Desenvolvimento Econômico, ano IV, n.6, Salvador, 2002. RAZZOLINI FILHO, Edelvino, BERTÉ, Rodrigo. O reverso da logística e as questões ambientais no Brasil. Curitiba: Ibpex, 2009. ROMEIRO, Ademar Ribeiro, REYDON, Bastiaan, LEONARDI, Maria Lucia, (org.) Economia do meio ambiente, Campinas, Instituto de Economia. SACHS, Ignacy. Desenvolvimento- includente, sustentável, sustentado. Rio: Garamond, 2008. VEIGA, José Eli da. Economia socioambiental. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2009. VEIGA, José Eli da. Sustentabilidade. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2010. VEIGA, José Eli da. Desenvolvimento sustentável. Rio: Garamond, 2010. SACHS, Ignacy. Desenvolvimento- includente, sustentável, sustentado. Rio: Garamond, 2008.