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O Menino Com Guelras
Era uma vez um menino chamado Bernardo que tinha 8 anos. Ele era magro e baixo, o que era
normal na sua idade, era moreno, tinha olhos verdes e cabelo castanho-escuro. Bernardo vivia numa
pequena aldeia de pescadores perto da praia, onde o clima era por norma muito quente e ventoso. Morava
com a sua mãe, Jacinta, e com o seu pai, Euclides.
Bernardo parecia ser um rapaz normal, no entanto escondia em si algumas características fora do vulgar
que, estranhamente, ele próprio desconhecia ter. Na sua escola, ele era visto por todos os colegas,
professores e até pais de colegas como “o rapaz solitário”. Era normalmente observado a brincar com coisas
que aos seus colegas passavam despercebidas, tais como folhas de árvores, pedras, pequenos insectos e
até as suas próprias mãos. Algumas das observações mais estranhas eram feitas quando Bernardo era
apanhado a falar sozinho. No caso dos professores, o que os deixava mais desconfortáveis eram as
perguntas complexas de mais para a sua idade, como por exemplo: Como as moscas se seguram no teto
sem cair, Por que é que a terra é redonda, Por que é que as pessoas do hemisfério sul não caem. Todos os
seus colegas o excluíam das suas brincadeiras e conversas, pelo facto de ficarem perplexos com alguns
temas abordados por ele. Acabava, assim, por brincar sempre sozinho.
Certo dia, Bernardo conseguiu convencer a sua mãe a deixá-lo ir à pesca com o seu pai. Esta deixou-o,
dizendo que apenas poderiam ir com a rede mais pequena, demorando menos tempo e afastando-se, assim,
pouco da praia, pois iriam no barco de pesca artesanal do seu progenitor. Bernardo vestiu o colete salva-
vidas do pai, pois não houvera tempo para lhe comprar um, pegou na sua cana e colocou o chapéu na
cabeça. Finalmente, estava pronto e contente para o seu primeiro dia de pesca. E lá partiram eles para
aquela grande aventura.
Tinham acabado de lançar a rede, quando de repente o céu límpido e azul, as nuvens brancas e suaves
como algodão doce e o sol brilhante desapareceram.
Tudo mudou como por magia: o céu azul virou negro, as nuvens brancas passaram a cinzentas, cheias
de raios e gotas de água e o sol deixou de existir. O barco oscilava de um lado para o outro, tornando
impossível que Bernardo e o seu pai ficassem estáveis e seguros, enquanto parecia que o barco lhes
escapava dos pés. Assim, o que começou por ser um belíssimo passeio no mar tornou-se num pesadelo: as
ondas gigantes a cada cinco minutos passaram rapidamente a uma sucessão interminável. Estas ondas cada
vez os afastavam mais e mais da costa, chegando a um certo ponto que nem a terra conseguiam ver. Era
horrível aquela sensação de nada conseguirem fazer para regressar. De repente uma onda que devia ter o
tamanho de um arranha-céus, ao rebentar, acabou por despedaçar todo o barco de Euclides, não restando
nem um pedaço de madeira.
Euclides e Bernardo caíram borda fora, o pequeno desapareceu por entre todas aquelas ondas, o pai
conseguiu salvar-se e nadar até à costa. A primeira reacção de Euclides foi correr para junto de Jacinta e
contar-lhe o que tinha acontecido, muito desgostoso e de alma vazia, como era de esperar, pois tinha
acabado de perder o seu único filho. Porém, no fundo, havia dentro de si uma réstia de esperança já que vira
no meio da onda fatal o colete que estava no corpo de Bernardo e naquela hora rezara para que ele o tivesse
agarrado.
Após muito chorarem, desesperados, decidiram ligar para o 112 a pedir ajuda. Era notável a angústia de
Jacinta, todo o seu corpo tremia e a sua voz parecia estar a encobrir-se. Euclides não parava de incutir toda a
culpa nele próprio e a mãe do pequeno não ajudava, dizendo que o tinha avisado que Bernardo era
demasiado pequeno para ir para o mar, mesmo com a supervisão de seu pai. Depois de muitas lágrimas,
soluços e gritos, a polícia marítima chegou, perguntaram nome, idade e pediram uma fotografia do rapaz,
para serem capazes de o identificar, caso fosse necessário.
Buscas atrás de buscas, polícias, bombeiros e até a proteção civil… Passaram-se dias e noites sem
haver notícias dele, a angústia dos pais começava a misturar-se com o cansaço. Mesmo sem gostarem do
pequeno e alguns sem o conhecerem, todos naquela aldeia de pescadores se uniram naquela causa e
ninguém descansava enquanto não houvesse um sinal dele. Nesta altura os pais saberiam que a maior
probabilidade era Bernardo estar já sem vida, no entanto queriam notícias dele, morto ou vivo, queriam saber
o que tinha acontecido.
Contra todas as expectativas, cinco dias depois e quase já extinta a esperança, eis que ao fundo da
praia vem dar à costa, com um ar exausto, o franzino rapaz.
O burburinho é grande junto à água! Jacinta e Euclides viam as pessoas a correrem radiantes na sua
direção. Todos queriam dar a boa nova, gritavam todos ao mesmo tempo, dizendo que era milagre e que
afinal o pequeno Bernardo estaria vivo. Os pais dele arregalavam os olhos fatigados de longos dias sem
dormir, sem querer acreditar que o que viam era efectivamente realidade e que não se tratava de um sonho.
Era Bernardo que, depois de tanta busca, tanto sofrimento, ansiedade e desgaste emocional, estava diante
dos olhos de todas aquelas pessoas. Toda a gente se perguntava como era possível um organismo tão frágil
aguentar todo aquele tempo e surgiam mil perguntas acerca do que teria ele feito para sobreviver.
Para evitar aquela chuva de interrogações, o padre António, pároco há mais de quarenta anos e com
experiência em casos semelhantes, aconselhou Jacinta e Euclides a levarem o filho para casa, dizendo que
se encarregaria de providenciar um médico e um psicólogo também habituados a lidar com estes casos e os
levaria lá a casa, onde estava mais resguardado.
Passaram-se alguns dias, mas as pessoas não conseguiam parar de se interrogar e de imaginar o que
poderia estar por detrás de tão estranho acontecimento. Tal como eles também os pais, depois de lhe darem
algum descanso, queriam uma justificação lógica para o desfecho deste acontecimento que já ninguém
esperava que tivesse um fim tão positivo.
Foi então que Bernardo começou a inventar uma história que pudesse ser credível o suficiente para
ninguém desconfiar do que realmente sucedera. Iniciou dizendo que tinha gritado Pai, ajuda-me, mas como o
rebentamento das ondas fazia um barulho tremendo, logo, supôs que este não tivesse ouvido. Acabou por se
agarrar com todas as suas forças, a um fragmento de madeira do lastro do barco que ficou razoavelmente
inteiro e prometeu a si mesmo não o largar até que visse terra.
Pensou várias vezes durante aquele longo período que não conseguiria cumprir tal promessa, mas foi
num desses momentos que começou a ver que nem tudo à sua volta era azul. O verde da esperança nunca
fez tanto sentido na sua pequenina cabeça como quando viu a vegetação das dunas, e foi então que verificou
que, naquele momento, estava a um pequeno passo de voltar a pisar terra.
Começara então outra etapa da sua salvação, Não vi ninguém, mas o facto de sair finalmente da água
deu-me novas forças para seguir caminho e só pensava que depois de tamanha prova de resistência que não
era em terra que iria sucumbir, Decidi sentar-me e descansar um pouco, depois levantei-me e comecei a
andar junto à água sabendo que quanto mais para cima fosse mais cansativo seria o percurso. Foi assim sem
grande história que explicou a sua heróica jornada. Os pais acreditaram, desconhecendo o que realmente se
tinha passado.
A verdade era uma história completamente diferente daquela que Bernardo tinha contado. Estava ele a
bordo quando a onda rebentou, ao cair levou com fragmentos do barco na cabeça, perdendo assim os
sentidos. Quando abriu os olhos achou que estava a sonhar, afinal conseguia respirar debaixo da água e
estava rodeado de golfinhos, cavalos-marinhos, peixes-balão, peixes-palhaço e outros de derivadas espécies.
Ao início era tudo um pouco estranho, mas pouco tempo depois de se ter familiarizado com estas espécies
descobriu que afinal ainda tinha outro dom, o dom de falar com os animais: estes compreendiam o que ele
dizia e respondiam. Percebeu finalmente o porquê do seu fascínio por coisas que para os outros eram
insignificantes, mas para ele eram como se fossem o ar que ele respirava, precioso. A partir daí achou que
deveria usufruir destas suas capacidades, pois, perante tudo o que se estava a passar, os pais nunca mais o
deixariam ir ao mar, muito menos se ele lhes dissesse que era para falar com os seus novos amigos, Estarás
maluco. Não pensou nos pais ou no que eles pudessem estar a passar, decidiu ficar a nadar e a brincar com
os seus novos amigos, a conhecer o fundo do mar, a conhecer as coisas boas e más que o mar lhe podia
oferecer. Ao fim de cinco dias, achou necessário voltar para junto da sua família, Como volto para casa. Para
conseguir inventar uma história sobre o seu desaparecimento, pediu para o levarem a um ponto à sua
escolha, longe do sítio onde os seus pais pudessem estar. E assim fizeram.
Bernardo cresceu com aqueles dons, aprendeu a viver com eles e a controlá-los. Alguns anos mais
tarde, contou toda a verdade aos seus pais, com a condição de que aquele segredo ficasse apenas entre
eles. Estes nem queriam acreditar que aquilo era tudo verdade, mas depois perceberam como ele se
aguentara tanto tempo debaixo de água durante o naufrágio e o seu interesse por coisas insignificantes.
Mariana Paranhos, 9º Ano

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2014 09-11 - o menino com guelras

  • 1. O Menino Com Guelras Era uma vez um menino chamado Bernardo que tinha 8 anos. Ele era magro e baixo, o que era normal na sua idade, era moreno, tinha olhos verdes e cabelo castanho-escuro. Bernardo vivia numa pequena aldeia de pescadores perto da praia, onde o clima era por norma muito quente e ventoso. Morava com a sua mãe, Jacinta, e com o seu pai, Euclides. Bernardo parecia ser um rapaz normal, no entanto escondia em si algumas características fora do vulgar que, estranhamente, ele próprio desconhecia ter. Na sua escola, ele era visto por todos os colegas, professores e até pais de colegas como “o rapaz solitário”. Era normalmente observado a brincar com coisas que aos seus colegas passavam despercebidas, tais como folhas de árvores, pedras, pequenos insectos e até as suas próprias mãos. Algumas das observações mais estranhas eram feitas quando Bernardo era apanhado a falar sozinho. No caso dos professores, o que os deixava mais desconfortáveis eram as perguntas complexas de mais para a sua idade, como por exemplo: Como as moscas se seguram no teto sem cair, Por que é que a terra é redonda, Por que é que as pessoas do hemisfério sul não caem. Todos os seus colegas o excluíam das suas brincadeiras e conversas, pelo facto de ficarem perplexos com alguns temas abordados por ele. Acabava, assim, por brincar sempre sozinho. Certo dia, Bernardo conseguiu convencer a sua mãe a deixá-lo ir à pesca com o seu pai. Esta deixou-o, dizendo que apenas poderiam ir com a rede mais pequena, demorando menos tempo e afastando-se, assim, pouco da praia, pois iriam no barco de pesca artesanal do seu progenitor. Bernardo vestiu o colete salva- vidas do pai, pois não houvera tempo para lhe comprar um, pegou na sua cana e colocou o chapéu na cabeça. Finalmente, estava pronto e contente para o seu primeiro dia de pesca. E lá partiram eles para aquela grande aventura. Tinham acabado de lançar a rede, quando de repente o céu límpido e azul, as nuvens brancas e suaves como algodão doce e o sol brilhante desapareceram. Tudo mudou como por magia: o céu azul virou negro, as nuvens brancas passaram a cinzentas, cheias de raios e gotas de água e o sol deixou de existir. O barco oscilava de um lado para o outro, tornando impossível que Bernardo e o seu pai ficassem estáveis e seguros, enquanto parecia que o barco lhes escapava dos pés. Assim, o que começou por ser um belíssimo passeio no mar tornou-se num pesadelo: as ondas gigantes a cada cinco minutos passaram rapidamente a uma sucessão interminável. Estas ondas cada vez os afastavam mais e mais da costa, chegando a um certo ponto que nem a terra conseguiam ver. Era horrível aquela sensação de nada conseguirem fazer para regressar. De repente uma onda que devia ter o tamanho de um arranha-céus, ao rebentar, acabou por despedaçar todo o barco de Euclides, não restando nem um pedaço de madeira.
  • 2. Euclides e Bernardo caíram borda fora, o pequeno desapareceu por entre todas aquelas ondas, o pai conseguiu salvar-se e nadar até à costa. A primeira reacção de Euclides foi correr para junto de Jacinta e contar-lhe o que tinha acontecido, muito desgostoso e de alma vazia, como era de esperar, pois tinha acabado de perder o seu único filho. Porém, no fundo, havia dentro de si uma réstia de esperança já que vira no meio da onda fatal o colete que estava no corpo de Bernardo e naquela hora rezara para que ele o tivesse agarrado. Após muito chorarem, desesperados, decidiram ligar para o 112 a pedir ajuda. Era notável a angústia de Jacinta, todo o seu corpo tremia e a sua voz parecia estar a encobrir-se. Euclides não parava de incutir toda a culpa nele próprio e a mãe do pequeno não ajudava, dizendo que o tinha avisado que Bernardo era demasiado pequeno para ir para o mar, mesmo com a supervisão de seu pai. Depois de muitas lágrimas, soluços e gritos, a polícia marítima chegou, perguntaram nome, idade e pediram uma fotografia do rapaz, para serem capazes de o identificar, caso fosse necessário. Buscas atrás de buscas, polícias, bombeiros e até a proteção civil… Passaram-se dias e noites sem haver notícias dele, a angústia dos pais começava a misturar-se com o cansaço. Mesmo sem gostarem do pequeno e alguns sem o conhecerem, todos naquela aldeia de pescadores se uniram naquela causa e ninguém descansava enquanto não houvesse um sinal dele. Nesta altura os pais saberiam que a maior probabilidade era Bernardo estar já sem vida, no entanto queriam notícias dele, morto ou vivo, queriam saber o que tinha acontecido. Contra todas as expectativas, cinco dias depois e quase já extinta a esperança, eis que ao fundo da praia vem dar à costa, com um ar exausto, o franzino rapaz. O burburinho é grande junto à água! Jacinta e Euclides viam as pessoas a correrem radiantes na sua direção. Todos queriam dar a boa nova, gritavam todos ao mesmo tempo, dizendo que era milagre e que afinal o pequeno Bernardo estaria vivo. Os pais dele arregalavam os olhos fatigados de longos dias sem dormir, sem querer acreditar que o que viam era efectivamente realidade e que não se tratava de um sonho. Era Bernardo que, depois de tanta busca, tanto sofrimento, ansiedade e desgaste emocional, estava diante dos olhos de todas aquelas pessoas. Toda a gente se perguntava como era possível um organismo tão frágil aguentar todo aquele tempo e surgiam mil perguntas acerca do que teria ele feito para sobreviver. Para evitar aquela chuva de interrogações, o padre António, pároco há mais de quarenta anos e com experiência em casos semelhantes, aconselhou Jacinta e Euclides a levarem o filho para casa, dizendo que se encarregaria de providenciar um médico e um psicólogo também habituados a lidar com estes casos e os levaria lá a casa, onde estava mais resguardado. Passaram-se alguns dias, mas as pessoas não conseguiam parar de se interrogar e de imaginar o que poderia estar por detrás de tão estranho acontecimento. Tal como eles também os pais, depois de lhe darem algum descanso, queriam uma justificação lógica para o desfecho deste acontecimento que já ninguém esperava que tivesse um fim tão positivo.
  • 3. Foi então que Bernardo começou a inventar uma história que pudesse ser credível o suficiente para ninguém desconfiar do que realmente sucedera. Iniciou dizendo que tinha gritado Pai, ajuda-me, mas como o rebentamento das ondas fazia um barulho tremendo, logo, supôs que este não tivesse ouvido. Acabou por se agarrar com todas as suas forças, a um fragmento de madeira do lastro do barco que ficou razoavelmente inteiro e prometeu a si mesmo não o largar até que visse terra. Pensou várias vezes durante aquele longo período que não conseguiria cumprir tal promessa, mas foi num desses momentos que começou a ver que nem tudo à sua volta era azul. O verde da esperança nunca fez tanto sentido na sua pequenina cabeça como quando viu a vegetação das dunas, e foi então que verificou que, naquele momento, estava a um pequeno passo de voltar a pisar terra. Começara então outra etapa da sua salvação, Não vi ninguém, mas o facto de sair finalmente da água deu-me novas forças para seguir caminho e só pensava que depois de tamanha prova de resistência que não era em terra que iria sucumbir, Decidi sentar-me e descansar um pouco, depois levantei-me e comecei a andar junto à água sabendo que quanto mais para cima fosse mais cansativo seria o percurso. Foi assim sem grande história que explicou a sua heróica jornada. Os pais acreditaram, desconhecendo o que realmente se tinha passado. A verdade era uma história completamente diferente daquela que Bernardo tinha contado. Estava ele a bordo quando a onda rebentou, ao cair levou com fragmentos do barco na cabeça, perdendo assim os sentidos. Quando abriu os olhos achou que estava a sonhar, afinal conseguia respirar debaixo da água e estava rodeado de golfinhos, cavalos-marinhos, peixes-balão, peixes-palhaço e outros de derivadas espécies. Ao início era tudo um pouco estranho, mas pouco tempo depois de se ter familiarizado com estas espécies descobriu que afinal ainda tinha outro dom, o dom de falar com os animais: estes compreendiam o que ele dizia e respondiam. Percebeu finalmente o porquê do seu fascínio por coisas que para os outros eram insignificantes, mas para ele eram como se fossem o ar que ele respirava, precioso. A partir daí achou que deveria usufruir destas suas capacidades, pois, perante tudo o que se estava a passar, os pais nunca mais o deixariam ir ao mar, muito menos se ele lhes dissesse que era para falar com os seus novos amigos, Estarás maluco. Não pensou nos pais ou no que eles pudessem estar a passar, decidiu ficar a nadar e a brincar com os seus novos amigos, a conhecer o fundo do mar, a conhecer as coisas boas e más que o mar lhe podia oferecer. Ao fim de cinco dias, achou necessário voltar para junto da sua família, Como volto para casa. Para conseguir inventar uma história sobre o seu desaparecimento, pediu para o levarem a um ponto à sua escolha, longe do sítio onde os seus pais pudessem estar. E assim fizeram. Bernardo cresceu com aqueles dons, aprendeu a viver com eles e a controlá-los. Alguns anos mais tarde, contou toda a verdade aos seus pais, com a condição de que aquele segredo ficasse apenas entre eles. Estes nem queriam acreditar que aquilo era tudo verdade, mas depois perceberam como ele se aguentara tanto tempo debaixo de água durante o naufrágio e o seu interesse por coisas insignificantes. Mariana Paranhos, 9º Ano