[1] A mitigação visa reduzir a probabilidade e/ou as consequências de eventos de risco através de medidas estruturais e não estruturais antes de sua ocorrência. [2] Medidas estruturais incluem códigos de construção resistentes, relocalização de áreas de risco e barreiras de proteção. [3] Medidas não estruturais incluem educação pública, ordenamento do território e alterações de comportamento.
2. O risco é real…
Fuga de ácido. China. 18SET2010
3.
4.
5. O ciclo do “desastre”
Recuperação Mitigação
Resposta Preparação
6. Mitigação – Definições
NFPA 1600:2007
Actividades adoptadas para reduzir a severidade
ou consequências de uma emergência
Michael Wallace & Lawrence Webber in The
Disaster Recovery Handbook
Algo que se faz para reduzir a probabilidade de
ocorrência ou a dimensão do dano provocado por
um evento que não possa ser evitado
7. Mitigação – Definições - #2
Damon Coppola in Introduction to
Internacional Disaster Management
Qualquer esforço sustentado com o
objectivo de reduzir a probabilidade e/ou
as consequências de um risco
8. Em qualquer dos casos…
A mitigação, que alguns autores referem como
prevenção ou redução do risco, é frequentemente
considerada como a pedra angular da gestão da
emergência (FEMA 2005)
Enquanto os restantes três componentes do ciclo da
gestão da emergência são aplicados quer na reacção
a eventos ou na antecipação das suas
consequências, as medidas de mitigação têm por
objectivo reduzir a probabilidade ou as
consequências de um evento antes da sua ocorrência
9. Porquê mitigar?
A construção de habitação e outros
equipamentos em áreas ameaçadas tem
aumentado
Eventos de pequena/média dimensão (uma
tempestade, por exemplo) podem provocar
danos consideráveis
A engenharia possui capacidade para, através
de medidas pouco dispendiosas, reduzir
significativamente os danos
10. Cenoura ou chicote?
Poderão apenas as leis do mercado serem
bem sucedidas na implementação de uma
estratégia de mitigação ou a política da
coacção é a única opção?
11. Chicote…
Desencorajar ou proibir o
desenvolvimento em áreas de risco
Implementação, com fiscalização
rigorosa, dos códigos de construção
Desenvolver novos códigos de
construção para outros tipos de risco
12. Cenoura…
Para o mercado funcionar tem de haver
procura para o produto
Os pressupostos assumidos para a
mitigação é que existe uma procura
muito reduzida de medidas de mitigação
Sem procura, confiar “apenas” nas
soluções do mercado é (ainda) utópico.
13. Objectivos da mitigação
Redução da probabilidade
Possível para a generalidade dos riscos de
origem antropogénica
Aplicação limitada em riscos de origem
natural (cheias,…)
Redução das consequências
Possível para riscos de todos os tipos de
origem
San Bruno (Califórnia). Setembro 2010
14. Tipos de mitigação
Estrutural
Envolve a implementação de medidas de
engenharia ou de outras alterações com
vista à redução da probabilidade ou
consequências
Não estrutural
Envolve modificações no comportamento
humano ou processos sem recurso a
medidas de engenharia
San Bruno (Califórnia). Setembro 2010
15. Mitigação estrutural
Construção resistente
A melhor forma de assegurar que uma estrutura
irá resistir aos esforços infligidos pelos riscos é
projectá-la com esse fim
Nem sempre os projectos têm de ser muito
elaborados…
Construção acima dos níveis e cheia anuais.
Província de Guayas, Equador
16. Mitigação estrutural
Códigos de construção
Forma de as autoridades assegurarem que as
populações aplicam princípios mínimos de
construção resistente
Exemplos:
Acelerações laterais e/ou verticais (sismos)
Cargas laterais ou pressões verticais (tempestades,
ciclones, ventos fortes)
Isolamento térmico (incêndios estruturais e/ou florestais)
Cargas nas coberturas (nevões, queda de granizo e/ou
cinzas)
Pressão hidrológica (cheias, inundações)
17. Mitigação estrutural
Códigos de construção (contras…)
Qualquer acréscimo da resistência da construção
traduz-se num aumento dos custos
Redução das margens de lucro dos promotores
Obriga ao acréscimo dos custos de verificação/
inspecção de conformidade
Muito dependente da qualificação dos técnicos e
inspectores
18. Mitigação estrutural
Relocalização
Dos receptores do risco
Do risco
Nem sempre é possível (exemplo: património
cultural)
Exemplos
Deslocalização (90m) do templo Abu Simbel (Egipto)
antes do enchimento da barragem de Assuão
Aldeia da Luz
Alemanha
Cidade de Valdez (Alasca). Deslocada cerca de 6km por
estar construída sobre solos instáveis
19. Mitigação estrutural
Modificação estrutural
Alterações em estruturas localizadas em áreas de risco de
modo a que possam resistir aos esforços previstos
Silo automóvel reforçado estruturalmente.
Cidade do México
20. Mitigação estrutural
Construção de abrigos comunitários
Para protecção de vidas contra as consequências dos riscos
Utilizáveis quando for improvável ou irrealista admitir que os
membros de uma comunidade se possam proteger por si mesmos
nas suas casas ou em outros locais
Implica um sistema de aviso antecipado e a educação das
populações
Abrigo comunitário contra furacões. Baldwin
County. Alabama. EUA
21. Mitigação estrutural
Construção de barreiras e sistemas de
deflecção ou retenção
Barreiras – têm por função absorver a energia do impacto
Barreiras do sistema de protecção contra Novas barreiras do sistema de protecção
cheias do Rio Tamisa. Londres. Reino contra cheias em New Orleans. EUA
Unido
22. Mitigação estrutural
Construção de barreiras e sistemas de
deflecção ou retenção
Barreiras – Aplicações
Paredões
Portões/Eclusas
Espaços defensivos (contra incêndios florestais)
Protecção contra deslizamento de massas
Isolamento e contenção (bacias de retenção em armazenagem)
23. Mitigação estrutural
Construção de barreiras e sistemas de
deflecção ou retenção
Sistemas de deflecção – projectados para desviar
a acção física do risco de modo a evitar que as
estruturas situadas no caminho inicial sofram dano
Exemplos
Desvios de avalanches
Canais / caminhos de escape
24. Mitigação estrutural
Deflecção - Exemplos
Canal de escoamento no Lago Hayes,
Roseau River (Minnesota), EUA
25. Mitigação estrutural
Construção de barreiras e sistemas de
deflecção ou retenção
Retenção – Projectados para conter o risco
prevenindo a libertação de energia
Exemplos:
Barragens
Estabilização de vertentes
26. Mitigação estrutural
Retenção - Exemplos
Trabalhos de estabilização da vertente Sul
da Serra da Arrábida (EN 379-1)
27. Mitigação estrutural
Modificação física
Alteração do “paisagem” de modo a reduzir a probabilidade
ou as consequências dos riscos
Exemplos
Regularização de vertentes
Drenagem de vertentes
Construção de patamares em vertentes
Ancoramentos e reforços
Remoção/substituição de solos
Posse de áreas alagáveis
Dragagem, limpeza e regularização de leitos
28. Mitigação não estrutural
Medidas regulatórias
Ordenamento do território; distâncias de segurança; áreas
de protecção; avaliação de compatibilidade de localização;
licenciamento; regulação de consumo de recursos naturais;
regulamentação da protecção ambiental
Programas de sensibilização educação das
comunidades
Educação pública (sensibilização para os riscos,
comportamentos, avisos); sistemas de aviso; mapeamento
dos riscos
30. Mitigação não estrutural
Modificações físicas não estruturais
Fixação de mobiliário, quadros e outros acessórios; remoção
ou fixação de “projécteis”;
Controlo ambiental
Demolições controladas; explosões controladas (redução do
risco sísmico e de avalanches); queimadas controladas;
gestão da floresta; substituição de solos; controlo de
vectores
Alteração de comportamentos
Racionamento de recursos; boas práticas ambientais;
incentivos fiscais e outras recompensas para práticas
seguras
40. Conclusão
Não é possível prevenir uma catástrofe
natural mas é possível mitigá-la e planear a
sua resposta
Acidentes graves de origem tecnológica são
parcialmente preveníveis e é igualmente
possível a sua mitigação e planeamento para
a resposta
41. Conclusão
A teoria por detrás da mitigação de riscos é
simples:
Através do investimento de tempo, recursos
financeiros e planeamento antes da materialização
de um risco podem obter-se ganhos consideráveis
na redução do impacto dos riscos que,
inevitavelmente, irão ocorrer.