O documento discute o idealismo da paz em um mundo conflituoso e como a Liga das Nações fracassou nisso. A Liga das Nações foi criada após a Primeira Guerra Mundial para promover a cooperação internacional, mas não tinha poderes para impor sanções e os membros mais poderosos como os EUA e Alemanha não cooperaram plenamente, levando ao fracasso da Liga em evitar novas guerras.
1 a importância do internacional (texto do fred halliday)
8 o ideário da paz em um mundo conflituoso
1. O IDEÁRIO DA PAZ EM UM MUNDO CONFLITUOSO
- O idealismo pode ser interpretado como um
conjunto de princípios universais que defende a
necessidade de estruturar o mundo buscando o
entendimento, através de condutas pacifistas,
onde a confiança e a boa vontade sejam os
motores que movimentam a História.
2. - Um dos grandes momentos da história da
humanidade, o fim da Primeira Guerra Mundial,
foi marcado profundamente pela assinatura do
Tratado de Versailles e mais quatro: Tratado de
Saint-Germain (1919), Tratado de Neuilly
(1919), Tratado de Trianon (1920), Tratado de
Sèvres(1920), revisado pelo Tratado de
Lausanne (1923).
- Cada um deles foi assinado pelos Aliados da 1ª
Grande Guerra e impuseram medidas que
posteriormente - se não no ato - se mostraram
catastróficas aos Estados que a elas estavam
sujeitos. Foi um conjunto de tratados que
providenciou a fragmentação do Império
Austro-Húngaro, Bulgária, Áustria e Hungria em
vários Estados menores. A Hungria, por
exemplo, perdeu mais de 60% da sua
população de húngaros étnicos. As
consequências econômicas, políticas e sociais
para a Bulgária culminaram na conhecida
Segunda Catástrofe Nacional por seus cidadãos.
3. LIGA DAS NAÇÕES
- Resultado direto do fim da Primeira Guerra
Mundial, a Carta da Liga das Nações, desde o
início, não espelhava verdadeiramente a
igualdade entre todos os membros.
- No momento de sua criação já houve
discórdias quanto à melhor forma de pensar a
instituição, se provida ou não de mecanismos
repressores.
- Enquanto a França (mais cética quanto ao
funcionamento de uma Liga desmilitarizada)
apresentou projeto contemplando uma
entidade com capacidade militar, a visão
vencedora foi a defendida por Grã-Bretanha e
EUA (Liga não-militarizada).
4. - Acreditava-se na boa vontade e no espírito de
cooperação de todos os governos.
Rapidamente a realidade se encarregou de
apontar o contrário.
i) O Brasil abandonou a entidade em 12 de
junho de 1926 quando viu restringidas suas
aspirações de alçar-se à categoria de
membro permanente do CS.
ii) EUA: tiveram sua participação vetada
pelo Congresso.
iii) A Alemanha entrou na Liga somente em
1926, retirando-se em 1933.
Críticas à capacidade de ação da Liga:
5. - Foi incapaz de resolver o conflito em 1931,
quando o Japão invadiu a China (Manchúria e
grande parte do nordeste).
- As constantes invasões de outros territórios,
pouco depois do desfecho da Primeira Guerra,
por parte da Alemanha e do Japão, a existência
de países colonialistas fortes, como a França e o
Reino Unido, e a própria recusa norte-
americana em participar do que seria a
primeira tentativa de organização do mundo,
apontava com muita nitidez para o
distanciamento observado entre propósito e
ações.
- Ao se comportarem assim, os governos nada
mais têm feito do que traçar as linhas de
condutas para seus países, apoiados em
políticas de poder, nem sempre considerado o
Estado vizinho como amigo, mas apenas como
aliado, enquanto seus interesses coincidirem.
6. - Funcionou até 1947, quando seu espólio foi
incorporado pela ONU.
O posicionamento adotado pelas grandes
potências fez com que o realismo adquirisse
força considerável enquanto se esvaziava a
corrente idealista.
Afinal, raciocinavam os formuladores de
políticas externas, por que acreditar nas boas
intenções e no respeito ao Direito
Internacional se se vive em um período
conturbado, de incertezas?
• O idealismo não poderia ter sucesso nos
anos 20 e 30.
7. • Os defensores das políticas pragmáticas
demonstravam a eficácia em analisar as
relações entre os Estados não sob prismas
éticos, mas sim baseados em fatos
palpáveis, comparando poderes e recursos
como territórios, populações, forças
armadas, tecnologia, etc.