O documento analisa as perspectivas e oportunidades de escolha de profissão entre adolescentes de escolas públicas. Entrevistas com estudantes e egressos revelaram que a maioria dos estudantes planeja cursar o ensino superior, porém muitos egressos não concretizaram seus planos devido a dificuldades financeiras e precisaram trabalhar para pagar os estudos. Fatores sociais, econômicos e familiares influenciam mais na escolha da profissão do que apenas a vontade individual.
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
Escolha da profissão entre adolescentes
1. A escolha da profissão entre adolescentes de escolas públicas:
Perspectivas e oportunidades
Autores: Andrieli Duarte, Jieny Duarte, Jiuly Duarte, Jonilson Froes,
Josiane Barbosa, Lucas Piletti e Raquel Rodrigues.
Resumo: Este artigo tem como objetivo averiguar quais são as perspectivas que os jovens de escolas públicas possuem
em relação a escolha de sua sua profissão, bem como analisar as oportunidades reais que os estudantes recém formados
no ensino médio experimentam. Para isso foram feitas entrevistas com jovens que ainda estavam cursando os anos
finais do ensino médio e com jovens que já haviam concluído. Os resultados indicaram que a maioria dos jovens que
estão estudando pretendem seguir os estudos em nível superior, no entanto, a maioria dos entrevistados já formados não
concluiu o que planejou quando estavam cursando o ensino médio, pois dizem haver muitos empecilhos. Podemos
afirmar que a escolha da profissão depende de uma série de fatores que influenciam o jovem de escola pública
conseguir realizar o seu sonho profissional, tais como: condições financeiras, condições emocionais, perfil de
disciplinamento para estudos e influência da família e amigos.
A adolescência é uma fase de grandes conturbações, dúvidas e descobertas e uma das
decisões mais difíceis de serem tomadas nesta fase é a escolha profissional. A escolha da profissão
é entendida como um dos momentos mais decisivos da vida, pois depende de grande empenho,
emprego de tempo, recursos financeiros e afinidade com uma atividade que ainda não desempenha,
e assim sendo, depende de diversos fatores sociais e psicológicos. Buscamos analisar as
perspectivas que os jovens estudantes de escolas públicas têm com relação à escolha da profissão e
também ver quais são as oportunidades que jovens já formados possuem. Para isso foram
entrevistados 80 jovens, sendo que 50 deles cursavam os anos finais do ensino médio, com idades
entre 16 e 19 anos e 30 que já haviam concluído o ensino básico, com idades entre 18 e 34 anos.
Foram feitas perguntas que buscavam captar nos estudantes o que eles pretendiam
profissionalmente no futuro, que fatores os influenciaram nesta escolha e se contariam com o
auxilio financeiro da família. No caso dos que já haviam concluído, questionamos se os planos que
tinham anteriormente definido tinham sido concluídos e também quais as expectativas que tinham
antes de terminarem os estudos e quais possuíam agora.
A realização deste trabalho demandou uma grande organização por parte do grupo de alunos
que ficou responsável por este tema. Muitas dificuldades foram encontradas, por exemplo,
conseguir entrevistar as pessoas e termos delas respostas completas e bem explicadas. A maioria
dos entrevistados tende a não falar muito, principalmente quando o assunto envolve a explicação do
não cumprimento de suas metas pessoais. Este é um assunto delicado que demanda que o
entrevistador tenha sensibilidade e saiba deixar o entrevistado a vontade para falar.
2. Os resultados das entrevistas indicaram que a grande maioria dos jovens que ainda estão na
escola pretende seguir uma carreira a nível superior em áreas que além de gostarem lhes dê um bom
retorno financeiro, no entanto, a maioria dos jovens que já haviam concluído não conseguiram
concretizar o que planejavam, pois alegavam existir muitos entraves que prejudicavam a entrada em
uma universidade. Muitas vezes, por terem de trabalhar para conseguir pagar os estudos acabavam
não conseguindo concluir seus planos no tempo
desejado. Um fato interessante que concluímos
nas entrevistas é que a grande maioria dos jovens que
ainda cursavam o ensino médio previa que a
família no futuro ajudasse a pagar os estudos e
com as entrevistas vimos que
praticamente todos os jovens precisam trabalhar
para poder pagar os estudos a nível superior,
pois a família não possui recursos financeiros
suficientes.
Com base nas entrevistas e nas leituras realizadas podemos concluir que a maioria dos jovens de
escolas pública almejam ingressar em uma universidade e ter uma profissão que gostem e que possa
lhes dar uma estabilidade mais que na realidade a escolha da profissão não depende somente do
querer mais de diversos fatores que influenciam na vida de um estudante de escola pública, como
fatores de ordem social, politica e econômica, sendo que a estrutura familiar e sua organização em
função de tornar viável o sucesso dos filhos são tão ou mais essenciais do que as condições
financeiras para a concretização dos planos quanto ao futuro profissional.
Referências bibliográficas
TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o ensino médio. Volume único. São Paulo: Atual, 2007.
Medicina - 30%
Administração- 21%
Direito- 19%
Engenharia- 15%
Ed. Física- 10%
Outras- 5%
Gráfico sobre as profissões mais escolhidas