SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 5
Universidade Federal do Ceará - Campus Cariri
IV Encontro Universitário da UFC no Cariri
Juazeiro do Norte-CE, 17 a 19 de Dezembro de 2012
O HOMEM DA MULTIDÃO: DISCUSSÕES SOBRE SOCIOLOGIA E
COMUNICAÇÃO NO CONTO DE EDGAR ALLAN POE
Francisca Raquel Queiroz Alves Rocha1
Tiago Coutinho Parente2
Francisco das Chagas Alexandre Nunes de Sousa3
1. Introdução:
O presente estudo é um trabalho realizado como fruto das investigações e discussões
das reuniões do Grupo de Estudo de Sociologia e Teoria da Comunicação I, do qual faço parte
como bolsista do Programa de Iniciação à Docência (PIB).
O objetivo é demonstrar algumas indagações que giram em torno da Sociologia (a
sociedade, o fato social/relações sociais, o agir coletivo) e da Teoria da Comunicação (o
homem/sociedade/psicologia de massa) existentes no conto de Edgar Allan Poe, O Homem da
Multidão.
Por meio deste conto, pode-se investigar, problematizar e avaliar o ser humano, nos
termos acima citados a partir de sua relação de pertença dos grupos sociais. Analisaremos
como ocorre essa interação humana, o que se busca conseguir com a inserção grupal e o que
se perde nesse processo em que o indivíduo fará de tudo para compor um grupo social, que
venha a atender a suas necessidades.
2. Metodologia/Resultados:
Esta pesquisa, de caráter bibliográfica e teórica, faz uma análise do conto citado a
partir da seleção de livros, artigos e resenhas pesquisados ao longo da monitoria. A partir
deste suporte teórico, lança-se proposições e questionamentos de como é possível perceber
análises sociológicas e comunicações na ficção de Edgar Allan Poe.
Vale ressaltar que Poe foi um dos representantes do Movimento Romântico nos EUA,
responsável por inaugurar um gênero conhecido como romance policial através da obra
intitulada de Os Crimes da Rua Morgue. Imortalizou o seu nome no cenário da Literatura
Universal com a publicação do poema O Corvo e trabalhou em grandes jornais e revistas.
O conto O Homem da Multidão, escrito em 1840, cujo título original é The man of the
crowd, foi publicado pela primeira vez, em Boston, no jornal americano Saturday Evening. A
história se passa numa tarde de outubro em Londres, quando um senhor, que fora tratar de sua
enfermidade, deixa de atentar as notícias de um jornal e passa a observar a rua e as pessoas
1
Graduando do Curso de Comunicação Social e Monitora da Disciplinas de Sociologia e Teoria da
Comunicação I– Universidade Federal do Ceará– Juazeiro do Norte–CE.
franciscaraquel29@hotmail.com
2
Mestre em Socilogia pela Universidade Federal do Ceará- UFC
Universidade Federal do Ceará– Juazeiro do Norte–CE.
tiagocoutinho@cariri.ufc.br
3
Mestre em Políticas Públicas pela Universidade Estadual do Ceará- UECE
Universidade Federal do Ceará– Juazeiro do Norte–CE.
alexandrenunes@cariri.ufc.br
Universidade Federal do Ceará - Campus Cariri
IV Encontro Universitário da UFC no Cariri
Juazeiro do Norte-CE, 17 a 19 de Dezembro de 2012
que lá transitam. Foca-se no que acontece fora de seu campo de vista (o Café D) e volta seu
olhar para os diferentes tipos humanos, como se fosse transportado à outra realidade, como se
estivesse vendo um filme, passando a contemplar a cena exterior.
Percebe e identifica, então, pequenos detalhes físicos, postura, modos de falar,
vestimentas, a variedade existente entre aqueles transeuntes de classes sociais e tipos de
profissão diferentes da dele. Observa detalhes que ajudam a construir certas particularidades
inerentes àquelas diferentes pessoas que se cruzavam na rua, pessoas que se destacavam da
multidão, o que revela o olhar de um homem sob os diferentes aspectos da sociedade.
Dentre aquelas pessoas, um velho se sobressai da maioria. Trazia em si, um ar de
mistério capaz de despertar a curiosidade do observador, pois não conseguia identificar a que
grupo social o idoso pertencia. O narrador passa a segui–lo. O homem estranho repete o
mesmo trajeto várias vezes, tentando encontrar um lugar ou um grupo ao qual pertença, mas
não consegue. Ao final, o narrador conclui:
“Este velho”, disse comigo, por fim, é o tipo e o gênio do crime profundo.
Recusa-se a estar só. É o homem da multidão. Será escusado a segui-lo: nada
mais saberei a seu respeito ou a respeito dos seus atos. O mais cruel coração
do mundo é o livro mais grosso que o Hortulus animae, e talvez seja uma
das mercês de Deus que “es lässt sich nich lesn”. (POE, 2008, p. 267)
O conto aborda assuntos discutidos na disciplina de Sociologia. A coletividade rege a
nossa vida social e a interação da sociedade dá origem à vida material. O narrador do conto
observa a vida coletiva e isso se assemelha com a faceta do fato social, objeto de estudo do
sociólogo Durkheim, definido como:
As maneiras de fazer ou pensar, reconhecíveis pela particularidade de serem
susceptíveis de exercer uma influência coerciva sobre as consciências
particulares [...] Um pensamento comum a todas as consciências particulares
ou um movimento repetido por todos os indivíduos, não é por isso um fato
social [...] O que os constitui são as crenças, as tendências, as práticas do
grupo tomada coletivamente. (DURKHEIM, 2001, p. 24 e 35)
A partir dos estudos de Durkheim, a sociedade vem a ser além do que vários
indivíduos agrupados, pois as nossas ações e suas manifestações, sentimentos constituem o
que de fato somos e consequentemente é o ingrediente chave do que chamamos de sociedade.
No conto de Poe, motivados por diferentes razões, cada personagem quer ser inserido na
multidão, quer ter um vínculo social. É importante destacar a questão das consciências
existentes nos grupos sociais:
Possuímos duas consciências: uma é comum com todo o nosso grupo e [...]
representa [...] a sociedade agindo e vivendo em nós. A outra [...] só nos
representa no que temos de pessoal e distinto, nisso que faz de nós indivíduo
[...], o seu conjunto forma o ser social. E, na medida em que o indivíduo
participa da vida social, supera a si mesmo (QUINTANEIRO, 2010, p. 76 e
77).
Todos os membros dos grupos são atraídos por algo em comum manifestado naquela
massa. Max Weber diz que muitas pessoas imitam ou são influenciadas/condicionadas a
seguir certos padrões transmitidos por uma massa/multidão. Os estudos de Weber voltam-se
ao agir coletivo/relações sociais. A conduta dos indivíduos formam a relação social.
(QUINTANERO, 2010, p. 117)
Weber explica que existe tipos de dominações na vida coletiva, sendo elas, fatores de
definição dos “conteúdos das relações sociais”. Logo, a dominação é instrumento de coesão,
Universidade Federal do Ceará - Campus Cariri
IV Encontro Universitário da UFC no Cariri
Juazeiro do Norte-CE, 17 a 19 de Dezembro de 2012
importante na manutenção das relações entre os indivíduos, refletindo na própria sociedade.
(QUINTANEIRO, 2010, p. 129 e 130).
No conto, a dominação está presente na ideia do indivíduo ter a necessidade de
pertencer a um grupo social para ser reconhecido na sociedade, para fazer valer suas
necessidades. E cada grupo vai atrair de maneiras diferentes, aquele ser que anseia por fazer
parte da sociedade.
Por não se enquadrar nos padrões que identificavam os indivíduos através do olhar
atento do protagonista do conto, o velho torna-se um problema. O senhor apenas repetia os
mesmos trajetos, tentando encontrar um lugar ou um grupo ao qual pertencesse, sempre
procurando nas grandes multidões.
A postura do narrador e do velho se encaixa na definição de flâneur, e a rua é o palco
do grande espetáculo da vida social. O flâneur é uma espécie de andarilho com um olhar mais
atento para as coisas e pessoas ao seu redor, dotado de uma maior sensibilidade no que diz
respeito a captação de coisas, pessoas, fatos que passavam despercebidos às pessoas comuns,
mas que, de certa forma, parece ser realçadas e destacadas na visão do protagonista.
Podemos comparar o escritor Poe como um flâneur, já que ele soube extrair de suas
observações cotidianas, vários aspectos inerentes em suas obras. O flâneur é o próprio
narrador do conto quando desperta para atentar-se a clamante realidade ao seu redor. É o
próprio velho que anda pelas ruas em busca de encontrar um grupo ao qual pertença ou
apenas sentir parte de um todo já existente.
Na definição de Baudelaire4
, flâneur tem na multidão o seu universo.
Para o perfeito flâneur, para o observador apaixonado, é um imenso júbilo
fixar residência no numeroso, no ondulante, no movimento, no fugido e no
infinito. Estar fora de casa, e contudo sentir–se em casa onde quer que se
encontre; ver o mundo, estar no cento do mundo e permanecer oculto no
mundo [...] Assim o apaixonado pela vida universal entra na multidão como
se isso lhe aparecesse como um reservatório de eletricidade.
(BAUDELAIRE, 1996, p. 18 e 22)
A rua é o palco de grandes acontecimentos, por onde transita a multidão, os diversos
grupos e sub-grupos humanos. É o coração pulsante de todo flâneur que se preze, é a bússola
daqueles que observam a vida e as pessoas. Ela é o ponto de partida da jornada do velho em
busca de se adequar em um grupo específico, enquanto o narrador apenas tenta decifrar o
indecifrável: o ser humano, ou seja, vem a afirmar o final do conto 'es lässt sich nich lesn',
ninguém pode ler e nem entender o ser humano, muito menos a multidão.
Edgar Allan Poe antecipa discussões sobre a sociedade de massa, assunto abordado
nas Teorias da Comunicação. Em decorrência das transformações oriundas com o processo da
industrialização, houve um grande deslocamento de pessoas para as grandes cidades que
surgiam. As relações entre as pessoas sofreram modificações, pois, com a aglomeração nas
cidades, ficou impossível as pessoas manterem um relacionamento mais íntimo, de
conhecimento entre elas mesmas, ou seja, as relações sociais que existiam, também mudaram
drasticamente. O ser humano não tem tempo para estreitar laços sociais, não tem tempo nem
para se conhecer melhor, muito menos ter tempo para se permitir conhecer os outros.
Quando se fala em “Homem–Massa”, estamos nos referindo ao termo originado no
século XIX, no qual “três princípios fizeram possível esse novo mundo: a democracia liberal,
a experimentação científica e o industrialismo”. (ORTEGA Y GASSET, 2007, p.87)
O filósofo espanhol Ortega Y Gasset entende a sociedade de massa semelhante à
4
Charles–Pierre Baudelaire foi um escritor francês, autor do livro As flores do Mal, publicado em 1857. Ícone
do século XX, Baudelaire “influencia a poesia mundial” com a tendência Simbolista. Vale ressaltar que ele foi
tradutor da biografia e das obras de Edgar Allan Poe na França.
Universidade Federal do Ceará - Campus Cariri
IV Encontro Universitário da UFC no Cariri
Juazeiro do Norte-CE, 17 a 19 de Dezembro de 2012
expansão das cidades. Seus moradores se aglomeram em multidões.
O conceito de multidão é quantitativo e visual. Se o traduzimos para a
terminologia sociológica, sem alterá-lo, encontraremos a ideia de massa
social. A sociedade é sempre uma unidade dinâmica de dois fatores:
minorias e massas. As minorias são os indivíduos ou grupos de indivíduos
especialmente qualificados. A massa é o conjunto de pessoas não
especialmente qualificados. [...] A massa pode definir-se como fator
psicológico, sem necessidade de esperar o aparecimento dos indivíduos em
aglomeração. (ORTEGA Y GASSET, 2007, p. 44 e 45)
Relacionando as discussões apontadas até agora, evidencia–se que o velho no conto de
Poe é o retrato fiel do “homem–massa” e que segundo Oliveira (2003, p. 07):
O homem das multidões de Poe era um homem–massa, incapaz de estar só,
mas também incapaz de criar relacionamentos profundos. Sua única
aspiração era ser aceito pelo grupo, mesmo que para isso precisasse
sacrificar sua identidade. Poe o abandona dizendo que nada adiantaria
continuar a segui–lo, pois tudo que se poderia saber dele já se sabe.
3. Conclusão
Com este trabalho, as pessoas têm noção de algumas discussões que dizem respeito
aos campos da Sociologia e da Teoria da Comunicação, baseando–se no conto de Poe, O
homem da Multidão.
As passagens do conto servem para reafirmar as questões apontadas neste trabalho,
nos instigando a refletir sobre o homem, o fato social, a multidão, a mente coletiva,
individual, as relações sociais, os meios, ou seja, o papel de cada um na constituição da
sociedade e de suas relações.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BAUDELAIRE, Charles. Sobre a Modernidade. São Paulo, SP. Editora Paz e Terra, 1996.
Biografia de Charles Baudelaire. Disponível em
http://www.spectumgothic.com.br/literatura/autores/baudelaire.html. Acessado em 21 de
outubro de 2012.
DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. São Paulo, SP: Editora Martin Claet
LTDA, 2011.
MENDES, Oscar (Org). Edgar Allan Poe– Ficção Completa, Poesias e Ensaios. Rio de
Janeiro: Editora Nova Aguiar, 1997.
MENEZES, Marco Antonio. O poeta Baudelaire e suas máscaras: boêmio, dândi e flâneur.
Revista fato e Versões. Nº 1, vol. 1, p. 64–81, 2009. Disponível em:
http://200.233.146.122:81/revistadigital/index.php/fatoeversoes/.../76/69. Acessado em 14 de
outubro de 2012.
OLIVEIRA, Ivan Carlo Andrade de. Teorias da Comunicação. Virtual Books Online M e M
Editores LTDA. Pará de Minas, MG, 2003. Disponível em
Universidade Federal do Ceará - Campus Cariri
IV Encontro Universitário da UFC no Cariri
Juazeiro do Norte-CE, 17 a 19 de Dezembro de 2012
http://www.4shared.com/rar/8qavqbon/Ivan_Carlo_Andrade_de_Oliveira.html. Acessado em
14 de outubro de 2012.
ORTEGA Y GASSET, José. A Rebelião das Massas. Tradução: Marylene Pinto Michael, 3ª
edição. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2009.
POE, Edgar Allan. Histórias Extraordinárias. Seleção, apresentação e tradução: José Paulo
Paes. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2008.
QUINTANEIRO, Tânia, Maria Lídia de Oliveira Barbosa e Márcia Gardênia Monteiro de
Oliveira. Um toque de clássicos. 2ª edição revista e atualizada. Belo Horizonte, MG: Editora
UFMG, 2010.

Mais conteúdo relacionado

Mais de Raquel Alves

SLIDE DA PALESTRA-PODCAST "CONHECENDO OS SEGREDOS DO PODCAST DO LIVRO BLACK W...
SLIDE DA PALESTRA-PODCAST "CONHECENDO OS SEGREDOS DO PODCAST DO LIVRO BLACK W...SLIDE DA PALESTRA-PODCAST "CONHECENDO OS SEGREDOS DO PODCAST DO LIVRO BLACK W...
SLIDE DA PALESTRA-PODCAST "CONHECENDO OS SEGREDOS DO PODCAST DO LIVRO BLACK W...Raquel Alves
 
AS CARACTERÍSTICAS ULTRARROMÂNTICASEXISTENTES NO POEMA THE RAVEN (O Corvo) DE...
AS CARACTERÍSTICAS ULTRARROMÂNTICASEXISTENTES NO POEMA THE RAVEN (O Corvo) DE...AS CARACTERÍSTICAS ULTRARROMÂNTICASEXISTENTES NO POEMA THE RAVEN (O Corvo) DE...
AS CARACTERÍSTICAS ULTRARROMÂNTICASEXISTENTES NO POEMA THE RAVEN (O Corvo) DE...Raquel Alves
 
Desejos Obscuros- livro VI- O adeus
Desejos Obscuros- livro VI- O adeusDesejos Obscuros- livro VI- O adeus
Desejos Obscuros- livro VI- O adeusRaquel Alves
 
Conhecendo os segredos do livro "Jornalismo e Literatura: a análise da poesia...
Conhecendo os segredos do livro "Jornalismo e Literatura: a análise da poesia...Conhecendo os segredos do livro "Jornalismo e Literatura: a análise da poesia...
Conhecendo os segredos do livro "Jornalismo e Literatura: a análise da poesia...Raquel Alves
 
5 curiosidades do livro- parte 1
5 curiosidades do livro- parte 15 curiosidades do livro- parte 1
5 curiosidades do livro- parte 1Raquel Alves
 
Resenha do anime Vampire Princess Miyu
Resenha do anime Vampire Princess MiyuResenha do anime Vampire Princess Miyu
Resenha do anime Vampire Princess MiyuRaquel Alves
 
Diário de Kassandra: a marca da bruxa
Diário de Kassandra:  a marca da bruxaDiário de Kassandra:  a marca da bruxa
Diário de Kassandra: a marca da bruxaRaquel Alves
 
Contos de um coração quebrado
Contos de um coração quebradoContos de um coração quebrado
Contos de um coração quebradoRaquel Alves
 
COMO ESCREVER PARA A WEB
COMO ESCREVER PARA A WEBCOMO ESCREVER PARA A WEB
COMO ESCREVER PARA A WEBRaquel Alves
 
Os passos para uma renda extra na internet- slide
Os passos para uma renda extra na internet- slideOs passos para uma renda extra na internet- slide
Os passos para uma renda extra na internet- slideRaquel Alves
 
Orientação, correção e adequação à ABNT de trabalhos acadêmicos
Orientação, correção e adequação à ABNT de trabalhos acadêmicosOrientação, correção e adequação à ABNT de trabalhos acadêmicos
Orientação, correção e adequação à ABNT de trabalhos acadêmicosRaquel Alves
 
Gerenciamento de mídias digitais
Gerenciamento de mídias digitaisGerenciamento de mídias digitais
Gerenciamento de mídias digitaisRaquel Alves
 
CAMINHOS POSSÍVEIS PARA UMA ANÁLISE DA NARRATIVA DA PINTURA DE SÃO FRANCISCO ...
CAMINHOS POSSÍVEIS PARA UMA ANÁLISE DA NARRATIVA DA PINTURA DE SÃO FRANCISCO ...CAMINHOS POSSÍVEIS PARA UMA ANÁLISE DA NARRATIVA DA PINTURA DE SÃO FRANCISCO ...
CAMINHOS POSSÍVEIS PARA UMA ANÁLISE DA NARRATIVA DA PINTURA DE SÃO FRANCISCO ...Raquel Alves
 
APOSTILA DE ORIENTAÇÃO TRABALHOS ACADÊMICOS
APOSTILA DE ORIENTAÇÃO TRABALHOS ACADÊMICOS APOSTILA DE ORIENTAÇÃO TRABALHOS ACADÊMICOS
APOSTILA DE ORIENTAÇÃO TRABALHOS ACADÊMICOS Raquel Alves
 
DISCURSO, PROPAGANDA E ESTRATÉGIA BÉLICA, POLÍTICA E RELIGIOSA: aspectos do ...
 DISCURSO, PROPAGANDA E ESTRATÉGIA BÉLICA, POLÍTICA E RELIGIOSA: aspectos do ... DISCURSO, PROPAGANDA E ESTRATÉGIA BÉLICA, POLÍTICA E RELIGIOSA: aspectos do ...
DISCURSO, PROPAGANDA E ESTRATÉGIA BÉLICA, POLÍTICA E RELIGIOSA: aspectos do ...Raquel Alves
 
Desejos obscuros livro v
Desejos obscuros livro vDesejos obscuros livro v
Desejos obscuros livro vRaquel Alves
 
Entendendo o livro black wings 2 copia
Entendendo o livro  black wings 2   copiaEntendendo o livro  black wings 2   copia
Entendendo o livro black wings 2 copiaRaquel Alves
 
Livro de Poesias- Desaparecendo
Livro de Poesias- DesaparecendoLivro de Poesias- Desaparecendo
Livro de Poesias- DesaparecendoRaquel Alves
 
Desejos obscuros livro IV- Alma Azul
Desejos obscuros livro IV- Alma AzulDesejos obscuros livro IV- Alma Azul
Desejos obscuros livro IV- Alma AzulRaquel Alves
 

Mais de Raquel Alves (20)

SLIDE DA PALESTRA-PODCAST "CONHECENDO OS SEGREDOS DO PODCAST DO LIVRO BLACK W...
SLIDE DA PALESTRA-PODCAST "CONHECENDO OS SEGREDOS DO PODCAST DO LIVRO BLACK W...SLIDE DA PALESTRA-PODCAST "CONHECENDO OS SEGREDOS DO PODCAST DO LIVRO BLACK W...
SLIDE DA PALESTRA-PODCAST "CONHECENDO OS SEGREDOS DO PODCAST DO LIVRO BLACK W...
 
AS CARACTERÍSTICAS ULTRARROMÂNTICASEXISTENTES NO POEMA THE RAVEN (O Corvo) DE...
AS CARACTERÍSTICAS ULTRARROMÂNTICASEXISTENTES NO POEMA THE RAVEN (O Corvo) DE...AS CARACTERÍSTICAS ULTRARROMÂNTICASEXISTENTES NO POEMA THE RAVEN (O Corvo) DE...
AS CARACTERÍSTICAS ULTRARROMÂNTICASEXISTENTES NO POEMA THE RAVEN (O Corvo) DE...
 
Desejos Obscuros- livro VI- O adeus
Desejos Obscuros- livro VI- O adeusDesejos Obscuros- livro VI- O adeus
Desejos Obscuros- livro VI- O adeus
 
Conhecendo os segredos do livro "Jornalismo e Literatura: a análise da poesia...
Conhecendo os segredos do livro "Jornalismo e Literatura: a análise da poesia...Conhecendo os segredos do livro "Jornalismo e Literatura: a análise da poesia...
Conhecendo os segredos do livro "Jornalismo e Literatura: a análise da poesia...
 
5 curiosidades do livro- parte 1
5 curiosidades do livro- parte 15 curiosidades do livro- parte 1
5 curiosidades do livro- parte 1
 
Resenha do anime Vampire Princess Miyu
Resenha do anime Vampire Princess MiyuResenha do anime Vampire Princess Miyu
Resenha do anime Vampire Princess Miyu
 
Diário de Kassandra: a marca da bruxa
Diário de Kassandra:  a marca da bruxaDiário de Kassandra:  a marca da bruxa
Diário de Kassandra: a marca da bruxa
 
Contos de um coração quebrado
Contos de um coração quebradoContos de um coração quebrado
Contos de um coração quebrado
 
As Deusas-Mães
As Deusas-MãesAs Deusas-Mães
As Deusas-Mães
 
COMO ESCREVER PARA A WEB
COMO ESCREVER PARA A WEBCOMO ESCREVER PARA A WEB
COMO ESCREVER PARA A WEB
 
Os passos para uma renda extra na internet- slide
Os passos para uma renda extra na internet- slideOs passos para uma renda extra na internet- slide
Os passos para uma renda extra na internet- slide
 
Orientação, correção e adequação à ABNT de trabalhos acadêmicos
Orientação, correção e adequação à ABNT de trabalhos acadêmicosOrientação, correção e adequação à ABNT de trabalhos acadêmicos
Orientação, correção e adequação à ABNT de trabalhos acadêmicos
 
Gerenciamento de mídias digitais
Gerenciamento de mídias digitaisGerenciamento de mídias digitais
Gerenciamento de mídias digitais
 
CAMINHOS POSSÍVEIS PARA UMA ANÁLISE DA NARRATIVA DA PINTURA DE SÃO FRANCISCO ...
CAMINHOS POSSÍVEIS PARA UMA ANÁLISE DA NARRATIVA DA PINTURA DE SÃO FRANCISCO ...CAMINHOS POSSÍVEIS PARA UMA ANÁLISE DA NARRATIVA DA PINTURA DE SÃO FRANCISCO ...
CAMINHOS POSSÍVEIS PARA UMA ANÁLISE DA NARRATIVA DA PINTURA DE SÃO FRANCISCO ...
 
APOSTILA DE ORIENTAÇÃO TRABALHOS ACADÊMICOS
APOSTILA DE ORIENTAÇÃO TRABALHOS ACADÊMICOS APOSTILA DE ORIENTAÇÃO TRABALHOS ACADÊMICOS
APOSTILA DE ORIENTAÇÃO TRABALHOS ACADÊMICOS
 
DISCURSO, PROPAGANDA E ESTRATÉGIA BÉLICA, POLÍTICA E RELIGIOSA: aspectos do ...
 DISCURSO, PROPAGANDA E ESTRATÉGIA BÉLICA, POLÍTICA E RELIGIOSA: aspectos do ... DISCURSO, PROPAGANDA E ESTRATÉGIA BÉLICA, POLÍTICA E RELIGIOSA: aspectos do ...
DISCURSO, PROPAGANDA E ESTRATÉGIA BÉLICA, POLÍTICA E RELIGIOSA: aspectos do ...
 
Desejos obscuros livro v
Desejos obscuros livro vDesejos obscuros livro v
Desejos obscuros livro v
 
Entendendo o livro black wings 2 copia
Entendendo o livro  black wings 2   copiaEntendendo o livro  black wings 2   copia
Entendendo o livro black wings 2 copia
 
Livro de Poesias- Desaparecendo
Livro de Poesias- DesaparecendoLivro de Poesias- Desaparecendo
Livro de Poesias- Desaparecendo
 
Desejos obscuros livro IV- Alma Azul
Desejos obscuros livro IV- Alma AzulDesejos obscuros livro IV- Alma Azul
Desejos obscuros livro IV- Alma Azul
 

Último

ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇJaineCarolaineLima
 
Introdução a Caminhada do Interior......
Introdução a Caminhada do Interior......Introdução a Caminhada do Interior......
Introdução a Caminhada do Interior......suporte24hcamin
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfmaurocesarpaesalmeid
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxMauricioOliveira258223
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfFrancisco Márcio Bezerra Oliveira
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdfLeloIurk1
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSOLeloIurk1
 
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESEduardaReis50
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfEmanuel Pio
 

Último (20)

ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
 
Introdução a Caminhada do Interior......
Introdução a Caminhada do Interior......Introdução a Caminhada do Interior......
Introdução a Caminhada do Interior......
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
 

O Homem da Multidão: discussões sobre sociologia e comunicação no conto de Edgar Allan Poe

  • 1. Universidade Federal do Ceará - Campus Cariri IV Encontro Universitário da UFC no Cariri Juazeiro do Norte-CE, 17 a 19 de Dezembro de 2012 O HOMEM DA MULTIDÃO: DISCUSSÕES SOBRE SOCIOLOGIA E COMUNICAÇÃO NO CONTO DE EDGAR ALLAN POE Francisca Raquel Queiroz Alves Rocha1 Tiago Coutinho Parente2 Francisco das Chagas Alexandre Nunes de Sousa3 1. Introdução: O presente estudo é um trabalho realizado como fruto das investigações e discussões das reuniões do Grupo de Estudo de Sociologia e Teoria da Comunicação I, do qual faço parte como bolsista do Programa de Iniciação à Docência (PIB). O objetivo é demonstrar algumas indagações que giram em torno da Sociologia (a sociedade, o fato social/relações sociais, o agir coletivo) e da Teoria da Comunicação (o homem/sociedade/psicologia de massa) existentes no conto de Edgar Allan Poe, O Homem da Multidão. Por meio deste conto, pode-se investigar, problematizar e avaliar o ser humano, nos termos acima citados a partir de sua relação de pertença dos grupos sociais. Analisaremos como ocorre essa interação humana, o que se busca conseguir com a inserção grupal e o que se perde nesse processo em que o indivíduo fará de tudo para compor um grupo social, que venha a atender a suas necessidades. 2. Metodologia/Resultados: Esta pesquisa, de caráter bibliográfica e teórica, faz uma análise do conto citado a partir da seleção de livros, artigos e resenhas pesquisados ao longo da monitoria. A partir deste suporte teórico, lança-se proposições e questionamentos de como é possível perceber análises sociológicas e comunicações na ficção de Edgar Allan Poe. Vale ressaltar que Poe foi um dos representantes do Movimento Romântico nos EUA, responsável por inaugurar um gênero conhecido como romance policial através da obra intitulada de Os Crimes da Rua Morgue. Imortalizou o seu nome no cenário da Literatura Universal com a publicação do poema O Corvo e trabalhou em grandes jornais e revistas. O conto O Homem da Multidão, escrito em 1840, cujo título original é The man of the crowd, foi publicado pela primeira vez, em Boston, no jornal americano Saturday Evening. A história se passa numa tarde de outubro em Londres, quando um senhor, que fora tratar de sua enfermidade, deixa de atentar as notícias de um jornal e passa a observar a rua e as pessoas 1 Graduando do Curso de Comunicação Social e Monitora da Disciplinas de Sociologia e Teoria da Comunicação I– Universidade Federal do Ceará– Juazeiro do Norte–CE. franciscaraquel29@hotmail.com 2 Mestre em Socilogia pela Universidade Federal do Ceará- UFC Universidade Federal do Ceará– Juazeiro do Norte–CE. tiagocoutinho@cariri.ufc.br 3 Mestre em Políticas Públicas pela Universidade Estadual do Ceará- UECE Universidade Federal do Ceará– Juazeiro do Norte–CE. alexandrenunes@cariri.ufc.br
  • 2. Universidade Federal do Ceará - Campus Cariri IV Encontro Universitário da UFC no Cariri Juazeiro do Norte-CE, 17 a 19 de Dezembro de 2012 que lá transitam. Foca-se no que acontece fora de seu campo de vista (o Café D) e volta seu olhar para os diferentes tipos humanos, como se fosse transportado à outra realidade, como se estivesse vendo um filme, passando a contemplar a cena exterior. Percebe e identifica, então, pequenos detalhes físicos, postura, modos de falar, vestimentas, a variedade existente entre aqueles transeuntes de classes sociais e tipos de profissão diferentes da dele. Observa detalhes que ajudam a construir certas particularidades inerentes àquelas diferentes pessoas que se cruzavam na rua, pessoas que se destacavam da multidão, o que revela o olhar de um homem sob os diferentes aspectos da sociedade. Dentre aquelas pessoas, um velho se sobressai da maioria. Trazia em si, um ar de mistério capaz de despertar a curiosidade do observador, pois não conseguia identificar a que grupo social o idoso pertencia. O narrador passa a segui–lo. O homem estranho repete o mesmo trajeto várias vezes, tentando encontrar um lugar ou um grupo ao qual pertença, mas não consegue. Ao final, o narrador conclui: “Este velho”, disse comigo, por fim, é o tipo e o gênio do crime profundo. Recusa-se a estar só. É o homem da multidão. Será escusado a segui-lo: nada mais saberei a seu respeito ou a respeito dos seus atos. O mais cruel coração do mundo é o livro mais grosso que o Hortulus animae, e talvez seja uma das mercês de Deus que “es lässt sich nich lesn”. (POE, 2008, p. 267) O conto aborda assuntos discutidos na disciplina de Sociologia. A coletividade rege a nossa vida social e a interação da sociedade dá origem à vida material. O narrador do conto observa a vida coletiva e isso se assemelha com a faceta do fato social, objeto de estudo do sociólogo Durkheim, definido como: As maneiras de fazer ou pensar, reconhecíveis pela particularidade de serem susceptíveis de exercer uma influência coerciva sobre as consciências particulares [...] Um pensamento comum a todas as consciências particulares ou um movimento repetido por todos os indivíduos, não é por isso um fato social [...] O que os constitui são as crenças, as tendências, as práticas do grupo tomada coletivamente. (DURKHEIM, 2001, p. 24 e 35) A partir dos estudos de Durkheim, a sociedade vem a ser além do que vários indivíduos agrupados, pois as nossas ações e suas manifestações, sentimentos constituem o que de fato somos e consequentemente é o ingrediente chave do que chamamos de sociedade. No conto de Poe, motivados por diferentes razões, cada personagem quer ser inserido na multidão, quer ter um vínculo social. É importante destacar a questão das consciências existentes nos grupos sociais: Possuímos duas consciências: uma é comum com todo o nosso grupo e [...] representa [...] a sociedade agindo e vivendo em nós. A outra [...] só nos representa no que temos de pessoal e distinto, nisso que faz de nós indivíduo [...], o seu conjunto forma o ser social. E, na medida em que o indivíduo participa da vida social, supera a si mesmo (QUINTANEIRO, 2010, p. 76 e 77). Todos os membros dos grupos são atraídos por algo em comum manifestado naquela massa. Max Weber diz que muitas pessoas imitam ou são influenciadas/condicionadas a seguir certos padrões transmitidos por uma massa/multidão. Os estudos de Weber voltam-se ao agir coletivo/relações sociais. A conduta dos indivíduos formam a relação social. (QUINTANERO, 2010, p. 117) Weber explica que existe tipos de dominações na vida coletiva, sendo elas, fatores de definição dos “conteúdos das relações sociais”. Logo, a dominação é instrumento de coesão,
  • 3. Universidade Federal do Ceará - Campus Cariri IV Encontro Universitário da UFC no Cariri Juazeiro do Norte-CE, 17 a 19 de Dezembro de 2012 importante na manutenção das relações entre os indivíduos, refletindo na própria sociedade. (QUINTANEIRO, 2010, p. 129 e 130). No conto, a dominação está presente na ideia do indivíduo ter a necessidade de pertencer a um grupo social para ser reconhecido na sociedade, para fazer valer suas necessidades. E cada grupo vai atrair de maneiras diferentes, aquele ser que anseia por fazer parte da sociedade. Por não se enquadrar nos padrões que identificavam os indivíduos através do olhar atento do protagonista do conto, o velho torna-se um problema. O senhor apenas repetia os mesmos trajetos, tentando encontrar um lugar ou um grupo ao qual pertencesse, sempre procurando nas grandes multidões. A postura do narrador e do velho se encaixa na definição de flâneur, e a rua é o palco do grande espetáculo da vida social. O flâneur é uma espécie de andarilho com um olhar mais atento para as coisas e pessoas ao seu redor, dotado de uma maior sensibilidade no que diz respeito a captação de coisas, pessoas, fatos que passavam despercebidos às pessoas comuns, mas que, de certa forma, parece ser realçadas e destacadas na visão do protagonista. Podemos comparar o escritor Poe como um flâneur, já que ele soube extrair de suas observações cotidianas, vários aspectos inerentes em suas obras. O flâneur é o próprio narrador do conto quando desperta para atentar-se a clamante realidade ao seu redor. É o próprio velho que anda pelas ruas em busca de encontrar um grupo ao qual pertença ou apenas sentir parte de um todo já existente. Na definição de Baudelaire4 , flâneur tem na multidão o seu universo. Para o perfeito flâneur, para o observador apaixonado, é um imenso júbilo fixar residência no numeroso, no ondulante, no movimento, no fugido e no infinito. Estar fora de casa, e contudo sentir–se em casa onde quer que se encontre; ver o mundo, estar no cento do mundo e permanecer oculto no mundo [...] Assim o apaixonado pela vida universal entra na multidão como se isso lhe aparecesse como um reservatório de eletricidade. (BAUDELAIRE, 1996, p. 18 e 22) A rua é o palco de grandes acontecimentos, por onde transita a multidão, os diversos grupos e sub-grupos humanos. É o coração pulsante de todo flâneur que se preze, é a bússola daqueles que observam a vida e as pessoas. Ela é o ponto de partida da jornada do velho em busca de se adequar em um grupo específico, enquanto o narrador apenas tenta decifrar o indecifrável: o ser humano, ou seja, vem a afirmar o final do conto 'es lässt sich nich lesn', ninguém pode ler e nem entender o ser humano, muito menos a multidão. Edgar Allan Poe antecipa discussões sobre a sociedade de massa, assunto abordado nas Teorias da Comunicação. Em decorrência das transformações oriundas com o processo da industrialização, houve um grande deslocamento de pessoas para as grandes cidades que surgiam. As relações entre as pessoas sofreram modificações, pois, com a aglomeração nas cidades, ficou impossível as pessoas manterem um relacionamento mais íntimo, de conhecimento entre elas mesmas, ou seja, as relações sociais que existiam, também mudaram drasticamente. O ser humano não tem tempo para estreitar laços sociais, não tem tempo nem para se conhecer melhor, muito menos ter tempo para se permitir conhecer os outros. Quando se fala em “Homem–Massa”, estamos nos referindo ao termo originado no século XIX, no qual “três princípios fizeram possível esse novo mundo: a democracia liberal, a experimentação científica e o industrialismo”. (ORTEGA Y GASSET, 2007, p.87) O filósofo espanhol Ortega Y Gasset entende a sociedade de massa semelhante à 4 Charles–Pierre Baudelaire foi um escritor francês, autor do livro As flores do Mal, publicado em 1857. Ícone do século XX, Baudelaire “influencia a poesia mundial” com a tendência Simbolista. Vale ressaltar que ele foi tradutor da biografia e das obras de Edgar Allan Poe na França.
  • 4. Universidade Federal do Ceará - Campus Cariri IV Encontro Universitário da UFC no Cariri Juazeiro do Norte-CE, 17 a 19 de Dezembro de 2012 expansão das cidades. Seus moradores se aglomeram em multidões. O conceito de multidão é quantitativo e visual. Se o traduzimos para a terminologia sociológica, sem alterá-lo, encontraremos a ideia de massa social. A sociedade é sempre uma unidade dinâmica de dois fatores: minorias e massas. As minorias são os indivíduos ou grupos de indivíduos especialmente qualificados. A massa é o conjunto de pessoas não especialmente qualificados. [...] A massa pode definir-se como fator psicológico, sem necessidade de esperar o aparecimento dos indivíduos em aglomeração. (ORTEGA Y GASSET, 2007, p. 44 e 45) Relacionando as discussões apontadas até agora, evidencia–se que o velho no conto de Poe é o retrato fiel do “homem–massa” e que segundo Oliveira (2003, p. 07): O homem das multidões de Poe era um homem–massa, incapaz de estar só, mas também incapaz de criar relacionamentos profundos. Sua única aspiração era ser aceito pelo grupo, mesmo que para isso precisasse sacrificar sua identidade. Poe o abandona dizendo que nada adiantaria continuar a segui–lo, pois tudo que se poderia saber dele já se sabe. 3. Conclusão Com este trabalho, as pessoas têm noção de algumas discussões que dizem respeito aos campos da Sociologia e da Teoria da Comunicação, baseando–se no conto de Poe, O homem da Multidão. As passagens do conto servem para reafirmar as questões apontadas neste trabalho, nos instigando a refletir sobre o homem, o fato social, a multidão, a mente coletiva, individual, as relações sociais, os meios, ou seja, o papel de cada um na constituição da sociedade e de suas relações. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BAUDELAIRE, Charles. Sobre a Modernidade. São Paulo, SP. Editora Paz e Terra, 1996. Biografia de Charles Baudelaire. Disponível em http://www.spectumgothic.com.br/literatura/autores/baudelaire.html. Acessado em 21 de outubro de 2012. DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. São Paulo, SP: Editora Martin Claet LTDA, 2011. MENDES, Oscar (Org). Edgar Allan Poe– Ficção Completa, Poesias e Ensaios. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguiar, 1997. MENEZES, Marco Antonio. O poeta Baudelaire e suas máscaras: boêmio, dândi e flâneur. Revista fato e Versões. Nº 1, vol. 1, p. 64–81, 2009. Disponível em: http://200.233.146.122:81/revistadigital/index.php/fatoeversoes/.../76/69. Acessado em 14 de outubro de 2012. OLIVEIRA, Ivan Carlo Andrade de. Teorias da Comunicação. Virtual Books Online M e M Editores LTDA. Pará de Minas, MG, 2003. Disponível em
  • 5. Universidade Federal do Ceará - Campus Cariri IV Encontro Universitário da UFC no Cariri Juazeiro do Norte-CE, 17 a 19 de Dezembro de 2012 http://www.4shared.com/rar/8qavqbon/Ivan_Carlo_Andrade_de_Oliveira.html. Acessado em 14 de outubro de 2012. ORTEGA Y GASSET, José. A Rebelião das Massas. Tradução: Marylene Pinto Michael, 3ª edição. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2009. POE, Edgar Allan. Histórias Extraordinárias. Seleção, apresentação e tradução: José Paulo Paes. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2008. QUINTANEIRO, Tânia, Maria Lídia de Oliveira Barbosa e Márcia Gardênia Monteiro de Oliveira. Um toque de clássicos. 2ª edição revista e atualizada. Belo Horizonte, MG: Editora UFMG, 2010.