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Tendências | T
TURISMODELISBOA|
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Há pouco tempo atrás esta afirmação seria
uma blasfémia, mas Espanha já percebeu que
o mindset do turista está a mudar e que acima
de tudo, o turista culinário precisa de mais in-
teração e engagement com a gastronomia de
um destino na fase de inspiração para as suas
férias. Este câmbio na perceção de que o Mu-
garitz, o Martin Berastegui ou os irmãos Roca
já não movem montanhas de turistas (será que
alguma vez os fizeram?) faz com que a priori-
dade seja a promoção de first hand food expe-
riences que se aproximem cada vez mais da
realidade que o turista vai encontrar.
Espanha está a voltar ao básico e nós, em
Portugal, ainda continuamos a usar (e abusar)
do José Avillez como exemplo? Não faz sen-
tido! Porque não prestamos atenção e louva-
mos mais os lugares que fazem o – “Portugal
Gastronómico dos Pequenitos” fora de Lisboa,
Porto e Algarve? É um tema em que tenho in-
sistido muito nas palestras onde sou convidado
falar sobre Turismo Gastronómico e que refiro
dentro da minha comunidade de bloggers de
viagens e gastronomia. Por ter um blogue, sou
constantemente convidado para viajar para
destinos com o intuito de provar e contar his-
tórias sobre gastronomia, mas muitas destas
organizações que o fazem, falham logo na pri-
meira abordagem.
Esqueçam o dizer ao mundo que somos os
melhores do mundo nisto ou naquilo. Todos os
destinos fazem o mesmo e os turistas já tapam
as orelhas. O mesmo se passa com o mundo
da promoção de gastronomia de destinos atra-
vés blogues. A não ser que haja uma história
interessante eu não vou perder o meu tempo,
nem os recursos deste destino, pois sei que
se o conteúdo (visual e escrito) que contar no
meu blogue não for interessante o suficiente,
os meus leitores vão deixar de me seguir.
O TURISMO CULINÁRIO
EM PORTUGAL BY
NELSON CARVALHEIRO
“O turismo gastronómico de elite em Espanha tem os
dias contados!” Confessava-me o diretor do Turismo
Espanhol para Alemanha num recente jantar organizado
pela embaixada espanhola em Berlim. “Já esgotámos o
mercado com esta carta e agora estamos a voltar às bases
e a promover jantares como este - inteiramente baseados
em pintxos e em cook your own dinner”.
T | Tendências
|TURISMODELISBOA
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O meu trabalho enquanto “contador de histórias
de viagem e gastronomia” está em conseguir
inspirar pessoas a replicar a minha viagem e ex-
periência através das minhas fotos e escrita. Eu
não invento nada, apenas transcrevo da forma
mais interessante possível o que um destino, um
restaurante, um prato, uma pessoa tem para me
contar. Comer umas lulas acabadas de grelhar na
rua na Praia do Furadouro é tão emocionante e
maravilhoso para o palato e para a líbido como
comer cabrito grelhado no meio do deserto no
Bahrain, comer 30 tipos de caril diferente numa
folha de banana no Sul da Índia ou mesmo uma
rabada do nordeste Brasileiro.
O que o turista gastronómico de hoje procura é o
sentido de estar nos lugares que visita e na gas-
tronomia que prova. Ter a hipótese de viajar livre-
mente e descobrir locais em primeira mão que
lhe saciam tanto o palato como as suas emoções,
e poder relatar sobre eles à sua comunidade. O
que ele e fundamente todos nós procuramos é
“Social Currency”, a nova forma de riqueza on-
line, onde cada um de nós é quanto mais rico,
quanto mais experiências únicas e interessentes
vivemos. São estas vivências únicas em viagem
que nos fazem querer partilhar com a nossa co-
munidade, através dos nossos blogues e media
social, com o intuito de mostrar a todos que cada
um de nós sabe e conhece mais e melhor este
destino do que os outros.
A gastronomia portuguesa e as suas humildes
origens estão repletas de inspiração de viagem,
de imagens, histórias e emoções capazes provo-
car sentimentos, tão bem como quaisquer outras.
Temos ainda a vantagem de ser um país relativa-
mente desconhecido no panorama do turismo de
gastronomia mundial. O nosso outro grande asset
é que não precisamos de inventar, alterar ou pro-
duzir nada – basta-nos contar as histórias das pes-
soas, das receitas e do lugares que diariamente
fazem a nossa gastronomia tradicional acontecer.
Esses sim são os verdadeiros bastiões do Portugal
real e do que é comer bem no nosso país.
Locais como a Adega Velha, em Mourão, o Solar
O turista
gastronómico
de hoje procura
o sentido
de estar nos
lugares que
visita e na
gastronomia
que prova
Bragançano, em Bragança, o Zé Manel dos Ossos,
em Coimbra ou o Café Correia, em Vila do Bispo,
são únicos no mundo, únicos em Portugal e deve-
rão ser showcased como vivências gastronómicas
para inspirar visitantes a visitarl Portugal pela sua
gastronomia. Muito para além de uma tremen-
da profundidade de sabor que é feita em lugares
como estes, há alma, há caráter, há autenticida-
de, há orgulho e há muitas histórias para contar
– escritas e visuais. Basicamente há Portugal não
processado nestes lugares!
É por haver lugares como estes que escrevi o livro
“Portuguese Travel Cookbook”, em parceria com
a APTECE. Com lançamento marcado para Abril
de 2015, este livro pretende ser uma montra
do sentimento português ao dizer “eu amo-te”
através da gastronomia. É uma viagem através
de um Portugal gastronómico fidedigno às suas
origens, orgulhoso da sua identidade e herança
culinária, onde se contam histórias sobre os pra-
tos, os locais, os restaurantes, as tascas, as terras,
os produtores, os pescadores, os agricultores, os
cozinheiros que diariamente se dedicam a fazer e
a dar tangibilidade a esta realidade.
Descobrir um destino é fácil…Ouvir um amigo
alemão, a quem foi aconselhada uma viagem a
Portugal, dizer que o ponto alto da sua visita foi
estar sentado na praça em Vinhais a comer enchi-
dos e a beber vinho verde tinto, e saber que é o
único estrangeiro na vila é outra coisa…
Nelson Carvalheiro
www.nelsoncarvalheiro.com/blog

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  • 2. T | Tendências |TURISMODELISBOA 32 O meu trabalho enquanto “contador de histórias de viagem e gastronomia” está em conseguir inspirar pessoas a replicar a minha viagem e ex- periência através das minhas fotos e escrita. Eu não invento nada, apenas transcrevo da forma mais interessante possível o que um destino, um restaurante, um prato, uma pessoa tem para me contar. Comer umas lulas acabadas de grelhar na rua na Praia do Furadouro é tão emocionante e maravilhoso para o palato e para a líbido como comer cabrito grelhado no meio do deserto no Bahrain, comer 30 tipos de caril diferente numa folha de banana no Sul da Índia ou mesmo uma rabada do nordeste Brasileiro. O que o turista gastronómico de hoje procura é o sentido de estar nos lugares que visita e na gas- tronomia que prova. Ter a hipótese de viajar livre- mente e descobrir locais em primeira mão que lhe saciam tanto o palato como as suas emoções, e poder relatar sobre eles à sua comunidade. O que ele e fundamente todos nós procuramos é “Social Currency”, a nova forma de riqueza on- line, onde cada um de nós é quanto mais rico, quanto mais experiências únicas e interessentes vivemos. São estas vivências únicas em viagem que nos fazem querer partilhar com a nossa co- munidade, através dos nossos blogues e media social, com o intuito de mostrar a todos que cada um de nós sabe e conhece mais e melhor este destino do que os outros. A gastronomia portuguesa e as suas humildes origens estão repletas de inspiração de viagem, de imagens, histórias e emoções capazes provo- car sentimentos, tão bem como quaisquer outras. Temos ainda a vantagem de ser um país relativa- mente desconhecido no panorama do turismo de gastronomia mundial. O nosso outro grande asset é que não precisamos de inventar, alterar ou pro- duzir nada – basta-nos contar as histórias das pes- soas, das receitas e do lugares que diariamente fazem a nossa gastronomia tradicional acontecer. Esses sim são os verdadeiros bastiões do Portugal real e do que é comer bem no nosso país. Locais como a Adega Velha, em Mourão, o Solar O turista gastronómico de hoje procura o sentido de estar nos lugares que visita e na gastronomia que prova Bragançano, em Bragança, o Zé Manel dos Ossos, em Coimbra ou o Café Correia, em Vila do Bispo, são únicos no mundo, únicos em Portugal e deve- rão ser showcased como vivências gastronómicas para inspirar visitantes a visitarl Portugal pela sua gastronomia. Muito para além de uma tremen- da profundidade de sabor que é feita em lugares como estes, há alma, há caráter, há autenticida- de, há orgulho e há muitas histórias para contar – escritas e visuais. Basicamente há Portugal não processado nestes lugares! É por haver lugares como estes que escrevi o livro “Portuguese Travel Cookbook”, em parceria com a APTECE. Com lançamento marcado para Abril de 2015, este livro pretende ser uma montra do sentimento português ao dizer “eu amo-te” através da gastronomia. É uma viagem através de um Portugal gastronómico fidedigno às suas origens, orgulhoso da sua identidade e herança culinária, onde se contam histórias sobre os pra- tos, os locais, os restaurantes, as tascas, as terras, os produtores, os pescadores, os agricultores, os cozinheiros que diariamente se dedicam a fazer e a dar tangibilidade a esta realidade. Descobrir um destino é fácil…Ouvir um amigo alemão, a quem foi aconselhada uma viagem a Portugal, dizer que o ponto alto da sua visita foi estar sentado na praça em Vinhais a comer enchi- dos e a beber vinho verde tinto, e saber que é o único estrangeiro na vila é outra coisa… Nelson Carvalheiro www.nelsoncarvalheiro.com/blog