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Um homem chamado JesusUm homem chamado Jesus
Tim LaHaye
Título original:
Traduzido por Rubens Castilho
United Press
Digitalizado por: #Pati#
Formatado por: SusanaCap
WWW.PORTALDETONANDO.COM.BR/FORUMNOVO/
Dedicatória
A todos aqueles que crêem que o Jesus de Nazaré histórico foi
realmente o Filho de Deus em forma humana, que morreu na cruz e
ressurgiu três dias depois — e a todos os que desejam encontrar razões
lógicas e convincentes para crer.
Sumário:
INTRODUÇÃO: Quase Um Cético 3
A Necessidade Deste Livro 6
Parte I: Quem É Jesus? 8
1. A Pessoa Mais Extraordinária Que Já Viveu 8
2. O Que Há com os Céticos? 20
3. A Credibilidade das Narrativas do Evangelho 33
4. Várias Opiniões Sobre Jesus de Nazaré 53
5. Quem Jesus Disse Que Era 62
Parte II : A Evidência das Testemunhas Oculares 75
6. O Testemunho de João Batista 75
7. O Testemunho do Apóstolo Pedro 85
8. O Testemunho do Apóstolo João 97
9. O Testemunho do Apóstolo Paulo 104
10. O Testemunho do Próprio Deus 118
Parte III: O Que Suas Obras Provam Sobre Ele 126
11. Seus Milagres Como Testemunhos de Sua Identidade 126
12. Jesus Recebeu Adoração 143
13. Somente Deus Pode Perdoar 152
14. O Testemunho do Cumprimento das Profecias - Parte I 161
15. O Testemunho do Cumprimento das Profecias – Parte II 181
Parte IV: Evidência de Sua Ressurreição 207
16. A Ressurreição de Jesus: O Restante da História 207
17. A Ressurreição de Jesus Pode Ser Provada? 230
18. Algumas Teorias Falsas Sobre a Ressurreição de Jesus 256
Parte V : Quem Ele É Para Você? 274
19. Evidência Que Requer Uma Decisão 274
Contracapa:
Conhecido como Jesus de Nazaré, sua vida tem inspirado mais
obras de arte, músicas e discussões do que qualquer rei, líder militar,
cientista ou educador. Quem pode ter exercido maior influência na
civilização do que Jesus, se até os séculos são separados pela data de
seu nascimento?
A identidade de Jesus, sua atividade e sua divindade têm sido
debatidas ferozmente desde sua passagem pela Terra. A influência de
Jesus no mundo moderno é imensurável. Esta influência de Jesus no
mundo moderno é imensurável. Esta influência e a constante busca
humana pela verdade nos leva a procurar respostas a uma pergunta
apresentada pelas mais diversas pessoas nos mais diferentes contextos.
Quem é esse homem chamado Jesus?
É esta a pergunta que Tim LaHaye se propõe a responder neste
livro. Examinando as evidências cuidadosamente, ele procura revelar o
aspecto mais importante da vida de Jesus: sua divindade como o
legítimo Filho de Deus.
Traga seu ceticismo para este livro e deixe que uma erudição
honesta e uma fé invencível o destruam!
INTRODUÇÃO: Quase Um Cético
Por pouco não me tornei um cético na escola dominical. Talvez
ao superar a minha crise, adquiri a capacidade de ser mais
compreensivo e paciente com aqueles que guardam perguntas não
respondidas e dúvidas filosóficas honestas sobre Deus, a Bíblia e Jesus
Cristo.
Meu professor da escola dominical era um bom homem. Tenho
certeza de que ele era bem-intencionado, mas tinha uma formação
deficiente e quase nenhum tempo para preparar adequadamente sua
lição. Ele era faxineiro no turno da noite na montadora da Ford em
Dearborn, Michigan, perto de Detroit. Nossa classe de meninos reunia-
se na galeria — no setor destinado ao coro — de uma igreja situada na
avenida Williamson.
Infelizmente para nós, o professor possuía um conhecimento
escasso da Bíblia e mal sabia ensinar. Quase todos os domingos ele se
colocava diante de nós e nervosamente fazia da revista trimestral das
lições um canudo, apertando-a e torcendo-a, sempre dizendo a mesma
coisa: “Não tive tempo para estudar minha lição esta semana, rapazes,
mas vamos ver o que Deus tem para nós”. Devo confessar que,
qualquer que fosse a mensagem que Deus tinha para nós, o professor
falhava em nos transmitir. No entanto, de um modo ou de outro, esse
homem foi nosso professor por dois anos nas classes de treze e de
quatorze anos.
Para piorar as coisas, meu professor de biologia no primeiro grau
foi um ardoroso evolucionista e um propagador do ateísmo. Ele nos
dizia repetidas vezes que Deus não existia, que não havia vida após a
morte e que milagres eram impossíveis. O Sr. Babel (acredite ou não,
este era seu nome verdadeiro) tinha obtido seu mestrado em ciência na
Universidade de Michigan. Ele sempre vinha para a aula preparado e
era muito convincente.
Não me considero um intelectual ou pensador profundo, mas
sou abençoado (ou, como alguns de meus amigos diriam,
“amaldiçoado”) com uma mente muito ocupada e inquiridora. Tenho
dificuldade de aceitar qualquer coisa que não esteja sustentada por
razões lógicas. Não importa o que seja dito, se eu não tiver assimilado,
posso preliminarmente fazer uma pergunta para me certificar de sua
validade.
Um dia, espremi meu bem-intencionado professor da escola
dominical além de seus limites, por meio de uma infindável lista de
perguntas. “Por que Jesus fez aquilo?” “Podemos provar isso?” “Como
saber se é verdade?” Finalmente, exasperado, ele vociferou: “Tim
LaHaye, se você não parar com todas essas perguntas, vou expulsá-lo
desta classe!” E então acrescentou algo que eu não podia aceitar: “Por
que você simplesmente não crê?”
Com toda honestidade, considerei aquilo intolerável. Apenas
crer? Isto era tudo o que o cristianismo lógico podia conter? A fé era
como uma infecção virótica que algumas pessoas “pegavam” e outras
não? Muito embora eu tivesse aceitado Jesus como meu Senhor e
Salvador no quarto ano primário, estava passando por um momento
crítico. Tinha dificuldade para crer que tudo o que aprendera era
verdadeiro. Queria saber tudo sobre Jesus, suas afirmações sobre si
mesmo e sobre os testemunhos de outros. Mesmo estando na oitava
série, eu tinha uma boa base sobre o cristianismo para identificar Jesus
Cristo como sua figura central. Se suas afirmações não pudessem ser
sustentadas, se as coisas que a Bíblia ensinava sobre Ele não pudessem
ser verificadas, então Ele não era o que dizia ser. E, como um castelo
de cartas, o cristianismo se desmantelaria.
Poucas semanas depois, nosso fiel pastor disse algo que nunca
esqueci. “Se alguns dentre vocês têm dúvidas a respeito do
cristianismo, e particularmente sobre Cristo”, “não tenham receio de
admitir isso diante de Deus e procurar as respostas na Bíblia. Deus não
espera que creiamos cegamente. Pelo contrário, Ele espera que usemos
nossas mentes.” Então citou em Hebreus o que o profeta Isaías havia
escrito — “‘Vinde, pois, e arrazoemos’ diz o Senhor” (Isaias 1.18). Pela
primeira vez, entendi que eu estava tendo permissão, e até mesmo
incentivo, para ter uma mente inquiridora. Vi que o próprio Deus nos
desafiou a usar a razão para determinar aquilo em que acreditamos.
Aquele momento marcou o início de uma busca da verdade,
resultando na descoberta de muitas razões lógicas e históricas de minha
fé. Finalmente, encontrei razões mais do que adequadas para crer que
Jesus Cristo, a figura central do cristianismo, é quem Ele mesmo disse
que era: “o Filho de Deus” que “veio buscar e salvar o perdido” (Lucas
19.10).
Hoje posso dizer honestamente que minhas dúvidas e indagações
têm sido mais do que respondidas. As respostas que encontrei devem
desafiar qualquer cético sincero a examinar a imperiosa evidência da
real identidade de Jesus de Nazaré. Creio que há muito mais evidência
para acreditar nas afirmações de Cristo do que para rejeitá-las, mais
perguntas respondidas do que não respondidas. Na verdade, estou
convencido de que, quando aprofundamos nossas questões e
examinamos inteiramente nossa evidência, concluímos que Jesus de
Nazaré foi uma pessoa única. Vamos também descobrir que é
extremamente difícil apresentar razões críveis para seu poderoso
impacto na história humana... insuficiente para reconhecer que Ele foi,
sem dúvida, uma deidade em forma humana.
Este livro será bastante útil a todos aqueles que são sinceros em
suas dúvidas — sejam eles cristãos que abrigam perguntas sem
respostas, descrentes ou céticos sinceros. Tenho visto muitos cristãos
aumentarem seu amor e dedicação a Jesus Cristo ao se tornarem mais
convencidos sobre quem Ele realmente é. À medida que suas dúvidas
impertinentes e perguntas persistentes foram enterradas, a fé de tais
pessoas se fortaleceu. Tenho visto, ainda, uma mudança nas atitudes de
descrentes e céticos ao compreenderem, conforme as palavras do
apóstolo Pedro, que não seguimos “fábulas engenhosamente
inventadas” (2 Pedro 1.16). Afinal, nossa crença e aceitação da pessoa e
divindade do Jesus Cristo histórico é intelectualmente idônea e
logicamente racional. Portanto, quando tais pessoas percebem que
somos pessoas lógicas, elas também abraçam a fé.
A Necessidade Deste Livro
Dewey Bertolini é um pastor amigo meu que tem dado palestras
para jovens secundaristas e universitários por mais de vinte e dois anos.
Dewey tem falado a mais de quinhentos grupos de adolescentes de
hoje. Ele afirma que os jovens atualmente estão se desenvolvendo com
pouco ou nenhum conhecimento de Jesus Cristo. A menção do nome
do Senhor em qualquer coisa, exceto pelo lado profano, tem sido
proibida ou evitada tanto na educação pública como na televisão;
conseqüentemente, a menos que os pais levem seus filhos e filhas
regularmente à igreja, muitos não terão um indício sequer de quem é
realmente o Filho de Deus.
Para ilustrar este triste fato, Dewey relatou como lhe foi dada
uma oportunidade de dar aula a uma classe do segundo grau a apenas
um mês antes de sua graduação. Ele apresentou o nome de Jesus Cristo
e ficou pasmo diante do absoluto desconhecimento da classe. Curioso
sobre aquele analfabetismo espiritual, ele dividiu a classe em grupos
para discutir o tema e deu aos estudantes vinte minutos para
formularem uma definição de Jesus. Finalmente os grupos reuniram
suas descobertas e trouxeram a seguinte conclusão, que representava o
pensamento de toda a classe: “Jesus Cristo é algum cara religioso que
viveu há uns duzentos anos.” Dewey acrescentou: “Eles achavam que
Jesus Cristo tinha sido contemporâneo de George Washington,
primeiro presidente dos Estados Unidos.”
Dewey falou, em seguida, de uma caminhada que fez pelos
corredores de uma das maiores escolas secundárias da cidade, quando
observou um estudante bater acidentalmente uma porta sobre a mão de
um colega. O estudante machucado começou a blasfemar usando o
nome de Jesus Cristo. Em vez de desconsiderar a explosão de raiva e
dor, Dewey aproximou-se do jovem, expressou seu sentimento pelo
acontecido e, então, perguntou: “Você se importa se eu lhe perguntar
por que usou o nome de meu amigo dessa forma?”
“Nome de quem?” disse o estudante confuso.
“Jesus Cristo”, respondeu Dewey.
“Quem é ele?” perguntou o jovem.
Acredite ou não, aquele jovem nada sabia a respeito daquele
“nome que está acima de todo nome” (Filipenses 2.9), e usava-o como
um termo profano quando as coisas não iam bem.
Sei que esses jovens mal informados não representam o consenso
da juventude norte-americana, mas quem pode negar que eles
representam a crescente ignorância e falta de respeito pela pessoa mais
importante que já viveu neste mundo? É minha oração que este livro
não somente elucide quem Ele é, mas que o comprove de maneira
compreensível para todos.
Um Homem Chamado Jesus é a culminância de toda uma vida
de investigação. O livro não contém todas as respostas que
encontramos, mas inclui as melhores. Presumo que você vai achar essas
respostas convincentes. É minha esperança que você as compartilhe
com outros que, como o antigo Tim LaHaye, estão carregados de
perguntas e dúvidas.
Os céticos sinceros não duvidam porque não há respostas a suas
perguntas sobre a identidade de Jesus; eles duvidam porque não lhes
foram fornecidas tais respostas. O apóstolo Pedro desafiou os cristãos
de todas as partes “para responder a todo aquele que vos pedir
RAZÃO da esperança que há em vós...” (1 Pedro 3.15).
Este livro irá não apenas estimular os cristãos e fornecer-lhes
respostas claras para as dúvidas que surgirem em seu caminho, mas
espero que possa também responder àqueles que foram vítimas dos Srs.
Babéis deste mundo. Aprendam com um “ex-Tomé incrédulo” da
escola dominical: a caminhada ao longo da estrada do conhecimento
vale mais do que a própria viagem.
Parte I: Quem É Jesus?Parte I: Quem É Jesus?
1. A Pessoa Mais Extraordinária Que Já Viveu
Ele era conhecido em sua época como Jesus de Nazaré.
Trabalhou como carpinteiro a maior parte de sua vida adulta.
Entretanto, Ele foi tão extraordinário pela forma como viveu e pela
influência que exerceu sobre a humanidade que a palavra
“extraordinário” não consegue caracterizá-lo.
Ninguém mais — nem reis, ditadores, cientistas, educadores ou
líderes militares — deu uma contribuição maior que a de Jesus à
história do mundo. Pelo menos doze bilhões de pessoas passaram por
este planeta, mas até hoje, quase dois mil anos depois de sua morte,
ninguém chegou sequer perto de ocupar a posição singular que Ele
ocupou na história.
Nunca faltaram a este mundo grandes homens e mulheres. A
história está repleta de nomes como Salomão, Davi, Hamurabi, Ciro,
Alexandre o Grande, César, Gêngis Khan, Joana d’Arc, Napoleão
Bonaparte, George Washington, Isaac Newton, Florence Nightingale...
a lista continua infinitamente.
Mas ninguém se aproxima de Jesus Cristo em sua influência
sobre a humanidade.
O próprio H. G. Wells, romancista e historiador inglês, autor de
cinco volumes sobre a história do mundo, presentes nas prateleiras de
quase todas as bibliotecas de faculdades e universidades, acabou dando
mais espaço a Jesus Cristo do que a qualquer outro. E Wells não foi
nenhum amigo da fé! Na realidade, seus biógrafos retratam-no como
um cético ou, possivelmente, um ateu. No entanto, como um
verdadeiro historiador, ele não pôde desconsiderar a maior de todas as
personalidades que já viveram.
Inigualável em Sua Vida e Ensinamentos
Acima de qualquer dúvida, Jesus Cristo é a pessoa mais estudada,
discutida e analisada que já viveu. Mesmo depois de vinte séculos, Ele
tem mais defensores e oponentes do que qualquer outra figura
isoladamente. Enquanto existem literalmente milhares de acadêmicos
renomados que de boa vontade o confessam como Senhor, há também
outros milhares que, se pudessem, destruiriam sua credibilidade. Desde
o início Ele teve tanto seguidores como caluniadores, e temos sido
advertidos de que esta situação perdurará até o final dos tempos.
No próximo capítulo vamos comentar ligeiramente sobre o tão
falado Seminário Jesus, um grupo de setenta e dois estudiosos liberais
que se encontram duas vezes por ano em um esforço de redesenhar a
vida e o caráter de Jesus. Remodelando-o como um simples “sábio ou
cínico”, eles tentam despojá-lo de sua singularidade. Entretanto, a
despeito de seu fácil acesso à mídia popular, incluindo Newsweek,
Time e U.S. News and World Report, não tiveram êxito na conquista
de muitos adeptos. Na verdade, seu maior sucesso foi fazer com que
muitos estudiosos, escritores e teólogos — homens brilhantes que
examinaram a evidência da singularidade de Jesus — publicassem suas
razões sólidas e dignas de crédito para crerem que Jesus Cristo foi de
fato aquele que os evangelhos retratam, a mais extraordinária e
influente pessoa que já passou pela Terra.
Os eruditos do Seminário Jesus, assim como outros como eles,
têm dificuldades para explicar como um simples sábio ou cínico
poderia ter influenciado o mundo de forma tão fantástica como Jesus.
A grande pergunta resume-se nisto: Quem foi Jesus de Nazaré? Se Ele
foi apenas um notável carpinteiro nascido em um país obscuro, mesmo
as mentes céticas mais aguçadas têm dificuldade de explicar por que, de
todas as pessoas brilhantes que já existiram, Jesus permanece em uma
categoria própria.
Isaac Newton é considerado por muitos especialistas o mais
brilhante cientista que já existiu. Entretanto, esse homem jamais tentou
comparar-se a Jesus Cristo; pelo contrário, sabemos que ele foi um
crente ardoroso e seguidor fiel do Nazareno. Blaise Pascal é
considerado um dos maiores filósofos do mundo e, no entanto, como
Newton, nunca tentou usurpar o lugar de Jesus Cristo. Pascal creu
durante toda sua vida no Salvador, até sua morte dolorosa. O mesmo
pode ser dito de Willian Gladstone, Louis Pasteur e de milhares de
eruditos, cientistas juristas e escritores brilhantes, bem como de
milhões de pessoas comuns. Todos eles estudaram sua vida e seus
ensinos, exa minaram ambos os lados das evidências e vieram a crer
mais d que nunca que Jesus é o Filho de Deus — incomparável entre
todos os que existiram.
Inigualável por Seu Impacto
Para colocarmos a influência de Jesus em perspectiva,
consideremos vários aspectos proeminentes de sua singularidade. Jesus
de Nazaré é incomparável como influência moral. Sua vida e seus
ensinos continuam insuperáveis em sua capacidade de guiar culturas,
tribos e pessoas, tirando-as de sua confusão moral.
Jesus de Nazaré é incomparável como influência artística. Ele
tem servido de inspiração na arte e na música do mundo mais do que
qualquer outra pessoa. Alguns dos maiores oratórios e hinos da história
foram escritos a respeito dele ou para Ele. Jesus é o tema central de
mais livros e música do que qualquer outro indivíduo. A Biblioteca do
Congresso norte-americano, considerada a mais completa biblioteca do
mundo, registra mais obras sobre Jesus do que sobre qualquer outra
pessoa.
Jesus de Nazaré é incomparável como influência humanitária.
Mais hospitais, orfanatos, casas de repouso e missões de salvamento
têm sido dedicados a Ele do que a todos os líderes religiosos reunidos.
Mais esforços para ajudar pessoas têm sido realizados, financiados e
perpetuados por seus seguidores do que todos os outros juntos.
Jesus de Nazaré é incomparável em sua capacidade de inspirar
devoção. Nenhum outro indivíduo nos últimos dois mil anos atraiu
maior dedicação entre seus seguidores. Embora Jesus nunca tenha
levantado um exército durante seus três anos e meio de ministério,
milhões e milhões de seus seguidores espalharam-se pelas partes mais
remotas do planeta para levar sua mensagem — não por dinheiro,
terras ou recompensas materiais, mas por pura devoção a Ele.
Jesus de Nazaré é incomparável como influência escolástica.
Embora nunca tenha fundado uma faculdade, seus ensinamentos e seus
seguidores contribuíram mais para as instituições de alfabetização e
matérias educativas — de todos os níveis, desde o jardim da infância
até as universidades — do que todos os outros reunidos. Somente nos
Estados Unidos, uma nação de instituições educativas, 128 faculdades
foram estabelecidas nos primeiros cem anos da história do país —
fundadas por uma igreja, denominação, ou grupo religioso. Harvard,
Princeton e Yale, que foram os centros da educação norte-americana
durante duzentos anos, foram criadas para preparar ministros,
missionários e líderes cristãos. Além disso, numerosas faculdades cristãs
foram fundadas em honra do Mestre.
Antes que o evangelho chegasse à América, foram os seguidores
de Jesus Cristo que proveram educação às crianças de famílias comuns.
Antes de Martinho Lutero na Alemanha e João Calvino na França e na
Suíça, somente os ricos, os membros da realeza ou gênios do mundo
eram considerados aptos para a educação. Porém esses grandes
reformadores viram a educação como meio de ensinar a Bíblia a todas
as gerações, as quais, pela primeira vez, puderam ler as Escrituras em
suas línguas maternas. Os colonizadores implantaram esse modelo no
Novo Mundo. Não foi por mero acaso que esse direcionamento para a
educação das crianças entre os séculos dezesseis e dezoito lançou as
bases para o crescimento explosivo da Revolução Industrial do século
dezenove.
Em flagrante contraste, as culturas seculares do mundo pouco
fizeram para alfabetizar milhares de tribos indígenas que (em um
determinado estágio) não possuíam uma linguagem escrita. Enquanto
isso, os seguidores de Jesus traduziam a Bíblia em incontáveis línguas e
ensinavam milhões a ler. A intenção desses desbravadores era prover a
alfabetização e levar a Bíblia a todas as tribos do mundo na virada do
próximo milênio. A razão para isso? Dedicação a Jesus Cristo.
Jesus de Nazaré é incomparável em seu impacto sobre as
mulheres. Ninguém fez tanto para elevar a dignidade da mulher em
geral e da maternidade do que Jesus Cristo. Ele veio a este mundo
quando as mulheres eram consideradas apenas um pouco acima dos
animais. Muitas eram negociadas como gado e poucas desfrutavam
direitos pessoais perante a lei e o casamento. Nos lugares atingidos pela
mensagem de Cristo, as mulheres se viram enobrecidas e respeitadas
como seres humanos feitos à imagem de Deus. Os seguidores de Cristo
legaram às mulheres o direito ao voto através de movimentos em toda
a Europa, Inglaterra e Estados Unidos. E seus discípulos constituem
hoje a legião daqueles que se posicionam em defesa dos bebês não-
nascidos. As mulheres não cristãs do Ocidente podem não
compreender a dívida que têm para com Jesus Cristo e seus ensinos,
mas é ao Nazareno e aos seus discípulos que elas devem agradecer pela
posição elevada que usufruem hoje.
Jesus de Nazaré é incomparável em sua influência sobre a
liberdade e a justiça. Ninguém promoveu tão profundamente a
liberdade e a justiça pessoal do que os seguidores de Jesus, armados
com o padrão de sua lei. A lei inglesa e norte-americana, considerada
como modelo para todo o mundo, deve sua existência basicamente aos
ingleses John Locke, William Gladstone, William Wilberforce, William
Blackstone e aos americanos James Witherspoon, John Adams, James
Madison e John Marshall. Todos foram seguidores devotados de
Cristo, que conheciam e aplicavam seus princípios e ensinos para a
preservação dos direitos e liberdade individuais sob a lei. Todos esses
homens influentes admitiram livremente que deviam sua grandeza a
Ele.
O clímax dessa dedicação à liberdade individual veio com a
Declaração da Independência dos Estados Unidos da América, cujas
palavras — “Todos os homens foram criados iguais” — tornaram-se a
pedra angular da nação mais livre da história universal. A América do
Norte foi fundada para preservar a liberdade religiosa: “Vida, liberdade
e busca da felicidade” para todos.
Como se pode ver, a evidência é impressionante. Não importa
que esfera salutar da atividade humana se considere, a influência de
Jesus Cristo sobre a civilização ocidental avulta e prepondera sobre
todas as demais. A história mostra que vidas têm sido transformadas
nos lugares onde a mensagem de Jesus foi colocada em prática,
resultando em ganhos expressivos para a educação, a lei, a sociedade e a
cultura.
Inigualável em Sua Vida Pessoal
Não é por acaso que o homem que mais influenciou
positivamente a civilização foi o que viveu a vida mais extraordinária da
história.
Considere seu nascimento. Em cada Natal bilhões de cristãos e
não-cristãos celebram seu nascimento e relembram a característica
incomum de sua vinda ao mundo: sua mãe era uma virgem.
A vida santificada de Jesus também o torna diferente de qualquer
outro ser humano, pois, como vamos provar mais adiante neste livro,
mesmo seus inimigos não puderam encontrar qualquer falta nele. Em
toda a história humana, somente um homem que se declarou perfeito
foi levado a sério tanto por seus amigos como por seus inimigos. Jesus
nunca teve de se desculpar ou pedir perdão. Ele é inigualável pelo fato
de nunca ter pecado.
Os magníficos ensinos desse humilde carpinteiro da Galiléia
também o elevaram a uma categoria ímpar. A maioria dos historiadores
e filósofos ocidentais, assim como muitos de outras tradições,
reconhecem-no como o maior de todos os mestres. Considere sua
regra de “Amai os vossos inimigos” (Mateus 5.44) ou “orai pelos que
vos caluniam” (Lucas 5.28) ou “dai, e dar-se-vos-á” (Lucas 6.38). Quase
todos os historiadores concordam que este mundo seria um lugar
muito melhor, se todos seguissem os ensinos do Nazareno.
Os milagres de Jesus o colocam igualmente em posição
incomparável. Como veremos adiante, eles realmente aconteceram e
são ainda incontestáveis. Sua capacidade de curar enfermidades e sanar
deformidades tidas como irreversíveis demonstra que Ele tinha o poder
de Deus no seu interior como ninguém mais.
Finalmente, para coroar sua trajetória gloriosa neste mundo, Ele
deu sua própria vida sacrificialmente pelos pecados do mundo e em
seguida realizou o maior de todos os seus milagres: ressuscitou dentre
os mortos. Esse acontecimento, comemorado a cada ano como uma
das duas datas mais sagradas do calendário cristão, confere-lhe a
supremacia como a pessoa mais extraordinária que já viveu.
Os Títulos Inigualáveis Atribuídos a Jesus
Nenhuma pessoa além de Jesus tem sido identificada por meio
dos títulos a seguir, porque nenhum outro foi qualificado para usá-los.
Alguns desses títulos lhe foram dados por anjos, outros por seus
discípulos ou seguidores ou mesmo pelos profetas hebreus. Nenhum
desses títulos o caracteriza plenamente. Para compreender quem Ele
realmente foi e como será em sua segunda vinda, todos devem ser
considerados em conjunto. Uma coisa é certa: nenhum outro ser faz jus
ao mérito de ostentar sequer um desses títulos.
Todo-poderoso
Deus forte
A palavra era Deus
Senhor meu e Deus meu
O grande Deus
Nosso salvador Jesus Cristo
Maravilhoso
Conselheiro
Pai da eternidade
Príncipe da paz
Alfa e Ômega
Primeiro e Último
Deus bendito para sempre
O Cristo
Filho de Deus
Jeová
O princípio e o fim
O Senhor
Salvador
O Santo
Senhor de todos
Emanuel
O caminho, a verdade e a vida
Rei dos reis
Senhor dos senhores
Na história do mundo, ninguém jamais saiu de uma oficina de
carpinteiro para ostentar títulos tão sublimes. Sua vida somente pode
ser explicada pelo fato de ter sido Ele, realmente, “o Filho de Deus”
em um sentido único.
No fim de semana em que escrevia estas palavras, Deus mostrou-
me um exemplo perfeito disto. Fiz o discurso de colação de grau da
vigésima quinta turma da Christian Heritage College, em San Diego,
Califórnia (faculdade fundada pelos doutores Henry Morris, Arthur
Peters e por mim). Um dos alunos deu um incrível testemunho.
O homem — 1 metro e 95 centímetros de altura, 110 quilos de
peso — contou uma longa história passada dentro e fora da prisão. Na
última vez em que fora jogado em uma cela, a primeira coisa que fez foi
expulsar um dos presos do beliche mais cobiçado do local, dizendo: “A
partir de agora esta cama é minha — vai dizer alguma coisa?” Com
isso, ele se enfiou no beliche para ter um bom sono. Mas, em vez disso,
notou uma protuberância em seu colchão, uma Bíblia, a primeira que
tinha visto. Começou a ler e não parou mais até terminar o evangelho
de João — momento em que suplicou a Cristo que perdoasse seus
pecados, aceitando-o como Senhor e Salvador. Sete anos mais tarde ele
era não somente um homem transformado, sem mais qualquer
pendência com a lei, mas estava se formando em uma faculdade cristã a
fim de ingressar em um seminário para se preparar para o ministério. A
influência do Nazareno se fez sentir novamente, mudando a natureza
decaída e a direção da vida desse homem.
Posso dizer sem reserva que ninguém jamais exerceu uma
influência tão positiva sobre as pessoas do que Jesus de Nazaré!
A Razão de Sua Singularidade
O simples fato de Jesus de Nazaré ter influenciado este mundo
mais do que qualquer outra pessoa deve ser suficiente para estabelecer
seu lugar ímpar na história humana. Mas, quando decompomos as
muitas outras facetas singulares de sua vida, ficamos estarrecidos diante
de um dilema incrivelmente difícil. Como explicar a contribuição de
toda sua vida, resumida a apenas três anos e meio? Quando um homem
é colocado no pedestal supremo, muito acima de todos os outros na
história humana, certamente deve ser por alguma razão. Qual seria?
Não foi por sua descendência familiar próxima, porque sua mãe
foi uma simples mulher judia e seu pai, um humilde aldeão carpinteiro.
Não foi por suas posses materiais, porque Ele não tinha dinheiro
algum, nem mesmo um lugar “onde reclinar a cabeça” (Mateus 8.20).
Ele foi acusado diante de um tribunal vestindo uma túnica emprestada
e seu corpo foi colocado em um túmulo também emprestado.
Não foi sua educação, pois não há nenhum registro de que Ele
tenha freqüentado uma escola. No entanto, com a idade de apenas
doze anos, Ele confundiu os doutores de teologia no templo de
Jerusalém.
Não foi por suas viagens pelo mundo, pois, com exceção de uma
breve estada no Egito quando era ainda bebê, Ele nunca viajou mais do
que 150 quilômetros para fora da cidade em que foi criado.
Não foi porque viveu e ministrou em um país influente, pois Ele
passou toda sua vida na obscura e pequenina terra de Israel, tendo sido
criado em uma cidade que gerava a seguinte pergunta: “De Nazaré
pode sair alguma coisa boa?” (João 1.46).
Não foi porque teve amigos influentes, pois somente pescadores,
cobradores de impostos e outros homens sem representatividade
alguma o seguiram.
Não foi porque todas as pessoas gostavam dele, pois os líderes
religiosos e políticos elitistas várias vezes tentaram apedrejá-lo e
finalmente o crucificaram.
Não foi porque teve uma vida longa e bem-sucedida, pois Ele
estava com apenas trinta e três anos quando sacrificou sua vida por
outros.
Não foi porque teve um longo e extenso ministério, pois seu
ministério durou apenas três anos e meio. Pelos padrões humanos, Ele
teve uma morte ignominiosa em uma cruz tosca.
Não foi porque estabeleceu muitas organizações para perpetuar
sua memória, pois Ele fundou somente uma — sua Igreja — e ela
somente teve início depois de sua morte.
Assim sendo, a que atribuir a posição única de Jesus Cristo?
Tenho lido as insinuações daqueles que rejeitam a afirmação de Jesus
ser Deus em forma humana e observado suas inconsistências. As
opiniões de tais pessoas são mais difíceis de aceitar do que os simples
relatos do evangelho. Como pôde esse homem influenciar mais vidas e
afetar a história humana mais profundamente do que todos os outros?
Em toda a história, ninguém pode comparar-se a Ele. E, no entanto,
Ele fez tudo isso em apenas três anos e meio! Todos os incrédulos
sinceros devem responder à pergunta: “como Ele conseguiu isso?”
À medida que Jesus Cristo caminha ao longo das páginas da
história humana, Ele é elevado a uma categoria sem similar por sua
peculiaridade. Por um lado, os descrentes não podem deixar de
reconhecê-lo, tamanhas foram suas contribuições em favor da
humanidade; nem podem eles explicar sua existência sem admitir sua
divindade. Albert Schweitzer, vítima de uma onda de ceticismo no
começo deste século, teve de admitir que o Jesus histórico é um enigma
e um estranho para o nosso tempo. Como o Dr. Carl E H. Henry, um
dos últimos estudiosos verdadeiramente conservadores da Bíblia na
geração passada, escreveu: “Muitos estudiosos que rejeitam que Jesus é
Deus verdadeiro e homem verdadeiro, vendo-o apenas sob uma única
faceta, distinguem-no, apesar disso, da totalidade da raça humana. Os
tributos prestados a Jesus, mesmo por estudiosos que repudiam os
credos cristológicos históricos, não somente reverenciam o Nazareno
acima de seus contemporâneos, mas elevam-no bem acima de todos os
seres antigos e modernos. Essas avaliações de Jesus Cristo acabam por
exaurir habituais categorias antropológicas ao tentar explicá-lo.” Ele
então conclui: “Aqueles que não começam com a suposição cristã
fundamental de que ‘o Verbo se fez carne’ (Jo 1.14), mas procuram
mostrar como um homem completo, como supõem que Cristo foi,
estava unido (de alguma forma) a Deus, não podem senão terminar em
pontos de vista confusos e contraditórios”.
Na realidade, todas as descrições de Jesus que conflitam com
aquelas apresentadas nos quatro evangelhos são “não-históricas”. Jesus
é quem Ele disse que era: Deus em forma humana.
Não há qualquer explanação meramente humana sobre o porquê
de um simples, embora brilhante, homem — que deveria ter sido
esquecido há muito tempo por todo este mundo — ser ainda a pessoa
mais amada que já viveu, quase dois mil anos após sua morte. As
explicações humanas não conseguem explicar a influência que Ele ainda
exerce sobre este planeta. Apenas um fato explica a singularidade de
Jesus Cristo: Ele foi verdadeiramente o Filho de Deus que veio sob
forma humana, exatamente como Ele se declarava.
Veja você que atribuir somente humanidade a Jesus não é
suficiente. Para cumprir o que Ele fez, tanto em sua vida como em seus
ensinamentos, precisava ser tanto Deus como homem, operando juntos
em uma pessoa única. Essa pessoa é Jesus de Nazaré.
O propósito deste livro é demonstrar essa convicção de maneira
lógica e razoável. Para começar nossa investigação, vamos considerar o
ceticismo de alguns daqueles que rejeitam a condição única de Jesus
como Deus-Homem. Veremos que, enquanto nenhuma boa evidência
dá apoio a esse ceticismo, montanhas de evidência comprovam a
prerrogativa de que Jesus é o único Filho de Deus, o Senhor da Glória
em forma humana.
2. O Que Há com os Céticos?
Por mais de mil e seiscentos anos a divindade pessoal de Jesus
Cristo raramente foi colocada em dúvida. A maioria das pessoas
aceitava prontamente os relatos das testemunhas oculares de sua vida,
contidos nos evangelhos, onde é evidente que Jesus devia ser realmente
Deus em forma humana. As pessoas de sua época muitas vezes faziam
exclamações como esta: “Ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes,
se Deus não estiver com ele” (Veja João 32; 9.33).
O mesmo podia ser dito de seus ensinos, pois Ele falava como
quem tem autoridade. Nem mesmo o maior profeta do Velho
Testamento ousou dizer algo como: “Ouvistes que foi dito aos antigos:
‘Não matarás’... Eu, porém vos digo...” (Mateus 5.21-22) colocando-se
no mesmo nível de Deus. O impacto de Jesus sobre a civilização,
reconhecido universalmente, fez com que os homens o aceitassem
como Deus, pois nenhum outro teve tanto impacto sobre as nações
como Ele, ou realizou tantas coisas em tão pouco tempo.
Porém, mesmo quando Jesus andou por este mundo, nem todos
o aceitaram como Filho de Deus. Nem todos os que ouviram sua
palavra, viram seus milagres e puderam comprovar quem Ele realmente
era, acreditaram nele. Muitos dos judeus de sua época o rejeitaram,
porque Ele não correspondia à imagem que eles faziam de um Messias.
No entanto, desde o princípio aqueles que o aceitaram como
Messias também aceitaram sua natureza divina. As igrejas que surgiram
depois disso seguiram essa mesma doutrina. A história registra poucas
vozes que se ergueram para formular razões contrárias à divindade de
Jesus Cristo. E assim foi até cerca de quatrocentos anos atrás.
A Crença em Deus É Ameaçada
A partir do século dezesseis, com o filósofo René Descartes,
muitas pessoas foram influenciadas pela idéia de que não podiam
acreditar naquilo que não podiam ver. E como não podiam ver Deus,
recusaram-se a crer em sua existência.
Isto, representou um rompimento com a crença da época.
Durante milênios, a maior parte da humanidade aceitou o fato de a
criação ter sido obra de um Criador. No entanto, Descartes e seus
seguidores rejeitaram toda a noção de Deus.
Foi, portanto, natural para os céticos franceses do século
dezessete e para os racionalistas alemães do século dezoito questionar a
divindade de Jesus. Eles já haviam rejeitado a crença em Deus e
proposto uma filosofia de vida independente dele; o passo seguinte foi
aplicar esse ceticismo a Jesus.
Um princípio básico da lógica é que, se você começa com uma
premissa errada, acaba chegando inevitavelmente a uma conclusão
errada. Na questão da divindade de Cristo, a partir do momento em
que a pessoa rejeita Deus, ela deve repudiar também a crença no
sobrenatural. Este preconceito vai impedi-la de enxergar com clareza,
não permitindo uma avaliação imparcial de qualquer alegação que se
refira à divindade de Jesus. Um cético simplesmente não pode admitir a
possibilidade de que Jesus é Deus. Se ele admitisse isso, estaria negando
a própria essência de sua crença — “Não há Deus”. Portanto, ele
rejeita arbitrariamente as afirmações da divindade de Cristo; já que
Deus não existe, Jesus não pode afirmar que é divino. Desta forma,
muito antes de começar uma avaliação da vida de Cristo, os céticos
concluem que Jesus não era nada mais do que um simples homem.
A maioria das pessoas que rejeitam Deus e a divindade de Jesus
são como o ateu Tom Paine, que escreveu um livro de grande
influência, A Idade da Razão, sem nunca ter lido a Bíblia! Muitos
concluíram que Jesus é menos do que o “Filho de Deus” (um direito
que Ele alegou repetidas vezes possuir) sem ao menos examinar sua
vida. Em muitos casos, apenas repetiram o que outros tinham escrito
sobre o assunto...
Alguns céticos, embora admitindo o incrível impacto da vida de
Jesus sobre o mundo, insistem no ponto de que Ele nunca alegou ser
Deus ou possuir os atributos de Deus. Eles querem nos fazer acreditar
que Jesus foi um homem bom, mas não divino.
Isto é exatamente o que acontece com os ilustres participantes do
Seminário Jesus, que nos últimos anos tem recebido tanta atenção da
mídia.
O Seminário Jesus: Quem São e o Que Fazem Seus
Participantes?
Em 1985, Robert Funk convidou várias pessoas, em sua maioria
estudiosos liberais, para verificarem a identidade de Jesus e a
autenticidade dos registros do evangelho. Cerca de duzentos
acadêmicos estiveram na primeira sessão; mas desde então esse numero
tem diminuído, agrupando atualmente de setenta a setenta e cinco
pessoas. Trinta e dois dos “participantes” ou ensinam ou possuem
títulos de docentes de três das instituições teológicas mais liberais dos
Estados Unidos (Harvard, Claremont e Vanderbilt). Esses estudiosos se
reúnem para julgar os registros do Novo Testamento e submetê-los a
seus próprios testes de exatidão.
O objetivo principal do seminário tem sido sempre atrair a maior
publicidade possível às suas “descobertas”. Logo no início ficou
decidido que a votação seria feita por meio de bolinhas coloridas —
pois chamam mais a atenção. Um membro do seminário explicou o
significado das cores que codificam as palavras de Jesus: “Vermelha —
isto é Jesus! Rosa — isto parece ser Jesus. Cinza — talvez seja Jesus. E
preta — houve algum erro!” O seminário percorreu detalhadamente
cada evangelho e votou sobre a autenticidade de cada afirmação
atribuída a Jesus.
A objetividade do grupo pode ser vista em suas conclusões:
De acordo com o Seminário Jesus, a maior parte do
evangelho de João é uma farsa [apesar de os
estudiosos bíblicos considerarem-no mais autêntico
que os demais evangelhos]; ele recebeu uma marca
rosa, algumas cinza e nenhuma vermelha. A passagem
marcada com a cor rosa, João 4.44, é traduzida assim:
“Um profeta não consegue nenhum respeito em seu
próprio território”. No evangelho de Marcos apenas uma
expressão recebeu a cor vermelha — “Dai a César o
que é de César, e a Deus o que é de Deus”(Mc 12.17).
Ao todo, 82% das palavras de Jesus em Mateus,
Marcos, Lucas e joão não são consideradas julgadas
autênticas. Apenas 15 frases de Jesus são marcadas
em vermelho, sendo todas expressões curtas e
pungentes.
Este ataque nada sutil ao Jesus histórico e sua contribuição
produziu o seguinte comentário do conservador Douglas Groothuis:
“Quase nada resta de autêntico depois dessas análises”.
O objetivo deles era exatamente esse e tudo foi premeditado
desde o início; nenhuma “erudição” foi envolvida, nem foram feitas
quaisquer novas descobertas. Na realidade, sem a publicidade veiculada
em revistas como Time, Newsweek, U.S. News and World Report,
Life, e em grandes jornais como Los Angeles Times e New York
Times, as opiniões do seminário teriam sido esquecidas rapidamente.
É importante lembrar que o seminário não fez qualquer nova
descoberta que conduzisse a esses pontos de vista injuriosos. De fato,
ele teve início com a premissa de que o sobrenatural é impossível.
Todos os membros líderes do seminário negaram as doutrinas básicas
da fé cristã histórica, incluindo o nascimento virginal de Cristo, sua
divindade, a expiação viçaria, sua ressurreição dentre os mortos e
ascensão ao céu. Portanto, não seria surpresa que o seminário rotulasse
como “não-autênticos” quaisquer fatos que dessem apoio a essas
doutrinas.
Além disso, a mídia nunca divulgou que tanto a metodologia
como as conclusões do Seminário Jesus foram atacadas por crentes
conservadores e estudiosos bíblicos do mundo inteiro. Até mesmo os
estudiosos que não proclamam fidelidade ao Cristo vivo — tendência
dominante tanto nos Estados Unidos como na Europa — denunciaram
as falhas do seminário.
O primeiro livro a ser publicado pelo seminário, Os Cinco
evangelhos: A Busca do Jesus Autêntico, revela as verdadeiras
intenções do grupo. Este trabalho de 1993 procura elevar o evangelho
de Tome ao mesmo nível de autoridade concedido pela igreja aos
quatro evangelhos canônicos. Na verdade, o seminário freqüentemente
julga Tomé superior aos respeitados evangelistas, apesar de a igreja
primitiva não fazer qualquer menção de Tome por trezentos anos após
a morte de Cristo. Por que essa fascinação por Tomé? Pode-se apenas
inferir que é pelo fato de o seminário preferir o gnosticismo de Tome à
ortodoxia bíblica.
Quando este “evangelho” foi descoberto, logo depois da
Segunda Guerra Mundial, os estudiosos céticos saudaram-no como um
novo conceito dogmático para destruir o Jesus autêntico. Porém, como
todas as outras tentativas dos últimos trezentos ou quatrocentos anos, a
teoria que coloca Jesus como “sábio” ou “cínico” (baseada
substancialmente em Tome) é mais difícil de ser aceita do que a
imagem de Jesus como “Filho de Deus” revelado nos evangelhos
tradicionais — especialmente quando nos lembramos que esses
homens estão mais de dezenove séculos distantes dos eventos, armados
apenas com seus Ph.Ds. e suas tendências céticas. É a opinião deles
contra os registros escritos de homens que passaram três anos e meio
com Jesus de Nazaré e que foram “testemunhas oculares da sua
majestade” (2 Pedro 1.16).
Embora o Seminário Jesus continue a reunir-se — está
estudando atualmente o que Jesus realmente fez quando esteve na
Terra e quais livros devem ser incluídos no cânon bíblico —, ele nada
mais fez do que levantar questões perturbadoras sobre sua objetividade,
metodologia e valor escolástico. Nem ao menos conseguiu mostrar por
que alguém deve abandonar a confiança nos registros dos evangelhos e,
em seu lugar, passar a confiar em seus próprios vôos imaginários.
Os céticos que conheço são geralmente mais eficientes em
levantar objeções do que em responder à simples pergunta: “Como
você explica o cristianismo sem o sobrenatural?” Notamos esta
tendência nas teorias superficiais e tolas desenvolvidas por eles, onde
geralmente se criam mais problemas do que soluções. E interessante
observar que eles não parecem desenvolver nada realmente novo.
Várias obras que utilizei em minha pesquisa para a publicação deste
livro foram escritas há mais de cem anos, e descobri que as perguntas a
que estamos respondendo hoje são basicamente as mesmas levantadas
naqueles períodos.
Em resumo, os céticos modernos não têm nada de novo a
oferecer. Eles apenas retomam as idéias elaboradas pelos céticos
franceses e racionalistas germânicos de dois ou três séculos atrás.
Mesmo os participantes do Seminário Jesus não têm proposto
nenhuma novidade (apesar da publicidade obtida). Até aqui o melhor
que eles podem oferecer são algumas novas interpretações das antigas
teorias de Voltaire, Rousseau, Hegel e outros. Se suas teorias fossem,
ainda que parcialmente, corretas, já poderiam ter obtido evidências
arqueológicas suficientes para derrubar a credibilidade da origem divina
de Jesus e da ressurreição (ou ao menos colocar em dúvida os registros
dos evangelhos). Ao invés disso, as escavações dos arqueólogos têm
servido para confirmar os registros nos evangelhos sobre a vida de
Jesus.
Como Nascem os Céticos
É interessante notar que muitos dos que duvidam da divindade
de Jesus ou de sua ressurreição física nunca leram os evangelhos, ou os
relatos das testemunhas oculares dos acontecimentos da vida de Cristo.
Voltaire, o célebre descrente do século dezoito, rejeitou a divindade e a
ressurreição de Jesus, assim como a Bíblia. Como ele se tornou tão
cético? Talvez por ter sido tão brilhante? De modo algum. Quando
seus pais, que eram católicos devotos, notaram que seu filho tinha a
inteligência de um gênio, contrataram um ex-sacerdote como seu
professor particular na tentativa de oferecer-lhe uma educação de
qualidade.
Infelizmente, eles não verificaram por que o professor era um ex-
sacerdote. O homem tinha sido expulso da igreja católica por seu
ceticismo; por sua vez, ele inoculou doses maciças de ceticismo na
mente de seu jovem e brilhante aluno. A objetividade nada tinha a ver
com o ceticismo de Voltaire. A doutrinação cética fez de Voltaire um
cético!
Na realidade, tenho observado que a maioria dos céticos foi
influenciada por algum livro ou professor que transmitiu-lhes seu
próprio ceticismo. A partir do momento em que o cético se convence
de suas posições, seu orgulho pessoal não lhe permite mudar de
opinião, não importando quantos fatos contrários possam desafiá-lo.
Isto é particularmente verdadeiro em relação a muitos
acadêmicos. Estes homens e mulheres apreciam passar adiante seu
ceticismo, atingindo as mentes jovens e impressionáveis — muito
embora não tenham os fatos a seu favor. Talvez seja por isso que o
maior número de céticos é encontrado nas universidades, onde uns
poucos professores agnósticos podem minar a fé das gerações futuras.
Sob a capa de “liberdade acadêmica”, os céticos ateus em nossas
faculdades e universidades (e algumas vezes em nossas escolas
secundárias) questionam todas as coisas da fé cristã, desde a criação até
a ressurreição, recusando-se a considerar os argumentos cristãos.
Qualquer um que analise somente um dos lados de um
argumento está inclinado a adotar esse ponto de vista (particularmente
os jovens). As universidades de hoje estão fabricando céticos, não
porque os cristãos sejam falhos em evidenciar a divindade e
ressurreição do corpo de Cristo, mas por falta da exposição dessa
evidência. Estou convencido de que a evidência da divindade e
ressurreição de Jesus Cristo é tão clara que qualquer pessoa objetiva
que examine ambos os lados de um argumento concluirá que a fé cristã
está baseada em fatos históricos consistentes.
O Caso do Ateu Não-Científico
Quando eu era pastor, poucos ateus freqüentavam minha igreja.
Por isso fiquei realmente surpreso quando um jovem e inteligente
engenheiro apertou minha mão em um domingo após o culto e
anunciou: “Sou um ateu não-científico. Acabo de concluir meu
mestrado na Universidade Stanford e desejo freqüentar sua igreja.
Estou trabalhando por um ano em uma empresa aqui em San Diego a
fim de ganhar o suficiente para freqüentar a Universidade Brandeis no
próximo outono, visando ao doutorado.” E então explicou: “Um ateu
não-científico é aquele que examinou somente um lado da evidência
antes de chegar a uma conclusão. Durante os meus estudos, fui
instruído a examinar os dois lados de uma argumentação antes de
chegar a uma conclusão. Descobri, então, que toda minha
argumentação partia de uma perspectiva cética ou ateia. Por isso,
durante estes nove meses em que não tenho atividade acadêmica
pesada, resolvi freqüentar sua igreja para que possa conhecer e
examinar o ponto de vista cristão.”
Então ele me pediu algo que poucas pessoas me haviam pedido:
“O senhor estaria disposto a separar uma hora por semana comigo para
me ajudar na orientação da pesquisa?” “É claro que sim”, respondi.
Mas primeiro fi-lo prometer que leria pelo menos um capítulo da Bíblia
diariamente, à medida que eu lhe fosse indicando.
Stan concordou e passamos a nos encontrar todas as quartas-
feiras à noite, antes do culto. Ele era um acadêmico disciplinado. Lia a
Bíblia diariamente, como prometeu, bem como todos os livros e
executava as tarefas que eu lhe dava. Começamos com o nascimento
virginal de Jesus e sua origem divina, mas logo descobri que ele estava
tão interessado e aplicado que isso exigiria mais tempo do que
tínhamos disponível. Por isso, eu o desafiei a pular diretamente para a
ressurreição, porque, disse-lhe, “se a ressurreição é válida, então a
divindade de Cristo e seu nascimento virginal também são válidos”.
Trabalhamos arduamente durante os nove meses restantes e, por minha
sugestão, ele começou a preparar duas listas: uma a favor e outra contra
a ressurreição. Naquela época, Josh McDowell ainda não havia escrito
sua obra clássica sobre Jesus, por isso tive de fazer uma porção de
pesquisas por minha conta. Hoje a tarefa seria muito mais fácil (e mais
convincente!).
Fiquei extremamente desapontado quando, no final de setembro,
Stan me disse que aquele seria nosso último encontro, pois partiria no
dia seguinte para a Universidade Brandeis. Tentei fazer com que ele
tomasse uma decisão apoiada em sua pesquisa, onde havia duas vezes
mais evidências em favor da ressurreição do que contra — mas como
ele “não estava preparado”, achei melhor não forçá-lo. Stan prometeu
dedicar mais algum tempo a sua pesquisa, na tentativa de “chegar a
alguma conclusão até o feriado do dia de Ação de Graças.
Sinceramente, achei que o tinha perdido. Afinal de contas,
naquela época, toda a Universidade Brandeis era judaica e 98% de seus
estudantes eram judeus ou ateus.
Não tive mais notícias de Stan até o Natal, quando ele me pediu
uma entrevista. Fiquei grandemente surpreso quando ele me disse que
planejava ir à igreja no próximo domingo e declarar, na frente de todos,
que queria se tornar um cristão. Fiquei muito feliz com isso e, então, ele
me contou como chegou a esta conclusão.
Ele manteve sua promessa e dedicou um bom tempo nas
bibliotecas daquela área reunindo dados pró e contra a ressurreição. Sua
conclusão? “Houve cinco vezes mais evidência PRÓ ressurreição de
Jesus do que contra. Depois que cheguei a esta conclusão, foi fácil
ajoelhar-me à beira de minha cama (no alojamento de Brandeis) e
convidar Jesus, o Cristo vivo, a entrar em minha vida. A pesquisa havia
finalmente terminado e uma paz maravilhosa desceu sobre mim!”
Em seguida, algo bastante raro aconteceu. Ele desceu as escadas
e encontrou cinco colegas da universidade — comentando exatamente
como era inacreditável o fato de os cristãos aceitarem algo tão
ultrajante como a ressurreição de Jesus. Stan, uma pessoa de espírito
manso e introvertido, agüentou até onde pôde. De repente, ele se viu
entrando na conversa e compartilhando algumas das evidências que
havia encontrado, para a grande surpresa de todos. Pois, como a
maioria dos descrentes, eles concluíram erroneamente que nada havia
em favor da ressurreição, já que nunca tinham ouvido nada sobre isso.
Quando perguntei a Stan por que ele ainda não se considerava
um cristão,mesmo depois de éter convidado Cristo a entrar em sua
vida, ele me explicou que o Senhor esperava dele um testemunho
público de sua fé. Ele estava certo sobre isso, mas tinha uma idéia
equivocada a respeito do que era um testemunho público, achando que
precisava ir à frente após um sermão para testemunhar sua fé.
Expliquei-lhe que ele já tinha dado seu primeiro testemunho
público; isto aconteceu no dia seguinte ao da celebração do dia de Ação
de Graças, no seu alojamento, quando falou em defesa da ressurreição
de seu novo Salvador. E isto foi feito diante de cinco testemunhas —
seus colegas judeus! Isso provou que ele estava salvo. Stan
evidentemente estava pensando no texto que promete: “Se com a tua
boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que
Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o
coração se crê para justiça, e com a boca se confessa a respeito da
salvação” (Romanos 10.9-10).
Fiel à sua palavra, Stan foi à igreja no domingo de manhã e
caminhou até a frente, confessando perante a igreja o que ele já tinha
confessado diante dos homens, que o Cristo que ressurgiu da morte
após sua crucificação era, sem sombra de dúvida, seu Senhor e Salvador
pessoal.
Deve ter sido uma experiência genuína, porque aquele “ex-ateu
não-científico” tem sido um cristão firme por mais de trinta anos. A
última vez que ouvi falar de Stan, ele era professor em uma faculdade
cristã. Este caso serve como uma evidência adicional de que o
ceticismo geralmente não pode se expor à esmagadora evidência da
ressurreição de Jesus, desde que o cético esteja disposto a ser objetivo e
examinar ambos os lados da evidência.
O Ceticismo Não é Intelectualmente Honesto
Os cristãos nada têm a temer diante dos argumentos dos céticos.
Quando avaliamos as evidências, torna-se claro que a crença no Cristo
ressurreto faz mais sentido do que a crença em qualquer sistema
alternativo.
Por outro lado, os cristãos precisam saber que a arma preferida
dos céticos nunca foi o argumento racional baseado na melhor
evidência disponível; os céticos perceberam há muito tempo que o
ridículo e o sarcasmo servem muito melhor aos seus propósitos. Muitos
céticos se apegam à sua descrença não com base em uma evidência
irrebatível, mas simplesmente porque decidiram descrer. Eles não são
intelectualmente honestos. Josh McDowell nos conta alguns fatos
interessantes ocorridos em conferências que deu para alunos de
filosofia.
O professor era também o diretor do departamento.
Depois que apresentei a evidência literária e histórica
da divindade de Cristo, o professor começou a me
importunar com perguntas e acusações sobre a
ressurreição. Após uns dez minutos, um estudante
interrompeu e fez ao professor uma pergunta muito
interessante:
“O que o senhor acha que aconteceu na primeira
páscoa?”
O professor olhou para mim e em seguida para o
estudante.
“Não sei o que aconteceu” disse ele. “Mas não foi a
ressurreição!”
“Sua resposta é o resultado do exame da evidência?”
A resposta foi a seguinte: “Não! É por causa de minha
perspectiva filosófica.”
Em outra importante universidade, vários estudantes
levaram meu primeiro livro, Evidence That Demands a
Verdict (Evidência Que Requer um Veredito), ao
presidente do departamento de história para que ele o
avaliasse. Após vários meses, um dos alunos visitou o
presidente e perguntou sua opinião sobre o livro.
“Ele contém historicamente alguns dos argumentos
mais convincentes sobre o cristianismo que já li”,
respondeu o professor.
O estudante ficou todo excitado. Então o diretor do
departamento acrescentou: “Mas não chegarei à
mesma conclusão do Sr.McDowell.”
“Por que?”perguntou o estudante, confuso.
“Por causa da minha perspectiva filosófica”, foi a
resposta.
Não havia falta de evidência. Mas, apesar disso, ele se
negou a aceitá-la.
Uma Questão de Vontade
Um poeta disse sabiamente: “Uma mente convencida contra sua
vontade é ainda a mesma mente.” Algumas pessoas simplesmente se
recusam a crer, mesmo quando confrontadas com fatos irrefutáveis.
Outros podem ficar sem respostas, mas ainda se recusam a dobrar os
joelhos diante de Jesus. Neste caso, a rejeição de Cristo e de sua
ressurreição não é mais uma questão de razão e lógica; é uma rebelião
contra Deus.
Aconteceram vários casos na igreja que pastoreei em San Diego,
Califórnia. Um engenheiro aeroespacial, de inteligência privilegiada,
vinha à igreja regularmente acompanhado de sua esposa e filha, mas
confessava que não era um crente. Ele se dizia abertamente um ateu,
ou, na melhor das hipóteses, um cético. Não sei bem o que ele
realmente era. Don, diferentemente da maioria dos maridos descrentes,
desfrutava da companhia de alguns homens de nossa igreja, chegando
até a praticar esqui aquático com alguns deles aos sábados à tarde.
Em uma manhã de domingo, cinco anos mais tarde, Don estava
profundamente emotivo. Procurou-me após o culto dizendo que tinha
duas perguntas sérias que gostaria de me fazer há algum tempo e que,
se eu pudesse responder a elas, ele se tornaria um cristão. Eu me senti
exultante e perguntei quando ele queria conversar. Ele respondeu que o
dia seguinte seria bom, porque ele estaria de férias toda aquela semana.
Cheguei à sua casa às duas horas e ele me expôs dois pontos
críticos sobre o cristianismo. Acredite ou não, eu havia estudado ambos
os pontos nos últimos dez dias! Conversamos por duas horas e meia.
No final, perguntei-lhe se tinha mais perguntas a fazer, e ele disse que
não, e que estava satisfeito com as respostas dadas.
“Don”, perguntei, “você está preparado para dobrar os joelhos
comigo e convidar Cristo para entrar em seu coração?” Para minha
surpresa, ele disse: “Bem, não quero ser precipitado e fazer as coisas
correndo”. Saí de lá triste, na certeza de que a salvação é mais uma
questão da vontade do que da mente.
Felizmente, Don continuou indo à igreja com sua esposa. Mais
tarde, eles se mudaram da cidade e, dois anos depois de instalar sua
família no norte do país, ele finalmente tomou a decisão que deveria ter
tomado naquela segunda-feira à tarde, quase dez anos antes.
Permaneça Aberto à Verdade
Um dos versos clássicos de Shakespeare diz: “Sê verdadeiro para
ti mesmo”. Durante toda a leitura deste livro, irei desafiá-lo a
permanecer aberto à verdade, à evidência e à lógica. Tome cuidado para
não se deixar influenciar por aqueles que se recusam a crer. A fonte
básica da evidência da vida de Jesus de Nazaré são os quatro
evangelhos, sendo que três deles foram testemunhas oculares. Como
você verá no próximo capítulo, estes registros históricos da vida de
Jesus são os documentos mais confiáveis da antigüidade.
3. A Credibilidade das Narrativas do Evangelho
Todos os fatos essenciais que conhecemos sobre Jesus vêm dos
evangelhos; assim sendo, tudo o que há no cristianismo está baseado na
credibilidade das narrativas destes quatro evangelhos.
É fácil, portanto, perceber por que os céticos modernos, que
viveram pelo menos mil e setecentos anos depois de Cristo, insistem
em afirmar que longos períodos de tempo transcorreram entre a vida
de Jesus e o registro dos evangelhos. Isto lhes permite alegar que os
evangelhos foram escritos por homens que não tiveram informações de
primeira mão sobre os acontecimentos ocorridos. Argumentam eles
que os evangelhos dizem pouco sobre o “Jesus histórico” e muito
sobre o que a igreja inventou muitas décadas depois de sua morte. Em
outras palavras, eles diminuem o valor dos evangelhos como narrativas
confiáveis da vida de Jesus. Embora admitam que os evangelhos
oferece narrativas interessantes daquilo que a igreja primitiva ensinou
sobre o Messias, não acreditam que o evangelho de João e os sinópticos
contêm muitas (se algumas) informações precisas a respeito da vida e
morte de Jesus, que viveu na Palestina do primeiro século.
Se esses críticos estão certos, então não podemos esperar
conhecer muita coisa de valor sobre a vida de Jesus, e a fé cristã
histórica irá se desintegrar e virar pó. Por outro lado, se eles estão
errados e podemos então com certeza confiar no registro preciso dos
evangelhos sobre a vida de Jesus — algo que esperamos mostrar com
clareza neste capítulo —, então dispomos de uma sólida base sobre a
qual construir nossas esperanças, nossa fé e nossas próprias vidas.
A Importância dos Evangelhos
Os relatos da vida de Jesus contidos nos evangelhos são de
extrema importância. Henry H. Halley fez o seguinte comentário:
Os quatro evangelhos são, em todos os aspectos,
aparte mais importante da Bíblia: mais importante do
que todo o restante da Bíblia junto. Mais importante do
que todos os livros do mundo reunidos, porque
podemos perfeitamente ficar sem o conhecimento de
todas as outras coisas, mas não sem o conhecimento
de Cristo. Os livros da Bíblia que os precedem são
antecipações e os que vêm a seguir são explanações
sobre o herói dos quatro evangelhos.
É verdade que Josefo, Tácito e outros escritores contemporâneos
se referem ao “Jesus da história”, mas não acrescentam quaisquer
informações sobre Ele que já não estejam mencionadas nos evangelhos.
Conseqüentemente, é de suprema importância que estabeleçamos a
credibilidade dos evangelhos.
Vamos agora considerar a confiabilidade dos quatro evangelhos.
Consideremos brevemente João, assim como os três evangelhos
sinópticos — assim chamados porque, quando colocados lado a lado,
demonstram um tratamento semelhante ou paralelo da vida e morte de
Jesus de Nazaré.
O Evangelho de João
O evangelho de João é geralmente colocado à parte dos outros,
porque ele não procurou escrever um relato cronológico da vida de
Jesus. Ao escrever seu evangelho no final do primeiro século, João
procurou apresentar o aspecto sobrenatural de Jesus, de modo que seus
leitores fossem levados à fé. Isto fica evidente no clássico comentário
quase no final do livro: “Estes [sinais], porém, foram registrados para
que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo,
tenhais vida em seu nome” (João 20.30). Nenhum outro evangelho tem
sido tão duramente atacado pelos céticos, agnósticos e descrentes do
que o evangelho de João — não porque qualquer evidência do primeiro
século questione sua autoridade, mas porque ele apresenta de maneira
inequívoca a divindade de Jesus.
Tendo sobrevivido a todos os outros apóstolos, João pôde
observar a tendência de muitas pessoas enxergarem a divindade de
Jesus em termos semelhantes aos encontrados na mitologia grega (por
exemplo, como deuses que tomavam a forma de homem ou de
animais). João pretendia deixar claro que Jesus tinha vindo em forma
humana, que Ele era humano em todos os mínimos aspectos (porém
sem pecado) £ era Deus também nos mínimos aspectos. Eis a razão
por que ele enfatizou os milagres de Jesus — para mostrar que, embora
o Salvador fosse verdadeiramente homem, de modo que podia morrer
pelos pecados da humanidade, Ele era também Deus e podia, portanto,
realizar milagres como nenhum outro jamais realizara. João apresentou
Jesus como o “Logos”, ou “Palavra”, significando que Ele era a
expressão exata de Deus. Se você quer realmente conhecer Deus e
compreender como Ele reage em qualquer situação, estude a vida de
Jesus, pois Ele revela o Pai.
Os leigos em geral consideram o evangelho de João de mais fácil
compreensão do que os outros evangelhos. Ele foi escrito por um
pastor já idoso (da igreja de Éfeso), companheiro íntimo de Pedro e de
outros líderes da igreja. E, certamente, João foi testemunha ocular de
todos os eventos que mencionou. E interessante observar que vários
dos lugares específicos mencionados por João — tais como, o poço de
Jacó em Sicar, o tanque de Siloé, a Calçada de Pedra ou Pavimento (em
hebraico Gabatá), onde Jesus foi julgado diante de Pilatos e outros —
foram descobertos pela moderna arqueologia, fazendo silenciar muitas
das objeções dos céticos.
João provavelmente teve acesso aos evangelhos sinópticos,
escritos cerca de trinta anos antes do seu. Ele queria que seu registro
fosse único; por isso revelou vários milagres e muitos ensinos de Jesus
que não estão citados nos outros evangelhos. Quis também apresentar
Jesus como o Criador de todas as coisas — “No princípio...” (1.1-3).
Além disso, ele o apresenta como juiz, igual a Deus, restaurador e
galardoador, redentor e revelador.
A confiabilidade do evangelho de João é atestada por mais
manuscritos e artigos (desde o final do primeiro século) do que
qualquer outra obra literária da antigüidade, o que incomoda bastante
os céticos. E preciso lembrar que manuscritos antigos são raros,
principalmente por não serem escritos em papel como conhecemos
hoje, mas normalmente em papiro, um material extremamente
vulnerável ao tempo, umidade, mofo e deterioração (o pergaminho
somente foi inventado por volta do quarto século). No entanto, muitas
peças em papiro daquele período foram descobertas, o que confere
validade à Bíblia (e especialmente ao evangelho de João) mais do que
qualquer outro documento antigo.
Em 1885, no Egito central, onde o ar é seco, muitos documentos
antigos foram encontrados, cobertos durante séculos por areias
protetoras. Nos dez anos seguintes, descobertas arqueológicas
revelaram muitos fragmentos das Escrituras, respondendo a muitas
perguntas dos céticos. Em 1920, um fragmento de papiro do evangelho
de João também foi encontrado, medindo oito centímetros e nove
milímetros por seis centímetros e quatro milímetros, contendo João
18.31-33 de um lado e 18.37-39 de outro.
Os estudiosos atribuíram-no à primeira metade do segundo
século. É o mais antigo manuscrito da Bíblia encontrado — uma
evidência de que o evangelho de João existia e estava em circulação no
Egito, nos anos que se seguiram imediatamente à morte de João.
Este importante fragmento está sob uma redoma de vidro na
Coleção Chester Beatty, da Biblioteca Rylands, em Manchester,
Inglaterra, e é considerado um dos mais importantes manuscritos da
história (embora já não seja o texto bíblico mais antigo). Este
documento comprova a veracidade do evangelho de João bem como
confirma sua autoria.
Além desse célebre fragmento do manuscrito de John Rylands,
existe outra evidência da antigüidade do evangelho de João:
A veracidade do evangelho de João é comprovada
também pelo Egerton Papiro 2, com data anterior ao
ano 150. Foi também usado por Tatian em seu
Diatessaron.... João foi também conhecido e usado em
alguns círculos heréticos gnósticos — por exemplo, por
Ptolorneu, um discípulo de Valentino, pelo evangelho
de Pedro (cerca de 150), e (provavelmente) pelo autor
do evangelho da Verdade, de Valentino.
Uma, evidência adicional da autenticidade deste importante
evangelho é o fato de ele ter sido aceito imediatamente por todos os
líderes da igreja primitiva. Por exemplo, Inácio, em suas Sete Cartas,
escritas por volta de 110 d.C, faz citações dos quatro evangelhos.
Papias, que viveu em 70-155 d.C, foi discípulo de João e citou seus
escritos, juntamente com os outros evangelhos, em seu livro Uma
Explanação dos Pronunciamentos do Senhor. Citações semelhantes
podem ser encontradas nos escritos de Irineu (130-200 d.C), um aluno
de Policarpo (tendo sido ele mesmo, por sua vez, um aluno de João),
bem como nos de Justino Mártir e outros pais da igreja. Apesar de
apenas parte de seus escritos ter sido preservada, aqueles que restaram
confirmam a existência e imediata aceitação, na época, do evangelho de
João (assim como de outros livros do Novo Testamento).
A Bíblia é, com certeza, o livro mais lido e amado no mundo, e
dos livros do Novo Testamento, o preferido é o evangelho de João.
Sua mensagem tem sido usada ao longo dos séculos para alcançar
multidões para a salvação através da fé no Senhor Jesus Cristo, e esta é
talvez a maior prova de sua autenticidade e inspiração divina.
Os Três Autores dos Sinópticos
Todos os três escritores dos evangelhos sinópticos ou foram
testemunhas oculares dos eventos da vida de Jesus ou tiveram acesso
àqueles que foram. Para uma avaliação correta dos sinópticos, é preciso
esclarecer que os autores se preocuparam mais com o tema e as pessoas
a quem eles se dirigiam do que com a seqüência cronológica dos fatos.
O evangelho de Mateus é considerado como escrito
fundamentalmente para os judeus, pois continuamente enfatiza o
cumprimento das profecias do Velho Testamento a respeito de Jesus,
provando que Ele era realmente o Messias.
Desde o início do cristianismo, Mateus foi considerado o autor
do evangelho que leva seu nome. Mateus é mencionado em ambas as
listas de discípulos (Marcos 3.13; Lucas 6.12-16), confirmando ter sido
uma testemunha ocular dos acontecimentos. Ele admitiu ser um
“publicano” ou cobrador de impostos que deixou tudo para seguir
Jesus.
E quando foi escrito o evangelho de Mateus? Os céticos nos
fariam crer que ele data de pelo menos uma ou duas gerações após os
eventos ali registrados. Isto, porém, é impossível. Sob uma redoma de
vidro na biblioteca do Magdalen College, em Oxford, Inglaterra, se
encontra o que atualmente é considerado como o mais antigo
fragmento de papiro do Novo Testamento. Ele não apenas confirma a
exatidão do texto de Mateus ali preservado, como prova que os fatos ali
narrados faziam parte do cotidiano da testemunha ocular que os
descreve — exatamente como a igreja tem acreditado por dois
milênios.
Na véspera do Natal de 1994, um estudioso alemão, Dr. Carsten
Peter Theide, diretor do Instituto para Pesquisa Epistemológica Básica,
publicou uma evidência científica que datava este fragmento do
evangelho de Mateus como anterior ao ano 70 d.C, e talvez até anterior
a 30 d.C. Em 1996, em seu livro Testemunha Ocular de Jesus, escrito
juntamente com o estudioso britânico Matthew D’Ancona, ambas as
pesquisas atuais parecem indicar que o evangelho atribuído a Mateus
existia também naquela época [30 a 60 d.C] em forma de folhas, o que
tornaria possível a sua leitura por uma testemunha ocular da
crucificação.
Em um artigo publicado em uma revista no final de 1996, o Dr.
Theide fez esta importante declaração com base em suas descobertas
científicas:
“Os fragmentos de papiro indicam que os primeiros
registros completos dos evangelhos eram cópias que
foram distribuídas durante as primeiras décadas da era
apostólica, bem próximo da época em que as
testemunhas oculares haviam presenciados os fatos.
Portanto, o Jesus histórico não foi algo inventado.
Pode-se eventualmente contestar certos detalhes, mas
não o fato básico de sua existência e tudo que fez.”
Este estudioso acredita que o evangelho de Mateus e,
provavelmente, os outros dois sinópticos foram escritos e distribuídos
entre 30 e 60 d.C, quando muitas outras testemunhas oculares ainda
estavam vivas para julgar sua exatidão.
Esta data remota do primeiro evangelho significa que Mateus
resistiu ao exame minucioso das únicas pessoas qualificadas para julgá-
lo — não os “estudiosos” mil e novecentos anos distantes dos eventos,
inclinados a desaprovar a Bíblia e os atributos de Cristo — mas as
próprias testemunhas oculares dos acontecimentos. Desse modo, não é
de estranhar que a igreja primitiva tenha aceitado imediatamente os
relatos do evangelho e dado a eles a posição de “outras escrituras”,
estudando-os e discutindo-os juntamente com o Velho Testamento em
seus cultos de adoração!
Marcos, considerado tradicionalmente o autor do segundo
evangelho, foi provavelmente o primeiro a compilar os fatos da vida de
Cristo para a igreja primitiva em constante expansão. Marcos não foi
um dos apóstolos, mas conhecia bem tanto Pedro quanto Paulo, tendo
feito várias viagens com eles. Marcos ligou-se mais especialmente a
Pedro, estando com o apóstolo em “Babilônia”, quando este escreveu
sua primeira epístola (veja 1 Pedro 5.13). Marcos tinha ouvido muitas
vezes as pregações de Pedro e de Paulo, tendo conhecimento de todos
os eventos transcorridos na vida de Jesus. O fato de os discípulos se
reunirem na casa de sua mãe, em Jerusalém, faz com que possamos
presumir que em sua juventude ele tenha ouvido pessoalmente as
palavras do Salvador.
Atualmente os estudiosos admitem que o evangelho de Marcos
tenha sido escrito cerca de 50 ou 54 d.C. Gregory A. Boyd,
respondendo aos céticos do Seminário Jesus, chama a atenção para o
fato de vários fatores internos indicarem uma data antiga para o
evangelho de Marcos. Por exemplo:
Em Marcos 15.21 encontramos referência a um certo
“Simão Cireneu que passava, vindo do campo, pai de
Alexandre e de Rufo”, o qual foi forçado a ajudar Jesus
a carregar a cruz. A afirmação é totalmente
inexplicável, a não ser admitindo-se a possibilidade de
os leitores de Marcos estarem bem familiarizados com
Alexandre e Rufo. Mateus e Lucas, estranhamente, não
fazem referência a eles.
Isto não somente fixa o acontecimento na história, mas o localiza
na memória dos leitores, os quais poderiam guardar esses nomes na
memória por muito mais de dez ou vinte anos, talvez até uma geração.
Se não fosse assim, tais nomes seriam esquecidos.
Boyd continua:
Marcos menciona Pilatos sem a preocupação de
explicar a seus leitores quem era ele (Mateus e Lucas
afirmam que ele era “governador”); por outro lado,
refere-se ao “sumo sacerdote” sem mencionar seu
nome (ao passo que Mateus e Lucas o identificam
corretamente como Caifás; Mc 14.53-54; 15.1). A
explicação mais lógica para isso é que os leitores de
Marcos não precisavam da referência à posição de
Pilatos ou quem era o “sumo sacerdote “quando Jesus
foi crucificado. Tendo em vista que Pilatos deixou de
ser governador no ano 36 d. C, e Caifás deixou sua
posição em 37d.C, quanto mais distante destas datas
procurarmos datar o evangelho de Marcos, menos
compreensíveis se tornam suas informações.
A conclusão de Boyd é apropriada, pois a evidência indica uma
data anterior, sendo o relato feito por alguém muito familiarizado com
os fatos e as pessoas envolvidas.
Devo acrescentar que descobertas arqueológicas recentes
atestaram que Pilatos era o governador em Jerusalém naquela época, o
que confirma a confiabilidade dos relatos do evangelho. Procure
imaginar o que aconteceria se alguma descoberta arqueológica recente
colocasse Pilatos vinte anos antes ou depois da crucificação. Os céticos
imediatamente ergueriam sua voz para atestar sobre a falta de
credibilidade das Escrituras. Entretanto, somente um silêncio abafado
de tais associações acolheu as recentes descobertas que confirmam as
datas, as pessoas e a exatidão histórica dos registros.
De fato, a arqueologia não tem sido benevolente com os céticos
durante os últimos cem anos ou mais. Em vez de confirmar seu
ceticismo provando que a Bíblia está “cheia de falsidades”, como
alguns costumam proclamar, numerosas descobertas arqueológicas têm,
na realidade, confirmado a exatidão dos registros.
Há fortes evidências de que Marcos não somente escreveu o
evangelho, mas contou com a ajuda de uma testemunha ocular. A
antiga tradição admite que o apóstolo Pedro foi a força motora por trás
do evangelho de Marcos. Alguns até vão mais longe a ponto de dizer
que este é o evangelho segundo Pedro (por meio de Marcos). O mais
importante, porém, é que o evangelho de Marcos foi escrito por alguém
que se relacionou diretamente com os eventos, sendo aceito pela igreja
logo depois de ter sido escrito.
Papias, um discípulo do apóstolo João que viveu entre 70 e 155
d.C, escreveu em sua Explanação dos Pronunciamentos do Senhor que
havia se dedicado à tarefa de inquirir os anciãos [presbíteros] e seus
seguidores e que um deles narrou o seguinte: “Marcos, tendo se
tornado o intérprete de Pedro, anotou com exatidão tudo aquilo que
este último recordava — das palavras e atos de Cristo — não, porém,
em ordem. Pois nem ele ouviu o Senhor, nem foi seu seguidor, mas,
logo depois, ele se apegou a Pedro, adaptando suas instruções
conforme a necessidade. Marcos não ensinou como se estivesse
compondo um relato unificado dos oráculos do Senhor, portanto, não
cometeu nenhum erro ao assim anotar algumas coisas que ele (Pedro)
lembrava. Pois tinha em mente uma só coisa — nada omitir do que
tinha ouvido e não fazer quaisquer afirmações falsas”.
Lucas, “o médico amado” (Colossenses 4.14), autor do terceiro
evangelho, possuía as qualidades de um bom escritor e historiador. Até
mesmo os céticos, que difamam os registros do evangelho, admitem a
qualidade do seu estilo literário. Lucas era um médico grego que fez
várias viagens com o apóstolo Paulo na propagação do evangelho.
Supõe-se que seu livro tenha sido escrito cerca de 58-60 d.C, na época
em que vivia na cidade de Cesaréia, quando de prisão de Paulo ali
durante dois anos. Alguns estudiosos acreditam que Lucas tinha lido o
evangelho de Marcos antes de escrever o seu, pois nos cerca de 1150
versículos de seu evangelho aparecem quase trezentas citações de
Marcos [ed. de Almeida].
Como grego, Lucas tendia a escrever à maneira grega, o que dá
ao seu evangelho uma aceitação universal maior que o de Mateus. Ele
enfatiza a humanidade de Jesus mais do que os outros, razão pela qual
o filme “Jesus” (produzido e distribuído por Campus Crusade for
Christ não precisa de muita revisão e adaptação quando traduzido para
outras línguas — o evangelho de Lucas por si só proporciona a ação
dramática. O filme já foi traduzido para mais de setenta e cinco
idiomas, tendo se revelado um excelente instrumento para levar
milhões de pessoas a se decidirem por Cristo.
Lucas não foi testemunha ocular dos acontecimentos que relata
em seu evangelho, mas compensa essa deficiência com a vantagem de
ter entrevistado aqueles que estiveram com Jesus, produzindo, assim,
um registro de grande exatidão e credibilidade. Nenhuma pessoa
poderia conhecer tão bem os detalhes encontrados no evangelho de
Lucas, senão através de entrevistas com as testemunhas oculares; assim
sendo, o bom médico Lucas deixou-nos um relato muito convincente
da vida, ministério e morte de Jesus. Pelo fato de se referir a tantos
lugares geográficos específicos em seus escritos, Lucas se tornou
sensível e preciso em suas investigações, relacionando com exatidão 53
localizações geográficas. Sua precisão nas informações é tão
surpreendente que vários arqueólogos, como W. F. Albright, tiveram
sua fé restaurada ou fortalecida e muitos passaram da infidelidade à
aceitação da fé ao constatarem a exatidão das informações do Dr.
Lucas. Uma dessas conversões foi experimentada por um dos maiores
arqueólogos e geógrafos que já existiu, Sir William M. Ramsay.
Treinado na escola alemã de história, Ramsay não foi inicialmente
receptivo à fé. Ele achava que a Bíblia o tornaria suscetível a influências
não confiáveis, por conter muitas citações de lugares, acontecimentos e
pessoas. Como muitos outros, sua tentativa de desacreditar o Novo
Testamento converteu-o à fé. Ramsay de início não admitia que o livro
de Atos dos Apóstolos havia sido escrito por Lucas, o companheiro de
Paulo. Para provar sua hipótese, ele fez uma viagem pela Ásia Menor,
durante a qual ficou tão impressionado com a exatidão mostrada no
livro em relação às localizações geográficas e históricas que reviu seu
parecer, afirmando que o texto de Lucas é de uma fidelidade
insuperável. Mais tarde ele escreveu em um livro que Lucas deveria ser
incluído entre os maiores historiadores.
Um outro testemunho sobre a precisão científica dos escritos de
Lucas, de autoria do Dr. Wilbur Smith — um famoso pesquisador da
atualidade e um de meus amados professores — citou uma fonte
imparcial, o Dr. James T. Shotwell. Em seu livro, The History of
History, Shotwell escreveu: “Lucas, como mostra o livro de Atos dos
Apóstolos, era um homem instruído que recorreu a várias fontes para
redigir sua história. Suas citações geográficas são precisas e exatas, e sua
obra pode ser comparada às melhores histórias pagas de seu tempo”.
Lucas certamente aplicou esse mesmo método ao escrever o
evangelho que tem seu nome.
Todos os quatro evangelhos são igualmente importantes e, para
obter uma imagem completa da vida de Jesus, você deve estudar os
quatro. Cada um deles ressalta uma faceta diferente do caráter do
Mestre. Mateus, escrevendo para os judeus, apresenta-o como rei.
Marcos apresenta-o como um servo, enquanto Lucas o apresenta como
o homem perfeito. O último, João, apresenta-o como Deus em forma
humana. Todos os quatro são imagens fiéis de Jesus de Nazaré e nos
ajudam a compreender o Senhor de maneira completa.
Os Escritos Anteriores aos Evangelhos
Atualmente vários estudiosos da Bíblia admitem que Marcos,
considerado o primeiro dos autores do evangelho, teve acesso a outros
documentos concernentes à vida de Jesus, os quais usou para escrever
seu próprio evangelho. Se você considera isto herético, lembre-se de
que foi Lucas quem disse:
Visto que muitos houve que empreenderam uma
narração coordenada dos fatos que entre nós se
realizaram, conforme nos transmitiram os que desde o
princípio foram deles testemunhas oculares, e ministros
da palavra, igualmente a mim me pareceu bem, depois
de acurada investigação de tudo desde sua origem,
dar-te por escrito... uma exposição em ordem. (Lc 1.1-
3)
A menos que apenas dois escritores (Marcos e Mateus) sejam
considerados “muitos”, Lucas tinha em mente outros relatos da vida,
época e morte de Jesus que Deus não considerou necessários incluir no
cânon das Escrituras. Esses “outros documentos” se perderam com o
passar do tempo. Provavelmente alguns ouvintes anotaram os sermões
e ensinamentos de Jesus e transmitiram suas anotações pormenorizadas
sobre horas ou dias de seus pronunciamentos a um autor
desconhecido. Outros podem ter sido testemunhas oculares dos
milagres e de outros acontecimentos de sua vida. Marcos pode muito
bem ter mantido esses escritos não utilizados à disposição de Lucas.
Ninguém sabe ao certo. Há também boa probabilidade de que os três
autores dos evangelhos sinópticos tenham recebido anotações ou
relatos, ou mesmo documentos inteiros, dos quais puderam extrair suas
informações.
Pelo menos um desses documentos parece ter sido completo, e
alguns especialistas acreditam que ele foi incorporado aos evangelhos.
Como aponta o Dr. Smith: “Sabemos que antes de qualquer coisa ter
sido escrita, a igreja possuía registros sobre Jesus; entretanto, nunca
poderemos saber como esses documentos surgiram ou quais eram suas
características originais”. Os estudiosos deram a esses escritos que
antecedem aos evangelhos o título de “Q” [quelle], originado de uma
palavra alemã que significa fonte. Há razões para acreditar que sua
existência é explicada pela semelhança entre vários versículos nos três
relatos.
O resumo a seguir contém algumas sugestões úteis:
“Q” foi um guia para a vida e a conduta cristã, escrito
especialmente para atender às necessidades da igreja
de Antioquia em épocas de crise. Foi uma espécie de
manual evangélico para uma igreja gentílica.
Evidentemente ele não contém todo o ensino de Jesus,
mas somente o que se considerava necessário para
resolver problemas e circunstâncias inusitadas de uma
igreja especial em uma fase especial de sua história.
Foi escrito provavelmente antes do Concilio Apostólico
(50 d. C.) ou até mesmo antes da primeira viagem
missionária de Barnabé e Paulo, isto é, cerca de 47
d.C. O Prof. Streeter chega a afirmar que “Q “foi
provavelmente escrito vinte anos antes de Marcos. De
acordo com o comentário do Prof. Robertson, “Q “ foi
escrito durante a vida de Jesus, razão pela qual não
inclui a semana da paixão. Dificilmente vamos saber
qual foi o conteúdo de “Q”, uma vez que ninguém viu tal
documento, nem os antigos pais da igreja afirmaram tê-
lo visto.
Embora a existência de um recurso precioso como “Q” não
possa ser comprovada, ele é certamente plausível. Sabemos que Lucas
baseou seu evangelho em ampla pesquisa e provavelmente não limitou
suas fontes apenas aos relatos orais. Seria natural que muitos
registrassem o testemunho de uma cura ou algum dos sermões de
Jesus. Com toda probabilidade, cada um dos escritores do evangelho
teve acesso a muitas partes desse material. É bem possível que Mateus
tenha feito suas próprias anotações e mais tarde acrescentado alguma
coisa do recurso material existente ao escrever seu evangelho. Se isto é
verdadeiro, o tempo se reduz ainda mais entre os eventos reais na vida
de Cristo e a época em que foram registrados nos evangelhos.
Todos os Sinópticos Foram Escritos Antes de 70 d. C.
O intervalo entre os acontecimentos da vida de Jesus e a redação
dos evangelhos, como os conhecemos hoje, poderia ser somente de
mais ou menos trinta e cinco anos. Os céticos do século dezessete
tentaram provar que os evangelhos foram escritos depois do primeiro
século ou, talvez, ainda mais tarde. O objetivo era claro: queriam
atribuir os relatos sobre a vida de Jesus a uma época posterior à morte
de todos os discípulos, o que permitiria a eles rejeitar toda a história
como falsa, uma vez que os evangelhos são atribuídos a homens que
viveram na época em que os eventos se realizaram. Um evangelho que
não contivesse o testemunho de pelo menos uma testemunha ocular
não poderia ser considerado um registro autêntico.
Este argumento, porém, não resistiu, como a maior parte dos
ataques céticos sobre a autenticidade das Escrituras.
Os três escritores dos sinópticos incluem o discurso profético do
Monte das Oliveiras, apenas horas antes de Jesus ser crucificado. Em
todos eles menciona-se que Jesus previu a destruição do templo em
Jerusalém, uma profecia que foi cumprida em 70 d.C. — entretanto,
nenhum deles menciona que a catástrofe já tivesse ocorrido na época
em que os registros foram escritos. Isto confere credibilidade a Mateus
e Marcos, ambos judeus nacionalistas, que teriam falhado em registrar
um fato tão importante, como a ocupação de sua cidade e a destruição
do templo, se de fato isso tivesse ocorrido na época em que
escreveram. Portanto, muito provavelmente, esses evangelhos foram
escritos antes daquela data; e uma vez que é bastante improvável que
todos os três escreveram no mesmo ano, pelo menos um deles poderia
ter escrito entre dois a dez anos antes desse terrível acontecimento
descrito minuciosamente por Josefo. Portanto, estamos ainda dentro
dos trinta a trinta e sete anos distantes dos eventos em questão — bem
dentro do espaço requerido pela confiabilidade.
O Apoio de um Cético Francês
Se os evangelhos não tivessem registrado fielmente a vida de
Jesus, de onde eles teriam tirado essa imagem? Qual é a probabilidade
de os autores dos evangelhos terem simplesmente “combinado” entre
si escrever a história da vida e caráter de Jesus? Observe a opinião de
um famoso cético francês, Jean-Jacques Rousseau:
Seria a história do evangelho obra da imaginação?
Amigo, não é assim que se inventa; os fatos sobre
Sócrates, dos quais ninguém duvida, não são tão bem
atestados como aqueles sobre Jesus Cristo. Na melhor
das hipóteses, você está apenas se afastando do
problema, sem ficar livre dele. Seria mais inacreditável
que quatro homens fizessem um acordo para fabricar
este livro do que um único homem ter fornecido o
assunto para ele. Nem os judeus poderiam ter feito
isso. O evangelho contém notas de realidade tão
grandes e admiráveis, que seu inventor seria uma
pessoa mais surpreendente do que seu herói.
Qualquer pessoa familiarizada com Rousseau sabe que ele não foi
nenhum defensor da fé. Rousseau foi um racionalista radical que
exerceu grande influência sobre a Revolução Francesa e na introdução
do humanismo nas Américas. Entretanto, Rousseau acreditava que a
Bíblia possuía tanta credibilidade como qualquer outro livro antigo. Sua
opinião ainda tem um grande peso.
A História Favorece a Confiabilidade da Bíblia
Por que alguns estudiosos não submetem outras obras antigas
aos mesmos padrões irracionais que aplicam aos evangelhos? Há muito
mais evidência para se confiar na Bíblia do que em qualquer outro livro
antigo.
Consideremos apenas alguns poucos exemplos da antigüidade.
Aristóteles, um filósofo grego freqüentemente citado, viveu entre 384 e
322 a.C. O documento mais antigo de suas obras foi descoberto cerca
de 1.400 anos depois de ele ter escrito os originais. Platão viveu entre
427 e 347 a.C, e os documentos mais antigos que temos de seus
trabalhos datam de pelo menos 1.100 anos depois que os originais
foram escritos. No entanto, quase ninguém nega a autenticidade dos
escritos desses dois autores.
Agora, comparemos isso com a situação dos evangelhos
sinópticos. Cópias completas dos evangelhos datadas entre duzentos e
trezentos anos de sua composição estão expostos em museus de várias
partes do mundo e existem fragmentos dos evangelhos ainda mais
antigos. No entanto, os mesmos “estudiosos” que aceitam Aristóteles e
Platão geralmente parecem chocados com Jesus. Isto não seria
preconceito?
Além disso, todo o Novo Testamento pode ser reproduzido a
partir de livros escritos pelos primeiros cristãos dentro dos 150 anos
dos eventos! No entanto, os mesmos céticos que têm dificuldade em
aceitar a Bíblia raramente hesitam em aceitar seus amigos filósofos da
Grécia. Por quê? Não é certamente porque eles têm mais evidência; o
mais provável é que esses estudiosos têm sérias divergências filosóficas
com a Bíblia. Portanto, a questão não é a evidência, mas a filosofia!
Muitos estudiosos têm se empenhado arduamente em tentar
provar a validade do gnóstico evangelho de Tome, quando se sabe com
certeza que sua data é posterior aos evangelhos canônicos, dos quais
inclusive depende. Geralmente um documento antigo é aceito por
aquilo que ele alega ser, a menos que o historiador possa provar outra
coisa. Isto coloca o fardo da prova sobre aqueles que não acreditam no
documento. Até aqui os opositores da confiabilidade histórica dos
relatos do evangelho falharam em suprir esta evidência. Já é tempo de
os céticos aceitarem como autênticos os evangelhos canônicos, ou
então que consigam provar de uma vez por todas que eles datam de um
período muito posterior ao que tem sido sustentado tradicionalmente.
A verdade é que nenhum livro antigo se aproxima do número de
cópias ou de partes integrais de manuscritos que possuímos do Novo
Testamento. Josh McDowell escreve:
Quando terminei minha pesquisa sobre a confiabilidade
da Bíblia e publiquei Evidence That Demands a Verdict,
em 1973, fui capaz de documentar quatorze mil
manuscritos somente do Novo Testamento. Em 1980
reeditei e atualizei esta obra em razão da grande
quantidade de novos materiais de pesquisa disponíveis.
Atualmente, sou capaz de documentar 24.633
manuscritos somente do Novo Testamento. A
importância do número de manuscritos que
documentam o Novo Testamento é ainda maior quando
se constata que o segundo livro na história que mais
possui manuscritos qualificados é a Ilíada, de Homero,
que tem apenas 643 manuscritos. O grande número de
manuscritos que dão autenticidade ao Novo
Testamento motivou Sir Frederick Kenyon, uma das
maiores autoridades na questão da confiabilidade dos
antigos manuscritos, a escrever: “O intervalo, entre as
datas da escrita original e a evidência mais antiga
descoberta é tão pequeno que chega a ser desprezível,
o que torna praticamente impossível qualquer
possibilidade de as Escrituras terem sido escritas mais
recentemente. Tanto a autenticidade como a
integridade geral dos livros do Novo Testamento podem
ser consideradas como definitivamente estabelecidas”.
De qualquer maneira, o fardo da prova repousa sobre os céticos.
Eles têm, portanto, de prover qualquer evidência sólida de que os
registros do evangelho sobre a vida de Jesus não são confiáveis. Se
colocarmos de lado o antagonismo filosófico deles em relação a
qualquer coisa sobrenatural, seus argumentos se desfazem como a
neblina diante do calor do sol. A história, a geografia e a lógica
asseveram que Deus, realmente, deixou-nos um registro confiável da
vida de seu Filho, Jesus de Nazaré. E esse registro é encontrado nos
evangelhos.
Anos atrás minhas dúvidas de principiante eram aumentadas
pelos céticos, que ridicularizavam a fé na Bíblia porque muitos de seus
detalhes não podiam ser verificados por fontes extra bíblicas. Por
exemplo, a Bíblia mencionava 44 reis pelo nome e, no entanto,
nenhuma história “secular” confirmava sua existência. O Dr. Harry
Rimmer, um defensor da exatidão da Bíblia, chamou a atenção para o
fato de, nos últimos cem anos de escavações arqueológicas, os nomes
de quarenta daqueles reis terem sido descobertos. Ele costumava dizer
em suas conferências que não era preciso muita fé para confiar na
exatidão da Bíblia apesar de faltarem quatro reis! Certa vez a Bíblia foi
ridicularizada por mencionar a grande “nação hitita”, muito embora
fontes não-bíblicas disponíveis nunca tivessem mencionado esse povo.
Hoje, graças às escavações dos arqueólogos, todos aceitam a
historicidade dos hititas — um povo que a Bíblia mencionou há 2.500
anos.
O Prof. Edward Meyer, um racionalista, honestamente declarou:
“Não há absolutamente nenhuma razão para recusar-se a aceitar
aquelas velhas tradições como historicamente dignas de confiança em
todos os seus pontos essenciais e em sua disposição cronológica da
história”.
Nos últimos anos, foram encontrados tantos fragmentos de
manuscritos e tanta evidência do primeiro século que mesmo alguns
dos cientistas e estudiosos mais céticos tiveram de rever as datas
posteriores que haviam dado aos evangelhos, chegando finalmente a
datas mais próximas daquelas que a tradição havia alegado para eles.
Theide e D’Ancona concordam que a ciência e os eruditos terão de
“redatar” suas ultrapassadas estimativas à medida que nos
aproximamos do novo milênio. Eles concluem:
Há boas razões para se supor que o evangelho
segundo Mateus, com seus relatos detalhados do
sermão do monte e da grande comissão, foi escrito não
muito depois da crucificação e certamente antes da
destruição do templo em 70 d. C; que o evangelho
segundo Marcos foi divulgado cedo o suficiente para
poder alcançar Qumrã antes de sua destruição (anterior
a 70 d.C), que o evangelho segundo Lucas pertenceu
a essa mesma geração de manuscritos cristãos.
Freqüentemente, nos últimos duzentos anos, a ciência tem sido
hostil à fé. Porém, mais recentemente, talvez para ser academicamente
honesta, a ciência começou a dar apoio àquilo que os cristãos sempre
acreditaram: que os evangelhos foram escritos por testemunhas
oculares dos eventos que apresentam e são, portanto, relatos confiáveis
da história.
Afinal de contas meu dedicado professor estava certo:
O evangelho tem produzido mais força em direção ao
bem do que quaisquer outros documentos já escritos
pelos homens. Com base no testemunho de seus
registros, a igreja cristã tem permanecido firme por
dezenove séculos. Milhares de grandes estudiosos em
várias épocas têm alegremente testificado que após
estudarem detidamente os evangelhos foram
compelidos a aceitar suas palavras como sendo
historicamente dignas de confiança. Através da
pregação daqueles primeiros discípulos, o mundo todo
foi transformado e para melhor. Pela contínua pregação
da verdade desses evangelhos milhões de vidas têm
sido transformadas em cada geração.
Nenhum livro do mundo antigo tem sido mais insistentemente
atacado do que a Bíblia, e, apesar disso, saiu ileso aos ataques da crítica
das distorções e dos preconceitos. A Bíblia é ainda o livro mais vendido
e certamente o mais amado do mundo. Foi o primeiro livro a ser
impresso logo após a invenção da prensa gráfica, exatamente porque
era “o primeiro livro”. Isto aconteceu há mais de quinhentos anos, e ele
continua sendo “o primeiro livro” até hoje.
Nenhum outro livro tem sido tão copiado, citado ou servido de
inspiração para melhorar o caráter das pessoas. Ele é, de longe, o livro
mais inspirador e motivador do mundo. A Bíblia contém muita da
sabedoria de Deus e é o melhor manual sobre o comportamento
humano já escrito. Aqueles que criaram as filosofias discordantes da
Bíblia foram acusados por seus próprios erros com o passar do tempo,
enquanto que aqueles que traçaram o curso de suas vidas de acordo
com os princípios contidos na Bíblia gozam da “paz com Deus”,
impossível de ser obtida de qualquer outra forma. Nas épocas de
necessidade, busca de orientação ou bênção, mais pessoas ainda
procuram a ajuda da Bíblia do que de qualquer outra fonte.
Jesus Garantiu a Exatidão de Seu Registro
O cristão não precisa preocupar-se com a confiabilidade dos
registros ou com a exatidão das mensagens de nosso Senhor aos seus
seguidores, contidas no evangelho. Ele tomou grande cuidado para que
elas fossem infalíveis. Isto faz sentido, pois, se Ele percorreu um
caminho tão difícil para salvar a humanidade, não deixaria de assegurar
a exatidão da narrativa dessa caminhada. Não é surpresa para Ele que o
cristianismo permaneça por dois milênios, dependendo todo o tempo
da proclamação de sua história por meio dos evangelhos. Nem mesmo
os movimentos racionalista alemão e cético francês o apanharam de
surpresa. Ele havia tomado mais do que precauções adequadas. Foi
João quem registrou a promessa: “o Consolador, o Espírito Santo, a
quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas E
vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”. (João 14.26) O
Espírito Santo, a quem Jesus também chamava “o Espírito da
Verdade” tinha sobre si a tarefa de assegurar a exatidão dos registros do
evangelho e sua inclusão no cânon do Novo Testamento. Já vimos que
existem outros escritos cristãos, mas nenhum sobreviveu até os nossos
dias. Por quê? Evidentemente eles não estavam à altura do padrão de
excelência que o Espírito Santo requeria ao compor o Novo
Testamento.
Podemos com toda certeza ler os evangelhos e outros livros do
Novo Testamento com a confiança de que estamos lendo relatos
verdadeiros daquilo que Jesus de Nazaré realmente fez e disse. Eis a
razão por que podemos basear neles nossa salvação e destino eternos.
Se desejamos saber quem Jesus de Nazaré realmente foi, não
precisamos esperar pelas declarações mais recentes dos estudiosos
céticos, tais como aqueles do Seminário Jesus. A melhor estratégia é ler
atentamente o que os evangelhos e os demais livros do Novo
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  • 1. Um homem chamado JesusUm homem chamado Jesus Tim LaHaye Título original: Traduzido por Rubens Castilho United Press Digitalizado por: #Pati# Formatado por: SusanaCap WWW.PORTALDETONANDO.COM.BR/FORUMNOVO/
  • 2. Dedicatória A todos aqueles que crêem que o Jesus de Nazaré histórico foi realmente o Filho de Deus em forma humana, que morreu na cruz e ressurgiu três dias depois — e a todos os que desejam encontrar razões lógicas e convincentes para crer. Sumário: INTRODUÇÃO: Quase Um Cético 3 A Necessidade Deste Livro 6 Parte I: Quem É Jesus? 8 1. A Pessoa Mais Extraordinária Que Já Viveu 8 2. O Que Há com os Céticos? 20 3. A Credibilidade das Narrativas do Evangelho 33 4. Várias Opiniões Sobre Jesus de Nazaré 53 5. Quem Jesus Disse Que Era 62 Parte II : A Evidência das Testemunhas Oculares 75 6. O Testemunho de João Batista 75 7. O Testemunho do Apóstolo Pedro 85 8. O Testemunho do Apóstolo João 97 9. O Testemunho do Apóstolo Paulo 104 10. O Testemunho do Próprio Deus 118 Parte III: O Que Suas Obras Provam Sobre Ele 126 11. Seus Milagres Como Testemunhos de Sua Identidade 126 12. Jesus Recebeu Adoração 143 13. Somente Deus Pode Perdoar 152 14. O Testemunho do Cumprimento das Profecias - Parte I 161 15. O Testemunho do Cumprimento das Profecias – Parte II 181 Parte IV: Evidência de Sua Ressurreição 207 16. A Ressurreição de Jesus: O Restante da História 207 17. A Ressurreição de Jesus Pode Ser Provada? 230 18. Algumas Teorias Falsas Sobre a Ressurreição de Jesus 256 Parte V : Quem Ele É Para Você? 274 19. Evidência Que Requer Uma Decisão 274
  • 3. Contracapa: Conhecido como Jesus de Nazaré, sua vida tem inspirado mais obras de arte, músicas e discussões do que qualquer rei, líder militar, cientista ou educador. Quem pode ter exercido maior influência na civilização do que Jesus, se até os séculos são separados pela data de seu nascimento? A identidade de Jesus, sua atividade e sua divindade têm sido debatidas ferozmente desde sua passagem pela Terra. A influência de Jesus no mundo moderno é imensurável. Esta influência de Jesus no mundo moderno é imensurável. Esta influência e a constante busca humana pela verdade nos leva a procurar respostas a uma pergunta apresentada pelas mais diversas pessoas nos mais diferentes contextos. Quem é esse homem chamado Jesus? É esta a pergunta que Tim LaHaye se propõe a responder neste livro. Examinando as evidências cuidadosamente, ele procura revelar o aspecto mais importante da vida de Jesus: sua divindade como o legítimo Filho de Deus. Traga seu ceticismo para este livro e deixe que uma erudição honesta e uma fé invencível o destruam! INTRODUÇÃO: Quase Um Cético Por pouco não me tornei um cético na escola dominical. Talvez ao superar a minha crise, adquiri a capacidade de ser mais compreensivo e paciente com aqueles que guardam perguntas não respondidas e dúvidas filosóficas honestas sobre Deus, a Bíblia e Jesus Cristo. Meu professor da escola dominical era um bom homem. Tenho certeza de que ele era bem-intencionado, mas tinha uma formação deficiente e quase nenhum tempo para preparar adequadamente sua lição. Ele era faxineiro no turno da noite na montadora da Ford em
  • 4. Dearborn, Michigan, perto de Detroit. Nossa classe de meninos reunia- se na galeria — no setor destinado ao coro — de uma igreja situada na avenida Williamson. Infelizmente para nós, o professor possuía um conhecimento escasso da Bíblia e mal sabia ensinar. Quase todos os domingos ele se colocava diante de nós e nervosamente fazia da revista trimestral das lições um canudo, apertando-a e torcendo-a, sempre dizendo a mesma coisa: “Não tive tempo para estudar minha lição esta semana, rapazes, mas vamos ver o que Deus tem para nós”. Devo confessar que, qualquer que fosse a mensagem que Deus tinha para nós, o professor falhava em nos transmitir. No entanto, de um modo ou de outro, esse homem foi nosso professor por dois anos nas classes de treze e de quatorze anos. Para piorar as coisas, meu professor de biologia no primeiro grau foi um ardoroso evolucionista e um propagador do ateísmo. Ele nos dizia repetidas vezes que Deus não existia, que não havia vida após a morte e que milagres eram impossíveis. O Sr. Babel (acredite ou não, este era seu nome verdadeiro) tinha obtido seu mestrado em ciência na Universidade de Michigan. Ele sempre vinha para a aula preparado e era muito convincente. Não me considero um intelectual ou pensador profundo, mas sou abençoado (ou, como alguns de meus amigos diriam, “amaldiçoado”) com uma mente muito ocupada e inquiridora. Tenho dificuldade de aceitar qualquer coisa que não esteja sustentada por razões lógicas. Não importa o que seja dito, se eu não tiver assimilado, posso preliminarmente fazer uma pergunta para me certificar de sua validade. Um dia, espremi meu bem-intencionado professor da escola dominical além de seus limites, por meio de uma infindável lista de perguntas. “Por que Jesus fez aquilo?” “Podemos provar isso?” “Como saber se é verdade?” Finalmente, exasperado, ele vociferou: “Tim LaHaye, se você não parar com todas essas perguntas, vou expulsá-lo desta classe!” E então acrescentou algo que eu não podia aceitar: “Por
  • 5. que você simplesmente não crê?” Com toda honestidade, considerei aquilo intolerável. Apenas crer? Isto era tudo o que o cristianismo lógico podia conter? A fé era como uma infecção virótica que algumas pessoas “pegavam” e outras não? Muito embora eu tivesse aceitado Jesus como meu Senhor e Salvador no quarto ano primário, estava passando por um momento crítico. Tinha dificuldade para crer que tudo o que aprendera era verdadeiro. Queria saber tudo sobre Jesus, suas afirmações sobre si mesmo e sobre os testemunhos de outros. Mesmo estando na oitava série, eu tinha uma boa base sobre o cristianismo para identificar Jesus Cristo como sua figura central. Se suas afirmações não pudessem ser sustentadas, se as coisas que a Bíblia ensinava sobre Ele não pudessem ser verificadas, então Ele não era o que dizia ser. E, como um castelo de cartas, o cristianismo se desmantelaria. Poucas semanas depois, nosso fiel pastor disse algo que nunca esqueci. “Se alguns dentre vocês têm dúvidas a respeito do cristianismo, e particularmente sobre Cristo”, “não tenham receio de admitir isso diante de Deus e procurar as respostas na Bíblia. Deus não espera que creiamos cegamente. Pelo contrário, Ele espera que usemos nossas mentes.” Então citou em Hebreus o que o profeta Isaías havia escrito — “‘Vinde, pois, e arrazoemos’ diz o Senhor” (Isaias 1.18). Pela primeira vez, entendi que eu estava tendo permissão, e até mesmo incentivo, para ter uma mente inquiridora. Vi que o próprio Deus nos desafiou a usar a razão para determinar aquilo em que acreditamos. Aquele momento marcou o início de uma busca da verdade, resultando na descoberta de muitas razões lógicas e históricas de minha fé. Finalmente, encontrei razões mais do que adequadas para crer que Jesus Cristo, a figura central do cristianismo, é quem Ele mesmo disse que era: “o Filho de Deus” que “veio buscar e salvar o perdido” (Lucas 19.10). Hoje posso dizer honestamente que minhas dúvidas e indagações têm sido mais do que respondidas. As respostas que encontrei devem desafiar qualquer cético sincero a examinar a imperiosa evidência da
  • 6. real identidade de Jesus de Nazaré. Creio que há muito mais evidência para acreditar nas afirmações de Cristo do que para rejeitá-las, mais perguntas respondidas do que não respondidas. Na verdade, estou convencido de que, quando aprofundamos nossas questões e examinamos inteiramente nossa evidência, concluímos que Jesus de Nazaré foi uma pessoa única. Vamos também descobrir que é extremamente difícil apresentar razões críveis para seu poderoso impacto na história humana... insuficiente para reconhecer que Ele foi, sem dúvida, uma deidade em forma humana. Este livro será bastante útil a todos aqueles que são sinceros em suas dúvidas — sejam eles cristãos que abrigam perguntas sem respostas, descrentes ou céticos sinceros. Tenho visto muitos cristãos aumentarem seu amor e dedicação a Jesus Cristo ao se tornarem mais convencidos sobre quem Ele realmente é. À medida que suas dúvidas impertinentes e perguntas persistentes foram enterradas, a fé de tais pessoas se fortaleceu. Tenho visto, ainda, uma mudança nas atitudes de descrentes e céticos ao compreenderem, conforme as palavras do apóstolo Pedro, que não seguimos “fábulas engenhosamente inventadas” (2 Pedro 1.16). Afinal, nossa crença e aceitação da pessoa e divindade do Jesus Cristo histórico é intelectualmente idônea e logicamente racional. Portanto, quando tais pessoas percebem que somos pessoas lógicas, elas também abraçam a fé. A Necessidade Deste Livro Dewey Bertolini é um pastor amigo meu que tem dado palestras para jovens secundaristas e universitários por mais de vinte e dois anos. Dewey tem falado a mais de quinhentos grupos de adolescentes de hoje. Ele afirma que os jovens atualmente estão se desenvolvendo com pouco ou nenhum conhecimento de Jesus Cristo. A menção do nome do Senhor em qualquer coisa, exceto pelo lado profano, tem sido proibida ou evitada tanto na educação pública como na televisão;
  • 7. conseqüentemente, a menos que os pais levem seus filhos e filhas regularmente à igreja, muitos não terão um indício sequer de quem é realmente o Filho de Deus. Para ilustrar este triste fato, Dewey relatou como lhe foi dada uma oportunidade de dar aula a uma classe do segundo grau a apenas um mês antes de sua graduação. Ele apresentou o nome de Jesus Cristo e ficou pasmo diante do absoluto desconhecimento da classe. Curioso sobre aquele analfabetismo espiritual, ele dividiu a classe em grupos para discutir o tema e deu aos estudantes vinte minutos para formularem uma definição de Jesus. Finalmente os grupos reuniram suas descobertas e trouxeram a seguinte conclusão, que representava o pensamento de toda a classe: “Jesus Cristo é algum cara religioso que viveu há uns duzentos anos.” Dewey acrescentou: “Eles achavam que Jesus Cristo tinha sido contemporâneo de George Washington, primeiro presidente dos Estados Unidos.” Dewey falou, em seguida, de uma caminhada que fez pelos corredores de uma das maiores escolas secundárias da cidade, quando observou um estudante bater acidentalmente uma porta sobre a mão de um colega. O estudante machucado começou a blasfemar usando o nome de Jesus Cristo. Em vez de desconsiderar a explosão de raiva e dor, Dewey aproximou-se do jovem, expressou seu sentimento pelo acontecido e, então, perguntou: “Você se importa se eu lhe perguntar por que usou o nome de meu amigo dessa forma?” “Nome de quem?” disse o estudante confuso. “Jesus Cristo”, respondeu Dewey. “Quem é ele?” perguntou o jovem. Acredite ou não, aquele jovem nada sabia a respeito daquele “nome que está acima de todo nome” (Filipenses 2.9), e usava-o como um termo profano quando as coisas não iam bem. Sei que esses jovens mal informados não representam o consenso da juventude norte-americana, mas quem pode negar que eles
  • 8. representam a crescente ignorância e falta de respeito pela pessoa mais importante que já viveu neste mundo? É minha oração que este livro não somente elucide quem Ele é, mas que o comprove de maneira compreensível para todos. Um Homem Chamado Jesus é a culminância de toda uma vida de investigação. O livro não contém todas as respostas que encontramos, mas inclui as melhores. Presumo que você vai achar essas respostas convincentes. É minha esperança que você as compartilhe com outros que, como o antigo Tim LaHaye, estão carregados de perguntas e dúvidas. Os céticos sinceros não duvidam porque não há respostas a suas perguntas sobre a identidade de Jesus; eles duvidam porque não lhes foram fornecidas tais respostas. O apóstolo Pedro desafiou os cristãos de todas as partes “para responder a todo aquele que vos pedir RAZÃO da esperança que há em vós...” (1 Pedro 3.15). Este livro irá não apenas estimular os cristãos e fornecer-lhes respostas claras para as dúvidas que surgirem em seu caminho, mas espero que possa também responder àqueles que foram vítimas dos Srs. Babéis deste mundo. Aprendam com um “ex-Tomé incrédulo” da escola dominical: a caminhada ao longo da estrada do conhecimento vale mais do que a própria viagem. Parte I: Quem É Jesus?Parte I: Quem É Jesus? 1. A Pessoa Mais Extraordinária Que Já Viveu Ele era conhecido em sua época como Jesus de Nazaré. Trabalhou como carpinteiro a maior parte de sua vida adulta. Entretanto, Ele foi tão extraordinário pela forma como viveu e pela
  • 9. influência que exerceu sobre a humanidade que a palavra “extraordinário” não consegue caracterizá-lo. Ninguém mais — nem reis, ditadores, cientistas, educadores ou líderes militares — deu uma contribuição maior que a de Jesus à história do mundo. Pelo menos doze bilhões de pessoas passaram por este planeta, mas até hoje, quase dois mil anos depois de sua morte, ninguém chegou sequer perto de ocupar a posição singular que Ele ocupou na história. Nunca faltaram a este mundo grandes homens e mulheres. A história está repleta de nomes como Salomão, Davi, Hamurabi, Ciro, Alexandre o Grande, César, Gêngis Khan, Joana d’Arc, Napoleão Bonaparte, George Washington, Isaac Newton, Florence Nightingale... a lista continua infinitamente. Mas ninguém se aproxima de Jesus Cristo em sua influência sobre a humanidade. O próprio H. G. Wells, romancista e historiador inglês, autor de cinco volumes sobre a história do mundo, presentes nas prateleiras de quase todas as bibliotecas de faculdades e universidades, acabou dando mais espaço a Jesus Cristo do que a qualquer outro. E Wells não foi nenhum amigo da fé! Na realidade, seus biógrafos retratam-no como um cético ou, possivelmente, um ateu. No entanto, como um verdadeiro historiador, ele não pôde desconsiderar a maior de todas as personalidades que já viveram. Inigualável em Sua Vida e Ensinamentos Acima de qualquer dúvida, Jesus Cristo é a pessoa mais estudada, discutida e analisada que já viveu. Mesmo depois de vinte séculos, Ele tem mais defensores e oponentes do que qualquer outra figura isoladamente. Enquanto existem literalmente milhares de acadêmicos renomados que de boa vontade o confessam como Senhor, há também outros milhares que, se pudessem, destruiriam sua credibilidade. Desde o início Ele teve tanto seguidores como caluniadores, e temos sido
  • 10. advertidos de que esta situação perdurará até o final dos tempos. No próximo capítulo vamos comentar ligeiramente sobre o tão falado Seminário Jesus, um grupo de setenta e dois estudiosos liberais que se encontram duas vezes por ano em um esforço de redesenhar a vida e o caráter de Jesus. Remodelando-o como um simples “sábio ou cínico”, eles tentam despojá-lo de sua singularidade. Entretanto, a despeito de seu fácil acesso à mídia popular, incluindo Newsweek, Time e U.S. News and World Report, não tiveram êxito na conquista de muitos adeptos. Na verdade, seu maior sucesso foi fazer com que muitos estudiosos, escritores e teólogos — homens brilhantes que examinaram a evidência da singularidade de Jesus — publicassem suas razões sólidas e dignas de crédito para crerem que Jesus Cristo foi de fato aquele que os evangelhos retratam, a mais extraordinária e influente pessoa que já passou pela Terra. Os eruditos do Seminário Jesus, assim como outros como eles, têm dificuldades para explicar como um simples sábio ou cínico poderia ter influenciado o mundo de forma tão fantástica como Jesus. A grande pergunta resume-se nisto: Quem foi Jesus de Nazaré? Se Ele foi apenas um notável carpinteiro nascido em um país obscuro, mesmo as mentes céticas mais aguçadas têm dificuldade de explicar por que, de todas as pessoas brilhantes que já existiram, Jesus permanece em uma categoria própria. Isaac Newton é considerado por muitos especialistas o mais brilhante cientista que já existiu. Entretanto, esse homem jamais tentou comparar-se a Jesus Cristo; pelo contrário, sabemos que ele foi um crente ardoroso e seguidor fiel do Nazareno. Blaise Pascal é considerado um dos maiores filósofos do mundo e, no entanto, como Newton, nunca tentou usurpar o lugar de Jesus Cristo. Pascal creu durante toda sua vida no Salvador, até sua morte dolorosa. O mesmo pode ser dito de Willian Gladstone, Louis Pasteur e de milhares de eruditos, cientistas juristas e escritores brilhantes, bem como de milhões de pessoas comuns. Todos eles estudaram sua vida e seus ensinos, exa minaram ambos os lados das evidências e vieram a crer mais d que nunca que Jesus é o Filho de Deus — incomparável entre
  • 11. todos os que existiram. Inigualável por Seu Impacto Para colocarmos a influência de Jesus em perspectiva, consideremos vários aspectos proeminentes de sua singularidade. Jesus de Nazaré é incomparável como influência moral. Sua vida e seus ensinos continuam insuperáveis em sua capacidade de guiar culturas, tribos e pessoas, tirando-as de sua confusão moral. Jesus de Nazaré é incomparável como influência artística. Ele tem servido de inspiração na arte e na música do mundo mais do que qualquer outra pessoa. Alguns dos maiores oratórios e hinos da história foram escritos a respeito dele ou para Ele. Jesus é o tema central de mais livros e música do que qualquer outro indivíduo. A Biblioteca do Congresso norte-americano, considerada a mais completa biblioteca do mundo, registra mais obras sobre Jesus do que sobre qualquer outra pessoa. Jesus de Nazaré é incomparável como influência humanitária. Mais hospitais, orfanatos, casas de repouso e missões de salvamento têm sido dedicados a Ele do que a todos os líderes religiosos reunidos. Mais esforços para ajudar pessoas têm sido realizados, financiados e perpetuados por seus seguidores do que todos os outros juntos. Jesus de Nazaré é incomparável em sua capacidade de inspirar devoção. Nenhum outro indivíduo nos últimos dois mil anos atraiu maior dedicação entre seus seguidores. Embora Jesus nunca tenha levantado um exército durante seus três anos e meio de ministério, milhões e milhões de seus seguidores espalharam-se pelas partes mais remotas do planeta para levar sua mensagem — não por dinheiro, terras ou recompensas materiais, mas por pura devoção a Ele. Jesus de Nazaré é incomparável como influência escolástica. Embora nunca tenha fundado uma faculdade, seus ensinamentos e seus seguidores contribuíram mais para as instituições de alfabetização e matérias educativas — de todos os níveis, desde o jardim da infância
  • 12. até as universidades — do que todos os outros reunidos. Somente nos Estados Unidos, uma nação de instituições educativas, 128 faculdades foram estabelecidas nos primeiros cem anos da história do país — fundadas por uma igreja, denominação, ou grupo religioso. Harvard, Princeton e Yale, que foram os centros da educação norte-americana durante duzentos anos, foram criadas para preparar ministros, missionários e líderes cristãos. Além disso, numerosas faculdades cristãs foram fundadas em honra do Mestre. Antes que o evangelho chegasse à América, foram os seguidores de Jesus Cristo que proveram educação às crianças de famílias comuns. Antes de Martinho Lutero na Alemanha e João Calvino na França e na Suíça, somente os ricos, os membros da realeza ou gênios do mundo eram considerados aptos para a educação. Porém esses grandes reformadores viram a educação como meio de ensinar a Bíblia a todas as gerações, as quais, pela primeira vez, puderam ler as Escrituras em suas línguas maternas. Os colonizadores implantaram esse modelo no Novo Mundo. Não foi por mero acaso que esse direcionamento para a educação das crianças entre os séculos dezesseis e dezoito lançou as bases para o crescimento explosivo da Revolução Industrial do século dezenove. Em flagrante contraste, as culturas seculares do mundo pouco fizeram para alfabetizar milhares de tribos indígenas que (em um determinado estágio) não possuíam uma linguagem escrita. Enquanto isso, os seguidores de Jesus traduziam a Bíblia em incontáveis línguas e ensinavam milhões a ler. A intenção desses desbravadores era prover a alfabetização e levar a Bíblia a todas as tribos do mundo na virada do próximo milênio. A razão para isso? Dedicação a Jesus Cristo. Jesus de Nazaré é incomparável em seu impacto sobre as mulheres. Ninguém fez tanto para elevar a dignidade da mulher em geral e da maternidade do que Jesus Cristo. Ele veio a este mundo quando as mulheres eram consideradas apenas um pouco acima dos animais. Muitas eram negociadas como gado e poucas desfrutavam direitos pessoais perante a lei e o casamento. Nos lugares atingidos pela mensagem de Cristo, as mulheres se viram enobrecidas e respeitadas
  • 13. como seres humanos feitos à imagem de Deus. Os seguidores de Cristo legaram às mulheres o direito ao voto através de movimentos em toda a Europa, Inglaterra e Estados Unidos. E seus discípulos constituem hoje a legião daqueles que se posicionam em defesa dos bebês não- nascidos. As mulheres não cristãs do Ocidente podem não compreender a dívida que têm para com Jesus Cristo e seus ensinos, mas é ao Nazareno e aos seus discípulos que elas devem agradecer pela posição elevada que usufruem hoje. Jesus de Nazaré é incomparável em sua influência sobre a liberdade e a justiça. Ninguém promoveu tão profundamente a liberdade e a justiça pessoal do que os seguidores de Jesus, armados com o padrão de sua lei. A lei inglesa e norte-americana, considerada como modelo para todo o mundo, deve sua existência basicamente aos ingleses John Locke, William Gladstone, William Wilberforce, William Blackstone e aos americanos James Witherspoon, John Adams, James Madison e John Marshall. Todos foram seguidores devotados de Cristo, que conheciam e aplicavam seus princípios e ensinos para a preservação dos direitos e liberdade individuais sob a lei. Todos esses homens influentes admitiram livremente que deviam sua grandeza a Ele. O clímax dessa dedicação à liberdade individual veio com a Declaração da Independência dos Estados Unidos da América, cujas palavras — “Todos os homens foram criados iguais” — tornaram-se a pedra angular da nação mais livre da história universal. A América do Norte foi fundada para preservar a liberdade religiosa: “Vida, liberdade e busca da felicidade” para todos. Como se pode ver, a evidência é impressionante. Não importa que esfera salutar da atividade humana se considere, a influência de Jesus Cristo sobre a civilização ocidental avulta e prepondera sobre todas as demais. A história mostra que vidas têm sido transformadas nos lugares onde a mensagem de Jesus foi colocada em prática, resultando em ganhos expressivos para a educação, a lei, a sociedade e a cultura.
  • 14. Inigualável em Sua Vida Pessoal Não é por acaso que o homem que mais influenciou positivamente a civilização foi o que viveu a vida mais extraordinária da história. Considere seu nascimento. Em cada Natal bilhões de cristãos e não-cristãos celebram seu nascimento e relembram a característica incomum de sua vinda ao mundo: sua mãe era uma virgem. A vida santificada de Jesus também o torna diferente de qualquer outro ser humano, pois, como vamos provar mais adiante neste livro, mesmo seus inimigos não puderam encontrar qualquer falta nele. Em toda a história humana, somente um homem que se declarou perfeito foi levado a sério tanto por seus amigos como por seus inimigos. Jesus nunca teve de se desculpar ou pedir perdão. Ele é inigualável pelo fato de nunca ter pecado. Os magníficos ensinos desse humilde carpinteiro da Galiléia também o elevaram a uma categoria ímpar. A maioria dos historiadores e filósofos ocidentais, assim como muitos de outras tradições, reconhecem-no como o maior de todos os mestres. Considere sua regra de “Amai os vossos inimigos” (Mateus 5.44) ou “orai pelos que vos caluniam” (Lucas 5.28) ou “dai, e dar-se-vos-á” (Lucas 6.38). Quase todos os historiadores concordam que este mundo seria um lugar muito melhor, se todos seguissem os ensinos do Nazareno. Os milagres de Jesus o colocam igualmente em posição incomparável. Como veremos adiante, eles realmente aconteceram e são ainda incontestáveis. Sua capacidade de curar enfermidades e sanar deformidades tidas como irreversíveis demonstra que Ele tinha o poder de Deus no seu interior como ninguém mais. Finalmente, para coroar sua trajetória gloriosa neste mundo, Ele deu sua própria vida sacrificialmente pelos pecados do mundo e em seguida realizou o maior de todos os seus milagres: ressuscitou dentre os mortos. Esse acontecimento, comemorado a cada ano como uma das duas datas mais sagradas do calendário cristão, confere-lhe a
  • 15. supremacia como a pessoa mais extraordinária que já viveu. Os Títulos Inigualáveis Atribuídos a Jesus Nenhuma pessoa além de Jesus tem sido identificada por meio dos títulos a seguir, porque nenhum outro foi qualificado para usá-los. Alguns desses títulos lhe foram dados por anjos, outros por seus discípulos ou seguidores ou mesmo pelos profetas hebreus. Nenhum desses títulos o caracteriza plenamente. Para compreender quem Ele realmente foi e como será em sua segunda vinda, todos devem ser considerados em conjunto. Uma coisa é certa: nenhum outro ser faz jus ao mérito de ostentar sequer um desses títulos. Todo-poderoso Deus forte A palavra era Deus Senhor meu e Deus meu O grande Deus Nosso salvador Jesus Cristo Maravilhoso Conselheiro Pai da eternidade Príncipe da paz Alfa e Ômega Primeiro e Último Deus bendito para sempre O Cristo Filho de Deus
  • 16. Jeová O princípio e o fim O Senhor Salvador O Santo Senhor de todos Emanuel O caminho, a verdade e a vida Rei dos reis Senhor dos senhores Na história do mundo, ninguém jamais saiu de uma oficina de carpinteiro para ostentar títulos tão sublimes. Sua vida somente pode ser explicada pelo fato de ter sido Ele, realmente, “o Filho de Deus” em um sentido único. No fim de semana em que escrevia estas palavras, Deus mostrou- me um exemplo perfeito disto. Fiz o discurso de colação de grau da vigésima quinta turma da Christian Heritage College, em San Diego, Califórnia (faculdade fundada pelos doutores Henry Morris, Arthur Peters e por mim). Um dos alunos deu um incrível testemunho. O homem — 1 metro e 95 centímetros de altura, 110 quilos de peso — contou uma longa história passada dentro e fora da prisão. Na última vez em que fora jogado em uma cela, a primeira coisa que fez foi expulsar um dos presos do beliche mais cobiçado do local, dizendo: “A partir de agora esta cama é minha — vai dizer alguma coisa?” Com isso, ele se enfiou no beliche para ter um bom sono. Mas, em vez disso, notou uma protuberância em seu colchão, uma Bíblia, a primeira que tinha visto. Começou a ler e não parou mais até terminar o evangelho
  • 17. de João — momento em que suplicou a Cristo que perdoasse seus pecados, aceitando-o como Senhor e Salvador. Sete anos mais tarde ele era não somente um homem transformado, sem mais qualquer pendência com a lei, mas estava se formando em uma faculdade cristã a fim de ingressar em um seminário para se preparar para o ministério. A influência do Nazareno se fez sentir novamente, mudando a natureza decaída e a direção da vida desse homem. Posso dizer sem reserva que ninguém jamais exerceu uma influência tão positiva sobre as pessoas do que Jesus de Nazaré! A Razão de Sua Singularidade O simples fato de Jesus de Nazaré ter influenciado este mundo mais do que qualquer outra pessoa deve ser suficiente para estabelecer seu lugar ímpar na história humana. Mas, quando decompomos as muitas outras facetas singulares de sua vida, ficamos estarrecidos diante de um dilema incrivelmente difícil. Como explicar a contribuição de toda sua vida, resumida a apenas três anos e meio? Quando um homem é colocado no pedestal supremo, muito acima de todos os outros na história humana, certamente deve ser por alguma razão. Qual seria? Não foi por sua descendência familiar próxima, porque sua mãe foi uma simples mulher judia e seu pai, um humilde aldeão carpinteiro. Não foi por suas posses materiais, porque Ele não tinha dinheiro algum, nem mesmo um lugar “onde reclinar a cabeça” (Mateus 8.20). Ele foi acusado diante de um tribunal vestindo uma túnica emprestada e seu corpo foi colocado em um túmulo também emprestado. Não foi sua educação, pois não há nenhum registro de que Ele tenha freqüentado uma escola. No entanto, com a idade de apenas doze anos, Ele confundiu os doutores de teologia no templo de Jerusalém. Não foi por suas viagens pelo mundo, pois, com exceção de uma breve estada no Egito quando era ainda bebê, Ele nunca viajou mais do
  • 18. que 150 quilômetros para fora da cidade em que foi criado. Não foi porque viveu e ministrou em um país influente, pois Ele passou toda sua vida na obscura e pequenina terra de Israel, tendo sido criado em uma cidade que gerava a seguinte pergunta: “De Nazaré pode sair alguma coisa boa?” (João 1.46). Não foi porque teve amigos influentes, pois somente pescadores, cobradores de impostos e outros homens sem representatividade alguma o seguiram. Não foi porque todas as pessoas gostavam dele, pois os líderes religiosos e políticos elitistas várias vezes tentaram apedrejá-lo e finalmente o crucificaram. Não foi porque teve uma vida longa e bem-sucedida, pois Ele estava com apenas trinta e três anos quando sacrificou sua vida por outros. Não foi porque teve um longo e extenso ministério, pois seu ministério durou apenas três anos e meio. Pelos padrões humanos, Ele teve uma morte ignominiosa em uma cruz tosca. Não foi porque estabeleceu muitas organizações para perpetuar sua memória, pois Ele fundou somente uma — sua Igreja — e ela somente teve início depois de sua morte. Assim sendo, a que atribuir a posição única de Jesus Cristo? Tenho lido as insinuações daqueles que rejeitam a afirmação de Jesus ser Deus em forma humana e observado suas inconsistências. As opiniões de tais pessoas são mais difíceis de aceitar do que os simples relatos do evangelho. Como pôde esse homem influenciar mais vidas e afetar a história humana mais profundamente do que todos os outros? Em toda a história, ninguém pode comparar-se a Ele. E, no entanto, Ele fez tudo isso em apenas três anos e meio! Todos os incrédulos sinceros devem responder à pergunta: “como Ele conseguiu isso?” À medida que Jesus Cristo caminha ao longo das páginas da história humana, Ele é elevado a uma categoria sem similar por sua
  • 19. peculiaridade. Por um lado, os descrentes não podem deixar de reconhecê-lo, tamanhas foram suas contribuições em favor da humanidade; nem podem eles explicar sua existência sem admitir sua divindade. Albert Schweitzer, vítima de uma onda de ceticismo no começo deste século, teve de admitir que o Jesus histórico é um enigma e um estranho para o nosso tempo. Como o Dr. Carl E H. Henry, um dos últimos estudiosos verdadeiramente conservadores da Bíblia na geração passada, escreveu: “Muitos estudiosos que rejeitam que Jesus é Deus verdadeiro e homem verdadeiro, vendo-o apenas sob uma única faceta, distinguem-no, apesar disso, da totalidade da raça humana. Os tributos prestados a Jesus, mesmo por estudiosos que repudiam os credos cristológicos históricos, não somente reverenciam o Nazareno acima de seus contemporâneos, mas elevam-no bem acima de todos os seres antigos e modernos. Essas avaliações de Jesus Cristo acabam por exaurir habituais categorias antropológicas ao tentar explicá-lo.” Ele então conclui: “Aqueles que não começam com a suposição cristã fundamental de que ‘o Verbo se fez carne’ (Jo 1.14), mas procuram mostrar como um homem completo, como supõem que Cristo foi, estava unido (de alguma forma) a Deus, não podem senão terminar em pontos de vista confusos e contraditórios”. Na realidade, todas as descrições de Jesus que conflitam com aquelas apresentadas nos quatro evangelhos são “não-históricas”. Jesus é quem Ele disse que era: Deus em forma humana. Não há qualquer explanação meramente humana sobre o porquê de um simples, embora brilhante, homem — que deveria ter sido esquecido há muito tempo por todo este mundo — ser ainda a pessoa mais amada que já viveu, quase dois mil anos após sua morte. As explicações humanas não conseguem explicar a influência que Ele ainda exerce sobre este planeta. Apenas um fato explica a singularidade de Jesus Cristo: Ele foi verdadeiramente o Filho de Deus que veio sob forma humana, exatamente como Ele se declarava. Veja você que atribuir somente humanidade a Jesus não é suficiente. Para cumprir o que Ele fez, tanto em sua vida como em seus ensinamentos, precisava ser tanto Deus como homem, operando juntos
  • 20. em uma pessoa única. Essa pessoa é Jesus de Nazaré. O propósito deste livro é demonstrar essa convicção de maneira lógica e razoável. Para começar nossa investigação, vamos considerar o ceticismo de alguns daqueles que rejeitam a condição única de Jesus como Deus-Homem. Veremos que, enquanto nenhuma boa evidência dá apoio a esse ceticismo, montanhas de evidência comprovam a prerrogativa de que Jesus é o único Filho de Deus, o Senhor da Glória em forma humana. 2. O Que Há com os Céticos? Por mais de mil e seiscentos anos a divindade pessoal de Jesus Cristo raramente foi colocada em dúvida. A maioria das pessoas aceitava prontamente os relatos das testemunhas oculares de sua vida, contidos nos evangelhos, onde é evidente que Jesus devia ser realmente Deus em forma humana. As pessoas de sua época muitas vezes faziam exclamações como esta: “Ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele” (Veja João 32; 9.33). O mesmo podia ser dito de seus ensinos, pois Ele falava como quem tem autoridade. Nem mesmo o maior profeta do Velho Testamento ousou dizer algo como: “Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Não matarás’... Eu, porém vos digo...” (Mateus 5.21-22) colocando-se no mesmo nível de Deus. O impacto de Jesus sobre a civilização, reconhecido universalmente, fez com que os homens o aceitassem como Deus, pois nenhum outro teve tanto impacto sobre as nações como Ele, ou realizou tantas coisas em tão pouco tempo. Porém, mesmo quando Jesus andou por este mundo, nem todos o aceitaram como Filho de Deus. Nem todos os que ouviram sua palavra, viram seus milagres e puderam comprovar quem Ele realmente era, acreditaram nele. Muitos dos judeus de sua época o rejeitaram, porque Ele não correspondia à imagem que eles faziam de um Messias. No entanto, desde o princípio aqueles que o aceitaram como
  • 21. Messias também aceitaram sua natureza divina. As igrejas que surgiram depois disso seguiram essa mesma doutrina. A história registra poucas vozes que se ergueram para formular razões contrárias à divindade de Jesus Cristo. E assim foi até cerca de quatrocentos anos atrás. A Crença em Deus É Ameaçada A partir do século dezesseis, com o filósofo René Descartes, muitas pessoas foram influenciadas pela idéia de que não podiam acreditar naquilo que não podiam ver. E como não podiam ver Deus, recusaram-se a crer em sua existência. Isto, representou um rompimento com a crença da época. Durante milênios, a maior parte da humanidade aceitou o fato de a criação ter sido obra de um Criador. No entanto, Descartes e seus seguidores rejeitaram toda a noção de Deus. Foi, portanto, natural para os céticos franceses do século dezessete e para os racionalistas alemães do século dezoito questionar a divindade de Jesus. Eles já haviam rejeitado a crença em Deus e proposto uma filosofia de vida independente dele; o passo seguinte foi aplicar esse ceticismo a Jesus. Um princípio básico da lógica é que, se você começa com uma premissa errada, acaba chegando inevitavelmente a uma conclusão errada. Na questão da divindade de Cristo, a partir do momento em que a pessoa rejeita Deus, ela deve repudiar também a crença no sobrenatural. Este preconceito vai impedi-la de enxergar com clareza, não permitindo uma avaliação imparcial de qualquer alegação que se refira à divindade de Jesus. Um cético simplesmente não pode admitir a possibilidade de que Jesus é Deus. Se ele admitisse isso, estaria negando a própria essência de sua crença — “Não há Deus”. Portanto, ele rejeita arbitrariamente as afirmações da divindade de Cristo; já que Deus não existe, Jesus não pode afirmar que é divino. Desta forma, muito antes de começar uma avaliação da vida de Cristo, os céticos concluem que Jesus não era nada mais do que um simples homem.
  • 22. A maioria das pessoas que rejeitam Deus e a divindade de Jesus são como o ateu Tom Paine, que escreveu um livro de grande influência, A Idade da Razão, sem nunca ter lido a Bíblia! Muitos concluíram que Jesus é menos do que o “Filho de Deus” (um direito que Ele alegou repetidas vezes possuir) sem ao menos examinar sua vida. Em muitos casos, apenas repetiram o que outros tinham escrito sobre o assunto... Alguns céticos, embora admitindo o incrível impacto da vida de Jesus sobre o mundo, insistem no ponto de que Ele nunca alegou ser Deus ou possuir os atributos de Deus. Eles querem nos fazer acreditar que Jesus foi um homem bom, mas não divino. Isto é exatamente o que acontece com os ilustres participantes do Seminário Jesus, que nos últimos anos tem recebido tanta atenção da mídia. O Seminário Jesus: Quem São e o Que Fazem Seus Participantes? Em 1985, Robert Funk convidou várias pessoas, em sua maioria estudiosos liberais, para verificarem a identidade de Jesus e a autenticidade dos registros do evangelho. Cerca de duzentos acadêmicos estiveram na primeira sessão; mas desde então esse numero tem diminuído, agrupando atualmente de setenta a setenta e cinco pessoas. Trinta e dois dos “participantes” ou ensinam ou possuem títulos de docentes de três das instituições teológicas mais liberais dos Estados Unidos (Harvard, Claremont e Vanderbilt). Esses estudiosos se reúnem para julgar os registros do Novo Testamento e submetê-los a seus próprios testes de exatidão. O objetivo principal do seminário tem sido sempre atrair a maior publicidade possível às suas “descobertas”. Logo no início ficou decidido que a votação seria feita por meio de bolinhas coloridas — pois chamam mais a atenção. Um membro do seminário explicou o significado das cores que codificam as palavras de Jesus: “Vermelha —
  • 23. isto é Jesus! Rosa — isto parece ser Jesus. Cinza — talvez seja Jesus. E preta — houve algum erro!” O seminário percorreu detalhadamente cada evangelho e votou sobre a autenticidade de cada afirmação atribuída a Jesus. A objetividade do grupo pode ser vista em suas conclusões: De acordo com o Seminário Jesus, a maior parte do evangelho de João é uma farsa [apesar de os estudiosos bíblicos considerarem-no mais autêntico que os demais evangelhos]; ele recebeu uma marca rosa, algumas cinza e nenhuma vermelha. A passagem marcada com a cor rosa, João 4.44, é traduzida assim: “Um profeta não consegue nenhum respeito em seu próprio território”. No evangelho de Marcos apenas uma expressão recebeu a cor vermelha — “Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”(Mc 12.17). Ao todo, 82% das palavras de Jesus em Mateus, Marcos, Lucas e joão não são consideradas julgadas autênticas. Apenas 15 frases de Jesus são marcadas em vermelho, sendo todas expressões curtas e pungentes. Este ataque nada sutil ao Jesus histórico e sua contribuição produziu o seguinte comentário do conservador Douglas Groothuis: “Quase nada resta de autêntico depois dessas análises”. O objetivo deles era exatamente esse e tudo foi premeditado desde o início; nenhuma “erudição” foi envolvida, nem foram feitas quaisquer novas descobertas. Na realidade, sem a publicidade veiculada em revistas como Time, Newsweek, U.S. News and World Report, Life, e em grandes jornais como Los Angeles Times e New York Times, as opiniões do seminário teriam sido esquecidas rapidamente. É importante lembrar que o seminário não fez qualquer nova descoberta que conduzisse a esses pontos de vista injuriosos. De fato, ele teve início com a premissa de que o sobrenatural é impossível. Todos os membros líderes do seminário negaram as doutrinas básicas da fé cristã histórica, incluindo o nascimento virginal de Cristo, sua divindade, a expiação viçaria, sua ressurreição dentre os mortos e
  • 24. ascensão ao céu. Portanto, não seria surpresa que o seminário rotulasse como “não-autênticos” quaisquer fatos que dessem apoio a essas doutrinas. Além disso, a mídia nunca divulgou que tanto a metodologia como as conclusões do Seminário Jesus foram atacadas por crentes conservadores e estudiosos bíblicos do mundo inteiro. Até mesmo os estudiosos que não proclamam fidelidade ao Cristo vivo — tendência dominante tanto nos Estados Unidos como na Europa — denunciaram as falhas do seminário. O primeiro livro a ser publicado pelo seminário, Os Cinco evangelhos: A Busca do Jesus Autêntico, revela as verdadeiras intenções do grupo. Este trabalho de 1993 procura elevar o evangelho de Tome ao mesmo nível de autoridade concedido pela igreja aos quatro evangelhos canônicos. Na verdade, o seminário freqüentemente julga Tomé superior aos respeitados evangelistas, apesar de a igreja primitiva não fazer qualquer menção de Tome por trezentos anos após a morte de Cristo. Por que essa fascinação por Tomé? Pode-se apenas inferir que é pelo fato de o seminário preferir o gnosticismo de Tome à ortodoxia bíblica. Quando este “evangelho” foi descoberto, logo depois da Segunda Guerra Mundial, os estudiosos céticos saudaram-no como um novo conceito dogmático para destruir o Jesus autêntico. Porém, como todas as outras tentativas dos últimos trezentos ou quatrocentos anos, a teoria que coloca Jesus como “sábio” ou “cínico” (baseada substancialmente em Tome) é mais difícil de ser aceita do que a imagem de Jesus como “Filho de Deus” revelado nos evangelhos tradicionais — especialmente quando nos lembramos que esses homens estão mais de dezenove séculos distantes dos eventos, armados apenas com seus Ph.Ds. e suas tendências céticas. É a opinião deles contra os registros escritos de homens que passaram três anos e meio com Jesus de Nazaré e que foram “testemunhas oculares da sua majestade” (2 Pedro 1.16). Embora o Seminário Jesus continue a reunir-se — está
  • 25. estudando atualmente o que Jesus realmente fez quando esteve na Terra e quais livros devem ser incluídos no cânon bíblico —, ele nada mais fez do que levantar questões perturbadoras sobre sua objetividade, metodologia e valor escolástico. Nem ao menos conseguiu mostrar por que alguém deve abandonar a confiança nos registros dos evangelhos e, em seu lugar, passar a confiar em seus próprios vôos imaginários. Os céticos que conheço são geralmente mais eficientes em levantar objeções do que em responder à simples pergunta: “Como você explica o cristianismo sem o sobrenatural?” Notamos esta tendência nas teorias superficiais e tolas desenvolvidas por eles, onde geralmente se criam mais problemas do que soluções. E interessante observar que eles não parecem desenvolver nada realmente novo. Várias obras que utilizei em minha pesquisa para a publicação deste livro foram escritas há mais de cem anos, e descobri que as perguntas a que estamos respondendo hoje são basicamente as mesmas levantadas naqueles períodos. Em resumo, os céticos modernos não têm nada de novo a oferecer. Eles apenas retomam as idéias elaboradas pelos céticos franceses e racionalistas germânicos de dois ou três séculos atrás. Mesmo os participantes do Seminário Jesus não têm proposto nenhuma novidade (apesar da publicidade obtida). Até aqui o melhor que eles podem oferecer são algumas novas interpretações das antigas teorias de Voltaire, Rousseau, Hegel e outros. Se suas teorias fossem, ainda que parcialmente, corretas, já poderiam ter obtido evidências arqueológicas suficientes para derrubar a credibilidade da origem divina de Jesus e da ressurreição (ou ao menos colocar em dúvida os registros dos evangelhos). Ao invés disso, as escavações dos arqueólogos têm servido para confirmar os registros nos evangelhos sobre a vida de Jesus. Como Nascem os Céticos É interessante notar que muitos dos que duvidam da divindade de Jesus ou de sua ressurreição física nunca leram os evangelhos, ou os
  • 26. relatos das testemunhas oculares dos acontecimentos da vida de Cristo. Voltaire, o célebre descrente do século dezoito, rejeitou a divindade e a ressurreição de Jesus, assim como a Bíblia. Como ele se tornou tão cético? Talvez por ter sido tão brilhante? De modo algum. Quando seus pais, que eram católicos devotos, notaram que seu filho tinha a inteligência de um gênio, contrataram um ex-sacerdote como seu professor particular na tentativa de oferecer-lhe uma educação de qualidade. Infelizmente, eles não verificaram por que o professor era um ex- sacerdote. O homem tinha sido expulso da igreja católica por seu ceticismo; por sua vez, ele inoculou doses maciças de ceticismo na mente de seu jovem e brilhante aluno. A objetividade nada tinha a ver com o ceticismo de Voltaire. A doutrinação cética fez de Voltaire um cético! Na realidade, tenho observado que a maioria dos céticos foi influenciada por algum livro ou professor que transmitiu-lhes seu próprio ceticismo. A partir do momento em que o cético se convence de suas posições, seu orgulho pessoal não lhe permite mudar de opinião, não importando quantos fatos contrários possam desafiá-lo. Isto é particularmente verdadeiro em relação a muitos acadêmicos. Estes homens e mulheres apreciam passar adiante seu ceticismo, atingindo as mentes jovens e impressionáveis — muito embora não tenham os fatos a seu favor. Talvez seja por isso que o maior número de céticos é encontrado nas universidades, onde uns poucos professores agnósticos podem minar a fé das gerações futuras. Sob a capa de “liberdade acadêmica”, os céticos ateus em nossas faculdades e universidades (e algumas vezes em nossas escolas secundárias) questionam todas as coisas da fé cristã, desde a criação até a ressurreição, recusando-se a considerar os argumentos cristãos. Qualquer um que analise somente um dos lados de um argumento está inclinado a adotar esse ponto de vista (particularmente os jovens). As universidades de hoje estão fabricando céticos, não porque os cristãos sejam falhos em evidenciar a divindade e
  • 27. ressurreição do corpo de Cristo, mas por falta da exposição dessa evidência. Estou convencido de que a evidência da divindade e ressurreição de Jesus Cristo é tão clara que qualquer pessoa objetiva que examine ambos os lados de um argumento concluirá que a fé cristã está baseada em fatos históricos consistentes. O Caso do Ateu Não-Científico Quando eu era pastor, poucos ateus freqüentavam minha igreja. Por isso fiquei realmente surpreso quando um jovem e inteligente engenheiro apertou minha mão em um domingo após o culto e anunciou: “Sou um ateu não-científico. Acabo de concluir meu mestrado na Universidade Stanford e desejo freqüentar sua igreja. Estou trabalhando por um ano em uma empresa aqui em San Diego a fim de ganhar o suficiente para freqüentar a Universidade Brandeis no próximo outono, visando ao doutorado.” E então explicou: “Um ateu não-científico é aquele que examinou somente um lado da evidência antes de chegar a uma conclusão. Durante os meus estudos, fui instruído a examinar os dois lados de uma argumentação antes de chegar a uma conclusão. Descobri, então, que toda minha argumentação partia de uma perspectiva cética ou ateia. Por isso, durante estes nove meses em que não tenho atividade acadêmica pesada, resolvi freqüentar sua igreja para que possa conhecer e examinar o ponto de vista cristão.” Então ele me pediu algo que poucas pessoas me haviam pedido: “O senhor estaria disposto a separar uma hora por semana comigo para me ajudar na orientação da pesquisa?” “É claro que sim”, respondi. Mas primeiro fi-lo prometer que leria pelo menos um capítulo da Bíblia diariamente, à medida que eu lhe fosse indicando. Stan concordou e passamos a nos encontrar todas as quartas- feiras à noite, antes do culto. Ele era um acadêmico disciplinado. Lia a Bíblia diariamente, como prometeu, bem como todos os livros e executava as tarefas que eu lhe dava. Começamos com o nascimento virginal de Jesus e sua origem divina, mas logo descobri que ele estava
  • 28. tão interessado e aplicado que isso exigiria mais tempo do que tínhamos disponível. Por isso, eu o desafiei a pular diretamente para a ressurreição, porque, disse-lhe, “se a ressurreição é válida, então a divindade de Cristo e seu nascimento virginal também são válidos”. Trabalhamos arduamente durante os nove meses restantes e, por minha sugestão, ele começou a preparar duas listas: uma a favor e outra contra a ressurreição. Naquela época, Josh McDowell ainda não havia escrito sua obra clássica sobre Jesus, por isso tive de fazer uma porção de pesquisas por minha conta. Hoje a tarefa seria muito mais fácil (e mais convincente!). Fiquei extremamente desapontado quando, no final de setembro, Stan me disse que aquele seria nosso último encontro, pois partiria no dia seguinte para a Universidade Brandeis. Tentei fazer com que ele tomasse uma decisão apoiada em sua pesquisa, onde havia duas vezes mais evidências em favor da ressurreição do que contra — mas como ele “não estava preparado”, achei melhor não forçá-lo. Stan prometeu dedicar mais algum tempo a sua pesquisa, na tentativa de “chegar a alguma conclusão até o feriado do dia de Ação de Graças. Sinceramente, achei que o tinha perdido. Afinal de contas, naquela época, toda a Universidade Brandeis era judaica e 98% de seus estudantes eram judeus ou ateus. Não tive mais notícias de Stan até o Natal, quando ele me pediu uma entrevista. Fiquei grandemente surpreso quando ele me disse que planejava ir à igreja no próximo domingo e declarar, na frente de todos, que queria se tornar um cristão. Fiquei muito feliz com isso e, então, ele me contou como chegou a esta conclusão. Ele manteve sua promessa e dedicou um bom tempo nas bibliotecas daquela área reunindo dados pró e contra a ressurreição. Sua conclusão? “Houve cinco vezes mais evidência PRÓ ressurreição de Jesus do que contra. Depois que cheguei a esta conclusão, foi fácil ajoelhar-me à beira de minha cama (no alojamento de Brandeis) e convidar Jesus, o Cristo vivo, a entrar em minha vida. A pesquisa havia finalmente terminado e uma paz maravilhosa desceu sobre mim!”
  • 29. Em seguida, algo bastante raro aconteceu. Ele desceu as escadas e encontrou cinco colegas da universidade — comentando exatamente como era inacreditável o fato de os cristãos aceitarem algo tão ultrajante como a ressurreição de Jesus. Stan, uma pessoa de espírito manso e introvertido, agüentou até onde pôde. De repente, ele se viu entrando na conversa e compartilhando algumas das evidências que havia encontrado, para a grande surpresa de todos. Pois, como a maioria dos descrentes, eles concluíram erroneamente que nada havia em favor da ressurreição, já que nunca tinham ouvido nada sobre isso. Quando perguntei a Stan por que ele ainda não se considerava um cristão,mesmo depois de éter convidado Cristo a entrar em sua vida, ele me explicou que o Senhor esperava dele um testemunho público de sua fé. Ele estava certo sobre isso, mas tinha uma idéia equivocada a respeito do que era um testemunho público, achando que precisava ir à frente após um sermão para testemunhar sua fé. Expliquei-lhe que ele já tinha dado seu primeiro testemunho público; isto aconteceu no dia seguinte ao da celebração do dia de Ação de Graças, no seu alojamento, quando falou em defesa da ressurreição de seu novo Salvador. E isto foi feito diante de cinco testemunhas — seus colegas judeus! Isso provou que ele estava salvo. Stan evidentemente estava pensando no texto que promete: “Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa a respeito da salvação” (Romanos 10.9-10). Fiel à sua palavra, Stan foi à igreja no domingo de manhã e caminhou até a frente, confessando perante a igreja o que ele já tinha confessado diante dos homens, que o Cristo que ressurgiu da morte após sua crucificação era, sem sombra de dúvida, seu Senhor e Salvador pessoal. Deve ter sido uma experiência genuína, porque aquele “ex-ateu não-científico” tem sido um cristão firme por mais de trinta anos. A última vez que ouvi falar de Stan, ele era professor em uma faculdade
  • 30. cristã. Este caso serve como uma evidência adicional de que o ceticismo geralmente não pode se expor à esmagadora evidência da ressurreição de Jesus, desde que o cético esteja disposto a ser objetivo e examinar ambos os lados da evidência. O Ceticismo Não é Intelectualmente Honesto Os cristãos nada têm a temer diante dos argumentos dos céticos. Quando avaliamos as evidências, torna-se claro que a crença no Cristo ressurreto faz mais sentido do que a crença em qualquer sistema alternativo. Por outro lado, os cristãos precisam saber que a arma preferida dos céticos nunca foi o argumento racional baseado na melhor evidência disponível; os céticos perceberam há muito tempo que o ridículo e o sarcasmo servem muito melhor aos seus propósitos. Muitos céticos se apegam à sua descrença não com base em uma evidência irrebatível, mas simplesmente porque decidiram descrer. Eles não são intelectualmente honestos. Josh McDowell nos conta alguns fatos interessantes ocorridos em conferências que deu para alunos de filosofia. O professor era também o diretor do departamento. Depois que apresentei a evidência literária e histórica da divindade de Cristo, o professor começou a me importunar com perguntas e acusações sobre a ressurreição. Após uns dez minutos, um estudante interrompeu e fez ao professor uma pergunta muito interessante: “O que o senhor acha que aconteceu na primeira páscoa?” O professor olhou para mim e em seguida para o estudante. “Não sei o que aconteceu” disse ele. “Mas não foi a ressurreição!”
  • 31. “Sua resposta é o resultado do exame da evidência?” A resposta foi a seguinte: “Não! É por causa de minha perspectiva filosófica.” Em outra importante universidade, vários estudantes levaram meu primeiro livro, Evidence That Demands a Verdict (Evidência Que Requer um Veredito), ao presidente do departamento de história para que ele o avaliasse. Após vários meses, um dos alunos visitou o presidente e perguntou sua opinião sobre o livro. “Ele contém historicamente alguns dos argumentos mais convincentes sobre o cristianismo que já li”, respondeu o professor. O estudante ficou todo excitado. Então o diretor do departamento acrescentou: “Mas não chegarei à mesma conclusão do Sr.McDowell.” “Por que?”perguntou o estudante, confuso. “Por causa da minha perspectiva filosófica”, foi a resposta. Não havia falta de evidência. Mas, apesar disso, ele se negou a aceitá-la. Uma Questão de Vontade Um poeta disse sabiamente: “Uma mente convencida contra sua vontade é ainda a mesma mente.” Algumas pessoas simplesmente se recusam a crer, mesmo quando confrontadas com fatos irrefutáveis. Outros podem ficar sem respostas, mas ainda se recusam a dobrar os joelhos diante de Jesus. Neste caso, a rejeição de Cristo e de sua ressurreição não é mais uma questão de razão e lógica; é uma rebelião contra Deus. Aconteceram vários casos na igreja que pastoreei em San Diego, Califórnia. Um engenheiro aeroespacial, de inteligência privilegiada, vinha à igreja regularmente acompanhado de sua esposa e filha, mas
  • 32. confessava que não era um crente. Ele se dizia abertamente um ateu, ou, na melhor das hipóteses, um cético. Não sei bem o que ele realmente era. Don, diferentemente da maioria dos maridos descrentes, desfrutava da companhia de alguns homens de nossa igreja, chegando até a praticar esqui aquático com alguns deles aos sábados à tarde. Em uma manhã de domingo, cinco anos mais tarde, Don estava profundamente emotivo. Procurou-me após o culto dizendo que tinha duas perguntas sérias que gostaria de me fazer há algum tempo e que, se eu pudesse responder a elas, ele se tornaria um cristão. Eu me senti exultante e perguntei quando ele queria conversar. Ele respondeu que o dia seguinte seria bom, porque ele estaria de férias toda aquela semana. Cheguei à sua casa às duas horas e ele me expôs dois pontos críticos sobre o cristianismo. Acredite ou não, eu havia estudado ambos os pontos nos últimos dez dias! Conversamos por duas horas e meia. No final, perguntei-lhe se tinha mais perguntas a fazer, e ele disse que não, e que estava satisfeito com as respostas dadas. “Don”, perguntei, “você está preparado para dobrar os joelhos comigo e convidar Cristo para entrar em seu coração?” Para minha surpresa, ele disse: “Bem, não quero ser precipitado e fazer as coisas correndo”. Saí de lá triste, na certeza de que a salvação é mais uma questão da vontade do que da mente. Felizmente, Don continuou indo à igreja com sua esposa. Mais tarde, eles se mudaram da cidade e, dois anos depois de instalar sua família no norte do país, ele finalmente tomou a decisão que deveria ter tomado naquela segunda-feira à tarde, quase dez anos antes. Permaneça Aberto à Verdade Um dos versos clássicos de Shakespeare diz: “Sê verdadeiro para ti mesmo”. Durante toda a leitura deste livro, irei desafiá-lo a permanecer aberto à verdade, à evidência e à lógica. Tome cuidado para não se deixar influenciar por aqueles que se recusam a crer. A fonte básica da evidência da vida de Jesus de Nazaré são os quatro
  • 33. evangelhos, sendo que três deles foram testemunhas oculares. Como você verá no próximo capítulo, estes registros históricos da vida de Jesus são os documentos mais confiáveis da antigüidade. 3. A Credibilidade das Narrativas do Evangelho Todos os fatos essenciais que conhecemos sobre Jesus vêm dos evangelhos; assim sendo, tudo o que há no cristianismo está baseado na credibilidade das narrativas destes quatro evangelhos. É fácil, portanto, perceber por que os céticos modernos, que viveram pelo menos mil e setecentos anos depois de Cristo, insistem em afirmar que longos períodos de tempo transcorreram entre a vida de Jesus e o registro dos evangelhos. Isto lhes permite alegar que os evangelhos foram escritos por homens que não tiveram informações de primeira mão sobre os acontecimentos ocorridos. Argumentam eles que os evangelhos dizem pouco sobre o “Jesus histórico” e muito sobre o que a igreja inventou muitas décadas depois de sua morte. Em outras palavras, eles diminuem o valor dos evangelhos como narrativas confiáveis da vida de Jesus. Embora admitam que os evangelhos oferece narrativas interessantes daquilo que a igreja primitiva ensinou sobre o Messias, não acreditam que o evangelho de João e os sinópticos contêm muitas (se algumas) informações precisas a respeito da vida e morte de Jesus, que viveu na Palestina do primeiro século. Se esses críticos estão certos, então não podemos esperar conhecer muita coisa de valor sobre a vida de Jesus, e a fé cristã histórica irá se desintegrar e virar pó. Por outro lado, se eles estão errados e podemos então com certeza confiar no registro preciso dos evangelhos sobre a vida de Jesus — algo que esperamos mostrar com clareza neste capítulo —, então dispomos de uma sólida base sobre a qual construir nossas esperanças, nossa fé e nossas próprias vidas.
  • 34. A Importância dos Evangelhos Os relatos da vida de Jesus contidos nos evangelhos são de extrema importância. Henry H. Halley fez o seguinte comentário: Os quatro evangelhos são, em todos os aspectos, aparte mais importante da Bíblia: mais importante do que todo o restante da Bíblia junto. Mais importante do que todos os livros do mundo reunidos, porque podemos perfeitamente ficar sem o conhecimento de todas as outras coisas, mas não sem o conhecimento de Cristo. Os livros da Bíblia que os precedem são antecipações e os que vêm a seguir são explanações sobre o herói dos quatro evangelhos. É verdade que Josefo, Tácito e outros escritores contemporâneos se referem ao “Jesus da história”, mas não acrescentam quaisquer informações sobre Ele que já não estejam mencionadas nos evangelhos. Conseqüentemente, é de suprema importância que estabeleçamos a credibilidade dos evangelhos. Vamos agora considerar a confiabilidade dos quatro evangelhos. Consideremos brevemente João, assim como os três evangelhos sinópticos — assim chamados porque, quando colocados lado a lado, demonstram um tratamento semelhante ou paralelo da vida e morte de Jesus de Nazaré. O Evangelho de João O evangelho de João é geralmente colocado à parte dos outros, porque ele não procurou escrever um relato cronológico da vida de Jesus. Ao escrever seu evangelho no final do primeiro século, João procurou apresentar o aspecto sobrenatural de Jesus, de modo que seus leitores fossem levados à fé. Isto fica evidente no clássico comentário quase no final do livro: “Estes [sinais], porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (João 20.30). Nenhum outro evangelho tem
  • 35. sido tão duramente atacado pelos céticos, agnósticos e descrentes do que o evangelho de João — não porque qualquer evidência do primeiro século questione sua autoridade, mas porque ele apresenta de maneira inequívoca a divindade de Jesus. Tendo sobrevivido a todos os outros apóstolos, João pôde observar a tendência de muitas pessoas enxergarem a divindade de Jesus em termos semelhantes aos encontrados na mitologia grega (por exemplo, como deuses que tomavam a forma de homem ou de animais). João pretendia deixar claro que Jesus tinha vindo em forma humana, que Ele era humano em todos os mínimos aspectos (porém sem pecado) £ era Deus também nos mínimos aspectos. Eis a razão por que ele enfatizou os milagres de Jesus — para mostrar que, embora o Salvador fosse verdadeiramente homem, de modo que podia morrer pelos pecados da humanidade, Ele era também Deus e podia, portanto, realizar milagres como nenhum outro jamais realizara. João apresentou Jesus como o “Logos”, ou “Palavra”, significando que Ele era a expressão exata de Deus. Se você quer realmente conhecer Deus e compreender como Ele reage em qualquer situação, estude a vida de Jesus, pois Ele revela o Pai. Os leigos em geral consideram o evangelho de João de mais fácil compreensão do que os outros evangelhos. Ele foi escrito por um pastor já idoso (da igreja de Éfeso), companheiro íntimo de Pedro e de outros líderes da igreja. E, certamente, João foi testemunha ocular de todos os eventos que mencionou. E interessante observar que vários dos lugares específicos mencionados por João — tais como, o poço de Jacó em Sicar, o tanque de Siloé, a Calçada de Pedra ou Pavimento (em hebraico Gabatá), onde Jesus foi julgado diante de Pilatos e outros — foram descobertos pela moderna arqueologia, fazendo silenciar muitas das objeções dos céticos. João provavelmente teve acesso aos evangelhos sinópticos, escritos cerca de trinta anos antes do seu. Ele queria que seu registro fosse único; por isso revelou vários milagres e muitos ensinos de Jesus que não estão citados nos outros evangelhos. Quis também apresentar Jesus como o Criador de todas as coisas — “No princípio...” (1.1-3).
  • 36. Além disso, ele o apresenta como juiz, igual a Deus, restaurador e galardoador, redentor e revelador. A confiabilidade do evangelho de João é atestada por mais manuscritos e artigos (desde o final do primeiro século) do que qualquer outra obra literária da antigüidade, o que incomoda bastante os céticos. E preciso lembrar que manuscritos antigos são raros, principalmente por não serem escritos em papel como conhecemos hoje, mas normalmente em papiro, um material extremamente vulnerável ao tempo, umidade, mofo e deterioração (o pergaminho somente foi inventado por volta do quarto século). No entanto, muitas peças em papiro daquele período foram descobertas, o que confere validade à Bíblia (e especialmente ao evangelho de João) mais do que qualquer outro documento antigo. Em 1885, no Egito central, onde o ar é seco, muitos documentos antigos foram encontrados, cobertos durante séculos por areias protetoras. Nos dez anos seguintes, descobertas arqueológicas revelaram muitos fragmentos das Escrituras, respondendo a muitas perguntas dos céticos. Em 1920, um fragmento de papiro do evangelho de João também foi encontrado, medindo oito centímetros e nove milímetros por seis centímetros e quatro milímetros, contendo João 18.31-33 de um lado e 18.37-39 de outro. Os estudiosos atribuíram-no à primeira metade do segundo século. É o mais antigo manuscrito da Bíblia encontrado — uma evidência de que o evangelho de João existia e estava em circulação no Egito, nos anos que se seguiram imediatamente à morte de João. Este importante fragmento está sob uma redoma de vidro na Coleção Chester Beatty, da Biblioteca Rylands, em Manchester, Inglaterra, e é considerado um dos mais importantes manuscritos da história (embora já não seja o texto bíblico mais antigo). Este documento comprova a veracidade do evangelho de João bem como confirma sua autoria. Além desse célebre fragmento do manuscrito de John Rylands, existe outra evidência da antigüidade do evangelho de João:
  • 37. A veracidade do evangelho de João é comprovada também pelo Egerton Papiro 2, com data anterior ao ano 150. Foi também usado por Tatian em seu Diatessaron.... João foi também conhecido e usado em alguns círculos heréticos gnósticos — por exemplo, por Ptolorneu, um discípulo de Valentino, pelo evangelho de Pedro (cerca de 150), e (provavelmente) pelo autor do evangelho da Verdade, de Valentino. Uma, evidência adicional da autenticidade deste importante evangelho é o fato de ele ter sido aceito imediatamente por todos os líderes da igreja primitiva. Por exemplo, Inácio, em suas Sete Cartas, escritas por volta de 110 d.C, faz citações dos quatro evangelhos. Papias, que viveu em 70-155 d.C, foi discípulo de João e citou seus escritos, juntamente com os outros evangelhos, em seu livro Uma Explanação dos Pronunciamentos do Senhor. Citações semelhantes podem ser encontradas nos escritos de Irineu (130-200 d.C), um aluno de Policarpo (tendo sido ele mesmo, por sua vez, um aluno de João), bem como nos de Justino Mártir e outros pais da igreja. Apesar de apenas parte de seus escritos ter sido preservada, aqueles que restaram confirmam a existência e imediata aceitação, na época, do evangelho de João (assim como de outros livros do Novo Testamento). A Bíblia é, com certeza, o livro mais lido e amado no mundo, e dos livros do Novo Testamento, o preferido é o evangelho de João. Sua mensagem tem sido usada ao longo dos séculos para alcançar multidões para a salvação através da fé no Senhor Jesus Cristo, e esta é talvez a maior prova de sua autenticidade e inspiração divina. Os Três Autores dos Sinópticos Todos os três escritores dos evangelhos sinópticos ou foram testemunhas oculares dos eventos da vida de Jesus ou tiveram acesso àqueles que foram. Para uma avaliação correta dos sinópticos, é preciso esclarecer que os autores se preocuparam mais com o tema e as pessoas a quem eles se dirigiam do que com a seqüência cronológica dos fatos. O evangelho de Mateus é considerado como escrito
  • 38. fundamentalmente para os judeus, pois continuamente enfatiza o cumprimento das profecias do Velho Testamento a respeito de Jesus, provando que Ele era realmente o Messias. Desde o início do cristianismo, Mateus foi considerado o autor do evangelho que leva seu nome. Mateus é mencionado em ambas as listas de discípulos (Marcos 3.13; Lucas 6.12-16), confirmando ter sido uma testemunha ocular dos acontecimentos. Ele admitiu ser um “publicano” ou cobrador de impostos que deixou tudo para seguir Jesus. E quando foi escrito o evangelho de Mateus? Os céticos nos fariam crer que ele data de pelo menos uma ou duas gerações após os eventos ali registrados. Isto, porém, é impossível. Sob uma redoma de vidro na biblioteca do Magdalen College, em Oxford, Inglaterra, se encontra o que atualmente é considerado como o mais antigo fragmento de papiro do Novo Testamento. Ele não apenas confirma a exatidão do texto de Mateus ali preservado, como prova que os fatos ali narrados faziam parte do cotidiano da testemunha ocular que os descreve — exatamente como a igreja tem acreditado por dois milênios. Na véspera do Natal de 1994, um estudioso alemão, Dr. Carsten Peter Theide, diretor do Instituto para Pesquisa Epistemológica Básica, publicou uma evidência científica que datava este fragmento do evangelho de Mateus como anterior ao ano 70 d.C, e talvez até anterior a 30 d.C. Em 1996, em seu livro Testemunha Ocular de Jesus, escrito juntamente com o estudioso britânico Matthew D’Ancona, ambas as pesquisas atuais parecem indicar que o evangelho atribuído a Mateus existia também naquela época [30 a 60 d.C] em forma de folhas, o que tornaria possível a sua leitura por uma testemunha ocular da crucificação. Em um artigo publicado em uma revista no final de 1996, o Dr. Theide fez esta importante declaração com base em suas descobertas científicas:
  • 39. “Os fragmentos de papiro indicam que os primeiros registros completos dos evangelhos eram cópias que foram distribuídas durante as primeiras décadas da era apostólica, bem próximo da época em que as testemunhas oculares haviam presenciados os fatos. Portanto, o Jesus histórico não foi algo inventado. Pode-se eventualmente contestar certos detalhes, mas não o fato básico de sua existência e tudo que fez.” Este estudioso acredita que o evangelho de Mateus e, provavelmente, os outros dois sinópticos foram escritos e distribuídos entre 30 e 60 d.C, quando muitas outras testemunhas oculares ainda estavam vivas para julgar sua exatidão. Esta data remota do primeiro evangelho significa que Mateus resistiu ao exame minucioso das únicas pessoas qualificadas para julgá- lo — não os “estudiosos” mil e novecentos anos distantes dos eventos, inclinados a desaprovar a Bíblia e os atributos de Cristo — mas as próprias testemunhas oculares dos acontecimentos. Desse modo, não é de estranhar que a igreja primitiva tenha aceitado imediatamente os relatos do evangelho e dado a eles a posição de “outras escrituras”, estudando-os e discutindo-os juntamente com o Velho Testamento em seus cultos de adoração! Marcos, considerado tradicionalmente o autor do segundo evangelho, foi provavelmente o primeiro a compilar os fatos da vida de Cristo para a igreja primitiva em constante expansão. Marcos não foi um dos apóstolos, mas conhecia bem tanto Pedro quanto Paulo, tendo feito várias viagens com eles. Marcos ligou-se mais especialmente a Pedro, estando com o apóstolo em “Babilônia”, quando este escreveu sua primeira epístola (veja 1 Pedro 5.13). Marcos tinha ouvido muitas vezes as pregações de Pedro e de Paulo, tendo conhecimento de todos os eventos transcorridos na vida de Jesus. O fato de os discípulos se reunirem na casa de sua mãe, em Jerusalém, faz com que possamos presumir que em sua juventude ele tenha ouvido pessoalmente as palavras do Salvador.
  • 40. Atualmente os estudiosos admitem que o evangelho de Marcos tenha sido escrito cerca de 50 ou 54 d.C. Gregory A. Boyd, respondendo aos céticos do Seminário Jesus, chama a atenção para o fato de vários fatores internos indicarem uma data antiga para o evangelho de Marcos. Por exemplo: Em Marcos 15.21 encontramos referência a um certo “Simão Cireneu que passava, vindo do campo, pai de Alexandre e de Rufo”, o qual foi forçado a ajudar Jesus a carregar a cruz. A afirmação é totalmente inexplicável, a não ser admitindo-se a possibilidade de os leitores de Marcos estarem bem familiarizados com Alexandre e Rufo. Mateus e Lucas, estranhamente, não fazem referência a eles. Isto não somente fixa o acontecimento na história, mas o localiza na memória dos leitores, os quais poderiam guardar esses nomes na memória por muito mais de dez ou vinte anos, talvez até uma geração. Se não fosse assim, tais nomes seriam esquecidos. Boyd continua: Marcos menciona Pilatos sem a preocupação de explicar a seus leitores quem era ele (Mateus e Lucas afirmam que ele era “governador”); por outro lado, refere-se ao “sumo sacerdote” sem mencionar seu nome (ao passo que Mateus e Lucas o identificam corretamente como Caifás; Mc 14.53-54; 15.1). A explicação mais lógica para isso é que os leitores de Marcos não precisavam da referência à posição de Pilatos ou quem era o “sumo sacerdote “quando Jesus foi crucificado. Tendo em vista que Pilatos deixou de ser governador no ano 36 d. C, e Caifás deixou sua posição em 37d.C, quanto mais distante destas datas procurarmos datar o evangelho de Marcos, menos compreensíveis se tornam suas informações. A conclusão de Boyd é apropriada, pois a evidência indica uma data anterior, sendo o relato feito por alguém muito familiarizado com os fatos e as pessoas envolvidas.
  • 41. Devo acrescentar que descobertas arqueológicas recentes atestaram que Pilatos era o governador em Jerusalém naquela época, o que confirma a confiabilidade dos relatos do evangelho. Procure imaginar o que aconteceria se alguma descoberta arqueológica recente colocasse Pilatos vinte anos antes ou depois da crucificação. Os céticos imediatamente ergueriam sua voz para atestar sobre a falta de credibilidade das Escrituras. Entretanto, somente um silêncio abafado de tais associações acolheu as recentes descobertas que confirmam as datas, as pessoas e a exatidão histórica dos registros. De fato, a arqueologia não tem sido benevolente com os céticos durante os últimos cem anos ou mais. Em vez de confirmar seu ceticismo provando que a Bíblia está “cheia de falsidades”, como alguns costumam proclamar, numerosas descobertas arqueológicas têm, na realidade, confirmado a exatidão dos registros. Há fortes evidências de que Marcos não somente escreveu o evangelho, mas contou com a ajuda de uma testemunha ocular. A antiga tradição admite que o apóstolo Pedro foi a força motora por trás do evangelho de Marcos. Alguns até vão mais longe a ponto de dizer que este é o evangelho segundo Pedro (por meio de Marcos). O mais importante, porém, é que o evangelho de Marcos foi escrito por alguém que se relacionou diretamente com os eventos, sendo aceito pela igreja logo depois de ter sido escrito. Papias, um discípulo do apóstolo João que viveu entre 70 e 155 d.C, escreveu em sua Explanação dos Pronunciamentos do Senhor que havia se dedicado à tarefa de inquirir os anciãos [presbíteros] e seus seguidores e que um deles narrou o seguinte: “Marcos, tendo se tornado o intérprete de Pedro, anotou com exatidão tudo aquilo que este último recordava — das palavras e atos de Cristo — não, porém, em ordem. Pois nem ele ouviu o Senhor, nem foi seu seguidor, mas, logo depois, ele se apegou a Pedro, adaptando suas instruções conforme a necessidade. Marcos não ensinou como se estivesse compondo um relato unificado dos oráculos do Senhor, portanto, não cometeu nenhum erro ao assim anotar algumas coisas que ele (Pedro) lembrava. Pois tinha em mente uma só coisa — nada omitir do que
  • 42. tinha ouvido e não fazer quaisquer afirmações falsas”. Lucas, “o médico amado” (Colossenses 4.14), autor do terceiro evangelho, possuía as qualidades de um bom escritor e historiador. Até mesmo os céticos, que difamam os registros do evangelho, admitem a qualidade do seu estilo literário. Lucas era um médico grego que fez várias viagens com o apóstolo Paulo na propagação do evangelho. Supõe-se que seu livro tenha sido escrito cerca de 58-60 d.C, na época em que vivia na cidade de Cesaréia, quando de prisão de Paulo ali durante dois anos. Alguns estudiosos acreditam que Lucas tinha lido o evangelho de Marcos antes de escrever o seu, pois nos cerca de 1150 versículos de seu evangelho aparecem quase trezentas citações de Marcos [ed. de Almeida]. Como grego, Lucas tendia a escrever à maneira grega, o que dá ao seu evangelho uma aceitação universal maior que o de Mateus. Ele enfatiza a humanidade de Jesus mais do que os outros, razão pela qual o filme “Jesus” (produzido e distribuído por Campus Crusade for Christ não precisa de muita revisão e adaptação quando traduzido para outras línguas — o evangelho de Lucas por si só proporciona a ação dramática. O filme já foi traduzido para mais de setenta e cinco idiomas, tendo se revelado um excelente instrumento para levar milhões de pessoas a se decidirem por Cristo. Lucas não foi testemunha ocular dos acontecimentos que relata em seu evangelho, mas compensa essa deficiência com a vantagem de ter entrevistado aqueles que estiveram com Jesus, produzindo, assim, um registro de grande exatidão e credibilidade. Nenhuma pessoa poderia conhecer tão bem os detalhes encontrados no evangelho de Lucas, senão através de entrevistas com as testemunhas oculares; assim sendo, o bom médico Lucas deixou-nos um relato muito convincente da vida, ministério e morte de Jesus. Pelo fato de se referir a tantos lugares geográficos específicos em seus escritos, Lucas se tornou sensível e preciso em suas investigações, relacionando com exatidão 53 localizações geográficas. Sua precisão nas informações é tão surpreendente que vários arqueólogos, como W. F. Albright, tiveram sua fé restaurada ou fortalecida e muitos passaram da infidelidade à
  • 43. aceitação da fé ao constatarem a exatidão das informações do Dr. Lucas. Uma dessas conversões foi experimentada por um dos maiores arqueólogos e geógrafos que já existiu, Sir William M. Ramsay. Treinado na escola alemã de história, Ramsay não foi inicialmente receptivo à fé. Ele achava que a Bíblia o tornaria suscetível a influências não confiáveis, por conter muitas citações de lugares, acontecimentos e pessoas. Como muitos outros, sua tentativa de desacreditar o Novo Testamento converteu-o à fé. Ramsay de início não admitia que o livro de Atos dos Apóstolos havia sido escrito por Lucas, o companheiro de Paulo. Para provar sua hipótese, ele fez uma viagem pela Ásia Menor, durante a qual ficou tão impressionado com a exatidão mostrada no livro em relação às localizações geográficas e históricas que reviu seu parecer, afirmando que o texto de Lucas é de uma fidelidade insuperável. Mais tarde ele escreveu em um livro que Lucas deveria ser incluído entre os maiores historiadores. Um outro testemunho sobre a precisão científica dos escritos de Lucas, de autoria do Dr. Wilbur Smith — um famoso pesquisador da atualidade e um de meus amados professores — citou uma fonte imparcial, o Dr. James T. Shotwell. Em seu livro, The History of History, Shotwell escreveu: “Lucas, como mostra o livro de Atos dos Apóstolos, era um homem instruído que recorreu a várias fontes para redigir sua história. Suas citações geográficas são precisas e exatas, e sua obra pode ser comparada às melhores histórias pagas de seu tempo”. Lucas certamente aplicou esse mesmo método ao escrever o evangelho que tem seu nome. Todos os quatro evangelhos são igualmente importantes e, para obter uma imagem completa da vida de Jesus, você deve estudar os quatro. Cada um deles ressalta uma faceta diferente do caráter do Mestre. Mateus, escrevendo para os judeus, apresenta-o como rei. Marcos apresenta-o como um servo, enquanto Lucas o apresenta como o homem perfeito. O último, João, apresenta-o como Deus em forma humana. Todos os quatro são imagens fiéis de Jesus de Nazaré e nos ajudam a compreender o Senhor de maneira completa.
  • 44. Os Escritos Anteriores aos Evangelhos Atualmente vários estudiosos da Bíblia admitem que Marcos, considerado o primeiro dos autores do evangelho, teve acesso a outros documentos concernentes à vida de Jesus, os quais usou para escrever seu próprio evangelho. Se você considera isto herético, lembre-se de que foi Lucas quem disse: Visto que muitos houve que empreenderam uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares, e ministros da palavra, igualmente a mim me pareceu bem, depois de acurada investigação de tudo desde sua origem, dar-te por escrito... uma exposição em ordem. (Lc 1.1- 3) A menos que apenas dois escritores (Marcos e Mateus) sejam considerados “muitos”, Lucas tinha em mente outros relatos da vida, época e morte de Jesus que Deus não considerou necessários incluir no cânon das Escrituras. Esses “outros documentos” se perderam com o passar do tempo. Provavelmente alguns ouvintes anotaram os sermões e ensinamentos de Jesus e transmitiram suas anotações pormenorizadas sobre horas ou dias de seus pronunciamentos a um autor desconhecido. Outros podem ter sido testemunhas oculares dos milagres e de outros acontecimentos de sua vida. Marcos pode muito bem ter mantido esses escritos não utilizados à disposição de Lucas. Ninguém sabe ao certo. Há também boa probabilidade de que os três autores dos evangelhos sinópticos tenham recebido anotações ou relatos, ou mesmo documentos inteiros, dos quais puderam extrair suas informações. Pelo menos um desses documentos parece ter sido completo, e alguns especialistas acreditam que ele foi incorporado aos evangelhos. Como aponta o Dr. Smith: “Sabemos que antes de qualquer coisa ter sido escrita, a igreja possuía registros sobre Jesus; entretanto, nunca poderemos saber como esses documentos surgiram ou quais eram suas
  • 45. características originais”. Os estudiosos deram a esses escritos que antecedem aos evangelhos o título de “Q” [quelle], originado de uma palavra alemã que significa fonte. Há razões para acreditar que sua existência é explicada pela semelhança entre vários versículos nos três relatos. O resumo a seguir contém algumas sugestões úteis: “Q” foi um guia para a vida e a conduta cristã, escrito especialmente para atender às necessidades da igreja de Antioquia em épocas de crise. Foi uma espécie de manual evangélico para uma igreja gentílica. Evidentemente ele não contém todo o ensino de Jesus, mas somente o que se considerava necessário para resolver problemas e circunstâncias inusitadas de uma igreja especial em uma fase especial de sua história. Foi escrito provavelmente antes do Concilio Apostólico (50 d. C.) ou até mesmo antes da primeira viagem missionária de Barnabé e Paulo, isto é, cerca de 47 d.C. O Prof. Streeter chega a afirmar que “Q “foi provavelmente escrito vinte anos antes de Marcos. De acordo com o comentário do Prof. Robertson, “Q “ foi escrito durante a vida de Jesus, razão pela qual não inclui a semana da paixão. Dificilmente vamos saber qual foi o conteúdo de “Q”, uma vez que ninguém viu tal documento, nem os antigos pais da igreja afirmaram tê- lo visto. Embora a existência de um recurso precioso como “Q” não possa ser comprovada, ele é certamente plausível. Sabemos que Lucas baseou seu evangelho em ampla pesquisa e provavelmente não limitou suas fontes apenas aos relatos orais. Seria natural que muitos registrassem o testemunho de uma cura ou algum dos sermões de Jesus. Com toda probabilidade, cada um dos escritores do evangelho teve acesso a muitas partes desse material. É bem possível que Mateus tenha feito suas próprias anotações e mais tarde acrescentado alguma coisa do recurso material existente ao escrever seu evangelho. Se isto é verdadeiro, o tempo se reduz ainda mais entre os eventos reais na vida de Cristo e a época em que foram registrados nos evangelhos.
  • 46. Todos os Sinópticos Foram Escritos Antes de 70 d. C. O intervalo entre os acontecimentos da vida de Jesus e a redação dos evangelhos, como os conhecemos hoje, poderia ser somente de mais ou menos trinta e cinco anos. Os céticos do século dezessete tentaram provar que os evangelhos foram escritos depois do primeiro século ou, talvez, ainda mais tarde. O objetivo era claro: queriam atribuir os relatos sobre a vida de Jesus a uma época posterior à morte de todos os discípulos, o que permitiria a eles rejeitar toda a história como falsa, uma vez que os evangelhos são atribuídos a homens que viveram na época em que os eventos se realizaram. Um evangelho que não contivesse o testemunho de pelo menos uma testemunha ocular não poderia ser considerado um registro autêntico. Este argumento, porém, não resistiu, como a maior parte dos ataques céticos sobre a autenticidade das Escrituras. Os três escritores dos sinópticos incluem o discurso profético do Monte das Oliveiras, apenas horas antes de Jesus ser crucificado. Em todos eles menciona-se que Jesus previu a destruição do templo em Jerusalém, uma profecia que foi cumprida em 70 d.C. — entretanto, nenhum deles menciona que a catástrofe já tivesse ocorrido na época em que os registros foram escritos. Isto confere credibilidade a Mateus e Marcos, ambos judeus nacionalistas, que teriam falhado em registrar um fato tão importante, como a ocupação de sua cidade e a destruição do templo, se de fato isso tivesse ocorrido na época em que escreveram. Portanto, muito provavelmente, esses evangelhos foram escritos antes daquela data; e uma vez que é bastante improvável que todos os três escreveram no mesmo ano, pelo menos um deles poderia ter escrito entre dois a dez anos antes desse terrível acontecimento descrito minuciosamente por Josefo. Portanto, estamos ainda dentro dos trinta a trinta e sete anos distantes dos eventos em questão — bem dentro do espaço requerido pela confiabilidade.
  • 47. O Apoio de um Cético Francês Se os evangelhos não tivessem registrado fielmente a vida de Jesus, de onde eles teriam tirado essa imagem? Qual é a probabilidade de os autores dos evangelhos terem simplesmente “combinado” entre si escrever a história da vida e caráter de Jesus? Observe a opinião de um famoso cético francês, Jean-Jacques Rousseau: Seria a história do evangelho obra da imaginação? Amigo, não é assim que se inventa; os fatos sobre Sócrates, dos quais ninguém duvida, não são tão bem atestados como aqueles sobre Jesus Cristo. Na melhor das hipóteses, você está apenas se afastando do problema, sem ficar livre dele. Seria mais inacreditável que quatro homens fizessem um acordo para fabricar este livro do que um único homem ter fornecido o assunto para ele. Nem os judeus poderiam ter feito isso. O evangelho contém notas de realidade tão grandes e admiráveis, que seu inventor seria uma pessoa mais surpreendente do que seu herói. Qualquer pessoa familiarizada com Rousseau sabe que ele não foi nenhum defensor da fé. Rousseau foi um racionalista radical que exerceu grande influência sobre a Revolução Francesa e na introdução do humanismo nas Américas. Entretanto, Rousseau acreditava que a Bíblia possuía tanta credibilidade como qualquer outro livro antigo. Sua opinião ainda tem um grande peso. A História Favorece a Confiabilidade da Bíblia Por que alguns estudiosos não submetem outras obras antigas aos mesmos padrões irracionais que aplicam aos evangelhos? Há muito mais evidência para se confiar na Bíblia do que em qualquer outro livro antigo. Consideremos apenas alguns poucos exemplos da antigüidade. Aristóteles, um filósofo grego freqüentemente citado, viveu entre 384 e
  • 48. 322 a.C. O documento mais antigo de suas obras foi descoberto cerca de 1.400 anos depois de ele ter escrito os originais. Platão viveu entre 427 e 347 a.C, e os documentos mais antigos que temos de seus trabalhos datam de pelo menos 1.100 anos depois que os originais foram escritos. No entanto, quase ninguém nega a autenticidade dos escritos desses dois autores. Agora, comparemos isso com a situação dos evangelhos sinópticos. Cópias completas dos evangelhos datadas entre duzentos e trezentos anos de sua composição estão expostos em museus de várias partes do mundo e existem fragmentos dos evangelhos ainda mais antigos. No entanto, os mesmos “estudiosos” que aceitam Aristóteles e Platão geralmente parecem chocados com Jesus. Isto não seria preconceito? Além disso, todo o Novo Testamento pode ser reproduzido a partir de livros escritos pelos primeiros cristãos dentro dos 150 anos dos eventos! No entanto, os mesmos céticos que têm dificuldade em aceitar a Bíblia raramente hesitam em aceitar seus amigos filósofos da Grécia. Por quê? Não é certamente porque eles têm mais evidência; o mais provável é que esses estudiosos têm sérias divergências filosóficas com a Bíblia. Portanto, a questão não é a evidência, mas a filosofia! Muitos estudiosos têm se empenhado arduamente em tentar provar a validade do gnóstico evangelho de Tome, quando se sabe com certeza que sua data é posterior aos evangelhos canônicos, dos quais inclusive depende. Geralmente um documento antigo é aceito por aquilo que ele alega ser, a menos que o historiador possa provar outra coisa. Isto coloca o fardo da prova sobre aqueles que não acreditam no documento. Até aqui os opositores da confiabilidade histórica dos relatos do evangelho falharam em suprir esta evidência. Já é tempo de os céticos aceitarem como autênticos os evangelhos canônicos, ou então que consigam provar de uma vez por todas que eles datam de um período muito posterior ao que tem sido sustentado tradicionalmente. A verdade é que nenhum livro antigo se aproxima do número de cópias ou de partes integrais de manuscritos que possuímos do Novo
  • 49. Testamento. Josh McDowell escreve: Quando terminei minha pesquisa sobre a confiabilidade da Bíblia e publiquei Evidence That Demands a Verdict, em 1973, fui capaz de documentar quatorze mil manuscritos somente do Novo Testamento. Em 1980 reeditei e atualizei esta obra em razão da grande quantidade de novos materiais de pesquisa disponíveis. Atualmente, sou capaz de documentar 24.633 manuscritos somente do Novo Testamento. A importância do número de manuscritos que documentam o Novo Testamento é ainda maior quando se constata que o segundo livro na história que mais possui manuscritos qualificados é a Ilíada, de Homero, que tem apenas 643 manuscritos. O grande número de manuscritos que dão autenticidade ao Novo Testamento motivou Sir Frederick Kenyon, uma das maiores autoridades na questão da confiabilidade dos antigos manuscritos, a escrever: “O intervalo, entre as datas da escrita original e a evidência mais antiga descoberta é tão pequeno que chega a ser desprezível, o que torna praticamente impossível qualquer possibilidade de as Escrituras terem sido escritas mais recentemente. Tanto a autenticidade como a integridade geral dos livros do Novo Testamento podem ser consideradas como definitivamente estabelecidas”. De qualquer maneira, o fardo da prova repousa sobre os céticos. Eles têm, portanto, de prover qualquer evidência sólida de que os registros do evangelho sobre a vida de Jesus não são confiáveis. Se colocarmos de lado o antagonismo filosófico deles em relação a qualquer coisa sobrenatural, seus argumentos se desfazem como a neblina diante do calor do sol. A história, a geografia e a lógica asseveram que Deus, realmente, deixou-nos um registro confiável da vida de seu Filho, Jesus de Nazaré. E esse registro é encontrado nos evangelhos. Anos atrás minhas dúvidas de principiante eram aumentadas pelos céticos, que ridicularizavam a fé na Bíblia porque muitos de seus detalhes não podiam ser verificados por fontes extra bíblicas. Por
  • 50. exemplo, a Bíblia mencionava 44 reis pelo nome e, no entanto, nenhuma história “secular” confirmava sua existência. O Dr. Harry Rimmer, um defensor da exatidão da Bíblia, chamou a atenção para o fato de, nos últimos cem anos de escavações arqueológicas, os nomes de quarenta daqueles reis terem sido descobertos. Ele costumava dizer em suas conferências que não era preciso muita fé para confiar na exatidão da Bíblia apesar de faltarem quatro reis! Certa vez a Bíblia foi ridicularizada por mencionar a grande “nação hitita”, muito embora fontes não-bíblicas disponíveis nunca tivessem mencionado esse povo. Hoje, graças às escavações dos arqueólogos, todos aceitam a historicidade dos hititas — um povo que a Bíblia mencionou há 2.500 anos. O Prof. Edward Meyer, um racionalista, honestamente declarou: “Não há absolutamente nenhuma razão para recusar-se a aceitar aquelas velhas tradições como historicamente dignas de confiança em todos os seus pontos essenciais e em sua disposição cronológica da história”. Nos últimos anos, foram encontrados tantos fragmentos de manuscritos e tanta evidência do primeiro século que mesmo alguns dos cientistas e estudiosos mais céticos tiveram de rever as datas posteriores que haviam dado aos evangelhos, chegando finalmente a datas mais próximas daquelas que a tradição havia alegado para eles. Theide e D’Ancona concordam que a ciência e os eruditos terão de “redatar” suas ultrapassadas estimativas à medida que nos aproximamos do novo milênio. Eles concluem: Há boas razões para se supor que o evangelho segundo Mateus, com seus relatos detalhados do sermão do monte e da grande comissão, foi escrito não muito depois da crucificação e certamente antes da destruição do templo em 70 d. C; que o evangelho segundo Marcos foi divulgado cedo o suficiente para poder alcançar Qumrã antes de sua destruição (anterior a 70 d.C), que o evangelho segundo Lucas pertenceu a essa mesma geração de manuscritos cristãos.
  • 51. Freqüentemente, nos últimos duzentos anos, a ciência tem sido hostil à fé. Porém, mais recentemente, talvez para ser academicamente honesta, a ciência começou a dar apoio àquilo que os cristãos sempre acreditaram: que os evangelhos foram escritos por testemunhas oculares dos eventos que apresentam e são, portanto, relatos confiáveis da história. Afinal de contas meu dedicado professor estava certo: O evangelho tem produzido mais força em direção ao bem do que quaisquer outros documentos já escritos pelos homens. Com base no testemunho de seus registros, a igreja cristã tem permanecido firme por dezenove séculos. Milhares de grandes estudiosos em várias épocas têm alegremente testificado que após estudarem detidamente os evangelhos foram compelidos a aceitar suas palavras como sendo historicamente dignas de confiança. Através da pregação daqueles primeiros discípulos, o mundo todo foi transformado e para melhor. Pela contínua pregação da verdade desses evangelhos milhões de vidas têm sido transformadas em cada geração. Nenhum livro do mundo antigo tem sido mais insistentemente atacado do que a Bíblia, e, apesar disso, saiu ileso aos ataques da crítica das distorções e dos preconceitos. A Bíblia é ainda o livro mais vendido e certamente o mais amado do mundo. Foi o primeiro livro a ser impresso logo após a invenção da prensa gráfica, exatamente porque era “o primeiro livro”. Isto aconteceu há mais de quinhentos anos, e ele continua sendo “o primeiro livro” até hoje. Nenhum outro livro tem sido tão copiado, citado ou servido de inspiração para melhorar o caráter das pessoas. Ele é, de longe, o livro mais inspirador e motivador do mundo. A Bíblia contém muita da sabedoria de Deus e é o melhor manual sobre o comportamento humano já escrito. Aqueles que criaram as filosofias discordantes da Bíblia foram acusados por seus próprios erros com o passar do tempo, enquanto que aqueles que traçaram o curso de suas vidas de acordo
  • 52. com os princípios contidos na Bíblia gozam da “paz com Deus”, impossível de ser obtida de qualquer outra forma. Nas épocas de necessidade, busca de orientação ou bênção, mais pessoas ainda procuram a ajuda da Bíblia do que de qualquer outra fonte. Jesus Garantiu a Exatidão de Seu Registro O cristão não precisa preocupar-se com a confiabilidade dos registros ou com a exatidão das mensagens de nosso Senhor aos seus seguidores, contidas no evangelho. Ele tomou grande cuidado para que elas fossem infalíveis. Isto faz sentido, pois, se Ele percorreu um caminho tão difícil para salvar a humanidade, não deixaria de assegurar a exatidão da narrativa dessa caminhada. Não é surpresa para Ele que o cristianismo permaneça por dois milênios, dependendo todo o tempo da proclamação de sua história por meio dos evangelhos. Nem mesmo os movimentos racionalista alemão e cético francês o apanharam de surpresa. Ele havia tomado mais do que precauções adequadas. Foi João quem registrou a promessa: “o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas E vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”. (João 14.26) O Espírito Santo, a quem Jesus também chamava “o Espírito da Verdade” tinha sobre si a tarefa de assegurar a exatidão dos registros do evangelho e sua inclusão no cânon do Novo Testamento. Já vimos que existem outros escritos cristãos, mas nenhum sobreviveu até os nossos dias. Por quê? Evidentemente eles não estavam à altura do padrão de excelência que o Espírito Santo requeria ao compor o Novo Testamento. Podemos com toda certeza ler os evangelhos e outros livros do Novo Testamento com a confiança de que estamos lendo relatos verdadeiros daquilo que Jesus de Nazaré realmente fez e disse. Eis a razão por que podemos basear neles nossa salvação e destino eternos. Se desejamos saber quem Jesus de Nazaré realmente foi, não precisamos esperar pelas declarações mais recentes dos estudiosos céticos, tais como aqueles do Seminário Jesus. A melhor estratégia é ler atentamente o que os evangelhos e os demais livros do Novo