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Régio Conrado, uma voz politica 
Prezados senhores, este não é um artigo ou doxa, não é ciência ou filosofia, mas um discurso 
informe, ilógico e eremítico que os homens neles mencionados. Uma comparação que não se 
preza a comparar apenas, mas um conselho que tende para ser um alerta. 
No entanto, trago-vos uma análise dos discursos políticos do momento, os mais cadentes e 
frenéticos que os moçambicanos tem acompanhado e por vezes obrigados a escutar. Discursos 
dos partidos chaves da (não) nação moçambicana, desde políticos como “Armilio Guembuza” 
(Frelimista), Afonso Da kama (da resistência dos pobres em não ser pobres) e do Davi´s 
Simango (da democracia “renamocrata”), para compara-los a um purgante de diarreia, uma 
verruga na face, uma criança leiteira cuja ignorância transformá-lo-á numa voz do povo, a voz 
politica emergente (Régio Conrado). 
Quando Simango lançou a testa do povo o seu sindicato político em 2012, o povo moçambicano 
esperou duais coisas essenciais de um líder: a pujança retórica (uma voz politica) e a identidade 
com os problemas do povo, sem transformar-se em povo. Em todo discurso Dav´s foi um 
fracasso, assim bem como continua a sê-lo. Os beirenses (povo da província centro-moçambicana) 
o elogiam e o adoram, o respeitam e o vangloriam, o amam e o toleram, tudo isto 
pela infantilidade dos seus actos. É infantil para os seus adversários porque busca a boa gestão 
municipal pela sua servidão ao povo berense, por via de … sei lá o quê. Alguns até o alcunham 
“primeiro democrata”. Mas a sua personalidade política é tão infantil como os discursos de 
Régio (discursos matutinos e pretensiosos proferidos por criança). Alias, discursos tão 
comoventes e melancólicos que deixam sempre a desejar, uma água na boca para um fim 
silenciador. Discursos comunistas e por vezes ditatoriais, tão pujantes como as águas do rio 
limpopo em alto caudal. 
Portanto, o por quê de Simango transformar-se num político tão admirado pelo povo 
moçambicano? Porque este povo espera tanto de Simango? Que querem aqueles que o odeiam, 
detestam, ridicularizam, etc.? Ademais, o que Simango entende de Democracia diante de um 
infante como Régio, ou como o pratícista Afonso Da Kama, ou até o economicista Armilio 
Guembuza? Será Simango um democrata enquanto nada entender de Democracia?
Afonso Da Kama é o maior benesse dos vinte e um anos de democracia proferida em todos os 
cantos desta (não) nação moçambicana, um político da praxis, um líder dos resistentes rígidos e 
famintos, dos pobres e dos “bandidos armados”. A sua imagem é de um messias, um Cristo da 
bíblia cristã, um homem que nos trouxe a salvação e hoje o crucificamos, um homem que matou 
milhares dos nossos familiares numa guerra civil de prossecução dos seus interesses egoístas 
para um bem maior (a democracia) e que hoje o temos como irmão. É na verdade uma figura 
indescritível e irreverente. No que toca aos seus discursos, ele é um frustrado, violento, irretórico 
e bastante inconsequente, é um mal para si mesmo. Não consegue dizer democracia sem morder-se 
a língua, não há discurso não censurado pelos médias do que ele diz, é como Régio quando 
cita autores nunca por ele lidos, e por vezes, autores que nunca existiram (meras ficções da sua 
cabeça infante). Alcunha-se “Obama de Moçambique”, uma autêntica infantilidade, uma 
tendência de um menino de seis anos em transformar-se em “Super-Man” quando crescer, é 
ridículo. A verdade é que, por muitas vezes, os seus discursos abordam situações de vida real, de 
vida prática, quando intervêm de forma messiânica para solver os problemas do oprimido, do 
pobre, do povo, da população, de todo aquele que não é cidadão nesta “Republica do Pandza”. 
Com entanto, este homenzinho que se alcunha a paternidade da Democracia moçambicana (até 
de como que tivesse amantizado com a mãe da democracia), que sabe ele de governar ou que 
experiencia ele tem sobre essa área? Se no-lo pedíssemos cinco anos de experiencia como 
presidente de algum país, que diria ele? Alias, nós pobres jovens recém-formados encontramos 
sempre este desafio. Ainda mais, porque tanto quer ele governar este país a qualquer custo? 
Porque essa novela maquiavélica e melindrosa que culmina, sempre, com a guilhotina do povo 
oprimido? Porque não mostrou, esse tempo todo, a boa gestão municipal em Nacala Velha? Que 
sabe de gestão municipal diante do vitorioso Simango (seu aluno)? E agora vai acusar Xissaka 
ou Armilio por inviabilizarem a sua boa gestão de Nacala? 
Armilio Guembuza, um homem de que teimo dizer tanto sobre ele, pois que é o dono do 
picadeiro, esta com a faca e o garfo na mão. Assim é como ele é, um senhor das panelas, um 
homem que luta para erradicar a pobreza extrema (uma ideia emprestada do chefe dos 
“resistentes dos pobres em não ser pobres”). O seu lema é “Combate a Pobreza Absoluta”, o seu 
discurso é leitura primária do ABC, do alfabeto, um homem inédito, um homem que nada diz 
sem ler em algum lugar. Não consegue citar aquilo que não leu, autores que não consultou ou
que nem existam. É impressionante a sua capacidade de mover massas, a sua habilidade de 
comandar um povo cada vez mais activo e alfabetizado (talvez ideologízado e amestrado como 
cadelas). É igualmente um homem da praxis, mas praxis como crescimento económico. Quando 
entrou na casa suscitou muito debate sobre se iria saber comandar, então ele promoveu o maior 
exercício da liberdade das doxas, e o povo tomou o poder. Impulsionado com os projectos 
educacionais da SADC, atingiu pontos altos de distribuição da rede escolar e reduziu a qualidade 
da educação (um tema cada vez mais debatido pelos académicos na vertente “Educação para 
Todos e Qualidades para Poucos”), aumentou o número das infra-estruturas e etc. Fez muita 
coisa que reduziu-se em nada quando o poder o ofusca os seus frágeis olhos e deforma os seus 
métodos de gestão. Sobre os seus discursos só podemos dizer que reduzem-se à analfabetismo e 
intolerância, à coerência e conteúdo, mas com extrema ausência de comoção e eloquência. 
Contudo, é uma figura respeitável no mundo dos negócios, alguém de que muito temos a 
aprender. Mas liderar um povo não é somente dar comida, é também, saber que comida dar e 
quando é que esse povo prefere comida ou dialogo, é preciso saber o que o povo quer. Simango 
com linchamentos, Da Kama com guerrilhas, Armilio com má gestão dos problemas principais 
do povo e Régio Conrado com a política, a retórica e a demagogia académica na mão (um 
politico infantil por excelência). 
Régio assemelha-se a figura de Aquiles (um guerreiro que quer ser conhecido na história da 
humanidade), um jovem rústico, gentil e loquaz, retórico e demagogo, móbil e preciso. Uma 
figura de um líder, uma bomba prestes a explodir. Não é messiânico, não é acanhado no discurso, 
não é praticista e não é quimérico nas suas observações, mas é muito inocente como quem 
escreve este texto. No entanto, Afonso Da Kama, Armilio Guembuza e Dav´s Simango lhes 
faltam as categorias lógicas da puerilidade do Conrado, pressupostos de um líder político, e não 
um líder económico, guerrista ou servo. O discurso de um líder político deve transmitir 
segurança, mesmo quando este está a enganar o povo, mesmo quando este está brincando, mas 
também deve conter muitas, mas muitas mesmo, informações verdadeiras que expressam actos 
verdadeiros e realizáveis. Actos que sirvam para o bem do povo, actos que valorizem o povo e 
mostrem o apreço que temos por ele, o orgulho que sentimos em servi-lo, a estabilidade que 
sentimos quando estamos com ele.
O povo é como um crente de uma determinada confissão religiosa. Quando o crente fica doente e 
não é visitado por outros crentes (e especificamente pelo líder da confissão) ele até pode deixar 
de frequentar aquela confissão. Portanto, um líder político deve agir feito um líder religioso, tão 
loquaz que mexa com a sensibilidade de qualquer homem, que faça o povo ganhar ânsia em 
querer lhe ouvir, escutar, que o persiga como a ultima bolacha do pacote. 
Ser líder não é ser líder político ou económico, religioso ou académico, entre outras lideranças. 
Portanto, não basta ser líder, é necessário ser líder da sua área, reconhecendo as exigências da 
área, a importância e a prioridade de cada uma. Um politico não pode sê-lo no papel, este deve 
exercita-lo na população, seja por via de mentiras ou por outras mais viáveis, mas deve ganhar a 
confiança e admiração do povo, das pessoas que o acompanham e o ouvem. A sua imagem é a 
imagem do povo, mas não deve confundir-se com o povo, como o fazem alguns vestindo como 
povo (Como o faz Dr. Pereira, um presidente de um municipalizinho), ou como o faz Simango, 
nos seus modos de indumentaria, ou como o faz Guembuza trancafiado no escritório, ou mesmo 
apartando-se do povo para residir nas matas de muxungué.

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  • 1. Régio Conrado, uma voz politica Prezados senhores, este não é um artigo ou doxa, não é ciência ou filosofia, mas um discurso informe, ilógico e eremítico que os homens neles mencionados. Uma comparação que não se preza a comparar apenas, mas um conselho que tende para ser um alerta. No entanto, trago-vos uma análise dos discursos políticos do momento, os mais cadentes e frenéticos que os moçambicanos tem acompanhado e por vezes obrigados a escutar. Discursos dos partidos chaves da (não) nação moçambicana, desde políticos como “Armilio Guembuza” (Frelimista), Afonso Da kama (da resistência dos pobres em não ser pobres) e do Davi´s Simango (da democracia “renamocrata”), para compara-los a um purgante de diarreia, uma verruga na face, uma criança leiteira cuja ignorância transformá-lo-á numa voz do povo, a voz politica emergente (Régio Conrado). Quando Simango lançou a testa do povo o seu sindicato político em 2012, o povo moçambicano esperou duais coisas essenciais de um líder: a pujança retórica (uma voz politica) e a identidade com os problemas do povo, sem transformar-se em povo. Em todo discurso Dav´s foi um fracasso, assim bem como continua a sê-lo. Os beirenses (povo da província centro-moçambicana) o elogiam e o adoram, o respeitam e o vangloriam, o amam e o toleram, tudo isto pela infantilidade dos seus actos. É infantil para os seus adversários porque busca a boa gestão municipal pela sua servidão ao povo berense, por via de … sei lá o quê. Alguns até o alcunham “primeiro democrata”. Mas a sua personalidade política é tão infantil como os discursos de Régio (discursos matutinos e pretensiosos proferidos por criança). Alias, discursos tão comoventes e melancólicos que deixam sempre a desejar, uma água na boca para um fim silenciador. Discursos comunistas e por vezes ditatoriais, tão pujantes como as águas do rio limpopo em alto caudal. Portanto, o por quê de Simango transformar-se num político tão admirado pelo povo moçambicano? Porque este povo espera tanto de Simango? Que querem aqueles que o odeiam, detestam, ridicularizam, etc.? Ademais, o que Simango entende de Democracia diante de um infante como Régio, ou como o pratícista Afonso Da Kama, ou até o economicista Armilio Guembuza? Será Simango um democrata enquanto nada entender de Democracia?
  • 2. Afonso Da Kama é o maior benesse dos vinte e um anos de democracia proferida em todos os cantos desta (não) nação moçambicana, um político da praxis, um líder dos resistentes rígidos e famintos, dos pobres e dos “bandidos armados”. A sua imagem é de um messias, um Cristo da bíblia cristã, um homem que nos trouxe a salvação e hoje o crucificamos, um homem que matou milhares dos nossos familiares numa guerra civil de prossecução dos seus interesses egoístas para um bem maior (a democracia) e que hoje o temos como irmão. É na verdade uma figura indescritível e irreverente. No que toca aos seus discursos, ele é um frustrado, violento, irretórico e bastante inconsequente, é um mal para si mesmo. Não consegue dizer democracia sem morder-se a língua, não há discurso não censurado pelos médias do que ele diz, é como Régio quando cita autores nunca por ele lidos, e por vezes, autores que nunca existiram (meras ficções da sua cabeça infante). Alcunha-se “Obama de Moçambique”, uma autêntica infantilidade, uma tendência de um menino de seis anos em transformar-se em “Super-Man” quando crescer, é ridículo. A verdade é que, por muitas vezes, os seus discursos abordam situações de vida real, de vida prática, quando intervêm de forma messiânica para solver os problemas do oprimido, do pobre, do povo, da população, de todo aquele que não é cidadão nesta “Republica do Pandza”. Com entanto, este homenzinho que se alcunha a paternidade da Democracia moçambicana (até de como que tivesse amantizado com a mãe da democracia), que sabe ele de governar ou que experiencia ele tem sobre essa área? Se no-lo pedíssemos cinco anos de experiencia como presidente de algum país, que diria ele? Alias, nós pobres jovens recém-formados encontramos sempre este desafio. Ainda mais, porque tanto quer ele governar este país a qualquer custo? Porque essa novela maquiavélica e melindrosa que culmina, sempre, com a guilhotina do povo oprimido? Porque não mostrou, esse tempo todo, a boa gestão municipal em Nacala Velha? Que sabe de gestão municipal diante do vitorioso Simango (seu aluno)? E agora vai acusar Xissaka ou Armilio por inviabilizarem a sua boa gestão de Nacala? Armilio Guembuza, um homem de que teimo dizer tanto sobre ele, pois que é o dono do picadeiro, esta com a faca e o garfo na mão. Assim é como ele é, um senhor das panelas, um homem que luta para erradicar a pobreza extrema (uma ideia emprestada do chefe dos “resistentes dos pobres em não ser pobres”). O seu lema é “Combate a Pobreza Absoluta”, o seu discurso é leitura primária do ABC, do alfabeto, um homem inédito, um homem que nada diz sem ler em algum lugar. Não consegue citar aquilo que não leu, autores que não consultou ou
  • 3. que nem existam. É impressionante a sua capacidade de mover massas, a sua habilidade de comandar um povo cada vez mais activo e alfabetizado (talvez ideologízado e amestrado como cadelas). É igualmente um homem da praxis, mas praxis como crescimento económico. Quando entrou na casa suscitou muito debate sobre se iria saber comandar, então ele promoveu o maior exercício da liberdade das doxas, e o povo tomou o poder. Impulsionado com os projectos educacionais da SADC, atingiu pontos altos de distribuição da rede escolar e reduziu a qualidade da educação (um tema cada vez mais debatido pelos académicos na vertente “Educação para Todos e Qualidades para Poucos”), aumentou o número das infra-estruturas e etc. Fez muita coisa que reduziu-se em nada quando o poder o ofusca os seus frágeis olhos e deforma os seus métodos de gestão. Sobre os seus discursos só podemos dizer que reduzem-se à analfabetismo e intolerância, à coerência e conteúdo, mas com extrema ausência de comoção e eloquência. Contudo, é uma figura respeitável no mundo dos negócios, alguém de que muito temos a aprender. Mas liderar um povo não é somente dar comida, é também, saber que comida dar e quando é que esse povo prefere comida ou dialogo, é preciso saber o que o povo quer. Simango com linchamentos, Da Kama com guerrilhas, Armilio com má gestão dos problemas principais do povo e Régio Conrado com a política, a retórica e a demagogia académica na mão (um politico infantil por excelência). Régio assemelha-se a figura de Aquiles (um guerreiro que quer ser conhecido na história da humanidade), um jovem rústico, gentil e loquaz, retórico e demagogo, móbil e preciso. Uma figura de um líder, uma bomba prestes a explodir. Não é messiânico, não é acanhado no discurso, não é praticista e não é quimérico nas suas observações, mas é muito inocente como quem escreve este texto. No entanto, Afonso Da Kama, Armilio Guembuza e Dav´s Simango lhes faltam as categorias lógicas da puerilidade do Conrado, pressupostos de um líder político, e não um líder económico, guerrista ou servo. O discurso de um líder político deve transmitir segurança, mesmo quando este está a enganar o povo, mesmo quando este está brincando, mas também deve conter muitas, mas muitas mesmo, informações verdadeiras que expressam actos verdadeiros e realizáveis. Actos que sirvam para o bem do povo, actos que valorizem o povo e mostrem o apreço que temos por ele, o orgulho que sentimos em servi-lo, a estabilidade que sentimos quando estamos com ele.
  • 4. O povo é como um crente de uma determinada confissão religiosa. Quando o crente fica doente e não é visitado por outros crentes (e especificamente pelo líder da confissão) ele até pode deixar de frequentar aquela confissão. Portanto, um líder político deve agir feito um líder religioso, tão loquaz que mexa com a sensibilidade de qualquer homem, que faça o povo ganhar ânsia em querer lhe ouvir, escutar, que o persiga como a ultima bolacha do pacote. Ser líder não é ser líder político ou económico, religioso ou académico, entre outras lideranças. Portanto, não basta ser líder, é necessário ser líder da sua área, reconhecendo as exigências da área, a importância e a prioridade de cada uma. Um politico não pode sê-lo no papel, este deve exercita-lo na população, seja por via de mentiras ou por outras mais viáveis, mas deve ganhar a confiança e admiração do povo, das pessoas que o acompanham e o ouvem. A sua imagem é a imagem do povo, mas não deve confundir-se com o povo, como o fazem alguns vestindo como povo (Como o faz Dr. Pereira, um presidente de um municipalizinho), ou como o faz Simango, nos seus modos de indumentaria, ou como o faz Guembuza trancafiado no escritório, ou mesmo apartando-se do povo para residir nas matas de muxungué.