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Brasil possui um extenso território com relativa
variedade de climas, predominantemente quentes, que
nos permite o cultivo de quase todos os produtos em
larga escala. Há dificuldades em se obter uma grande
produção de gêneros de climas de temperaturas
moderadas com custos aceitáveis. Mas, de uma maneira
geral, não temos grandes problemas climáticos que nos
impeça a prática agrícola.Encontramos vários tipos de
solos no país, alguns de grande fertilidade como a terra-
roxa, o massapé e o solo de várzea ou aluvial. Mas, em
muitas áreas do território brasileiro, os solos possuem
baixa fertilidade ou problemas como acidez elevada.
 Lixiviação – constitui no empobrecimento dos
solos em regiões de climas muito úmidos com
chuvas freqüentes que através do escoamento
superficial retiram o material fértil do solo.
 Laterização – constitui na formação de uma crosta
ferruginosa endurecida próxima à superfície do solo
pela concentração de óxidos de ferro e alumínio.
 Erosão e esgotamento do solo – provoca a
destruição física do solo e a perda de sua qualidade.
Quando desprotegido, pela retirada da
vegetação,acentua-se esse processo, retirando-se as
partículas que formam o solo, seus constituintes
minerais e orgânicos. Quando em estágio avançado
provoca a formação de sulcos profundos
denominados voçorocas. É causado pela ação do
clima, em áreas com chuvas intensas. Mas é agravado
pelo uso de técnicas agropecuárias incorretas,
predatórias e prejudiciais ao solo.
 A estrutura fundiária corresponde ao modo como as
propriedades rurais estão dispersas pelo território e
seus respectivos tamanhos, que facilita a
compreensão das desigualdades que acontecem no
campo.
A desigualdade estrutural fundiária brasileira
configura como um dos principais problemas do meio
rural, isso por que interfere diretamente na quantidade
de postos de trabalho, valor de salários e,
automaticamente, nas condições de trabalho e o
modo de vida dos trabalhadores rurais. uma grande
parte das terras do país se encontra nas mãos de uma
pequena parcela da população, essas pessoas são
conhecidas como latifundiários.
Outra forma de concentração de terras no Brasil é
proveniente também da expropriação, isso significa a
venda de pequenas propriedades rurais para grandes
latifundiários com intuito de pagar dívidas
geralmente geradas em empréstimos bancários,
como são muito pequenas e o nível tecnológico é
restrito diversas vezes não alcançam uma boa
produtividade e os custos são elevados, dessa forma,
não conseguem competir no mercado, ou seja, não
obtêm lucros. Esse processo favorece o sistema
migratório do campo para a cidade, chamado de
êxodo rural.
A agricultura pode ser praticada de diversas formas
com um conjunto de características que passamos a
apresentar a seguir:
técnicas simples
mão-de-obra
desqualificada
abundância de
terras
baixa produtividade
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dos solos
 Esse sistema é característico de regiões com grandes
extensões de terras vazias e de menor grau de
desenvolvimento. Nele podemos incluir uma simples
roça (como na Amazônia, entre caboclos e
indígenas), com procedimentos muito simples e de
caráter itinerante.
técnicas
modernas
mão-de-obra
qualificada
terras exíguas
alta
produtividade
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dos solos
 É um sistema característico de regiões de maior
desenvolvimento,geralmente com maior ocupação
humana e com o uso de pequenas e médias
propriedades, especialmente produzindo para
abastecimento do mercado interno. São comuns a
prática da policultura e pecuária leiteira através desse
sistema.
grandes áreas
técnicas
modernas
muita
mão-de-obra
elevada
produtividade
monocultura
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exportação
 Esse sistema passou a ocupar grandes áreas em
países subdesenvolvidos ocupando seus melhores
solos. Está principalmente voltada para o mercado
externo. Aplica a mecanização quando possível.
Mesmo assim utiliza muita mão-de-obra (trabalha
com propriedades, por vezes, com milhares de
hectares de extensão), principalmente temporária (o
bóia-fria ou trabalhador volante), bem como o
serviço de técnicos agrícolas e agrônomos.
A partir da segunda metade do século 20, os países
desenvolvidos criaram uma estratégia de elevação
da produção agrícola mundial por meio da introdução
de técnicas mais apropriadas de cultivo, mecanização,
uso de fertilizantes, defensivos agrícolas e a utilização de
sementes VAR (Variedades de Alto Rendimento) em
substituição às sementes tradicionais, menos resistentes
aos defensivos agrícolas. Concebido nos Estados
Unidos, esse processo ficou conhecido como Revolução
Verde. Sua principal bandeira era combater a fome e a
miséria dos países mais pobres, por meio da introdução
de técnicas mais modernas de cultivo.
 Agricultura orgânica ou agricultura biológica é o
termo freqüentemente usado para designar a
produção de alimentos e outros produtos vegetais
que não faz uso de produtos químicos sintéticos, tais
como fertilizantes e pesticidas, nem de organismos
geneticamente modificados, e geralmente adere aos
princípios de agricultura sustentável. A sua base é
holística e põe ênfase no solo. Os seus proponentes
acreditam que num solo saudável, mantido sem o
uso de fertilizantes e pesticidas feitos pelo homem,
os alimentos tenham qualidade superior a de
alimentos convencionais.
 Milho – é o principal produto de nossa agricultura, de
amplo consumo interno, não só pelas pessoas mas também
utilizado como ração animal. É cultivado em simples
roçados e também em grandes propriedades mecanizadas,
com maior produção no Centro-Sul do país;
 Soja – o maior produto agrícola de exportação do país. Foi
o cultivo de maior expansão nas últimas décadas do século
XX. Grande parte da produção é exportada no momento
de entressafra para os países do hemisfério norte. O Brasil é
um dos maiores produtores mundiais;
 Café – o Brasil continua sendo o maior produtor e
exportador mundial e procura atualmente melhorar a
imagem de qualidade do café que produz e exporta para
conquistar novos mercados mais seletivos. Minas Gerais é o
maior produtor nacional. O problema de geadas em terras
paulistas e paranaenses deslocou esse cultivo mais para o
norte, invadindo o Centro-Oeste e até a Amazônia;
 Cana – o Brasil também costuma aparecer como o maior
produtor mundial e um grande exportador de açúcar. No
entanto, a grande expansão da cana a partir de meados da
década de 1970 se deveu a criação do Pró-álcool que levou a
cana a ocupar grandes extensões no Estado de São Paulo, o
maior produtor nacional;
 Arroz – importante alimento para abastecer o mercado
interno, muitas vezes com produção insuficiente para
abastecê-lo, pode ser encontrado do sul ao norte do país. As
áreas mais recentes de produção estão no Centro-Oeste e
Amazônia. O Brasil chega a ser o maior produtor ocidental
desse gênero agrícola;
 Trigo – talvez o maior problema em nossa produção agrícola
porque 2/3 do mercado interno continuam sendo abastecidos
com o trigo importado da Argentina e EUA. Novas áreas de
produção em climas mais quentes permitem um aumento da
colheita do trigo no país, mas com uma produtividade menor
e a um custo mais elevado;
 Algodão – a produção é crescente para um mercado
interno também em expansão, especialmente na indústria
têxtil. O Centro-Oeste tem se tornado a principal área de
cultivo, com destaque para o Mato Grosso;
 Cacau – com dificuldades para manter posição de destaque
no mercado externo, a principal área de produção é o sul da
Bahia, na região de Ilhéus e Itabuna. Cultura afetada pela
praga da vassoura-debruxa que levou produtores do cacau a
partirem para outros empreendimentos;
 Laranja – o Brasil disputa com os EUA a liderança
mundial e é grande exportador, especialmente para o
próprio mercado norte-americano. São Paulo é o líder da
produção nacional;
 Uva – destaca-se a área de produção das Serras Gaúchas,
com destino para a produção de vinho. Estamos
apresentando aumento no total colhido, bem como
melhoria de qualidade, indispensável para vendas externas
de vinho.
 Além desses produtos podemos lembrar do feijão (MG-
SP), importante alimento para o mercado interno, a
mandioca, a banana (Vale do Ribeira) além da maior
produção de frutas tropicais.
A produção de etanol pode
prejudicar a produção de
alimentos no mundo?
Dificilmente, já que isso apenas aconteceria caso
os países utilizassem a produção agrícola com fins
energéticos. Atualmente, o mundo produz mais
alimento do que consome. Parte da alta de preços
de alimentos no planeta pode ser atribuída à
expansão da lavoura de milho voltada para a
produção de etanol nos Estados Unidos. No Brasil,
porém, são poucas as chances de isso ocorrer.
Se isso acontecer, quais serão
os efeitos?
A redução das superfícies destinadas aos alimentos
contribuiria para o aumento dos preços dos
mantimentos. O que tem mais chance de acontecer,
porém, é um deslocamento das lavouras à medida que
a cana dominar os espaços antes ocupados por outras
culturas. Pode haver ajustes de preços regionais por
causa de mudanças na logística de abastecimento.
Não se pode, contudo, desprezar o fato de que os
avanços da tecnologia agrícola poderão prover
grandes aumentos de produtividade nos próximos anos
 O país tem grande potencial de crescimento da
produção de alimentos e etanol, embora ele considere
mais lucrativo para o Brasil expandir a lavoura de
alimentos. É possível sem colocar em risco áreas de
preservação ambiental. Dos 851 milhões de hectares do
território nacional, 470 milhões são intocáveis,
compostos de florestas, reservas, rios, represas ou já
ocupados por malhas urbanas. Ainda há 220 milhões
para criação animal, 70 milhões já ocupados pela
atividade agrícola e cerca de 90 milhões de hectares
agricultáveis ainda não usados. Temos potencial agrícola
numa área maior do que toda aquela utilizada hoje.
Nenhum outro país tem um potencial como o nosso. O
Brasil precisa de uma política agrícola, coisa que nunca
teve. Ela tem de ser fundamentada nos conceitos da
agropecuária. O que tivemos até hoje foram planos
econômicos para agricultura.
 No Brasil ainda se verificam situações de trabalho
escravo e infantil. Segundo dados do Departamento
de Trabalho do governo dos Estados Unidos da
América, o país ocupa o terceiro lugar no mundo em
ocorrências dessas modalidades ilegais de trabalho
(junto a Índia e Bangladesh, empatados), sendo que
o setor de agronegócio responde com oito das treze
atividades em que tais irregularidades têm maior
incidência, com destaque para a pecuária e os
cultivos de sisal, cana-de-açúcar, arroz, tabaco e
carvão vegetal.
 http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/pe
rguntas_respostas/biocombustiveis_alimento
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Agropecuária brasileira

  • 1.
  • 2. Brasil possui um extenso território com relativa variedade de climas, predominantemente quentes, que nos permite o cultivo de quase todos os produtos em larga escala. Há dificuldades em se obter uma grande produção de gêneros de climas de temperaturas moderadas com custos aceitáveis. Mas, de uma maneira geral, não temos grandes problemas climáticos que nos impeça a prática agrícola.Encontramos vários tipos de solos no país, alguns de grande fertilidade como a terra- roxa, o massapé e o solo de várzea ou aluvial. Mas, em muitas áreas do território brasileiro, os solos possuem baixa fertilidade ou problemas como acidez elevada.
  • 3.  Lixiviação – constitui no empobrecimento dos solos em regiões de climas muito úmidos com chuvas freqüentes que através do escoamento superficial retiram o material fértil do solo.  Laterização – constitui na formação de uma crosta ferruginosa endurecida próxima à superfície do solo pela concentração de óxidos de ferro e alumínio.
  • 4.  Erosão e esgotamento do solo – provoca a destruição física do solo e a perda de sua qualidade. Quando desprotegido, pela retirada da vegetação,acentua-se esse processo, retirando-se as partículas que formam o solo, seus constituintes minerais e orgânicos. Quando em estágio avançado provoca a formação de sulcos profundos denominados voçorocas. É causado pela ação do clima, em áreas com chuvas intensas. Mas é agravado pelo uso de técnicas agropecuárias incorretas, predatórias e prejudiciais ao solo.
  • 5.  A estrutura fundiária corresponde ao modo como as propriedades rurais estão dispersas pelo território e seus respectivos tamanhos, que facilita a compreensão das desigualdades que acontecem no campo.
  • 6. A desigualdade estrutural fundiária brasileira configura como um dos principais problemas do meio rural, isso por que interfere diretamente na quantidade de postos de trabalho, valor de salários e, automaticamente, nas condições de trabalho e o modo de vida dos trabalhadores rurais. uma grande parte das terras do país se encontra nas mãos de uma pequena parcela da população, essas pessoas são conhecidas como latifundiários.
  • 7. Outra forma de concentração de terras no Brasil é proveniente também da expropriação, isso significa a venda de pequenas propriedades rurais para grandes latifundiários com intuito de pagar dívidas geralmente geradas em empréstimos bancários, como são muito pequenas e o nível tecnológico é restrito diversas vezes não alcançam uma boa produtividade e os custos são elevados, dessa forma, não conseguem competir no mercado, ou seja, não obtêm lucros. Esse processo favorece o sistema migratório do campo para a cidade, chamado de êxodo rural.
  • 8. A agricultura pode ser praticada de diversas formas com um conjunto de características que passamos a apresentar a seguir:
  • 10.  Esse sistema é característico de regiões com grandes extensões de terras vazias e de menor grau de desenvolvimento. Nele podemos incluir uma simples roça (como na Amazônia, entre caboclos e indígenas), com procedimentos muito simples e de caráter itinerante.
  • 12.  É um sistema característico de regiões de maior desenvolvimento,geralmente com maior ocupação humana e com o uso de pequenas e médias propriedades, especialmente produzindo para abastecimento do mercado interno. São comuns a prática da policultura e pecuária leiteira através desse sistema.
  • 14.  Esse sistema passou a ocupar grandes áreas em países subdesenvolvidos ocupando seus melhores solos. Está principalmente voltada para o mercado externo. Aplica a mecanização quando possível. Mesmo assim utiliza muita mão-de-obra (trabalha com propriedades, por vezes, com milhares de hectares de extensão), principalmente temporária (o bóia-fria ou trabalhador volante), bem como o serviço de técnicos agrícolas e agrônomos.
  • 15. A partir da segunda metade do século 20, os países desenvolvidos criaram uma estratégia de elevação da produção agrícola mundial por meio da introdução de técnicas mais apropriadas de cultivo, mecanização, uso de fertilizantes, defensivos agrícolas e a utilização de sementes VAR (Variedades de Alto Rendimento) em substituição às sementes tradicionais, menos resistentes aos defensivos agrícolas. Concebido nos Estados Unidos, esse processo ficou conhecido como Revolução Verde. Sua principal bandeira era combater a fome e a miséria dos países mais pobres, por meio da introdução de técnicas mais modernas de cultivo.
  • 16.  Agricultura orgânica ou agricultura biológica é o termo freqüentemente usado para designar a produção de alimentos e outros produtos vegetais que não faz uso de produtos químicos sintéticos, tais como fertilizantes e pesticidas, nem de organismos geneticamente modificados, e geralmente adere aos princípios de agricultura sustentável. A sua base é holística e põe ênfase no solo. Os seus proponentes acreditam que num solo saudável, mantido sem o uso de fertilizantes e pesticidas feitos pelo homem, os alimentos tenham qualidade superior a de alimentos convencionais.
  • 17.  Milho – é o principal produto de nossa agricultura, de amplo consumo interno, não só pelas pessoas mas também utilizado como ração animal. É cultivado em simples roçados e também em grandes propriedades mecanizadas, com maior produção no Centro-Sul do país;  Soja – o maior produto agrícola de exportação do país. Foi o cultivo de maior expansão nas últimas décadas do século XX. Grande parte da produção é exportada no momento de entressafra para os países do hemisfério norte. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais;  Café – o Brasil continua sendo o maior produtor e exportador mundial e procura atualmente melhorar a imagem de qualidade do café que produz e exporta para conquistar novos mercados mais seletivos. Minas Gerais é o maior produtor nacional. O problema de geadas em terras paulistas e paranaenses deslocou esse cultivo mais para o norte, invadindo o Centro-Oeste e até a Amazônia;
  • 18.  Cana – o Brasil também costuma aparecer como o maior produtor mundial e um grande exportador de açúcar. No entanto, a grande expansão da cana a partir de meados da década de 1970 se deveu a criação do Pró-álcool que levou a cana a ocupar grandes extensões no Estado de São Paulo, o maior produtor nacional;  Arroz – importante alimento para abastecer o mercado interno, muitas vezes com produção insuficiente para abastecê-lo, pode ser encontrado do sul ao norte do país. As áreas mais recentes de produção estão no Centro-Oeste e Amazônia. O Brasil chega a ser o maior produtor ocidental desse gênero agrícola;  Trigo – talvez o maior problema em nossa produção agrícola porque 2/3 do mercado interno continuam sendo abastecidos com o trigo importado da Argentina e EUA. Novas áreas de produção em climas mais quentes permitem um aumento da colheita do trigo no país, mas com uma produtividade menor e a um custo mais elevado;
  • 19.  Algodão – a produção é crescente para um mercado interno também em expansão, especialmente na indústria têxtil. O Centro-Oeste tem se tornado a principal área de cultivo, com destaque para o Mato Grosso;  Cacau – com dificuldades para manter posição de destaque no mercado externo, a principal área de produção é o sul da Bahia, na região de Ilhéus e Itabuna. Cultura afetada pela praga da vassoura-debruxa que levou produtores do cacau a partirem para outros empreendimentos;  Laranja – o Brasil disputa com os EUA a liderança mundial e é grande exportador, especialmente para o próprio mercado norte-americano. São Paulo é o líder da produção nacional;
  • 20.  Uva – destaca-se a área de produção das Serras Gaúchas, com destino para a produção de vinho. Estamos apresentando aumento no total colhido, bem como melhoria de qualidade, indispensável para vendas externas de vinho.  Além desses produtos podemos lembrar do feijão (MG- SP), importante alimento para o mercado interno, a mandioca, a banana (Vale do Ribeira) além da maior produção de frutas tropicais.
  • 21. A produção de etanol pode prejudicar a produção de alimentos no mundo? Dificilmente, já que isso apenas aconteceria caso os países utilizassem a produção agrícola com fins energéticos. Atualmente, o mundo produz mais alimento do que consome. Parte da alta de preços de alimentos no planeta pode ser atribuída à expansão da lavoura de milho voltada para a produção de etanol nos Estados Unidos. No Brasil, porém, são poucas as chances de isso ocorrer.
  • 22. Se isso acontecer, quais serão os efeitos? A redução das superfícies destinadas aos alimentos contribuiria para o aumento dos preços dos mantimentos. O que tem mais chance de acontecer, porém, é um deslocamento das lavouras à medida que a cana dominar os espaços antes ocupados por outras culturas. Pode haver ajustes de preços regionais por causa de mudanças na logística de abastecimento. Não se pode, contudo, desprezar o fato de que os avanços da tecnologia agrícola poderão prover grandes aumentos de produtividade nos próximos anos
  • 23.  O país tem grande potencial de crescimento da produção de alimentos e etanol, embora ele considere mais lucrativo para o Brasil expandir a lavoura de alimentos. É possível sem colocar em risco áreas de preservação ambiental. Dos 851 milhões de hectares do território nacional, 470 milhões são intocáveis, compostos de florestas, reservas, rios, represas ou já ocupados por malhas urbanas. Ainda há 220 milhões para criação animal, 70 milhões já ocupados pela atividade agrícola e cerca de 90 milhões de hectares agricultáveis ainda não usados. Temos potencial agrícola numa área maior do que toda aquela utilizada hoje. Nenhum outro país tem um potencial como o nosso. O Brasil precisa de uma política agrícola, coisa que nunca teve. Ela tem de ser fundamentada nos conceitos da agropecuária. O que tivemos até hoje foram planos econômicos para agricultura.
  • 24.  No Brasil ainda se verificam situações de trabalho escravo e infantil. Segundo dados do Departamento de Trabalho do governo dos Estados Unidos da América, o país ocupa o terceiro lugar no mundo em ocorrências dessas modalidades ilegais de trabalho (junto a Índia e Bangladesh, empatados), sendo que o setor de agronegócio responde com oito das treze atividades em que tais irregularidades têm maior incidência, com destaque para a pecuária e os cultivos de sisal, cana-de-açúcar, arroz, tabaco e carvão vegetal.