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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE FARMÁCIA
NOVAS ESTRATÉGIAS EM FOTOPROTEÇÃO: ANTIOXIDANTES E
IMUNOMODULADORES
BETHÂNIA ANDRADE DE VARGAS
Porto Alegre, junho de 2007.
2
BETHÂNIA ANDRADE DE VARGAS
NOVAS ESTRATÉGIAS EM FOTOPROTEÇÃO: ANTIOXIDANTES E
IMUNOMODULADORES
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Farmácia da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Orientadora: Silvia S. Guterres
Porto Alegre, junho de 2007.
3
BETHÂNIA ANDRADE DE VARGAS
NOVAS ESTRATÉGIAS EM FOTOPROTEÇÃO: ANTIOXIDANTES E
IMUNOMODULADORES
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
como requisito parcial para a obtenção do grau
de Farmacêutico apresentado à Faculdade de
Farmácia da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul.
_________________________________________________
Profa. Silvia S. Guterres – Orientadora
_________________________________________________
Daniela Conrado – Comissão Examinadora
_________________________________________________
Karina Paese – Comissão Examinadora
_________________________________________________
Nataly Siqueira – Comissão Examinadora
Porto Alegre, junho de 2007.
4
ARTIGO A SER SUBMETIDO À REVISTA COSMETICS & TOILETRIES BRASIL
(Normas da Cosmetics & Toiletries Brasil no anexo A)
5
NOVAS ESTRATÉGIAS EM FOTOPROTEÇÃO: ANTIOXIDANTES E
IMUNOMODULADORES
NEW STRATEGIES IN PHOTOPROTECTION: ANTIOXIDANTS AND IMMUNE
MODULATORS
Bethânia Andrade de Vargas1 & Silvia S. Guterres2
1. Aluna concluinte do Curso de Farmácia da Faculdade de Farmácia da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
2. Professora de Farmacotécnica do curso de Farmácia da Faculdade de
Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Responsável pela correspondência
Bethânia Andrade de Vargas
Rua Sape, 780/303
Porto Alegre, RS
CEP: 91350-050
bettyvargas@gmail.com
6
ABSTRACT
Photoprotection has been shown to prevent damages in the skin caused by sun
overexposure. Skin cancer are the most common malignancy in Brazil and a major
public health problem. In this article we reviewed three botanical agents Camellia
sinensis, Sylibum marianum and Curcuma longa that may be cancer adjuvants
treatments.
RESUMEN
Fotoprotección se ha demostrado prevenir daños en la piel causados por el sol. El
cáncer de la piel es la enfermedad más común del Brasil, un problema de salud
pública. Nosotros revisamos tres agentes botánicos Camellia sinensis, Sylibum
marianum y Curcuma longa que pueden ser tratamientos coadyuvantes para el
cáncer.
7
1. INTRODUÇÃO
A fotoproteção tem por objetivo prevenir danos que podem ocorrer na pele
relacionados à exposição solar, como os causados pela radiação ultravioleta (UV).
Essa radiação é carcinogênica e, após exposições repetidas, pode levar ao
desenvolvimento de câncer de pele do tipo melanoma e não-melanoma [1]. A
radiação UV é dividida em três categorias dependendo do comprimento de onda:
UVC (200-280 nm), UVB (280-320 nm) e UVA (320-400nm), sendo a radiação
UVB o principal fator etiológico deste tipo de câncer [2-5].
A radiação UVC tem maior energia e, assim, causa maior dano. Entretanto,
ela é filtrada na estratosfera pela camada de ozônio e não atinge a superfície da
Terra, em condições normais. Atualmente, a radiação UVB, e em bem menor
extensão a UVA, são as principais causas de doenças da pele como o câncer [2].
Além disso, a radiação UVB é responsável por queimaduras solares graves devido
a notável diminuição da camada de ozônio, permitindo que essa radiação alcance
com maior intensidade a superfície da Terra [5].
Estudos têm mostrado que a radiação UV também induz imunossupressão,
resposta inflamatória, estresse oxidativo, dano ao DNA nas células da pele e estes
vários efeitos levam a fotocarcinogênese [5]. A imunossupressão UV-induzida é
considerada um fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pele. A
incidência de câncer de pele aumenta significativamente em pacientes
transplantados, devido à terapia imunossupressora a que estes pacientes são
submetidos [4,6]. A formação de espécies reativas do oxigênio nos queratinócitos,
após a exposição à radiação UVB, está diretamente ligada à imunossupressão [7].
A radiação UVB altera o equilíbrio redox celular, levando a um aumento na
produção de radicais livres e, conseqüentemente, lipoperoxidação de membranas
celulares. O estresse oxidativo gerado leva a ativação de uma proteína quinase
8
na superfície da membrana plasmática que desencadeia uma cascata de eventos
que resulta na ativação de mediadores e protooncogenes. A ativação, através da
fosforilação, de protooncogene como o c-jun ativa o fator de transcrição nuclear
B (NFB), o qual provoca a liberação de citocinas que causam a
imunossupressão [7].
O câncer de pele é uma doença complexa e multifatorial que inicia pelo
dano ao DNA das células da epiderme. Esse dano ao DNA pode ser observado
pela formação de dímeros de pirimidina ciclobutano (cyclobutane pyrimidine
dimers – CPD) e pela fotoisomerização do ácido trans-urocânico para cis-
urocânico [8]. Isso ocorre, pois tanto a molécula do DNA quanto do ácido cis-
urocânico, presentes nos queratinócitos da epiderme, absorvem a radiação UV,
sendo considerados os principais fotorreceptores da pele [7,9].
No Brasil, o câncer de pele corresponde a 25% dos tumores malignos
registrados. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), os cânceres de pele
do tipo melanoma e não-melanoma são os tipos mais freqüentes e têm grande
impacto sobre a saúde pública. Os mais freqüentes são: carcinoma basocelular,
responsável por 70% dos diagnósticos de câncer de pele, o carcinoma
epidermóide com 25% dos casos e o melanoma, detectado em 4% dos pacientes.
O carcinoma basocelular (menos agressivo) e o epidermóide são também
chamados de câncer de pele do tipo não-melanoma, enquanto o melanoma e
outros tipos, com origem nos melanócitos, são denominados de câncer de pele
tipo melanoma [1,10].
Os filtros solares disponíveis no mercado atualmente oferecem proteção
principalmente contra o eritema (queimadura solar). Estudos realizados mostram
que, quanto maior o FPS (fator de proteção solar) menor a formação de células
escamosas (pré-cancerígenas), entretanto uma menor formação dessas células
não significa uma menor incidência de câncer de pele. Ou seja, o FPS não
9
considera pontos importantes envolvidos no processo da fotocarcinogênese como
a imunossupressão UV-induzida e o estresse oxidativo [9].
Tendo em vista a importância da imunossupressão e do estresse oxidativo
no desenvolvimento do câncer de pele, novas estratégias para a prevenção do
mesmo estão sendo estudadas. Considerando o exposto, o objetivo desse estudo
foi revisar na literatura essas novas estratégias em fotoproteção: os antioxidantes
e os imunomoduladores.
10
2. MATERIAIS E MÉTODOS
No presente trabalho foi realizada uma revisão bibliográfica nas bases de
dados do PubMed, SciElo e Science Direct. A pesquisa foi realizada sem restrição
de idioma, sendo destacado o período de 1993 a 2007. Foram utilizados como
descritores em inglês as palavras-chave: sunscreen, chemopreventive,
immunesupression photo-induced, antioxidants, free radicals, new strategies in
photoprotection, skin cancer, photoprotection, Camellia sinensis, Silimbum
marianum e Curcuma longa.
3. ANTIOXIDANTES
Os antioxidantes protegem o organismo da ação danosa dos radicais livres.
Um radical livre é um átomo ou molécula altamente reativo que contém número
ímpar de elétrons em sua última camada eletrônica [11]. O desemparelhamento de
elétrons é uma situação energética instável [12]. Quando um radical livre reage
com um composto não radical, outro radical livre pode ser formado; assim, a
presença de um único radical pode iniciar uma seqüência de reações em cadeia
de transferência de elétrons [13].
Entretanto, radical livre não é o termo ideal para designar todos os agentes
reativos patogênicos, pois alguns deles não apresentam elétrons
desemparelhados em sua última camada. Como em sua maioria são derivados do
metabolismo do oxigênio o termo mais correto é “espécies reativas do
metabolismo do oxigênio” (ERMO’s) [11].
Em condições fisiológicas do metabolismo celular aeróbico, o oxigênio
molecular (O2) sofre redução tetravalente, com aceitação de quatro elétrons,
resultando na formação de água [14]. No entanto, aproximadamente 5% do
oxigênio utilizado na cadeia respiratória mitocondrial não é completamente
reduzido à água pela citocromo oxidase, podendo ser convertido a intermediários
11
reativos como o radical superóxido (O2
. -), hidroperoxila (HO2
.), hidroxila (OH.) e
peróxido de hidrogênio (H2O2) [15]. São também espécies reativas do oxigênio o
oxigênio singlete (1O2), o ácido hipocloroso (HOCl) e o ozônio (O3) [12].
Os radicais livres e as ERMO’s participam de processos fisiológicos
importantes, como a destruição de microrganismos patogênicos, por meio da
fagocitose [14]. Entretanto, quando são formados em excesso, são capazes de
causar danos a vários constituintes celulares, como DNA, proteínas e lipídios,
causando envelhecimento e muitas outras doenças [16]. A esta situação, na qual
há excesso de agentes oxidantes e/ou deficiência das defesas antioxidantes, dá-
se o nome de estresse oxidativo [11].
As defesas antioxidantes do organismo podem ser moléculas enzimáticas
ou não enzimáticas que atuam diretamente como antioxidantes ou degradando
oxidantes [17]. Entre as defesas enzimáticas presentes nos queratinócitos da pele
incluem-se a superóxido dismutase, a catalase, a tiorredoxina redutase e a
glutationa peroxidase; e antioxidantes não enzimáticos como o -tocoferol, a
glutationa e o ácido ascórbico [3].
O dano oxidativo desempenha importante papel em processos patológicos
e está envolvido diretamente no desenvolvimento de doenças que afetam a pele
[2]. A pele é o maior órgão humano e está constantemente exposta a agressões
provenientes do meio ambiente, as quais são capazes de alterar sua estrutura e
função [18]. Apesar de vários fatores ambientais e genéticos estarem envolvidos
no desenvolvimento de câncer de pele, a exposição crônica à radiação UV é um
agente etiológico importante [19]. Um dos mecanismos moleculares e efeitos
biológicos do UV é a indução direta de radicais livres e ERMO’s, ambos
intimamente ligados ao processo de fotoenvelhecimento e fotocarcinogênese [18].
Tanto a radiação UVA quanto a UVB induzem reações deletérias na pele humana
que podem causar envelhecimento, imunossupressão, carcinogênese e várias
doenças inflamatórias [20].
12
4. IMUNOMODULADORES
Os imunomoduladores são substâncias que agem na cadeia do sistema
imunológico. O sistema imune da pele é constituído por diversos tipos de células,
algumas encontradas na epiderme (queratinócitos, células de Langerhans e
linfócitos T), outras na derme (células dentríticas, linfócitos T, macrófagos,
mastócitos, fibroblastos e células endoteliais), sendo algumas móveis que
conectam a pele à circulação sanguínea e ao sistema linfático [21,22,6]. A célula
encontrada em maior quantidade na pele é o queratinócito, que corresponde a
mais de 90% da mesma, e é a célula que está mais exposta à radiação UV [5].
A radiação UV tem múltiplos efeitos sobre o sistema imune da pele. Por
exemplo, a irradiação dos queratinócitos pelos raios UVB provoca a liberação de
citocinas como TNF- (fator de necrose tumoral alfa, IL(interleucina)-12 , IL-10 e
prostaglandinas, sendo que a IL-10 é considerada, atualmente, o principal
mediador da imunossupressão UV-induzida [22]. A liberação dessas citocinas
induz a migração das células de Langerhans para os linfonodos, onde estas
passam a ser denominadas células dentríticas [6].
As células de Langerhans são as células apresentadoras de antígeno da
pele e formam uma rede dentrítica que desempenha um importante papel na
resposta imune [7,6]. Já foi demonstrado que estas células são diretamente
afetadas pela radiação UV de diversas formas, diminuindo seu número, alterando
sua capacidade de apresentar antígenos, densidade, maturidade e,
conseqüentemente, função [22,6]. Tais células afetadas apresentam dano no DNA
marcador de radiação UV, os dímeros de timina ou dímeros de pirimidina
ciclobutano (cyclobutane pyrimidine dimers – CPD) [5].
Nos linfonodos, as células dentríticas podem estimular linfócitos CD4+ que,
por sua vez, se diferenciam nos subtipos T auxiliar 1 (T helper 1 - Th1) ou no
13
subtipo T auxiliar 2 (T helper 2 - Th2). As células Th1 secretam citocinas como a
IL-12 e o -interferon, que controlam as infecções intracelulares e tumores,
promovendo a imunidade celular. Já, as células Th2 secretam citocinas como IL-4
e IL-10 que ajudam no controle de infecções extracelulares e assim promovem a
imunidade humoral [6].
A IL-10 possui atividade imunossupressora e é capaz de inibir a
apresentação de antígenos pelas células de Langerhans em sistemas in vitro e in
vivo [23]. Desse modo, a IL-10 inibe respostas do tipo hipersensibilidade de
contato (contact hipersensitivity – CHS). Essa resposta imune é um tipo de
hipersensibilidade tardia e é considerada uma resposta mediada por células Th1.
Estudos demonstraram que o número de células produtoras de IL-10 aumenta
consideravelmente na pele exposta à radiação UV quando comparada à pele não
exposta [19]. Em contrapartida, a IL-12 induz CHS e estimula o desenvolvimento
de células Th1, e pode contribuir para estimular a resposta imune, sendo
fundamental na regulação entre as respostas do tipo Th1 e Th2 [24]. Ela é capaz
de induzir enzimas de reparo do DNA, estimular células T citotóxicas e células
natural killer apresentando potente atividade antitumoral [25].
14
5. EXEMPLOS DE ANTIOXIDANTES E IMUNOMUDULADORES
5.1 Chá-Verde (Camellia sinensis)
O chá-verde na forma de infusão é consumido por dois terços da população
mundial, sendo uma das bebidas mais populares devido ao seu aroma, sabor e
benefícios que traz à saúde [8,19]. Ele pode ser consumido de três formas
diferentes: chá verde, chá preto e chá oonlog, que diferem na maneira como são
produzidos [2]. O chá verde é preparado a partir das folhas frescas da planta
Camellia sinensis (Figura 1), as quais passam por um processo de secagem para
inativar enzimas e assim prevenir a oxidação e polimerização dos polifenóis
presentes na planta [1,2].
Os polifenóis do chá verde são conhecidos como catequinas e são
considerados poderosos antioxidantes, antiinflamatórios e anticarcinogênicos. As
catequinas encontradas em maior quantidade no chá verde são: (-)-epicatequin-3-
galato (ECG), (-)-epicatequina (EC), (-)-epigalocatequina (EGC), (-)-
epigalocatequin-3-galato (EGCG) (Figura 2). Além das catequinas o chá verde
também contém cafeína, teofilina, teobromina, ácido gálico, flavonóides (como a
quercetina) e seus glicosídeos [1,2,4,8,19,26].
O EGCG é o polifenol mais abundante presente no chá verde e é
considerado seu composto quimiopreventivo mais importante [8]. Barthelman e
colaboradores demonstraram que a aplicação tópica de uma solução de EGCG e
acetona em ratos C3H/HeN protege contra imunossupressão UV-induzida local e
sistêmica por diminuir a formação de ERMO´s nas células da pele [27,28]. Por sua
vez, Katiyar e colaboradores, desenvolveram em seu laboratório uma pomada
hidrofílica para o tratamento tópico com EGCG. Ratos sem pêlo do tipo SKH-1
receberam este tratamento e obtiveram fotoproteção contra a carcinogênese, a
15
qual foi determinada pela incidência do tumor (inibição de 60%), multiplicidade do
tumor (inibição de 86%) e crescimento do tumor em termos de volume total do
grupo (inibição de 95%) quando comparado com um grupo de ratos que não
recebeu o tratamento [19].
Figura 1: Fotografia da planta Camellia sinensis com floração.
Fonte: http://mobot.mobot.org/W3T/Search/vast.html
Figura 2: Estrutura química da (-)-epigalocatequin-3-galato (EGCG).
Fonte: S Katiyar, CA Elmets, SK Katiyar. Green tea and skin cancer:
photoimmunology, angiogenesis and DNA repair, Journal of Nutritional
Biochemistry 18: 287-296, 2006.
16
A aplicação tópica de EGCG é capaz de inibir a sensibilização da resposta
de hipersensibilidade de contato, reduzir o número de macrófagos e neutrófilos
infiltrados, diminuir a produção de IL-10 e aumentar a produção de IL-12 pelas
células da pele e dos linfonodos drenantes, diminuindo assim a conversão de
tumores iniciais em carcinoma de células escamosas [28]. O aumento da
produção de IL-12, o principal mediador da CHS, nos linfonodos drenantes
melhora as funções das células Th1. A EGCG regula as alterações no balanço
entre as citocinas IL-10/IL-12, inibindo a migração, depleção ou morte de células
de Langerhans [2].
Outro efeito importante dos polifenóis do chá verde é sua atividade
antimutagênica demonstrada em experimentos in vivo [5]. A aplicação tópica de
destes reduz dímeros de pirimidina UV induzidos tanto na derme quanto na
epiderme [4].
5.2 Cardo Mariano (Sylibum marianum)
A silimarina (Figura 4) é uma mistura de flavonóides isolados dos espinhos
(cardos) da planta Sylibum marianum L. Gaertn (Figura 3) como a silibina, a
silibinina e a isosilibinina. Destes três isômeros, o componente mais importante é a
silibina [2,29]. Esta planta é usada há mais de 20 anos na Europa para o
tratamento de doenças do fígado devido ao seu grande poder antioxidante, sendo
capaz de combater espécies reativas do oxigênio e radicais livres. Além disso, a
silimarina apresenta efeitos antiinflamatório, citoprotetor e anticarcinogênico [30-
32].
17
Figura 3: Fotografia da planta Sylibum marianum com floração.
Fonte:http://pharm1.pharmazie.uni-reifswald.de/allgemei/serturn/arzpfl-
b/silybu-m.jpg
Figura 4: Estrutura química da silimarina.
Fonte: SK Katiyar, NJ Korman, H Mukhar e R Agarwal. Protective
Effects of Silymarin Against Photocarcinogenesis in a Mouse Skin
Model, Journal of the National Cancer Institute 89: 556-565, 1997.
18
Em um estudo feito com ratos sem pêlo do tipo SKH-1 que tiveram a
carcinogênese induzida por radiação UVB, 7,12-dimetilbenzantraceno (DMBA) e
12-O-tetradecanoilforbol-13-acetato (TPA), a silimarina teve seu efeito protetor
mais acentuado durante a fase de promoção do tumor. Foi usado para o
tratamento uma solução com 9 mg de silimarina para cada 200 L de acetona. O
grupo controle recebeu aplicação tópica somente de acetona. Houve redução
significativa de 92% na incidência, multiplicidade e volume de tumor por rato
quando comparado com o grupo controle. Neste mesmo estudo a aplicação tópica
de silimarina reduziu a formação de queratinócitos apoptóticos, a formação de
edema cutâneo, a inflamação, a atividade e expressão do mRNA (RNA
mensageiro) da enzima ornitina descarboxilase (ODC). A ODC é um importante
promotor endógeno de carcinogênese [30]. Chatterjee e colaboradores fizeram
um estudo semelhante com aplicação tópica de silimarina em doses de 3, 6 e 12
mg e encontraram efeito dose-dependente na incidência (proteção de 25, 40 e
75%), na multiplicidade (proteção de 76, 84 e 97%) e no volume do tumor
(diminuição 76, 94 e 96%) [33]. Em outro experimento com ratos Sencar que
receberam TPA e vários outros promotores de tumor, a silimarina demonstrou
possuir efeito inibitório significativo na indução da atividade da ODC na epiderme e
na expressão de seu mRNA [34].
A silimarina é quimopreventiva principalmente na fase de promoção do
tumor devido ao seu mecanismo de ação. Ela é capaz de inibir de forma dose
dependente o fator de transcrição nuclear NF-B, que regula a expressão de
vários genes [31]. Desta forma a silimarina bloqueia, por exemplo, a síntese e
expressão do mRNA da citocina TNF- e da enzima ODC, ambos promotores
endógenos e mediadores centrais na promoção de tumores cutâneos in vivo
[33,34].
Além disso, a aplicação tópica de silimarina também previne a formação de
CPD´s na pele de ratos após a exposição a radiação UVB [35]. Em uma pesquisa
19
com ratos Sencar que tiveram tumor induzido por TPA e receberam pré-
tratamento tópico com aplicação de silimarina, houve redução da lipoperoxidação
por estresse oxidativo e do edema cutâneo, demonstrando assim seus efeitos
antiinflamatórios [36]. A silimarina também tem propriedades antiangiogênicas,
sendo capaz de inibir o fator de crescimento vascular endotelial (VEGF), em
culturas de células endoteliais humanas [37].
5.3 Curcumim (Curcuma longa)
O curcumim é uma substância amarela obtida da raiz da planta Curcuma
longa (Figura 5), que pertence à família Zingiberaceae. Essa substância tem
demonstrado inibir a carcinogênese em diversos modelos de tumor. Curcumim, ou
diferuloilmetano (Figura 6) é um composto fenólico que apresenta propriedades
antioxidantes e antiinflamatórias que podem inibir a carcinogênese [2,38,39].
Figura 5: Fotografia da planta Curcuma longa.
Fonte:
http://www2.bishopmuseum.org/ethnobotanydb/resultslite.asp?search=ol
ena
20
Figura 6: Estrutura química do diferuloilmetano.
Fonte: MT Huang et al. Inhibitory effects of topical application of low
doses of curcumin on 12-O-tetradecanoylphorbol-13-acetate-induced
tumor promotion and oxidized DNA bases in mouse epidermis,
Carcinogenesis 18: 83-88, 1997.
Estudos in vivo e in vitro têm demonstrado a capacidade do curcumim inibir
a carcinogênese em três estágios: promoção, angiogênese e crescimento do
tumor [39]. Um experimento realizado com ratos CD-1 que tiveram o tumor
induzido por TPA e DMBA, a aplicação tópica do curcumim demonstrou ter efeito
dose dependente sobre o número e volume de tumor por rato. O curcumim
apresentou forte efeito inibitório na promoção da carcinogênese. Nesse mesmo
experimento o curcumim diminuiu significativamente os níveis de peróxido de
hidrogênio induzidos pela aplicação do TPA [40].
Outro estudo in vivo feito por Huang e colaboradores demonstrou que o
curcumim apresenta efeito inibitório sobre o metabolismo do ácido araquidônico,
tanto pela via da ciclooxigenase quanto pela via da lipoxigenase. Além disso, o
curcumim diminui os níveis de mRNA para os protooncogenes c-myc, c-fos e c-
jun. A expressão destes genes é rapidamente induzida em situações de estresse
oxidativo e em condições inflamatórias [40-43]. Sendo assim, sugere-se que o
mecanismo pelo qual o curcumim inibe a promoção da carcinogênese na
21
epiderme deve-se as suas propriedades antiinflamatórias e sua capacidade
antioxidante [39].
Além disso, alguns estudos apontam para o efeito inibidor do curcumim
sobre o fator de transcrição nuclear NFB, e conseqüente bloqueio da formação
da citosina TNF, ambos importantes promotores endógenos de carcinogênese.
Maheshwari e colaboradores demonstraram em seu laboratório que o curcumim
também é capaz de inibir a síntese das citosinas IL-1, IL-2, IL-6 e IL-10 levando-as
a níveis normais [32,39,40,44]. Sua atividade antioxidante e antiinflamatória em
modelos de ratos são bem documentadas. A aplicação tópica de curcumim
demonstrou diminuir a indução da atividade da ornitina descarboxilase na
epiderme de ratos. Sendo assim, o curcumim apresenta vários efeitos benéficos e
um potencial significativo no tratamento e prevenção do câncer de pele. Estes
efeitos quimiopreventivos do curcumim devem-se principalmente a sua
propriedade antioxidante [2].
A Tabela 1 sistematiza os principais efeitos biológicos da Camellia sinensis,
Sylibum marianum e Curcuma longa sobre animais UV irradiados.
22
Tabela 1: Alguns efeitos biológicos preventivos das plantas estudadas sobre ratos
com fotocarcinogênese induzida em laboratório.
Planta
Principal
Componente
Efeitos/Mecanismos
Referências, ano
de publicação
Camellia sinensis ECGC*
Previne
imunossupressão
UV-induzida, dano ao
DNA. Tem ação
antioxidante e
antiinflamatória. Induz IL-
12, diminui IL-10, CPD e
fotocarcinogênese. Inibe
a liberação intracelular
de H2O2 e de NF-B.
Vayalil P.K. et al.
(2003); F´guyer S.
et al. (2003); Pinnel
S.R. (2003); Afaq F.
e Mukhtar H.
(2006); Katiyar S. et
al. (2006); Yusuf N.
et al (2007).
Sylibum
marianum
Silibina
Previne
imunossupressão UV-
induzida, ação
antioxidante e
antiinflamatória. Induz IL-
12, diminui IL-10, CPD e
atividade ODC. Inibe NF-
B, TNF- e VGEF.
Katiyar S.K. et al.
(1997); Manna S.K.
et al. (1999); Zi X. et
al. (1997); Chaterjee
M.L. et al. (1996);
Jiang C. et al.
(2000).
Curcuma longa Diferuloilmetano
Antioxidante,
antiinflamatórios. Inibe
IL-10, NF-B e TNF-.
Diminui a expressão de
protooncogenes.
Maheshwari R.K. et
al. (2006); Huang
M.T. et al. (1997);
Huang M.T. et al.
(1996); Kakar S.S. e
Roy D. (1994); Lu
Y.P. et al. (1994).
*ECGC: (-)-epigalocatequin-3-galato.
23
6. CONCLUSÃO
Ao longo dos anos mudanças culturais e ambientais levaram a um aumento
significativo na quantidade de radiação UV a qual as pessoas são expostas,
aumentando, conseqüentemente, os índices de câncer de pele em todo mundo.
Sendo assim, novas estratégias em fotoproteção são necessárias e têm sido
extensivamente estudadas. Partindo-se da idéia que o câncer de pele é uma
doença que se desenvolve a partir de múltiplas etapas, deve-se investigar o
potencial de novas substâncias capazes de interromper esse processo.
Esse trabalho revisou na literatura três plantas que podem ser uma
alternativa para o desenvolvimento de novos ptotetores solar. Substâncias
extraídas a partir da Camellia sinensis, do Sylibum marianum e do Curcuma longa
apresentam propriedades antiinflamatórias e antioxidantes e que podem prevenir o
câncer de pele e outras doenças da pele provocadas pela exposição repetida à
radiação UV. Assim esses ativos também podem ser usados em combinação com
os filtros convencionais, reduzindo ainda mais o risco do desenvolvimento de
doenças da pele.
24
REFERÊNCIAS
1. PK Vayalil, CA Elmets, SK Katiyar. Treatment of green tea polyphenols in
hydrophilic cream prevents UVB-induced oxidation of lipids and proteins,
depletion of antioxidant enzymes and phosphorylation of MAPK proteins in
SKH-1 hairless mouse skin, Carcinogenesis 24: 927-936, 2003.
2. S F´guyer, F Afaq e H Mukhtar. Photochemoprevention of skin cancer by
botanical agents, Photodermatol Photoimmunol Photomed 19: 56-72, 2003.
3. F Afaq, VM Adhami e H Mukhtar. Photochemoprevention of ultraviolet B
signaling and photocarcinogenesis, Mutation Research 571: 153-173, 2005.
4. SR Pinnel. Cutaneous photodamage, oxidative stress, and topical
antioxidant protection, J Am Acad Dermatol 48: 1-19, 2003.
5. SK Katiyar. UV-induced immune suppression and photocarcinogenesis:
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www.sciencedirect.com . Acesso em 30 abr 2007.
6. M Norval. The mechanisms and consequences of ultraviolet-induced
immunoisupression, Progress in Biophysics and Molecular Biology 92: 108-
118, 2006.
7. SE Ullrich. Mechanisms underlying UV-induced immune supression,
Mutation Research 571: 185-205, 2005.
8. F Afaq e H Mukhtar. Botanical antioxidants in the prevention of
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9. AD Kelly, PT Seed, AR Young e SL Walker. A Commercial Sunscreen's
Protection Against Ultraviolet Radiation-induced Immunosuppression is
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41.MT Huang, W Ma, P Yen, JG Xie, J Han, K Frenkel, D Grunberger e AH
Conney. Inhibitory effects of caffeic acid phenethyl ester (CAPE) on 12-O-
tetradecanoylphorbol-13-acetate-induced tumor promotion in mouse skin
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Conney. Effect of curcumin on 12-O-tetradecanoylphorbol-13-acetate- and
ultraviolet B light-induced expression of c-Jun and c-Fos in JB6 cells and in
mouse epidermis, Carcinogenesis 15: 2363-2370, 1994.
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NOVAS ESTRATÉGIAS EM FOTOPROTEÇÃO

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE FARMÁCIA NOVAS ESTRATÉGIAS EM FOTOPROTEÇÃO: ANTIOXIDANTES E IMUNOMODULADORES BETHÂNIA ANDRADE DE VARGAS Porto Alegre, junho de 2007.
  • 2. 2 BETHÂNIA ANDRADE DE VARGAS NOVAS ESTRATÉGIAS EM FOTOPROTEÇÃO: ANTIOXIDANTES E IMUNOMODULADORES Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Orientadora: Silvia S. Guterres Porto Alegre, junho de 2007.
  • 3. 3 BETHÂNIA ANDRADE DE VARGAS NOVAS ESTRATÉGIAS EM FOTOPROTEÇÃO: ANTIOXIDANTES E IMUNOMODULADORES Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do grau de Farmacêutico apresentado à Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. _________________________________________________ Profa. Silvia S. Guterres – Orientadora _________________________________________________ Daniela Conrado – Comissão Examinadora _________________________________________________ Karina Paese – Comissão Examinadora _________________________________________________ Nataly Siqueira – Comissão Examinadora Porto Alegre, junho de 2007.
  • 4. 4 ARTIGO A SER SUBMETIDO À REVISTA COSMETICS & TOILETRIES BRASIL (Normas da Cosmetics & Toiletries Brasil no anexo A)
  • 5. 5 NOVAS ESTRATÉGIAS EM FOTOPROTEÇÃO: ANTIOXIDANTES E IMUNOMODULADORES NEW STRATEGIES IN PHOTOPROTECTION: ANTIOXIDANTS AND IMMUNE MODULATORS Bethânia Andrade de Vargas1 & Silvia S. Guterres2 1. Aluna concluinte do Curso de Farmácia da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). 2. Professora de Farmacotécnica do curso de Farmácia da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Responsável pela correspondência Bethânia Andrade de Vargas Rua Sape, 780/303 Porto Alegre, RS CEP: 91350-050 bettyvargas@gmail.com
  • 6. 6 ABSTRACT Photoprotection has been shown to prevent damages in the skin caused by sun overexposure. Skin cancer are the most common malignancy in Brazil and a major public health problem. In this article we reviewed three botanical agents Camellia sinensis, Sylibum marianum and Curcuma longa that may be cancer adjuvants treatments. RESUMEN Fotoprotección se ha demostrado prevenir daños en la piel causados por el sol. El cáncer de la piel es la enfermedad más común del Brasil, un problema de salud pública. Nosotros revisamos tres agentes botánicos Camellia sinensis, Sylibum marianum y Curcuma longa que pueden ser tratamientos coadyuvantes para el cáncer.
  • 7. 7 1. INTRODUÇÃO A fotoproteção tem por objetivo prevenir danos que podem ocorrer na pele relacionados à exposição solar, como os causados pela radiação ultravioleta (UV). Essa radiação é carcinogênica e, após exposições repetidas, pode levar ao desenvolvimento de câncer de pele do tipo melanoma e não-melanoma [1]. A radiação UV é dividida em três categorias dependendo do comprimento de onda: UVC (200-280 nm), UVB (280-320 nm) e UVA (320-400nm), sendo a radiação UVB o principal fator etiológico deste tipo de câncer [2-5]. A radiação UVC tem maior energia e, assim, causa maior dano. Entretanto, ela é filtrada na estratosfera pela camada de ozônio e não atinge a superfície da Terra, em condições normais. Atualmente, a radiação UVB, e em bem menor extensão a UVA, são as principais causas de doenças da pele como o câncer [2]. Além disso, a radiação UVB é responsável por queimaduras solares graves devido a notável diminuição da camada de ozônio, permitindo que essa radiação alcance com maior intensidade a superfície da Terra [5]. Estudos têm mostrado que a radiação UV também induz imunossupressão, resposta inflamatória, estresse oxidativo, dano ao DNA nas células da pele e estes vários efeitos levam a fotocarcinogênese [5]. A imunossupressão UV-induzida é considerada um fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pele. A incidência de câncer de pele aumenta significativamente em pacientes transplantados, devido à terapia imunossupressora a que estes pacientes são submetidos [4,6]. A formação de espécies reativas do oxigênio nos queratinócitos, após a exposição à radiação UVB, está diretamente ligada à imunossupressão [7]. A radiação UVB altera o equilíbrio redox celular, levando a um aumento na produção de radicais livres e, conseqüentemente, lipoperoxidação de membranas celulares. O estresse oxidativo gerado leva a ativação de uma proteína quinase
  • 8. 8 na superfície da membrana plasmática que desencadeia uma cascata de eventos que resulta na ativação de mediadores e protooncogenes. A ativação, através da fosforilação, de protooncogene como o c-jun ativa o fator de transcrição nuclear B (NFB), o qual provoca a liberação de citocinas que causam a imunossupressão [7]. O câncer de pele é uma doença complexa e multifatorial que inicia pelo dano ao DNA das células da epiderme. Esse dano ao DNA pode ser observado pela formação de dímeros de pirimidina ciclobutano (cyclobutane pyrimidine dimers – CPD) e pela fotoisomerização do ácido trans-urocânico para cis- urocânico [8]. Isso ocorre, pois tanto a molécula do DNA quanto do ácido cis- urocânico, presentes nos queratinócitos da epiderme, absorvem a radiação UV, sendo considerados os principais fotorreceptores da pele [7,9]. No Brasil, o câncer de pele corresponde a 25% dos tumores malignos registrados. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), os cânceres de pele do tipo melanoma e não-melanoma são os tipos mais freqüentes e têm grande impacto sobre a saúde pública. Os mais freqüentes são: carcinoma basocelular, responsável por 70% dos diagnósticos de câncer de pele, o carcinoma epidermóide com 25% dos casos e o melanoma, detectado em 4% dos pacientes. O carcinoma basocelular (menos agressivo) e o epidermóide são também chamados de câncer de pele do tipo não-melanoma, enquanto o melanoma e outros tipos, com origem nos melanócitos, são denominados de câncer de pele tipo melanoma [1,10]. Os filtros solares disponíveis no mercado atualmente oferecem proteção principalmente contra o eritema (queimadura solar). Estudos realizados mostram que, quanto maior o FPS (fator de proteção solar) menor a formação de células escamosas (pré-cancerígenas), entretanto uma menor formação dessas células não significa uma menor incidência de câncer de pele. Ou seja, o FPS não
  • 9. 9 considera pontos importantes envolvidos no processo da fotocarcinogênese como a imunossupressão UV-induzida e o estresse oxidativo [9]. Tendo em vista a importância da imunossupressão e do estresse oxidativo no desenvolvimento do câncer de pele, novas estratégias para a prevenção do mesmo estão sendo estudadas. Considerando o exposto, o objetivo desse estudo foi revisar na literatura essas novas estratégias em fotoproteção: os antioxidantes e os imunomoduladores.
  • 10. 10 2. MATERIAIS E MÉTODOS No presente trabalho foi realizada uma revisão bibliográfica nas bases de dados do PubMed, SciElo e Science Direct. A pesquisa foi realizada sem restrição de idioma, sendo destacado o período de 1993 a 2007. Foram utilizados como descritores em inglês as palavras-chave: sunscreen, chemopreventive, immunesupression photo-induced, antioxidants, free radicals, new strategies in photoprotection, skin cancer, photoprotection, Camellia sinensis, Silimbum marianum e Curcuma longa. 3. ANTIOXIDANTES Os antioxidantes protegem o organismo da ação danosa dos radicais livres. Um radical livre é um átomo ou molécula altamente reativo que contém número ímpar de elétrons em sua última camada eletrônica [11]. O desemparelhamento de elétrons é uma situação energética instável [12]. Quando um radical livre reage com um composto não radical, outro radical livre pode ser formado; assim, a presença de um único radical pode iniciar uma seqüência de reações em cadeia de transferência de elétrons [13]. Entretanto, radical livre não é o termo ideal para designar todos os agentes reativos patogênicos, pois alguns deles não apresentam elétrons desemparelhados em sua última camada. Como em sua maioria são derivados do metabolismo do oxigênio o termo mais correto é “espécies reativas do metabolismo do oxigênio” (ERMO’s) [11]. Em condições fisiológicas do metabolismo celular aeróbico, o oxigênio molecular (O2) sofre redução tetravalente, com aceitação de quatro elétrons, resultando na formação de água [14]. No entanto, aproximadamente 5% do oxigênio utilizado na cadeia respiratória mitocondrial não é completamente reduzido à água pela citocromo oxidase, podendo ser convertido a intermediários
  • 11. 11 reativos como o radical superóxido (O2 . -), hidroperoxila (HO2 .), hidroxila (OH.) e peróxido de hidrogênio (H2O2) [15]. São também espécies reativas do oxigênio o oxigênio singlete (1O2), o ácido hipocloroso (HOCl) e o ozônio (O3) [12]. Os radicais livres e as ERMO’s participam de processos fisiológicos importantes, como a destruição de microrganismos patogênicos, por meio da fagocitose [14]. Entretanto, quando são formados em excesso, são capazes de causar danos a vários constituintes celulares, como DNA, proteínas e lipídios, causando envelhecimento e muitas outras doenças [16]. A esta situação, na qual há excesso de agentes oxidantes e/ou deficiência das defesas antioxidantes, dá- se o nome de estresse oxidativo [11]. As defesas antioxidantes do organismo podem ser moléculas enzimáticas ou não enzimáticas que atuam diretamente como antioxidantes ou degradando oxidantes [17]. Entre as defesas enzimáticas presentes nos queratinócitos da pele incluem-se a superóxido dismutase, a catalase, a tiorredoxina redutase e a glutationa peroxidase; e antioxidantes não enzimáticos como o -tocoferol, a glutationa e o ácido ascórbico [3]. O dano oxidativo desempenha importante papel em processos patológicos e está envolvido diretamente no desenvolvimento de doenças que afetam a pele [2]. A pele é o maior órgão humano e está constantemente exposta a agressões provenientes do meio ambiente, as quais são capazes de alterar sua estrutura e função [18]. Apesar de vários fatores ambientais e genéticos estarem envolvidos no desenvolvimento de câncer de pele, a exposição crônica à radiação UV é um agente etiológico importante [19]. Um dos mecanismos moleculares e efeitos biológicos do UV é a indução direta de radicais livres e ERMO’s, ambos intimamente ligados ao processo de fotoenvelhecimento e fotocarcinogênese [18]. Tanto a radiação UVA quanto a UVB induzem reações deletérias na pele humana que podem causar envelhecimento, imunossupressão, carcinogênese e várias doenças inflamatórias [20].
  • 12. 12 4. IMUNOMODULADORES Os imunomoduladores são substâncias que agem na cadeia do sistema imunológico. O sistema imune da pele é constituído por diversos tipos de células, algumas encontradas na epiderme (queratinócitos, células de Langerhans e linfócitos T), outras na derme (células dentríticas, linfócitos T, macrófagos, mastócitos, fibroblastos e células endoteliais), sendo algumas móveis que conectam a pele à circulação sanguínea e ao sistema linfático [21,22,6]. A célula encontrada em maior quantidade na pele é o queratinócito, que corresponde a mais de 90% da mesma, e é a célula que está mais exposta à radiação UV [5]. A radiação UV tem múltiplos efeitos sobre o sistema imune da pele. Por exemplo, a irradiação dos queratinócitos pelos raios UVB provoca a liberação de citocinas como TNF- (fator de necrose tumoral alfa, IL(interleucina)-12 , IL-10 e prostaglandinas, sendo que a IL-10 é considerada, atualmente, o principal mediador da imunossupressão UV-induzida [22]. A liberação dessas citocinas induz a migração das células de Langerhans para os linfonodos, onde estas passam a ser denominadas células dentríticas [6]. As células de Langerhans são as células apresentadoras de antígeno da pele e formam uma rede dentrítica que desempenha um importante papel na resposta imune [7,6]. Já foi demonstrado que estas células são diretamente afetadas pela radiação UV de diversas formas, diminuindo seu número, alterando sua capacidade de apresentar antígenos, densidade, maturidade e, conseqüentemente, função [22,6]. Tais células afetadas apresentam dano no DNA marcador de radiação UV, os dímeros de timina ou dímeros de pirimidina ciclobutano (cyclobutane pyrimidine dimers – CPD) [5]. Nos linfonodos, as células dentríticas podem estimular linfócitos CD4+ que, por sua vez, se diferenciam nos subtipos T auxiliar 1 (T helper 1 - Th1) ou no
  • 13. 13 subtipo T auxiliar 2 (T helper 2 - Th2). As células Th1 secretam citocinas como a IL-12 e o -interferon, que controlam as infecções intracelulares e tumores, promovendo a imunidade celular. Já, as células Th2 secretam citocinas como IL-4 e IL-10 que ajudam no controle de infecções extracelulares e assim promovem a imunidade humoral [6]. A IL-10 possui atividade imunossupressora e é capaz de inibir a apresentação de antígenos pelas células de Langerhans em sistemas in vitro e in vivo [23]. Desse modo, a IL-10 inibe respostas do tipo hipersensibilidade de contato (contact hipersensitivity – CHS). Essa resposta imune é um tipo de hipersensibilidade tardia e é considerada uma resposta mediada por células Th1. Estudos demonstraram que o número de células produtoras de IL-10 aumenta consideravelmente na pele exposta à radiação UV quando comparada à pele não exposta [19]. Em contrapartida, a IL-12 induz CHS e estimula o desenvolvimento de células Th1, e pode contribuir para estimular a resposta imune, sendo fundamental na regulação entre as respostas do tipo Th1 e Th2 [24]. Ela é capaz de induzir enzimas de reparo do DNA, estimular células T citotóxicas e células natural killer apresentando potente atividade antitumoral [25].
  • 14. 14 5. EXEMPLOS DE ANTIOXIDANTES E IMUNOMUDULADORES 5.1 Chá-Verde (Camellia sinensis) O chá-verde na forma de infusão é consumido por dois terços da população mundial, sendo uma das bebidas mais populares devido ao seu aroma, sabor e benefícios que traz à saúde [8,19]. Ele pode ser consumido de três formas diferentes: chá verde, chá preto e chá oonlog, que diferem na maneira como são produzidos [2]. O chá verde é preparado a partir das folhas frescas da planta Camellia sinensis (Figura 1), as quais passam por um processo de secagem para inativar enzimas e assim prevenir a oxidação e polimerização dos polifenóis presentes na planta [1,2]. Os polifenóis do chá verde são conhecidos como catequinas e são considerados poderosos antioxidantes, antiinflamatórios e anticarcinogênicos. As catequinas encontradas em maior quantidade no chá verde são: (-)-epicatequin-3- galato (ECG), (-)-epicatequina (EC), (-)-epigalocatequina (EGC), (-)- epigalocatequin-3-galato (EGCG) (Figura 2). Além das catequinas o chá verde também contém cafeína, teofilina, teobromina, ácido gálico, flavonóides (como a quercetina) e seus glicosídeos [1,2,4,8,19,26]. O EGCG é o polifenol mais abundante presente no chá verde e é considerado seu composto quimiopreventivo mais importante [8]. Barthelman e colaboradores demonstraram que a aplicação tópica de uma solução de EGCG e acetona em ratos C3H/HeN protege contra imunossupressão UV-induzida local e sistêmica por diminuir a formação de ERMO´s nas células da pele [27,28]. Por sua vez, Katiyar e colaboradores, desenvolveram em seu laboratório uma pomada hidrofílica para o tratamento tópico com EGCG. Ratos sem pêlo do tipo SKH-1 receberam este tratamento e obtiveram fotoproteção contra a carcinogênese, a
  • 15. 15 qual foi determinada pela incidência do tumor (inibição de 60%), multiplicidade do tumor (inibição de 86%) e crescimento do tumor em termos de volume total do grupo (inibição de 95%) quando comparado com um grupo de ratos que não recebeu o tratamento [19]. Figura 1: Fotografia da planta Camellia sinensis com floração. Fonte: http://mobot.mobot.org/W3T/Search/vast.html Figura 2: Estrutura química da (-)-epigalocatequin-3-galato (EGCG). Fonte: S Katiyar, CA Elmets, SK Katiyar. Green tea and skin cancer: photoimmunology, angiogenesis and DNA repair, Journal of Nutritional Biochemistry 18: 287-296, 2006.
  • 16. 16 A aplicação tópica de EGCG é capaz de inibir a sensibilização da resposta de hipersensibilidade de contato, reduzir o número de macrófagos e neutrófilos infiltrados, diminuir a produção de IL-10 e aumentar a produção de IL-12 pelas células da pele e dos linfonodos drenantes, diminuindo assim a conversão de tumores iniciais em carcinoma de células escamosas [28]. O aumento da produção de IL-12, o principal mediador da CHS, nos linfonodos drenantes melhora as funções das células Th1. A EGCG regula as alterações no balanço entre as citocinas IL-10/IL-12, inibindo a migração, depleção ou morte de células de Langerhans [2]. Outro efeito importante dos polifenóis do chá verde é sua atividade antimutagênica demonstrada em experimentos in vivo [5]. A aplicação tópica de destes reduz dímeros de pirimidina UV induzidos tanto na derme quanto na epiderme [4]. 5.2 Cardo Mariano (Sylibum marianum) A silimarina (Figura 4) é uma mistura de flavonóides isolados dos espinhos (cardos) da planta Sylibum marianum L. Gaertn (Figura 3) como a silibina, a silibinina e a isosilibinina. Destes três isômeros, o componente mais importante é a silibina [2,29]. Esta planta é usada há mais de 20 anos na Europa para o tratamento de doenças do fígado devido ao seu grande poder antioxidante, sendo capaz de combater espécies reativas do oxigênio e radicais livres. Além disso, a silimarina apresenta efeitos antiinflamatório, citoprotetor e anticarcinogênico [30- 32].
  • 17. 17 Figura 3: Fotografia da planta Sylibum marianum com floração. Fonte:http://pharm1.pharmazie.uni-reifswald.de/allgemei/serturn/arzpfl- b/silybu-m.jpg Figura 4: Estrutura química da silimarina. Fonte: SK Katiyar, NJ Korman, H Mukhar e R Agarwal. Protective Effects of Silymarin Against Photocarcinogenesis in a Mouse Skin Model, Journal of the National Cancer Institute 89: 556-565, 1997.
  • 18. 18 Em um estudo feito com ratos sem pêlo do tipo SKH-1 que tiveram a carcinogênese induzida por radiação UVB, 7,12-dimetilbenzantraceno (DMBA) e 12-O-tetradecanoilforbol-13-acetato (TPA), a silimarina teve seu efeito protetor mais acentuado durante a fase de promoção do tumor. Foi usado para o tratamento uma solução com 9 mg de silimarina para cada 200 L de acetona. O grupo controle recebeu aplicação tópica somente de acetona. Houve redução significativa de 92% na incidência, multiplicidade e volume de tumor por rato quando comparado com o grupo controle. Neste mesmo estudo a aplicação tópica de silimarina reduziu a formação de queratinócitos apoptóticos, a formação de edema cutâneo, a inflamação, a atividade e expressão do mRNA (RNA mensageiro) da enzima ornitina descarboxilase (ODC). A ODC é um importante promotor endógeno de carcinogênese [30]. Chatterjee e colaboradores fizeram um estudo semelhante com aplicação tópica de silimarina em doses de 3, 6 e 12 mg e encontraram efeito dose-dependente na incidência (proteção de 25, 40 e 75%), na multiplicidade (proteção de 76, 84 e 97%) e no volume do tumor (diminuição 76, 94 e 96%) [33]. Em outro experimento com ratos Sencar que receberam TPA e vários outros promotores de tumor, a silimarina demonstrou possuir efeito inibitório significativo na indução da atividade da ODC na epiderme e na expressão de seu mRNA [34]. A silimarina é quimopreventiva principalmente na fase de promoção do tumor devido ao seu mecanismo de ação. Ela é capaz de inibir de forma dose dependente o fator de transcrição nuclear NF-B, que regula a expressão de vários genes [31]. Desta forma a silimarina bloqueia, por exemplo, a síntese e expressão do mRNA da citocina TNF- e da enzima ODC, ambos promotores endógenos e mediadores centrais na promoção de tumores cutâneos in vivo [33,34]. Além disso, a aplicação tópica de silimarina também previne a formação de CPD´s na pele de ratos após a exposição a radiação UVB [35]. Em uma pesquisa
  • 19. 19 com ratos Sencar que tiveram tumor induzido por TPA e receberam pré- tratamento tópico com aplicação de silimarina, houve redução da lipoperoxidação por estresse oxidativo e do edema cutâneo, demonstrando assim seus efeitos antiinflamatórios [36]. A silimarina também tem propriedades antiangiogênicas, sendo capaz de inibir o fator de crescimento vascular endotelial (VEGF), em culturas de células endoteliais humanas [37]. 5.3 Curcumim (Curcuma longa) O curcumim é uma substância amarela obtida da raiz da planta Curcuma longa (Figura 5), que pertence à família Zingiberaceae. Essa substância tem demonstrado inibir a carcinogênese em diversos modelos de tumor. Curcumim, ou diferuloilmetano (Figura 6) é um composto fenólico que apresenta propriedades antioxidantes e antiinflamatórias que podem inibir a carcinogênese [2,38,39]. Figura 5: Fotografia da planta Curcuma longa. Fonte: http://www2.bishopmuseum.org/ethnobotanydb/resultslite.asp?search=ol ena
  • 20. 20 Figura 6: Estrutura química do diferuloilmetano. Fonte: MT Huang et al. Inhibitory effects of topical application of low doses of curcumin on 12-O-tetradecanoylphorbol-13-acetate-induced tumor promotion and oxidized DNA bases in mouse epidermis, Carcinogenesis 18: 83-88, 1997. Estudos in vivo e in vitro têm demonstrado a capacidade do curcumim inibir a carcinogênese em três estágios: promoção, angiogênese e crescimento do tumor [39]. Um experimento realizado com ratos CD-1 que tiveram o tumor induzido por TPA e DMBA, a aplicação tópica do curcumim demonstrou ter efeito dose dependente sobre o número e volume de tumor por rato. O curcumim apresentou forte efeito inibitório na promoção da carcinogênese. Nesse mesmo experimento o curcumim diminuiu significativamente os níveis de peróxido de hidrogênio induzidos pela aplicação do TPA [40]. Outro estudo in vivo feito por Huang e colaboradores demonstrou que o curcumim apresenta efeito inibitório sobre o metabolismo do ácido araquidônico, tanto pela via da ciclooxigenase quanto pela via da lipoxigenase. Além disso, o curcumim diminui os níveis de mRNA para os protooncogenes c-myc, c-fos e c- jun. A expressão destes genes é rapidamente induzida em situações de estresse oxidativo e em condições inflamatórias [40-43]. Sendo assim, sugere-se que o mecanismo pelo qual o curcumim inibe a promoção da carcinogênese na
  • 21. 21 epiderme deve-se as suas propriedades antiinflamatórias e sua capacidade antioxidante [39]. Além disso, alguns estudos apontam para o efeito inibidor do curcumim sobre o fator de transcrição nuclear NFB, e conseqüente bloqueio da formação da citosina TNF, ambos importantes promotores endógenos de carcinogênese. Maheshwari e colaboradores demonstraram em seu laboratório que o curcumim também é capaz de inibir a síntese das citosinas IL-1, IL-2, IL-6 e IL-10 levando-as a níveis normais [32,39,40,44]. Sua atividade antioxidante e antiinflamatória em modelos de ratos são bem documentadas. A aplicação tópica de curcumim demonstrou diminuir a indução da atividade da ornitina descarboxilase na epiderme de ratos. Sendo assim, o curcumim apresenta vários efeitos benéficos e um potencial significativo no tratamento e prevenção do câncer de pele. Estes efeitos quimiopreventivos do curcumim devem-se principalmente a sua propriedade antioxidante [2]. A Tabela 1 sistematiza os principais efeitos biológicos da Camellia sinensis, Sylibum marianum e Curcuma longa sobre animais UV irradiados.
  • 22. 22 Tabela 1: Alguns efeitos biológicos preventivos das plantas estudadas sobre ratos com fotocarcinogênese induzida em laboratório. Planta Principal Componente Efeitos/Mecanismos Referências, ano de publicação Camellia sinensis ECGC* Previne imunossupressão UV-induzida, dano ao DNA. Tem ação antioxidante e antiinflamatória. Induz IL- 12, diminui IL-10, CPD e fotocarcinogênese. Inibe a liberação intracelular de H2O2 e de NF-B. Vayalil P.K. et al. (2003); F´guyer S. et al. (2003); Pinnel S.R. (2003); Afaq F. e Mukhtar H. (2006); Katiyar S. et al. (2006); Yusuf N. et al (2007). Sylibum marianum Silibina Previne imunossupressão UV- induzida, ação antioxidante e antiinflamatória. Induz IL- 12, diminui IL-10, CPD e atividade ODC. Inibe NF- B, TNF- e VGEF. Katiyar S.K. et al. (1997); Manna S.K. et al. (1999); Zi X. et al. (1997); Chaterjee M.L. et al. (1996); Jiang C. et al. (2000). Curcuma longa Diferuloilmetano Antioxidante, antiinflamatórios. Inibe IL-10, NF-B e TNF-. Diminui a expressão de protooncogenes. Maheshwari R.K. et al. (2006); Huang M.T. et al. (1997); Huang M.T. et al. (1996); Kakar S.S. e Roy D. (1994); Lu Y.P. et al. (1994). *ECGC: (-)-epigalocatequin-3-galato.
  • 23. 23 6. CONCLUSÃO Ao longo dos anos mudanças culturais e ambientais levaram a um aumento significativo na quantidade de radiação UV a qual as pessoas são expostas, aumentando, conseqüentemente, os índices de câncer de pele em todo mundo. Sendo assim, novas estratégias em fotoproteção são necessárias e têm sido extensivamente estudadas. Partindo-se da idéia que o câncer de pele é uma doença que se desenvolve a partir de múltiplas etapas, deve-se investigar o potencial de novas substâncias capazes de interromper esse processo. Esse trabalho revisou na literatura três plantas que podem ser uma alternativa para o desenvolvimento de novos ptotetores solar. Substâncias extraídas a partir da Camellia sinensis, do Sylibum marianum e do Curcuma longa apresentam propriedades antiinflamatórias e antioxidantes e que podem prevenir o câncer de pele e outras doenças da pele provocadas pela exposição repetida à radiação UV. Assim esses ativos também podem ser usados em combinação com os filtros convencionais, reduzindo ainda mais o risco do desenvolvimento de doenças da pele.
  • 24. 24 REFERÊNCIAS 1. PK Vayalil, CA Elmets, SK Katiyar. Treatment of green tea polyphenols in hydrophilic cream prevents UVB-induced oxidation of lipids and proteins, depletion of antioxidant enzymes and phosphorylation of MAPK proteins in SKH-1 hairless mouse skin, Carcinogenesis 24: 927-936, 2003. 2. S F´guyer, F Afaq e H Mukhtar. Photochemoprevention of skin cancer by botanical agents, Photodermatol Photoimmunol Photomed 19: 56-72, 2003. 3. F Afaq, VM Adhami e H Mukhtar. Photochemoprevention of ultraviolet B signaling and photocarcinogenesis, Mutation Research 571: 153-173, 2005. 4. SR Pinnel. Cutaneous photodamage, oxidative stress, and topical antioxidant protection, J Am Acad Dermatol 48: 1-19, 2003. 5. SK Katiyar. UV-induced immune suppression and photocarcinogenesis: Chemoprevention by dietary botanical agents, Cancer Lett. Disponível em www.sciencedirect.com . Acesso em 30 abr 2007. 6. M Norval. The mechanisms and consequences of ultraviolet-induced immunoisupression, Progress in Biophysics and Molecular Biology 92: 108- 118, 2006. 7. SE Ullrich. Mechanisms underlying UV-induced immune supression, Mutation Research 571: 185-205, 2005. 8. F Afaq e H Mukhtar. Botanical antioxidants in the prevention of photocarcinogenesis and photoaging, Exp Dermatol 15: 678-684, 2006. 9. AD Kelly, PT Seed, AR Young e SL Walker. A Commercial Sunscreen's Protection Against Ultraviolet Radiation-induced Immunosuppression is More Than 50% Lower Than Protection Against Sunburn in Humans, Journal of Investigative Dermatology 120: 1–7, 2003. 10.Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer (INCA). Câncer de Pele. Disponível em http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=333. Acesso em 21 mai 2007.
  • 25. 25 11.ALA Ferreira, LS Matsubara. Radicais Livres: conceitos, doenças relacionadas, sistema de defesa e estresse oxidativo, Rev Ass Med Brasil 43: 61-68, 1997. 12.B Halliwell e JM Gutteridge. Free radicals and antioxidants in the year 2000. A historical look to the future, Ann N Y Acad Sci 899: 136-147, 2000. 13.SR Maxwell. Prospects for the use of antioxidant therapies, Drugs 49: 345- 361, 1995. 14.L Bergendi, L Benes, Z Buracková e M Ferencik. Chemistry, physiology and pathology of free radicals, Life Sciences 65: 1865-1874, 1999. 15.G Cohen. Enzymatic/nonenzymatic sources of oxyradicals and regulation of antioxidant defenses, Ann N Y Acad Sci 738:8-14, 1994. 16.S Kawanish, Y Hiraku e S Oikawa. Mechanism of guanine-specific DNA damage by oxidative stress and its role in carcinogenesis and aging, Mutation Research 488: 65-76, 2001. 17.DR Bickers e M Athar. Oxidative stress in the pathogenesis of skin disease. J Invest Dermatol 126: 2565-2575, 2006. 18.L Marrot, JP Belaïde, C Jones, P Perez, Meunier JR. Molecular responses to stress induced in normal human caucasian melanocytes in culture by exposure to simulated solar UV, Photochem Photobiol 81: 367-375, 2005. 19.S Katiyar, CA Elmets, SK Katiyar. Green tea and skin câncer: photoimmunology, angiogenesis and DNA repair, Journal of Nutritional Biochemistry 18: 287-296, 2006. 20.G Marti-Mestres, JP Mestres., J Bres, S Martin, J Ramos e L Vian. The "in vitro" percutaneous penetration of three antioxidant compounds, Int J Pharm 331: 139-1442007. 21.PD Cruz. Effects of UV Light on the Immune System: Answers to Five Basic Questions, American Journal of Contact Dermatitis 7: 47-52, 1996. 22.L Meunier, N Raison-Peyron, J Meynadier. Immunosuppression photo- induite et cancers cutanés, Rev Méd Interne 19: 247-254, 1998.
  • 26. 26 23.DF Fiorentino, A Zlotnik, TR Mosmann, M Howard e A O’Garra. IL-10 inhibits cytokine production by activated macrophages, J Immunol 147: 3815-3822, 1991. 24.R Manetti, P Parronchi, MG Giudizi, MP Piccinni, E Maggi, G Trinchieri e S Romagnani. Natural killer cell stimulatory factor (interleukin 12 [IL-12]) induces T helper type 1 (Th1)-specific immune responses and inhibits the development of IL-4-producing Th cells, J Exp Med 177: 1199-1204, 1993. 25.SK Katiyar. Interleukin-12 and photocarcinogenesis, Toxicol Appl Pharmacol. Disponível em www.ncbi.nlm.nih.gov/ . Acesso em 27 mai 2007. 26.N Yusuf, C Irby, SK Katiyar, CA Elmets. Photoprotective effects of green tea polyphenols, Photodermatol Photoimmunol Photomed 23: 48-56, 2007. 27.M Barthelman, WB Bair, KK Stickland, W Chen, BN Timmermann, S Valcic, Z Dong, GT Bowden. (-)-Epigallocatechin-3-gallate inhibition of ultraviolet B- induced AP-1 activity, Carcinogenesis 19: 2201-2204, 1998. 28.SK Katiyar, A Challa, TS McCormick, et al. Prevention of UVB-induced immunosupression in mice by the green tea polyphenol (-)-epigallocatechin- 3-gallate may be associated with alterations in IL-10 and IL-12 production, Carcinogenesis 20: 2117-2124, 1999. 29.TI Wright, JM Spencer e FP Flowers. Chemoprevention of nonmelanoma skin cancer, J Am Acad Dermatol 54: 933-946, 2006. 30.SK Katiyar, NJ Korman, H Mukhar e R Agarwal. Protective Effects of Silymarin Against Photocarcinogenesis in a Mouse Skin Model, Journal of the National Cancer Institute 89: 556-565, 1997. 31.SK Manna, A Mukhopadhyay, NT Van e BB Aggarwal. Silymarin suppresses TNF-induced activation of NF-kappa B, c-Jun N-terminal kinase, and apoptosis, J Immunol 163: 6800-6809,1999. 32.X Zi, H Mukhtar, R Agarwal. Novel cancer chemopreventive effects of a flavonoid antioxidant silymarin: inhibition of mRNA expression of an endogenous tumor promoter TNF alpha, Biochem Biophys Res Commun 239: 334-339, 1997.
  • 27. 27 33.ML Chatterjee, SK Katiyar, RR Mohan e R Agarwal. A Flavonoid Antioxidant, Silymarin, Affords Exceptionally High Protection against Tumor Promotion in the SENCAR Mouse Skin Tumorigenesis Model1, Cancer Research 59: 622-632, 1999. 34.R Agarwal, SK Katiyar, DW Lundgren e H Mukhtar. Inhibitory effect of silymarin, an anti-hepatotoxic flavonoid, on 12-O-tetradecanoylphorbol-13- acetate-induced epidermal ornithine decarboxylase activity and mRNA in SENCAR mice, Carcinogenesis 15: 1099-1103, 1994. 35.ML Chatterjee, R Agarwal e H Mukhtar. Ultraviolet B radiation-induced DNA lesions in mouse epidermis: an assessment using a novel 32P-postlabelling technique, Biochem Biophys Res Commun 229: 590-595, 1996. 36.J Zhao e J Wu. Expression of nuclear transcription factor NF-kappaB in human corneal fibroblasts. Zhonghua Yan Ke Za Zhi 35: 13-15, 1999. 37.C Jiang, R Agarwal e J Lü. Anti-angiogenic potential of a cancer chemopreventive flavonoid antioxidant, silymarin: inhibition of key attributes of vascular endothelial cells and angiogenic cytokine secretion by cancer epithelial cells, Biochem Biophys Res Commun 276: 371-378, 2000. 38.P Limtrakul, S Anuchapreeda, S Lipigorngoson e FW. Dunn Inhibition of carcinogen induced c-Ha-ras and c-fos proto-oncogenes expression by dietary curcumin, BMC Cancer 1: 1-7, 2001. 39.RK Maheshwari, AK Singh, J Gaddipati e RC Srimal. Multiple biological activities of curcumim: A short review, Life Science 78: 2081-2087, 2006. 40.MT Huang, W Ma, P Yen, JG Xie, J Han, K Frenkel, D Grunberger e AH Conney Inhibitory effects of topical application of low doses of curcumin on 12-O-tetradecanoylphorbol-13-acetate-induced tumor promotion and oxidized DNA bases in mouse epidermis, Carcinogenesis 18: 83-88, 1997. 41.MT Huang, W Ma, P Yen, JG Xie, J Han, K Frenkel, D Grunberger e AH Conney. Inhibitory effects of caffeic acid phenethyl ester (CAPE) on 12-O- tetradecanoylphorbol-13-acetate-induced tumor promotion in mouse skin and the synthesis of DNA, RNA and protein in HeLa cells, Carcinogenesis 17: 761-765, 1996.
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