O documento discute a diferença entre tolerância e reconhecimento. A tolerância é a aceitação superficial de diferenças, enquanto o reconhecimento envolve atribuir valor e respeito às diferenças. Reconhecer as particularidades de cada um leva a um convívio mais igualitário, ao contrário da tolerância que impõe uma visão sobre o outro.
1. Intolerância é uma atitude mental caracterizada pela falta de habilidade ou vontade em
reconhecer e respeitar diferenças em crenças e opiniões.
Num sentido político e social, intolerância é a ausência de disposição para aceitar
pessoas com pontos-de-vista diferentes. Como um constructo social, isto está aberto a
interpretação. Por exemplo, alguém pode definir intolerância como uma atitude
expressa, negativa ou hostil, em relação às opiniões de outros, mesmo que nenhuma
ação seja tomada para suprimir tais opiniões divergentes ou calar aqueles que as têm.
Tolerância, por contraste, pode significar "discordar pacificamente". A emoção é um
fator primário que diferencia intolerância de discordância respeitosa
A intolerância pode estar baseada no preconceito, podendo levar à discriminação.
Formas comuns de intolerância incluem ações discriminatórias de controle social,
como racismo, sexismo, homofobia,heterossexismo, etaísmo (discriminação por
idade), intolerância religiosa e intolerância política. Todavia, não se limita a estas
formas: alguém pode ser intolerante a quaisquer idéias de qualquer pessoa.
É motivo de controvérsia a legitimidade de um governo em aplicar a força para impedir
aquilo que ele considera como incitamento ao ódio. Por exemplo, a Primeira Emenda
da Constituição dos Estados Unidos da América permite tais manifestações sem risco de
ação criminal. Em países como Alemanha, França,Portugal e Brasil, as pessoas podem
ser processadas por tal atitude. Esta é uma questão sobre quanta intolerância um
governo deve aceitar e como ele decide o que constitui uma manifestação de
intolerância.
Enquanto prossegue o debate sobre o que fazer com a intolerância alheia, algo que
freqüentemente ignora-se é como reconhecer e lidar com a nossa própria intolerância.
Quem de nós já não se sentiu, de alguma forma, constrangido diante da necessidade de
dar uma resposta sobre ser ou não preconceituoso? Essa resposta pode ser uma
exigência dos amigos ou familiares, do meio social por nós freqüentado ou até mesmo
uma exigência que fazemos a nós próprios.
Obviamente se levará em conta o fato de ter em casa uma empregada negra ou de ter na
empresa funcionários deficientes físicos ou até de não se importar com o fato de que na
escola nossos filhos têm um amigo com necessidades especiais de alguma espécie.
Contudo, isso não é garantia de que reconhecemos essas diferenças ou se apenas
toleramos o convívio.
Vivemos um momento na história da humanidade cuja discussão em muitos ambientes
gira em torno da diversidade. Seja relativamente à escola freqüentada, da religião
escolhida ou mesmo discussão da cultura como um todo. Discute-se o reconhecimento
destes sujeitos como diferentes entre si e, portanto possuidores de direitos e deveres
específicos de cada um dentro de sua realidade. O fato de se perceber que se discute
muito mais o assunto é importante pensar sobre até que ponto existe, realmente, um
reconhecimento.
2. Na verdade o que se pode perceber em muitos casos é que existe uma tolerância das
diferenças. Ou seja, brancos que toleram negros mas não reconhecem seus valores e
direitos enquanto seres humanos; ricos que toleram os pobres porque deles necessitam e
para se mostrarem “humanos” e mais uma infinidade de exemplos que poderiam ser
citados mas não se faz necessário neste momento já que se trata de tolerância e do
reconhecimento em si. Seja como for, reconhecer não é tolerar. Reconhecer tem um
“quê” de verdadeiro, de real, de atribuir um valor ao que é diferente ou ao que é igual, o
que leva a um convívio entre iguais reconhecendo as diferenças. Quando se trata de
tolerância é mais uma questão de imposição, não importa se da parte da realidade, da
sociedade ou até mesmo da lei.
Se é uma questão de tolerância apenas, dificilmente haverá uma valorização da cultura e
das diferenças de cada um. Assim, se nos espaços de convívio comum há negros e
brancos, ricos e pobres, por exemplo, e ali o que existe é tolerância, é só isso que eles
serão, nunca seres humanos que possuem particularidades e valores, o que aconteceria
no caso de se tratar de reconhecimento verdadeiro.
Fonte:
www .pt.wikipedia.org
www.infoescola.com