3. Introdução
Free neste livro está presente mais que uma estratégia promocional, mas sim
uma estratégia de negócio, que pode ditar a sobrevivência de várias empresas.
O autor afirma que estamos a entrar numa era em que a economia pode ser
constituída á volta do conceito do grátis, e explica como isso poderá influenciar
a nossa vida.
O aparecimento do freeconomics, a economia do Grátis, está a ser
maioritariamente representada pelas tecnologias da era digital. A taxa de
deflação anual líquida do mundo on-line é de quase 50%, o que equivale a
dizer que o custo do YouTube para divulgar um vídeo hoje cairá para metade
daqui a um ano. A “regra” que determina o custo de negócios on-line aponta na
mesma direcção, ou seja, para zero. Prevê-se que os preços na internet
avancem todos no mesmo sentido.
O autor do Free “Chris Anderson” refere que no seu trabalho observou dois
conjuntos de pessoas as com mais de 30 anos e as com menos de 30 anos. As
primeiras o grátis esconde alguma coisa do consumidor e logo o preço será
pago. No caso das pessoas de menos de 30 anos, o grátis não representa
nenhuma novidade. Actualmente já é normal não pagar pelas coisas como
jornais, músicas, livros através das bibliotecas que disponibilizam grande
número de obras, jogos on-line, softwares, sites de partilha ilimitados de
ficheiros vídeos e fotografias e emails de grande capacidade totalmente grátis.
A cultura do Grátis sugere novas técnicas económicas, tal como por exemplo
a Google oferece serviços gratuitos na internet para que as pessoas
permaneçam o maior tempo possível conectadas, com isto aumenta a
possibilidade de clicarem em anúncios, que apenas representam cêntimos mas
devido ao elevadíssimo numero de utilizadores os cêntimos transformam-se em
milhões de euros.
Este livro prova que é possível ganhar muito dinheiro, com o modelo
económico do Grátis.
Neste livro estão presentes exemplos históricos e actuais de negócios que
venceram através do Grátis, tal como o inventor das gelatinas e pelo caso da
gillette. A economia do grátis é constituída por subsídios cruzados directos que
são constituídos por exemplo pelas campanhas das operadoras de
comunicações móveis que oferecem telemóveis ás empresas em troca de
elevados gastos em chamadas que é habitual nos dias de hoje.
Economia do grátis também pode ser definida pelo mercado de três
participantes, ou seja, um individuo ao usar um serviço outro irá pagar, é o
caso dos média que são financiados pela publicidade que tem preços
diferenciados consoante horários mais propícios á sua visualização no caso da
televisão e rádio, no caso dos jornais a diferenciação é feita pelo número de
leitores e publico alvo. Essa estratégia, que hoje parece óbvia mas, demorou
muito tempo para ser implementada como modelo de negócios para rádios. No
caso da internet não segue o mesmo modelo aqui as empresas lucram por
4. clique, isto é, por números de visualizações e não por um elevado preço fico
por anúncio.
Outro aspecto da economia do grátis como cita o autor é o “Freemium” este
representa uma revolução do modelo de negócios do grátis. Este modelo
consiste em duas versões do mesmo produto a grátis e a paga. Na versão
grátis o utilizador pode usufruir do produto mas com algumas restrições que
depois de se adaptar ao produto irá estar disposto a pagar por melhorar o
serviço ou a ter acesso a um maior número de conteúdos ou a novas funções.
Como é o caso do dimdim plataforma de comunicação e partilha.
No Mundo do grátis existem também mercados não monetários, isto é,
qualquer coisa que as pessoas resolvem dar sem expectativa de pagamento. O
melhor exemplo é a Wikipedia esta detém uma liderança para dirigir este portal
sem remuneração aparente, mas este tipo de mercado também pode ser usado
como estratégia, ou seja, uma empresa de serviços pode ter um site de
informação que por outras empresas é cobrado um preço afim de cativar novos
clientes e ganhar prestígio perante os seus clientes.
As empresas repararam que existem dois benefícios com este mercado a
atenção e a reputação, Como exemplo temos o valor de mercado do Facebook,
que é totalmente desproporcional ao que conseguem facturar com seus
produtos. Chris Anderson refere que o cenários para as pme´s não é tão
simples, pois na internet as marcas que lideram seus segmentos acabam por
ser quase monopólios, criando empresas gigantescas com as quais é muito
difícil concorrer como por exemplo a Microsoft, Apple, Google, Yahoo, Amazon,
eBay, PayPal, Facebook. Este fenómeno ocorre devido ao tipo de negócio que
ganha consoante o maior numero de consumidores tiver é o caso do Windows
devido ao elevado numero de utilizadores as pessoas preferem trabalhar todas
com o mesmo softwear. No caso do facebook todos os amigos usam facebook
logo, é evidente a sua utilização. É como um efeito de arrastão, com isto, os
custos fixos irão ficar mais distribuídos devido aos milhões de utilizadores e o
preço do produto para a empresa mais próximo de zero devido á receita
daqueles que pagarem para usufruto do produto( no caso da micosoft as
empresas pagam o Windows e no facebook as empresas publicitam no
facebook) estas receitas serão suficientes para gerar receita permitindo altos
investimentos em pesquisa, desenvolvimento e publicidade, atraindo ainda
mais clientes e o refresh do processo.
O futuro é acrescentar valor aos produtos para que os consumidores sintam
que vale a pena pagar pelos mesmos isto é de certa forma não generalizando o
mercado dita o valor dos produtos e não as empresas.
5. Vodafone e o Free
A Vodafone representa um bom exemplo de uma empresa que utiliza esta nova
filosofia negócio. Este tipo de empresas vivem num mercado de grande
concorrência e vêm-se obrigadas tanto oferecer produtos como a baixar os
seus preços afim de aliciar os seus consumidores.
A Vodafone é uma empresa que possui inúmeros serviços comunicações
moveis, fixas, internet e televisão. Esta empresa segue estratégias que estão
reflectidas no Livro “Free” de Chris Anderson.
Um exemplo disso foi o lançamento no passado dia 26 de Maio um serviço de
televisão “experimente grátis em sua casa”. A promoção consiste na
possibilidade de utilizar gratuitamente o serviço base da Vodafone Casa TV
sem custos de adesão e sem compromisso. Este investimento teve um impacto
de cerca de 2,7 milhões de euros e teve como objectivo captar novos clientes
que na maioria utilizam produtos concorrentes. Para além disso a Vodafone TV
anunciou que o canal TVI 24 já está disponível no serviço Casa TV da
Vodafone, na posição 7, o que veio diferenciar-se de outros serviços
concorrentes. O canal de informação de Queluz reforçou assim a oferta da
Casa TV da Vodafone, serviço que passou igualmente a integrar o ETV HD e
SD, o Yes Itália (viagens) e o KidsCo (infantil), também no pacote base e sem
custos adicionais. Outros canais já estão disponíveis como o JimJam (infantil),
The Food Network (culinária) e o Brava HDTV (música) são igualmente canais
que o serviço detém.
A Vodafone no campo das comunicações móveis detém vários tarifários os pré-
pagos e os pós-pagos os primeiros consistem em carregamentos que se
transformam em saldo no caso dos pós-pagos como o próprio nome indica é
pago á posteriori.
Existem várias possibilidades dentro destes tarifários, como pacotes de sms a
preço reduzido, preços fixos para chamadas grátis entre a mesma rede, que
aqui é notoriamente uma estratégia do grátis que torna vantajoso para clientes
e empresa que as pessoas estejam conectadas na mesma rede, isto é, os
clientes vão convencer os seus amigos e familiares a optarem pela Vodafone
afim de falarem entre si gratuitamente o que acontece também nos pacotes de
sms para a mesma rede. Como exemplos deste tipo de serviço temos o vita 91
Extreme e yorn power extravaganza sem mensalidade, onde todos os
carregamentos transforma-se em saldo. Estes tarifários permitem comunicar
através de videochamadas, chamadas, mms e sms entre extremes e
extravaganzas gratuitamente. A diferença do tarifário sem mensalidade para o
que com mensalidade é de que neste novo tarifário o que carrega é saldo
sendo que por cada 12.50 euros por mês pode efectuar chamadas durante 30
dias.
6. Outra estratégia usada por esta empresa consiste em oferecer dias em que as
chamadas e sms são grátis entre a mesma rede para todos os clientes da
Vodafone independentemente do seu tarifário. Esta modalidade tem como
objectivo captar clientes de outras redes mas também estimular o consumo dos
clientes já associados.
A Vodafone também apresenta pacotes para casas com vários serviços TV,
telefone fixo e Internet, oferecendo gratuitamente as chamadas para rede fixa
pagando por todo este pacote um valor mensal fixo. Dentro dos serviços de TV
esta empresa distingue-se pela oferta de serviços como vídeo clube e gravador
guias de programação etc. Isto tem como propósito representar valor
acrescentado para o consumidor.
Para empresas a Vodafone tal como outras operadoras concorrentes oferecem
telefones, telemóveis e outros dispositivos, e em troca as empresas compram
packs de minutos que são calculados com base em necessidades mensais,
que irão determinar um conjunto de serviços extra que são atribuídos como
“oferta” como por exemplo internet no telemóvel, acesso a caixa de correio
electrónico, alojamento de domínios portabilidade das chamadas fixas para o
telemóvel entre outros.
Existem soluções para todo o tipo de negócios como para cafés e restaurantes
onde com as comunicações estão incluídas, Internet a 12 Mbps, TV com
SPORT.TV 1, 2, 3 e SPORT.TV HD oferecidos para alem do conjunto de
canais generalistas pagando uma tarifa fixa.
7. Conclusão
A Vodafone como podemos reparar utiliza as várias modalidades do grátis
como vimos no livro “Free”, e como esta operadora todas as concorrentes
seguem o mesmo percurso. Podemos ver vários exemplos deste novo modelo
económico pois estamos a receber constantemente publicidade de empresas
de televisão por cabo, clínicas de estética, institutos de línguas, marcas de
produtos de beleza, softwares gratuitos, sites de serviços igualmente livres e
até bancos que oferecem cartões de crédito entre outros inúmeros exemplos.
Ao longo dos tempos o crescimento do mercado e a consequente abundância,
levou a uma saturação inevitável, agora os novos empreendedores já não
usam as mesmas estratégias pois no presente á que optar por novos modelos
de negócio e pela diferenciação dos produtos, sempre atendendo ás
necessidades dos consumidores.