1. Edição do dia 19/05/2011
Projeto cria cadastro nacional para
premiar bons pagadores
A idéia é premiar com taxas de juros mais baixas. O
projeto foi aprovado no Congresso. Para entrar em
vigor, falta a sanção presidencial.
Em Brasília, a notícia foi anunciada na noite desta quarta-feira (18): prêmio para quem
está em dia com as suas dívidas. É o cadastro nacional do bom pagador. Quem sempre
paga as contas em dia e oferece menos risco de calote pode ter recompensa. Um projeto
aprovado pelo Congresso cria esse banco de dados que vai centralizar as informações
sobre os consumidores que quiserem fazer parte dele. A idéia é premiar com taxas de
juros mais baixas. Para entrar em vigor, falta a sanção presidencial.
As compras estão parceladas, mas a auxiliar administrativa Gisele Palha não deixa
atrasar o pagamento. “Procuro sempre pagar em dia para não ficar gerando débitos
depois, juros, essas coisas, principalmente cartão de crédito”, comenta.
Que tal fazer parte do cadastro positivo? É uma lista de consumidores que pagam as
contas em dia. Um banco de dados promete uma recompensa. Os bons pagadores
incluídos no cadastro podem ter mais facilidade na hora de pedir empréstimo. Ao
consultar a lista, se o nome do cliente estiver lá, o banco pode oferecer condições
melhores de financiamento.
“A grande vantagem é exatamente essa: os bons pagadores ter um tratamento
diferenciado e ter uma taxa de juro menor do que aqueles que têm risco”, afirma
Adelmir Santana, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do
Distrito Federal (Fecomércio-DF).
“Qualquer crédito que o consumidor venha pleitear pode ter uma melhora na sua taxa
como cheque especial, como financiamento de um veículo, como crédito pessoal, enfim,
crédito imobiliário, qualquer tipo de operação de crédito”, destaca Antonio Carlos
Negrão, diretor jurídico da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
O consumidor só vai fazer parte do cadastro se quiser. Terá de autorizar por escrito a
inclusão do nome na lista. Quem não quiser mais participar pode pedir para ser excluído
a qualquer momento.
“Um banco de dados sempre é bom tanto para o consumidor como para o comerciante”,
acredita o funcionário público Bento Alves. “Eu não ia deixar expor meu nome em
qualquer lista assim”, comenta uma estudante.
Para o Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo Instituto
Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec), o cadastro pode ser
vantajoso para uns e nem tanto para outros.
2. “Aquela pessoa que tem um histórico positivo bom faz sempre a opção de pagar à vista,
não tem histórico de crédito porque paga à vista e não quer ser inserido, ele pode vir a
pagar um juro maior por isso”, alerta o presidente do Ibedec, Geraldo Tardin.
Esse banco de dados vai ser administrado por empresas privadas. O histórico do
consumidor poderá ser consultado de graça a cada quatro meses. Nele, haverá
informações sobre o pagamento de contas de água, luz, telefone e financiamentos. Os
dados vão ficar guardados por um prazo máximo de 15 anos.