3. Mapa com a localização do reino
O Império Mali foi um estado da África Ocidental, perto do rio Níger, que
dominou esta região nos séculos XIII e XIV. De três impérios consecutivos,
este foi o mais extenso territorialmente, comparado com o de Songhai e do
Gana.
4. Organização do Estado:
A sociedade foi dividida em trinta grandes clãs, alguns de artesãos,
outros de guerreiros, outros de homens livres ("ton dyon"), etc. Existia
escravidão eservidão no antigo Mali. Os casamentos eram regulados
por casta , e os casamentos entre membros de castas diferentes eram
proibidos. A guerra era conduzida após a reunião de camponeses-
guerreiros, estes organizados em "kelé-bolon" (contingentes)
controlados por um "kelé-tigui" (general-chefe). O Mali era um império
agrícola. Os malinqués dominavam a cultura do algodão e do
amendoim, introduzidas no país por Sundiata. A queda do Império do
Mali está relacionada às lutas intestinas pela posse do trono, o
crescimento do Império de Gao e os levantes dos reinos vassalos. Os
Peules iniciaram um movimento de resistência liderados por Djadjé no
começo do século XV, ao mesmo tempo em que povos do Tekrur se
associaram aos estados volofos, e as províncias do leste eram
anexados por Gao. Em 1490 o Gao já havia conquistado o Futa, o
Toro, o Bundu e o Dyara. Nessa época, o Imperador do Mali tentou
formar uma aliança com o rei João II de Portugal, mas as missões
diplomáticas não chegaram à Europa. A investida das dinastias Askias
de Gao fez com que o Mali se dissolvesse de vez, quando a capital do
Mali foi ocupada em 1545. Em 1599 o domínio do Gao foi substituído
pelo controle marroquino, e o Mansa Mahmud organizou uma nova
resistência se aproveitando da situação, mas seus homens foram
derrotados pelas armas de fogo dos marroquinos.
5. Características do reino:
O Império do Mali foi um Estado que existiu na África
Ocidental e na Europa entre as décadas de 1230 e de 1600
aproximadamente. Também pode ser considerado uma
etapa da História do atual Mali, embora as fronteiras do
extinto Império do Mali compreendessem regiões onde hoje
se encontram outros países da África. O Império do Mali foi
descrito pelos viajantes árabes como um Estado rico e
suntuoso durante o seu apogeu, e certamente foi um
importante centro comercial da África Moderna. Os Mansas
do Mali ampliaram seu domínio sobre outros reinos da África,
constituindo amplas redes de poder.
6. Economia do reino:
O Mali é um dos países mais pobres do planeta. O
salário médio anual é de 1.500 dólares. Entre 1992 e
1995, Mali implementou um programa de ajuste
econômico que resultou no crescimento de sua
economia e redução dos saldos negativos. O plano de
aumento das condições socioeconômicas permitiu
juntar Mali à Organização Mundial do Comércio em 31
de maio de 1995. O produto interno bruto (PIB)
aumentou desde então. Em 2002, o PIB ascendeu a 3,4
bilhões de dólares, e aumentou para US$5,8 bilhões em
2005, resultando em uma taxa de crescimento anual de
17,6%, aproximadamente. Os principais parceiros
comerciais do Mali são a Costa do Marfim, a França, a
República Popular da China e a Bélgica.
7. A importância dos centros de peregrinação e a arquitetura islâmica:
O Império teve seu apogeu no inicio do século XIV com o
governo de Mansa Mussa, que foi o responsável por
converter todo o Império para o Islamismo. Em sua
peregrinação a Meca (como costume de um islã) Mansa
Mussa teve o acompanhamento de cerca de 15 mil
homens, dizem que nessa comitiva tinha cerca de 100
camelos e uma expressiva quantidade de ouro. E nessa
peregrinação ele trouxe para Mali vários mercadores e sábios
que ajudaram na divulgação da religião islâmica. Foi Mussa
que trouxe também o poeta-arquiteto Abu Issak, conhecido
também como Esseheli, que foi quem planejou a grande
mesquita de Djingareiber que teve inicio sua construção em
1325 e foi terminada por Kandu Mussa.
Quando retornou ao seu Império, Mansa Mussa, determinou a
construção de escolas islâmicas na capital do Império. Assim
a capital que era conhecida por ser um grande centro
comercial ficou conhecida também como um grande centro
de estudos religiosos. Referindo-nos ao comércio o Império
controlava as principais rotas comerciais transaarianas da
costa sul ao norte. Dentre os principais produtos
comercializados estavam o ouro, o sal, o peixe, o
cobre, escravos, couro de animais, nós de cola e cavalos.
8. Mesquita de Djinger-ber, feita por Mansa Mussa
9. Relação com os muçulmanos:
Aproximadamente 90% dos malienses são muçulmanos e a
maioria destes são sunitas. 5% da população é cristã (dois
terços do Igreja Católica e o resto protestante), os restantes
5% correspondem a crenças animistas tradicionais ou
indígenas. O ateísmo e agnosticismo não são muito comuns
entre os malienses, a maioria de quem pratica sua religião
diariamente. Segundo o relatório anual Departamento de
Estado estadunidense, sobre a liberdade religiosa, o Islã é
praticado em Mali, que pode ser considerado um
moderado, tolerante e adaptado às condições locais. As
mulheres participam na vida político-socioeconômica, e
geralmente não usam véus. A Constituição estabelece que
Mali seja um Estado laico e fornece liberdade religiosa. E o
governo respeita amplamente esse direito. As relações entre
muçulmanos e praticantes das minorias religiosas podem ser
considerada amigáveis, e os grupos missionários estrangeiros
(ambos muçulmanos e não muçulmanos) são toleráveis.
10. Motivo da decadência e desagregação do reino:
Mali entrou em decadência a partir de
1400, quando teve seus territórios invadidos
e saqueados. Nestes anos, sofreu a
contínua pressão do império de Gao, que
se fortalecia crescentemente. Quando os
portugueses chegaram às costas do
império, seus territórios estavam reduzidos às
regiões que iam do Níger até o Atlântico.
Os senhores de Mali ofereceram aos
portugueses apoios político e
militar, procurando, assim, reconquistar o
antigo poder. No final do século XVII, pouco
restava do antigo poder de Mali.