1) O documento discute o fenômeno do "backward masking", onde mensagens ocultas são colocadas na música de forma a serem lidas de trás para frente. 2) Explica que essas mensagens podem influenciar o comportamento das pessoas, especialmente jovens, ao serem processadas pelo cérebro de forma inconsciente. 3) Aponta os riscos de serem programados e condicionados por essas mensagens sem o nosso conhecimento ou consentimento.
1. RESUMO DOS TEMAS ABORDADOS NO SEMINÁRIO
REALIZADO POR ELIZABETH PROPHET,
NO HOTEL ROMA, EM LISBOA, EM 14 DE JUNHO DE 1986.
O PODER SECRETO DA MUSICA
BACKWARD MASKING
ELIZABETH PROPHET
SUMMIT LIGHTHOUSE
O termo "backward masking" surgiu pela primeira vez em 1969 e descreve um processo descoberto pelos
Beatles, que foram os primeiros a usá-lo.
É uma técnica através da qual uma mensagem é comunicada de forma subliminar – isto é, sem que a
mente consciente a detecte. Isto é conseguido através de mensagens ocultas colocadas na gravação, do
fim para o princípio. Há dois métodos para consegui-lo:
- A mensagem subliminar pode ser incluída na gravação por processos eletrônicos. O técnico do estúdio
de gravação pode pegar numa passagem normal e deliberadamente regravá-la do fim para o princípio,
de forma que, ao ouvirmos o disco, essa mensagem nos surja como sons indecifráveis.
- Alguns sons ou palavras, quando combinados, podem ter um significado diferente conforme são lidos
do princípio para o fim ou do fim para o princípio. Os membros dos conjuntos de rock gravam vários
ritmos sonoros antes de se proceder à mistura final na mesa de gravação.
Assim, o backmasking pode ser feito sem o conhecimento do próprio artista. No entanto, isto só é
verdade para o método 1, caso em que os técnicos do estúdio têm controle direto sobre a gravação. No
segundo método, pelo contrário, é o artista que está plenamente no controle da situação. Este segundo
método é o mais usado em backmasking.
Perigos do "Backward Masking": Como penetram as mensagens no cérebro?
William H. Yarrol do Applied Pretensuals Institute, de Boulder, no Colorado, que tem estudado
profundamente a estrutura do cérebro há mais de 15 anos em universidades famosas como U.C.L.A. e
Stanford, chegou à conclusão, como o fizeram também outros cientistas, que os dois hemisférios do
cérebro têm funções distintas. Ele diz-nos:
"Em muitos casos, o hemisfério direito, onde estão concentradas as faculdades intuitivas, criativas e
experimentais, predomina nos bebês e nas crianças pequenas".
"Mais tarde, com a experiência, por tentativa e erro, através de mensagens e valores comunicados pelos
pais, através de fatos apresentados em livros e nos meios de comunicação, e também da aprendizagem
de seqüências lógicas tais como o uso da língua e a aritmética (que usam aquilo a que costumamos
chamar de o hemisfério esquerdo), os pensamentos e os padrões de ação começam a ser programados. "
"Esta programação permite-nos fazer face a situações de rotina e serve como padrão de referência para
provar a "realidade", para interpretar e integrar as informações mais criativas procedentes do cérebro
direito, mais espontâneo."
"Se esta integração dos valores e a prova e exames lógicos não ocorrem, o indivíduo permanece
totalmente aberto e vulnerável à programação subliminar, como no caso do backmasking e da
publicidade. "
"Em muitos adultos jovens continua a predominar o cérebro "direito", tornando-os demasiado
espontâneos emocionalmente, o que dá origem a uma preferência natural pelos movimentos criativos e
emotivos da música rock – em cuja composição predomina o hemisfério direito."
"É por isso que os adolescentes constituem o mercado e alvo principal do "backmasking" do rock. O
maior perigo para jovens sensíveis – aqueles sem um sistema de valores forte ou sem uma forte
disciplina emocional – é a sua receptividade inconsciente a estas mensagens.
"Conforme a natureza da mensagem e o número de vezes que esta é repetida, podem surgir no indivíduo
padrões de comportamento anti-sociais. .."
"Quando uma mensagem audível penetra no cérebro ela começa por passar pela "válvula de controle" do
cérebro, o sistema ativador reticular. Baseados na programação anterior, nos valores estabelecidos, nas
respostas emocionais e no nosso condicionamento, a mensagem é então aceita ou rejeitada... " (de "The
Brain and Rock Music", William H. Yarrol)
William H. Yarrol explica o seguinte sobre as mensagens subliminares numa carta que escreveu a um
investigador de música rock, em Santa Ana (Califórnia).
2. "Tal como já mencionei, na base do cérebro existe uma estrutura preliminar conhecida como o sistema
ativador reticular. Esta área está instalada naquilo a que eu chamo o mecanismo de condicionamento da
resposta. Estes mecanismos têm tendência a rejeitar informações que não sejam desejadas ou
informações que nos sejam inaceitáveis. " (...)
"Um exemplo poderia ser o uso das palavras "Satanás é Senhor", que, para a maioria das pessoas é, estou
certo, uma informação indesejável e não necessária. Em particular os cristãos sentiriam um mecanismo
profundo de rejeição perante a frase "Satanás é Senhor"."
"No entanto, as palavras "Natas si drol" ("Satan is lord" escrito do fim para o princípio) não significam
nada. Por isso , quando essa frase penetra no cérebro na fase preliminar, ela passa sem ser detida (ou
rejeitada) através do referido mecanismo na zona de triagem ou filtragem preliminar."
"Uma vez que a verdadeira mensagem está disfarçada, o cérebro pensa: "Esta informação pode entrar",
em vez de rejeitá-la automaticamente como sucederia se ouvíssemos "Satanás é Senhor"."
"Quando esta frase penetra no lado esquerdo do cérebro, tudo leva a crer, por se tratar de uma
informação pouco familiar, que seja transferida para o hemisfério criativo do cérebro..."
"Finalmente, aquilo que me preocupa é sobretudo o seguinte: estou convencido de que o cérebro direito
criativo consegue sistematicamente decodificar este "Natas si drol" e, como sempre fez quando
armazena informações, armazena permanentemente esta mensagem como um fato na estrutura
inconsciente dos neurônios."
Assim, tanto faz que a mensagem seja ouvida do princípio para o fim ou do fim para o princípio, porque
o cérebro é capaz de decifrar palavras escritas ou faladas tanto para frente como para trás.
O mesmo ocorre quando nos mostram uma fotografia de cabeça para baixo. O nosso cérebro "vira-a"
automaticamente ao contrário, e podemos compreendê-la e interpretá-la. Como disse Wilson Brian K.,
uma autoridade sobre a manipulação subliminar:
"Muitas pessoas conseguem, quando em transe hipnótico, ler fluentemente aquilo que lhes é mostrado
com o texto invertido ou visto ao espelho, o que leva a crer que o cérebro está em condições de captar
informações apesar de distorções aparentemente incompreensíveis. "
Assim, o perigo que corremos com estas mensagens subliminares do "backward masking" é de sermos
programados e condicionados sem saber e contra a nossa vontade!