1. anta D. Joana de Portugal, (também chamada Santa
Joana Princesa) nasceu a 6 de fevereiro de 1452 em
Lisboa e morreu em Aveiro a 12 de maio de 1490
com 38 anos. Foi uma princesa portuguesa da Dinastia de
Avis, filha do rei D. Afonso V e de sua primeira mulher, a
rainha D. Isabel. Chegou a ser jurada Princesa herdeira da
Coroa de Portugal, título que manteve atá ao nascimento do
seu irmão, o futuro rei D. João II. Foi regente do reino
em 1471, por altura da expedição de D. Afonso V a Arzila. Foi
uma grande apoiante do irmão. Após recusar várias propostas
de casamento, Joana juntou-se ao convento dominicano de
Jesus, em Aveiro em 1475. Seu irmão, foi dado como herdeiro,
para que a linha da família não estivesse em perigo de
extinção. Ainda assim, ela foi obrigada várias vezes a deixar o convento e voltar à corte. Recusou
uma proposta de casamento de Carlos VIII de França, 18
anos mais novo que ela. Em 1485, recebeu outra oferta, do
recém-viúvo Ricardo III de Inglaterra, que era apenas oito
meses mais novo. Joana nunca chegou a professar votos de
freira dominicana por ser princesa real e potencial herdeira do
trono. No entanto viveu a maior parte da sua vida no Convento
de Jesus de Aveiro, onde se encontra sepultada,
desde 1475 até à sua morte, seguindo em tudo a regra de
vida e estilo das monjas. A princesa Joana foi beatificada a 4
de abril de 1693 pelo Papa Inocêncio XII, tendo a festa a 12
de Maio. E o Papa Paulo VI, a 5 de Janeiro de1965, declarou-
a especial protectora da cidade de Aveiro.
No início do século XVIII, a nobreza portuguesa, clero e corte tiveram um interesse pela
princesa. Durante este tempo, o artista português Manuel Ferreira e Sousa foi contratado por várias
instituições religiosas, nobres e até a família real para pintar cenas da sua vida.
S
Pinturas de Manuel
Ferreira e Sousa da
Princesa Santa Joana de
Portugal
2. O museu de Santa Joana
O Convento de Jesus foi construído no século XV. De
início era apenas uma casa de recolhimento e só em
1464 é que nele foi instalado o Convento Dominicano.
Passados anos, deu entrada neste convento a Infanta D.
Joana com 19 anos, e aqui permaneceu até que em 12
de Maio de 1490 a tuberculose a matou. Em 1834 as leis
portuguesas acabam com as ordens religiosas e os bens
do Convento passam para o Estado. Aí foi então
instalado um colégio feminino com o nome da Princesa.
Com a instauração da República em 1910 o colégio é
encerrado e em 1911 é instalado o Museu de Aveiro. O
museu contém uma exposição temporária e uma
exposição permanente com peças cristãs como quadros
e esculturas. É constituido ainda por uma parte histórica
com a igreja, o claustro, as várias capelas, o refeitório,
entre outros locais, do convento de Jesus.
A Lenda de Santa Joana
Era rei de Portugal D. Afonso V, quando lhe
nasceu a primeira filha a quem deu o nome de
Joana. Até ao nascimento de seu irmão, o
Príncipe D. João, ela foi considerada herdeira do
Trono e por isso foi educada para poder governar.
Quando tinha três anos, a princesa perdera a mãe
e por isso foi educada pela sua tia. Era muito bela
mas no entanto preferia passar o tempo em
orações e a meditar, do que a preparar-se para
casar. Foi dando a desculpa aos seus
pretendentes que o seu desejo era ser religiosa. O
seu pai partiu para o Norte de África em 1471,
numa importante expedição, deixando-a como
regente do Reino. Quando D. Afonso V chegou
vitorioso, a Princesa pediu-lhe que a deixasse
entrar num convento. O seu pai autorizou-a a
entrar para o Convento de Odivelas. Mais tarde
transferiu-se para "Santa Clara" em Coimbra e
depois definitivamente para o Convento de Jesus
em Aveiro. Quando o seu irmão foi aclamado Rei
de Portugal deu a sua irmã o Senhorio de Aveiro
para que ela pudesse viver condignamente. A
princesa não quis nada para si e preferiu viver
pobre e humildemente, dando tudo aos pobres
que batiam à porta do Convento. Certo dia, conta
a lenda, adoeceu a Princesa Santa. Tinha então
38 anos, e diz-se que morreu corroída pela
tuberculose. Os povos de Aveiro crêem que a sua
Santa morreu antes envenenada. E quando o seu
enterro passou nos jardins do Convento, que ela
tratara com tanto amor, deu-se um facto
milagroso: todas as flores caíram sobre o caixão,
como que prestando a sua última homenagem à
real Senhora que delas tratara como uma vulgar
camponesa. Foi realmente um facto espantoso e
jamais visto, este milagre das flores suicidando-se
colectivamente. As árvores e flores que ela
plantara, regara e cuidara dias inteiros com a
ajuda das Irmãs, choraram por ela, segundo
afirmam os que seguiam na procissão. As flores
murcharam e desfolharam-se.
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