SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 59
Baixar para ler offline
Colecção E-books APN | N.º 31
1 de Outubro de 2013 | Dia Internacional das Pessoas Idosas
Alimentação no Ciclo
de Vida
Alimentação na pessoa idosa
Ficha técnica
Título: Alimentação no Ciclo de Vida: Alimentação na pessoa idosa
Colecção E-books APN: N.º 31, de 2013
Direcção Editorial: Helena Ávila M.
Concepção: Mariana Barbosa
Corpo redactorial: Mariana Barbosa, Liliana Granja
Produção gráfica: Mariana Barbosa, Raquel Esteves
Propriedade: Associação Portuguesa dos Nutricionistas | APN
Redacção: Mariana Barbosa
Revisão Científica: Cláudia Afonso, Cecília Morais | Faculdade de Ciências da Nutrição
e Alimentação da Universidade do Porto; Maria João Quintela | Sociedade Portuguesa
de Geriatria e Gerontologia
ISBN: 978-989-8631-11-4
Novembro de 2013
© APN
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
Índice
> Prefácio
> Contextualização
> Determinantes do estado nutricional da pessoa idosa
> Envelhecimento e estado nutricional
> Avaliação do estado nutricional
> Necessidades nutricionais
> Recomendações alimentares
> Conselhos úteis
> Exemplo de um dia alimentar
> Notas finais
> Anexo A. A que equivale uma porção?
> Anexo B. Receitas
> Anexo C. Adaptação das receitas
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
Prefácio
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
4/58
O diálogo participativo com múltiplas parcerias, é de longa data uma abordagem
indispensável para o reforço da promoção e protecção da saúde para um
envelhecimento activo e saudável, baseado no conhecimento científico e na
participação activa dos cidadãos de todas as idades, ao longo da vida.
Nesse sentido, esta iniciativa de articulação entre a Associação Portuguesa dos
Nutricionistas e a Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia, para a
elaboração de um E-book sobre nutrição das pessoas idosas, é mais uma acção de
reforço da acção informativa junto dos cidadãos mais velhos e de todas as idades no
quadro do conceito de Envelhecimento Activo da Organização Mundial da Saúde.
Temos como ponte comum, a nutrição e alimentação, cujas boas regras são válidas
para todas as idades, e um dos principais pilares para um envelhecimento activo e
saudável, participativo, em segurança, para a promoção da saúde e qualidade de vida,
e ganho de mais anos de vida com independência.
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
5/58
Queremos que este trabalho seja útil e produza resultados positivos na melhoria da
consciência sobre a importância desta matéria, que deveria ser uma preocupação
fundamental da família, da escola, da educação, formação e desenvolvimento ao
longo da vida.
Hoje em dia, sabemos que os aspectos da nutrição e alimentação dos nossos mais
velhos, exigem um olhar abrangente sobre a saúde oral, prevenção do isolamento, da
solidão, da incerteza e da fragilidade económica, da depressão e discriminação pela
idade, e sobre os aspectos negativos da fase da Reforma e do mau trato social e tantas
vezes pelos mais próximos, sem respeito pela dignidade humana.
Queremos que este E-book abra uma janela para novas mentalidades, positivas e
proactivas, e contribua para capacitar mais as pessoas de que, em qualquer idade,
podem fazer muito pelas suas próprias vidas, e pela dos outros, melhorando a sua
alimentação e nutrição e sendo um exemplo de alimentação saudável para os netos e
toda a família, amigos, comunidade e sociedade.
Maria João Quintela
Prefácio
> O envelhecimento é um processo complexo, irreversível, progressivo e natural, que se
caracteriza por modificações morfológicas, psicológicas, funcionais e bioquímicas que
influenciam a nutrição e alimentação das pessoas 1.
> O envelhecimento é também um processo natural e dinâmico, acompanhado por um
conjunto de alterações que aumentam o risco de défices nutricionais 2.
> Na pessoa idosa, um estado nutricional inadequado contribui de forma significativa
para o aumento da incapacidade física, da morbilidade e da mortalidade
condicionando a qualidade de vida 2.
> A desnutrição da pessoa idosa é muitas vezes subdiagnosticada, por ser confundida
com sinais de envelhecimento, pelo que o seu reconhecimento precoce é fundamental
para uma correcção adequada e atempada, com benefícios na saúde e na economia 2,3.
Contextualização
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
6/58
> No final do século XX, início do século XXI, a nutrição foi reconhecida como um
aspecto importante no âmbito da saúde pública, em particular nas pessoas idosas.
Com base no aumento da esperança média de vida, emergiu neste período a relação
entre nutrição e envelhecimento 2,4,5.
> Segundo evidências epidemiológicas é possível concluir que o risco de inúmeras
patologias associadas ao envelhecimento pode ser minimizado por uma intervenção
adequada ao nível dos estilos de vida, nomeadamente da alimentação/nutrição e
actividade física 4,5.
> A intervenção na área da nutrição deve realizar-se de forma articulada com
diferentes profissionais, nomeadamente nutricionistas, médicos, enfermeiros, entre
outros, bem como cuidadores, famílias, lares e centros de convívio.
Contextualização
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
7/58
> A Organização Mundial de Saúde (OMS) descreve a qualidade de vida associada ao
envelhecimento como um “conceito amplo e subjectivo que inclui de forma complexa
a saúde física, o estado psicológico, o grau de independência, as relações sociais, as
crenças e convicções pessoais e a sua relação com aspectos importantes do meio
ambiente”1.
> A OMS define ainda “Envelhecimento Activo” como o processo de optimização das
oportunidades para a saúde, participação e segurança, para melhorar a qualidade de
vida das pessoas que envelhecem 1.
O “Envelhecimento Activo” baseia-se principalmente em três pilares 6:
Contextualização
Diminuição do risco
de doença e/ou
incapacidade
Perfeita integração
na sociedade
Promoção do estado
de saúde mental
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
8/58
A velocidade de progressão do envelhecimento depende de diversos factores:
- factores não modificáveis (genéticos e bioquímicos);
- factores passíveis de modificação (ambientais, psicológicos, sociais e estilo de vida)2,3.
Da mesma forma, a alimentação e a nutrição, bem como outros factores ambientais, têm
um enorme impacto na saúde e bem-estar, sendo condicionantes da qualidade de vida
das pessoas idosas 6,7.
Todos estes factores têm repercussões importantes no estado nutricional das pessoas
idosas, na capacidade de se alimentarem e nutrirem adequadamente, cujo impacto é
maior em situações de vulnerabilidade social, isolamento e pobreza 2.
Determinantes do estado
nutricional da pessoa idosa
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
9/58
A adesão a estilos de vida saudáveis pode desempenhar um papel importante no
envelhecimento 1,2.
Factores que influenciam a qualidade de vida:
Interacções
socias
Funcionamento
físico, mental e
emocional
Independência
Actividade
física
Fonte: Adaptado de ADA 7
Doenças e
tratamento
Condições de
vida
Estado de
saúde, nutrição
e bem-estar
Cuidador
Família
Comunidade
Indivíduo
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
10/58
Espiritualidade
Religião
Políticas sociais
e saúde
Determinantes do estado
nutricional da pessoa idosa
Os factores que condicionam o estado nutricional das pessoas idosas podem ser
organizados em quatro grupos:
Estado
Nutricional da
pessoa idosa
a. Factores ambientais
b. Factores neuropsicológicos
d. Factores socioeconómicos e culturais
c. Factores fisiológicos
Envelhecimento
Factores
Genéticos
Idade
Género
Estado
Físico/Funcional
Fonte: Adaptado de Boyle AM. et al 8 e AND 10
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
11/58
Determinantes do estado
nutricional da pessoa idosa
Habitação inadequada
Falta de meios e condições para confeccionar
refeições
Dificuldade de acesso à aquisição/preparação
dos géneros alimentícios
Falta de apoio de serviços comunitários
Saúde oral
Acuidade sensorial
Inactividade/imobilidade
Perda de massa muscular
Aumento da massa gorda
Diminuição da densidade óssea
Diminuição da função imunitária
Diminuição do ph gástrico
Baixo nível de educação
Marginalização
Baixos rendimentos
Pobreza
Acesso limitado a cuidados médicos
Falta de conhecimentos alimentares/nutricionais
Crenças e mitos
Institucionalização
Elevados gastos de saúde
Doenças neurológicas (Parkinson, Alzheimer, outras
demências…)
Diminuição das capacidades cognitivas
Depressão
Alterações do estado emocional
a. Factores ambientais: b. Factores neuropsicológicos:
c. Factores fisiológicos: d. Factores socioeconómicos e culturais:
Fonte: Adaptado de Boyle AM. et al 8
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
12/58
Determinantes do estado
nutricional da pessoa idosa
Envelhecimento e estado
nutricional
Decorrente do envelhecimento natural, outras limitações podem ocorrer, com
consequências, na ingestão alimentar e no estado nutricional:
> Problemas de mastigação: alterações nas gengivas e dentes e utilização de próteses
dentárias não ajustadas, podem conduzir à diminuição ou eliminação da ingestão de
certos alimentos;
> Problemas de deglutição: podem ser causados pela produção insuficiente de saliva e
consequente secura da boca, tremor, ataque cardíaco, candidíase orofaríngea e
esofágica, entre outros;
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
13/58
Envelhecimento e estado
nutricional
> Perda ou diminuição de capacidades sensoriais: alterações fisiológicas ou
iatrogénicas no paladar, na visão ou no olfacto podem condicionar a ingestão de
alimentos;
> Patologias: anorexia, infecções crónicas e recorrentes, doenças oncológicas,
hipertiroidismo, hiperparatiroidismo, hipoadrenalismo, gastrite atrófica, doença celíaca,
intolerância à lactose, depressão e demência;
> Desidratação: pode ocorrer devido à diminuição da percepção da sede e consequente
ingestão hídrica insuficiente ou por aumento das perdas de líquidos (infecção,
demência; diuréticos);
> Alterações gastrointestinais: obstipação (devido à diminuição da motilidade
intestinal, inadequada ingestão de líquidos e fibras), flatulência, diarreia, entre outros;
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
14/58
Envelhecimento e estado
nutricional
> Patologia mental e psiquiátrica: demência, paranóias, manias;
> Tabaco e bebidas alcoólicas: o tabagismo pode diminuir o apetite e conduzir a
desnutrição. O álcool pode agravar os sintomas de algumas patologias (hipertensão
arterial, diabetes e dislipidemia) e provocar prejuízo cognitivo, hepatopatia,
insuficiência pancreática e miocardiopatia;
> Medicamentos: com o aumento da idade é frequente a polimedicação. É de extrema
importância ter em atenção as possíveis interacções fármaco-fármaco, fármaco-
alimento, fármaco-estado nutricional. Os medicamentos podem interferir no estado
nutricional por vários mecanismos relacionados com a absorção, metabolismo e
excreção de diversos nutrientes 2,3,4,9.
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
15/58
> A malnutrição pode ser consequência de um excesso, défice ou desequilibro de
nutrientes e energia que pode agravar o estado nutricional das pessoas idosas 4,9.
> Um estado nutricional inadequado contribui de forma significativa para o aumento da
mortalidade, agrava o prognóstico das pessoas idosas com doenças agudas e aumenta o
recurso à hospitalização e institucionalização.
> Segundo os dados do European Nutrition for Health Aliance, a prevalência da
malnutrição nas pessoas idosas é elevada. Mais de 50% das pessoas idosas
hospitalizadas com mais de 60 anos e 77% com mais de 80 anos sofrem de malnutrição,
devido a uma ingestão alimentar inadequada e não por falta de alimentos 3,11.
Avaliação do estado
nutricional
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
16/58
A desnutrição pode ser devida a:
> diminuição da ingestão alimentar/nutricional;
> aumento das perdas nutricionais;
> a alteração do metabolismo dos nutrientes;
> aumento das necessidades nutricionais 11.
Avaliação do estado
nutricional
A identificação da desnutrição é fundamental para a realização de um diagnóstico
precoce de forma a intervir individualizadamente para controlar e reverter a situação3, 11.
Para tal, torna-se essencial promover uma avaliação e monitorização adequada do
estado nutricional da pessoa idosa.
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
17/58
São objectivos da avaliação do estado nutricional:
- determinar a adequação da ingestão alimentar/nutricional às necessidades
individuais;
- identificar factores de risco de desnutrição;
- diagnosticar situações de desnutrição;
- identificar a etiologia dos défices nutricionais;
- elaborar e aplicar estratégias terapêuticas;
- avaliar a efectividade da estratégia aplicada 4,11.
Avaliação do estado
nutricional
A avaliação do estado nutricional pode ser feita em 4 níveis:
Avaliação
clínica e
funcional
Avaliação da
ingestão
alimentar
Avaliação
antropométrica
e da
composição
corporal
Avaliação
bioquímica e
imunológica
   
Esta avaliação deverá ser efectuada por um profissional especializado e é essencial o
recurso a equipamentos calibrados e precisos aplicando técnicas validadas 2,4.
Fonte: Adaptado de Afonso C. et al 4
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
18/58
> Com o avançar da idade, há uma diminuição dos mecanismos de ingestão, digestão,
absorção, transporte e excreção de sustâncias, o que se traduz em necessidades
nutricionais particulares nesta fase do ciclo de vida 2,9.
> Nesta faixa etária as necessidades energéticas poderão eventualmente diminuir, devido
a um eventual decréscimo da actividade física e da consequente redução da massa
muscular 6,10.
> No entanto, grande parte das necessidades em micronutrientes (vitaminas e minerais)
mantêm-se inalteradas ou podem mesmo aumentar 4.
Necessidades nutricionais
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
19/58
É fundamental a elaboração cuidada e personalizada de um plano alimentar, de forma
a assegurar uma ingestão energética adequada para suprir as necessidades em
micronutrientes e manutenção do peso corporal adequado 4,6.
Manutenção do peso corporal adequado e suprir as
necessidades em micronutrientes
Elaboração cuidada e personalizada do plano alimentar
(identificando e monitorizando necessidades individuais)
Ingestão energética adequada
Necessidades nutricionais
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
20/58
Necessidades nutricionais
Com o aumento da idade, as necessidades nutricionais podem estar aumentadas,
devido ao comprometimento da absorção e utilização eficaz de certos nutrientes 4.
Alterações fisiológicas do envelhecimento e respectivo impacto nas necessidades energéticas 4,13.
Alteração na composição corporal ou função fisiológica Impacto nas necessidades nutricionais
Diminuição da massa muscular Diminuição das necessidades energéticas
Diminuição da densidade óssea Aumento das necessidades em cálcio e vitamina D
Diminuição da função imunitária Aumento das necessidades em vitamina B6, vitamina E e zinco
Aumento do ph gástrico Aumento das necessidades em vitamina B12, ácido fólico, cálcio, ferro
e zinco
Diminuição da capacidade da pele para produção de
colecalciferol
Aumento das necessidades em vitamina D
Aumento da capacidade para produção de hormona
paratiróide (Inverno)
Aumento das necessidades em vitamina D
Diminuição da biodisponibilidade em cálcio Aumento das necessidades em cálcio e vitamina D
Diminuição da função hepática do retinol Diminuição da necessidade em vitamina A
Aumento do estado de stress oxidativo Aumento das necessidades em betacaroteno, vitamina c e vitamina E
Aumento dos níveis de homocisteína Aumento das necessidades em folatos, vitamina B6 e vitamina B12
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
21/58
Necessidades nutricionais
Défice de nutrientes específicos no envelhecimento e suas consequências | Vitaminas 2,3,10,14,15
Vitaminas Consequência Principais Fontes Alimentares
Vitamina D* Desmineralização e perda da massa óssea;
papel fundamental na prevenção e no atraso da
progressão da osteoporose e outras doenças como o
cancro, as cardiovasculares , diabetes e fragilidade do
sistema imunitário.
*especialmente em pessoas idosas institucionalizados e
com menos exposição o solar
Óleo de fígado de bacalhau, peixes “gordos” (salmão, arenque, atum,
sardinhas…) fígado, gema de ovo, leite e derivados ricos em gordura.
Vitamina E Aumento do risco de infecções e de doença coronária. Óleos de origem vegetal, frutos gordos (avelãs, nozes e amêndoas),
cereais e derivados pouco refinados, hortícolas (folha de verde escura),
gema de ovo, queijo.
Vitamina K Maior risco de hemorragias. Hortícolas (espinafres, brócolos, repolho, cenoura…), óleos vegetais,
leguminosas, batata.
Vitamina B6 Redução de linfócitos B. Pescado, carnes, fígado, frutos, cereais e derivados pouco refinados,
leguminosas, frutos gordos.
Vitamina B12 Anemia megoblástica e distúrbios neurológicos,
afectando a função sensorial e motora.
Vísceras, carnes, marisco, ovos, produtos lácteos (excepto manteiga)
Ácido Fólico Anemia megoblástica, depressão,
hiperhomocisteinemia.
Hortícolas de folha verde escura, fígado, frutos gordos, leguminosas
(feijão e ervilhas), gema de ovo, cereais e derivados pouco refinados.
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
22/58
Necessidades nutricionais
Minerais Consequência Principais Fontes Alimentares
Cálcio Desmineralização e perda da massa óssea, debilidade e
dores articulares; papel fundamental na prevenção e no
atraso da progressão da osteoporose e outras doenças
como o cancro, as cardiovasculares , diabetes e
fragilidade do sistema imunitário.
Lacticínios, hortícolas de folha verde escura, ovos, pescado, frutos
gordos.
Fósforo alterações neurológicas, musculares, esqueléticas e
hematológicas; debilidade e dores articulares.
Leite e derivados, pescado, gema de ovo, frutos gordos, leguminosas,
cacau.
Selénio Enfraquecimento do sistema imunitário. Pescado (crustáceos), carne, gema de ovo, hortícolas, (cebola, tomate,
brócolo…), cereais e derivados pouco refinados.
Zinco Alteração na cicatrização e função imunológica. Pescado (crustáceos e moluscos), carnes, gema de ovo, leite e derivados,
fígado, leguminosas.
Potássio Arritmias, confusão mental. Fruta (banana, laranja…), batata, leguminosas, frutos gordos, pescado,
cacau.
Ferro Anemia. Carnes, vísceras, gema de ovo, pescado, leguminosas, frutos gordos,
hortícolas de folha verde escura.
Nota: nos alimentos de origem vegetal o ferro é menos absorvido.
Magnésio Tremores, espasmos musculares, alterações de humor,
anorexia, náuseas e vómitos.
Cereais e derivados pouco refinados, leguminosas (feijão e grão de bico),
castanha, frutos gordos, fruta fresca (banana, figo,…).
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
23/58
Défice de nutrientes específicos no envelhecimento e suas consequências | Minerais 2,3,10,14,15
Recomendações
alimentares
A Nova Roda dos Alimentos é composta
por 7 grupos de alimentos de diferentes
dimensões, os quais indicam a proporção
com que um deles deve estar presente na
alimentação diária 16.
Cereais e derivados, tubérculos: 28%
Hortícolas: 23%
Fruta: 20%
Lacticínios: 18%
Carnes, pescado e ovos:5 %
Leguminosas : 4%
Gorduras e óleos : 2%
Como é constituída?
De forma a optimizar o estado nutricional
das pessoas idosas, sugere-se seguir as
recomendações da Nova Roda dos
Alimentos, guia alimentar para a
população Portuguesa.
Fonte: Adaptado de Rodrigues SSP et al 16
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
24/58
Cereais e derivados, tubérculos
Hortícolas
Fruta
Lacticínios
Carnes, pescado e ovos
Leguminosas
Gorduras e óleos
Recomendações
alimentares
Neste grupo inserem-se:
Os alimentos deste grupo caracterizam-se por:
> Cereais (arroz, trigo, milho, centeio, aveia e
cevada) e seus derivados (farinha, pão, massas,
cereais de pequeno-almoço);
> Batata e outros tubérculos;
> Castanha.
- Serem a principal fonte de hidratos de carbono
da alimentação;
- Maiores fornecedores de energia para o
organismo;
- Constituídos principalmente por hidratos de
carbono, vitaminas do complexo B, minerais e
fibras alimentares 17 .
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
25/58
Cereais e derivados, tubérculos
Hortícolas
Fruta
Lacticínios
Carnes, pescado e ovos
Leguminosas
Gorduras e óleos
Recomendações
alimentares
Neste grupo inserem-se:
Os alimentos deste grupo caracterizam-se por:
- Serem fornecedores de fibras alimentares,
vitaminas e minerais 17 .
>Hortaliças (nabiças, grelos, couve, couve-flor);
>Legumes: raízes (cenouras, rabanetes, beterraba),
bolbos (cebolas, alhos) e frutos (abóbora, pepino e
tomate).
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
26/58
Cereais e derivados, tubérculos
Hortícolas
Fruta
Lacticínios
Carnes, pescado e ovos
Leguminosas
Gorduras e óleos
Recomendações
alimentares
Neste grupo inserem-se:
Os alimentos deste grupo caracterizam-se por:
- Serem fornecedores de vitaminas, minerais,
fibras alimentares e quantidades variáveis de
hidratos de carbono;
- Destaca-se a quantidade de água presente em
alguns frutos (melão, melancia, morangos,
laranja, entre outros) 17 .
>Fruta fresca (maçã, pêra, morangos, ameixa,
pêssego, laranja, kiwi, manga, papaia, entre
outros).
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
27/58
Cereais e derivados, tubérculos
Hortícolas
Fruta
Lacticínios
Carnes, pescado e ovos
Leguminosas
Gorduras e óleos
Recomendações
alimentares
Neste grupo inserem-se:
Os alimentos deste grupo caracterizam-se por:
- Serem fornecedores de proteínas de elevado
valor biológico, cálcio, fósforo.
- Apresentam ainda quantidades apreciáveis de
vitaminas (A, B2 e D) 17 .
>Leite, iogurte, leites fermentados, queijos, queijo
fresco e requeijão.
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
28/58
Cereais e derivados, tubérculos
Hortícolas
Fruta
Lacticínios
Carnes, pescado e ovos
Leguminosas
Gorduras e óleos
Recomendações
alimentares
Neste grupo inserem-se:
Os alimentos deste grupo caracterizam-se por:
- Serem fornecedores de proteínas de elevado valor
biológico, vitaminas do complexo B e minerais (ferro,
fósforo, iodo, entre outros).
- Apresentam quantidades de gordura variáveis entre
alimentos do mesmo grupo. As carnes brancas
apresentam gordura de melhor qualidade (menos ácidos
gordos saturados). Os peixes gordos (sardinha, salmão,
atum, entre outros) são mais ricos em ácidos gordos
ómega 3.
Recomenda-se:
- nas refeições principais alternar entre carne, pescado e
ovo;
- diversificar o consumo dos tipos de carne e privilegiar a
ingestão de carnes brancas e de peixe;
- inclusão de peixe gordo pelo menos 2 a 3 vezes por
semana 17 .
>Carnes vermelhas (vaca, cabrito, cordeiro, porco);
>Carnes brancas (aves, coelho);
>Pescado (peixe, marisco, crustáceos e moluscos);
>Ovos.
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
29/58
Cereais e derivados, tubérculos
Hortícolas
Fruta
Lacticínios
Carnes, pescado e ovos
Leguminosas
Gorduras e óleos
Recomendações
alimentares
Neste grupo inserem-se:
Os alimentos deste grupo caracterizam-se por:
- Serem fornecedores de hidratos de carbono,
proteínas, vitaminas (B1, B2), minerais e fibras
alimentares 17 .
>Leguminosas frescas (ervilhas, favas);
>Leguminosas secas (grão-de-bico, feijão,
lentilhas).
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
30/58
Cereais e derivados, tubérculos
Hortícolas
Fruta
Lacticínios
Carnes, pescado e ovos
Leguminosas
Gorduras e óleos
Recomendações
alimentares
Neste grupo inserem-se:
Os alimentos deste grupo caracterizam-se por:
- Serem fornecedores de gorduras e vitaminas
lipossolúveis (A,D,E e K);
- As gorduras de origem animal apresentam
elevado teor de ácidos gordos saturados e
colesterol;
- As de origem vegetal apresentam ácidos gordos
insaturados (mono e poli) e por isso de melhor
qualidade 17 .
>Azeite;
>Óleos alimentares;
>Banha de porco;
>Natas;
>Matérias gordas para barrar (manteiga e cremes
vegetais para barrar).
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
31/58
A Nova Roda dos Alimentos transmite as
orientações para uma Alimentação Saudável:
 Completa: comer alimentos de cada grupo e
beber água diariamente;
 Equilibrada: comer maior quantidade de
alimentos pertencentes aos grupos de maior
dimensão e menor quantidade dos que se
encontram nos grupos de menor dimensão;
 Variada: comer alimentos diferentes dentro de
cada grupo variando diariamente, semanalmente e
nas diferentes épocas do ano16 .
Recomendações
alimentares
O que nos ensina?
Variada
Completa
Equilibrada
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
32/58
Recomendações
alimentares
A água, não possuindo um grupo próprio,
está também representada em todos eles,
pois faz parte da constituição de quase
todos os alimentos16.
A menor percepção da sensação de sede
é bastante frequente nas pessoas idosas e
determina um elevado risco para a
desidratação. Este facto verifica-se
particularmente em casos de perdas
aumentadas de líquidos (diarreias,
vómitos, queimaduras, diuréticos), pelo
que se deve ter em especial atenção a
ingestão de água por este grupo2.
Como é constituída?
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
33/58
Diariamente devem incluir-se porções de
todos os grupos de alimentos.
O número de porções recomendadas
depende das necessidades energéticas
individuais.
As crianças de 1 a 3 anos devem guiar-se pelos
limites inferiores e os homens activos e os rapazes
adolescentes pelos limites superiores; a restante
população incluindo as pessoas idosas devem
orientar-se pelos valores intermédios. Os
indivíduos mais sedentários devem guiar-se pelos
limites mais baixos e os mais activos pelos limites
superiores em relação ao ponto médio16.
Recomendações
alimentares
Como se utiliza?
Nova Roda dos Alimentos.
(A que equivale um porção ? Ver anexo B.)
4-11 porções
3-5 porções
3-5 porções
1-3 porções
2-3 porções
1,5-4,5 porções
1-2 porções
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
34/58
Recomendações
alimentares
Adaptação da Roda dos Alimentos à população idosa
Inclui informação adicional, de
forma a facilitar transmissão das
recomendações para este grupo
etário, complementares à prática
de uma alimentação saudável,
promoção da pratica de
actividade física e da socialização.
Fonte: Adaptado de Afonso C. et al 4
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
35/58
Fonte: Adaptado de Rodrigues et al 16
Além das recomendações da Roda dos Alimentos:
1. Não omitir refeições, evitando estar mais de 3h30 sem comer;
2. As refeições devem ser pouco volumosas e facilmente digeríveis;
3. Preferir alimentos nutricionalmente densos como frutos e hortícolas;
4. Adaptar a consistência dos cozinhados quando existirem dificuldades ao mastigar e
engolir ou flatulência;
5. Preparar as refeições com diferentes cores, sabores, formas, texturas e aromas. Ter
em atenção a apresentação das refeições;
6. Fazer as refeições com companhia, sempre que possível, e num ambiente calmo e
agradável;
Conselhos úteis
Fonte: Adaptado de Afonso C. et al 4
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
36/58
7. Experimentar novos alimentos e novas receitas evitando consumir enlatados e pré-
confeccionados por sistema;
8. Utilizar ervas aromáticas, condimentos e sumo de limão para temperar os
cozinhados (evitando o excesso de sal), de forma a melhorar o sabor dos alimentos,
minimizado assim as consequências da diminuição do paladar;
9. Beber água regularmente, mesmo não sentindo sede;
10. Moderar o consumo de açúcar, sal, gorduras e bebidas alcoólicas;
11. Preparar mais quantidade das refeições e congelar as porções em recipientes
individuais para outras ocasiões;
Conselhos úteis
Além das recomendações da Roda dos Alimentos:
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
37/58
Fonte: Adaptado de Afonso C. et al 4
12. Após a compra de alimentos, fraccioná-los em quantidades ajustadas às suas
necessidades;
13. Comprar pouca quantidade de alimentos de cada vez. Por exemplo, na compra de
fruta comprar uma peça madura, uma média e uma verde;
14. Confeccionar bem os alimentos (ovos, carnes, peixe e marisco), para evitar toxi-
infecções alimentares;
15. Lavar correctamente e desinfectar frutos e hortícolas antes do seu consumo;
16. Dar uma caminhada antes das refeições para estimular o apetite e estar atento às
alterações do mesmo;
Conselhos úteis
Além das recomendações da Roda dos Alimentos:
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
38/58
Fonte: Adaptado de Afonso C. et al 4
17. Incentivar o consumo de pratos tradicionais Portugueses adequados do ponto e
vista nutricional que incluam leguminosas e hortícolas;
18. Estar atento às modificações involuntárias do apetite ou de peso;
19. Medir e registar o peso semanalmente;
20. Ser fisicamente activo, de acordo com as capacidades individuais.
Conselhos úteis
Além das recomendações da Roda dos Alimentos:
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
39/58
Fonte: Adaptado de Afonso C. et al 4
Cuidados especiais em patologias e condicionantes do estado nutricional:
> Dificuldades de mastigação e digestibilidade:
Este problema é bastante comum nesta faixa etária, pelo que é aconselhado adaptar a
textura e consistência dos alimentos 2,4.
Conselhos úteis
Cozinhar bem os alimentos e misturar com líquidos (leite; chá; sopa; caldos), de forma a facilitar a
sua mastigação e ingestão.
Cereais, derivados e tubérculos:
Integrar os hortícolas (mais fibrosos e duros ) na sopa, ensopados, jardineiras e deixar cozer bem.
Hortícolas:
Optar por fruta mais madura, cozida ou assada; Substituir a peça de fruta por sumos naturais ou
batidos.
Fruta:
Recomendações de textura e consistência dos alimentos:
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
40/58
Conselhos úteis
Preferir produtos lácteos menos gordos.
Alternar a fonte proteica (carne, pescado ou ovos); variar os métodos de confecção (para carnes
mais duras preferir cozidos, estufados, picados e desfiados).
Demolhar antes de confeccionar e depois triturar com a varinha para serem melhor digeridas.
Leguminosas:
Lacticínios:
Carne, Pescado e Ovos:
Procurar moderar a adição de gordura na confecção e preparação dos alimentos.
Óleos e Gorduras:
Beber 1,5-3L por dia; se preferir adicione à agua pedaços de fruta ou ervas aromáticas para lhe dar
sabor (limão; pepino; canela; hortelã). O consumo de chás ou infusões sem açúcar, sumos de fruta,
caldos e sopas podem contribuir para a satisfação das necessidades hídricas.
Água:
Recomendações de textura e consistência dos alimentos (continuação):
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
41/58
1 prato de sopa de hortícolas
(250ml);
Prato:*
1 bife de frango (50g) recheado com
beringela e espinafres*;
Arroz de cenoura e ervilhas (8
colheres de sopa rasas);
1 laranja (160g).
Pequeno - almoço: 7h30
Exemplo de
um dia alimentar
1 iogurte sólido magro de aromas
(125g);
3 bolachas tipo Maria;
1 banana (160g).
1 chávena de leite meio gordo com
cevada (250ml);
1 pão de mistura (50g) com 1 colher
de sobremesa de manteiga/creme
vegetal para barrar (15g);
1 kiwi (80g).
Merenda da manhã: 10h30 Almoço: 13h00
* Ver receita no anexo B.
Nota: A planificação do dia alimentar apresentado destina-se a indivíduos saudáveis. Para casos ou situações
específicas deverá consultar um nutricionista. Plano alimentar calculado para 2000Kcal.
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
42/58
1 prato de sopa de hortícolas
(350ml);
Prato:*
1 medalhão de pescada (50g) cozido;
3 batatas pequenas cozidas (125g);
Brócolos e cenouras cozidos a
vapor;
1 maçã pequena (80g).
Merenda da tarde: 16h30
Exemplo de
um dia alimentar
1 chávena de chá de camomila;
3 bolachas de água e sal.
1 copo de leite meio gordo com
cevada (125ml);
1 pão de mistura (50g) com ¼ de
queijo fresco (15g);
1 pêra (160g).
Jantar: 20h00 Ceia: 22h30
* Ver receita no anexo B.
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
43/58
Nota: A planificação do dia alimentar apresentado destina-se a indivíduos saudáveis. Para casos ou situações
específicas deverá consultar um nutricionista. Plano alimentar calculado para 2000Kcal.
Exemplo de
um dia alimentar
Não esquecer: Beber água ao longo do dia (8 copos).
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
44/58
Exemplo de
um dia alimentar
Para pessoas idosas com problemas de mastigação e deglutição sugere-se uma
adaptação do dia alimentar, que exemplificamos em seguida, em termos de textura e
consistência dos alimentos, garantindo que a refeição seja igualmente apelativa 2 .
No entanto salienta-se a importância da mastigação de alimentos de consistência dura,
na actividade estimulante do hipocampo cerebral, na manutenção das funções de
memória e aprendizagem 4.
Assim, recomenda-se que a alimentação deverá privilegiar a mastigação de alimentos
sólidos.
A adaptação da consistência e textura das refeições deverá ser aconselhada por um
profissional especializado, de acordo com as especificidades individuais da pessoa
idosa.
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
45/58
1 prato de sopa de hortícolas (250ml);
Prato: *
1 bife de frango (50g) recheado com
beringela e espinafres*;
Arroz de cenoura e ervilhas (8 colheres
de sopa rasas);
1 laranja (160g) (descascar e triturar a
polpa).
Pequeno - almoço
Exemplo de
um dia alimentar
1 iogurte sólido magro de aromas
(125g);
3 bolachas tipo Maria;
1 banana (160g).
(Misturar todos os ingredientes no
liquidificador)
1 chávena de leite meio gordo com
cevada (250ml);
1 pão de mistura (50g) com 1 colher
de sobremesa de manteiga/creme
vegetal para barrar (15g);
(amolecer o pão no leite)
1 kiwi (80g) (optar pelos mais maduros e
triturar).
Merenda da manhã Almoço
Adaptação do dia alimentar, para pessoas idosas com problemas de mastigação/deglutição:
* Ver receita no anexo C.
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
46/58
Nota: A planificação do dia alimentar apresentado destina-se a indivíduos saudáveis. Para casos ou situações
específicas deverá consultar um nutricionista. Plano alimentar calculado para 2000Kcal.
1 prato de sopa de hortícolas
(250ml);
Prato: *
1 medalhão de pescada (90g) cozido;
3 batatas pequenas cozidas (125g);
Brócolos e cenouras cozidos a
vapor;
1 maçã pequena (80g) (cozer e/ou fazer
puré).
Exemplo de
um dia alimentar
1 chávena de chá de camomila;
3 bolachas de água e sal redondas
(35g) (amolecer as bolachas no chá) .
1 copo de leite meio gordo com
cevada (125ml);
1 pão de mistura (50g) (amolecer o pão
no leite) com ¼ de queijo fresco (15g)
(comer o queijo fresco com colher);
1 pêra (160g) (cozer).
Merenda da tarde Jantar Ceia
Adaptação do dia alimentar, para pessoas idosas com problemas de mastigação/deglutição:
* Ver receita no anexo C.
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
47/58
Nota: A planificação do dia alimentar apresentado destina-se a indivíduos saudáveis. Para casos ou situações
específicas deverá consultar um nutricionista. Plano alimentar calculado para 2000Kcal.
O envelhecimento não deverá ser entendido como um problema, mas uma parte
natural do ciclo de vida, sendo desejável que constitua uma oportunidade para viver de
forma saudável e autónoma o maior tempo possível.
Os serviços de saúde, os profissionais, os cuidadores, os familiares e a comunidade, em
parceria com as redes sociais, devem proporcionar a adopção de comportamentos
saudáveis, de forma a preservar ao máximo a integração deste grupo na sociedade,
bem como acompanhar o envelhecimento individual, as suas fragilidades e as
alterações demográficas.
Envelhecer com saúde, autonomia e independência deve ser um objectivo individual
de vida e, em simultâneo, uma responsabilidade colectiva para com as pessoas idosas
7,9,10,18.
Notas finais
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
48/58
Anexo A.
Anexo A.
A que equivale uma porção?
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
49/58
Anexo A.
A que equivale uma porção?
Grupo de alimentos Porções recomendadas Uma porção
Cereais, derivados e
tubérculos
4-11 porções - 1 pão (50g)
- 1 fatia fina de broa (70g)
- 1 e ½ batata - tamanho médio (125g)
- 5 colheres de sopa de cereais de pequeno-almoço (35g)
- 6 bolachas - tipo Maria / água e sal (35g)
- 2 colheres de sopa de arroz / massa crus (35g)
- 4 colheres de sopa de arroz / massa cozinhados (110g)
Hortícolas 3-5 porções - 2 chávenas almoçadeiras de hortícolas crus (180g)
- 1 chávena almoçadeira de hortícolas cozinhados (140g)
Fruta 3-5 porções - 1 peça de fruta - tamanho médio (160g)
Lacticínios 2-3 porções - 1 chávena almoçadeira de leite (250ml)
- 1 iogurte líquido ou 1 e 1/2 iogurte sólido (200g)
- 2 fatias finas de queijo (40g)
- 1/4 de queijo fresco - tamanho médio (50g)
- 1/2 requeijão - tamanho médio (100g)
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
50/58
Anexo A.
A que equivale uma porção?
Grupo de alimentos Porções recomendadas Uma porção
Carne, peixe e ovos 1,5-4,5 porções - Carnes / pescado crus (30g)
- Carnes / pescado cozinhados (25g)
- 1 ovo - tamanho médio (55g)
Leguminosas 1-2 porções - 1 colher de sopa de leguminosas secas cruas (ex: grão de
bico, feijão, lentilhas) (25g)
- 3 colheres de sopa de leguminosas frescas cruas (ex:
ervilhas, favas) (80g)
- 3 colheres de sopa de leguminosas secas / frescas
cozinhadas (80g)
Gorduras 1-2 porções - 1 colher de sopa de azeite / óleo (10g)
- 1 colher de chá de banha (10g)
- 4 colheres de sopa de nata (30ml)
- 1 colher de sobremesa de manteiga / margarina (15g)
Água 1,5 a 3 L - 8 copos
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
51/58
Anexo B.
Anexo B.
Receitas
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
52/58
Ingredientes (para 4 doses):
* 1 e ½ cháv. almoçadeira de arroz agulha;
* 3 cháv. almoçadeiras de água;
* 1 dente de alho;
* sal q.b.;
* 1 colheres de sobremesa de azeite;
* 2 cháv. almoçadeiras de cenoura crua aos
quadradinhos;
* 12 colheres de sopa de ervilhas.
Anexo B.
Receitas |
Bife de frango recheado com beringela e espinafres:
Arroz de cenoura e ervilhas:
Ingredientes (para 4 doses):
* 200g de bifes de frango;
* ½ beringela cortada em rodelas finas;
* 2 folhas de manjericão;
* salsa q.b.;
* orégãos q.b.;
* sal q.b.;
* 1,5 colheres de sopa de polpa de tomate;
* 1 e ½ cháv. almoçadeira de espinafres;
* 1 limão;
* 2 colheres de sobremesa de azeite.
Preparação/confecção:
* Temperar os bifes de frango com os orégãos, uma pitada de sal e sumo de
limão;
* Grelhar a beringela num fio de azeite e temperar com o manjericão e a salsa;
* Transferir a mistura para uma picadora e triturar bem;
* Transferir novamente para uma frigideira anti-aderente, juntar o molho de
tomate e os espinafres triturados e envolver bem;
* Colocar o recheio dentro dos bifes de frango e enrolar;
* Dispor os bifes num tabuleiro e regar com um fio de azeite;
* Levar ao forno pré-aquecido a 200º durante trinta minutos.
Preparação/confecção:
* Num tacho aqueça um fio de azeite e junte-lhe o dente de alho, as ervilhas e a
cenoura descascada e cortada em quadradinhos;
* Acrescente o arroz e envolva-o bem;
*Adicione a água a ferver e tempere com sal;
* Deixe cozinhar até a água evaporar na totalidade.
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
53/58
Anexo B.
Receitas |
Medalhão de pescada cozido:
Batatas cozidas com brócolos e cenouras cozidos a vapor:
Ingredientes (para 4 doses):
* 4 medalhões de pescada (200g);
* 1 cebola média;
* 2 dentes de alho;
* 1 ramo pequeno de salsa
* Folha de aipo: q.b.
* sal q.b.;
* 2 colheres de chá de azeite;
* 1 folha de louro.
Preparação/confecção:
* Coloque água num tacho. Junte sal, a cebola cortada grosseiramente, os
dentes de alho esmagados sem a casca,, a salsa, o aipo, a folha de louro e um fio
de azeite;
* Leve ao lume brando;
* Quando ferver, adicione as postas de pescada uma a uma, e depois deixe cozer
(10 a 15 min.);
* Temperar com 1 colheres de sobremesa de azeite.
Ingredientes (para 4 doses):
* 12 batatas pequenas;
* 180g de cenoura;
* 180g brócolo;
* sal q.b..
Preparação/confecção:
* Coloque água num tacho com sal:
* Leve ao lume médio;
* Descasque as batatas e a cenoura;
* Quando ferver, adicione as batatas, as cenouras, o brócolo e deixe cozer.
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
54/58
Anexo C.
Anexo C.
Adaptação das Receitas
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
55/58
Anexo C.
Receitas |
Bife de frango recheado com beringela e espinafres:
Arroz de cenoura e ervilhas:
Preparação/confecção:
Após a preparação e confecção descritas no Anexo B.:
* Colocar o bife de frango numa frigideira anti-aderente e grelhar;
* Num copo alto, partir o bife em pedaços pequenos e triturar com a varinha, adicionando a
água fervida até à consistência desejada;
* Num copo alto, colocar a mistura de beringela, espinafres e o molho de tomate e triturar com
a varinha, adicionando o molho de tomate até à consistência desejada.
Preparação/Confecção:
Após a preparação e confecção descritas no Anexo B.:
* Deixe cozinhar sem deixar evaporar totalmente a água;
* Num copo alto, colocar o arroz, ainda com a água da fervura e triturar com a varinha, até à
consistência desejada.
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
56/58
Anexo C.
Receitas |
Medalhão de pescada cozido:
Batatas cozidas com brócolos e cenouras cozidos a vapor;
Preparação/confecção:
Após a preparação e confecção descritas no Anexo B.;
* Num copo alto, colocar o medalhão de pescada em pedaços pequenos e triturar com a
varinha, adicionando a água da cozedura do peixe até à consistência desejada.
Preparação/confecção:
Após a preparação e confecção descritas no Anexo B.;
* Num copo alto, colocar individualmente as batatas em pedaços pequenos, os brócolos e as
cenouras e triturar com a varinha, adicionando a água da cozedura até à consistência desejada.
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
57/58
Referências
1. World Health Organization (WHO). Active Ageing, A Policy Framework. A contribution of the WHO to the Second United Nations World
Assembly on Ageing, Madrid, Spain, April, 2002
2. Ferry M, Alix E. A nutrição na pessoa idosa – Aspectos fundamentais, clínicos e psicossociais. 2ª Edição. Lusociência, Loures, 2002
3. Bento A, Martins A, Cordeiro T. Intervenção Farmacêutica no Idoso – Guia Prático Volume II – Nutrição e o Idoso. 1ªEdição. Associação Nacional
das Farmácias. 2009:5-18
4. Afonso C, Morais C, de Almeida MDV. Alimentação e Nutrição in Manual de Gerontologia – Aspectos biocomportamentais, psicológicos e sociais
do envelhecimento. Lidel, 2012
5. Kravchenco JS. Nutrition and the Ederly. In B Caballero, L Allen, A Prentice. Encyclopedia of Human Nutrition. Elsevier. 2008; 578-587
6. Bates CJ, Benton D, Biesalski HK, el al. Nutrition and aging: a consensus statement. The Journal of Nutrition Health and Aging. 2002; 6:103-116
7. American Dietetic Association (ADA). Position of the American Dietetic Association: nutrition aging and the continuum of care. Journal of the
American Dietetic Association. 2005; 105: 616-633
8. Boyle AM, Morris DH. Co mmunity Nutrition in Action: an entrepreneurial approach. 2 Edition. Wadsworth. 1999
9. American Dietetic Association (ADA). Position of the American Dietetic Association: food and nutrition programs for community – residing
older adults. Journal of the American Dietetic Association. 2010; 110: 463-472
10. Position of the Academy of Nutrition and Dietetics: Food and Nutrition for Older Adults: Promoting Health and Wellness. 2012. Journal of the
Academy of Nutrition and Dietetics Vol. 112, Issue 8, Pages 1255-1277
11. Enzi G, Sergi G, Coin A, Inelmen EM, Busetto L, Pisent C, Peruzza S. Clinical aspects od malnutrition. The Journal of Nutrition Health and Aging.
2001. 5(4):284-287
12. Wilson MMG, Morley JE. Nutritional assesment and suport in chronic disease management. Handbook of Clinical Nutrition and Ageing. Human
Press. 2004
13. Blumberg J. Nutritional nedds of seniors. Journal American College of Nutrition. 1997; 16(6):517-523
14. Mahan L, Escott-Stump S. Krause – Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 12ª edição. Saunders Elsevier. 2010
15. Instituto do Consumidor, Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação. Guia: Nutrientes, Aditivos e Alimentos. Instituto do Consumidor.
2004
16. Rodrigues SSP, Franchini B, Graça P, de Almeida MDV. A new food guide for the portuguese population: development and yechinal
considerations. Journal of Nutrition Education and Behavior. 2006
17. Instituto do Consumidor, Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação. Guia: Os Alimentos na Roda. Instituto do Consumidor. 2003
18. Direcção Geral da Saúde (DGS). Programa Nacional para a Saúde das Pessoas Idosas. Direcção Geral da Saúde. 2004
Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
58/58
ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICI ONISTAS
Rua João das Regras, n.º 284 - R/C 3 | 4000-291 Porto
Telf. 22 2085981 | Fax: 22 2085145
geral@apn.org.pt | www.apn.org.pt | facebook.com/associacaoportuguesanutricionistas
Av. Miguel Bombarda, nº61 R/C Esqº | 1050-161 Lisboa
Telf:213 584 380 |Fax:213 584 389
geral@spgg.com.pt | http://www.spgg.com.pt

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Ebook_Alimentacao_Ciclo_de_Vida_Idoso.pdf

Alimentação vegetariana em idade escolar
Alimentação vegetariana em idade escolarAlimentação vegetariana em idade escolar
Alimentação vegetariana em idade escolarLicínia Simões
 
Promoção da alimentação saudável - doc MS
Promoção da alimentação saudável - doc MSPromoção da alimentação saudável - doc MS
Promoção da alimentação saudável - doc MSgisa_legal
 
Como é que portugal promove uma alimentação saudável
Como é que portugal promove uma alimentação saudávelComo é que portugal promove uma alimentação saudável
Como é que portugal promove uma alimentação saudávelcomerontemehoje
 
Linhas de-orientação-para-uma-alimentação-vegetariana-saudável
Linhas de-orientação-para-uma-alimentação-vegetariana-saudávelLinhas de-orientação-para-uma-alimentação-vegetariana-saudável
Linhas de-orientação-para-uma-alimentação-vegetariana-saudávelTeresa Gomes
 
Linhas de-orientação-para-uma-alimentação-vegetariana-saudável
Linhas de-orientação-para-uma-alimentação-vegetariana-saudávelLinhas de-orientação-para-uma-alimentação-vegetariana-saudável
Linhas de-orientação-para-uma-alimentação-vegetariana-saudávelLicínia Simões
 
Edualimentarreferencial
EdualimentarreferencialEdualimentarreferencial
Edualimentarreferencialprojectopes
 
Requisitos nutricionais na idade escolar
Requisitos nutricionais na idade escolarRequisitos nutricionais na idade escolar
Requisitos nutricionais na idade escolarSara Bagagem
 
10 passos para uma Alimentação Saudável para Crianças - Ministério da Saúde
10 passos para uma Alimentação Saudável para Crianças - Ministério da Saúde10 passos para uma Alimentação Saudável para Crianças - Ministério da Saúde
10 passos para uma Alimentação Saudável para Crianças - Ministério da SaúdeProf. Marcus Renato de Carvalho
 
Guia alimentar da população brasileira 2014.
Guia alimentar da população brasileira 2014. Guia alimentar da população brasileira 2014.
Guia alimentar da população brasileira 2014. Fabrízia Sampaio
 
NUTRIÇÃO_ QUESTÕES DE APRENDIZAGEM (1).pdf
NUTRIÇÃO_ QUESTÕES DE APRENDIZAGEM  (1).pdfNUTRIÇÃO_ QUESTÕES DE APRENDIZAGEM  (1).pdf
NUTRIÇÃO_ QUESTÕES DE APRENDIZAGEM (1).pdfaldeiza1
 
Desenvolvimento do ciclo de vida - Idosos: perdas de ganhos
Desenvolvimento do ciclo de vida - Idosos: perdas de ganhosDesenvolvimento do ciclo de vida - Idosos: perdas de ganhos
Desenvolvimento do ciclo de vida - Idosos: perdas de ganhosJessica Monteiro
 
ATENDIMENTO AO IDOSO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE E AS COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO
ATENDIMENTO AO IDOSO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE E AS COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIROATENDIMENTO AO IDOSO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE E AS COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO
ATENDIMENTO AO IDOSO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE E AS COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIROCentro Universitário Ages
 
2350489 guia-alimentar-brasileiro-min-saude-2004
2350489 guia-alimentar-brasileiro-min-saude-20042350489 guia-alimentar-brasileiro-min-saude-2004
2350489 guia-alimentar-brasileiro-min-saude-2004na cozinha
 
BOOK_Mod2_Saude_Sociedade_revisao_final_4.pdf
BOOK_Mod2_Saude_Sociedade_revisao_final_4.pdfBOOK_Mod2_Saude_Sociedade_revisao_final_4.pdf
BOOK_Mod2_Saude_Sociedade_revisao_final_4.pdfDaniela Chucre
 
1606917552-dia-6-palestra-alimentacao-e-o-desenvolvimento-infantil-apresentac...
1606917552-dia-6-palestra-alimentacao-e-o-desenvolvimento-infantil-apresentac...1606917552-dia-6-palestra-alimentacao-e-o-desenvolvimento-infantil-apresentac...
1606917552-dia-6-palestra-alimentacao-e-o-desenvolvimento-infantil-apresentac...DanielleJeffersonDia
 
Nutrição Infantil - Leito Materno e Complementação alimentar
Nutrição Infantil - Leito Materno e Complementação alimentarNutrição Infantil - Leito Materno e Complementação alimentar
Nutrição Infantil - Leito Materno e Complementação alimentarErly Batista Neto
 

Semelhante a Ebook_Alimentacao_Ciclo_de_Vida_Idoso.pdf (20)

Alimentação vegetariana em idade escolar
Alimentação vegetariana em idade escolarAlimentação vegetariana em idade escolar
Alimentação vegetariana em idade escolar
 
Promoção da alimentação saudável - doc MS
Promoção da alimentação saudável - doc MSPromoção da alimentação saudável - doc MS
Promoção da alimentação saudável - doc MS
 
Como é que portugal promove uma alimentação saudável
Como é que portugal promove uma alimentação saudávelComo é que portugal promove uma alimentação saudável
Como é que portugal promove uma alimentação saudável
 
Linhas de-orientação-para-uma-alimentação-vegetariana-saudável
Linhas de-orientação-para-uma-alimentação-vegetariana-saudávelLinhas de-orientação-para-uma-alimentação-vegetariana-saudável
Linhas de-orientação-para-uma-alimentação-vegetariana-saudável
 
Linhas de-orientação-para-uma-alimentação-vegetariana-saudável
Linhas de-orientação-para-uma-alimentação-vegetariana-saudávelLinhas de-orientação-para-uma-alimentação-vegetariana-saudável
Linhas de-orientação-para-uma-alimentação-vegetariana-saudável
 
Edualimentarreferencial
EdualimentarreferencialEdualimentarreferencial
Edualimentarreferencial
 
Requisitos nutricionais na idade escolar
Requisitos nutricionais na idade escolarRequisitos nutricionais na idade escolar
Requisitos nutricionais na idade escolar
 
Visa educação e nutrição - peso saudável
Visa   educação e nutrição - peso saudávelVisa   educação e nutrição - peso saudável
Visa educação e nutrição - peso saudável
 
10 passos para uma Alimentação Saudável para Crianças - Ministério da Saúde
10 passos para uma Alimentação Saudável para Crianças - Ministério da Saúde10 passos para uma Alimentação Saudável para Crianças - Ministério da Saúde
10 passos para uma Alimentação Saudável para Crianças - Ministério da Saúde
 
Guia alimentar da população brasileira 2014.
Guia alimentar da população brasileira 2014. Guia alimentar da população brasileira 2014.
Guia alimentar da população brasileira 2014.
 
NUTRIÇÃO_ QUESTÕES DE APRENDIZAGEM (1).pdf
NUTRIÇÃO_ QUESTÕES DE APRENDIZAGEM  (1).pdfNUTRIÇÃO_ QUESTÕES DE APRENDIZAGEM  (1).pdf
NUTRIÇÃO_ QUESTÕES DE APRENDIZAGEM (1).pdf
 
Desenvolvimento do ciclo de vida - Idosos: perdas de ganhos
Desenvolvimento do ciclo de vida - Idosos: perdas de ganhosDesenvolvimento do ciclo de vida - Idosos: perdas de ganhos
Desenvolvimento do ciclo de vida - Idosos: perdas de ganhos
 
ATENDIMENTO AO IDOSO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE E AS COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO
ATENDIMENTO AO IDOSO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE E AS COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIROATENDIMENTO AO IDOSO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE E AS COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO
ATENDIMENTO AO IDOSO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE E AS COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO
 
2350489 guia-alimentar-brasileiro-min-saude-2004
2350489 guia-alimentar-brasileiro-min-saude-20042350489 guia-alimentar-brasileiro-min-saude-2004
2350489 guia-alimentar-brasileiro-min-saude-2004
 
BOOK_Mod2_Saude_Sociedade_revisao_final_4.pdf
BOOK_Mod2_Saude_Sociedade_revisao_final_4.pdfBOOK_Mod2_Saude_Sociedade_revisao_final_4.pdf
BOOK_Mod2_Saude_Sociedade_revisao_final_4.pdf
 
Nutrição do idoso
Nutrição do idosoNutrição do idoso
Nutrição do idoso
 
Trabalho nutrição
Trabalho nutriçãoTrabalho nutrição
Trabalho nutrição
 
Saúde do Idoso.pptx
Saúde do Idoso.pptxSaúde do Idoso.pptx
Saúde do Idoso.pptx
 
1606917552-dia-6-palestra-alimentacao-e-o-desenvolvimento-infantil-apresentac...
1606917552-dia-6-palestra-alimentacao-e-o-desenvolvimento-infantil-apresentac...1606917552-dia-6-palestra-alimentacao-e-o-desenvolvimento-infantil-apresentac...
1606917552-dia-6-palestra-alimentacao-e-o-desenvolvimento-infantil-apresentac...
 
Nutrição Infantil - Leito Materno e Complementação alimentar
Nutrição Infantil - Leito Materno e Complementação alimentarNutrição Infantil - Leito Materno e Complementação alimentar
Nutrição Infantil - Leito Materno e Complementação alimentar
 

Ebook_Alimentacao_Ciclo_de_Vida_Idoso.pdf

  • 1. Colecção E-books APN | N.º 31 1 de Outubro de 2013 | Dia Internacional das Pessoas Idosas Alimentação no Ciclo de Vida Alimentação na pessoa idosa
  • 2. Ficha técnica Título: Alimentação no Ciclo de Vida: Alimentação na pessoa idosa Colecção E-books APN: N.º 31, de 2013 Direcção Editorial: Helena Ávila M. Concepção: Mariana Barbosa Corpo redactorial: Mariana Barbosa, Liliana Granja Produção gráfica: Mariana Barbosa, Raquel Esteves Propriedade: Associação Portuguesa dos Nutricionistas | APN Redacção: Mariana Barbosa Revisão Científica: Cláudia Afonso, Cecília Morais | Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto; Maria João Quintela | Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia ISBN: 978-989-8631-11-4 Novembro de 2013 © APN Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
  • 3. Índice > Prefácio > Contextualização > Determinantes do estado nutricional da pessoa idosa > Envelhecimento e estado nutricional > Avaliação do estado nutricional > Necessidades nutricionais > Recomendações alimentares > Conselhos úteis > Exemplo de um dia alimentar > Notas finais > Anexo A. A que equivale uma porção? > Anexo B. Receitas > Anexo C. Adaptação das receitas Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
  • 4. Prefácio Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 4/58 O diálogo participativo com múltiplas parcerias, é de longa data uma abordagem indispensável para o reforço da promoção e protecção da saúde para um envelhecimento activo e saudável, baseado no conhecimento científico e na participação activa dos cidadãos de todas as idades, ao longo da vida. Nesse sentido, esta iniciativa de articulação entre a Associação Portuguesa dos Nutricionistas e a Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia, para a elaboração de um E-book sobre nutrição das pessoas idosas, é mais uma acção de reforço da acção informativa junto dos cidadãos mais velhos e de todas as idades no quadro do conceito de Envelhecimento Activo da Organização Mundial da Saúde. Temos como ponte comum, a nutrição e alimentação, cujas boas regras são válidas para todas as idades, e um dos principais pilares para um envelhecimento activo e saudável, participativo, em segurança, para a promoção da saúde e qualidade de vida, e ganho de mais anos de vida com independência.
  • 5. Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 5/58 Queremos que este trabalho seja útil e produza resultados positivos na melhoria da consciência sobre a importância desta matéria, que deveria ser uma preocupação fundamental da família, da escola, da educação, formação e desenvolvimento ao longo da vida. Hoje em dia, sabemos que os aspectos da nutrição e alimentação dos nossos mais velhos, exigem um olhar abrangente sobre a saúde oral, prevenção do isolamento, da solidão, da incerteza e da fragilidade económica, da depressão e discriminação pela idade, e sobre os aspectos negativos da fase da Reforma e do mau trato social e tantas vezes pelos mais próximos, sem respeito pela dignidade humana. Queremos que este E-book abra uma janela para novas mentalidades, positivas e proactivas, e contribua para capacitar mais as pessoas de que, em qualquer idade, podem fazer muito pelas suas próprias vidas, e pela dos outros, melhorando a sua alimentação e nutrição e sendo um exemplo de alimentação saudável para os netos e toda a família, amigos, comunidade e sociedade. Maria João Quintela Prefácio
  • 6. > O envelhecimento é um processo complexo, irreversível, progressivo e natural, que se caracteriza por modificações morfológicas, psicológicas, funcionais e bioquímicas que influenciam a nutrição e alimentação das pessoas 1. > O envelhecimento é também um processo natural e dinâmico, acompanhado por um conjunto de alterações que aumentam o risco de défices nutricionais 2. > Na pessoa idosa, um estado nutricional inadequado contribui de forma significativa para o aumento da incapacidade física, da morbilidade e da mortalidade condicionando a qualidade de vida 2. > A desnutrição da pessoa idosa é muitas vezes subdiagnosticada, por ser confundida com sinais de envelhecimento, pelo que o seu reconhecimento precoce é fundamental para uma correcção adequada e atempada, com benefícios na saúde e na economia 2,3. Contextualização Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 6/58
  • 7. > No final do século XX, início do século XXI, a nutrição foi reconhecida como um aspecto importante no âmbito da saúde pública, em particular nas pessoas idosas. Com base no aumento da esperança média de vida, emergiu neste período a relação entre nutrição e envelhecimento 2,4,5. > Segundo evidências epidemiológicas é possível concluir que o risco de inúmeras patologias associadas ao envelhecimento pode ser minimizado por uma intervenção adequada ao nível dos estilos de vida, nomeadamente da alimentação/nutrição e actividade física 4,5. > A intervenção na área da nutrição deve realizar-se de forma articulada com diferentes profissionais, nomeadamente nutricionistas, médicos, enfermeiros, entre outros, bem como cuidadores, famílias, lares e centros de convívio. Contextualização Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 7/58
  • 8. > A Organização Mundial de Saúde (OMS) descreve a qualidade de vida associada ao envelhecimento como um “conceito amplo e subjectivo que inclui de forma complexa a saúde física, o estado psicológico, o grau de independência, as relações sociais, as crenças e convicções pessoais e a sua relação com aspectos importantes do meio ambiente”1. > A OMS define ainda “Envelhecimento Activo” como o processo de optimização das oportunidades para a saúde, participação e segurança, para melhorar a qualidade de vida das pessoas que envelhecem 1. O “Envelhecimento Activo” baseia-se principalmente em três pilares 6: Contextualização Diminuição do risco de doença e/ou incapacidade Perfeita integração na sociedade Promoção do estado de saúde mental Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 8/58
  • 9. A velocidade de progressão do envelhecimento depende de diversos factores: - factores não modificáveis (genéticos e bioquímicos); - factores passíveis de modificação (ambientais, psicológicos, sociais e estilo de vida)2,3. Da mesma forma, a alimentação e a nutrição, bem como outros factores ambientais, têm um enorme impacto na saúde e bem-estar, sendo condicionantes da qualidade de vida das pessoas idosas 6,7. Todos estes factores têm repercussões importantes no estado nutricional das pessoas idosas, na capacidade de se alimentarem e nutrirem adequadamente, cujo impacto é maior em situações de vulnerabilidade social, isolamento e pobreza 2. Determinantes do estado nutricional da pessoa idosa Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 9/58
  • 10. A adesão a estilos de vida saudáveis pode desempenhar um papel importante no envelhecimento 1,2. Factores que influenciam a qualidade de vida: Interacções socias Funcionamento físico, mental e emocional Independência Actividade física Fonte: Adaptado de ADA 7 Doenças e tratamento Condições de vida Estado de saúde, nutrição e bem-estar Cuidador Família Comunidade Indivíduo Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 10/58 Espiritualidade Religião Políticas sociais e saúde Determinantes do estado nutricional da pessoa idosa
  • 11. Os factores que condicionam o estado nutricional das pessoas idosas podem ser organizados em quatro grupos: Estado Nutricional da pessoa idosa a. Factores ambientais b. Factores neuropsicológicos d. Factores socioeconómicos e culturais c. Factores fisiológicos Envelhecimento Factores Genéticos Idade Género Estado Físico/Funcional Fonte: Adaptado de Boyle AM. et al 8 e AND 10 Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 11/58 Determinantes do estado nutricional da pessoa idosa
  • 12. Habitação inadequada Falta de meios e condições para confeccionar refeições Dificuldade de acesso à aquisição/preparação dos géneros alimentícios Falta de apoio de serviços comunitários Saúde oral Acuidade sensorial Inactividade/imobilidade Perda de massa muscular Aumento da massa gorda Diminuição da densidade óssea Diminuição da função imunitária Diminuição do ph gástrico Baixo nível de educação Marginalização Baixos rendimentos Pobreza Acesso limitado a cuidados médicos Falta de conhecimentos alimentares/nutricionais Crenças e mitos Institucionalização Elevados gastos de saúde Doenças neurológicas (Parkinson, Alzheimer, outras demências…) Diminuição das capacidades cognitivas Depressão Alterações do estado emocional a. Factores ambientais: b. Factores neuropsicológicos: c. Factores fisiológicos: d. Factores socioeconómicos e culturais: Fonte: Adaptado de Boyle AM. et al 8 Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 12/58 Determinantes do estado nutricional da pessoa idosa
  • 13. Envelhecimento e estado nutricional Decorrente do envelhecimento natural, outras limitações podem ocorrer, com consequências, na ingestão alimentar e no estado nutricional: > Problemas de mastigação: alterações nas gengivas e dentes e utilização de próteses dentárias não ajustadas, podem conduzir à diminuição ou eliminação da ingestão de certos alimentos; > Problemas de deglutição: podem ser causados pela produção insuficiente de saliva e consequente secura da boca, tremor, ataque cardíaco, candidíase orofaríngea e esofágica, entre outros; Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 13/58
  • 14. Envelhecimento e estado nutricional > Perda ou diminuição de capacidades sensoriais: alterações fisiológicas ou iatrogénicas no paladar, na visão ou no olfacto podem condicionar a ingestão de alimentos; > Patologias: anorexia, infecções crónicas e recorrentes, doenças oncológicas, hipertiroidismo, hiperparatiroidismo, hipoadrenalismo, gastrite atrófica, doença celíaca, intolerância à lactose, depressão e demência; > Desidratação: pode ocorrer devido à diminuição da percepção da sede e consequente ingestão hídrica insuficiente ou por aumento das perdas de líquidos (infecção, demência; diuréticos); > Alterações gastrointestinais: obstipação (devido à diminuição da motilidade intestinal, inadequada ingestão de líquidos e fibras), flatulência, diarreia, entre outros; Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 14/58
  • 15. Envelhecimento e estado nutricional > Patologia mental e psiquiátrica: demência, paranóias, manias; > Tabaco e bebidas alcoólicas: o tabagismo pode diminuir o apetite e conduzir a desnutrição. O álcool pode agravar os sintomas de algumas patologias (hipertensão arterial, diabetes e dislipidemia) e provocar prejuízo cognitivo, hepatopatia, insuficiência pancreática e miocardiopatia; > Medicamentos: com o aumento da idade é frequente a polimedicação. É de extrema importância ter em atenção as possíveis interacções fármaco-fármaco, fármaco- alimento, fármaco-estado nutricional. Os medicamentos podem interferir no estado nutricional por vários mecanismos relacionados com a absorção, metabolismo e excreção de diversos nutrientes 2,3,4,9. Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 15/58
  • 16. > A malnutrição pode ser consequência de um excesso, défice ou desequilibro de nutrientes e energia que pode agravar o estado nutricional das pessoas idosas 4,9. > Um estado nutricional inadequado contribui de forma significativa para o aumento da mortalidade, agrava o prognóstico das pessoas idosas com doenças agudas e aumenta o recurso à hospitalização e institucionalização. > Segundo os dados do European Nutrition for Health Aliance, a prevalência da malnutrição nas pessoas idosas é elevada. Mais de 50% das pessoas idosas hospitalizadas com mais de 60 anos e 77% com mais de 80 anos sofrem de malnutrição, devido a uma ingestão alimentar inadequada e não por falta de alimentos 3,11. Avaliação do estado nutricional Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 16/58 A desnutrição pode ser devida a: > diminuição da ingestão alimentar/nutricional; > aumento das perdas nutricionais; > a alteração do metabolismo dos nutrientes; > aumento das necessidades nutricionais 11.
  • 17. Avaliação do estado nutricional A identificação da desnutrição é fundamental para a realização de um diagnóstico precoce de forma a intervir individualizadamente para controlar e reverter a situação3, 11. Para tal, torna-se essencial promover uma avaliação e monitorização adequada do estado nutricional da pessoa idosa. Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 17/58 São objectivos da avaliação do estado nutricional: - determinar a adequação da ingestão alimentar/nutricional às necessidades individuais; - identificar factores de risco de desnutrição; - diagnosticar situações de desnutrição; - identificar a etiologia dos défices nutricionais; - elaborar e aplicar estratégias terapêuticas; - avaliar a efectividade da estratégia aplicada 4,11.
  • 18. Avaliação do estado nutricional A avaliação do estado nutricional pode ser feita em 4 níveis: Avaliação clínica e funcional Avaliação da ingestão alimentar Avaliação antropométrica e da composição corporal Avaliação bioquímica e imunológica     Esta avaliação deverá ser efectuada por um profissional especializado e é essencial o recurso a equipamentos calibrados e precisos aplicando técnicas validadas 2,4. Fonte: Adaptado de Afonso C. et al 4 Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 18/58
  • 19. > Com o avançar da idade, há uma diminuição dos mecanismos de ingestão, digestão, absorção, transporte e excreção de sustâncias, o que se traduz em necessidades nutricionais particulares nesta fase do ciclo de vida 2,9. > Nesta faixa etária as necessidades energéticas poderão eventualmente diminuir, devido a um eventual decréscimo da actividade física e da consequente redução da massa muscular 6,10. > No entanto, grande parte das necessidades em micronutrientes (vitaminas e minerais) mantêm-se inalteradas ou podem mesmo aumentar 4. Necessidades nutricionais Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 19/58
  • 20. É fundamental a elaboração cuidada e personalizada de um plano alimentar, de forma a assegurar uma ingestão energética adequada para suprir as necessidades em micronutrientes e manutenção do peso corporal adequado 4,6. Manutenção do peso corporal adequado e suprir as necessidades em micronutrientes Elaboração cuidada e personalizada do plano alimentar (identificando e monitorizando necessidades individuais) Ingestão energética adequada Necessidades nutricionais Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 20/58
  • 21. Necessidades nutricionais Com o aumento da idade, as necessidades nutricionais podem estar aumentadas, devido ao comprometimento da absorção e utilização eficaz de certos nutrientes 4. Alterações fisiológicas do envelhecimento e respectivo impacto nas necessidades energéticas 4,13. Alteração na composição corporal ou função fisiológica Impacto nas necessidades nutricionais Diminuição da massa muscular Diminuição das necessidades energéticas Diminuição da densidade óssea Aumento das necessidades em cálcio e vitamina D Diminuição da função imunitária Aumento das necessidades em vitamina B6, vitamina E e zinco Aumento do ph gástrico Aumento das necessidades em vitamina B12, ácido fólico, cálcio, ferro e zinco Diminuição da capacidade da pele para produção de colecalciferol Aumento das necessidades em vitamina D Aumento da capacidade para produção de hormona paratiróide (Inverno) Aumento das necessidades em vitamina D Diminuição da biodisponibilidade em cálcio Aumento das necessidades em cálcio e vitamina D Diminuição da função hepática do retinol Diminuição da necessidade em vitamina A Aumento do estado de stress oxidativo Aumento das necessidades em betacaroteno, vitamina c e vitamina E Aumento dos níveis de homocisteína Aumento das necessidades em folatos, vitamina B6 e vitamina B12 Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 21/58
  • 22. Necessidades nutricionais Défice de nutrientes específicos no envelhecimento e suas consequências | Vitaminas 2,3,10,14,15 Vitaminas Consequência Principais Fontes Alimentares Vitamina D* Desmineralização e perda da massa óssea; papel fundamental na prevenção e no atraso da progressão da osteoporose e outras doenças como o cancro, as cardiovasculares , diabetes e fragilidade do sistema imunitário. *especialmente em pessoas idosas institucionalizados e com menos exposição o solar Óleo de fígado de bacalhau, peixes “gordos” (salmão, arenque, atum, sardinhas…) fígado, gema de ovo, leite e derivados ricos em gordura. Vitamina E Aumento do risco de infecções e de doença coronária. Óleos de origem vegetal, frutos gordos (avelãs, nozes e amêndoas), cereais e derivados pouco refinados, hortícolas (folha de verde escura), gema de ovo, queijo. Vitamina K Maior risco de hemorragias. Hortícolas (espinafres, brócolos, repolho, cenoura…), óleos vegetais, leguminosas, batata. Vitamina B6 Redução de linfócitos B. Pescado, carnes, fígado, frutos, cereais e derivados pouco refinados, leguminosas, frutos gordos. Vitamina B12 Anemia megoblástica e distúrbios neurológicos, afectando a função sensorial e motora. Vísceras, carnes, marisco, ovos, produtos lácteos (excepto manteiga) Ácido Fólico Anemia megoblástica, depressão, hiperhomocisteinemia. Hortícolas de folha verde escura, fígado, frutos gordos, leguminosas (feijão e ervilhas), gema de ovo, cereais e derivados pouco refinados. Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 22/58
  • 23. Necessidades nutricionais Minerais Consequência Principais Fontes Alimentares Cálcio Desmineralização e perda da massa óssea, debilidade e dores articulares; papel fundamental na prevenção e no atraso da progressão da osteoporose e outras doenças como o cancro, as cardiovasculares , diabetes e fragilidade do sistema imunitário. Lacticínios, hortícolas de folha verde escura, ovos, pescado, frutos gordos. Fósforo alterações neurológicas, musculares, esqueléticas e hematológicas; debilidade e dores articulares. Leite e derivados, pescado, gema de ovo, frutos gordos, leguminosas, cacau. Selénio Enfraquecimento do sistema imunitário. Pescado (crustáceos), carne, gema de ovo, hortícolas, (cebola, tomate, brócolo…), cereais e derivados pouco refinados. Zinco Alteração na cicatrização e função imunológica. Pescado (crustáceos e moluscos), carnes, gema de ovo, leite e derivados, fígado, leguminosas. Potássio Arritmias, confusão mental. Fruta (banana, laranja…), batata, leguminosas, frutos gordos, pescado, cacau. Ferro Anemia. Carnes, vísceras, gema de ovo, pescado, leguminosas, frutos gordos, hortícolas de folha verde escura. Nota: nos alimentos de origem vegetal o ferro é menos absorvido. Magnésio Tremores, espasmos musculares, alterações de humor, anorexia, náuseas e vómitos. Cereais e derivados pouco refinados, leguminosas (feijão e grão de bico), castanha, frutos gordos, fruta fresca (banana, figo,…). Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 23/58 Défice de nutrientes específicos no envelhecimento e suas consequências | Minerais 2,3,10,14,15
  • 24. Recomendações alimentares A Nova Roda dos Alimentos é composta por 7 grupos de alimentos de diferentes dimensões, os quais indicam a proporção com que um deles deve estar presente na alimentação diária 16. Cereais e derivados, tubérculos: 28% Hortícolas: 23% Fruta: 20% Lacticínios: 18% Carnes, pescado e ovos:5 % Leguminosas : 4% Gorduras e óleos : 2% Como é constituída? De forma a optimizar o estado nutricional das pessoas idosas, sugere-se seguir as recomendações da Nova Roda dos Alimentos, guia alimentar para a população Portuguesa. Fonte: Adaptado de Rodrigues SSP et al 16 Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 24/58
  • 25. Cereais e derivados, tubérculos Hortícolas Fruta Lacticínios Carnes, pescado e ovos Leguminosas Gorduras e óleos Recomendações alimentares Neste grupo inserem-se: Os alimentos deste grupo caracterizam-se por: > Cereais (arroz, trigo, milho, centeio, aveia e cevada) e seus derivados (farinha, pão, massas, cereais de pequeno-almoço); > Batata e outros tubérculos; > Castanha. - Serem a principal fonte de hidratos de carbono da alimentação; - Maiores fornecedores de energia para o organismo; - Constituídos principalmente por hidratos de carbono, vitaminas do complexo B, minerais e fibras alimentares 17 . Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 25/58
  • 26. Cereais e derivados, tubérculos Hortícolas Fruta Lacticínios Carnes, pescado e ovos Leguminosas Gorduras e óleos Recomendações alimentares Neste grupo inserem-se: Os alimentos deste grupo caracterizam-se por: - Serem fornecedores de fibras alimentares, vitaminas e minerais 17 . >Hortaliças (nabiças, grelos, couve, couve-flor); >Legumes: raízes (cenouras, rabanetes, beterraba), bolbos (cebolas, alhos) e frutos (abóbora, pepino e tomate). Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 26/58
  • 27. Cereais e derivados, tubérculos Hortícolas Fruta Lacticínios Carnes, pescado e ovos Leguminosas Gorduras e óleos Recomendações alimentares Neste grupo inserem-se: Os alimentos deste grupo caracterizam-se por: - Serem fornecedores de vitaminas, minerais, fibras alimentares e quantidades variáveis de hidratos de carbono; - Destaca-se a quantidade de água presente em alguns frutos (melão, melancia, morangos, laranja, entre outros) 17 . >Fruta fresca (maçã, pêra, morangos, ameixa, pêssego, laranja, kiwi, manga, papaia, entre outros). Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 27/58
  • 28. Cereais e derivados, tubérculos Hortícolas Fruta Lacticínios Carnes, pescado e ovos Leguminosas Gorduras e óleos Recomendações alimentares Neste grupo inserem-se: Os alimentos deste grupo caracterizam-se por: - Serem fornecedores de proteínas de elevado valor biológico, cálcio, fósforo. - Apresentam ainda quantidades apreciáveis de vitaminas (A, B2 e D) 17 . >Leite, iogurte, leites fermentados, queijos, queijo fresco e requeijão. Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 28/58
  • 29. Cereais e derivados, tubérculos Hortícolas Fruta Lacticínios Carnes, pescado e ovos Leguminosas Gorduras e óleos Recomendações alimentares Neste grupo inserem-se: Os alimentos deste grupo caracterizam-se por: - Serem fornecedores de proteínas de elevado valor biológico, vitaminas do complexo B e minerais (ferro, fósforo, iodo, entre outros). - Apresentam quantidades de gordura variáveis entre alimentos do mesmo grupo. As carnes brancas apresentam gordura de melhor qualidade (menos ácidos gordos saturados). Os peixes gordos (sardinha, salmão, atum, entre outros) são mais ricos em ácidos gordos ómega 3. Recomenda-se: - nas refeições principais alternar entre carne, pescado e ovo; - diversificar o consumo dos tipos de carne e privilegiar a ingestão de carnes brancas e de peixe; - inclusão de peixe gordo pelo menos 2 a 3 vezes por semana 17 . >Carnes vermelhas (vaca, cabrito, cordeiro, porco); >Carnes brancas (aves, coelho); >Pescado (peixe, marisco, crustáceos e moluscos); >Ovos. Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 29/58
  • 30. Cereais e derivados, tubérculos Hortícolas Fruta Lacticínios Carnes, pescado e ovos Leguminosas Gorduras e óleos Recomendações alimentares Neste grupo inserem-se: Os alimentos deste grupo caracterizam-se por: - Serem fornecedores de hidratos de carbono, proteínas, vitaminas (B1, B2), minerais e fibras alimentares 17 . >Leguminosas frescas (ervilhas, favas); >Leguminosas secas (grão-de-bico, feijão, lentilhas). Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 30/58
  • 31. Cereais e derivados, tubérculos Hortícolas Fruta Lacticínios Carnes, pescado e ovos Leguminosas Gorduras e óleos Recomendações alimentares Neste grupo inserem-se: Os alimentos deste grupo caracterizam-se por: - Serem fornecedores de gorduras e vitaminas lipossolúveis (A,D,E e K); - As gorduras de origem animal apresentam elevado teor de ácidos gordos saturados e colesterol; - As de origem vegetal apresentam ácidos gordos insaturados (mono e poli) e por isso de melhor qualidade 17 . >Azeite; >Óleos alimentares; >Banha de porco; >Natas; >Matérias gordas para barrar (manteiga e cremes vegetais para barrar). Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 31/58
  • 32. A Nova Roda dos Alimentos transmite as orientações para uma Alimentação Saudável:  Completa: comer alimentos de cada grupo e beber água diariamente;  Equilibrada: comer maior quantidade de alimentos pertencentes aos grupos de maior dimensão e menor quantidade dos que se encontram nos grupos de menor dimensão;  Variada: comer alimentos diferentes dentro de cada grupo variando diariamente, semanalmente e nas diferentes épocas do ano16 . Recomendações alimentares O que nos ensina? Variada Completa Equilibrada Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 32/58
  • 33. Recomendações alimentares A água, não possuindo um grupo próprio, está também representada em todos eles, pois faz parte da constituição de quase todos os alimentos16. A menor percepção da sensação de sede é bastante frequente nas pessoas idosas e determina um elevado risco para a desidratação. Este facto verifica-se particularmente em casos de perdas aumentadas de líquidos (diarreias, vómitos, queimaduras, diuréticos), pelo que se deve ter em especial atenção a ingestão de água por este grupo2. Como é constituída? Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 33/58
  • 34. Diariamente devem incluir-se porções de todos os grupos de alimentos. O número de porções recomendadas depende das necessidades energéticas individuais. As crianças de 1 a 3 anos devem guiar-se pelos limites inferiores e os homens activos e os rapazes adolescentes pelos limites superiores; a restante população incluindo as pessoas idosas devem orientar-se pelos valores intermédios. Os indivíduos mais sedentários devem guiar-se pelos limites mais baixos e os mais activos pelos limites superiores em relação ao ponto médio16. Recomendações alimentares Como se utiliza? Nova Roda dos Alimentos. (A que equivale um porção ? Ver anexo B.) 4-11 porções 3-5 porções 3-5 porções 1-3 porções 2-3 porções 1,5-4,5 porções 1-2 porções Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 34/58
  • 35. Recomendações alimentares Adaptação da Roda dos Alimentos à população idosa Inclui informação adicional, de forma a facilitar transmissão das recomendações para este grupo etário, complementares à prática de uma alimentação saudável, promoção da pratica de actividade física e da socialização. Fonte: Adaptado de Afonso C. et al 4 Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 35/58 Fonte: Adaptado de Rodrigues et al 16
  • 36. Além das recomendações da Roda dos Alimentos: 1. Não omitir refeições, evitando estar mais de 3h30 sem comer; 2. As refeições devem ser pouco volumosas e facilmente digeríveis; 3. Preferir alimentos nutricionalmente densos como frutos e hortícolas; 4. Adaptar a consistência dos cozinhados quando existirem dificuldades ao mastigar e engolir ou flatulência; 5. Preparar as refeições com diferentes cores, sabores, formas, texturas e aromas. Ter em atenção a apresentação das refeições; 6. Fazer as refeições com companhia, sempre que possível, e num ambiente calmo e agradável; Conselhos úteis Fonte: Adaptado de Afonso C. et al 4 Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 36/58
  • 37. 7. Experimentar novos alimentos e novas receitas evitando consumir enlatados e pré- confeccionados por sistema; 8. Utilizar ervas aromáticas, condimentos e sumo de limão para temperar os cozinhados (evitando o excesso de sal), de forma a melhorar o sabor dos alimentos, minimizado assim as consequências da diminuição do paladar; 9. Beber água regularmente, mesmo não sentindo sede; 10. Moderar o consumo de açúcar, sal, gorduras e bebidas alcoólicas; 11. Preparar mais quantidade das refeições e congelar as porções em recipientes individuais para outras ocasiões; Conselhos úteis Além das recomendações da Roda dos Alimentos: Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 37/58 Fonte: Adaptado de Afonso C. et al 4
  • 38. 12. Após a compra de alimentos, fraccioná-los em quantidades ajustadas às suas necessidades; 13. Comprar pouca quantidade de alimentos de cada vez. Por exemplo, na compra de fruta comprar uma peça madura, uma média e uma verde; 14. Confeccionar bem os alimentos (ovos, carnes, peixe e marisco), para evitar toxi- infecções alimentares; 15. Lavar correctamente e desinfectar frutos e hortícolas antes do seu consumo; 16. Dar uma caminhada antes das refeições para estimular o apetite e estar atento às alterações do mesmo; Conselhos úteis Além das recomendações da Roda dos Alimentos: Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 38/58 Fonte: Adaptado de Afonso C. et al 4
  • 39. 17. Incentivar o consumo de pratos tradicionais Portugueses adequados do ponto e vista nutricional que incluam leguminosas e hortícolas; 18. Estar atento às modificações involuntárias do apetite ou de peso; 19. Medir e registar o peso semanalmente; 20. Ser fisicamente activo, de acordo com as capacidades individuais. Conselhos úteis Além das recomendações da Roda dos Alimentos: Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 39/58 Fonte: Adaptado de Afonso C. et al 4
  • 40. Cuidados especiais em patologias e condicionantes do estado nutricional: > Dificuldades de mastigação e digestibilidade: Este problema é bastante comum nesta faixa etária, pelo que é aconselhado adaptar a textura e consistência dos alimentos 2,4. Conselhos úteis Cozinhar bem os alimentos e misturar com líquidos (leite; chá; sopa; caldos), de forma a facilitar a sua mastigação e ingestão. Cereais, derivados e tubérculos: Integrar os hortícolas (mais fibrosos e duros ) na sopa, ensopados, jardineiras e deixar cozer bem. Hortícolas: Optar por fruta mais madura, cozida ou assada; Substituir a peça de fruta por sumos naturais ou batidos. Fruta: Recomendações de textura e consistência dos alimentos: Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 40/58
  • 41. Conselhos úteis Preferir produtos lácteos menos gordos. Alternar a fonte proteica (carne, pescado ou ovos); variar os métodos de confecção (para carnes mais duras preferir cozidos, estufados, picados e desfiados). Demolhar antes de confeccionar e depois triturar com a varinha para serem melhor digeridas. Leguminosas: Lacticínios: Carne, Pescado e Ovos: Procurar moderar a adição de gordura na confecção e preparação dos alimentos. Óleos e Gorduras: Beber 1,5-3L por dia; se preferir adicione à agua pedaços de fruta ou ervas aromáticas para lhe dar sabor (limão; pepino; canela; hortelã). O consumo de chás ou infusões sem açúcar, sumos de fruta, caldos e sopas podem contribuir para a satisfação das necessidades hídricas. Água: Recomendações de textura e consistência dos alimentos (continuação): Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 41/58
  • 42. 1 prato de sopa de hortícolas (250ml); Prato:* 1 bife de frango (50g) recheado com beringela e espinafres*; Arroz de cenoura e ervilhas (8 colheres de sopa rasas); 1 laranja (160g). Pequeno - almoço: 7h30 Exemplo de um dia alimentar 1 iogurte sólido magro de aromas (125g); 3 bolachas tipo Maria; 1 banana (160g). 1 chávena de leite meio gordo com cevada (250ml); 1 pão de mistura (50g) com 1 colher de sobremesa de manteiga/creme vegetal para barrar (15g); 1 kiwi (80g). Merenda da manhã: 10h30 Almoço: 13h00 * Ver receita no anexo B. Nota: A planificação do dia alimentar apresentado destina-se a indivíduos saudáveis. Para casos ou situações específicas deverá consultar um nutricionista. Plano alimentar calculado para 2000Kcal. Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 42/58
  • 43. 1 prato de sopa de hortícolas (350ml); Prato:* 1 medalhão de pescada (50g) cozido; 3 batatas pequenas cozidas (125g); Brócolos e cenouras cozidos a vapor; 1 maçã pequena (80g). Merenda da tarde: 16h30 Exemplo de um dia alimentar 1 chávena de chá de camomila; 3 bolachas de água e sal. 1 copo de leite meio gordo com cevada (125ml); 1 pão de mistura (50g) com ¼ de queijo fresco (15g); 1 pêra (160g). Jantar: 20h00 Ceia: 22h30 * Ver receita no anexo B. Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 43/58 Nota: A planificação do dia alimentar apresentado destina-se a indivíduos saudáveis. Para casos ou situações específicas deverá consultar um nutricionista. Plano alimentar calculado para 2000Kcal.
  • 44. Exemplo de um dia alimentar Não esquecer: Beber água ao longo do dia (8 copos). Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 44/58
  • 45. Exemplo de um dia alimentar Para pessoas idosas com problemas de mastigação e deglutição sugere-se uma adaptação do dia alimentar, que exemplificamos em seguida, em termos de textura e consistência dos alimentos, garantindo que a refeição seja igualmente apelativa 2 . No entanto salienta-se a importância da mastigação de alimentos de consistência dura, na actividade estimulante do hipocampo cerebral, na manutenção das funções de memória e aprendizagem 4. Assim, recomenda-se que a alimentação deverá privilegiar a mastigação de alimentos sólidos. A adaptação da consistência e textura das refeições deverá ser aconselhada por um profissional especializado, de acordo com as especificidades individuais da pessoa idosa. Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 45/58
  • 46. 1 prato de sopa de hortícolas (250ml); Prato: * 1 bife de frango (50g) recheado com beringela e espinafres*; Arroz de cenoura e ervilhas (8 colheres de sopa rasas); 1 laranja (160g) (descascar e triturar a polpa). Pequeno - almoço Exemplo de um dia alimentar 1 iogurte sólido magro de aromas (125g); 3 bolachas tipo Maria; 1 banana (160g). (Misturar todos os ingredientes no liquidificador) 1 chávena de leite meio gordo com cevada (250ml); 1 pão de mistura (50g) com 1 colher de sobremesa de manteiga/creme vegetal para barrar (15g); (amolecer o pão no leite) 1 kiwi (80g) (optar pelos mais maduros e triturar). Merenda da manhã Almoço Adaptação do dia alimentar, para pessoas idosas com problemas de mastigação/deglutição: * Ver receita no anexo C. Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 46/58 Nota: A planificação do dia alimentar apresentado destina-se a indivíduos saudáveis. Para casos ou situações específicas deverá consultar um nutricionista. Plano alimentar calculado para 2000Kcal.
  • 47. 1 prato de sopa de hortícolas (250ml); Prato: * 1 medalhão de pescada (90g) cozido; 3 batatas pequenas cozidas (125g); Brócolos e cenouras cozidos a vapor; 1 maçã pequena (80g) (cozer e/ou fazer puré). Exemplo de um dia alimentar 1 chávena de chá de camomila; 3 bolachas de água e sal redondas (35g) (amolecer as bolachas no chá) . 1 copo de leite meio gordo com cevada (125ml); 1 pão de mistura (50g) (amolecer o pão no leite) com ¼ de queijo fresco (15g) (comer o queijo fresco com colher); 1 pêra (160g) (cozer). Merenda da tarde Jantar Ceia Adaptação do dia alimentar, para pessoas idosas com problemas de mastigação/deglutição: * Ver receita no anexo C. Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 47/58 Nota: A planificação do dia alimentar apresentado destina-se a indivíduos saudáveis. Para casos ou situações específicas deverá consultar um nutricionista. Plano alimentar calculado para 2000Kcal.
  • 48. O envelhecimento não deverá ser entendido como um problema, mas uma parte natural do ciclo de vida, sendo desejável que constitua uma oportunidade para viver de forma saudável e autónoma o maior tempo possível. Os serviços de saúde, os profissionais, os cuidadores, os familiares e a comunidade, em parceria com as redes sociais, devem proporcionar a adopção de comportamentos saudáveis, de forma a preservar ao máximo a integração deste grupo na sociedade, bem como acompanhar o envelhecimento individual, as suas fragilidades e as alterações demográficas. Envelhecer com saúde, autonomia e independência deve ser um objectivo individual de vida e, em simultâneo, uma responsabilidade colectiva para com as pessoas idosas 7,9,10,18. Notas finais Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 48/58
  • 49. Anexo A. Anexo A. A que equivale uma porção? Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 49/58
  • 50. Anexo A. A que equivale uma porção? Grupo de alimentos Porções recomendadas Uma porção Cereais, derivados e tubérculos 4-11 porções - 1 pão (50g) - 1 fatia fina de broa (70g) - 1 e ½ batata - tamanho médio (125g) - 5 colheres de sopa de cereais de pequeno-almoço (35g) - 6 bolachas - tipo Maria / água e sal (35g) - 2 colheres de sopa de arroz / massa crus (35g) - 4 colheres de sopa de arroz / massa cozinhados (110g) Hortícolas 3-5 porções - 2 chávenas almoçadeiras de hortícolas crus (180g) - 1 chávena almoçadeira de hortícolas cozinhados (140g) Fruta 3-5 porções - 1 peça de fruta - tamanho médio (160g) Lacticínios 2-3 porções - 1 chávena almoçadeira de leite (250ml) - 1 iogurte líquido ou 1 e 1/2 iogurte sólido (200g) - 2 fatias finas de queijo (40g) - 1/4 de queijo fresco - tamanho médio (50g) - 1/2 requeijão - tamanho médio (100g) Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 50/58
  • 51. Anexo A. A que equivale uma porção? Grupo de alimentos Porções recomendadas Uma porção Carne, peixe e ovos 1,5-4,5 porções - Carnes / pescado crus (30g) - Carnes / pescado cozinhados (25g) - 1 ovo - tamanho médio (55g) Leguminosas 1-2 porções - 1 colher de sopa de leguminosas secas cruas (ex: grão de bico, feijão, lentilhas) (25g) - 3 colheres de sopa de leguminosas frescas cruas (ex: ervilhas, favas) (80g) - 3 colheres de sopa de leguminosas secas / frescas cozinhadas (80g) Gorduras 1-2 porções - 1 colher de sopa de azeite / óleo (10g) - 1 colher de chá de banha (10g) - 4 colheres de sopa de nata (30ml) - 1 colher de sobremesa de manteiga / margarina (15g) Água 1,5 a 3 L - 8 copos Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 51/58
  • 52. Anexo B. Anexo B. Receitas Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 52/58
  • 53. Ingredientes (para 4 doses): * 1 e ½ cháv. almoçadeira de arroz agulha; * 3 cháv. almoçadeiras de água; * 1 dente de alho; * sal q.b.; * 1 colheres de sobremesa de azeite; * 2 cháv. almoçadeiras de cenoura crua aos quadradinhos; * 12 colheres de sopa de ervilhas. Anexo B. Receitas | Bife de frango recheado com beringela e espinafres: Arroz de cenoura e ervilhas: Ingredientes (para 4 doses): * 200g de bifes de frango; * ½ beringela cortada em rodelas finas; * 2 folhas de manjericão; * salsa q.b.; * orégãos q.b.; * sal q.b.; * 1,5 colheres de sopa de polpa de tomate; * 1 e ½ cháv. almoçadeira de espinafres; * 1 limão; * 2 colheres de sobremesa de azeite. Preparação/confecção: * Temperar os bifes de frango com os orégãos, uma pitada de sal e sumo de limão; * Grelhar a beringela num fio de azeite e temperar com o manjericão e a salsa; * Transferir a mistura para uma picadora e triturar bem; * Transferir novamente para uma frigideira anti-aderente, juntar o molho de tomate e os espinafres triturados e envolver bem; * Colocar o recheio dentro dos bifes de frango e enrolar; * Dispor os bifes num tabuleiro e regar com um fio de azeite; * Levar ao forno pré-aquecido a 200º durante trinta minutos. Preparação/confecção: * Num tacho aqueça um fio de azeite e junte-lhe o dente de alho, as ervilhas e a cenoura descascada e cortada em quadradinhos; * Acrescente o arroz e envolva-o bem; *Adicione a água a ferver e tempere com sal; * Deixe cozinhar até a água evaporar na totalidade. Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 53/58
  • 54. Anexo B. Receitas | Medalhão de pescada cozido: Batatas cozidas com brócolos e cenouras cozidos a vapor: Ingredientes (para 4 doses): * 4 medalhões de pescada (200g); * 1 cebola média; * 2 dentes de alho; * 1 ramo pequeno de salsa * Folha de aipo: q.b. * sal q.b.; * 2 colheres de chá de azeite; * 1 folha de louro. Preparação/confecção: * Coloque água num tacho. Junte sal, a cebola cortada grosseiramente, os dentes de alho esmagados sem a casca,, a salsa, o aipo, a folha de louro e um fio de azeite; * Leve ao lume brando; * Quando ferver, adicione as postas de pescada uma a uma, e depois deixe cozer (10 a 15 min.); * Temperar com 1 colheres de sobremesa de azeite. Ingredientes (para 4 doses): * 12 batatas pequenas; * 180g de cenoura; * 180g brócolo; * sal q.b.. Preparação/confecção: * Coloque água num tacho com sal: * Leve ao lume médio; * Descasque as batatas e a cenoura; * Quando ferver, adicione as batatas, as cenouras, o brócolo e deixe cozer. Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 54/58
  • 55. Anexo C. Anexo C. Adaptação das Receitas Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 55/58
  • 56. Anexo C. Receitas | Bife de frango recheado com beringela e espinafres: Arroz de cenoura e ervilhas: Preparação/confecção: Após a preparação e confecção descritas no Anexo B.: * Colocar o bife de frango numa frigideira anti-aderente e grelhar; * Num copo alto, partir o bife em pedaços pequenos e triturar com a varinha, adicionando a água fervida até à consistência desejada; * Num copo alto, colocar a mistura de beringela, espinafres e o molho de tomate e triturar com a varinha, adicionando o molho de tomate até à consistência desejada. Preparação/Confecção: Após a preparação e confecção descritas no Anexo B.: * Deixe cozinhar sem deixar evaporar totalmente a água; * Num copo alto, colocar o arroz, ainda com a água da fervura e triturar com a varinha, até à consistência desejada. Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 56/58
  • 57. Anexo C. Receitas | Medalhão de pescada cozido: Batatas cozidas com brócolos e cenouras cozidos a vapor; Preparação/confecção: Após a preparação e confecção descritas no Anexo B.; * Num copo alto, colocar o medalhão de pescada em pedaços pequenos e triturar com a varinha, adicionando a água da cozedura do peixe até à consistência desejada. Preparação/confecção: Após a preparação e confecção descritas no Anexo B.; * Num copo alto, colocar individualmente as batatas em pedaços pequenos, os brócolos e as cenouras e triturar com a varinha, adicionando a água da cozedura até à consistência desejada. Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 57/58
  • 58. Referências 1. World Health Organization (WHO). Active Ageing, A Policy Framework. A contribution of the WHO to the Second United Nations World Assembly on Ageing, Madrid, Spain, April, 2002 2. Ferry M, Alix E. A nutrição na pessoa idosa – Aspectos fundamentais, clínicos e psicossociais. 2ª Edição. Lusociência, Loures, 2002 3. Bento A, Martins A, Cordeiro T. Intervenção Farmacêutica no Idoso – Guia Prático Volume II – Nutrição e o Idoso. 1ªEdição. Associação Nacional das Farmácias. 2009:5-18 4. Afonso C, Morais C, de Almeida MDV. Alimentação e Nutrição in Manual de Gerontologia – Aspectos biocomportamentais, psicológicos e sociais do envelhecimento. Lidel, 2012 5. Kravchenco JS. Nutrition and the Ederly. In B Caballero, L Allen, A Prentice. Encyclopedia of Human Nutrition. Elsevier. 2008; 578-587 6. Bates CJ, Benton D, Biesalski HK, el al. Nutrition and aging: a consensus statement. The Journal of Nutrition Health and Aging. 2002; 6:103-116 7. American Dietetic Association (ADA). Position of the American Dietetic Association: nutrition aging and the continuum of care. Journal of the American Dietetic Association. 2005; 105: 616-633 8. Boyle AM, Morris DH. Co mmunity Nutrition in Action: an entrepreneurial approach. 2 Edition. Wadsworth. 1999 9. American Dietetic Association (ADA). Position of the American Dietetic Association: food and nutrition programs for community – residing older adults. Journal of the American Dietetic Association. 2010; 110: 463-472 10. Position of the Academy of Nutrition and Dietetics: Food and Nutrition for Older Adults: Promoting Health and Wellness. 2012. Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics Vol. 112, Issue 8, Pages 1255-1277 11. Enzi G, Sergi G, Coin A, Inelmen EM, Busetto L, Pisent C, Peruzza S. Clinical aspects od malnutrition. The Journal of Nutrition Health and Aging. 2001. 5(4):284-287 12. Wilson MMG, Morley JE. Nutritional assesment and suport in chronic disease management. Handbook of Clinical Nutrition and Ageing. Human Press. 2004 13. Blumberg J. Nutritional nedds of seniors. Journal American College of Nutrition. 1997; 16(6):517-523 14. Mahan L, Escott-Stump S. Krause – Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 12ª edição. Saunders Elsevier. 2010 15. Instituto do Consumidor, Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação. Guia: Nutrientes, Aditivos e Alimentos. Instituto do Consumidor. 2004 16. Rodrigues SSP, Franchini B, Graça P, de Almeida MDV. A new food guide for the portuguese population: development and yechinal considerations. Journal of Nutrition Education and Behavior. 2006 17. Instituto do Consumidor, Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação. Guia: Os Alimentos na Roda. Instituto do Consumidor. 2003 18. Direcção Geral da Saúde (DGS). Programa Nacional para a Saúde das Pessoas Idosas. Direcção Geral da Saúde. 2004 Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 58/58
  • 59. ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICI ONISTAS Rua João das Regras, n.º 284 - R/C 3 | 4000-291 Porto Telf. 22 2085981 | Fax: 22 2085145 geral@apn.org.pt | www.apn.org.pt | facebook.com/associacaoportuguesanutricionistas Av. Miguel Bombarda, nº61 R/C Esqº | 1050-161 Lisboa Telf:213 584 380 |Fax:213 584 389 geral@spgg.com.pt | http://www.spgg.com.pt