SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 19
WEB-AULA 1
EVOLUÇÃO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL1
Proteger a indústria nacional é
um fator competitivo estratégico no comércio internacional. Portanto,
a regulamentação do governo visa ao desenvolvimento tecnológico e
ao fortalecimento do comércio entre os blocos comerciais. O
marketing internacional, principalmente o reposicionamento do mix
de marketing, é um tema emergente num contexto de crescimento
das exportações brasileiras.
Marcas e patentes configuram um tema em discussão nos negócios
internacionais, principalmente pelo poder da pirataria em desviar
recursos da economia formal dos países. Veremos como é feita a
proteção desse importante ativo das empresas. Por fim, para
promover o comércio internacional vamos abordar os principais
acordos e tratados vigentes.
Boa Leitura.
NEGOCIAÇÕES E ÓRGÃOS REGULADORES
Com o objetivo de proteger a
indústria nacional, os países podem utilizar algumas medidas
protecionistas para setores considerados estratégicos, impondo
restrição à entrada de produtos importados.
Por um lado, o resultado esperado é o fortalecimento da indústria
nacional, além da geração de empregos, por outro, pode haver uma
estagnação no desenvolvimento tecnológico local.
Essa regulamentação sobre produtos estrangeiros está ligada
diretamente à diplomacia e aos acordos internacionais, sendo
possível eliminar algumas delas por meio de tratados e acordos.
O desenvolvimento tecnológico no início do século 21 possibilita a
comunicação e o transporte de modo mais rápido e mais acessível a
grande número de pessoas e organizações. Isso incrementa as
relações internacionais, inclusive o comércio entre os países. Ao
mesmo tempo em que a tecnologia está aproximando as pessoas, é
preciso cuidado em conhecer outras culturas, outras maneiras de
pensar e agir, enfim, perceber as idiossincrasias de cada povo.
Para haver a comunicação é preciso estar preparado, porque além da
linguagem – geralmente a língua inglesa – é necessário desenvolver
técnicas de empatia com os outros profissionais durante uma
negociação. Essa comunicação pode ser escrita, falada ou gestual.
Portanto, o sucesso nos negócios internacionais também está
relacionado à capacidade de comunicação entre as partes.
PAPEL DO ESTADO
Garantir o bem estar de seus
cidadãos é a função primordial do Estado. A Carta Magna de 1988,
em seu artigo 3º, afirma que um dos objetivos fundamentais da
República Federativa do Brasil é garantir o desenvolvimento nacional.
Como fazer isso num contexto de globalização? Para isso cada país
adota um conjunto de políticas públicas referentes ao comércio
exterior, quer para proteger os interesses nacionais, quer para
participar do desenvolvimento tecnológico mundial.
SAIBA MAIS
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior é o
responsável pela definição das políticas públicas brasileiras nessa
área. Esse ministério trata dos seguintes assuntos: política de
desenvolvimento da indústria, do comércio e dos serviços.
Informações disponíveis em: www.mdic.gov.br
DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO
Para evitar a dependência de
outros países, é preciso adotar uma política de desenvolvimento
tecnológico, evitando comprar os produtos acabados estrangeiros.
Essa transferência de tecnologia cria meios para que um país possa
inovar e vender seus produtos com uma maior margem de
contribuição.
No comércio internacional alguns países fornecem matéria-prima e
outros que vendem os produtos acabados. A diferença de preço entre
os insumos e os produtos tecnológicos finais é que determina quem
está agregando valor ao seu trabalho. Isso ajuda a criar a riqueza
nacional. Por isso, é preciso que cada país inclua em suas prioridades
o desenvolvimento tecnológico.
As barreiras ao comércio internacional tanto podem impedir a entrada
de produtos estrangeiros, quanto podem estabelecer cotas de
exportação. Seu objetivo é proteger a indústria nacional e evitar que
seus recursos naturais sejam vendidos por preços insignificantes ou
irrisórios.
Mas quais são essas barreiras?
Vamos apresentá-las a seguir:
• Barreiras alfandegárias. A alfândega pode aumentar os impostos
e taxas, encarecendo o produto importado. O resultado é tornar o
produto importado mais caro que um similar nacional;
• Cotas de Importação. Em setores estratégicos convém controlar
a quantidade de um produto no mercado interno. Geralmente, esses
produtos visam apenas a completar as necessidades de consumo
interno.
• Taxa de câmbio. O poder aquisitivo da moeda nacional pode
influenciar a demanda por produtos importados ou acelerar as
exportações.
Essas três medidas – barreiras alfandegárias, cotas de importação e
taxa de câmbio – são barreiras tarifárias. A política econômica do país
pode influenciar essas variáveis, favorecendo as importações ou as
exportações, visando ao equilíbrio de sua Balança de Pagamentos.
Também há barreiras não tarifárias, como as exigências burocráticas
para a entrada de um produto estrangeiro. Por exemplo, para evitar
que o mercado nacional seja inundado por aparelhos eletrônicos ou
automóveis de outros países, principalmente se o preço final esteja
mais baixo ao consumidor, causado pela variação da taxa de câmbio.
PARA REFLETIR
Afinal, por que alguns produtos mundiais custam tão caro no Brasil?
A resposta a essa pergunta é bastante complexa. Não é apenas uma
questão de taxas e impostos, mas também questão de
posicionamento de marketing de alguns setores de negócios. Por
exemplo, escolha um automóvel da Ford e compare os preços em que
são vendidos em cada mercado. Sites da Ford: Estados Unidos
(http://www.fordvehicles.com/); Brasil (http://www.ford.com.br/);
Argentina (http://www.ford.com.ar); México
(http://www.ford.com.mx). Pode-se usar um conversor de taxa de
câmbio da moeda estrangeira para o real brasileiro
(http://www4.bcb.gov.br/?TXCONVERSAO).
OUTRAS BARREIRAS ÀS IMPORTAÇÕES
Podemos classificar como barreiras não-tarifárias: cotas de
contingenciamento de importação; barreiras técnicas; medidas
sanitárias e fitossanitárias e exigências ambientais. Essas medidas
visam proteger os bens de uma nação.
PREÇO NO MERCADO
Se preço baixo é considerado
uma dádiva ao consumidor, também pode representar o fim de um
setor comercial local. Por exemplo, alguns produtos chineses são
vendidos no mercado nacional abaixo do custo de produção nacional,
mesmo que tenham pago as taxas de importação e o transporte
intercontinental. Mesmo assim, seu preço é bastante competitivo.
Com a abertura comercial e fim do protecionismo brasileiro, desde a
década de 1990, vários setores nacionais sucumbiram diante da
concorrência internacional. Algumas empresas não estavam
preparadas para a competição internacional, possuindo altos custos
de produção, tecnologias defasadas, baixo nível de capital intelectual.
Assim, essa nova realidade está exigindo a capacitação profissional e
boa gestão das empresas brasileiras.
O Estado, no século 20, passou da função de empresário para o de
fomentador dos negócios. Várias empresas públicas foram
privatizadas no chamado neoliberalismo. Há diversas políticas
públicas incentivando a exportação das empresas, além da formação
de capital humano especializado. O Estado passou a regulamentar
todas as ações comerciais.
Mas, o que o governo deve regulamentar no mercado? Principalmente
as práticas anticomerciais, como o dumping, os cartéis, os
monopólios e os oligopólios, a concentração econômica, bem como
outras práticas que podem eliminar a livre concorrência.
O dumping é uma prática de venda de produtos finais por um valor
irrisório. É uma estratégia para eliminar a concorrência e ganhar
fatias de mercado. A concentração econômica de alguns setores sob a
administração de poucas empresas também é regulamentado pelo
Estado. Quem deve supervisionar essas questões é o CADE (Conselho
Administrativo de Defesa Econômica).
SAIBA MAIS
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) tem a
finalidade de orientar, fiscalizar, prevenir e apurar abusos de poder
econômico, exercendo papel tutelador da prevenção e da repressão a
tais abusos. Mais informações, acesse: http://www.cade.gov.br/
INCENTIVO ÀS EXPORTAÇÕES
É importante que um país tenha um parque tecnológico de última
geração e seus produtos sejam exportados para outros países. Isso
gera divisas ao país, mais empregos qualificados, enfim possibilita o
aumento real da qualidade de vida das pessoas.
Mas algumas medidas favoráveis às exportações, como linhas de
crédito com taxas de juros menores ou subsídios a um setor, podem
provocar a reclamação de outros países nas cortes internacionais,
sobretudo na Organização Mundial do Comércio (OMC), que é um
organismo de regulamentação das trocas entre os países.
Quais são as
responsabilidades da OMC? A OMC tem como atribuição:
a) administrar a implantação e operação de acordos comerciais
multilaterais que moldam o novo sistema de comércio internacional;
b) servir de foro para as negociações multilaterais;
c) administrar todo um sistema de regras e procedimentos relativos à
solução de controvérsias;
d) administrar o mecanismo de Revisão de Políticas Comerciais
(Trade Policy Review Mechanism) o qual através de revisões
periódicas das políticas de comércio exterior dos membros busca dar
transparência ao sistema multilateral de comércio.
É imprescindível dizer que as negociações no âmbito da OMC seguem
o princípio do single undertaking - "compromisso único" - que obriga
todos os membros a concordarem com todos os temas negociados e
impede que os países escolham apenas os acordos de seus
interesses. Leia mais sobre a OMC no artigo disponível em:
<http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/diplomacia-
economica-comercial-e-financeira/132-organizacao-mundial-do-
comercio-omc>. Acesso em: 02 fev. 2017.
MARCAS E PATENTES: A PROTEÇÃO DO INOVADOR
Sabemos que o
desenvolvimento de um produto inovador leva inúmeros anos e é
preciso investir muitos recursos. Portanto, são poucos os países que
podem e querem inovar. Para compensar esse valor, é necessário ter
uma política de proteção a marcas e patentes, principalmente para
garantir o retorno do investimento público ou privado. Por outro lado,
há a pirataria dos produtos. A grande aceitação dos consumidores
pelos produtos piratas, mais baratos, incentiva o crescimento dessa
ação pelo mundo afora.
Estima-se que a pirataria no mercado mundial movimenta 600
bilhões de dólares anuais. As atividades de combate à pirataria estão
centradas em ações educativas, repressivas e econômica. Essas
falsificações e cópias incluem os mais diversos setores, desde
produtos de informática, relógios, inclusive modelos de automóveis.
Essa prática anticomercial reduz o ciclo de desenvolvimento dos
produtos, inibindo o investimento em novas pesquisas. Além disso, a
pirataria reduz a receita dos governos com os impostos e taxas,
consequentemente, o poder de investimento em infraestrutura.
SAIBA MAIS - QUEM FISCALIZA AS MARCAS E PATENTES NO BRASIL?
No Brasil, o responsável pela proteção de marcas e patentes é o
Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). O INPI é uma
autarquia federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior, responsável por registros de marcas,
concessão de patentes, averbação de contratos de transferência de
tecnologia e de franquia empresarial, e por registros de programas de
computador, desenho industrial e indicações geográficas, de acordo
com a Lei da Propriedade Industrial (Lei nº 9.279/96) e a Lei de
Software (Lei nº 9.609/98). Mais informações estão disponíveis no
site: http://www.inpi.gov.br.
ACORDOS E TRATADOS INTERNACIONAI
O comércio internacional está fundamentado em acordos e tratados
entre nações. Esses acordos permitem estabelecer uma política em
que as duas partes saem ganhando nas negociações.
A teoria da Vantagem Comparativa afirma que é possível sempre
ganhar na relação comercial, mesmo que um país não tenha nenhum
produto em evidência no mercado internacional. Basta centrar seu
foco no desenvolvimento de algumas competências essenciais,
importando aquilo que falta ao consumo interno.
PARA APROFUNDAR
É possível aprender mais sobre a Vantagem Comparativa assistindo o
vídeo:
Entre os países há acordos e tratados. Os acordos são mais simples e
flexíveis que os tratados. Nestes acordos comerciais são
estabelecidas as regras do negócio como lista de produtos,
quantidades, valores e prazo de duração.
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS DE FOMENTO
Segundo o International Chamber of
Commerce (ICC), a globalização da economia é uma força para o
desenvolvimento econômico, a geração de trabalho e renda e a
prosperidade das nações. No mercado globalizado, os países são cada
vez mais interdependentes, por isso as decisões dos governos têm
mais repercussão internacional que em tempos passados.
Para informações sobre o ICC, acesse: http://www.iccwbo.org
BLOCOS ECONÔMICOS
Uma maneira vantajosa de promover o comércio internacional é a
formação de blocos econômicos. Seu objetivo é a eliminação das
barreiras comerciais e a promoção do desenvolvimento econômico e
social em uma região. Esses blocos mantêm a autonomia política e
econômica de cada país membro. Nem todos os blocos econômicos
são iguais, pois há etapas para sua integração comercial, política e
econômica. Vejamos agora estes estágios: áreas de livre comércio,
união aduaneira, mercado comum, união econômica.
PARA APROFUNDAR SEU CONHECIMENTO
A nova ordem mundial é explicada em teleaula do Novo Telecurso,
aula 75 de História:
Nas áreas de livre comércio há
uma redução de tarifas alfandegárias, facilitando o trânsito de alguns
produtos entre seus membros. Na união aduaneira, além da redução
da tarifa, há também uma política comercial para produtos vindos de
outras regiões. Por exemplo, a união aduaneira BENELUX (Bélgica,
Holanda, Holanda, Luxemburgo).
No mercado comum, além dos itens da união aduaneira, há livre
circulação de profissionais, produtos e recursos financeiros. Por
exemplo, o Mercado Comum Europeu.
A união econômica representa a integração de políticas econômica e
monetárias entre seus países membros, como ocorre na União
Européia.
SAIBA MAIS
A seguir são apresentados alguns blocos econômicos mais
expressivos no comércio internacional.
• Área de Livre Comércio das Américas – ALCA (Free Trade Area of
the Americas – FTAA). Disponível em: .
• Associação de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Asia-Pacific
Economic Cooperation - APEC). Disponível em: .
• Associação latino-americana de integração - ALADI. Disponível em:
.
• Mercado Comum do Sul - MERCOSUL. Disponível em: .
• Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (North American Free
Trade Agreement - NAFTA). Disponível em: .
• União Européia. Disponível em: .
WEB-AULA 2
COMÉRCIO EXTERIOR E SUA
REGULAMENTAÇÃO
Conhecer como se estruturou a economia brasileira nos últimos
séculos é um dos objetivos dessa aula. Vamos fazer uma viagem pela
história do Brasil até chegar às atuais instituições de fomento às
exportações. Bom estudo.
DE COLÔNIA A METRÓPOLE
O comércio
exterior do Brasil iniciou a partir do século 19, sobretudo quando
houve a transferência da corte portuguesa para o país (1808 - 1821).
Nesta ocasião, a capital do Império Português foi instalada na cidade
do Rio de Janeiro e os portos brasileiros foram abertos a todas as
nações com as quais Portugal mantinha relações diplomáticas.
Em 1808 foi publicado o Decreto de Abertura dos Portos às Nações
Amigas. Assim iniciou história do comércio internacional brasileiro
após 300 anos de dependência de Portugal.
Como nosso foco de estudo são os acontecimentos a partir do século
20, indicamos algumas leituras para quem desejar relembrar essa
parte da história do Brasil. Atualmente, o Brasil se encontra entre os
países emergentes como China, Índia e Rússia, também conhecidos
por BRIC.
SAIBA MAIS
Para conhecer
mais detalhes sobre a vinda da família real ao Brasil, recomendamos
a leitura do artigo A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL, disponível em:
http://historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=1073
No site HISTORIANET é possível relembrar os principais fatos da
História do Brasil, sobretudo o período de colônia, Império e
República. A estruturação política, econômica e social do país está
disponível no site: http://historianet.com.br/home/
O comércio exterior brasileiro foi impulsionado pelo fortalecimento
das organizações de fomento, motivado pelas políticas públicas nessa
área. A logística é um fator competitivo e estratégico de uma nação,
porque é preciso transportar os produtos com a maior rapidez e o
menor custo até as zonas de embarque ao exterior, sobretudo aos
portos brasileiros.
PARA SABER MAIS
A movimentação total de comércio internacional teve um crescimento
de 131,7% no período 2003 - 2007, passando de US$ 121,4 bilhões
(Free On Board – FOB) para US$ 281,3 bilhões (FOB). A participação
da movimentação de cargas nos portos brasileiros no produto interno
bruto (PIB) nacional alcançou um valor de aproximadamente US$
187,9 bilhões (2007), cerca de 76,7% do valor do comércio
internacional do país. Um estudo detalhado da realidade dos 34
portos exportadores nacionais está disponível no site do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) no Texto para Discussão no.
1408, que está disponível em:
http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/publicacoes/tds/Td_1408.pdf
INCENTIVOS ÀS EXPORTAÇÕES
Basicamente, há
dois tipos de incentivos às exportações: fiscais e financeiros. Os
incentivos fiscais estão relacionados aos tributos que incidem sobre
as operações de comércio, que incidem sobre o preço final, assim
como na margem de lucratividade das empresas.
As políticas de incentivo fiscal permitem que um produto brasileiro
seja competitivo pelo preço no mercado internacional. Os incentivos
fiscais incidem sobre: IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados);
ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços); COFINS
(Contribuição para Financiamento da Seguridade Social); PIS
(Programa de Integração Social) e Drawback.
O regime aduaneiro especial de Drawback consiste na suspensão ou
eliminação de tributos incidentes sobre insumos importados para
utilização em produto exportado. Existem três modalidades de
Drawback: isenção, suspensão e restituição de tributos. A primeira
modalidade consiste na isenção dos tributos incidentes na importação
de mercadoria, em quantidade e qualidade equivalentes, destinada à
reposição de outra importada anteriormente, com pagamento de
tributos, e utilizada na industrialização de produto exportado. A
segunda, na suspensão dos tributos incidentes na importação de
mercadoria a ser utilizada na industrialização de produto que deve
ser exportado. A terceira trata da restituição de tributos pagos na
importação de insumo importado utilizado em produto exportado
(RECEITA FEDERAL, 2010). Saiba mais sobre o Drawback em:
<http://www.portaltributario.com.br/guia/drawback.html>. Acesso
em: 02 fev. 2017.
Os incentivos financeiros tratam da oferta de crédito às empresas
exportadoras, tanto para produção, quanto para comercialização.
Entre as linhas de crédito às exportações, podemos citar o Produto
BNDES Exim Pré-embarque com cinco linhas de crédito. No site do
BNDES há informações adicionais sobre os detalhes das atuais linhas
de crédito às empresas exportadoras. Disponível em:
http://www.bndes.gov.br
AGENTES INTERNACIONAIS
NA pessoa física ou jurídica que auxilia uma empresa exportadora em
suas operações é chamada de Agente. Para a ajuda na
comercialização no mercado internacional é possível ter um agente
local ou ainda constituir um sistema de distribuidores em regiões
estratégicas. A estrutura dessa comercialização depende das
características do produto, assim como o perfil do mercado.
As informações sobre os agentes operantes em cada país podem ser
acessadas por meio dos órgãos governamentais de fomento aos
negócios internacionais, como ministérios, associações comerciais,
bancos comerciais, câmaras de comércio. A decisão sobre o melhor
agente de comércio internacional é um Fator Crítico de Sucesso,
sobretudo na atual era do conhecimento.
MERCADO DE CÂMBIO
Esta seção explica o mercado de câmbio e seus detalhes
operacionais, associados às operações de exportação e importação. O
câmbio é necessário porque em território nacional apenas o Real é a
moeda corrente.
O site do Banco Central do Brasil disponibiliza uma ferramenta para a
conversão de câmbio entre as diversas moedas. Disponível em:
http://www.bcb.gov.br/
Uma explicação bastante simples de como funcionam os mecanismos
econômicos e de comércio, pode ser conferida no link abaixo,
incluindo fatores como bens de consumo, câmbio e suas políticas,
incluindo câmbio flutuante. Aproveitem!
https://www.youtube.com./watch?v=P2gJn7Owrj0
O mercado de câmbio engloba as operações de compra e de venda de
moeda estrangeira, as operações em moeda nacional entre
residentes, domiciliados ou com sede no País e residentes,
domiciliados ou com sede no exterior e as operações com ouro-
instrumento cambial, realizadas por intermédio das instituições
autorizadas a operar no Mercado de Câmbio pelo Banco Central do
Brasil (artigo 1º. da Resolução do Conselho Monetário Nacional nº
3.265).
POLÍTICA CAMBIAL
A política cambial é uma série de medidas tomadas pelo governo que
afeta os valores na taxa de câmbio ou troca entre as moedas nacional
e as internacionais. Ela atua diretamente sobre fatores como
exportação e importação pela valorização ou desvalorização da
moeda nacional diante das estrangeiras. Pode ampliar os ganhos com
as exportações, por exemplo, ou facilitar a aquisição de produtos
importados. Também está relacionada às reservas cambiais, que é o
valor que o país possui para honrar seus compromissos externos.
Para garantir a estabilidade da moeda nacional é preciso ter reservas
cambiais suficientes para cobrir os riscos dos negócios em
determinado cenário macroeconômico.
Para informações sobre a atual política cambial brasileira, acesse o
menu Câmbio e Capitais Estrangeiros: http://www.bcb.gov.br/
Tradicionalmente, há dois tipos de política cambial: fixa e flutuante.
Na política de câmbio fixo, o valor do dólar é sempre o mesmo,
porque o Banco Central mantém essa paridade comprando ou
vendendo moeda para manter a estabilidade do câmbio. Uma das
vantagens do câmbio fixo é o clima de certeza nas trocas comerciais
internacionais. Não há espaço para especulação financeira nesta
situação. Uma política menos intervencionista do governo é chamada
de câmbio flutuante. As taxas de câmbio variam conforme a lei da
oferta e da procura, não tendo a ação do Banco Central para
estabilizar a moeda.
A ação do governo a partir das reações do mercado visa manter a
estabilidade da moeda nacional e o poder aquisitivo da população.
Neste caso, se a banda cambial estiver fixada e valor mínimo de
R$2,19 por U$1,00 e valor máximo de R$2,51 por U$1,00, a atuação
do Banco Central acontecerá apenas se a taxa cambial for menor que
R$2,19 ou maior que R$2,51. Se o valor do dólar cair, o BC compra
dólares (aumentando a procura), se o dólar aumentar, o BC vende
dólares (aumentando a oferta). Esse é um princípio básico da
economia: a lei da oferta e da procura, pois um bem raro costuma
ser mais caro, enquanto que algo abundante tende a ter um valor
irrisório.
Conhecer as regras da política cambial brasileira, assim como as
mudanças no mercado internacional, permite às empresas aumentar
a lucratividade de suas exportações, ou pagar menos pelos produtos
importados.
ESTRUTURA DO MERCADO DE CÂMBIO NACIONAL
O mercado de câmbio no Brasil é
dividido em: manual, sacado, câmbio livre, câmbio primário e
secundário. No dicionário financeiro do site UOL Economia
encontramos a definição destes termos. Disponível em:
http://economia.uol.com.br/glossario/
Câmbio manual: refere-se às operações que envolvem a compra e a
venda de moedas estrangeiras em espécie, isto é, quando a troca se
efetua com moedas metálicas ou cédulas de outros países. É o caso
do turista que troca uma nota de cem dólares pelo seu equivalente
em reais (UOL Economia).
No site do Banco Central do Brasil há várias respostas sobre o
mercado cambial com as principais questões desse tema. Disponível
em:
http://www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/mercCam.asp?idpai=port
albcb
O MIX DE MARKETING E A INTERNACIONALIZAÇÃO DE PRODUTOS
Para atuar no mercado internacional, as empresas precisam adaptar
seus produtos segundo as necessidades percebidas. Em cada país há
leis, costumes e usos que devem ser respeitados. Caso contrário, um
produto pode não ter a penetração no mercado conforme as metas do
planejamento de marketing. Os produtos podem ser diferenciados
pelas suas características e atributos, seu país de origem, seu grau
de qualidade, sua garantia ou sua embalagem.
Um mesmo produto para vários mercados: padronizar ou adaptar?
Portanto, para cada mercado é preciso repensar o mix de marketing:
produto, praça, preço e promoção.
Quando uma empresa decide atuar no mercado internacional,
algumas soluções são possíveis:
• colocar o mesmo produto em mercados distintos;
• customizar o produto de acordo com as necessidades de cada
mercado;
• criar novos produtos para novos mercados;
• desenvolver um único e novo produto global incorporando as
tendências de consumo.
Cada uma dessas estratégias possui vantagens e desvantagens, por
isso essa questão merece estudos aprofundados.
Entre as vantagens da padronização de produtos para os vários
mercados estão:
• Aumento da competição global pela exposição de mesmo produto;
• Economia de escala na produção;
• Maior exposição de marca em eventos globais e menor custo da
transação comercial;
• Possibilidade maior de amortizar os investimentos em pesquisa e
desenvolvimento dos produtos.
Contudo, também há desvantagens na oferta de um mesmo produto
para vários mercados:
• Diferentes condições de uso desses produtos por fatores naturais
(clima, temperatura, relevo);
• Diversos padrões de comportamento do consumidor;
• Falta de flexibilidade para a competição com a concorrência local;
• Influência local das leis estaduais e regulamentos do governo.
INTERNACIONALIZAÇÃO DA EMPRESA
Para disseminar a internacionalização das empresas brasileiras, o
SEBRAE possui um site específico sobre o assunto. Há a oferta de
cursos, autodiagnóstico para as pequenas empresas que desejam
entrar em novos mercados. É possível acessar informações técnicas
sobre procedimentos de exportação, estudos e pesquisas de
mercado, relação de feiras e eventos internacionais, além de notícias.
Esse programa do SEBRAE quer estimular a internacionalização das
empresas como uma das estratégias cotidianas das MPE por meio do
acesso às informações e ao mercado externo.
Acesse o site Internacionalização das micro e pequenas empresas -
SEBRAE está disponível em:
http://www.internacionalizacao.sebrae.com.br/
Para o Sebrae, a
Internacionalização é muito mais que promover a atuação de forma
sustentável das micro e pequenas empresas brasileiras no mercado
externo, é também torná-las mais competitivas em seu próprio país,
onde a disputa com produtos e empresas estrangeiras está cada vez
mais acirrada. Portanto, há necessidade de uma gestão profissional
tanto no mercado interno, quanto externo para garantir um padrão
mundial de competitividade.
Há diferentes modos de ingressar em novos mercados: exportação
direta ou indireta; acordos e licenciamentos; joint ventures ou
produção no exterior.
A exportação direta ou indireta é uma das primeiras formas de entrar
em novos mercados. O acordo e licenciamento é um jeito rápido de
ingressar em novo mercado, com baixo risco de investimento, visto
que há uma empresa no exterior responsável pela produção e
vendas. O desenvolvimento de um projeto em comum é uma das
características das joint ventures, tendo os benefícios mútuos sobre
os resultados. Por fim, a produção no exterior exige altos
investimentos, riscos médios e altos em novo negócio, além de ficar
sujeito à legislação local.
Nossa aula abordou os principais assuntos de Negócios
Internacionais. Para aprofundar o assunto, sugerimos o acesso aos
diversos links dispostos ao longo do texto.
Bom estudo!

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Aula teoria do comércio internacional angelo prochmann
Aula teoria do comércio internacional angelo prochmannAula teoria do comércio internacional angelo prochmann
Aula teoria do comércio internacional angelo prochmannAngelo Prochmann
 
Revisão de geografia 2º ano
Revisão de geografia 2º anoRevisão de geografia 2º ano
Revisão de geografia 2º anoeunamahcado
 
Apostila de comércio exterior
Apostila de comércio exteriorApostila de comércio exterior
Apostila de comércio exteriorKeila Maria
 
Aula 35 políticas comercial e industrial
Aula 35   políticas comercial e industrialAula 35   políticas comercial e industrial
Aula 35 políticas comercial e industrialpetecoslides
 
Mercado global
Mercado globalMercado global
Mercado globalaucimar
 
Comércio mundial.
Comércio mundial.Comércio mundial.
Comércio mundial.Camila Brito
 
Revisao Comercio exterior
Revisao Comercio exteriorRevisao Comercio exterior
Revisao Comercio exteriorVinicius LF
 
Novos centros de poder
Novos centros de poderNovos centros de poder
Novos centros de poderluisapint
 
Globalização e blocos econômicos
Globalização e blocos econômicosGlobalização e blocos econômicos
Globalização e blocos econômicosLucas Lourenço
 
Power point cap. 15 (alca)
Power point cap. 15 (alca)Power point cap. 15 (alca)
Power point cap. 15 (alca)José Roberto
 
As políticas comerciais e a Organização Mundial do Comércio
As políticas comerciais e a Organização Mundial do ComércioAs políticas comerciais e a Organização Mundial do Comércio
As políticas comerciais e a Organização Mundial do Comérciotecnico default
 
Comercio exterior
Comercio exteriorComercio exterior
Comercio exterioralbumina
 
Blocos Econonomicos
Blocos Econonomicos Blocos Econonomicos
Blocos Econonomicos diego
 
O comércio internacional
O comércio internacionalO comércio internacional
O comércio internacionalclaudiamf11
 
www.CentroApoio.com - Geografia - Blocos Econômicos - Vídeo Aulas -
   www.CentroApoio.com -  Geografia - Blocos Econômicos - Vídeo Aulas -   www.CentroApoio.com -  Geografia - Blocos Econômicos - Vídeo Aulas -
www.CentroApoio.com - Geografia - Blocos Econômicos - Vídeo Aulas -Vídeo Aulas Apoio
 

Mais procurados (19)

Comércio internacional
Comércio internacionalComércio internacional
Comércio internacional
 
Aula teoria do comércio internacional angelo prochmann
Aula teoria do comércio internacional angelo prochmannAula teoria do comércio internacional angelo prochmann
Aula teoria do comércio internacional angelo prochmann
 
Revisão de geografia 2º ano
Revisão de geografia 2º anoRevisão de geografia 2º ano
Revisão de geografia 2º ano
 
Comércio Internacional
Comércio InternacionalComércio Internacional
Comércio Internacional
 
Apostila de comércio exterior
Apostila de comércio exteriorApostila de comércio exterior
Apostila de comércio exterior
 
Aula 35 políticas comercial e industrial
Aula 35   políticas comercial e industrialAula 35   políticas comercial e industrial
Aula 35 políticas comercial e industrial
 
Mercado global
Mercado globalMercado global
Mercado global
 
Comércio mundial.
Comércio mundial.Comércio mundial.
Comércio mundial.
 
Revisao Comercio exterior
Revisao Comercio exteriorRevisao Comercio exterior
Revisao Comercio exterior
 
Novos centros de poder
Novos centros de poderNovos centros de poder
Novos centros de poder
 
Globalização e blocos econômicos
Globalização e blocos econômicosGlobalização e blocos econômicos
Globalização e blocos econômicos
 
05 - 2014 marketing internacional
05 - 2014 marketing internacional05 - 2014 marketing internacional
05 - 2014 marketing internacional
 
Power point cap. 15 (alca)
Power point cap. 15 (alca)Power point cap. 15 (alca)
Power point cap. 15 (alca)
 
As políticas comerciais e a Organização Mundial do Comércio
As políticas comerciais e a Organização Mundial do ComércioAs políticas comerciais e a Organização Mundial do Comércio
As políticas comerciais e a Organização Mundial do Comércio
 
Comercio exterior
Comercio exteriorComercio exterior
Comercio exterior
 
Marketing internacional 2012_01
Marketing internacional 2012_01Marketing internacional 2012_01
Marketing internacional 2012_01
 
Blocos Econonomicos
Blocos Econonomicos Blocos Econonomicos
Blocos Econonomicos
 
O comércio internacional
O comércio internacionalO comércio internacional
O comércio internacional
 
www.CentroApoio.com - Geografia - Blocos Econômicos - Vídeo Aulas -
   www.CentroApoio.com -  Geografia - Blocos Econômicos - Vídeo Aulas -   www.CentroApoio.com -  Geografia - Blocos Econômicos - Vídeo Aulas -
www.CentroApoio.com - Geografia - Blocos Econômicos - Vídeo Aulas -
 

Semelhante a Evolução do comércio internacional e regulamentação

Administração / Case: Finanças
Administração / Case: FinançasAdministração / Case: Finanças
Administração / Case: FinançasZé Moleza
 
Comércio Internacional
Comércio InternacionalComércio Internacional
Comércio InternacionalJane34
 
MARKETING INTERNACIONAL Slides.pptx
MARKETING INTERNACIONAL Slides.pptxMARKETING INTERNACIONAL Slides.pptx
MARKETING INTERNACIONAL Slides.pptxEnioPimo
 
Aula 01 ptt logística internacional
Aula 01   ptt logística internacionalAula 01   ptt logística internacional
Aula 01 ptt logística internacionalJosiel Dias
 
Globalização e o comércio mundial
Globalização e o comércio mundialGlobalização e o comércio mundial
Globalização e o comércio mundialMatheuz Andre
 
Direito econômico - Rodada de Doha
Direito econômico - Rodada de DohaDireito econômico - Rodada de Doha
Direito econômico - Rodada de DohaAlinne Gomes
 
Seminário - O Comércio Exterior e a Indústira
Seminário - O Comércio Exterior e a IndústiraSeminário - O Comércio Exterior e a Indústira
Seminário - O Comércio Exterior e a IndústiraAna Paula Passos Ferreira
 
Globalização Comercial e Financeira
Globalização Comercial e FinanceiraGlobalização Comercial e Financeira
Globalização Comercial e Financeiralacerdadacosta
 
Economia Aplicada e Cenários Econômicos Globais_Simão Davi Silber_2014
Economia Aplicada e Cenários Econômicos Globais_Simão Davi Silber_2014Economia Aplicada e Cenários Econômicos Globais_Simão Davi Silber_2014
Economia Aplicada e Cenários Econômicos Globais_Simão Davi Silber_2014Moises Bagagi
 
OS PONTOS PRINCIPAIS SOBRE O COMÉRCIO MUNDIAL
OS PONTOS PRINCIPAIS SOBRE O COMÉRCIO MUNDIALOS PONTOS PRINCIPAIS SOBRE O COMÉRCIO MUNDIAL
OS PONTOS PRINCIPAIS SOBRE O COMÉRCIO MUNDIALDeyvissonfera
 
Vantagens do comércio exterior para as empresas brasileiras
Vantagens do comércio exterior para as empresas brasileirasVantagens do comércio exterior para as empresas brasileiras
Vantagens do comércio exterior para as empresas brasileirasPâmella Cavallini
 
Cartilha barreiras tecnicas
Cartilha barreiras tecnicasCartilha barreiras tecnicas
Cartilha barreiras tecnicasSergio Santos
 
Balanço Final do Governo Lula - livro 1 (cap. 4)
Balanço Final do Governo Lula - livro 1 (cap. 4)Balanço Final do Governo Lula - livro 1 (cap. 4)
Balanço Final do Governo Lula - livro 1 (cap. 4)Edinho Silva
 
Manual CNI-Apex sobre barreiras comerciais
Manual CNI-Apex sobre barreiras comerciaisManual CNI-Apex sobre barreiras comerciais
Manual CNI-Apex sobre barreiras comerciaisBarreiras Comerciais
 
GESTÃO DE COMÉRCIO EXTERIOR: Projetos de aquisição de softwares para gestão d...
GESTÃO DE COMÉRCIO EXTERIOR: Projetos de aquisição de softwares para gestão d...GESTÃO DE COMÉRCIO EXTERIOR: Projetos de aquisição de softwares para gestão d...
GESTÃO DE COMÉRCIO EXTERIOR: Projetos de aquisição de softwares para gestão d...Rodrigo Larrossa
 
Aula Inaugural - MBA Gestão Jurídica Aduaneira
Aula Inaugural - MBA Gestão Jurídica AduaneiraAula Inaugural - MBA Gestão Jurídica Aduaneira
Aula Inaugural - MBA Gestão Jurídica AduaneiraABRACOMEX
 
Apresentação do Projeto
Apresentação do ProjetoApresentação do Projeto
Apresentação do Projetocomexemdebate
 

Semelhante a Evolução do comércio internacional e regulamentação (20)

Guia Antidumping - Fiesp
Guia Antidumping - FiespGuia Antidumping - Fiesp
Guia Antidumping - Fiesp
 
Administração / Case: Finanças
Administração / Case: FinançasAdministração / Case: Finanças
Administração / Case: Finanças
 
Comércio Internacional
Comércio InternacionalComércio Internacional
Comércio Internacional
 
MARKETING INTERNACIONAL Slides.pptx
MARKETING INTERNACIONAL Slides.pptxMARKETING INTERNACIONAL Slides.pptx
MARKETING INTERNACIONAL Slides.pptx
 
Aula 01 ptt logística internacional
Aula 01   ptt logística internacionalAula 01   ptt logística internacional
Aula 01 ptt logística internacional
 
Globalização e o comércio mundial
Globalização e o comércio mundialGlobalização e o comércio mundial
Globalização e o comércio mundial
 
Direito econômico - Rodada de Doha
Direito econômico - Rodada de DohaDireito econômico - Rodada de Doha
Direito econômico - Rodada de Doha
 
Seminário - O Comércio Exterior e a Indústira
Seminário - O Comércio Exterior e a IndústiraSeminário - O Comércio Exterior e a Indústira
Seminário - O Comércio Exterior e a Indústira
 
Globalização Comercial e Financeira
Globalização Comercial e FinanceiraGlobalização Comercial e Financeira
Globalização Comercial e Financeira
 
Economia Aplicada e Cenários Econômicos Globais_Simão Davi Silber_2014
Economia Aplicada e Cenários Econômicos Globais_Simão Davi Silber_2014Economia Aplicada e Cenários Econômicos Globais_Simão Davi Silber_2014
Economia Aplicada e Cenários Econômicos Globais_Simão Davi Silber_2014
 
OS PONTOS PRINCIPAIS SOBRE O COMÉRCIO MUNDIAL
OS PONTOS PRINCIPAIS SOBRE O COMÉRCIO MUNDIALOS PONTOS PRINCIPAIS SOBRE O COMÉRCIO MUNDIAL
OS PONTOS PRINCIPAIS SOBRE O COMÉRCIO MUNDIAL
 
Vantagens do comércio exterior para as empresas brasileiras
Vantagens do comércio exterior para as empresas brasileirasVantagens do comércio exterior para as empresas brasileiras
Vantagens do comércio exterior para as empresas brasileiras
 
Cartilha barreiras tecnicas
Cartilha barreiras tecnicasCartilha barreiras tecnicas
Cartilha barreiras tecnicas
 
Balanço Final do Governo Lula - livro 1 (cap. 4)
Balanço Final do Governo Lula - livro 1 (cap. 4)Balanço Final do Governo Lula - livro 1 (cap. 4)
Balanço Final do Governo Lula - livro 1 (cap. 4)
 
Manual CNI-Apex sobre barreiras comerciais
Manual CNI-Apex sobre barreiras comerciaisManual CNI-Apex sobre barreiras comerciais
Manual CNI-Apex sobre barreiras comerciais
 
Marketing internacional
Marketing internacionalMarketing internacional
Marketing internacional
 
Processo de internacionalização das PME
Processo de internacionalização das PMEProcesso de internacionalização das PME
Processo de internacionalização das PME
 
GESTÃO DE COMÉRCIO EXTERIOR: Projetos de aquisição de softwares para gestão d...
GESTÃO DE COMÉRCIO EXTERIOR: Projetos de aquisição de softwares para gestão d...GESTÃO DE COMÉRCIO EXTERIOR: Projetos de aquisição de softwares para gestão d...
GESTÃO DE COMÉRCIO EXTERIOR: Projetos de aquisição de softwares para gestão d...
 
Aula Inaugural - MBA Gestão Jurídica Aduaneira
Aula Inaugural - MBA Gestão Jurídica AduaneiraAula Inaugural - MBA Gestão Jurídica Aduaneira
Aula Inaugural - MBA Gestão Jurídica Aduaneira
 
Apresentação do Projeto
Apresentação do ProjetoApresentação do Projeto
Apresentação do Projeto
 

Evolução do comércio internacional e regulamentação

  • 1. WEB-AULA 1 EVOLUÇÃO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL1 Proteger a indústria nacional é um fator competitivo estratégico no comércio internacional. Portanto, a regulamentação do governo visa ao desenvolvimento tecnológico e ao fortalecimento do comércio entre os blocos comerciais. O marketing internacional, principalmente o reposicionamento do mix de marketing, é um tema emergente num contexto de crescimento das exportações brasileiras. Marcas e patentes configuram um tema em discussão nos negócios internacionais, principalmente pelo poder da pirataria em desviar recursos da economia formal dos países. Veremos como é feita a proteção desse importante ativo das empresas. Por fim, para promover o comércio internacional vamos abordar os principais acordos e tratados vigentes. Boa Leitura. NEGOCIAÇÕES E ÓRGÃOS REGULADORES
  • 2. Com o objetivo de proteger a indústria nacional, os países podem utilizar algumas medidas protecionistas para setores considerados estratégicos, impondo restrição à entrada de produtos importados. Por um lado, o resultado esperado é o fortalecimento da indústria nacional, além da geração de empregos, por outro, pode haver uma estagnação no desenvolvimento tecnológico local. Essa regulamentação sobre produtos estrangeiros está ligada diretamente à diplomacia e aos acordos internacionais, sendo possível eliminar algumas delas por meio de tratados e acordos. O desenvolvimento tecnológico no início do século 21 possibilita a comunicação e o transporte de modo mais rápido e mais acessível a grande número de pessoas e organizações. Isso incrementa as relações internacionais, inclusive o comércio entre os países. Ao mesmo tempo em que a tecnologia está aproximando as pessoas, é preciso cuidado em conhecer outras culturas, outras maneiras de pensar e agir, enfim, perceber as idiossincrasias de cada povo. Para haver a comunicação é preciso estar preparado, porque além da linguagem – geralmente a língua inglesa – é necessário desenvolver técnicas de empatia com os outros profissionais durante uma negociação. Essa comunicação pode ser escrita, falada ou gestual. Portanto, o sucesso nos negócios internacionais também está relacionado à capacidade de comunicação entre as partes. PAPEL DO ESTADO
  • 3. Garantir o bem estar de seus cidadãos é a função primordial do Estado. A Carta Magna de 1988, em seu artigo 3º, afirma que um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil é garantir o desenvolvimento nacional. Como fazer isso num contexto de globalização? Para isso cada país adota um conjunto de políticas públicas referentes ao comércio exterior, quer para proteger os interesses nacionais, quer para participar do desenvolvimento tecnológico mundial. SAIBA MAIS O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior é o responsável pela definição das políticas públicas brasileiras nessa área. Esse ministério trata dos seguintes assuntos: política de desenvolvimento da indústria, do comércio e dos serviços. Informações disponíveis em: www.mdic.gov.br DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO Para evitar a dependência de outros países, é preciso adotar uma política de desenvolvimento tecnológico, evitando comprar os produtos acabados estrangeiros. Essa transferência de tecnologia cria meios para que um país possa inovar e vender seus produtos com uma maior margem de contribuição. No comércio internacional alguns países fornecem matéria-prima e outros que vendem os produtos acabados. A diferença de preço entre os insumos e os produtos tecnológicos finais é que determina quem
  • 4. está agregando valor ao seu trabalho. Isso ajuda a criar a riqueza nacional. Por isso, é preciso que cada país inclua em suas prioridades o desenvolvimento tecnológico. As barreiras ao comércio internacional tanto podem impedir a entrada de produtos estrangeiros, quanto podem estabelecer cotas de exportação. Seu objetivo é proteger a indústria nacional e evitar que seus recursos naturais sejam vendidos por preços insignificantes ou irrisórios. Mas quais são essas barreiras? Vamos apresentá-las a seguir: • Barreiras alfandegárias. A alfândega pode aumentar os impostos e taxas, encarecendo o produto importado. O resultado é tornar o produto importado mais caro que um similar nacional; • Cotas de Importação. Em setores estratégicos convém controlar a quantidade de um produto no mercado interno. Geralmente, esses produtos visam apenas a completar as necessidades de consumo interno. • Taxa de câmbio. O poder aquisitivo da moeda nacional pode influenciar a demanda por produtos importados ou acelerar as exportações. Essas três medidas – barreiras alfandegárias, cotas de importação e taxa de câmbio – são barreiras tarifárias. A política econômica do país pode influenciar essas variáveis, favorecendo as importações ou as exportações, visando ao equilíbrio de sua Balança de Pagamentos. Também há barreiras não tarifárias, como as exigências burocráticas para a entrada de um produto estrangeiro. Por exemplo, para evitar que o mercado nacional seja inundado por aparelhos eletrônicos ou automóveis de outros países, principalmente se o preço final esteja mais baixo ao consumidor, causado pela variação da taxa de câmbio.
  • 5. PARA REFLETIR Afinal, por que alguns produtos mundiais custam tão caro no Brasil? A resposta a essa pergunta é bastante complexa. Não é apenas uma questão de taxas e impostos, mas também questão de posicionamento de marketing de alguns setores de negócios. Por exemplo, escolha um automóvel da Ford e compare os preços em que são vendidos em cada mercado. Sites da Ford: Estados Unidos (http://www.fordvehicles.com/); Brasil (http://www.ford.com.br/); Argentina (http://www.ford.com.ar); México (http://www.ford.com.mx). Pode-se usar um conversor de taxa de câmbio da moeda estrangeira para o real brasileiro (http://www4.bcb.gov.br/?TXCONVERSAO). OUTRAS BARREIRAS ÀS IMPORTAÇÕES Podemos classificar como barreiras não-tarifárias: cotas de contingenciamento de importação; barreiras técnicas; medidas sanitárias e fitossanitárias e exigências ambientais. Essas medidas visam proteger os bens de uma nação. PREÇO NO MERCADO Se preço baixo é considerado uma dádiva ao consumidor, também pode representar o fim de um setor comercial local. Por exemplo, alguns produtos chineses são vendidos no mercado nacional abaixo do custo de produção nacional, mesmo que tenham pago as taxas de importação e o transporte intercontinental. Mesmo assim, seu preço é bastante competitivo. Com a abertura comercial e fim do protecionismo brasileiro, desde a década de 1990, vários setores nacionais sucumbiram diante da concorrência internacional. Algumas empresas não estavam
  • 6. preparadas para a competição internacional, possuindo altos custos de produção, tecnologias defasadas, baixo nível de capital intelectual. Assim, essa nova realidade está exigindo a capacitação profissional e boa gestão das empresas brasileiras. O Estado, no século 20, passou da função de empresário para o de fomentador dos negócios. Várias empresas públicas foram privatizadas no chamado neoliberalismo. Há diversas políticas públicas incentivando a exportação das empresas, além da formação de capital humano especializado. O Estado passou a regulamentar todas as ações comerciais. Mas, o que o governo deve regulamentar no mercado? Principalmente as práticas anticomerciais, como o dumping, os cartéis, os monopólios e os oligopólios, a concentração econômica, bem como outras práticas que podem eliminar a livre concorrência. O dumping é uma prática de venda de produtos finais por um valor irrisório. É uma estratégia para eliminar a concorrência e ganhar fatias de mercado. A concentração econômica de alguns setores sob a administração de poucas empresas também é regulamentado pelo Estado. Quem deve supervisionar essas questões é o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). SAIBA MAIS O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) tem a finalidade de orientar, fiscalizar, prevenir e apurar abusos de poder econômico, exercendo papel tutelador da prevenção e da repressão a tais abusos. Mais informações, acesse: http://www.cade.gov.br/ INCENTIVO ÀS EXPORTAÇÕES É importante que um país tenha um parque tecnológico de última geração e seus produtos sejam exportados para outros países. Isso gera divisas ao país, mais empregos qualificados, enfim possibilita o aumento real da qualidade de vida das pessoas. Mas algumas medidas favoráveis às exportações, como linhas de crédito com taxas de juros menores ou subsídios a um setor, podem provocar a reclamação de outros países nas cortes internacionais, sobretudo na Organização Mundial do Comércio (OMC), que é um organismo de regulamentação das trocas entre os países.
  • 7. Quais são as responsabilidades da OMC? A OMC tem como atribuição: a) administrar a implantação e operação de acordos comerciais multilaterais que moldam o novo sistema de comércio internacional; b) servir de foro para as negociações multilaterais; c) administrar todo um sistema de regras e procedimentos relativos à solução de controvérsias; d) administrar o mecanismo de Revisão de Políticas Comerciais (Trade Policy Review Mechanism) o qual através de revisões periódicas das políticas de comércio exterior dos membros busca dar transparência ao sistema multilateral de comércio. É imprescindível dizer que as negociações no âmbito da OMC seguem o princípio do single undertaking - "compromisso único" - que obriga todos os membros a concordarem com todos os temas negociados e impede que os países escolham apenas os acordos de seus interesses. Leia mais sobre a OMC no artigo disponível em: <http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/diplomacia- economica-comercial-e-financeira/132-organizacao-mundial-do- comercio-omc>. Acesso em: 02 fev. 2017. MARCAS E PATENTES: A PROTEÇÃO DO INOVADOR
  • 8. Sabemos que o desenvolvimento de um produto inovador leva inúmeros anos e é preciso investir muitos recursos. Portanto, são poucos os países que podem e querem inovar. Para compensar esse valor, é necessário ter uma política de proteção a marcas e patentes, principalmente para garantir o retorno do investimento público ou privado. Por outro lado, há a pirataria dos produtos. A grande aceitação dos consumidores pelos produtos piratas, mais baratos, incentiva o crescimento dessa ação pelo mundo afora. Estima-se que a pirataria no mercado mundial movimenta 600 bilhões de dólares anuais. As atividades de combate à pirataria estão centradas em ações educativas, repressivas e econômica. Essas falsificações e cópias incluem os mais diversos setores, desde produtos de informática, relógios, inclusive modelos de automóveis. Essa prática anticomercial reduz o ciclo de desenvolvimento dos produtos, inibindo o investimento em novas pesquisas. Além disso, a pirataria reduz a receita dos governos com os impostos e taxas, consequentemente, o poder de investimento em infraestrutura. SAIBA MAIS - QUEM FISCALIZA AS MARCAS E PATENTES NO BRASIL? No Brasil, o responsável pela proteção de marcas e patentes é o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). O INPI é uma autarquia federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, responsável por registros de marcas, concessão de patentes, averbação de contratos de transferência de tecnologia e de franquia empresarial, e por registros de programas de computador, desenho industrial e indicações geográficas, de acordo com a Lei da Propriedade Industrial (Lei nº 9.279/96) e a Lei de Software (Lei nº 9.609/98). Mais informações estão disponíveis no site: http://www.inpi.gov.br. ACORDOS E TRATADOS INTERNACIONAI
  • 9. O comércio internacional está fundamentado em acordos e tratados entre nações. Esses acordos permitem estabelecer uma política em que as duas partes saem ganhando nas negociações. A teoria da Vantagem Comparativa afirma que é possível sempre ganhar na relação comercial, mesmo que um país não tenha nenhum produto em evidência no mercado internacional. Basta centrar seu foco no desenvolvimento de algumas competências essenciais, importando aquilo que falta ao consumo interno. PARA APROFUNDAR É possível aprender mais sobre a Vantagem Comparativa assistindo o vídeo: Entre os países há acordos e tratados. Os acordos são mais simples e flexíveis que os tratados. Nestes acordos comerciais são estabelecidas as regras do negócio como lista de produtos, quantidades, valores e prazo de duração. ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS DE FOMENTO Segundo o International Chamber of Commerce (ICC), a globalização da economia é uma força para o desenvolvimento econômico, a geração de trabalho e renda e a prosperidade das nações. No mercado globalizado, os países são cada vez mais interdependentes, por isso as decisões dos governos têm mais repercussão internacional que em tempos passados. Para informações sobre o ICC, acesse: http://www.iccwbo.org BLOCOS ECONÔMICOS Uma maneira vantajosa de promover o comércio internacional é a formação de blocos econômicos. Seu objetivo é a eliminação das barreiras comerciais e a promoção do desenvolvimento econômico e social em uma região. Esses blocos mantêm a autonomia política e econômica de cada país membro. Nem todos os blocos econômicos são iguais, pois há etapas para sua integração comercial, política e econômica. Vejamos agora estes estágios: áreas de livre comércio, união aduaneira, mercado comum, união econômica.
  • 10. PARA APROFUNDAR SEU CONHECIMENTO A nova ordem mundial é explicada em teleaula do Novo Telecurso, aula 75 de História: Nas áreas de livre comércio há uma redução de tarifas alfandegárias, facilitando o trânsito de alguns produtos entre seus membros. Na união aduaneira, além da redução da tarifa, há também uma política comercial para produtos vindos de outras regiões. Por exemplo, a união aduaneira BENELUX (Bélgica, Holanda, Holanda, Luxemburgo). No mercado comum, além dos itens da união aduaneira, há livre circulação de profissionais, produtos e recursos financeiros. Por exemplo, o Mercado Comum Europeu. A união econômica representa a integração de políticas econômica e monetárias entre seus países membros, como ocorre na União Européia. SAIBA MAIS A seguir são apresentados alguns blocos econômicos mais expressivos no comércio internacional. • Área de Livre Comércio das Américas – ALCA (Free Trade Area of the Americas – FTAA). Disponível em: . • Associação de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Asia-Pacific Economic Cooperation - APEC). Disponível em: . • Associação latino-americana de integração - ALADI. Disponível em: . • Mercado Comum do Sul - MERCOSUL. Disponível em: . • Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (North American Free Trade Agreement - NAFTA). Disponível em: .
  • 11. • União Européia. Disponível em: . WEB-AULA 2 COMÉRCIO EXTERIOR E SUA REGULAMENTAÇÃO Conhecer como se estruturou a economia brasileira nos últimos séculos é um dos objetivos dessa aula. Vamos fazer uma viagem pela história do Brasil até chegar às atuais instituições de fomento às exportações. Bom estudo. DE COLÔNIA A METRÓPOLE O comércio exterior do Brasil iniciou a partir do século 19, sobretudo quando houve a transferência da corte portuguesa para o país (1808 - 1821). Nesta ocasião, a capital do Império Português foi instalada na cidade do Rio de Janeiro e os portos brasileiros foram abertos a todas as nações com as quais Portugal mantinha relações diplomáticas. Em 1808 foi publicado o Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas. Assim iniciou história do comércio internacional brasileiro após 300 anos de dependência de Portugal. Como nosso foco de estudo são os acontecimentos a partir do século 20, indicamos algumas leituras para quem desejar relembrar essa parte da história do Brasil. Atualmente, o Brasil se encontra entre os países emergentes como China, Índia e Rússia, também conhecidos por BRIC.
  • 12. SAIBA MAIS Para conhecer mais detalhes sobre a vinda da família real ao Brasil, recomendamos a leitura do artigo A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL, disponível em: http://historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=1073 No site HISTORIANET é possível relembrar os principais fatos da História do Brasil, sobretudo o período de colônia, Império e República. A estruturação política, econômica e social do país está disponível no site: http://historianet.com.br/home/ O comércio exterior brasileiro foi impulsionado pelo fortalecimento das organizações de fomento, motivado pelas políticas públicas nessa área. A logística é um fator competitivo e estratégico de uma nação, porque é preciso transportar os produtos com a maior rapidez e o menor custo até as zonas de embarque ao exterior, sobretudo aos portos brasileiros. PARA SABER MAIS A movimentação total de comércio internacional teve um crescimento de 131,7% no período 2003 - 2007, passando de US$ 121,4 bilhões (Free On Board – FOB) para US$ 281,3 bilhões (FOB). A participação da movimentação de cargas nos portos brasileiros no produto interno bruto (PIB) nacional alcançou um valor de aproximadamente US$ 187,9 bilhões (2007), cerca de 76,7% do valor do comércio internacional do país. Um estudo detalhado da realidade dos 34 portos exportadores nacionais está disponível no site do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) no Texto para Discussão no. 1408, que está disponível em: http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/publicacoes/tds/Td_1408.pdf INCENTIVOS ÀS EXPORTAÇÕES
  • 13. Basicamente, há dois tipos de incentivos às exportações: fiscais e financeiros. Os incentivos fiscais estão relacionados aos tributos que incidem sobre as operações de comércio, que incidem sobre o preço final, assim como na margem de lucratividade das empresas. As políticas de incentivo fiscal permitem que um produto brasileiro seja competitivo pelo preço no mercado internacional. Os incentivos fiscais incidem sobre: IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados); ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços); COFINS (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social); PIS (Programa de Integração Social) e Drawback. O regime aduaneiro especial de Drawback consiste na suspensão ou eliminação de tributos incidentes sobre insumos importados para utilização em produto exportado. Existem três modalidades de Drawback: isenção, suspensão e restituição de tributos. A primeira modalidade consiste na isenção dos tributos incidentes na importação de mercadoria, em quantidade e qualidade equivalentes, destinada à reposição de outra importada anteriormente, com pagamento de tributos, e utilizada na industrialização de produto exportado. A segunda, na suspensão dos tributos incidentes na importação de mercadoria a ser utilizada na industrialização de produto que deve ser exportado. A terceira trata da restituição de tributos pagos na importação de insumo importado utilizado em produto exportado
  • 14. (RECEITA FEDERAL, 2010). Saiba mais sobre o Drawback em: <http://www.portaltributario.com.br/guia/drawback.html>. Acesso em: 02 fev. 2017. Os incentivos financeiros tratam da oferta de crédito às empresas exportadoras, tanto para produção, quanto para comercialização. Entre as linhas de crédito às exportações, podemos citar o Produto BNDES Exim Pré-embarque com cinco linhas de crédito. No site do BNDES há informações adicionais sobre os detalhes das atuais linhas de crédito às empresas exportadoras. Disponível em: http://www.bndes.gov.br AGENTES INTERNACIONAIS NA pessoa física ou jurídica que auxilia uma empresa exportadora em suas operações é chamada de Agente. Para a ajuda na comercialização no mercado internacional é possível ter um agente local ou ainda constituir um sistema de distribuidores em regiões estratégicas. A estrutura dessa comercialização depende das características do produto, assim como o perfil do mercado. As informações sobre os agentes operantes em cada país podem ser acessadas por meio dos órgãos governamentais de fomento aos negócios internacionais, como ministérios, associações comerciais, bancos comerciais, câmaras de comércio. A decisão sobre o melhor agente de comércio internacional é um Fator Crítico de Sucesso, sobretudo na atual era do conhecimento. MERCADO DE CÂMBIO Esta seção explica o mercado de câmbio e seus detalhes operacionais, associados às operações de exportação e importação. O câmbio é necessário porque em território nacional apenas o Real é a moeda corrente. O site do Banco Central do Brasil disponibiliza uma ferramenta para a conversão de câmbio entre as diversas moedas. Disponível em: http://www.bcb.gov.br/ Uma explicação bastante simples de como funcionam os mecanismos econômicos e de comércio, pode ser conferida no link abaixo, incluindo fatores como bens de consumo, câmbio e suas políticas, incluindo câmbio flutuante. Aproveitem! https://www.youtube.com./watch?v=P2gJn7Owrj0 O mercado de câmbio engloba as operações de compra e de venda de moeda estrangeira, as operações em moeda nacional entre
  • 15. residentes, domiciliados ou com sede no País e residentes, domiciliados ou com sede no exterior e as operações com ouro- instrumento cambial, realizadas por intermédio das instituições autorizadas a operar no Mercado de Câmbio pelo Banco Central do Brasil (artigo 1º. da Resolução do Conselho Monetário Nacional nº 3.265). POLÍTICA CAMBIAL A política cambial é uma série de medidas tomadas pelo governo que afeta os valores na taxa de câmbio ou troca entre as moedas nacional e as internacionais. Ela atua diretamente sobre fatores como exportação e importação pela valorização ou desvalorização da moeda nacional diante das estrangeiras. Pode ampliar os ganhos com as exportações, por exemplo, ou facilitar a aquisição de produtos importados. Também está relacionada às reservas cambiais, que é o valor que o país possui para honrar seus compromissos externos. Para garantir a estabilidade da moeda nacional é preciso ter reservas cambiais suficientes para cobrir os riscos dos negócios em determinado cenário macroeconômico. Para informações sobre a atual política cambial brasileira, acesse o menu Câmbio e Capitais Estrangeiros: http://www.bcb.gov.br/ Tradicionalmente, há dois tipos de política cambial: fixa e flutuante. Na política de câmbio fixo, o valor do dólar é sempre o mesmo, porque o Banco Central mantém essa paridade comprando ou vendendo moeda para manter a estabilidade do câmbio. Uma das vantagens do câmbio fixo é o clima de certeza nas trocas comerciais internacionais. Não há espaço para especulação financeira nesta situação. Uma política menos intervencionista do governo é chamada de câmbio flutuante. As taxas de câmbio variam conforme a lei da
  • 16. oferta e da procura, não tendo a ação do Banco Central para estabilizar a moeda. A ação do governo a partir das reações do mercado visa manter a estabilidade da moeda nacional e o poder aquisitivo da população. Neste caso, se a banda cambial estiver fixada e valor mínimo de R$2,19 por U$1,00 e valor máximo de R$2,51 por U$1,00, a atuação do Banco Central acontecerá apenas se a taxa cambial for menor que R$2,19 ou maior que R$2,51. Se o valor do dólar cair, o BC compra dólares (aumentando a procura), se o dólar aumentar, o BC vende dólares (aumentando a oferta). Esse é um princípio básico da economia: a lei da oferta e da procura, pois um bem raro costuma ser mais caro, enquanto que algo abundante tende a ter um valor irrisório. Conhecer as regras da política cambial brasileira, assim como as mudanças no mercado internacional, permite às empresas aumentar a lucratividade de suas exportações, ou pagar menos pelos produtos importados. ESTRUTURA DO MERCADO DE CÂMBIO NACIONAL O mercado de câmbio no Brasil é dividido em: manual, sacado, câmbio livre, câmbio primário e secundário. No dicionário financeiro do site UOL Economia encontramos a definição destes termos. Disponível em: http://economia.uol.com.br/glossario/ Câmbio manual: refere-se às operações que envolvem a compra e a venda de moedas estrangeiras em espécie, isto é, quando a troca se efetua com moedas metálicas ou cédulas de outros países. É o caso do turista que troca uma nota de cem dólares pelo seu equivalente em reais (UOL Economia).
  • 17. No site do Banco Central do Brasil há várias respostas sobre o mercado cambial com as principais questões desse tema. Disponível em: http://www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/mercCam.asp?idpai=port albcb O MIX DE MARKETING E A INTERNACIONALIZAÇÃO DE PRODUTOS Para atuar no mercado internacional, as empresas precisam adaptar seus produtos segundo as necessidades percebidas. Em cada país há leis, costumes e usos que devem ser respeitados. Caso contrário, um produto pode não ter a penetração no mercado conforme as metas do planejamento de marketing. Os produtos podem ser diferenciados pelas suas características e atributos, seu país de origem, seu grau de qualidade, sua garantia ou sua embalagem. Um mesmo produto para vários mercados: padronizar ou adaptar? Portanto, para cada mercado é preciso repensar o mix de marketing: produto, praça, preço e promoção. Quando uma empresa decide atuar no mercado internacional, algumas soluções são possíveis: • colocar o mesmo produto em mercados distintos; • customizar o produto de acordo com as necessidades de cada mercado; • criar novos produtos para novos mercados; • desenvolver um único e novo produto global incorporando as tendências de consumo. Cada uma dessas estratégias possui vantagens e desvantagens, por isso essa questão merece estudos aprofundados. Entre as vantagens da padronização de produtos para os vários mercados estão: • Aumento da competição global pela exposição de mesmo produto; • Economia de escala na produção; • Maior exposição de marca em eventos globais e menor custo da transação comercial; • Possibilidade maior de amortizar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento dos produtos.
  • 18. Contudo, também há desvantagens na oferta de um mesmo produto para vários mercados: • Diferentes condições de uso desses produtos por fatores naturais (clima, temperatura, relevo); • Diversos padrões de comportamento do consumidor; • Falta de flexibilidade para a competição com a concorrência local; • Influência local das leis estaduais e regulamentos do governo. INTERNACIONALIZAÇÃO DA EMPRESA Para disseminar a internacionalização das empresas brasileiras, o SEBRAE possui um site específico sobre o assunto. Há a oferta de cursos, autodiagnóstico para as pequenas empresas que desejam entrar em novos mercados. É possível acessar informações técnicas sobre procedimentos de exportação, estudos e pesquisas de mercado, relação de feiras e eventos internacionais, além de notícias. Esse programa do SEBRAE quer estimular a internacionalização das empresas como uma das estratégias cotidianas das MPE por meio do acesso às informações e ao mercado externo. Acesse o site Internacionalização das micro e pequenas empresas - SEBRAE está disponível em: http://www.internacionalizacao.sebrae.com.br/ Para o Sebrae, a Internacionalização é muito mais que promover a atuação de forma sustentável das micro e pequenas empresas brasileiras no mercado externo, é também torná-las mais competitivas em seu próprio país, onde a disputa com produtos e empresas estrangeiras está cada vez mais acirrada. Portanto, há necessidade de uma gestão profissional tanto no mercado interno, quanto externo para garantir um padrão mundial de competitividade.
  • 19. Há diferentes modos de ingressar em novos mercados: exportação direta ou indireta; acordos e licenciamentos; joint ventures ou produção no exterior. A exportação direta ou indireta é uma das primeiras formas de entrar em novos mercados. O acordo e licenciamento é um jeito rápido de ingressar em novo mercado, com baixo risco de investimento, visto que há uma empresa no exterior responsável pela produção e vendas. O desenvolvimento de um projeto em comum é uma das características das joint ventures, tendo os benefícios mútuos sobre os resultados. Por fim, a produção no exterior exige altos investimentos, riscos médios e altos em novo negócio, além de ficar sujeito à legislação local. Nossa aula abordou os principais assuntos de Negócios Internacionais. Para aprofundar o assunto, sugerimos o acesso aos diversos links dispostos ao longo do texto. Bom estudo!