2. Os platelmintos
Platelmintos são animais do filo Platyhelminthes (do
grego platy, achatado + helmins, verme), pertencente ao
reino Animalia. São considerados vermes, tais como o são considerados
os integrantes dos filos Nematelmintos e Anelídeos.
O corpo é constituído por três camadas. Primeiramente, há
a epiderme uniestratificada. Abaixo, há duas camadas
musculares, sendo a primeira composta por músculos circulares e a
segunda por músculos longitudinais. A esse conjunto dá-se o nome de
tubo músculo-dermático. Tal tubo atua na proteção, locomoção e
como esqueleto.
Nos platelmintos de vida livre, a epiderme
apresenta cílios, relacionados com a locomoção. Já nos parasitas, há a
cutícula envolvendo o tubo músculo-dermático, conferindo-lhe
resistência à ação dos sucos digestivos.
Esses vermes são triblásticos acelomados. Como conseqüência
disso, não formam completamente alguns sistemas
(respiratório, digestório). Outra consequência é a sua forma achatada.
Suas células têm que ficar próximas ao meio externo (para respirar) e
próximas ao intestino (para obter nutrientes).
3. Sistema digestivo[editar]
Possui apenas uma abertura em todo o sistema, portanto é
incompleto. Constitui-se
por boca, faringe e intestino ramificado que termina
em fundo cego. Os cestóides (endoparasitas, como a tênia)
não possuem sistema digestivo. A digestão é extra e
intracelular.
Sistema nervoso[editar]
São os primeiros animais com um sistema nervoso
central que é formado por um anel nervoso, ligados a
cordões longitudinais ou por um par de gânglios
cerebróides dos quais partem filetes nervosos laterais que
percorrem todo o corpo, emitindo ramificações. Isso
permite uma melhor coordenação do sistema muscular,
bem desenvolvido, o que disciplina os movimentos do
animal e lhe dá mais orientação.
4. Sistema excretor[editar]
A excreção é feita através dos protonefrídeos que
possuem células terminais multiciliadas denominadas de
células-tronco (ou solenócitos).1 Estruturas típicas dos
platelmintes, as células-flamaeliminam os excretas para dentro
de ductos anastomosados, e por vezes ciliados, que
eventualmente abrem-se para o exterior por um ou mais poros.
São amoniotélicos, isto é, excretam amônia e não uréia como
os mamíferos.
Sistema reprodutor[editar]
Geralmente são hermafroditas (podendo ou não fazer a
autofecundação) sendo que alguns se reproduzem
por partenogênese. Nos tuberlários e
trematódeos monogenéticos, o desenvolvimento é direto. Já nos
digenéticos e cestóides é indireto. Os platelmintes de menor
porte podem se dividir por fissão(também chamada
de bipartição). As planárias sofrem fissão longitudinal, e cada
metade se regenera e forma uma nova planária. Trata-se de uma
forma de reprodução assexuada. Os platelmintes também podem
realizar reprodução sexuada. Novamente como exemplo as
planárias, elas se unem e trocam semens masculinos podendo
assim fecundar.
5. os nematóides
Os nematóides são vermes de corpo aproximadamente cilíndrico, geralmente
esguios e alongados, afilando-se de modo gradual ou abrupto nas extremidades
anterior e posterior. Há importantes exceções, em que as fêmeas tornamse "obesas", com forma aberrante, lembrando um limão, u'a maçã, um rim ou
apresentando outra conformação. O tamanho é muito variável. Os nematóides
que vivem no solo e nas águas, ditos de vida livre (comedores de algas, fungos,
bactérias), bem como os que se especializaram em parasitar as plantas,
ocorrendo principalmente associados às raízes destas, medem de 0,3 a 3,0 mm
de comprimento; os que se especializaram no parasitismo de animais,
vertebrados ou invertebrados, podem medir desde 0,3 mm até vários
centímetros (cerca de 15, como na lombriga intestinal do homem, Ascaris
lumbricoides), havendo alguns que chegam a atingir metros (até 8, como por
exemplo Placentonema gigantissima, parasito da baleia de espermacete).
Vivem em quaisquer ambientes/ecossistemas onde exista água, sendo no geral
sensíveis a fortes estresses hídricos. Algumas espécies, no entanto,
desenvolveram a habilidade de suportar ambientes com baixa umidade por
meses ou anos, como o interior de sementes de plantas mantidas armazenadas.
Ocorrem na água salgada, na água doce, no vinagre, no solo, em órgãos vegetais
(raízes, tubérculos, caule, folhas, sementes) e tecidos de diferentes tipos de
animais. Temperaturas muito baixas ou excessivamente altas também podem
afetá-los negativamente, causando-lhes redução na atividade e/ou morte.
6.
Causam doenças ao homem e aos animais domésticos ?
Sim. Há várias espécies que parasitam o homem, especialmente
órgãos do aparelho digestivo, sendo algumas das mais cohecidas
a já citada lombriga do intestino - Ascaris lumbricoides - que
pode causar fraqueza e irritações alérgicas aos doentes nas
infecções mais severas, Ancylostoma duodenalis e Necator
americanus, responsáveis pelo conhecido "amarelão", Enterobius
vermicularis, agente da oxiúrose infantil, Strongyloides
stercoralis e outras; Wuchereria bancrofti, parasito do sistema
linfático, causa a temida elefantíase e Dracunculus medinensis é a
famosa "serpente de fogo", mencionada em passagens bíblicas,
tratando-se de parasito sub-cutâneo (da perna, principalmente).
Da mesma forma, há muitas espécies que podem causar sérios
problemas aos animais domésticos de interesse comercial, como
eqüinos, bovinos, caprinos, ovinos e suínos, além das aves. A
necessidade de tratamento constante dos animais doentes ou de
adoção de medidas preventivas de combate a esses vermes,
acaba, com freqüência, onerando os custos de produção e
reduzindo os lucros do produtor zootécnico.
7.
E para a Agricultura ?
Causam danos às plantas ?
Causam perdas econômicas ?
Sim. Há vários gêneros incluindo um total de algumas dezenas de
espécies consideradas parasitos importantes de plantas cultivadas em
todo o mundo. Além dessas, muitas outras espécies são capazes de
parasitar plantas, mas sem causar danos relevantes e/ou perdas
significativas. Os grupos mais importantes (como os
gêneros Meloidogyne, Heterodera, Globodera, Pratylenchus, Radopholu
s, Rotylenchulus, Nacobbus, Tylenchulus e outros) congregam espécies
portadoras de um estilete bucal característico, que possibilita
a injeção de substâncias tóxicas no interior de células vegetais e a
posterior ingestão de meio líquido nutritivo produzido por elas;
parasitam principalmente os órgãos subterrâneos, em especial as
raízes, nas quais podem incitar o aparecimento de más formações, a
exemplo de engrossamentos típicos como as galhas (induzidas mais
comumente porfêmeas de Meloidogyne) ou áreas de tecido
desorganizado, já morto, de tonalidade pardo-escura ou negra
evidenciando necrose extensiva; também pode ocorrer necrose em
tubérculos ou túberas e em fruto hipógeo, como no caso do amendoim.