O documento discute como as mudanças climáticas estão ameaçando a segurança alimentar global, com eventos extremos como secas e furacões comprometendo a produção e disponibilidade de alimentos. O relatório do IPCC prevê que os impactos das mudanças climáticas na fome serão piores do que o esperado, com graves consequências nas próximas décadas. Embora muitos países não estejam preparados para esses impactos, os mais vulneráveis são os países pobres, que dependem grandemente da agricultura e pesca e têm pouca capacidade de
Microbacias Hidrográficas e sua Importância no Desenvolvimento Regional Cogepp CEPAM
I Conferência Estadual de Desenvolvimento Regional
Microbacias Hidrográficas e sua Importância no Desenvolvimento Regional
Eng. Agr. José Carlos Rossetti
Coordenador da CATI - SAA
Microbacias Hidrográficas e sua Importância no Desenvolvimento Regional Cogepp CEPAM
I Conferência Estadual de Desenvolvimento Regional
Microbacias Hidrográficas e sua Importância no Desenvolvimento Regional
Eng. Agr. José Carlos Rossetti
Coordenador da CATI - SAA
Ministério da Agricultura divulga documento do setor agropecuário para a Rio+20Portal Canal Rural
O setor agropecuário apresentará, por meio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), um documento oficial com sugestões sobre sustentabilidade na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que terá início na próxima quarta, dia 13, no Rio de Janeiro. De acordo com o titular da pasta, Mendes Ribeiro Filho, o texto contém a contribuição do segmento para aumentar a produção de alimentos, preservar o meio ambiente e erradicar a pobreza nos próximos 20 anos. Segundo Mendes, nos últimos 50 anos, a produção de grãos cresceu 290% e o rebanho de gado 250%, com o acréscimo de área de apenas 39%.
A humanidade utiliza na atualidade 50% da água doce do planeta. Em 40 anos utilizará 80%. A distribuição geográfica da água doce é desigual. Atualmente 1/3 da população mundial vive em regiões onde ela é escassa. O uso da água imprópria para o consumo é responsável por 60% dos doentes do planeta. Metade dos rios do mundo está contaminada por esgoto, agrotóxicos e lixo industrial. Relatório da ONU sobre o uso da água confirma que, sem medidas contra o desperdício e a favor do consumo sustentável, o acesso à água potável e ao saneamento será ainda mais reduzido.
Carta dia 22 de maio - dia da biodiversidade e ameaças ao rsSEMAPI Sindicato
Carta aberta, assinada pelas seguintes instituições:
- APEDeMA-RS - Assembleia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente
- AGAPAN - Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural
- Associação de Funcionários da Fundação Zoobotânica do RS
- ASSEMA – Associação dos Servidores da Secretaria Estadual de Meio Ambiente/RS
- Coletivo Cidade Que Queremos
- Fórum Justiça
- Fundação Luterana de Diaconia
- INGÁ - Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais
- Instituto Mira Serra
- Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente – MOGDEMA
- MST - Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
- NEJ- Núcleo de Ecojornalistas do RS
- Rede Nacional De Advogadas E Advogados Populares
- SEMAPI - Sindicato dos Empregados em Empresas de Asses
Sbpc desafios da produção de alimentos agrícola - v01 - jul 22 2013Geraldo Eugenio
This presentation deals with the importance of the agricultural sector and the food production for Brazil. The country is one of the key players in the food international market and needs to be aware of its responsibility as well as the opportunity it has.
Por que as empresas de alimentos e bebidas devem fazer mais para enfrentar as mudanças climáticas?
Para o setor de alimentos e bebidas, as mudanças climáticas representam uma grande ameaça. Para milhões de pessoas, significam mais condições climáticas extremas e mais fome. As 10 Grandes1 empresas contribuem significativamente para essa crise e não estão fazendo quase nada para ajudar a enfrentá-la.
Neste documento, a Oxfam convoca as 10 Grandes a enfrentar a escalada das emissões de gases de efeito estufa causada por suas cadeias de fornecimento, e a combater o desmatamento e as práticas não sustentáveis do uso da terra.
As 10 Grandes devem estabelecer novas metas para cortar as emissões de gases de efeito estufa em suas cadeias de fornecimento. Mas não podem enfrentar os riscos climáticos agindo isoladamente. Elas têm o dever de sair de sua posição cômoda e usar sua influência para exigir ações urgentes de seu setor e do governo no que diz respeito às questões climáticas.
Ministério da Agricultura divulga documento do setor agropecuário para a Rio+20Portal Canal Rural
O setor agropecuário apresentará, por meio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), um documento oficial com sugestões sobre sustentabilidade na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que terá início na próxima quarta, dia 13, no Rio de Janeiro. De acordo com o titular da pasta, Mendes Ribeiro Filho, o texto contém a contribuição do segmento para aumentar a produção de alimentos, preservar o meio ambiente e erradicar a pobreza nos próximos 20 anos. Segundo Mendes, nos últimos 50 anos, a produção de grãos cresceu 290% e o rebanho de gado 250%, com o acréscimo de área de apenas 39%.
A humanidade utiliza na atualidade 50% da água doce do planeta. Em 40 anos utilizará 80%. A distribuição geográfica da água doce é desigual. Atualmente 1/3 da população mundial vive em regiões onde ela é escassa. O uso da água imprópria para o consumo é responsável por 60% dos doentes do planeta. Metade dos rios do mundo está contaminada por esgoto, agrotóxicos e lixo industrial. Relatório da ONU sobre o uso da água confirma que, sem medidas contra o desperdício e a favor do consumo sustentável, o acesso à água potável e ao saneamento será ainda mais reduzido.
Carta dia 22 de maio - dia da biodiversidade e ameaças ao rsSEMAPI Sindicato
Carta aberta, assinada pelas seguintes instituições:
- APEDeMA-RS - Assembleia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente
- AGAPAN - Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural
- Associação de Funcionários da Fundação Zoobotânica do RS
- ASSEMA – Associação dos Servidores da Secretaria Estadual de Meio Ambiente/RS
- Coletivo Cidade Que Queremos
- Fórum Justiça
- Fundação Luterana de Diaconia
- INGÁ - Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais
- Instituto Mira Serra
- Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente – MOGDEMA
- MST - Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
- NEJ- Núcleo de Ecojornalistas do RS
- Rede Nacional De Advogadas E Advogados Populares
- SEMAPI - Sindicato dos Empregados em Empresas de Asses
Sbpc desafios da produção de alimentos agrícola - v01 - jul 22 2013Geraldo Eugenio
This presentation deals with the importance of the agricultural sector and the food production for Brazil. The country is one of the key players in the food international market and needs to be aware of its responsibility as well as the opportunity it has.
Por que as empresas de alimentos e bebidas devem fazer mais para enfrentar as mudanças climáticas?
Para o setor de alimentos e bebidas, as mudanças climáticas representam uma grande ameaça. Para milhões de pessoas, significam mais condições climáticas extremas e mais fome. As 10 Grandes1 empresas contribuem significativamente para essa crise e não estão fazendo quase nada para ajudar a enfrentá-la.
Neste documento, a Oxfam convoca as 10 Grandes a enfrentar a escalada das emissões de gases de efeito estufa causada por suas cadeias de fornecimento, e a combater o desmatamento e as práticas não sustentáveis do uso da terra.
As 10 Grandes devem estabelecer novas metas para cortar as emissões de gases de efeito estufa em suas cadeias de fornecimento. Mas não podem enfrentar os riscos climáticos agindo isoladamente. Elas têm o dever de sair de sua posição cômoda e usar sua influência para exigir ações urgentes de seu setor e do governo no que diz respeito às questões climáticas.
Este seminário, além de indicar as grandes linhas dessa política, se aprofundará em dois dos maiores e mais intimamente relacionados desafios que ela terá de enfrentar: os avanços em infraestrutura e logística necessários à competitividade e a sustentabilidade ambiental do agronegócio.
EDUARDO ASSAD
Engenheiro Agrícola, é pesquisador da Embrapa desde 1987. Foi chefe de pesquisas e desenvolvimento da Embrapa Cerrados e da Embrapa Informática. Atuou como Secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio ambiente (2011). É formado pela Universidade Federal de Viçosa, com mestrado e doutorado na França, em Montpellier.
Nesse último século, o meio ambiente sofreu uma grande e acelerada transformação. E muitas dessas alterações na natureza são praticamente irreversíveis a curto ou médio prazo. Se continuarmos com o mesmo ritmo de desenvolvimento, sem procurarmos estabelecer limites ao manejo e à preservação dos recursos ambientais, a qualidade de vida no planeta diminuirá drasticamente.
COMO TORNAR REALIDADE A UTOPIA DO USO RACIONAL DOS RECURSOS DA NATUREZA NO MU...Faga1939
Este artigo tem por objetivo apresentar como fazer com que seja realizada a sexta das utopias consideradas, a do uso racional dos recursos da natureza no mundo para acabar com sua devastação. Este artigo demonstra que a exaustão dos recursos naturais e o aquecimento global com a consequente mudança climática global são responsáveis pela devastação da natureza que, por sua vez, contribui para a ocorrência de pandemias as quais podem ameaçar a sobrevivência da espécie humana. Este artigo mostra, também, como evitar a exaustão dos recursos naturais do planeta, a mudança climática catastrófica global e a multiplicação de pandemias. Um fato indiscutível é o de que a humanidade já consome mais recursos naturais do que o planeta é capaz de repor. Os danos ambientais se caracterizam, também, pelo risco de surgimento de novas pandemias conforme o desmatamento avança em todo o planeta. Estamos agora em um mundo onde novos patógenos surgirão. E é isso que constitui uma gigantesca ameaça para a humanidade. Os danos ambientais produzidos pelo capitalismo não se manifestam apenas no esgotamento dos recursos naturais do planeta Terra e no surgimento de novas pandemias, mas, também, decorre do fato de eles serem responsáveis pelo rápido aumento das temperaturas globais graças ao aquecimento global e consequente mudança climática global que tende a ser catastrófica. É por tudo isto que se torna um imperativo a implantação do modelo de “desenvolvimento sustentável” que se transformou em um elemento chave no movimento global, crucial para encontrar soluções viáveis para resolver os maiores problemas do mundo, se apoiando na tese de que uma sociedade sustentável é aquela que satisfaz as necessidades da geração atual sem diminuir as possibilidades das gerações futuras de satisfazer as delas.
Slides produzidos pelos alunos do 9º Ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Luis Vaz de Camões de Ipezal-Angélica/MS. Sobre o Meio Ambiente para a disciplina de Geografia. Profª Patricia O. Batista.
Slides produzidos pelos alunos do 9º Ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Luis Vaz de Camões de Ipezal-Angélica/MS. Sobre o Meio Ambiente para a disciplina de Geografia. Profª Resp. Patricia O. Batista.
Inequality matters: BRICS inequalities fact sheetOxfam Brasil
This fact sheet outlines key dimensions of socio-economic inequality in the BRICS countries, highlighting trends and themes that can inform debates around developing a common framework for public policies.
Questões da desigualde: Informativo sobre desigualdades nos países BRICSOxfam Brasil
Este informativo descreve as principais dimensões da desigualdade socioeconômica nos países BRICS, destacando tendências e temas que podem inspirar debates em torno de uma base comum para políticas públicas.
Por Trás das Marcas: Justiça alimentar e as "10 grandes" empresas de alimento...Oxfam Brasil
Ao longo do século passado, poderosas empresas de alimentos e bebidas desfrutaram de um sucesso comercial sem precedentes. Porém, ao mesmo tempo em que essas empresas se tornavam prósperas, milhões de pessoas que produziam as matérias primas necessárias para abastecê-las enfrentavam dificuldades cada vez maiores quanto ao acesso à terra, à água e às condições de trabalho. Hoje, um meio
ambiente em rápida transformação,comunidades afetadas e consumidores cada vez mais exigentes estão obrigando o setor a repensar suas práticas habituais. Neste relatório, a Oxfam analisa as políticas sociais e ambientais de dez grandes empresas de alimentos e bebidas do planeta e as incita a adotar medidas que considera necessárias para criar um sistema alimentar justo.
Le monde Diplomatique Brasil Encarte Especial CRESÇAOxfam Brasil
Estamos chegando a 9 bilhões de pessoas no planeta e, nos últimos anos, a fome no mundo aumentou em vez de diminuir. Não é uma questão de produtividade porque, apesar desta ter crescido muito, temos hoje quase 1 bilhão de pessoas que passam fome.
A Oxfam aborda a questão da alimentação a partir da ótica da justiça alimentar, da ótica de direitos, levando em conta que o mundo tem recursos limitados e que, portanto, não é só produzir mais, mas repartir melhor e considerar os fatores sociais e ambientais envolvidos na produção.
A campanha da Oxfam iniciada em junho de 2011 recebe o nome “CRESÇA” porque precisamos produzir mais alimentos, investir na agricultura familiar, garantir que os agricultores, indígenas, extrativistas e camponeses – homens e mulheres - estejam prontos para o desafio de alimentar 9 bilhões de pessoas nas próximas décadas. É um desafio que requer enfrentar a desigualdade no controle e no acesso aos alimentos e aos recursos naturais, crescer de uma forma distinta, diminuir as emissões de carbono e contribuir para o enfrentamento da mudança climática. Significa construir capacidades
para que os agricultores familiares enfrentem as incertezas climáticas e do mercado de alimentos e atendam as necessidades dos mais pobres. Para isto é preciso contar com um sistema de governança global para a questão alimentar, capaz de lidar com crises e volatilidade dos preços. Por fim, temos de aumentar o debate sobre esses temas e promover o engajamento da sociedade na construção de um futuro onde todos tenham e exerçam seu direito a alimentação.
O avanço conseguido na luta contra a fome ao longo das últimas décadas vem sendo dizimado. O vai-e-vem dos preços de alimentos, a exploração dos recursos naturais e as mudanças climáticas, têm aumentado o número de pessoas famintas no mundo e as projeções para o futuro próximo são ainda mais graves. O relatório “Crescendo para um futuro melhor”, referencia de nossa campanha, mostra que se essas questões não forem enfrentadas rapidamente, os preços internacionais dos principais alimentos irão mais do que dobrar até 2030. Precisamos com urgência de um novo compromisso por parte de governos e empresas, de uma nova forma de engajamento da sociedade para enfrentar a desigualdadegerada pela falência do atual sistema de controle da produção, distribuição e consumo de alimentos.
Even it up: Time to end extreme inequalityOxfam Brasil
From Ghana to Germany, South Africa to Spain, the gap between rich and poor is rapidly increasing, and economic inequality has reached extreme levels. In South Africa, inequality is greater today than at the end of Apartheid.
The consequences are corrosive for everyone. Extreme inequality corrupts politics, hinders economic growth and stifles social mobility. It fuels crime and even violent conflict. It squanders talent, thwarts potential and undermines the foundations of society.
Crucially, the rapid rise of extreme economic inequality is standing in the way of eliminating global poverty. Today, hundreds of millions of people are living without access to clean drinking water and without enough food to feed their families; many are working themselves into the ground just to get by. We can only improve life for the majority if we tackle the extreme concentration of wealth and power in the hands of elites.
Oxfam’s decades of experience in the world’s poorest communities have taught us that poverty and inequality are not inevitable or accidental, but the result of deliberate policy choices. Inequality can be reversed. The world needs concerted action to build a fairer economic and political system that values everyone. The rules and systems that have led to today’s inequality explosion must change. Urgent action is needed to level the playing field by implementing policies that redistribute money and power from wealthy elites to the majority.
Using new research and examples, this report shows the scale of the problem of extreme economic inequality, and reveals the multiple dangers it poses to people everywhere. It identifies the two powerful driving forces that have led to the rapid rise in inequality in so many countries: market fundamentalism and the capture of politics by elites. The report then highlights some of the concrete steps that can be taken to tackle this threat, and presents evidence that change can happen.
Extreme economic inequality has exploded across the world in the last 30 years, making it one of the biggest economic, social and political challenges of our time. Age-old inequalities on the basis of gender, caste, race and religion – injustices in themselves – are exacerbated by the growing gap between the haves and the have-nots.
As Oxfam launches the Even It Up campaign worldwide, we join a diverse groundswell of voices, including billionaires, faith leaders and the heads of institutions, such as the International Monetary Fund (IMF) and the World Bank, as well as trade unions, social movements, women’s organizations and millions of ordinary people across the globe. Together we are demanding that leaders around the world take action to tackle extreme inequality before it is too late.
A oxfam adverte a desigualdade econômica está fora de controleOxfam Brasil
O aumento da desigualdade pode levar a um retrocesso de décadas na luta contra a pobreza, alertou hoje a Oxfam durante a divulgação de um novo relatório mostrando que o número de bilionários no mundo mais que dobrou desde a última crise financeira global.
O relatório, “Equilibre o Jogo: é hora de acabar com a desigualdade extrema”, mostra em detalhes que as pessoas mais ricas do mundo têm mais dinheiro do que jamais poderão gastar durante toda a vida, enquanto centenas de milhões de outras vivem em abjeta pobreza sem acesso a serviços essenciais de saúde ou à educação básica.
Em países do mundo todo, a prosperidade não está chegando às pessoas comuns, mas está indo para os que estão no topo e cuja fortuna excepcional cresce cada vez mais rápido. As 85 pessoas mais ricas – as quais a Oxfam revelou em janeiro possuírem patrimônio igual ao da metade mais pobre da população mundial – viram sua fortuna coletiva crescer US$ 668 milhões ao dia entre 2013 e 2014. Isso é quase meio milhão de dólares por minuto.
Do FMI ao Papa, do presidente Obama ao Fórum Econômico Mundial há um consenso cada vez maior de que a desigualdade é um desafio crucial do nosso tempo, e que a falta de ação é prejudicial tanto em termos econômicos quanto sociais. Apesar das palavras, poucas foram as ações concretas.
O relatório da Oxfam, endossado por Graça Machel, Kofi Annan e Joseph Stiglitz, entre outros, representa a abertura de uma nova campanha da instituição, também chamada “Equilibre o Jogo !”, para pressionar líderes mundiais a transformar a retórica em prática e garantir condições mais justas às pessoas mais pobres. É preciso agir para acabar com a sonegação fiscal de corporações multinacionais e das pessoas mais ricas do mundo. As grandes corporações globais e as pessoas mais ricas precisam pagar sua justa parcela aos cofres públicos, para que os países possam combater a desigualdade e construir sociedades mais justas.
Justiça fiscal para reduzir a desigualdade na América Latina e no CaribeOxfam Brasil
Apesar do crescimento econômico e da redução da pobreza e da desigualdade verificados na última década, a América Latina e o Caribe (ALC) continuam a ser a região mais desigual do mundo.
As elites políticas e econômicas da ALC criaram sistemas fiscais que, de um modo geral, têm impacto muito limitado como agentes de correção de desigualdades e, na verdade, contribuem para o seu aprofundamento. Para superar a desigualdade e a exclusão social, faz-se necessária uma nova e urgente maneira de pensar as finanças públicas com vistas a abordar as várias dimensões dessa injustiça tributária.
A injustiça fiscal se caracteriza por:
• Arrecadação de impostos insuficiente e insustentável: em geral, a arrecadação é inferior ao potencial e há forte dependência de fontes de impostos públicos instáveis, pouco previsíveis e social e ambientalmente frágeis.
• Regressividade do sistema tributário e desequilíbrio nas contribuições das diferentes atividades e agentes econômicos: situação que se manifesta pela maior carga tributária efetiva sobre os salários e o consumo e menor tributação sobre a renda e a riqueza.
• Ineficiência para promover avanço econômico digno e sustentável e mobilização social ascendente da maioria da população.
• A política fiscal costuma reproduzir visões tradicionais do papel da mulher na sociedade, reforçando assim as disparidades de gênero existentes.
• Elevada tendência à evasão e à sonegação fiscais.
• Institucionalidade e representatividade fracas: presentes na corrupção persistente, fraca prestação de contas em todos os níveis, falta de transparência no planejamento e na execução das políticas fiscais e baixa cultura tributária.
Sistemas fiscais da América Latina e do Caribe outro reflexo da desigualdadeOxfam Brasil
Os governos da América Latina e do Caribe utilizam mal os sistemas fiscais para investir de forma eficaz em programas de proteção social e de desenvolvimento para os seus cidadãos. Entretanto, as regras do jogo tributário favorecem as elites políticas e econômicas, deteriorando a democracia e dificultando ainda mais a redução da desigualdade.
Atualmente, a arrecadação tributária na América Latina e no Caribe é baixa em relação ao seu potencial e não corresponde às imensas necessidades sociais, que poderiam ser cobertas pelo investimento público dos Estados. A permissividade aos altos índices de sonegação e a fraude fiscal de empresas e multinacionais sobrecarregam a população de baixa renda e a classe média, fazendo com que as finanças públicas reflitam um modelo social e econômico inquietante que perpetua a concentração do poder e as discriminações.
Nesse relatório, a Oxfam analisa os obstáculos atuais para a existência de sistemas fiscais mais justos na América Latina e no Caribe e apresenta 10 recomendações para os governos levarem adiante reformas corajosas, que interrompam a influência das elites e instaurem políticas fiscais que ajudem a reduzir a desigualdade da região.
As implicações do sistema tributário brasileiro nas desigualdades de rendaOxfam Brasil
De acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), em 2012, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil – por paridade de poder de compra em dólares – alcançou a oitava posição na economia mundial. Por conseguinte, a economia brasileira situa-se entre as maiores do mundo. Em que pese a levada potência de sua economia no cenário internacional, o país persiste com elevada concentração de renda.
Não obstante o Brasil ter alcançado, em 2011, sua menor desigualdade de renda em 30 anos, 40% da população mais pobre ganhava apenas 11% da riqueza nacional, como indicado pela Síntese dos Indicadores Sociais de 2012 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os últimos dados disponíveis do Banco Mundial – World Bank Gini índex – revelam que o Brasil ocupa a 13ª colocação em concentração de renda no mundo. Desde meados da década de 1990, a Carga Tributária Bruta no Brasil (CTB) – que corresponde à arrecadação de tributos (impostos, contribuições e taxas) da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios em relação ao PIB – tem se agravado significativamente. Com efeito, dados da Receita Federal apontam que a referida carga elevou‑se de 27% para 35,1% do PIB no período de 1995 a 2011.
Esse volume de recursos que o Estado extrai da sociedade é destinado para financiar as atividades que se encontram sob sua responsabilidade, sendo que uma parte considerável da arrecadação de tributos é reservada à esfera financeira da economia. Outra parte dos recursos públicos está comprometida com o pagamento das despesas sociais, principalmente aquelas relacionadas aos benefícios da seguridade social – previdência e assistência social – e aos serviços públicos nas áreas da saúde e da educação.
No período de 1995 a 2012, cerca de 1/3 do orçamento público foi alocado para o pagamento de juros e amortização da dívida pública. Paralelamente, no período de 1995 a 2010, os gastos sociais federais subiram de 11,24% para 15,24% do PIB, conforme estudo de 2012 realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
A análise do financiamento tributário do Estado está inserida no âmbito da política fiscal. Esta pode ser compreendida em dois segmentos: de um lado, a política de captação de recursos, em que se destaca a tributação; por outro lado, há a política de aplicação de recursos que se materializa no orçamento, que reflete os gastos e o dimensionamento das prioridades do governo.
Portanto, o destino dos gastos públicos é uma dimensão importante para a compreensão das desigualdades sociais a partir dos seus efeitos sobre os cidadãos mais vulneráveis, aqueles que são excluídos do desenvolvimento econômico. A política fiscal é relevante para a compreensão das desigualdades sociais e da injusta concentração de renda e riqueza em um país.
The impact of commercial farming on the Guarani tribe in Brazil
A report by Survival, an NGO dedicated to the protection of tribal peoples’ rights, has noted how the situation of the Guarani tribe of southern Brazil is one of the worst of all indigenous peoples in the Americas. The release of the report coincides with the International Day for the Elimination of Racial Discrimination on 21st March.
The Guarani suffer high rates of suicide, malnutrition, unfair imprisonment and
alcoholism, and are regularly targeted and killed by gunmen hired by the ranchers who
have taken over their land. The denial of the Indians’ land rights is singled out in the
report as the main cause of this explosive situation.
The Survival report warns that the growing demand for ethanol as an alternative to gasoline will take more land from the Guarani and further worsen the situation. Despite living in one of the wealthiest states in one of the world’s largest emerging economies, many Guarani live in dire poverty. Some live under tarpaulins on the side of busy highways, others in chronically overcrowded ‘reserves’ where they are reliant on government handouts.
Em terras alheias: A produção de soja e cana em áreas Guarani no Mato Grosso ...Oxfam Brasil
O Centro de Monitoramento de Agrocombustíveis (CMA) da ONG Repórter Brasil retorna ao Mato Grosso do Sul para aprofundar os estudos dos intensos impactos socioambientais gerados por plantadores de soja e cana - duas das principais culturas agrícolas do Estado - nos territórios indígenas Guarani. Trata-se da continuidade de um trabalho iniciado há três anos com as pesquisas que resultaram no relatório “O Brasil dos Agrocombustíveis - Os Impactos das Lavouras sobre a Terra, o Meio e a Sociedade - Cana-de-açúcar - 2009”.
A decisão de voltar ao Mato Grosso do Sul explica-se por ser o Estado uma das principais fronteiras agrícolas do Brasil. Há naquela região uma crescente demanda por matéria-prima pelas usinas de açúcar, etanol e biodiesel, o que tem estimulado a expansão das áreas de soja e cana, inclusive dentro de terras indígenas em processo de reconhecimento pelo governo brasileiro. Se por um lado a morosidade desse processo serve de combustível para violentos conflitos, por outro também ajuda a atrair a atenção do público para a produção agrícola em terras indígenas.
Além da análise da expansão agrícola no Estado, este novo relatório apresenta estudos de caso de seis áreas indígenas em que há a presença de produtores de soja e cana.
Quatro delas - Guyraroka, Takuara, Jatayvary e Panambi-Loagoa Rica - estão em processo avançado de reconhecimento e demarcação, e duas - Laranjeira Nhanderu e Guayviry - são emblemáticas por seus históricos de conflito. Os dados apresentados se baseiam na leitura e sistematização de documentos oficiais e de depoimentos colhidos junto aos indígenas em visitas às seis aldeias.
É importante frisar que a questão da produção de commodities em áreas indígenas (ou terras por eles reivindicadas) vem sendo considerada irregular e de forte impacto socioambiental por um número crescente de instituições, tais como o Ministério Público Federal, a Funai e o Conselho Monetário Nacional, além de organizações internacionais indigenistas e ligadas à sustentabilidade do setor produtivo. Neste sentido, o presente relatório pode servir como insumo para negociações e ações de responsabilidade social dos vários atores e setores envolvidos na cadeia produtiva das duas culturas.
O CMA agradece o apoio logístico do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) ao trabalho de campo nas aldeias Guarani, e ao Ministério Público Federal pelo compartilhamento de informações. À Cordaid e ao Sigrid Rausing Trust pelo suporte financeiro que possibilitou a execução deste trabalho. E, em especial, a todos os Guarani que nos receberam em suas terras e dividiram conosco suas histórias.
BRICS and the challenges in fighting inequalitiesOxfam Brasil
Thirteen years after it was conceived by Jim O’Neill, the BRICS has gone through several phases to consolidate itself as a group of countries able to act jointly in the international arena. More than being a new North to global investors, Brazil, Russia, India, China, and South Africa are protagonists in the spread of hopes throughout the globe to reduce poverty and social inequality, as well as the construction of a new world order, marked by new centers and protagonists.
The existence of a group of countries like the BRICS demonstrates to the whole world that mobility is a real possibility in the international arena. What it does not make clear, however, is whether this mobility will result in profound systemic changes towards an equal and more democratic world. Thus, in order to understand if the BRICS can collaborate in the construction of an equal and more democratic world, it is necessary to understand the world that these five countries are creating for themselves.
Produced jointly by BRICS Policy Center and Oxfam, this document contains four analyses of key issues for the understanding of BRICS and its world, and the possibilities of changes brought to the fore by the joint action of these five countries. The objective of this document is to strengthen the debate between civil society organizations in the BRICS countries on key issues to combat inequality, promote sustainable development, and thus find ways for the BRICS to become a vector to a less unequal and more democratic world.
Rio+20: O Brasil e a estrutura institucional internacional para o desenvolvim...Oxfam Brasil
O Brasil sediou a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho do ano 2012. Os principais assuntos debatidos serão a busca por um maior comprometimento político, os progressos e as lacunas existentes, bem como os desafios que emergem acerca da temática ambiental. Para isso, as discussões da Rio+20 serão baseadas em dois temas principais: a economia verde e a arquitetura institucional internacional para o desenvolvimento sustentável.
O objetivo deste texto é apresentar o posicionamento do Brasil com relação às discussões que foram realizadas na Rio+20 sobre o arcabouço institucional internacional para o desenvolvimento sustentável.
Em primeiro lugar, contextualiza-se o debate sobre meio ambiente no Brasil, apresentando-se a organização institucional, os principais atores envolvidos e as questões relevantes no país. Em seguida, expõem-se os pontos substantivos do Brasil com relação à governança internacional ambiental. Além disso, apresenta-se a posição do país sobre o desenho institucional internacional para o desenvolvimento sustentável, mostrando, dentre outros aspectos, o papel de instituições como o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (ECOSOC) e a Comissão de Desenvolvimento Sustentável (CDS) da ONU. Por fim, consideram-se as coordenações do Brasil com outras partes sobre a temática.
Os BRICS e seus desafios no combate à desigualdadeOxfam Brasil
Passados treze anos desde que foi idealizado por Jim O’Neill, o BRICS passou por diversas fases até se consolidar como um grupo de países capaz de estabelecer uma agenda internacional conjunta. Mais do que um novo norte para investidores globais, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul protagonizam a construção de um grupamento que espalha,
por todo o globo, esperanças pela redução da pobreza e da desigualdade social, assim como pela construção de uma nova ordem mundial, marcada por novas centralidades e protagonismos.
A existência de um grupamento tão marcado por divergências e diferenças como o BRICS demonstra para todo o mundo que mobilidade é uma possibilidade real no cenário internacional. O que o BRICS não deixa claro, no entanto, é se essa mobilidade ocasionará em transformações sistêmicas profundas na direção de um mundo menos desigual e mais democrático. Assim, de modo a compreender como o BRICS pode, de fato, protagonizar a construção de um mundo menos desigual e mais democrático, faz-se necessário entender o mundo que os BRICS estão criando para si mesmo.
Produzido em parceria pelo BRICS Policy Center e pela Oxfam, esse documento traz quatro análises sobre questões fundamentais para a compreensão do mundo do BRICS e das possibilidades de transformações trazidas à tona pela atuação conjunta desses cinco países. Pretendemos, dessa forma, fortalecer o debate entre organizações da sociedade civil dos países BRICS em temas chaves para o combate a desigualdade e desenvolvimento sustentável e, assim, encontrar caminhos para que o BRICS seja, de fato, um vetor para um mundo menos desigual e mais democrático.
O Banco de Desenvolvimento dos BRICS: Por que o novo banco dos BRICS deve ado...Oxfam Brasil
Os líderes dos cinco países dos BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – vão se reunir em Fortaleza, Brasil, em julho de 2014, para realizar sua sétima rodada de discussões. Embora o interesse mundial pelas atividades do bloco esteja bem aquém dos níveis de entusiasmo do período entre 2009 e 2012, há muita expectativa com relação ao anúncio de sua primeira iniciativa institucional de grande vulto – um novo banco de desenvolvimento, até agora conhecido como Banco de Desenvolvimento dos BRICS.
Em 2013, na quinta reunião de cúpula realizada em Durban, África do Sul, os BRICS anunciaram a intenção de lançar o banco no ano seguinte – com pouca informação revelada à comunidade global a não ser a concordância em ter como foco a “mobilização de recursos para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países dos BRICS e em outras economias emergentes e países em desenvolvimento”, de modo a “complementar os esforços atuais de instituições financeiras multilaterais e regionais para o crescimento e o desenvolvimento globais”. A expectativa é de que o banco propicie nova fonte de financiamento para as economias em desenvolvimento e emergentes cujas necessidades de desenvolvimento não estão sendo atualmente supridas pelas instituições financeiras existentes. Espera-se que o Banco dos BRICS ajude a corrigir esse descompasso não apenas ao canalizar os recursos disponíveis nos países membros, mas também de outros países de renda média e de doadores em potencial, como as nações ricas em petróleo. Entre as mais nobres ambições do banco está o desenvolvimento de um mercado de divisas entre os membros do bloco com medidas adotadas para promover facilidade de conversão do real, do rublo, da rúpia, do renminbi e do rande, permitindo assim uma diversificação de reservas cambiais. A criação de uma moeda de reserva dos BRICS, capaz de desafiar a atual dependência do dólar como a única moeda de reserva e de galgar posição equiparada à dos Direitos Especiais de Saque (DES) do FMI, é um cenário previsto pelos entusiastas da possibilidade de os BRICS colocarem em cheque o sistema financeiro atual.
É essencial que os BRICS se comprometam a não limitar essa iniciativa que carrega sua marca às noções tradicionais de banco de desenvolvimento e trabalhem para definir e detalhar uma agenda inovadora para a nova instituição.
The BRICS development bank why the world’s newest global bank must adopt a pr...Oxfam Brasil
In July 2014, a new multilateral and Southern-led development bank is expected to be launched by the leaders of Brazil, Russia, India, China and South Africa – better known as the BRICS. The BRICS Development Bank will provide a fresh source of finance for developing and emerging economies to meet their development needs. Little has been made public regarding the proposed Bank’s core mandate or activities but while governments negotiate the technicalities of the Bank, it is critical that they also provide a solid vision of the principles, priorities and objectives on which the Bank’s activities and operations will be premised. This policy brief recommends that these include commitments to: ending extreme poverty and inequality, with a special focus on gender equity and women’s rights; aligning with environmental and social safeguards and establishing mechanisms for information sharing, accountability and redress; leadership on the sustainable development agenda; the creation of mechanisms for public consultation and debate; and the adoption a truly democratic governance structure.
Standing on the Sidelines: Why food and beverage companies must do more to ta...Oxfam Brasil
For the food and beverage industry, climate change is a major threat. For millions of people, it means more extreme weather and greater hunger. The Big 10 companies are significant contributors to this crisis, yet they are not doing nearly enough to help tackle it.
In this paper, Oxfam calls on the Big 10 to face up to the scale of greenhouse gas emissions produced through their supply chains, and address the deforestation and unsustainable land-use practices they allow to happen.
The Big 10 must set new targets to cut greenhouse gas emissions throughout their supply chains. But they cannot tackle climate risk by acting alone. They have a duty to step off the sidelines and use their influence to call for urgent climate action from other industries and governments.
Feminist economics and food sovereignty: Progress and challenges ahead.Oxfam Brasil
The “Grow” campaign has defined an important gender approach by stating that women are essential players in the agricultural process, especially in family farming. This important role, however, is invisible, scarcely recognized or valued, as demonstrated by the data presented by several studies, and this Oxfam publication confirms them.
In Brazil, women have a strategic role in food production in family farming, which supplies 70% of Brazilian food consumption. Here as well, little production information is broken down by gender –the daily work of women is called help, sometimes by women themselves. The money resulting from the sale of their products is not seen as essential or even included in family income. What they produce to feed the family, even though it is on the table every day, is not accounted for as income of the property, nor even as family income.
The Grow campaign in Brazil gives priority attention to women, highlighting their role in food production and consumption, both in rural and urban environments, seeking to empower them to change the context and power relationships that make their work invisible and prevent them from realizing themselves as women and as “individuals.”
This research was conducted aiming to achieve this objective, in partnership with Sempreviva Organização Feminista (SOF), which we hope will contribute to questioning, rethinking and, ultimately, changing the imbalances in power relationships that prevent women from realizing themselves as human beings, especially with regard to those relationships related to food production and access.
Economía feminista y soberanía alimentaria: Avances y desafíos.Oxfam Brasil
La campaña “Cresça” ha definido una importante visión de género al afirmar que las mujeres son actrices fundamentales en el proceso agrícola, especialmente en la agricultura familiar. Este importante papel, no obstante, es invisible, poco reconocido o valorado, tal y como demuestran los datos presentados en varios estudios y ratificados por Oxfam en esta publicación.
En Brasil, las mujeres tienen un papel estratégico en la producción de alimentos en la agricultura familiar, que atiende al 70% del consumo de alimentos de los brasileños. En este sentido, tampoco hay datos de producción separados por género: el trabajo cotidiano de la mujer está considerado como ayuda, a veces inclusive por parte de ellas mismas. El dinero resultante de la venta de sus productos no se ve como fundamental y ni siquiera se contabiliza en la renta familiar. Su producción para alimentar a la familia, pese a estar en la mesa todos los días, no entra en la contabilidad ni como renta de la propiedad ni tampoco como renta de la familia.
La campaña “Cresça” en Brasil da atención preferente a las mujeres; destaca su papel en la producción y el consumo de alimentos, tanto en el medio rural como en el urbano, con el fin de apoderarlas para cambiar el contexto y las relaciones de poder que hacen que su trabajo no sea visible y que les impiden realizarse como mujeres y como “individuas”. Con vistas a alcanzar este objetivo, se realizó este estudio, en colaboración con la organización SOF (Sempreviva Organização Feminista, por sus siglas en portugués), el cual esperamos que contribuya a cuestionar, replantear y, finalmente, cambiar los desequilibrios en las relaciones de poder que impiden que las mujeres se realicen como seres humanos, en especial aquellas relaciones que se manifiestan en torno a la producción y al acceso a los alimentos.
2. Oxfam | BRIEFING À IMPRENSA
www.oxfam.org
UM MUNDO QUENTE E FAMINTO:
COMO IMPEDIR QUE AS MUDANÇAS
CLIMÁTICAS COMPROMETAM A
LUTA CONTRA A FOME.
Sumário
A fome não é e não precisa ser inevitável. No entanto, as alterações climáticas ameaçam a
luta de décadas para erradicá-la - e nosso sistema alimentar global é lamentavelmente
despreparado para lidar com este desafio.
Na próxima semana, o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima publicará um
relatório com novas evidências de que o impacto das alterações climáticas sobre a fome
global será mais forte e chegará mais cedo do que se pensava.
Diante deste desafio, a Oxfam analisa até que ponto o sistema alimentar do mundo está
preparado para os impactos das mudanças climáticas. Avaliamos dez fatores de grande
relevância que influenciam a capacidade de um país para alimentar seu povo em um mundo
em aquecimento - que incluem a qualidade de sistemas de monitoramento do clima , as redes
de segurança social, a pesquisa agrícola e o financiamento da adaptação às mudanças
climáticas.
Nas dez áreas encontramos grande defasagem entre o que está acontecendo e o que é
necessário acontecer para proteger nossos sistemas alimentares. Essas defasagens na
preparação para o enfrentamento deste desafio são decorrentes da pobreza, da desigualdade
e da falta de vontade política. Embora muitos países – ricos ou pobres – não estejam
adequadamente preparados para o impacto das alterações climáticas na alimentação, em
geral são os países mais pobres e com maior insegurança alimentar, os menos preparados e
os mais suscetíveis os danos da mudança do clima. O sistema alimentar de nenhum país
deixará de ser afetado pelo agravamento das mudanças climáticas.
Ainda há tempo para resolver o problema. O que os países fazem hoje para se preparar para as
mudanças climáticas – e o nível em que os países mais pobres são apoiados - será, em
3. grande medida, determinante para que se saiba quantas pessoas passarão fome ao longo das
próximas duas décadas. E a rapidez e a extensão dos nossos cortes nas emissões
determinarão se os nossos sistemas alimentares terão condições de continuar a nos
sustentar na segunda metade do século.
A Oxfam conclama governos, empresas e pessoas do mundo todo a tomar medidas para deter
a mudança climática que deixa as pessoas com fome.
COMO AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS AFETAM O QUE COMEMOS?
A mudança do clima já afeta o que as pessoas comem, quando comem e quanto comem no
mundo todo, bem como onde moram e o que fazem para ganhar a vida.
Poderá haver mais de 25 milhões de crianças desnutridas com menos de 5 anos em 2050,
comparando-se com um mundo sem mudanças climáticas – isso equivale a todas
as crianças menores de 5 anos de idade dos EUA e do Canadá.i
Este ano já ocorreram vários eventos climáticos recordistas no mundo todo que tiveram
impacto catastrófico na agricultura, assim como na disponibilidade e nos preços dos
alimentos. No Brasil, a pior seca em uma década arruinou lavouras na região celeiro do país -
incluindo a valiosa colheita do café, fazendo com que seu preço desse um salto de 50%.ii
Na
Califórnia, a pior seca em mais de 100 anos está prejudicando o setor agrícola do estado, que
produz quase a metade de todos os vegetais, de todas as frutas, das castanhas e nozes
produzidas nos EUA.iii
E na Austrália, o ano começou com uma onda de calor e seca recordes,
atingindo duramente os agricultores.iv
Esses eventos de climas extremos estão coerentes com o que os cientistas vêm nos dizendo
sobre o que esperar do aquecimento do clima.
Em 31 de março de 2014, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que
representa a visão da comunidade científica global, publicará o seu 5º Relatório de Avaliação
sobre Mudanças Climáticas: Impactos, Vulnerabilidade e Adaptação. Cópias do relatório que
vazaram indicam que o impacto das alterações climáticas sobre a fome global vai ser pior do
que o divulgado anteriormente, e que graves impactos serão sentidos muito mais cedo - nos
próximos 20-30 anos, nos países mais pobres..v
i
http://www.ifpri.org/sites/default/files/publications/pr21.pdf Dados sobre população dos EUA e Canadá com idade inferior a 5 anos, em,
http://www.unicef.org/statistics/index_24183.html
ii
http://www.theguardian.com/world/2014/feb/25/brazil-drought-threatens-coffee-crops
iii
New York Times, 01/02/2014, http://www.nytimes.com/2014/02/02/us/severe-drought-has-us-west-fearing-
worst.html?action=click&module=Search®ion=searchResults%230&version=&url=http%3A%2F%2Fquery.nytimes.com%2Fsearch%2Fsit
esearch%2F%3Faction%3Dclick%26region%3DMasthead%26pgtype%3DHomepage%26module%3DSearchSubmit%26contentCollection%
3DHomepage%26t%3Dqry426%23%2F500+drought+california ou 13/02/2014, http://www.nytimes.com/2014/02/14/us/california-seeing-
brown-where-green-used-to-
be.html?action=click&module=Search®ion=searchResults%230&version=&url=http%3A%2F%2Fquery.nytimes.com%2Fsearch%2Fsites
earch%2F%3Faction%3Dclick%26region%3DMasthead%26pgtype%3DHomepage%26module%3DSearchSubmit%26contentCollection%3
DHomepage%26t%3Dqry426%23%2F500+drought+california
iv Serviço de Meteorologia da Australia.
v
Guardian, 07/11/2013, http://www.theguardian.com/environment/world-on-a-plate/2013/nov/07/climate-change-environment-food-security-ipcc-
emissions-united-nations-global-warming
4. Destruição da pesca nas filipinas
O tufão Haiyan - a tempestade mais forte já vista em terra firme - atingiu as Filipinas em
novembro de 2013 deixando um rastro de morte e devastação por onde passou.
A outrora próspera indústria pesqueira das Filipinas foi dizimada; 20.000 famílias de
pescadores foram afetadas. Muitos pescadores perderam seus barcos e dependem da ajuda
alimentar para sobreviver. O tufão destruiu manguezais e recifes de corais, que são
criadouros importantes para peixes e mariscos, e o volume das populações de peixes está
substancialmente mais baixo do que era antes do tufão. Em um esforço para aumentar a
quantidade de peixes que conseguem, um número crescente de pessoas se voltou para
práticas ilegais, como a pesca com dinamite e o uso de redes finas, atividades que
prejudicam ainda mais as populações de peixes.
Mario Waniwan (23) vive em Barangay Batang, no lado oriental de Samar e ganha a vida com a
pesca e apanhando caranguejos da lama nos mangues.
“Não posso pescar, meu barco foi destruído e todo o meu equipamento de pesca de
caranguejo foi perdido. Os manguezais foram totalmente devastados de modo que não há
mais caranguejos. Vai levar de três a cinco anos até que os mangues voltem a se formar e
possam ser ocupados por seres marinhos.
‘Eu sou casado e tenho um filho de 10 meses de idade, o Marvin. Nós comíamos três refeições
por dia antes do tufão... Agora, não há mais peixe, não há carne, não há dinheiro. Não tenho
outra renda, portanto, se a ajuda alimentar cessar, não teremos mais nada que nos ajude.
Estou muito preocupado.”
A mudança do clima poderá tornar eventos climáticos extremos como o tufão Haiyan mais
comuns no futuro.
Produção de alimentos
Em seu último relatório, publicado em 2007, o IPCC apresentou um quadro misto sobre os
impactos das mudanças climáticas na produção agrícola global. O órgão dizia que os efeitos
negativos em algumas partes do mundo poderiam ser compensados por efeitos positivos em
outras.v
Este ano a expectativa é de um alerta de que os impactos negativos superarão
quaisquer efeitos positivos - com perspectivas de queda de 2% nas produções agrícolas
globais por década. Essencialmente, essas quedas na produção ocorrerão em um contexto de
manutenção da fome e de um rápido crescimento da população mundial, onde a demanda por
alimentos deve crescer 14% por década.v
Os impactos das condições climáticas extremas sobre a produção e o consumo estão muito
bem documentados. Por exemplo, inundações extremas no Paquistão em 2010, destruíram
cerca de dois milhões de hectares de lavouras, mataram 40% do gado nas áreas afetadas e
atrasaram o plantio das culturas de inverno, fazendo com que o preço de alimentos básicos,
como arroz e trigo, disparasse.v
Em consequência, cerca de 8 milhões de pessoas, relataram
ter comido menos quantidade de alimentos e alimentos menos nutritivos por um longo tempo.
Entretanto, não são apenas os eventos extremos das mudanças climáticas que ameaçam a
segurança alimentar. Outras mudanças climáticas marginais, incluindo aparentes pequenos
aumentos de temperatura e mudanças nos padrões de chuva, já têm grandes impactos na
capacidade das pessoas de alimentar suas famílias.
5. Mudança de estações e fome na América central
Milhões de pessoas pobres na América Central estão enfrentando a fome e a miséria, como
resultado de mudanças nos padrões de chuvas e de temperaturas em elevação.
Na Guatemala, o volume total de chuva está aumentando, mas há significativamente menos
chuva durante momentos críticos do ciclo das lavouras, e isso está se tornando um problema
para as colheitas. Nos últimos dois anos, os pequenos produtores perderam 80% de suas
colheitas de milho por causa da seca.
As altas temperaturas, combinadas com fortes chuvas e períodos de estiagem também têm
dado origem à ferrugem , peste que já infectou 70% das plantações de café. Estima-se que
pelo menos 22% da safra de café foi perdida durante 2013-14, e os pequenos agricultores
estão entre os mais afetados. Trabalhadores agrícolas pobres foram muito atingidos - um
número estimado de 200.000 empregos agrícolas temporários será perdido como resultado da
ferrugem.
A perda de lavouras e de empregos significa que as pessoas estão lutando mais ainda para
alimentar suas famílias. Em 2013 houve uma diminuição estimada de 30% no consumo de milho
e feijão - os alimentos básicos na Guatemala -, enquanto a incidência de desnutrição aguda
aumentou 23% em 2013, depois de já ter subido quase 25% em 2012 em comparação com o
ano anterior.
Preços dos alimentos
Outros resultados esperados no relatório do IPCC incluem preços mais altos e voláteis dos
alimentos em consequência da mudança do clima.
No decorrer dos últimos seis anos houve três aumentos nos preços dos alimentos em âmbito
global - 2008, 2010 e 2012, estreitamente relacionados com choques de fornecimento
causados, em parte, por fatores ligados a eventos climáticos extremos. Pesquisas da Oxfam
avaliam que os preços dos alimentos poderão dobrar até 2030, com metade dessa alta
causada pelas mudanças climáticas.v
Um estudo realizado pelo Instituto Internacional de
Pesquisa de Política Alimentar revela magnitudes similares de aumentos de preços devido às
alterações climáticas. O estudo estima que, como resultado deste aumento, a disponibilidade
de calorias em 2050 será inferior a de 2000 em todo o mundo em desenvolvimento –
colocando efetivamente a luta contra a fome de várias décadas, em cheque.v
Eventos
climáticos extremos provocarão aumentos de preços ainda maiores.v
A Oxfam e o Instituto de Estudos do Desenvolvimento documentaram o impacto do aumento e
da volatilidade nos preços dos alimentos na vida das pessoas em 10 países em
desenvolvimento. Descobrimos que as pessoas empregam uma série de estratégias para lidar
com o problema, incluindo trabalhar por mais horas; cortes em alimentos mais caros e
preferenciais - carne e peixe, particularmente alimentos ricos em proteínas - compram
alimentos mais baratos e menos nutritivos; compram a granel para obter descontos; criam,
colhem e processam seus próprios alimentos; compram pequenas quantidades para
administrar os rendimentos diários; pedem empréstimos, mendigam, roubam, reduzem as
porções, cortam refeições e passam fome.v
O aumento dos preços não é um problema apenas no mundo em desenvolvimento. O custo dos
alimentos no Reino Unido aumentou em 30,5% nos últimos cinco anos e exacerbou outras
pressões – tais como o desemprego, os baixos salários e a remoção de proteção social – o
que tornou mais difícil às pessoas se alimentar. Esse quadro triplicou o uso de banco de
alimentos em 2013.v
6. Limiar para a adaptação
Já se veem os impactos das mudanças climáticas nos alimentos e na fome, e pode-se esperar
consequências graves para a segurança alimentar de milhões de pessoas se as temperaturas
globais subirem cerca de 1,5 graus centígrados, o limite de aquecimento apoiado por mais de
100 países pobres. Há expectativas de que o IPCC, em seu próximo relatório, ressalte o limite
de temperatura global de três a quatro graus centígrados, além do qual haverá pouco o que
possamos fazer para evitar graves prejuízos à produção de alimentos em muitas regiões do
planeta. Acima deste limiar enfrentaríamos crises alimentares sem controle. Atualmente
caminhamos no rumo certo para cruzar esse limiar na segunda metade do século XXI.
O MUNDO NÃO ESTÁ PREPARADO PARA OS IMPACTOS DO CLIMA NOS ALIMENTOS
A Oxfam avaliou até que ponto o nosso sistema alimentar global está preparado para os
impactos das mudanças climáticas, analisando 10 áreas de políticas climáticas e alimentares
nacionais e globais. Há muitos determinantes importantes da fome, incluindo níveis de renda,
tendências demográficas e conflitos, que não estão incluídos nesta análise. Da mesma forma,
a luta contra o impacto da mudança climática segurança alimentar, exigirá ações por meio de
uma gama muito mais ampla de políticas e práticas do que apenas essas 10 áreas, na
verdade, os efeitos das mudanças no clima devem ser integradas em todas as políticas
relativas aos alimentos. Contudo, a experiência da Oxfam e a literatura acadêmica sugerem
que essas 10 áreas terão grande influência sobre se os países estão aptos a se alimentar em
um mundo em aquecimento.
Embora nossos resultados mostrem grande variedade na preparação entre e dentro dos
países, o quadro global é de um sistema alimentar perigosamente despreparado para os
impactos das mudanças climáticas. Isso indica que muitos países – ricos ou pobres – estão
despreparados para os impactos do clima nos alimentos, mas são quase sempre os países
mais pobres e com menos segurança alimentar os mais atrasados nessas áreas importantes
da política e prática alimentares.
As 10 áreas fundamentais de políticas e práticas são descritas a seguir. A cada área
atribuímos uma pontuação de um a dez para indicar a extensão da defasagem na adaptação
da área.
Nova análise complementar da Oxfam demonstra que os países que atualmente passam por
altos níveis de insegurança alimentar, também enfrentam o maior risco de impactos
climáticos (veja gráfico abaixov
). No entanto, também mostra que alguns países, como Gana,
Vietnã e Malaui contrariam essa tendência - desfrutando de níveis muito mais elevados de
segurança alimentar do que países como Nigéria, Laos e Níger, que têm níveis comparáveis de
renda e enfrentam magnitudes comparáveis de risco relativas às alterações climáticas. A
diferença fundamental é que Gana, Vietnã e Malaui já adotaram medidas em algumas das 10
principais áreas de políticas e práticas que destacamos. Esses exemplos, descritos em mais
detalhes no quadro a seguir – ilustram que a fome ainda não é inevitável. Nas próximas duas
décadas, o modo como os países se adaptam e se preparam para os impactos das mudanças
climáticas sobre os alimentos e o nível em que os países mais pobres são apoiados para fazê-
lo, determinará, em grande medida, onde e se as pessoas passarão fome .
7. Insegurança alimentar e riscos da mudança climática
Contrariando a tendência
Os impactos das mudanças climáticas, que já estão confirmados, não tornam a fome
inevitável se a ação correta for tomada - como ilustrado pelos países que parecem estar
contrariando a tendência de insegurança alimentar frente aos riscos do clima.
• Gana e Nigéria são dois países de renda média baixa na África Ocidental que enfrentam
níveis comparáveis de risco climático. No entanto, Gana constantemente supera a
pontuação da Nigéria nas principais medidas alimentares e políticas de adaptação ao
clima, inclusive muitas delas são avaliadas neste trabalho, como cobertura da
proteção social, gastos públicos em P&D agrícolas e número de estações
meteorológicas. Mesmo que muitos desafios ainda permaneçam, Gana desfruta de
níveis muito mais elevados de segurança alimentar e está em melhores condições para
enfrentar riscos climáticos crescentes.
• No Leste da Ásia, Vietnã e Laos são dois países de renda média baixa e enfrentam
níveis comparáveis de risco climático. Embora o Vietnã se beneficie de terras
cultiváveis de melhor qualidade e outras vantagens ecológicas, o país frequentemente
supera a pontuação do Laos em medidas como proteção social, irrigação de lavouras e
acesso à água potável, ajudando-o a conseguir segurança alimentar acima da média.
O Laos enfrenta desafios de segurança alimentar piores do que a média.
• Malaui supera o desempenho da maioria dos outros países da África Subsaariana nos
indicadores de segurança alimentar. Em comparação com o Níger, a pontuação de
Malaui é superior em medidas importantes, como cobertura de proteção social,
irrigação de lavouras, investimento público total na agricultura e gastos em pesquisa
e desenvolvimento agrícolas.
Embora alguns países estejam adequadamente preparados para níveis cada vez mais altos de
risco climático, esses países parecem mostrar que as políticas e medidas certas podem fazer
diferença vital à segurança alimentar em um mundo em processo de aquecimento.
8. DEFASAGEM EM 10 ÁREAS
Pontuação das defasagens
Para cada uma das 10 áreas, definimos indicadores de desempenho do que poderia ser um
mundo preparado para enfrentar os impactos das mudanças climáticas nos alimentos. Em
seguida, avaliamos dados relevantes em nível nacional ou global para determinar o quanto
estamos caindo nos indicadores de desempenho em cada área e usamos uma escala de notas
para converter isso em uma pontuação até 10. Por exemplo, na área de adaptação financeira,
definimos os indicadores de desempenho como se os países com insegurança alimentar
recebessem 100% das suas necessidades financeiras para adaptação ás mudanças climáticas.
Essa pontuação é baseada em uma amostra de 40 países com insegurança alimentar. Foi
calculado o valor médio que esses países receberam em financiamento para adaptação nos
últimos anos e o valor médio estimado das necessidades de financiamento para adaptação no
mesmo período. A pontuação final é a proporção média de financiamento recebido em
comparação com a necessidade. Para obter mais detalhes sobre como cada pontuação foi
calculada, veja o anexo.
1. Financiamento para a adaptação - pontuação: <1/10
Segundo a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), os
países desenvolvidos se comprometeram a ajudar a adaptação dos países pobres às
mudanças climáticas.
0
100
200
300
400
500
600
700
International adaptation finance gap
International adaptation finance received under 'Fast Start Finance' (2010-12) (million USD)
Rough estimate of total adaptation costs 2010-12 (million USD)
9. Na reunião de cúpula de Copenhague, em 2009, os líderes mundiais prometeram fornecer
U$$100 bilhões por ano até 2020 para ajudar os países pobres a se adaptarem às mudanças
do clima e a reduzir suas emissões (mitigação). Também se comprometeram a fornecer US$ 30
bilhões em “Financiamento de Arranque Rápido” (Fast Start Finance), entre 2010 e 2012,
distribuído entre adaptação e mitigação.
O Fast Start Finance não foi eficiente – iniciativas de adaptação receberam não mais que 20%
de fundos prometidos, no máximo.v
Entretanto, mesmo a aplicação de 50% dos recursos
previstos, teria sido muito pouco para atender às necessidades estimadas para a promoção
da adaptação dos paises pobres aos impactos das mudanças climáticas, calculadas em pelo
menos US $ 100 bilhões por ano - esse valor equivale a somente 5% da riqueza dos 100
maiores milionários do mundo.v
A defasagem entre as verbas insignificantes fornecidas a cada país sob o Fast Start e uma
estimativa conservadora das necessidades de adaptação nacionais são mostradas no gráfico.
Os países considerados neste estudo receberam, em média, apenas 2% da estimativa de suas
necessidades financeiras para a adaptação.v
A qualidade do financiamento à adaptação
também é um problema - por exemplo, muito pouco apoio à adaptação chega às mulheres
produtoras de alimentos.
O esforço para cobrir o aumento dos custos de adaptação pode ser visto também nos países
ricos, por exemplo, em recentes debates no Reino Unido sobre os gastos com medidas de
defesa contra inundações.
Inundações no Reino Unido
No início de 2014, mais de 5.000 propriedades e milhares de hectares de terras agrícolas em
toda a Inglaterra e no País de Gales ficaram submersos sob as enchentes após o inverno mais
chuvoso desde o início desses registros, em 1776. As enchentes – que o Escritório de
Meteorologia do Reino Unido supõe que estejam associadas às mudanças climáticas -
provocaram uma tempestade política quanto aos gastos em medidas de defesa contra
inundações em áreas rurais, em meio a alertas de que inundações extremas mais frequentes
irão minar a segurança alimentar num país que já importa 30% do que consome. Segundo
estimativas, 58% das terras inglesas mais produtivas encontram-se em uma planície aluvial.v
Liz Crew cultiva uma pequena propriedade de 12 acres nas planíces de Somerset - uma das
áreas mais afetadas.
"Nós trabalhamos a vida inteira para formar nossa fazenda de gado e agora, a sensação de que
o trabalho de uma vida toda pode ter sido em vão, é arrasadora. Não recebemos nenhuma
indenização pela inundação em nossas terras ou pelo prejuízo financeiro porque nossa apólice
de seguros só funciona se a casa estiver inabitável.”
“A agricultura do Reino Unido não está preparada. Os fazendeiros sabem que as enchentes são
mais prováveis no primeiro trimestre do ano – por essa razão constroem seus estábulos em
locais altos – portanto, não esperam que os estábulos sejam inundados.”
‘Precisamos reduzir as emissões. É preciso fazer adaptações. Meu receio é que os fazendeiros
tenham que abandonar suas propriedades nas planíces de Somerset.”
10. 2. Proteção social – pontuação: 3/10
As pessoas mais pobres gastam a maior parte da sua renda em alimentos e são as mais
atingidas quando a crise de alimentos se agrava.
Programas de proteção social – incluindo sistemas de merenda escolar, transferência de
dinheiro e garantia de emprego – são uma forma comprovada de garantir acesso a alimentos,
manter as crianças na escola e evitar que as pessoas tenham que vender seus bens básicos,
como seu gado, para conseguir alimentos.
Exemplos incluem a iniciativa "Bolsa Família", no Brasil, e a Lei Nacional de Garantia de
Emprego Rural, da Índia. A Lei Nacional de Garantia de Emprego Rural, da Índia, garante 100
dias de emprego por ano nos 200 distritos rurais mais pobres do país, em atividades que
frequentemente ajudam a aumentar a resiliência do distrito ao impacto das alterações
climáticas – por exemplo, fortalecendo aterros ou desassoreando canais de irrigação.v
Embora quase todos os países industrializados garanta que a maioria da sua população é
coberta por algum tipo de proteção social, em âmbito global, apenas 20% das pessoas tem
proteção social adequada.v
Em muitos países pobres, como Zâmbia, Mali e Laos, a cobertura é
inferior a 5%. Entretanto, a proteção social é notavelmente maior em países pobres que vem
contrariando a tendência de insegurança alimentar e riscos climáticos, como por exemplo,
Malaui, Gana e Vietnã onde sua abrangência da cobertura chega a 21%, 28% e 29%
respectivamente.v
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Social protection gap
% population covered by social protection programmes
Estimated average in developed countries
Average in food insecure countries in sample
11. 3. Ajuda humanitária para crises alimentares - pontuação: 6/10
A ajuda humanitária é a última linha de defesa para pessoas que enfrentam a fome devido a
impactos climáticos.
A cada ano a ONU apela por ajuda para assistir pessoas em emergências humanitárias. No
decorrer da última década, foram concedidos em média, 66%dos fundos financeiros
solicitados. No entanto, o custo da ajuda humanitária aumenta cada vez mais e a defasagem
entre os fundos solicitados e os fundos comprometidos está em constante aumento - o
déficit do financiamento humanitário anual quase triplicou desde 2001.v
A mudança climática implica eventos climáticos cada vez mais extremos nos próximos anos,
colocando peso ainda maior em um sistema já sobrecarregado.
0
2
4
6
8
10
12
Humanitarian aid gap
Humanitarian aid provided (billion USD)
Humanitarian aid required (billion USD)
Funding shortfall (billion USD)
Linear (Humanitarian aid provided (billion USD))
Linear (Humanitarian aid required (billion USD))
12. 4. Estoques de alimentos - pontuação: 5/10
Os estoques de comida são uma reserva crucial contra a fome em caso de perda de colheitas
e picos de preços de alimentos motivados por eventos climáticos extremos.
Mas nos últimos anos a proporção de estoques de alimentos para o consumo caiu a níveis
muito baixos para os padrões históricos - a cada ano da última década, a relação de estoque
para uso caiu abaixo da média de 25 anos, com os menores índices coincidindo com picos de
preços de alimentos significativos em âmbito mundial, como em 2007-8.v
Essa diminuição na
proporção do estoque para uso deve-se em parte a choques de condições meteorológicas
extremas na produção, desvio de culturas para atender à demanda por biocombustíveis e a
falta de atenção dada à armazenagem pública e privada adequada. Para os países em
desenvolvimento, o aumento dos preços dos alimentos levou-os a investir na criação de
reservas de alimentos.
Um mundo que enfrenta crescentes interrupções de produção e instabilidade nos preços de
alimentos devido às mudanças climáticas precisa de reservas maiores do que tem atualmente.
Uma maneira de resolver esse problema é os países em desenvolvimento construírem suas
próprias reservas públicas locais, nacionais ou regionais. Segundo a Organização das Nações
Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), 35 países liberaram estoques públicos durante a
crise alimentar de 2007-2008.v
Na Índia, uma grande compra de arroz e trigo, em 2008,
possibilitou ao governo liberar no mercado estoques suficientes para estabilizar os preços e
evitar que muitos milhares de pessoas passassem fome.v
13. 5. Discriminação de Gênero – pontuação: 5/10
As mulheres constituem 43% da força de trabalho dos países em desenvolvimento e exercem
papel vital na produção e preparação dos alimentos no mundo.v
Como resultado, o impacto
das mudanças climáticas sobre a alimentação é sentida de forma especialmente severa pelas
mulheres.
Sabemos que as adaptações realizadas levando em conta as mulheres resultam em melhoria
da produção e mais segurança alimentar, bem como na redução da carga de trabalho para as
mulheres e seus familiares. As mulheres do campo detêm uma riqueza de conhecimento sobre
as sementes, plantas, água e manejo da terra, e estão bem posicionadas para desenvolver
estratégias de adaptação à mudança climática e reduzir seus impactos sobre suas
comunidades e meios de subsistência. As mulheres nos dão nossa melhor chance de
produção suficiente de alimentos em um mundo em processo de aquecimento. Mas muitas
coisas conspiram contra seus esforços para fazê-lo.
Por exemplo, menos de cinco por cento das mulheres na Ásia Ocidental e Norte da África
possuem terra.v
Dessa forma, elas não têm incentivo para investir em sua terra e não podem
decidir como a terra será cultivada.v
As mulheres também não têm acesso a informações de
sistemas de alerta antecipado sobre condições climáticas extremas que possam afetar suas
lavouras, rebanhos e às vezes até sua vida. Uma pesquisa sobre comunidades em 15 países
em desenvolvimento descobriu que, em média, apenas 43% das mulheres receberam
informações sobre eventos de condições climáticas extremas, porque essas informações
costumam ser transmitidas de homens para homens em espaços públicos e raramente
comunicadas ao resto da família.v
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Agricultural investment gap
Estimated expenditure on agriculture as % national budget
Maputo Target
Average expenditure in African country sample
14. 6. Investimento público na agricultura – pontuação: 7/10
Até 80% de pessoas com fome no mundo são pequenos produtores , cuja subsistência
depende da agricultura e dos recursos naturais. Isso os torna especialmente vulneráveis aos
impactos do clima.v
Níveis adequados de investimento público na agricultura são vitais a fim
de garantir que eles recebam o apoio necessário para construir a sua resistência.
A Ajuda Oficial ao Desenvolvimento para a agricultura foi reduzida nos últimos 30 anos,
passando de aproximadamente 43% dos orçamentos nacionais na década de 1980, para cerca
de 7% atualmente.v
Em 2003, os líderes africanos comprometeram-se a aumentar seus gastos
em agricultura para 10% dos seus orçamentos nacionais. Uma década depois apenas quatro,
entre os 20 países incluídos neste estudo, cumprem essa meta.
Tão importante quanto isso é saber em que são gastos os orçamentos agrícolas. A grande
quantidade de evidências sugere que investir em mulheres pequenas produtores, pesquisa e
desenvolvimento, desenvolvimento rural e agrícola e na melhoria do acesso aos serviços de
extensão, tais como capacitação e crédito, pode fazer uma diferença vital na luta contra a
fome em um clima em mudança.
Investimento privado responsável na adaptação agrícola também é fundamental. O setor
privado, especialmente a indústria de alimentos e bebidas, deve garantir que os pequenos
produtores em suas cadeias de suprimento recebem o apoio que necessitam para se
adaptarem.
0
2
4
6
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Agricultural investment gap
Estimated expenditure on agriculture as % national budget
Maputo Target
Average expenditure in African country sample
15. 7. Pesquisa e desenvolvimento em agricultura - pontuação: 2/10
Investir em pesquisa e desenvolvimento (P&D) agrícolas é vital para a resiliência às alterações
climáticas da agricultura.
A diversidade global das sementes diminuiu 75% nos últimos 100 anosv
, privando as
comunidades de variedades nativas que podem ser mais adequadas à mudança dos padrões
climáticos locais. O desenvolvimento de novas sementes e a redescoberta de antigas
variedades adaptadas às alterações das condições climáticas de crescimento é crucial.
Contudo, o investimento público em P&D agrícola fica muito aquém ao necessário, nos países
mais carentes. Para cada US$ 100 gastos na produção agrícola, os países desenvolvidos
gastam US$ 2,16 em P&D pública agrícola, enquanto os países em desenvolvimento gastam
apenas US$ 0,55, em média. Países que vem desafiando a tendência alimentar e climática,
como Malaui e Gana, estão investindo mais em pesquisa agrícola.v
Mas não é apenas uma questão de quanto dinheiro está disponível - é também sobre como é
gasto. A P&D é mais eficaz em melhorar a segurança alimentar quando é realizada com a
participação de pequenos produtores, incluindo mulheres, e quando aproveita o
conhecimento tradicional para resolver problemas como a disseminação de pragas e doenças,
a gestão da água e a conservação do solo ou a falta da diversidade de sementes.
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
Agricultural research gap
Research intensity ratio ($ spent per$100 agriculturalGDP growth)
High income countries average
Average of food insecure developing countriessample
16. 8. Irrigação – pontuação: <1/10
Mais de 80% da agricultura mundial e 95% da agricultura africana são de sequeiro, e à mercê
da mudança dos padrões de precipitações e intensidade das chuvas.v
Em um mundo em
aquecimento, onde as estações do ano são menos previsíveis, acesso à irrigação
responsávelv
é fundamental, especialmente em regiões quentes e secas.
Na Califórnia, que atualmente enfrenta a pior seca em mais de 100 anos, a irrigação cobre
cerca de 80% das terras cultiváveis.v
Contudo, grande parte da irrigação é dedicada à
agricultura industrial de larga escala em áreas onde a água é escassa, drenando recursos
hídricos em grandes áreas do oeste os EUA. Os países do sul da Europa são muito menos
equipados para o clima mais quente e seco que temos pela frente, com apenas 16% de suas
terras irrigadas. Contudo, é nos países africanos que se verificam as situações mais
desfavoráveis - em Níger, Burkina Fasso e Chade, onde os agricultores enfrentam estiagens
cíclicas, a irrigação cobre menos de um por cento das terras cultiváveis. De fato, a África
enfrenta um déficit de irrigação significativo em comparação com os países asiáticos.v
Em
muitos países em desenvolvimento, a irrigação que existe é destinada a grandes fazendas
industriais em detrimento da água da comunidade e irrigação em pequena escala.
Além da irrigação de lavouras, outras deficiências na infraestrutura detêm muitos países na luta
contra a fome em um mundo em processo de aquecimento, que inclui a falta de acesso à água
potável (as mulheres na África subsaariana gastam coletivamente 40 bilhões de horas a cada
ano colhendo águav
), instalações de armazenamento para as colheitas e boas estradas para
ligar os pequenos agricultores aos mercados.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Crop irrigation gap
% Agricultural area equipped for irrigation
Average of Asian food insecure country sample
Average of African food insecure country sample
17. Como tornar o Sahel verde: Uma lição em adaptação
Os agricultores da Califórnia e Austrália, que atualmente se esforçam para lidar com os
impactos da seca extrema, podem aprender algumas lições úteis de abordagens inovadoras
para a adaptação com seus colegas no Sahel, que é a região da África de transição entre o
deserto do Saara e as terras mais férteis a sul. Ao longo das últimas três décadas, centenas
de milhares de pequenos agricultores em Níger e Burkina Faso têm transformado grandes
áreas de paisagem árida do Sahel em terras agrícolas produtivas – melhorando a segurança
alimentar de 3 milhões de pessoas.
Eles conseguiram essa façanha modificando de forma engenhosa a agrofloresta tradicional, o
aproveitamento da água e práticas de manejo do solo. Por exemplo, em Burkina Faso
agricultores semeiam culturas de sorgo e milheto em fendas com esterco forradas com pedras
e cercadas por diques. As fendas concentram os nutrientes e a água exatamente onde eles
são necessários, reduzem a erosão do solo durante a estação chuvosa e retém água por
períodos mais longos, ajudando na sobrevivência das plantações nos períodos de estiagem.
Essas práticas simples e de baixo custo têm ajudado a recuperar entre 200.000 e 300.000
hectares de terras e a produzir um adicional de 80.000 toneladas de alimentos por ano.v
9. Seguro agrícola – pontuação: 2/10
O seguro pode fazer uma enorme diferença para a capacidade dos agricultores em lidar com
os choques relativos à mudança climática, oferecendo uma indenização para cobrir perdas,
melhorar a disponibilidade de crédito e assegurar uma renda mais regular. Na Bolívia, a Oxfam
ajudou o governo a definir um sistema nacional de seguro agrícola para aumentar a resiliência
dos pequenos produtores. Até agora, 60.000 pessoas acessaram o seguro agrícola e 90.000
hectares de lavora foram protegidos.
Contudo, a maioria dos agricultores do planeta não tem cobertura de seguro para a lavoura.
Enquanto 91% dos agricultores nos EUA têm seguro agrícola, na Austrália a porcentagem é de
50%, na Índia 15%, 10% na China e apenas um por cento ou menos no Malaui e na maioria dos
países de baixa renda.v
As desigualdades na cobertura são ressaltadas, na esteira de eventos
climáticos extremos, como o recente Supertufão Haiyan nas Filipinas e as secas de 2012 nos
EUA e na Rússia. A tabela abaixo mostra a proporção do total de perdas de safras relatada em
cada um dos eventos segurados pelos quais, em consequência, os agricultores foram
indenizados.
Evento de condições
atmosféricas extremas
Perda de safras
($m)
Perdas de safra
assegurada (US$
milhões)
Parte do total de perda da
safra assegurada (%)
Seca nos EUA em 2012v
20,000 15,000 75
Seca na Rússia em
2012v
600 170 28.33
Tufão Haiyanv
110 6.8 6.18
18. Pagando pela seca nos EUA e na Rússia em 2012
A seca de 2012 na Rússia foi extremamente penosa para os agricultores. O governo pagou
indenização, mas ou não foi suficiente ou chegou tarde demais. Além disso, alguns
agricultores foram informados de que não tinham direito a receber nenhuma indenização. Em
consequência, muitos faliram.v
O governo russo tem planos de criar reservas financeiras
adicionais – no valor de US $ 500 milhões - para enfrentar os impactos climáticos negativos
sobre os agricultores e aumentar os subsídios para a agricultura familiar e os jovens
agricultores.
“Afinal de contas as pessoas fazem seguro de carros e propriedades. Agricultores lidam com
um negócio arriscado e eles, mais do que qualquer outra pessoa, precisam de algum tipo de
garantia.”
Por outro lado,, na seca de 2012 nos EUA um total recorde de US$ 15 bilhões foi pago a
agricultores, em sua maioria produtores de milho, soja e trigo.v
As apólices de seguros são
vendidas por empresas privadas, mas altamente subsidiadas pelos contribuintes, em até US$
1,3 bilhão por ano.v
Uma vez que o seguro é reconhecido como fundamental para a gestão de
risco em um clima em mudança, os grandes grupos de commodities fizeram lobby com sucesso
para obter subsídios mais elevados do governo em 2014, projeto de lei agrícola dos EUA. O
projeto de lei aumenta significativamente os subsídios do seguro agrícola - quase eliminando o
risco de grandes produtores de commodities, mas não está acessível para muitos outros
agricultores.
PREVISÃO METEOROLÓGICA – PONTUAÇÃO: 3/10
Fornecer bons dados meteorológicos é uma forma importante de ajudar os agricultores a lidar
com as mudanças climáticas. Na Tailândia e no Zimbábue, a Oxfam está investindo em
projetos visando melhorar a previsão meteorológica para dar aos agricultores mais certeza
sobre quando e o quê plantar e colher.
Ainda assim, a concentração de estações meteorológicas varia muito no mundo todo.
Ironicamente, os países mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas sobre os
alimentos, têm a menor concentração de estações meteorológicas.
Na Califórnia, há uma estação meteorológica a cada 2.000 km2, enquanto em Chade há
apenas uma a cada 80.000 km2 – uma área com aproximadamente o tamanho da Áustria.v
A
distância potencial entre uma estação meteorológica do Chade é tão grande que as
informações fornecidas podem ser para um tipo de clima completamente diferente do local
onde está o agricultor. É como consultar as condições meteorológicas em Munique para
decidir se deve usar um casaco em Roma.v
19. LIMITES À ADAPTAÇÃO
Embora os governos tenham concordado em limitar o aquecimento global a dois graus
centígrados, e mais de 100 dos países mais vulneráveis sustentem a necessidade de um
limite de 1,5 grau centígrados, atualmente não temos maneira de cumprir nenhum deles.
Talvez a defasagem mais grave que enfrentamos no combate à fome em um mundo em
processo de aquecimento seja a diferença entre os níveis das emissões de gases de efeito
estufa projetada para 2020 e os níveis necessários para manter a meta de 1,5 grau centigrado
possível.v
Há expectativas de que no próximo relatório, o IPCC alerte que além de três a quatro graus
centígrados de aquecimento, a produção de alimentos não será mais possível em grandes
áreas do globo - mesmo com adaptação.v
Se não forem tomadas medidas suficientes para
reduzir as emissões de gases de efeito estufa, o IPCC prevê que iremos alcançar esses níveis
de temperatura na segunda metade deste século.v
Mesmo atualmente, já estão ocorrendo perdas e danos irreparáveis e inevitáveis em terras
agrícolas e áreas pesqueiras. Por exemplo, mudanças nos padrões de precipitação
pluviométrica, invasão de água salgada e perda de terra costeira devido a inundações já
estão tendo impacto significativo sobre a agricultura nas ilhas do Pacífico. Em Kiribati, a
comunidade de Tebunginako já foi forçada a se mudar em virtude da invasão das águas do
mar. O peixe-leite que anteriormente alimentava todo o vilarejo há muito está extinto e
lavouras importantes, como as de coco e inhame/cará, estão sendo contaminadas de modo
irrecuperável pelo sal. Todo ano, os moradores do vilarejo precisam ir cada vez mais para o
interior em busca de alimento fresco e água potável, mas com os 33 atóis e ilhas de coral de
Kiribati a apenas dois metros acima do nível do mar, em média, não podem ir muito longe.v
A experiência de Kiribati é uma amostra do quanto pode piorar se as temperaturas
continuarem a subir. Na Ásia, a elevação do nível do mar e a invasão de água salgada
ameaçam a atividade agrícola em deltas importantes, podendo atingir cerca de 3,5 milhões a
5 milhões de pessoas. O Delta do Mekong no Vietnã, por exemplo, é responsável por cerca de
50% da produção agrícola do país e corre sério risco de invasão de água salgada. Estima-se
que uma elevação de 30 cm. do nível do mar, que pode ocorrer em 2040, poderia resultar em
perda de aproximadamente 12% da produção agrícola.v
A redução das chuvas e a elevação das temperaturas também estão diminuindo a capacidade
dos agricultores de alimentar a família e fornecer alimentos para os mercados locais. Países
como Djibuti, Somália e partes de Mali, Níger e Quênia já recebem menos de 290 mm de chuvas
por ano. Isso está abaixo dos níveis suficientes para a agricultura de sequeiro sustentável e
as colheitas já não estão acompanhando o ritmo de crescimento da população.v
O IPCC estima
que cerca de 75 milhões de hectares de terra atualmente adequada para a agricultura irrigada
por água pluvial serão perdidos na África Subsaariana até 2080.v
Em todos os lugares, áreas de terras agrícolas de alta qualidade no Mediterrâneo, no sul da
Europa e no Meio Oeste dos Estados Unidos também devem sofrer uma vez que temperaturas
mais altas e secas tornam a atividade agrícola inviável.v
Está claro que se quisermos garantir que nós, nossos filhos e famílias no mundo todo tenham
o suficiente para comer, haverá necessidade de reduções urgentes e ambiciosas de emissões
juntamente com aumento maciço de apoio aos processos de adaptação.
20. Atingindo os limites da adaptação no Zimbábue
O Distrito de Gutu no sudeste do Zimbábue sempre foi um lugar seco e empoeirado, mas nas
últimas décadas, as chuvas irregulares tornaram-se ainda mais instáveis. Lavouras após
lavouras secaram e se perderam e mais pessoas estão passando fome.
O projeto de irrigação de Ruti, comunidade no Distrito de Gutu, foi elaborado pela Oxfam, pelo
governo local e pela comunidade para fornecer uma fonte de água alternativa segura. O
projeto alocou 0,25 hectares de terra para cada uma das 270 famílias e deu-lhes acesso à
água de irrigação em rotação. A água flui de uma represa próxima, a 3 quilômetros de
distância, por um sistema de encanamento e canais para cada lote de terra. O sistema é
movido a gravidade, o que mantém os custos baixos. Os resultados têm sido notáveis, as
pessoas são capazes de semear e colher três lavouras por ano em vez de uma, a segurança
alimentar e a nutrição melhoraram significativamente e a renda dos participantes mais
pobres quase triplicou.
Ipaishe Masvingise, uma viúva de 49 anos, disse:
“Nossa terra era fértil e costumávamos ter boas colheitas, mas aí o clima mudou. A chuva é
realmente irregular. Você trabalha e trabalha, mas não tem nenhum retorno se não tiver água.
‘Agora que temos lotes no esquema de irrigação, temos nova vida e colhemos muito mais.
Voltamos a ser agricultores. Isso nos dá mais do que o necessário para comer, e posso
vender os grãos para pagar impostos, contas médicas, ajudar na lavoura e até sustentar
minha família mais distante que não tem sua própria terra.”
No entanto, há limites para o que a adaptação de projetos como esse pode alcançar em face
de eventos climáticos extremos. A seca em 2013 foi tão grave que os níveis de água da
represa caíram abaixo da capacidade de 25% e não havia pressão de água suficiente para
alimentar de forma adequada o sistema de irrigação. A autoridade da água tomou a decisão
de reservar a água que havia para as grandes propriedades de açúcar a jusante. A seca foi
excepcionalmente seguida de chuvas torrenciais que encheram a barragem, mas também
despencaram pedras sobre o gasoduto, quebrando-o e reduzindo mais uma vez a pressão da
água.
COMO FAREMOS PARA IMPEDIR QUE AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS CAUSEM FOME?
Apesar dos crescentes impactos das mudanças do clima, a fome pode ser evitada. A Oxfam
conclama governos, empresas e pessoas do mundo todo a tomar as urgentes medidas a
seguir para deter a mudança climática que leva às pessoas à fome.
Criar nas pessoas resiliência à fome e as mudanças climáticas
• Consagrar o direito legal a alimentos na legislação nacional e nas políticas das
empresas.
• Proteger o acesso à alimentação para todos, resolvendo a defasagem na ajuda
humanitária em situações de crise de alimentos, garantindo uma cobertura abrangente
de programas de proteção social e reconstruindo estoques reguladores de alimentos.
• Apoiar os pequenos produtores de alimentos, aumentando o investimento público e
privado, garantindo aos pequenos agricultores e, especialmente, às mulheres o acesso
21. à terra, a água e as sementes, resolvendo crises de infraestrutura, como a irrigação e o
armazenamento de colheitas, ampliando o seguro agrícola e reforçando a coleta e
disseminação de dados sobre o tempo.
• Garantir que as políticas de adaptação nacionais são compatíveis com o direito à
alimentação.
Reduzir as emissões de gases de efeito estufa
• Cobrar dos governos o compromisso com cortes justos e profundos nas emissões para
que o aquecimento global fique abaixo de 1,5 grau centígrados .
• Cortar as emissões das cadeias de suprimento do setor de alimentos e bebidas.
• Eliminar o financiamento dos combustíveis fósseis e aplicar recursos em
desenvolvimento de baixo carbono, e ampliar o acesso à energia renovável para as
pessoas mais pobres.
Acordos internacionais seguros que combatam as mudanças climáticas e a fome.
• Aperfeiçoar esforços para alcançar um acordo justo, ambicioso e legalmente vinculado
à mudança climática em 2015.
• Cumprir as promessas de concessão de financiamento de US$100 bilhões por ano para
os países mais pobres até 2020 para questões do clima, com muito mais sendo
aplicado em adaptação, e se preparar para novos compromissos após 2020.
• Apoiar a meta de fome zero até 2025 nas bases do pós 2015.
Assumir a iniciativa das ações
• Insistir para que governos e empresas tomem medidas para interromper as mudanças
climáticas que levam as pessoas à fome, em www.oxfam.org/foodclimatejustice
• Fazer escolhas sobre o modo como vivemos, incluindo a redução de desperdício de
alimentos, diminuindo o consumo de carne e comprando de empresas alimentícias
responsáveis.
22. ANEXO
Os dados brutos utilizados para pontuar as defasagens e informar os gráficos estão
disponíveis para download em: http://oxf.am/iwb
Calculando as pontuações
Para cada área, definimos indicadores de desempenho do que poderia ser um mundo
preparado para enfrentar os impactos das mudanças climáticas. Em seguida, foram avaliados
dados relevantes de nível mundial ou nacional e comparados com essa referência de acordo
com uma escala de notas para dar uma pontuação de 10. Quando os dados de nível nacional
foram relevantes, tiramos a média de uma amostra dos países mais importantes dos quais
existem dados disponíveis, usando o ano mais recente de dados disponíveis. Quando as
amostras de países com insegurança alimentar são relevantes, definimos os países com
insegurança alimentar nesse contexto específico, como países com pontuação acima de 20
no índice de alimentos da Oxfam. Quando os dados de nível mundial foram relevantes, tiramos
a média dos dados globais no decorrer da última década. As metodologias específicas para
cada área estão descritas abaixo.
1. Recursos financeiros para adaptação: Definimos os indicadores de desempenho de
prontidão considerando o recebimento pelos países com insegurança alimentar de 100 de
suas necessidades de recursos financeiros para adaptação dos países que fornecem recursos
financeiros internacionais para adaptação. Para calcular a pontuação, tomamos a média de
recursos financeiros para adaptação fornecidos a uma amostra de 40 países com insegurança
alimentar e cujos dados estão disponíveis no ‘Fast Start Finance’, período de 2010-2012,
como uma proporção da estimativa (conservadora) das necessidades de recursos financeiros
de cada país. A escala de notas utilizada é: 10% das necessidades financeiras para
adaptação fornecidos = 1/10; 20% das necessidades financeiras para adaptação fornecidos =
2/10 e assim por diante.
2. Proteção social: Definimos os indicadores de desempenho de prontidão considerando que
os países com insegurança alimentar garantam uma cobertura 100% de proteção social à sua
população. Para calcular a pontuação, tomamos a cobertura média de uma amostra de 35
países com insegurança alimentar cujos dados estão disponíveis. A escala de notas utilizada
é: 10% de população coberta = 1/10; 20% de população coberta = 2/10 e assim por diante.
3. Ajuda humanitária em crises de alimento: definimos os indicadores de desempenho de
prontidão considerando o fornecimento pela comunidade internacional de100% da ajuda
humanitária necessária a cada ano. Para calcular a pontuação nessa área, tomamos a média
de ajuda humanitária fornecida como uma proporção do nível necessário anualmente durante
a última década. A escala de notas utilizada é: 10% das necessidades atendidas = 1/10; 20%
das necessidades atendidas = 2/10 e assim por diante.
4. Estoques de alimentos: definimos os indicadores de desempenho de prontidão como a
média de longo prazo de 25 anos da relação anual global de estoque para uso (24%). Para
calcular a pontuação, pegamos a proporção média dos estoques para uso ao longo dos
últimos 10 anos. A escala de notas utilizada é: 10-proporção média anual de estoque para uso
de 18% (o nível mais baixo atingido durante a crise de preços dos alimentos de 2008) = 1/10;
proporção de estoque para uso de 19% = 1.6/10; proporção de 20% = 3.3/10; proporção de
21% = 5/10 e assim por diante.
5. Desigualdade de gênero: Definimos os indicadores de desempenho de prontidão como uma
pontuação que indica a igualdade de gênero perfeita no Índice de Desigualdade de Gênero do
UNDP. Para calcular a pontuação, tomamos a cobertura média de uma amostra de 61 países
em desenvolvimento com insegurança alimentar cujos dados estão disponíveis. A escala de
notas utilizada é: a pontuação GII mais alta, que significa igualdade perfeita (ex. uma
pontuação 0) = 10/10, pontuação de GII mais baixa (1) = 1/10 e assim por diante.
23. 6. Investimento agrícola: Definimos os indicadores de desempenho de prontidão como a meta
estabelecida pelos governos africanos de gastar 10% do orçamento nacional na agricultura.
Para calcular a pontuação, tomamos a proporção média dos orçamentos nacionais gastos na
agricultura em 20 países africanos com insegurança alimentar cujos dados estão disponíveis.
A escala de notas utilizada é: 1% do orçamento nacional gasto na agricultura = 1/10; 2% do
orçamento nacional gasto na agricultura = 2/10 e assim por diante.
7. P&D na agricultura: Definimos os indicadores de desempenho de prontidão considerando a
intensidade média de pesquisa do PIB agrícola nos países desenvolvidos (isto é, a quantidade
de dinheiro gasto com P&D na agricultura de países desenvolvidos por unidade de PIB
agrícola). Para calcular a pontuação, tomamos a intensidade média de pesquisa em uma
amostra de 28 países em desenvolvimento com insegurança alimentar cujos dados estão
disponíveis como uma proporção da intensidade média de pesquisa em países de alta renda. A
escala de notas utilizada é: 10% da renda média alta = 1/10; 20% da renda média alta = 2/10
e assim por diante.
8. Irrigação de lavouras: Definimos os indicadores de desempenho de prontidão considerando
a cobertura média de irrigação em 16 países asiáticos com insegurança alimentar, cujos
dados estão disponíveis, uma vez que a Ásia tem a maior cobertura de irrigação do mundo.
Para calcular a pontuação, tomamos a cobertura média de uma amostra de 33 países
africanos com insegurança alimentar, cujos dados estão disponíveis, como uma proporção
dos indicadores de desempenho dos países asiáticos. A escala de notas utilizada é: 10% da
média asiática = 1/10; 20% da média asiática = 2/10 e assim por diante.
9. Seguro de safras: Definimos os indicadores de desempenho de prontidão considerando a
proporção média de agricultores com seguro nos países desenvolvidos. Para calcular a
pontuação, tomamos a proporção média de agricultores com seguro em países em
desenvolvimento, cujos dados estão disponíveis, como uma proporção da proporção média de
agricultores com seguro nos países desenvolvidos. A escala de notas utilizada é: 10% dos
indicadores de desempenho dos países desenvolvidos = 1/10; 20% dos indicadores de
desempenho dos países desenvolvidos = 2/10 e assim por diante.
10. Monitoramento meteorológico: Definimos os indicadores de desempenho de prontidão
considerando a distância média entre as estações meteorológicas em países desenvolvidos.
Para calcular a pontuação, tomamos a distância média entre as estações meteorológicas em
uma amostra de 31 países em desenvolvimento om insegurança alimentar, cujos dados estão
disponíveis, e comparamos com a distância média entre estações meteorológicas em uma
amostra de 5 países desenvolvidos. Dividimos um por cada média (já que quanto menor a
distância entre estações meteorológicas, melhor), e calculamos o resultado para os países em
desenvolvimento como proporção do resultado para os países desenvolvidos. A escala de notas
utilizada é: 10% dos indicadores de desempenho dos países desenvolvidos = 1/10; 20% dos
indicadores de desempenho dos países desenvolvidos = 2/10 e assim por diante.
24. NOTAS
v
http://www.ifpri.org/sites/default/files/publications/pr21.pdf Dados sobre população dos EUA e Canadá com idade inferior a 5 anos, em,
http://www.unicef.org/statistics/index_24183.html
v
http://www.theguardian.com/world/2014/feb/25/brazil-drought-threatens-coffee-crops
v
New York Times, 01/02/2014, http://www.nytimes.com/2014/02/02/us/severe-drought-has-us-west-fearing-
worst.html?action=click&module=Search®ion=searchResults%230&version=&url=http%3A%2F%2Fquery.nytimes.com%2Fsearch%2Fsit
esearch%2F%3Faction%3Dclick%26region%3DMasthead%26pgtype%3DHomepage%26module%3DSearchSubmit%26contentCollection%
3DHomepage%26t%3Dqry426%23%2F500+drought+california ou 13/02/2014, http://www.nytimes.com/2014/02/14/us/california-seeing-
brown-where-green-used-to-
be.html?action=click&module=Search®ion=searchResults%230&version=&url=http%3A%2F%2Fquery.nytimes.com%2Fsearch%2Fsites
earch%2F%3Faction%3Dclick%26region%3DMasthead%26pgtype%3DHomepage%26module%3DSearchSubmit%26contentCollection%3
DHomepage%26t%3Dqry426%23%2F500+drought+california
v Serviço de Meteorologia da Australia.
v
Guardian, 07/11/2013, http://www.theguardian.com/environment/world-on-a-plate/2013/nov/07/climate-change-environment-food-security-
ipcc-emissions-united-nations-global-warming
v
IPCC, n.d. ‘De modo global, o potencial para produção de alimentos está projetado para aumentar com o aumento da temperatura média
local com uma variação em torno de 1–3°C, mas acima disso está projetada para abaixar.’
http://www.ipcc.ch/publications_and_data/ar4/wg2/en/spmsspm-c-3-food-fibre.html AR5, estimam-se impactos negativos na produção das
principais lavouras em regiões tropicais e temperadas, com impactos médios prováveis de 0-2% por década a partir dos anos 2030 em
diante.
v
Atraso (07/11/2013), op. cit.
v
http://www.oxfam.org/en/pressroom/pressrelease/2010-11-11/oxfam-blasts-third-talk-fest-pakistan-seven-million-without-shelter
v
R. Bailey (2011) ‘Growing a Better Future: Justiça alimentar em um mundo de recursos limitados’, Oxfam, maio de 2011,
http://www.oxfam.org/en/grow/reports/growing-better-future
v
http://www.ifpri.org/sites/default/files/publications/pr21.pdf
v
Condições atmosféricas extremas, preços extremos: O preço de alimentar um mundo em processo de aquecimento, Oxfam, setembro de
2012, http://policy-practice.oxfam.org.uk/publications/extreme-weather-extreme-prices-the-costs-of-feeding-a-warming-world-241131
v
Encolhendo: Vivendo com preços de alimentos voláteis, Oxfam, 2013 http://policy-practice.oxfam.org.uk/blog/2013/05/squeezed-living-
with-volatile-food-prices
v
Tripling in foodbank usage sparks Trussell Trust to call for an inquiry, Trussell Trust, 16/10/2013, http://www.trusselltrust.org/foodbank-
numbers-triple
v
O gráfico mostra a correlação entre Good Enough To Eat Index, da Oxfam (http://www.oxfam.org/en/grow/pressroom/pressrelease/2014-
01-15/dutch-beat-french-and-swiss-top-oxfams-new-global-food-table) e o Centre for Global Development’s clima Vulnerability Index
(http://www.cgdev.org/publication/quantifying-vulnerability-climate-change-implications-adaptation-assistance-working). Para os primeiros,
temos usado os indicadores de disponibilidade de alimentos, acessibilidade e qualidade, uma vez que os indicadores para uma alimentação
saudável não estão ligados à mudança climática Para este último, usamos os indicadores dos controladores do clima, que compreendem
riscos dos países a desastres relacionados ao clima, aumento do nível do mar e redução da produtividade agrícola. São previstos riscos
decorrentes de mundanças extremas nas condições atmosféricas no período de 2008 a 2015, e riscos associados com tempestades e
prejuízos com perdas de produtividade agrícola de 2008-2050.
China e Índia aparecem como valores atípicos no gráfico, em grande parte por causa de suas grandes populações e áreas. As três
variáveis de risco de clima são reescalonadas individualmente e ponderadas pelo tamanho do grupo em relação à população nacional.
Como a China e a Índia têm grandes populações totais relativas às suas populações costeiras e rurais, o indicador de condições
atmosféricas extremas assume uma parcela maior de seus pontos, e nesse indicador, China e Índia estão em primeiro e segundo lugar,
respectivamente - em grande parte porque cobrem grande área de terra e, consequentemente, ficam cada vez mais expostas a vários
eventos climáticos.
v http://www.oxfam.org/sites/www.oxfam.org/files/oxfam-media-advisory-climate-fiscal-cliff-doha-25nov2012.pdf
v
A riqueza dos 100 bilionários mais ricos equivale a aproximadamente US$2.1 trilhões, http://www.bloomberg.com/news/2013-11-05/world-
s-richest-add-200-billion-as-global-markets-surge.html
v
Ver anexo técnico.
v
http://www.theguardian.com/environment/2014/feb/08/severe-floods-threaten-food-security-climate-change
v
Social protection for food security, CFS, June 2012, http://www.fao.org/fileadmin/user_upload/hlpe/hlpe_documents/HLPE_Reports/HLPE-
Report-4-Social_protection_for_food_security-June_2012.pdf
v
http://www.ilo.org/global/about-the-ilo/decent-work-agenda/social-protection/lang--en/index.htm
v
Ver anexo técnico.
v
Ver anexo técnico.
25. v
Ver anexo técnico.
v
http://www.iatp.org/files/2012_07_13_IATP_GrainReservesReader.pdf
v
http://www.oxfam.org/sites/www.oxfam.org/files/bn-preparing-thin-cows-food-reserves-210611-en.pdf
v
http://www.fao.org/docrep/013/am307e/am307e00.pdf
v
http://www.fao.org/gender/landrights/home/en/
v
The State of Food and Agriculture 2010-2011 (SOFA), FAO, 2011, http://www.fao.org/docrep/013/i2050e/i2050e.pdf
v
CGIAR, dados de Pesquisa de Mudança Climática, Agricultura e Previsão de Segurança Alimentar em,
http://ccafs.cgiar.org/resources/baseline-surveys#.UybqoVFdVwU and IFAD (Investing in Rural People). “A vantagem de gênero”.
http://www.ifad.org/climate/resources/advantage/gender.pdf /
v
FAO calculates that around half of the world's hungry people are from smallholder farming communities, surviving off marginal lands prone
to natural disasters like drought or flood. Outros 20% pertencem a famílias de sem-terra dependentes da agricultura e cerca de 10% vive
em comunidades cuja subsistência depende de pastoreio, pesca ou recursos florestais. http://www.wfp.org/hunger/who-are
v
http://www.wider.unu.edu/stc/repec/pdfs/wp2013/WP2013-014.pdf
v
http://www.fao.org/docrep/007/y5609e/y5609e02.htm
v
See technical annex.
v
http://www.fao.org/ag/save-and-grow/en/5/index.html
v
Irrigação sustentável, responsável inclui gestão de recursos sustentáveis e práticas agrícolas que respeitem o meio ambiente e os
recursos hídricos.
v
http://home.windstream.net/bsundquist1/ir3.html
v
See technical annex.
v
http://www.undp.org/content/undp/en/home/librarypage/hdr/human-development-report-2006/
v
http://www.ifpri.org/sites/default/files/publications/oc64ch07.pdf
v
Ver anexo técnico.
v
http://www.artemis.bm/blog/2013/03/14/drought-will-become-one-of-the-most-destructive-natural-catastrophes-munich-re/
v
http://www.oxfam.org/sites/www.oxfam.org/files/cs-russia-drought-adaptation-270913-en.pdf NB figures given are for government
compensation rather than private insurance pay-outs. Em 2010, a Rússia assegurava apenas 13% das suas terras cultiváveis (8 milhões de
hectares de um total de 63 milhões). Atualmente, o governo russo está propondo aumentar esse número para 40% em 2012:
http://www.mapfre.com/mapfrere/docs/html/revistas/trebol/n61/pdf/Articulo2-en.pdf
v
Danos às culturas: http://www.fao.org/giews/english/shortnews/Philippines_11_2013.pdf e as perdas seguradas:
http://www.businessinsurance.com/article/20131216/NEWS09/131219897
v
http://www.oxfam.org/sites/www.oxfam.org/files/cs-russia-drought-adaptation-270913-en.pdf
v
http://www.bloomberg.com/news/2013-01-25/munich-re-says-world-crop-insurance-costs-top-record-on-drought.html
v
http://www.businessweek.com/ap/2012-09-13/crop-insurance-losses-begin-to-mount-amid-drought
v
See technical annex.
v
http://www.freemaptools.com/area-calculator.htm
v
http://www.unep.org/pdf/UNEPEmissionsGapReport2013.pdf
v
Abaixe o calor: Porque um mundo com aquecimento de 40ºC deve ser evitado, Banco Mundial, novembro de 2012,
http://climatechange.worldbank.org/sites/default/files/Turn_Down_the_heat_Why_a_4_degree_centrigrade_warmer_world_must_be_avoide
d.pdf
v
http://www.climatechange2013.org/images/report/WG1AR5_SPM_FINAL.pdf
v
http://www.climate.gov.ki/
v
http://www-
wds.worldbank.org/external/default/WDSContentServer/WDSP/IB/2013/06/14/000333037_20130614104709/Rendered/PDF/784220WP0En
gli0D0CONF0to0June019090.pdf
v
R. Bailey (2013), Managing Famine Risk: Vinculando um alerta antecipado à uma ação rápida, relatório da Chatham House, Londres:
Instituto Royal de Assuntos Internacionais.
v
Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (2011), Mudanças Climáticas, Água e Segurança Alimentar, Roma:
Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, p.3
v
http://www.int-res.com/articles/cr_oa/c044p083.pdf ;http://www.ucsusa.org/assets/documents/global_warming/climate-change-
minnesota.pdf
26. Oxfam www.oxfam.org
A Oxfam é uma confederação internacional de 17 organizações trabalhando juntas em mais de 90
países: Oxfam Estados Unidos (www.oxfamamerica.org), Oxfam Austrália (www.oxfam.org.au),
Oxfam-na-Bélgica (www.oxfamsol.be), Oxfam Canadá (www.oxfam.ca), Oxfam França
(www.oxfamfrance.org), Oxfam Alemanha (www.oxfam.de), Oxfam RU (www.oxfam.org.uk), Oxfam
Hong Kong (www.oxfam.org.hk), Oxfam Índia (), Intermon Oxfam (www.intermonoxfam.org), Oxfam
Intermón (www.intermoxfam.org), Oxfam Irlanda (www.oxfamireland.org), Oxfam Itália (), Oxfam
Japão (), Oxfam México (www.oxfammexico.org) Oxfam Nova Zelândia (www.oxfam.org.nz) Oxfam
Novib (www.oxfamnovib.nl), Oxfam Quebec (www.oxfam.qc.ca)