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15/02/2013 - 00:00

Um homem comum
Por José Castello




                                              (/sites/default/files/gn/13/02/foto15cul-101-castelo-d26.jpg)Ruffato: "Parte
   dos escritores ainda se comporta como se o livro fosse fruto de hob b y ou de diletantismo de escritor e não a própria
   essência do mercado editorial"
O escritor Luiz Ruffato se considera um escritor comum. Um trabalhador como qualquer outro. Dispensa,
com ênfase, os elementos de glamour que costumam cercar a imagem do escritor no mundo
contemporâneo. "Escrev o profissionalmente", diz. Lembra que tem uma v ida simples, sem importância,
como a de qualquer outro profissional que se dedica, com empenho e seriedade, a seu ofício. Antes de
chegar à literatura, Ruffato - nascido em Cataguases, Minas, em 1 961 - foi pipoqueiro, trabalhou em um
armarinho e em um botequim e foi jornalista. Não v ê grandes diferenças entre seus ofícios anteriores e o
atual. Um homem trabalha com panelas, outro com carretéis ou garrafas de cerv eja; ele, hoje, lida com
palav ras. São instrumentos de trabalho, como quaisquer outros. Não há razão para traçar entre eles uma
linha de superioridade ou de inferioridade. Se for preciso fazer um balde de pipocas, ele faz; se é preciso
escrev er um romance, escrev e. E pronto.

Diz sem meias palav ras: "Encaro a literatura como uma profissão como outra qualquer, portanto destituída
dessa aura de singularidade que poderia cercá-la". Cada v ez mais apegado à ideia de simplicidade, no
romance que está escrev endo no momento Ruffato nos conta a história de um homem que descobre "que não
tem propriamente uma biografia, ou melhor, que sua v ida é totalmente desinteressante". Um dia, por
motiv os alheios à sua v ontade, o personagem procura a ajuda de um psicanalista. Como se considera um
homem sem identidade e sem v ida pessoal, "ele começa a contar histórias de outras pessoas que conheceu ao
longo de sua ex istência". Cede seu lugar aos outros. Coloca-se no lugar dos outros. Como Ruffato, o
personagem também se considera um homem qualquer.

Esse personagem é o homem que Luiz Ruffato já foi e também aquele que gosta de continuar a ser. Em parte,
porém, os fatos parecem desmenti-lo ou, pelo menos, relativ izar seu projeto pessoal de simplicidade. Ao
contrário dos pipoqueiros e dos balconistas de armarinho, sua v ida anda cada v ez mais agitada por uma
sucessiv a (e, é inev itáv el pensar, glamourosa) série de v iagens, principalmente internacionais, que ele faz
por motiv os de trabalho. V iagens que terminam por atrapalhar o ex ercício de sua profissão - o ato solitário e
paciente da escrita. "Somente no ano passado, estiv e na França [três v ezes], Alemanha [duas v ezes], Estados
Unidos [como escritor residente em Berkeley ], Portugal, Suíça, Áustria, Japão e Méx ico, sempre a trabalho."
Isso sem falar das v iagens de trabalho no Brasil. Não é, em definitiv o, uma rotina conhecida por pipoqueiros
ou por balconistas. Ainda assim, Ruffato encara essa maratona como "um desdobramento natural" de seu
trabalho de escritor. "É uma etapa quase tão importante quanto aquela em que tenho de me isolar para
escrev er." E segue em frente.

Ruffato persegue av idamente não só a imagem do escritor comum, mas aquela - mais engajada e lúcida - do
escritor profissional. "Eu sou escritor profissional desde 2003." Orgulha-se de, desde então, v iv er apenas do
fruto dos direitos autorais de seus liv ros, publicados no Brasil ou no ex terior. "E também de antologias que
organizo, de cachês para participar de feiras e festiv ais literários, ou como jurado de concursos literários".
Não é, de fato, uma v ida fácil - e ex ige não só grande empenho, mas bom preparo físico e muito suor. É, sem
dúv ida, uma v ida de trabalhador.

"Hoje há dinheiro circulando no m eio literário com o em nenhum outro m om ento da vida
social brasileira", analisa o escritor

Nesses dez anos, Ruffato tev e a chance (e a sorte) de acompanhar a ex pressiv a ev olução do mercado de
trabalho do escritor no Brasil e de sua inserção na v ida social. Lembra que hoje, em nosso país, chegamos a
ter pelo menos um ev ento literário a cada três dias, "a maioria deles pagando bons e até ótimos cachês".

Ex pandiram-se não só o mercado editorial, mas todo um v asto mercado - de feiras, festas literárias, ev entos
culturais, oficinas, concursos - que gira em torno das editoras. Neles engajado, o escritor trabalha cada v ez
mais. Mas pode v iv er senão diretamente dos direitos autorais pelo menos dos ganhos resultantes dos
ev entos que env olv em a produção editorial. O escritor: um "homem de ev entos". Estranha ideia a que as
palav ras de Ruffato nos lev am a chegar. Ideia que nos obriga a repensar a própria ideia de literatura no
terceiro milênio.

"Hoje há dinheiro circulando no meio literário como em nenhum outro momento da v ida social brasileira",
Ruffato analisa. Dado que transforma sua v isão do escritor como um trabalhador não apenas em um ideal,
mas em uma realidade. "Pensando em termos de resultados, creio que estamos v iv endo um dos períodos
mais interessantes da literatura brasileira." Distingue, porém, a quantidade da produção de sua qualidade. É
enfático: "Isso não quer dizer que o que se produz hoje é o melhor de todos os tempos. Não é,
definitiv amente".

Critica, apesar de tudo, o mercado editorial brasileiro, "que ainda padece de muito amadorismo". Mas não se
esquiv a em atribuir uma parte importante de responsabilidade aos próprios escritores. Lamenta Ruffato:
"Parte dos escritores ainda se comporta como se o liv ro fosse fruto de hobby ou de diletantismo de escritor e
não a própria essência do mercado editorial". Admite que muitas editoras "ainda fazem contratos
draconianos com os escritores e muitas delas não os cumprem". De nov o, porém, div ide as
responsabilidades: "Mas os escritores também não cobram". Sabe que, na última década, o mercado se
tornou mais competitiv o. Mais um motiv o para que os escritores se comportem como v erdadeiros
profissionais, pensa Ruffato.

Aos 51 anos, Luiz Ruffato considera que cumpriu a primeira fase de sua obra, "que tomou muitos anos da
v ida, dedicada a incluir a representação do proletariado na literatura brasileira". Esse longo percurso
começou a ser rascunhado no belo "Eles Eram Muitos Cav alos", romance de 2001 . Depois disso, desenrolou-
se ao longo dos cinco v olumes da série "Inferno Prov isório", iniciada em 2005 com "Mamma, Son Tanto
Felice" e concluída em 201 1 com o romance "Domingos sem Deus". Esse período ainda env olv e dois outros
liv ros, "De Mim já nem se Lembra", de 2007 , e "Estiv e em Lisboa e Lembrei de V ocê", de 2009.

Ruffato é um escritor que trabalha muito e com método. Em geral, dedica uma metade do ano para as
v iagens e a outra para escrev er. V iv e, assim, duas v idas em uma. Duas v idas que, dentro das condições
atuais do mercado, se tornaram a mesma v ida, já que ou o escritor aceita participar da v ida pública ou -
afora ex ceções - desaparece.

Também as leituras de Ruffato são div ididas em duas séries, ou correntes, antagônicas. De um lado, as
(/sites/default/files/gn/13/02/foto15cul-102-castelo-d26.jpg)Oswald de
   Andrade: ao lado de Tchekhov e Graciliano, ele está entre os autores que Ruffato gosta de reler no pouco tempo que
   lhe sob ra para as leituras "por prazer"
leituras profissionais - como jurado de concursos ou av aliador de bolsas literárias, por ex emplo-, que
ocupam, ele estima, cerca de 7 0% de seu tempo. Sobra 30% do tempo para as leituras que faz "por prazer",
dedicadas em geral a liv ros de amigos ou a liv ros sugeridos por amigos. Sim: a amizade é, para Ruffato, um
v alor muito precioso, que interfere diretamente em sua v ida. Sobretudo para ele, que não faz v ida literária
nem dá muita importância a ela. Também abre espaço, é claro, para ler ou reler os clássicos. Em especial, e
acima de tudo, Machado de Assis, mas também Honoré de Balzac, Tchekhov e Oswald de Andrade, entre
tantos outros. Sim, sempre que pode v olta a ler Sterne, Cerv antes, Pirandello e, sobretudo, Graciliano
Ramos. Que considera "talv ez o mais polimorfo de nossos escritores, pois cada romance dele é uma
ex periência formal única". Em resumo: escrev e, fala, lê. Trabalha, e trabalha duro. É, sem dúv ida, um
profissional da escrita, e dos melhores que temos.

Como se v ê como um homem simples, quanto fala de sua rotina de trabalho Ruffato garante "não ter
nenhuma singularidade a reclamar". De nov o: foge do glamour, renega a imagem do "homem especial". Sim,
tem uma rotina para escrev er - como qualquer profissional. Prefere escrev er na parte da manhã, quando
está mais descansado, direto no computador e, sempre que possív el, em casa. "Quando não é possív el - diz o
profissional habilidoso, sempre pronto para enfrentar as circunstâncias -, escrev o onde dá. Só tenho que
escrev er sempre no computador, porque não entendo a minha letra."

Essa rotina - descrev e nov amente sem nenhuma ênfase especial - lhe traz "um misto de dor e alegria".
Acredita Ruffato que a v erdade de um tex to "só será v erdade para o leitor se antes for v erdade para o
escritor". Como suas histórias tratam, em geral, de temas muito dolorosos e mesmo traumáticos, escrev er,
para ele, em consequência, inclui necessariamente a ex periência pessoal da dor. Dor, também, pela solidão
própria da rotina dos escritores: "Por mais que sejamos resolv idos psicologicamente, ela é sempre uma
carga".

Dor física, ainda, como a que atinge qualquer trabalhador braçal. "O ato de ficar sentado durante horas e com
os braços estendidos prov oca grandes incômodos físicos." Desmancha-se assim, em definitiv o, a imagem do
escritor como um homem que v iv e de seus impulsos e de suas inspirações súbitas, enquanto lev a uma v ida
boêmia e lux uosa. Mas, é claro, há também alegria: "A alegria da realização de algo no qual acredito, que é a
literatura". Nesse aspecto, Ruffato se sente plenamente satisfeito: "A conclusão de um liv ro, a resposta dos
leitores e da crítica, isso contorna e compensa as dores iniciais e necessárias".

Trabalhador sério e metódico, Luiz Ruffato é um homem feliz. Desprov ido de ilusões românticas a respeito
do fazer literário, ele lev a uma v ida organizada e simples - que, nesse aspecto, nada se difere, por ex emplo,
da v ida de um engenheiro, de um adv ogado, de um jornalista, de um eletricista. Mesmo se considerando e
agindo como um escritor profissional, Ruffato não tem algumas das v antagens concedidas a outros
profissionais. Como, por ex emplo, a carteira assinada. Não v ai, portanto, se aposentar: enquanto v iv er, terá
de escrev er para v iv er. "Essa preocupação, de ter que ter saúde para aguentar até o fim, até quando não for
mais possív el sentar e escrev er, é uma enorme preocupação, que me angustia, embora não me paralise." A
isso se junta o inev itáv el processo de env elhecimento. "Agora, prov av elmente, percorro o terço final da
estrada. E isso é assustador."
Cumprirá seu trajeto, ainda assim, com a mesma simplicidade e objetiv idade que nunca o abandonaram.
Cumprirá, feliz, sempre cheio de entusiasmo, sempre pronto para a luta, seu destino de homem simples e
comum.

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O escritor Luiz Ruffato: um profissional da literatura

  • 1. Im prim ir () 15/02/2013 - 00:00 Um homem comum Por José Castello (/sites/default/files/gn/13/02/foto15cul-101-castelo-d26.jpg)Ruffato: "Parte dos escritores ainda se comporta como se o livro fosse fruto de hob b y ou de diletantismo de escritor e não a própria essência do mercado editorial" O escritor Luiz Ruffato se considera um escritor comum. Um trabalhador como qualquer outro. Dispensa, com ênfase, os elementos de glamour que costumam cercar a imagem do escritor no mundo contemporâneo. "Escrev o profissionalmente", diz. Lembra que tem uma v ida simples, sem importância, como a de qualquer outro profissional que se dedica, com empenho e seriedade, a seu ofício. Antes de chegar à literatura, Ruffato - nascido em Cataguases, Minas, em 1 961 - foi pipoqueiro, trabalhou em um armarinho e em um botequim e foi jornalista. Não v ê grandes diferenças entre seus ofícios anteriores e o atual. Um homem trabalha com panelas, outro com carretéis ou garrafas de cerv eja; ele, hoje, lida com palav ras. São instrumentos de trabalho, como quaisquer outros. Não há razão para traçar entre eles uma linha de superioridade ou de inferioridade. Se for preciso fazer um balde de pipocas, ele faz; se é preciso escrev er um romance, escrev e. E pronto. Diz sem meias palav ras: "Encaro a literatura como uma profissão como outra qualquer, portanto destituída dessa aura de singularidade que poderia cercá-la". Cada v ez mais apegado à ideia de simplicidade, no romance que está escrev endo no momento Ruffato nos conta a história de um homem que descobre "que não tem propriamente uma biografia, ou melhor, que sua v ida é totalmente desinteressante". Um dia, por motiv os alheios à sua v ontade, o personagem procura a ajuda de um psicanalista. Como se considera um homem sem identidade e sem v ida pessoal, "ele começa a contar histórias de outras pessoas que conheceu ao longo de sua ex istência". Cede seu lugar aos outros. Coloca-se no lugar dos outros. Como Ruffato, o personagem também se considera um homem qualquer. Esse personagem é o homem que Luiz Ruffato já foi e também aquele que gosta de continuar a ser. Em parte, porém, os fatos parecem desmenti-lo ou, pelo menos, relativ izar seu projeto pessoal de simplicidade. Ao contrário dos pipoqueiros e dos balconistas de armarinho, sua v ida anda cada v ez mais agitada por uma sucessiv a (e, é inev itáv el pensar, glamourosa) série de v iagens, principalmente internacionais, que ele faz por motiv os de trabalho. V iagens que terminam por atrapalhar o ex ercício de sua profissão - o ato solitário e paciente da escrita. "Somente no ano passado, estiv e na França [três v ezes], Alemanha [duas v ezes], Estados Unidos [como escritor residente em Berkeley ], Portugal, Suíça, Áustria, Japão e Méx ico, sempre a trabalho." Isso sem falar das v iagens de trabalho no Brasil. Não é, em definitiv o, uma rotina conhecida por pipoqueiros ou por balconistas. Ainda assim, Ruffato encara essa maratona como "um desdobramento natural" de seu
  • 2. trabalho de escritor. "É uma etapa quase tão importante quanto aquela em que tenho de me isolar para escrev er." E segue em frente. Ruffato persegue av idamente não só a imagem do escritor comum, mas aquela - mais engajada e lúcida - do escritor profissional. "Eu sou escritor profissional desde 2003." Orgulha-se de, desde então, v iv er apenas do fruto dos direitos autorais de seus liv ros, publicados no Brasil ou no ex terior. "E também de antologias que organizo, de cachês para participar de feiras e festiv ais literários, ou como jurado de concursos literários". Não é, de fato, uma v ida fácil - e ex ige não só grande empenho, mas bom preparo físico e muito suor. É, sem dúv ida, uma v ida de trabalhador. "Hoje há dinheiro circulando no m eio literário com o em nenhum outro m om ento da vida social brasileira", analisa o escritor Nesses dez anos, Ruffato tev e a chance (e a sorte) de acompanhar a ex pressiv a ev olução do mercado de trabalho do escritor no Brasil e de sua inserção na v ida social. Lembra que hoje, em nosso país, chegamos a ter pelo menos um ev ento literário a cada três dias, "a maioria deles pagando bons e até ótimos cachês". Ex pandiram-se não só o mercado editorial, mas todo um v asto mercado - de feiras, festas literárias, ev entos culturais, oficinas, concursos - que gira em torno das editoras. Neles engajado, o escritor trabalha cada v ez mais. Mas pode v iv er senão diretamente dos direitos autorais pelo menos dos ganhos resultantes dos ev entos que env olv em a produção editorial. O escritor: um "homem de ev entos". Estranha ideia a que as palav ras de Ruffato nos lev am a chegar. Ideia que nos obriga a repensar a própria ideia de literatura no terceiro milênio. "Hoje há dinheiro circulando no meio literário como em nenhum outro momento da v ida social brasileira", Ruffato analisa. Dado que transforma sua v isão do escritor como um trabalhador não apenas em um ideal, mas em uma realidade. "Pensando em termos de resultados, creio que estamos v iv endo um dos períodos mais interessantes da literatura brasileira." Distingue, porém, a quantidade da produção de sua qualidade. É enfático: "Isso não quer dizer que o que se produz hoje é o melhor de todos os tempos. Não é, definitiv amente". Critica, apesar de tudo, o mercado editorial brasileiro, "que ainda padece de muito amadorismo". Mas não se esquiv a em atribuir uma parte importante de responsabilidade aos próprios escritores. Lamenta Ruffato: "Parte dos escritores ainda se comporta como se o liv ro fosse fruto de hobby ou de diletantismo de escritor e não a própria essência do mercado editorial". Admite que muitas editoras "ainda fazem contratos draconianos com os escritores e muitas delas não os cumprem". De nov o, porém, div ide as responsabilidades: "Mas os escritores também não cobram". Sabe que, na última década, o mercado se tornou mais competitiv o. Mais um motiv o para que os escritores se comportem como v erdadeiros profissionais, pensa Ruffato. Aos 51 anos, Luiz Ruffato considera que cumpriu a primeira fase de sua obra, "que tomou muitos anos da v ida, dedicada a incluir a representação do proletariado na literatura brasileira". Esse longo percurso começou a ser rascunhado no belo "Eles Eram Muitos Cav alos", romance de 2001 . Depois disso, desenrolou- se ao longo dos cinco v olumes da série "Inferno Prov isório", iniciada em 2005 com "Mamma, Son Tanto Felice" e concluída em 201 1 com o romance "Domingos sem Deus". Esse período ainda env olv e dois outros liv ros, "De Mim já nem se Lembra", de 2007 , e "Estiv e em Lisboa e Lembrei de V ocê", de 2009. Ruffato é um escritor que trabalha muito e com método. Em geral, dedica uma metade do ano para as v iagens e a outra para escrev er. V iv e, assim, duas v idas em uma. Duas v idas que, dentro das condições atuais do mercado, se tornaram a mesma v ida, já que ou o escritor aceita participar da v ida pública ou - afora ex ceções - desaparece. Também as leituras de Ruffato são div ididas em duas séries, ou correntes, antagônicas. De um lado, as
  • 3. (/sites/default/files/gn/13/02/foto15cul-102-castelo-d26.jpg)Oswald de Andrade: ao lado de Tchekhov e Graciliano, ele está entre os autores que Ruffato gosta de reler no pouco tempo que lhe sob ra para as leituras "por prazer" leituras profissionais - como jurado de concursos ou av aliador de bolsas literárias, por ex emplo-, que ocupam, ele estima, cerca de 7 0% de seu tempo. Sobra 30% do tempo para as leituras que faz "por prazer", dedicadas em geral a liv ros de amigos ou a liv ros sugeridos por amigos. Sim: a amizade é, para Ruffato, um v alor muito precioso, que interfere diretamente em sua v ida. Sobretudo para ele, que não faz v ida literária nem dá muita importância a ela. Também abre espaço, é claro, para ler ou reler os clássicos. Em especial, e acima de tudo, Machado de Assis, mas também Honoré de Balzac, Tchekhov e Oswald de Andrade, entre tantos outros. Sim, sempre que pode v olta a ler Sterne, Cerv antes, Pirandello e, sobretudo, Graciliano Ramos. Que considera "talv ez o mais polimorfo de nossos escritores, pois cada romance dele é uma ex periência formal única". Em resumo: escrev e, fala, lê. Trabalha, e trabalha duro. É, sem dúv ida, um profissional da escrita, e dos melhores que temos. Como se v ê como um homem simples, quanto fala de sua rotina de trabalho Ruffato garante "não ter nenhuma singularidade a reclamar". De nov o: foge do glamour, renega a imagem do "homem especial". Sim, tem uma rotina para escrev er - como qualquer profissional. Prefere escrev er na parte da manhã, quando está mais descansado, direto no computador e, sempre que possív el, em casa. "Quando não é possív el - diz o profissional habilidoso, sempre pronto para enfrentar as circunstâncias -, escrev o onde dá. Só tenho que escrev er sempre no computador, porque não entendo a minha letra." Essa rotina - descrev e nov amente sem nenhuma ênfase especial - lhe traz "um misto de dor e alegria". Acredita Ruffato que a v erdade de um tex to "só será v erdade para o leitor se antes for v erdade para o escritor". Como suas histórias tratam, em geral, de temas muito dolorosos e mesmo traumáticos, escrev er, para ele, em consequência, inclui necessariamente a ex periência pessoal da dor. Dor, também, pela solidão própria da rotina dos escritores: "Por mais que sejamos resolv idos psicologicamente, ela é sempre uma carga". Dor física, ainda, como a que atinge qualquer trabalhador braçal. "O ato de ficar sentado durante horas e com os braços estendidos prov oca grandes incômodos físicos." Desmancha-se assim, em definitiv o, a imagem do escritor como um homem que v iv e de seus impulsos e de suas inspirações súbitas, enquanto lev a uma v ida boêmia e lux uosa. Mas, é claro, há também alegria: "A alegria da realização de algo no qual acredito, que é a literatura". Nesse aspecto, Ruffato se sente plenamente satisfeito: "A conclusão de um liv ro, a resposta dos leitores e da crítica, isso contorna e compensa as dores iniciais e necessárias". Trabalhador sério e metódico, Luiz Ruffato é um homem feliz. Desprov ido de ilusões românticas a respeito do fazer literário, ele lev a uma v ida organizada e simples - que, nesse aspecto, nada se difere, por ex emplo, da v ida de um engenheiro, de um adv ogado, de um jornalista, de um eletricista. Mesmo se considerando e agindo como um escritor profissional, Ruffato não tem algumas das v antagens concedidas a outros profissionais. Como, por ex emplo, a carteira assinada. Não v ai, portanto, se aposentar: enquanto v iv er, terá de escrev er para v iv er. "Essa preocupação, de ter que ter saúde para aguentar até o fim, até quando não for mais possív el sentar e escrev er, é uma enorme preocupação, que me angustia, embora não me paralise." A isso se junta o inev itáv el processo de env elhecimento. "Agora, prov av elmente, percorro o terço final da estrada. E isso é assustador."
  • 4. Cumprirá seu trajeto, ainda assim, com a mesma simplicidade e objetiv idade que nunca o abandonaram. Cumprirá, feliz, sempre cheio de entusiasmo, sempre pronto para a luta, seu destino de homem simples e comum.