Este documento resume o pensamento do filósofo e economista britânico John Stuart Mill sobre o utilitarismo na Inglaterra do século XIX. Discute as principais obras de Mill, como Sistema de Lógica Dedutiva, Princípios de Economia Política, Sobre a Liberdade e Utilitarismo, e como ele defendeu uma versão do utilitarismo que buscava maximizar a felicidade geral. O documento também aborda como Mill foi um precursor do feminismo ao criticar a sujeição das mulheres em sua obra A Su
Slide livro Sociologia ensino médio capitulo 10 do Tomazipascoalnaib
Slide do capítulo 10 do livro "Sociologia para o Ensino Médio" de Nelson Dácio Tomazi. Material de apoio para ser utilizado na sala de aula. Créditos by Tiago Lacerda.
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Slide do capítulo 10 do livro "Sociologia para o Ensino Médio" de Nelson Dácio Tomazi. Material de apoio para ser utilizado na sala de aula. Créditos by Tiago Lacerda.
Slide utilizado na aula do dia 18.10.2013 da disciplina Sociologia da Educação (Turma de Letras do Centro de Humanidades da Universidade Estadual da Paraíba - UEPB)
Slide utilizado na aula do dia 18.10.2013 da disciplina Sociologia da Educação (Turma de Letras do Centro de Humanidades da Universidade Estadual da Paraíba - UEPB)
A Liberdade (Aula Filosofia do Direito 2013-14) Antonio Pele
Power point usado para a minhas aulas de filosofia do direito na PUC.
Objetivos: i) entender a liberdade na filosofia classica, ii) como noção moderna e finalmente, iii) o seus desafios contemporâneos.
Tido como o intelectual de maior influência sobre o ex-primeiro-ministro britânico, Tony Blair, Anthony Giddens já escreveu mais de 30 livros. Ele estuda o impacto do desenvolvimento econômico, científico e tecnológico sobre a vida humana no século XX e também as incertezas que cercam a humanidade nessa virada de século, onde a previsão do futuro se perde no terreno das hipóteses.
JOHN STUART MILL E O PENSAMENTO UTILITARISTA NA INGLATERRA DO SÉCULO XIX
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE DIREITO - NOTURNO
JOHN STUART MILL E O PENSAMENTO
UTILITARISTA NA INGLATERRA DO SÉCULO XIX
PELOTAS
2013
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JOHN STUART MILL E O PENSAMENTO UTILITARISTA NA
INGLATERRA DO SÉCULO XIX
Trabalho sobre o pensamento de John
Stuart Mill, apresentado à Faculdade de Direito
da Universidade de Pelotas, para aprovação
parcial na disciplina de Teoria do Estado,
Política e Direito.
PELOTAS
2013
3. 3
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................... 4
2 AS OBRAS ............................................................................. 6
2.1 SISTEMA DE LÓGICA DEDUTIVA ..................................... 6
2.2 PRINCÍPIOS DE ECONOMIA POLÍTICA ............................ 7
2.3 SOBRE A LIBERDADE ....................................................... 7
2.4 A SUJEIÇÃO DAS MULHERES .......................................... 8
3 UTILITARISMO: OBRA E DISCUSSÃO................................ 9
4 CONCLUSÃO ......................................................................... 11
REFERÊNCIAS .......................................................................... 12
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1.INTRODUÇÃO
John Stuart Mill (1806 - 1873), foi um filósofo e economista político britânico,
sendo um dos pensadores liberais mais influentes do século XIX e um defensor do
utilitarismo, teoria inicialmente desenvolvida por Jeremy Bentham.
Stuart Mill era filho do filósofo e historiador James Mill, que assumiu a
responsabilidade por sua educação. Sendo seu pai um aderente ao associativismo,
tinha como objetivo explícito criar um gênio intelectual que iria assegurar a causa do
utilitarismo e sua implementação após a morte dele. Em 1821, começou a estudar
direito. Foi quando entrou em contato mais estreito com as idéias de Jeremy
Bentham, filósofo e jurista inglês.
Para que se entenda melhor o contexto histórico em que as obras de Stuart Mill
foram publicadas, faz-se necessária uma melhor compreensão da Era Vitoriana
(1837-1901), tida como um período de claro aumento das liberdades pessoais e
políticas da sociedade inglesa. Dentre os diversos movimentos que fizeram parte
dessa luta por maior liberdade, há o movimento feminista e o movimento
abolicionista. Contudo, sendo reformista, a sociedade vitoriana de maneira alguma
pode ser considerada revolucionária.
A filosofia de Stuart Mill representa o coroamento de toda uma linha do
pensamento britânico. O seu principal objetivo consistiu em renovar a lógica, tida
como acabada e perfeita desde a construção aristotélica.
A filosofia de Mill contraria as convenções sociais, torna-o inclusive um dos
precursores da liberação da mulher, uma vez que o filósofo indignava-se com o fato
de as mulheres eram privadas dos direitos financeiros ou das propriedades e
comparou a saga feminina à de outros grupos de desprovidos. Condenava a ideia da
submissão sexual da esposa ao desejo do marido, contra a própria vontade, e a
proibição do divórcio com base na incompatibilidade de gênios.
Sua concepção de casamento era baseada na parceria entre pessoas com os
mesmos direitos, e não na relação mestre-escravo.
Antimetafísico, Stuart Mill faz da indução o método científico por excelência,
atendo-se aos fatos. O filósofo parte da experiência como base de todo
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conhecimento, quer nas ciências físicas, nas sociais ou mesmo na matemática.
Stuart Mill aceita a psicologia como ciência autônoma e independente. Usando
o método indutivo, o filósofo reduz os fenômenos psíquicos a seus elementos mais
simples, não estruturais. Para Mill, a psicologia deve se ater a essas relações dos
estados elementares e estabelecer as leis correspondentes, mas nunca se deixando
afastar da experiência fenomênica.
Na opinião de Mill, as ciências morais originam-se do estudo e dos resultados
da psicologia. Com isso, pode-se construir a etologia (teoria do caráter) e a
sociologia, como ciências dedutivas.
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2. AS OBRAS
Stuart Mill não deixa, em nenhum instante, de revelar profunda influência da
educação que lhe foi imposta pelo pai, razão pela qual sua obra representa enorme
contribuição à aplicação de métodos à análise econômica.
Suas principais obras foram:
- Sistema de Lógica Dedutiva (1843)
- Princípios de Economia Política (1848)
- Sobre a Liberdade (1859)
- Utilitarismo (1861)
- A Sujeição das Mulheres (1869)
2.1. SISTEMA DE LÓGICA DEDUTIVA
Sistemas de Lógicaera uma tentativa ambiciosa de apresentar uma explicação
não apenas da lógica, mas também dos métodos da ciência e da sua aplicabilidade
quer aos fenômenos sociais, quer os fenômenos puramente naturais. A sua
concepção da lógica não era inteiramente a dos lógicos modernos; além da lógica
formal, a que chamava “lógica da consistência”, pensava que havia uma lógica da
prova, isto é, uma lógica que mostraria como os indícios provavam ou tendiam a
provar as conclusões que retiramos deles. Isto levou-o a analisar a causalidade, e a
dar uma explicação do raciocínio indutivo que continua a ser o ponto de partida da
maior parte das discussões modernas. Em termos gerais, a sua concepção da
explicação na ciência era que esta procura as causas dos acontecimentos quando
estamos interessados neles; ou procura leis mais gerais quando queremos explicar
leis menos gerais como casos especiais das primeiras. A sua discussão da
possibilidade de encontrar uma explicação científica de acontecimentos sociais é
também ainda hoje relevante; Mill tinha tão pouca vontade de supor que as ciências
sociais se tornariam omniscientes quanto ao comportamento humano, como de
supor que não haveria maneira de explicar as questões sociais a um nível mais
profundo do que o do senso comum.
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Em todo Sistema de Lógica, atacou a filosofia “intuicionista” de William Whewell
e de Sir William Hamilton, que consistia na ideia de que as explicações se baseavam
em princípios intuitivamente irresistíveis e não em leis gerais causais, e que em
última análise a procura desses princípios intuitivamente irresistíveis dependia de
compreender o universo como criação divina, regida por princípios que uma
divindade racional teria de escolher. Mill pensava que o intuicionismo era má
filosofia, muito cômoda também para o conservadorismo político.
2.2. PRINCÍPIOS DE ECONOMIA POLÍTICA
Para o grande público, era mais conhecido como autor de Princípios de
Economia Política (1848), obra que tentava mostrar que a economia não era a
“ciência deprimente” que os seus críticos radicais e literários supunham. O interesse
filosófico desta obra resulta das suas reflexões sobre a diferença entre o que a
economia mede e o que os seres humanos realmente valorizam, levando-o a
argumentar que devemos sacrificar o crescimento econômico em nome do meio
ambiente, e que devemos limitar a população, tanto para nos deixar espaço vital
como para afastar o risco de fome entre os pobres já sobrecarregados. Considerava
também que a análise econômica convencional não poderia mostrar que o
socialismo não era exequível, e sugeriu como ideal uma economia de cooperativas
que seriam propriedade dos trabalhadores.
2.3. SOBRE A LIBERDADE
Durante a sua vida, foi o ensaio Sobre Liberdade (1859) que deu origem à maior
controvérsia, e às mais violentas expressões de aprovação e desaprovação. O
ensaio nasceu do sentimento que Mill e a sua esposa, Harriet Taylor, expressavam
constantemente nas suas cartas: que viviam numa sociedade em que os indivíduos
corajosos e aventurosos se estavam a tornar demasiado raros.
Mill apresenta “um princípio muito simples” para reger o uso da coerção na
sociedade — e por coerção Mill quer dizer não apenas as sanções legais mas
também a influência da opinião pública. Trata-se do princípio de que só podemos
exercer coerção sobre alguém em autodefesa — quer para nos defendermos, quer
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para defender terceiros de qualquer dano. O crucial deste princípio é excluir
intervenções paternalistas para salvar as pessoas de si próprias, e intervenções
idealistas para fazer as pessoas comportar-se “melhor”. Tem sido desde há muito
um desafio explicar como pode um utilitarista subscrever tal princípio de contenção;
um utilitarista está obrigado a sustentar o princípio de que devemos exercer a
coerção sobre os outros sempre que isso faz mais bem do que mal. Mill percebeu o
problema, argumentando que era devido aos seres humanos serem criaturas
“progressistas” que a própria utilidade exigia essa contenção. No fundo, argumenta
que só adotando o princípio da contenção podemos procurar a verdade, ter
experiência da verdade como “nossa” e desenvolver completamente o "eu"
individual.
2.4. A SUJEIÇÃO DAS MULHERES
Das suas obras de menor dimensão, há uma que merece menção. A Sujeição
das Mulheres (1869) era considerada demasiado radical no tempo de Mill, mas é
hoje vista como uma afirmação clássica do feminismo liberal. O argumento essencial
é que se a liberdade é boa para os homens, também o é para as mulheres, e que
todos os argumentos contra este ponto de vista que se baseiem numa suposta
“natureza” diferente entre homens e mulheres são superstições tendenciosas. Se as
mulheres têm uma natureza diferente, a única maneira de a descobrir é pela
experiência, e isso exige que as mulheres tenham acesso a tudo o que os homens
têm acesso. Só depois de tantos séculos de liberdade quantos séculos houve de
opressão saberemos realmente o que são as nossas naturezas. Mill publicou A
Sujeição das Mulherestardiamente, para evitar controvérsias que enfraqueceriam o
impacto das outras obras.
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3.UTILITARISMO: OBRA E DISCUSSÃO
É na área da filosofia moral e política, contudo, que Mill está mais perto de ser
nosso contemporâneo. Utilitarismo(1861) continua a ser a defesa clássica de que
devemos visar a maximização do bem-estar de todos os indivíduos, e que esse
bem-estar consiste na sua felicidade. A defesa de Mill da ideia de que devemos
procurar a felicidade porque de fato a procuramos tem sido objeto de violentos
ataques de entre outros filósofos. Mas outros pensadores argumentaram que, neste
ponto particular, Mill foi deturpado pelos críticos. A sua insistência de que a
felicidade deveria ser avaliada não apenas pela quantidade mas também pela
qualidade — a doutrina de que um Sócrates insatisfeito é não apenas melhor do que
um tolo satisfeito, mas de algum modo mais feliz também — levantou perplexidades
a gerações de comentadores. E a sua tentativa de mostrar que a justiça pode ser
explicada em termos utilitaristas é ainda importante como réplica a outros autores.
Em Filosofia, o utilitarismo é uma doutrina ética que prescreve a ação (ou
inação) de forma a otimizar o bem-estar do conjunto dos seres. O utilitarismo é
então uma forma de consequencialismo, ou seja, ele avalia uma ação unicamente
em função de suas consequências.
Filosoficamente, pode-se resumir a doutrina utilitarista pela frase: "Agir
sempre de forma a produzir a maior quantidade de bem-estar (Princípio do bem-
estar máximo)" - trata-se então de uma moral eudemonista, mas que, ao contrário do
egoísmo, insiste no fato de que devemos considerar o bem-estar de todos e não o
de uma única pessoa.
As contribuições de Stuart Mill distribuem-se pelos campos da Lógica, da
Psicologia, do Direito, da Economia e da Política. Tamanha diversidade explica em
boa parte a descontinuidade que caracteriza a sua obra e a controvérsia que existe
em torno de sua figura: é considerado um dos principais expoentes da Economia por
alguns autores e historiadores em razão de sua criatividade e de suas contribuições
inovadoras e, ao mesmo tempo, é ignorado por outros, por não ter conseguido
"amarrar" bem suas idéias, que tiveram que ser aperfeiçoadas por diversos
economistas e pensadores de gerações posteriores.
Stuart Mill procurou combinar o utilitarismo com o socialismo, em que
ressaltou o valor do altruísmo, como forma de superação do egoísmo.
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O filósofo enfatizava, no princípio da utilidade, a busca da felicidade, como se
vê na seguinte passagem de sua obra “Utilitarismo”:
"Felicidade entendida como prazer e ausência de dor. [...] Prazer e ausência de
dor são as únicas coisas desejáveis como fins [...] seja pelo prazer inerente a
elas , seja como meio de promoção do prazer e prevenção da dor."
No campo da economia, suas idéias refletem diversas influências de outros
pensadores contemporâneos, apresentando em sua evolução uma série de
contradições, a ponto de ser considerado um integrante do liberalismo clássico por
alguns autores e um pré-socialista por outros. Ele próprio chegou a se autodefinir um
socialista, como pode ser visto na citação a seguir:
"Nosso ideal de desenvolvimento final vai mais além da democracia e nos
classificaria decididamente sob a designação geral de socialismo.
Consideramos que o problema social do futuro seja como reunir a maior
liberdade individual de ação com a propriedade comum das matérias-primas
do globo e uma participação igualitária de todos nos benefícios do trabalho
associado."
Nessa tentativa de conciliação de idéias socialistas com seus fundamentos
utilitaristas ele fez uso de uma relação entre a religião e a moral, na qual admitiu que
o aperfeiçoamento intelectual do homem serve de base ao desenvolvimento social.
Daí a principal crítica de Marx a esse tipo de ecletismo do qual Mill é o melhor
intérprete. Para Marx, isto é prova inconteste de ingenuidade ou uma tentativa de
"conciliação dos inconciliáveis".
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4. CONCLUSÃO
Concluindo, Stuart Mill pode ser considerado um autor de transição entre o
pensamento econômico antigo (que enfatiza os aspectos ligados à produção da
riqueza) e o pensamento econômico moderno (que enfatiza os aspectos ligados à
distribuição da riqueza).
Liberal, individualista, inconformista, lutando contra a sociedade de seu
tempo, pregando a sua reforma, Mill desejava que o bem individual coincidisse com
o bem coletivo, mas sem choques, no qual seriam dominantes os valores morais e
altruísticos.
Considerado o maior filósofo inglês do Século XIX, sua influência foi grande e
duradoura, não só na Inglaterra, mas também nos EUA, em todos os campos
intelectuais em que desdobrou sua atividade.
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REFERÊNCIAS
http://educacao.uol.com.br/biografias/john-stuart-mill.jhtm, Acesso em:18 de maio de 2013.
http://www.institutoliberal.org.br/galeria_autor.asp?cdc=918. Acesso em: 18 de maio de 2013.
http://criticanarede.com/jsmill.html. Acesso em: 18 de maio de 2013.
http://www.utilitarianism.com/mill1.htm.Acessoem:17 de maiode 2013.
http://www.econlib.org/library/Enc/bios/Mill.html Acessoem:15 de maiode 2013.