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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE DIREITO - NOTURNO
JOHN STUART MILL E O PENSAMENTO
UTILITARISTA NA INGLATERRA DO SÉCULO XIX
PELOTAS
2013
2
JOHN STUART MILL E O PENSAMENTO UTILITARISTA NA
INGLATERRA DO SÉCULO XIX
Trabalho sobre o pensamento de John
Stuart Mill, apresentado à Faculdade de Direito
da Universidade de Pelotas, para aprovação
parcial na disciplina de Teoria do Estado,
Política e Direito.
PELOTAS
2013
3
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................... 4
2 AS OBRAS ............................................................................. 6
2.1 SISTEMA DE LÓGICA DEDUTIVA ..................................... 6
2.2 PRINCÍPIOS DE ECONOMIA POLÍTICA ............................ 7
2.3 SOBRE A LIBERDADE ....................................................... 7
2.4 A SUJEIÇÃO DAS MULHERES .......................................... 8
3 UTILITARISMO: OBRA E DISCUSSÃO................................ 9
4 CONCLUSÃO ......................................................................... 11
REFERÊNCIAS .......................................................................... 12
4
1.INTRODUÇÃO
John Stuart Mill (1806 - 1873), foi um filósofo e economista político britânico,
sendo um dos pensadores liberais mais influentes do século XIX e um defensor do
utilitarismo, teoria inicialmente desenvolvida por Jeremy Bentham.
Stuart Mill era filho do filósofo e historiador James Mill, que assumiu a
responsabilidade por sua educação. Sendo seu pai um aderente ao associativismo,
tinha como objetivo explícito criar um gênio intelectual que iria assegurar a causa do
utilitarismo e sua implementação após a morte dele. Em 1821, começou a estudar
direito. Foi quando entrou em contato mais estreito com as idéias de Jeremy
Bentham, filósofo e jurista inglês.
Para que se entenda melhor o contexto histórico em que as obras de Stuart Mill
foram publicadas, faz-se necessária uma melhor compreensão da Era Vitoriana
(1837-1901), tida como um período de claro aumento das liberdades pessoais e
políticas da sociedade inglesa. Dentre os diversos movimentos que fizeram parte
dessa luta por maior liberdade, há o movimento feminista e o movimento
abolicionista. Contudo, sendo reformista, a sociedade vitoriana de maneira alguma
pode ser considerada revolucionária.
A filosofia de Stuart Mill representa o coroamento de toda uma linha do
pensamento britânico. O seu principal objetivo consistiu em renovar a lógica, tida
como acabada e perfeita desde a construção aristotélica.
A filosofia de Mill contraria as convenções sociais, torna-o inclusive um dos
precursores da liberação da mulher, uma vez que o filósofo indignava-se com o fato
de as mulheres eram privadas dos direitos financeiros ou das propriedades e
comparou a saga feminina à de outros grupos de desprovidos. Condenava a ideia da
submissão sexual da esposa ao desejo do marido, contra a própria vontade, e a
proibição do divórcio com base na incompatibilidade de gênios.
Sua concepção de casamento era baseada na parceria entre pessoas com os
mesmos direitos, e não na relação mestre-escravo.
Antimetafísico, Stuart Mill faz da indução o método científico por excelência,
atendo-se aos fatos. O filósofo parte da experiência como base de todo
5
conhecimento, quer nas ciências físicas, nas sociais ou mesmo na matemática.
Stuart Mill aceita a psicologia como ciência autônoma e independente. Usando
o método indutivo, o filósofo reduz os fenômenos psíquicos a seus elementos mais
simples, não estruturais. Para Mill, a psicologia deve se ater a essas relações dos
estados elementares e estabelecer as leis correspondentes, mas nunca se deixando
afastar da experiência fenomênica.
Na opinião de Mill, as ciências morais originam-se do estudo e dos resultados
da psicologia. Com isso, pode-se construir a etologia (teoria do caráter) e a
sociologia, como ciências dedutivas.
6
2. AS OBRAS
Stuart Mill não deixa, em nenhum instante, de revelar profunda influência da
educação que lhe foi imposta pelo pai, razão pela qual sua obra representa enorme
contribuição à aplicação de métodos à análise econômica.
Suas principais obras foram:
- Sistema de Lógica Dedutiva (1843)
- Princípios de Economia Política (1848)
- Sobre a Liberdade (1859)
- Utilitarismo (1861)
- A Sujeição das Mulheres (1869)
2.1. SISTEMA DE LÓGICA DEDUTIVA
Sistemas de Lógicaera uma tentativa ambiciosa de apresentar uma explicação
não apenas da lógica, mas também dos métodos da ciência e da sua aplicabilidade
quer aos fenômenos sociais, quer os fenômenos puramente naturais. A sua
concepção da lógica não era inteiramente a dos lógicos modernos; além da lógica
formal, a que chamava “lógica da consistência”, pensava que havia uma lógica da
prova, isto é, uma lógica que mostraria como os indícios provavam ou tendiam a
provar as conclusões que retiramos deles. Isto levou-o a analisar a causalidade, e a
dar uma explicação do raciocínio indutivo que continua a ser o ponto de partida da
maior parte das discussões modernas. Em termos gerais, a sua concepção da
explicação na ciência era que esta procura as causas dos acontecimentos quando
estamos interessados neles; ou procura leis mais gerais quando queremos explicar
leis menos gerais como casos especiais das primeiras. A sua discussão da
possibilidade de encontrar uma explicação científica de acontecimentos sociais é
também ainda hoje relevante; Mill tinha tão pouca vontade de supor que as ciências
sociais se tornariam omniscientes quanto ao comportamento humano, como de
supor que não haveria maneira de explicar as questões sociais a um nível mais
profundo do que o do senso comum.
7
Em todo Sistema de Lógica, atacou a filosofia “intuicionista” de William Whewell
e de Sir William Hamilton, que consistia na ideia de que as explicações se baseavam
em princípios intuitivamente irresistíveis e não em leis gerais causais, e que em
última análise a procura desses princípios intuitivamente irresistíveis dependia de
compreender o universo como criação divina, regida por princípios que uma
divindade racional teria de escolher. Mill pensava que o intuicionismo era má
filosofia, muito cômoda também para o conservadorismo político.
2.2. PRINCÍPIOS DE ECONOMIA POLÍTICA
Para o grande público, era mais conhecido como autor de Princípios de
Economia Política (1848), obra que tentava mostrar que a economia não era a
“ciência deprimente” que os seus críticos radicais e literários supunham. O interesse
filosófico desta obra resulta das suas reflexões sobre a diferença entre o que a
economia mede e o que os seres humanos realmente valorizam, levando-o a
argumentar que devemos sacrificar o crescimento econômico em nome do meio
ambiente, e que devemos limitar a população, tanto para nos deixar espaço vital
como para afastar o risco de fome entre os pobres já sobrecarregados. Considerava
também que a análise econômica convencional não poderia mostrar que o
socialismo não era exequível, e sugeriu como ideal uma economia de cooperativas
que seriam propriedade dos trabalhadores.
2.3. SOBRE A LIBERDADE
Durante a sua vida, foi o ensaio Sobre Liberdade (1859) que deu origem à maior
controvérsia, e às mais violentas expressões de aprovação e desaprovação. O
ensaio nasceu do sentimento que Mill e a sua esposa, Harriet Taylor, expressavam
constantemente nas suas cartas: que viviam numa sociedade em que os indivíduos
corajosos e aventurosos se estavam a tornar demasiado raros.
Mill apresenta “um princípio muito simples” para reger o uso da coerção na
sociedade — e por coerção Mill quer dizer não apenas as sanções legais mas
também a influência da opinião pública. Trata-se do princípio de que só podemos
exercer coerção sobre alguém em autodefesa — quer para nos defendermos, quer
8
para defender terceiros de qualquer dano. O crucial deste princípio é excluir
intervenções paternalistas para salvar as pessoas de si próprias, e intervenções
idealistas para fazer as pessoas comportar-se “melhor”. Tem sido desde há muito
um desafio explicar como pode um utilitarista subscrever tal princípio de contenção;
um utilitarista está obrigado a sustentar o princípio de que devemos exercer a
coerção sobre os outros sempre que isso faz mais bem do que mal. Mill percebeu o
problema, argumentando que era devido aos seres humanos serem criaturas
“progressistas” que a própria utilidade exigia essa contenção. No fundo, argumenta
que só adotando o princípio da contenção podemos procurar a verdade, ter
experiência da verdade como “nossa” e desenvolver completamente o "eu"
individual.
2.4. A SUJEIÇÃO DAS MULHERES
Das suas obras de menor dimensão, há uma que merece menção. A Sujeição
das Mulheres (1869) era considerada demasiado radical no tempo de Mill, mas é
hoje vista como uma afirmação clássica do feminismo liberal. O argumento essencial
é que se a liberdade é boa para os homens, também o é para as mulheres, e que
todos os argumentos contra este ponto de vista que se baseiem numa suposta
“natureza” diferente entre homens e mulheres são superstições tendenciosas. Se as
mulheres têm uma natureza diferente, a única maneira de a descobrir é pela
experiência, e isso exige que as mulheres tenham acesso a tudo o que os homens
têm acesso. Só depois de tantos séculos de liberdade quantos séculos houve de
opressão saberemos realmente o que são as nossas naturezas. Mill publicou A
Sujeição das Mulherestardiamente, para evitar controvérsias que enfraqueceriam o
impacto das outras obras.
9
3.UTILITARISMO: OBRA E DISCUSSÃO
É na área da filosofia moral e política, contudo, que Mill está mais perto de ser
nosso contemporâneo. Utilitarismo(1861) continua a ser a defesa clássica de que
devemos visar a maximização do bem-estar de todos os indivíduos, e que esse
bem-estar consiste na sua felicidade. A defesa de Mill da ideia de que devemos
procurar a felicidade porque de fato a procuramos tem sido objeto de violentos
ataques de entre outros filósofos. Mas outros pensadores argumentaram que, neste
ponto particular, Mill foi deturpado pelos críticos. A sua insistência de que a
felicidade deveria ser avaliada não apenas pela quantidade mas também pela
qualidade — a doutrina de que um Sócrates insatisfeito é não apenas melhor do que
um tolo satisfeito, mas de algum modo mais feliz também — levantou perplexidades
a gerações de comentadores. E a sua tentativa de mostrar que a justiça pode ser
explicada em termos utilitaristas é ainda importante como réplica a outros autores.
Em Filosofia, o utilitarismo é uma doutrina ética que prescreve a ação (ou
inação) de forma a otimizar o bem-estar do conjunto dos seres. O utilitarismo é
então uma forma de consequencialismo, ou seja, ele avalia uma ação unicamente
em função de suas consequências.
Filosoficamente, pode-se resumir a doutrina utilitarista pela frase: "Agir
sempre de forma a produzir a maior quantidade de bem-estar (Princípio do bem-
estar máximo)" - trata-se então de uma moral eudemonista, mas que, ao contrário do
egoísmo, insiste no fato de que devemos considerar o bem-estar de todos e não o
de uma única pessoa.
As contribuições de Stuart Mill distribuem-se pelos campos da Lógica, da
Psicologia, do Direito, da Economia e da Política. Tamanha diversidade explica em
boa parte a descontinuidade que caracteriza a sua obra e a controvérsia que existe
em torno de sua figura: é considerado um dos principais expoentes da Economia por
alguns autores e historiadores em razão de sua criatividade e de suas contribuições
inovadoras e, ao mesmo tempo, é ignorado por outros, por não ter conseguido
"amarrar" bem suas idéias, que tiveram que ser aperfeiçoadas por diversos
economistas e pensadores de gerações posteriores.
Stuart Mill procurou combinar o utilitarismo com o socialismo, em que
ressaltou o valor do altruísmo, como forma de superação do egoísmo.
10
O filósofo enfatizava, no princípio da utilidade, a busca da felicidade, como se
vê na seguinte passagem de sua obra “Utilitarismo”:
"Felicidade entendida como prazer e ausência de dor. [...] Prazer e ausência de
dor são as únicas coisas desejáveis como fins [...] seja pelo prazer inerente a
elas , seja como meio de promoção do prazer e prevenção da dor."
No campo da economia, suas idéias refletem diversas influências de outros
pensadores contemporâneos, apresentando em sua evolução uma série de
contradições, a ponto de ser considerado um integrante do liberalismo clássico por
alguns autores e um pré-socialista por outros. Ele próprio chegou a se autodefinir um
socialista, como pode ser visto na citação a seguir:
"Nosso ideal de desenvolvimento final vai mais além da democracia e nos
classificaria decididamente sob a designação geral de socialismo.
Consideramos que o problema social do futuro seja como reunir a maior
liberdade individual de ação com a propriedade comum das matérias-primas
do globo e uma participação igualitária de todos nos benefícios do trabalho
associado."
Nessa tentativa de conciliação de idéias socialistas com seus fundamentos
utilitaristas ele fez uso de uma relação entre a religião e a moral, na qual admitiu que
o aperfeiçoamento intelectual do homem serve de base ao desenvolvimento social.
Daí a principal crítica de Marx a esse tipo de ecletismo do qual Mill é o melhor
intérprete. Para Marx, isto é prova inconteste de ingenuidade ou uma tentativa de
"conciliação dos inconciliáveis".
11
4. CONCLUSÃO
Concluindo, Stuart Mill pode ser considerado um autor de transição entre o
pensamento econômico antigo (que enfatiza os aspectos ligados à produção da
riqueza) e o pensamento econômico moderno (que enfatiza os aspectos ligados à
distribuição da riqueza).
Liberal, individualista, inconformista, lutando contra a sociedade de seu
tempo, pregando a sua reforma, Mill desejava que o bem individual coincidisse com
o bem coletivo, mas sem choques, no qual seriam dominantes os valores morais e
altruísticos.
Considerado o maior filósofo inglês do Século XIX, sua influência foi grande e
duradoura, não só na Inglaterra, mas também nos EUA, em todos os campos
intelectuais em que desdobrou sua atividade.
12
REFERÊNCIAS
http://educacao.uol.com.br/biografias/john-stuart-mill.jhtm, Acesso em:18 de maio de 2013.
http://www.institutoliberal.org.br/galeria_autor.asp?cdc=918. Acesso em: 18 de maio de 2013.
http://criticanarede.com/jsmill.html. Acesso em: 18 de maio de 2013.
http://www.utilitarianism.com/mill1.htm.Acessoem:17 de maiode 2013.
http://www.econlib.org/library/Enc/bios/Mill.html Acessoem:15 de maiode 2013.

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JOHN STUART MILL E O PENSAMENTO UTILITARISTA NA INGLATERRA DO SÉCULO XIX

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE DIREITO CURSO DE DIREITO - NOTURNO JOHN STUART MILL E O PENSAMENTO UTILITARISTA NA INGLATERRA DO SÉCULO XIX PELOTAS 2013
  • 2. 2 JOHN STUART MILL E O PENSAMENTO UTILITARISTA NA INGLATERRA DO SÉCULO XIX Trabalho sobre o pensamento de John Stuart Mill, apresentado à Faculdade de Direito da Universidade de Pelotas, para aprovação parcial na disciplina de Teoria do Estado, Política e Direito. PELOTAS 2013
  • 3. 3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................... 4 2 AS OBRAS ............................................................................. 6 2.1 SISTEMA DE LÓGICA DEDUTIVA ..................................... 6 2.2 PRINCÍPIOS DE ECONOMIA POLÍTICA ............................ 7 2.3 SOBRE A LIBERDADE ....................................................... 7 2.4 A SUJEIÇÃO DAS MULHERES .......................................... 8 3 UTILITARISMO: OBRA E DISCUSSÃO................................ 9 4 CONCLUSÃO ......................................................................... 11 REFERÊNCIAS .......................................................................... 12
  • 4. 4 1.INTRODUÇÃO John Stuart Mill (1806 - 1873), foi um filósofo e economista político britânico, sendo um dos pensadores liberais mais influentes do século XIX e um defensor do utilitarismo, teoria inicialmente desenvolvida por Jeremy Bentham. Stuart Mill era filho do filósofo e historiador James Mill, que assumiu a responsabilidade por sua educação. Sendo seu pai um aderente ao associativismo, tinha como objetivo explícito criar um gênio intelectual que iria assegurar a causa do utilitarismo e sua implementação após a morte dele. Em 1821, começou a estudar direito. Foi quando entrou em contato mais estreito com as idéias de Jeremy Bentham, filósofo e jurista inglês. Para que se entenda melhor o contexto histórico em que as obras de Stuart Mill foram publicadas, faz-se necessária uma melhor compreensão da Era Vitoriana (1837-1901), tida como um período de claro aumento das liberdades pessoais e políticas da sociedade inglesa. Dentre os diversos movimentos que fizeram parte dessa luta por maior liberdade, há o movimento feminista e o movimento abolicionista. Contudo, sendo reformista, a sociedade vitoriana de maneira alguma pode ser considerada revolucionária. A filosofia de Stuart Mill representa o coroamento de toda uma linha do pensamento britânico. O seu principal objetivo consistiu em renovar a lógica, tida como acabada e perfeita desde a construção aristotélica. A filosofia de Mill contraria as convenções sociais, torna-o inclusive um dos precursores da liberação da mulher, uma vez que o filósofo indignava-se com o fato de as mulheres eram privadas dos direitos financeiros ou das propriedades e comparou a saga feminina à de outros grupos de desprovidos. Condenava a ideia da submissão sexual da esposa ao desejo do marido, contra a própria vontade, e a proibição do divórcio com base na incompatibilidade de gênios. Sua concepção de casamento era baseada na parceria entre pessoas com os mesmos direitos, e não na relação mestre-escravo. Antimetafísico, Stuart Mill faz da indução o método científico por excelência, atendo-se aos fatos. O filósofo parte da experiência como base de todo
  • 5. 5 conhecimento, quer nas ciências físicas, nas sociais ou mesmo na matemática. Stuart Mill aceita a psicologia como ciência autônoma e independente. Usando o método indutivo, o filósofo reduz os fenômenos psíquicos a seus elementos mais simples, não estruturais. Para Mill, a psicologia deve se ater a essas relações dos estados elementares e estabelecer as leis correspondentes, mas nunca se deixando afastar da experiência fenomênica. Na opinião de Mill, as ciências morais originam-se do estudo e dos resultados da psicologia. Com isso, pode-se construir a etologia (teoria do caráter) e a sociologia, como ciências dedutivas.
  • 6. 6 2. AS OBRAS Stuart Mill não deixa, em nenhum instante, de revelar profunda influência da educação que lhe foi imposta pelo pai, razão pela qual sua obra representa enorme contribuição à aplicação de métodos à análise econômica. Suas principais obras foram: - Sistema de Lógica Dedutiva (1843) - Princípios de Economia Política (1848) - Sobre a Liberdade (1859) - Utilitarismo (1861) - A Sujeição das Mulheres (1869) 2.1. SISTEMA DE LÓGICA DEDUTIVA Sistemas de Lógicaera uma tentativa ambiciosa de apresentar uma explicação não apenas da lógica, mas também dos métodos da ciência e da sua aplicabilidade quer aos fenômenos sociais, quer os fenômenos puramente naturais. A sua concepção da lógica não era inteiramente a dos lógicos modernos; além da lógica formal, a que chamava “lógica da consistência”, pensava que havia uma lógica da prova, isto é, uma lógica que mostraria como os indícios provavam ou tendiam a provar as conclusões que retiramos deles. Isto levou-o a analisar a causalidade, e a dar uma explicação do raciocínio indutivo que continua a ser o ponto de partida da maior parte das discussões modernas. Em termos gerais, a sua concepção da explicação na ciência era que esta procura as causas dos acontecimentos quando estamos interessados neles; ou procura leis mais gerais quando queremos explicar leis menos gerais como casos especiais das primeiras. A sua discussão da possibilidade de encontrar uma explicação científica de acontecimentos sociais é também ainda hoje relevante; Mill tinha tão pouca vontade de supor que as ciências sociais se tornariam omniscientes quanto ao comportamento humano, como de supor que não haveria maneira de explicar as questões sociais a um nível mais profundo do que o do senso comum.
  • 7. 7 Em todo Sistema de Lógica, atacou a filosofia “intuicionista” de William Whewell e de Sir William Hamilton, que consistia na ideia de que as explicações se baseavam em princípios intuitivamente irresistíveis e não em leis gerais causais, e que em última análise a procura desses princípios intuitivamente irresistíveis dependia de compreender o universo como criação divina, regida por princípios que uma divindade racional teria de escolher. Mill pensava que o intuicionismo era má filosofia, muito cômoda também para o conservadorismo político. 2.2. PRINCÍPIOS DE ECONOMIA POLÍTICA Para o grande público, era mais conhecido como autor de Princípios de Economia Política (1848), obra que tentava mostrar que a economia não era a “ciência deprimente” que os seus críticos radicais e literários supunham. O interesse filosófico desta obra resulta das suas reflexões sobre a diferença entre o que a economia mede e o que os seres humanos realmente valorizam, levando-o a argumentar que devemos sacrificar o crescimento econômico em nome do meio ambiente, e que devemos limitar a população, tanto para nos deixar espaço vital como para afastar o risco de fome entre os pobres já sobrecarregados. Considerava também que a análise econômica convencional não poderia mostrar que o socialismo não era exequível, e sugeriu como ideal uma economia de cooperativas que seriam propriedade dos trabalhadores. 2.3. SOBRE A LIBERDADE Durante a sua vida, foi o ensaio Sobre Liberdade (1859) que deu origem à maior controvérsia, e às mais violentas expressões de aprovação e desaprovação. O ensaio nasceu do sentimento que Mill e a sua esposa, Harriet Taylor, expressavam constantemente nas suas cartas: que viviam numa sociedade em que os indivíduos corajosos e aventurosos se estavam a tornar demasiado raros. Mill apresenta “um princípio muito simples” para reger o uso da coerção na sociedade — e por coerção Mill quer dizer não apenas as sanções legais mas também a influência da opinião pública. Trata-se do princípio de que só podemos exercer coerção sobre alguém em autodefesa — quer para nos defendermos, quer
  • 8. 8 para defender terceiros de qualquer dano. O crucial deste princípio é excluir intervenções paternalistas para salvar as pessoas de si próprias, e intervenções idealistas para fazer as pessoas comportar-se “melhor”. Tem sido desde há muito um desafio explicar como pode um utilitarista subscrever tal princípio de contenção; um utilitarista está obrigado a sustentar o princípio de que devemos exercer a coerção sobre os outros sempre que isso faz mais bem do que mal. Mill percebeu o problema, argumentando que era devido aos seres humanos serem criaturas “progressistas” que a própria utilidade exigia essa contenção. No fundo, argumenta que só adotando o princípio da contenção podemos procurar a verdade, ter experiência da verdade como “nossa” e desenvolver completamente o "eu" individual. 2.4. A SUJEIÇÃO DAS MULHERES Das suas obras de menor dimensão, há uma que merece menção. A Sujeição das Mulheres (1869) era considerada demasiado radical no tempo de Mill, mas é hoje vista como uma afirmação clássica do feminismo liberal. O argumento essencial é que se a liberdade é boa para os homens, também o é para as mulheres, e que todos os argumentos contra este ponto de vista que se baseiem numa suposta “natureza” diferente entre homens e mulheres são superstições tendenciosas. Se as mulheres têm uma natureza diferente, a única maneira de a descobrir é pela experiência, e isso exige que as mulheres tenham acesso a tudo o que os homens têm acesso. Só depois de tantos séculos de liberdade quantos séculos houve de opressão saberemos realmente o que são as nossas naturezas. Mill publicou A Sujeição das Mulherestardiamente, para evitar controvérsias que enfraqueceriam o impacto das outras obras.
  • 9. 9 3.UTILITARISMO: OBRA E DISCUSSÃO É na área da filosofia moral e política, contudo, que Mill está mais perto de ser nosso contemporâneo. Utilitarismo(1861) continua a ser a defesa clássica de que devemos visar a maximização do bem-estar de todos os indivíduos, e que esse bem-estar consiste na sua felicidade. A defesa de Mill da ideia de que devemos procurar a felicidade porque de fato a procuramos tem sido objeto de violentos ataques de entre outros filósofos. Mas outros pensadores argumentaram que, neste ponto particular, Mill foi deturpado pelos críticos. A sua insistência de que a felicidade deveria ser avaliada não apenas pela quantidade mas também pela qualidade — a doutrina de que um Sócrates insatisfeito é não apenas melhor do que um tolo satisfeito, mas de algum modo mais feliz também — levantou perplexidades a gerações de comentadores. E a sua tentativa de mostrar que a justiça pode ser explicada em termos utilitaristas é ainda importante como réplica a outros autores. Em Filosofia, o utilitarismo é uma doutrina ética que prescreve a ação (ou inação) de forma a otimizar o bem-estar do conjunto dos seres. O utilitarismo é então uma forma de consequencialismo, ou seja, ele avalia uma ação unicamente em função de suas consequências. Filosoficamente, pode-se resumir a doutrina utilitarista pela frase: "Agir sempre de forma a produzir a maior quantidade de bem-estar (Princípio do bem- estar máximo)" - trata-se então de uma moral eudemonista, mas que, ao contrário do egoísmo, insiste no fato de que devemos considerar o bem-estar de todos e não o de uma única pessoa. As contribuições de Stuart Mill distribuem-se pelos campos da Lógica, da Psicologia, do Direito, da Economia e da Política. Tamanha diversidade explica em boa parte a descontinuidade que caracteriza a sua obra e a controvérsia que existe em torno de sua figura: é considerado um dos principais expoentes da Economia por alguns autores e historiadores em razão de sua criatividade e de suas contribuições inovadoras e, ao mesmo tempo, é ignorado por outros, por não ter conseguido "amarrar" bem suas idéias, que tiveram que ser aperfeiçoadas por diversos economistas e pensadores de gerações posteriores. Stuart Mill procurou combinar o utilitarismo com o socialismo, em que ressaltou o valor do altruísmo, como forma de superação do egoísmo.
  • 10. 10 O filósofo enfatizava, no princípio da utilidade, a busca da felicidade, como se vê na seguinte passagem de sua obra “Utilitarismo”: "Felicidade entendida como prazer e ausência de dor. [...] Prazer e ausência de dor são as únicas coisas desejáveis como fins [...] seja pelo prazer inerente a elas , seja como meio de promoção do prazer e prevenção da dor." No campo da economia, suas idéias refletem diversas influências de outros pensadores contemporâneos, apresentando em sua evolução uma série de contradições, a ponto de ser considerado um integrante do liberalismo clássico por alguns autores e um pré-socialista por outros. Ele próprio chegou a se autodefinir um socialista, como pode ser visto na citação a seguir: "Nosso ideal de desenvolvimento final vai mais além da democracia e nos classificaria decididamente sob a designação geral de socialismo. Consideramos que o problema social do futuro seja como reunir a maior liberdade individual de ação com a propriedade comum das matérias-primas do globo e uma participação igualitária de todos nos benefícios do trabalho associado." Nessa tentativa de conciliação de idéias socialistas com seus fundamentos utilitaristas ele fez uso de uma relação entre a religião e a moral, na qual admitiu que o aperfeiçoamento intelectual do homem serve de base ao desenvolvimento social. Daí a principal crítica de Marx a esse tipo de ecletismo do qual Mill é o melhor intérprete. Para Marx, isto é prova inconteste de ingenuidade ou uma tentativa de "conciliação dos inconciliáveis".
  • 11. 11 4. CONCLUSÃO Concluindo, Stuart Mill pode ser considerado um autor de transição entre o pensamento econômico antigo (que enfatiza os aspectos ligados à produção da riqueza) e o pensamento econômico moderno (que enfatiza os aspectos ligados à distribuição da riqueza). Liberal, individualista, inconformista, lutando contra a sociedade de seu tempo, pregando a sua reforma, Mill desejava que o bem individual coincidisse com o bem coletivo, mas sem choques, no qual seriam dominantes os valores morais e altruísticos. Considerado o maior filósofo inglês do Século XIX, sua influência foi grande e duradoura, não só na Inglaterra, mas também nos EUA, em todos os campos intelectuais em que desdobrou sua atividade.
  • 12. 12 REFERÊNCIAS http://educacao.uol.com.br/biografias/john-stuart-mill.jhtm, Acesso em:18 de maio de 2013. http://www.institutoliberal.org.br/galeria_autor.asp?cdc=918. Acesso em: 18 de maio de 2013. http://criticanarede.com/jsmill.html. Acesso em: 18 de maio de 2013. http://www.utilitarianism.com/mill1.htm.Acessoem:17 de maiode 2013. http://www.econlib.org/library/Enc/bios/Mill.html Acessoem:15 de maiode 2013.