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UnilesteMG – Arquitetura e Urbanismo
Humanidades III
Professora: Amanda B. Machado.
Aluna: Ianna Rolim Rodrigues.
Texto crítico do filme Play Time de Jacques Tati.
O filme mostra turistas americanas percorrendo Paris em uma visita de vinte e quatro
horas e nessa visita encontram a cidade semelhante a todas as outras metrópoles e
as turistas veem apenas os marcos de Paris (como a Torre Eiffel) pelo reflexo do vidro
nas portas. Em meio a esse passeio pela cidade as turistas ‘trombam’ com o Sr. Hulot
(interpretado por Jacques Tati), um homem de negócios que encara os avanços
tecnológicos como um obstáculo. Ele se atrapalha todo com os objetos tecnológicos
que ele encontra em seu caminho e tudo se torna uma enorme confusão,
transformando em um problema para que ele alcance seus objetivos.
O enredo em si não é a parte mais importante do filme, o que faz o filme de Tati são
ações dos personagens e a interação deles com cenário. Play Time parece
representar um tempo futurista e Jacques Tati mostra através da grande quantidade
de objetos tecnológicos uma preocupação com a alienação gerada pela evolução da
tecnológica nas cidades modernas. Perde-se a noção do humano, o pequeno grupo de
mulheres que visitava Paris não teve a oportunidade de ver a ‘essência’ do lugar. A
visita passa somente pelo que elas já haviam visto em outros lugares, tornando a visita
‘banal’. O grupo não chegou a visitar o Arco do Triunfo ou a Torre Eiffel, vendo apenas
prédios modernistas e interação homem e maquina. Barbara, uma das turistas, perde-
se do grupo algumas vezes, pois tenta resgatar essa parte humana, parando para tirar
fotos do verdadeiro conteúdo de Paris.
Play Time mostra uma sociedade obcecada com tudo o que é moderno e tecnológico,
os personagens estão sempre passando por ambientes ‘predefinidos’ com prédios de
aço e vidro e vivem a colecionar objetos tecnológicos, com inúmeras possibilidades,
que nem sempre são uteis e/ou necessários, mostrando a praticidade e o comodismo
no ‘ambiente programado’.
A sociedade parisiense torna-se homogênea, onde todos tem o mesmo carro, a
mesma casa e vivem cercados pela tecnologia, nesse meio, a turista Barbara e o Sr.
Hulot tornam-se os extremos, um busca trazer de volta o calor humano através dos
parisienses, um observando todo o ambiente que a cerca e o outro não se adapta as
novidades desse mundo abarrotado de tecnologia. Barbara e o Sr. Hulot percebem a
falta desse calor humano. No filme a sociedade parece uma grande linha de produção,
onde todos têm a sua função e fazem o mesmo. Conhecemos as partes e perdemos a
noção do todo ou conhecemos o todo e perdemos noção das partes.
Vemos através de Play Time que são as diferenças que transformam uma sociedade
naquilo que ela realmente é, são as diferenças que as caracterizam fazendo com que
cada lugar tenha as suas particularidades que fazem uns e outros gostarem ou não.
Resumidamente, Play Time é uma critica bem elaborada da sociedade moderna que
vive em movimento acelerado em um universo de ‘tralhas’ que buscam trazer a
praticidade, mas traz apenas comodismo. Onde tudo é igual e parece estático.

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Texto crítico do filme play time de jacques tati.

  • 1. UnilesteMG – Arquitetura e Urbanismo Humanidades III Professora: Amanda B. Machado. Aluna: Ianna Rolim Rodrigues. Texto crítico do filme Play Time de Jacques Tati. O filme mostra turistas americanas percorrendo Paris em uma visita de vinte e quatro horas e nessa visita encontram a cidade semelhante a todas as outras metrópoles e as turistas veem apenas os marcos de Paris (como a Torre Eiffel) pelo reflexo do vidro nas portas. Em meio a esse passeio pela cidade as turistas ‘trombam’ com o Sr. Hulot (interpretado por Jacques Tati), um homem de negócios que encara os avanços tecnológicos como um obstáculo. Ele se atrapalha todo com os objetos tecnológicos que ele encontra em seu caminho e tudo se torna uma enorme confusão, transformando em um problema para que ele alcance seus objetivos. O enredo em si não é a parte mais importante do filme, o que faz o filme de Tati são ações dos personagens e a interação deles com cenário. Play Time parece representar um tempo futurista e Jacques Tati mostra através da grande quantidade de objetos tecnológicos uma preocupação com a alienação gerada pela evolução da tecnológica nas cidades modernas. Perde-se a noção do humano, o pequeno grupo de mulheres que visitava Paris não teve a oportunidade de ver a ‘essência’ do lugar. A visita passa somente pelo que elas já haviam visto em outros lugares, tornando a visita ‘banal’. O grupo não chegou a visitar o Arco do Triunfo ou a Torre Eiffel, vendo apenas prédios modernistas e interação homem e maquina. Barbara, uma das turistas, perde- se do grupo algumas vezes, pois tenta resgatar essa parte humana, parando para tirar fotos do verdadeiro conteúdo de Paris. Play Time mostra uma sociedade obcecada com tudo o que é moderno e tecnológico, os personagens estão sempre passando por ambientes ‘predefinidos’ com prédios de aço e vidro e vivem a colecionar objetos tecnológicos, com inúmeras possibilidades, que nem sempre são uteis e/ou necessários, mostrando a praticidade e o comodismo no ‘ambiente programado’. A sociedade parisiense torna-se homogênea, onde todos tem o mesmo carro, a mesma casa e vivem cercados pela tecnologia, nesse meio, a turista Barbara e o Sr. Hulot tornam-se os extremos, um busca trazer de volta o calor humano através dos parisienses, um observando todo o ambiente que a cerca e o outro não se adapta as novidades desse mundo abarrotado de tecnologia. Barbara e o Sr. Hulot percebem a falta desse calor humano. No filme a sociedade parece uma grande linha de produção, onde todos têm a sua função e fazem o mesmo. Conhecemos as partes e perdemos a noção do todo ou conhecemos o todo e perdemos noção das partes. Vemos através de Play Time que são as diferenças que transformam uma sociedade naquilo que ela realmente é, são as diferenças que as caracterizam fazendo com que cada lugar tenha as suas particularidades que fazem uns e outros gostarem ou não. Resumidamente, Play Time é uma critica bem elaborada da sociedade moderna que
  • 2. vive em movimento acelerado em um universo de ‘tralhas’ que buscam trazer a praticidade, mas traz apenas comodismo. Onde tudo é igual e parece estático.