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Social networks in
economics
Sanjeev Goyal
 Objetivo do artigo
Discutir o impacto das relações sociais para a ação econômica, focado, principalmente, no mercado
de trabalho.
 Estrutura do artigo
1. Introdução
2. As consequências da estrutura social
2.1 O desemprego e a desigualdade salarial
2.1.1 Evidência: redes sociais no mercado de trabalho
2.1.2 Os modelos teóricos
2.2 Aprendizagem social e difusão
2.3 A identificação dos efeitos da rede
3. As origens da estrutura social
4. Para uma teoria social geral (rumo a uma teoria social geral)
4.1 A coevolução da estrutura e comportamento sociais
4.2 Escolha individual, redes e mercados
5. Observações finais
Apresentação
1. Introdução
Há um grande corpo de trabalho na economia que analisa grupos de negócios nos países em
desenvolvimento, crime e interação social, identidade social e pessoal, e redes, por exemplo, Akerlof
(1997), Akerlof e Kranton (2000), Alesina e Spolaore (2003), Ghatak e Kali (2001), Glasear e
Scheinkman (2002), Kali (1999), Kranton (1996), Rauch e Casella (2001) e Taylor (2000).
A pesquisa é direcionada para uma economia na qual a estrutura social é matematicamente
modelada como uma rede / gráfico e o foco está na compreensão da relação entre as
características da rede, tais como centralidade, número e distribuição de conexões; enfim, ela está
centrada no comportamento individual e nos resultados econômicos agregados, frutos deste.
2. As consequencias da estrutura social
Na última década, os economistas têm analisado o papel das redes sociais na
compreensão de uma variedade de questões.
Neste artigo, são discutidas duas questões muito importantes:
o emprego e a desigualdade
e
as questões da difusão e da inovação.
2. As consequências da estrutura social
2.1 O desemprego e a desigualdade salarial
Os trabalhadores não
sabem quais empresas
têm vagas, e encontrar
o trabalho certo, leva
tempo e esforço; logo:
Trabalhadores preferem trabalhos que atendam às suas habilidades e preferências de localização,
enquanto as empresas se interessam em contratar trabalhadores que têm a capacidade adequada
para o trabalho. Nesse processo de contratação/procura por emprego surgem as seguintes
questões:
As empresas não
sabem quais
trabalhadores estão
à procura de um
emprego ; logo:
procuram
anúncios
em jornais e
revistas
através de
conexões
de amigos
fazem
anúncios
solicitam
indicações
Como avaliar a capacidade de uma
pessoa? Ela geralmente sabe mais sobre
sua própria capacidade, se comparado a
um potencial empregador.
Os trabalhadores investem
em certificados, cursos de
qualificação, como pontos
positivos.
As empresas
solicitam indicações
e cartas de
recomendação.
Estas observações levantam a questão: como o padrão de contatos sociais afeta o fluxo
de informações sobre empregos?
O fluxo de informações entre
as pessoas influenciará a
rapidez com que os
trabalhadores e os trabalhos
se encaixam.
Os padrões de conexões
sociais também vão
determinar quem tem as
informações e quando
isso acontece.
Como resultado
tem-se um
impacto sobre a
distribuição de
rendimentos e
desigualdade
global em uma
sociedade.
2.1 O desemprego e a desigualdade salarial
2. As consequências da estrutura social
o que por sua vez
molda o nível de
emprego
o que por sua vez, pode
determinar quem
consegue ou não
emprego
2.1.1 Evidência: redes sociais no mercado de trabalho
2. As consequências da estrutura social
O trabalho empírico sobre os impactos das fontes de informações sobre empregos e
sobre os trabalhadores tem uma história longa e distinta.
As primeiras contribuições a este corpo de trabalho incluem Rees (1966), Myers e Shultz
(1951), Rees e Schultz (1970) e Granovetter (1974).
Neste artigo verifica-se que as redes sociais são usadas extensivamente para um
grande número de profissões e níveis de habilidade e também nos mercados de
trabalho em um grande número de países .
2.1.1 Evidência: redes sociais no mercado de trabalho
2. As consequências da estrutura social
O autor buscou analisar o uso de contatos pelos empregados e pelos empregadores.
No que diz respeito à utilização de contatos pessoais por trabalhadores, a literatura
concentrou-se em três temas:
1. Em que medida os trabalhadores dependem de fontes pessoais de informação na
obtenção de empregos?
2. Como o uso de contatos pessoais varia de acordo com a natureza do trabalho e com
os países?
3. Quão produtiva é a utilização de contatos em termos de salários e empregos obtidos?
2.1.1 Evidência: redes sociais no mercado de trabalho
2. As consequências da estrutura social
Rees (1966), Myers e Shultz (1974) e Granovetter (1974) examinaram
extensivamente o uso de conexões sociais na obtenção de informações sobre
empregos.
Myers e Shultz (1951), em um estudo sobre trabalhos têxteis, mostrou que quase
62% dos entrevistados obtiveram o seu primeiro emprego através de contatos
pessoais, em contraste com apenas 15% que obtiveram o seu trabalho através de
agências e anúncios.
2.1.1 Evidência: redes sociais no mercado de trabalho
2. As consequências da estrutura social
O trabalho empírico sobre as variações no uso de contatos entre os tipos de postos de
trabalho sugere que os contatos pessoais são usados com menos frequência para
empregos de maior salário: existe uma correlação negativa entre idade, educação e
posição e a probabilidade de encontrar um emprego através de contatos pessoais.
Um certo número de artigos estuda a eficácia de contatos pessoais tanto no que diz
respeito ao sucesso em encontrar um trabalho, bem como no que diz respeito aos
salários obtidos. Os estudos usam métodos diferentes e têm preocupações diferentes,
por isso é difícil compará-los diretamente.
2.1.1 Evidência: redes sociais no mercado de trabalho
2. As consequências da estrutura social
No entanto, uma série de estudos mostra que os contatos pessoais são uma forma
eficiente de encontrar emprego: a maior proporção de postos de trabalho encontrados
por meio de contatos são suscetíveis de contratação
(Blau e Robins, 1990; Holzer, 1988).
No que diz respeito à relação dos salários em trabalhos encontrados através de
contatos pessoais, a evidência está bem distinta.
2.1.1 Evidência: redes sociais no mercado de trabalho
2. As consequências da estrutura social
Em trabalho mais recente, Pellizzari (2004) constata que a correlação pode ser distinta e
apresenta dados sobre diferentes países.
• Áustria, Bélgica, Holanda – existe uma bonificação salarial para trabalhos
encontrados através de contatos pessoais;
• Grécia, Itália, Portugal e Reino Unido – existe uma “penalização” salarial para
trabalhos obtidos através de contatos.
Os primeiros trabalhos de Ullman (1966) sugeriram que existe uma relação positiva entre
salários e contratação através de contatos.
2.1.1 Evidência: redes sociais no mercado de trabalho
2. As consequências da estrutura social
Estudo realizado por Holzer (1987) constatou que mais de 35% das empresas
entrevistadas preencheram sua última vaga via indicações.
Campbell e Marsden (1990) em seu estudo em 53 estabelecimentos em Indiana (Estados
Unidos) descobriram que cerca de 51% dos empregos foram preenchidos através de
indicações.
Passando para o outro lado do mercado, também há evidências de empregadores
usando referências em sua seleção.
2.1.1 Evidência: redes sociais no mercado de trabalho
2. As consequências da estrutura social
O trabalho empírico sobre o papel das redes sociais em redes de trabalho é bem
resumido por Granovetter (1994):
“... apesar da modernização, da tecnologia e do ritmo vertiginoso da mudança
social, uma constante no mundo é onde e como passamos nossas horas de
trabalho, na maior parte da vida para a maioria dos adultos, o que depende
muito da maneira como estamos inseridos em redes de contatos sociais.”
2.1.2 Os modelos teóricos
2. As consequências da estrutura social
Dois modelos teóricos que investigam as consequências do uso de redes sociais
no emprego e na desigualdade:
• Modelo de Transmissão [Calvo-Armengol e Jackson (2004)]: O interesse é na
transmissão de informação sobre vagas de emprego através de redes sociais.
• Modelo de Seleção Adversa na contratação e recrutamento [Montgomery
(1991)]: Centra-se na utilização de referências por parte das empresas para
contratação de trabalhadores, cuja capacidade é desconhecida.
2.1.2 Os modelos teóricos
2. As consequências da estrutura social
O processo de perda de emprego, a chegada de informações sobre o novo trabalho, a transmissão
desta informação através da rede e da correspondência do trabalhador a este trabalho define um
processo dinâmico, cujo resultado está resumido em termos de estatuto laboral dos indivíduos em
diferentes pontos no tempo.
O interesse está em compreender como as propriedades da rede social afetam as perspectivas de
emprego dos indivíduos.
Informações
sobre novos
postos de
trabalho chegam
aleatoriamente
aos indivíduos.
Se estão empregados e não precisam do trabalho, eles enviam essa
informação para seus amigos e conhecidos que estão desempregados.
Se perdem o emprego logo em seguida, buscam verificar se a vaga ainda
está disponível.
Se estão desempregados buscam participar do processo seletivo.
Modelo de Transmissão
2.1.2 Os modelos teóricos
2. As consequencias da estrutura social
Modelo de Transmissão
A análise deste modelo produz duas principais
percepções.
A primeira percepção é de que a
situação de emprego dos
indivíduos em uma rede social é
positivamente correlacionada.
A outra visão é de que a
probabilidade de encontrar
um emprego, diminui com a
duração do desemprego.
2.1.2 Os modelos teóricos
2. As consequências da estrutura social
Modelo Seleção Adversa
5. Esta diferença na expectativa
pode levar algumas empresas a
usarem indicações, enquanto
outras vão para o mercado.
1. Ponto de partida: a ideia de
que os trabalhadores sabem
sobre sua própria capacidade,
enquanto potenciais
empregadores não sabem
disso.
2. No entanto, trabalhar em
uma empresa revela
informações sobre a
capacidade do trabalhador
para a empresa.
3. Se uma empresa precisa
contratar um novo
trabalhador, ela pode colocar
um anúncio nos jornais e/ou
perguntar aos seus
empregados atuais se
conhecem alguém adequado
para recomendar para o
trabalho.
4. O trabalho empírico
sugere que há uma
semelhança considerável
dos atributos entre os
trabalhadores que se
conhecem (ver, por
exemplo, Rees, 1966, e
Marsden, 1988). Isso reforça
a ideia de que uma empresa
com um trabalhador de alta
capacidade espera que os
seus trabalhadores atuais
recomendem alguém de
alta capacidade, em média,
em comparação com uma
empresa cujo atual
empregado tem baixa
capacidade.
6. Se algumas empresas
contratam através de indicações
e estas escolhem trabalhadores
com maior capacidade, em
média, então, a capacidade dos
trabalhadores que estão no
mercado será menor.
7. Estas diferenças se refletem
nos salários que os diferentes
trabalhadores recebem. O
modelo analisa essas ideias e
traz à tona as implicações
agregadas das relações sociais
de desigualdade salarial e dos
lucros da empresa.
2.1.2 Os modelos teóricos
2. As consequencias da estrutura social
Modelo Seleção Adversa
A análise deste modelo produz duas ideias-chave:
Os trabalhadores com mais
contatos vão ganhar um salário
maior e as empresas que
contratam através de contatos
(através dos seus atuais
trabalhadores com alta qualidade)
lucrarão mais.
Um aumento maior de conexões sociais aumenta a
desigualdade nos salários. Este é um reflexo do
efeito chamado efeito-limão: um aumento nas
relações sociais significa que mais trabalhadores
com altas habilidades são contratados através de
indicações, e isso diminui a qualidade de
trabalhadores que entram no mercado aberto,
desse modo, diminuindo seus salários
(relativamente).
2.1.2 Os modelos teóricos
2. As consequencias da estrutura social
O foco em modelos de rede está em compreender como os
trabalhadores que se equivalem nas habilidades, dons e preferências,
podem, contudo, ter sucesso ou não devido a diferenças em suas
conexões sociais.
2.2 Aprendizagem Social e Difusão
Essas ideias inspiraram uma ampla literatura sobre o papel da estrutura social na
formação de difusão e inovação.
As pesquisas sobre os determinantes da difusão sugerem que o fator crítico na difusão de uma
nova tecnologia é a incerteza sobre a sua rentabilidade. (profitability)
No entanto, se a tecnologia em questão é complicada e envolve recursos substanciais – como a
adoção de colheitas ou de prescrição de medicamentos –, então é provável que uma pessoa
tenha maior crença em informações vindas através de amigos próximos, colegas e vizinhos.
Assim, os padrões de interação entre os indivíduos são plausíveis ao desempenhar um papel
fundamental na escolha individual e, portanto, também dar forma a inovação em um nível
agregado.
Informações através de governos e empresas reduzem essa incerteza.
2. As consequencias da estrutura
social
2.2 Aprendizagem Social e Difusão
2. As consequencias da estrutura social
O principal achado é que uma rede de informações em que os indivíduos aprendem as
ações ideais e ganham as recompensas máximas tem duas propriedades gerais.
A primeira propriedade é a independência
local. Independência local capta a idéia de
que os indivíduos têm diferentes fontes de
informação e que essas diferentes fontes
são relativamente importantes se
comparadas a fontes comuns de
informação. Independência local facilita a
experimentação e coleta de novas
informações.
A segunda propriedade é a
existência de links que
funcionam como pontes
entre as diferentes fontes de
informações. Esses links
facilitam a difusão de
informações úteis através de
uma sociedade.
2.3 A identificação dos efeitos da rede
(The identification of network effects)
2. As consequencias da estrutura social
Por que a identificação dos efeitos das redes sociais é difícil?
Alternativa A
As redes sociais – p. ex., há maior informação
no país A sobre o país B, ou menores custos
de adaptação em um novo país - são uma
interpretação natural para tal correlação
positiva observada.
Suponha que o fluxo de trabalhadores que imigraram do país A para o país B é
positivamente correlacionado com o estoque de trabalhadores do país A no país B.
Alternativa B
Os trabalhadores de A têm habilidades
específicas, que são especialmente requeridas
no país B. Um maior grupo existente reflete essa
melhor qualidade de correspondência entre o
país de origem A e o país de destino B e implica
um maior fluxo.
Identificação de efeitos de rede, portanto, levantam problemas delicados
de inferência, mesmo em contextos simples.
3 As origens da estrutura social
A formação de redes é um processo complicado e é claramente sujeito a uma variedade de forças
tecnológicas, econômicas e sociais.
Esta riqueza do processo significa que, ao longo dos anos, um número de abordagens diferentes
têm sido usadas no estudo da formação de redes.
E nesse contexto, o que tem diferenciado a abordagem econômica é sua ênfase em incentivos
individuais na tomada de decisões para a formação de ligações e, portanto, no entendimento de
como uma rede surge de ações individuais propositais.
O papel central da escolha individual requer, explicitamente, levar em conta as preferências, o
conhecimento e a racionalidade dos indivíduos.
Por exemplo:
4 Para uma teoria social geral (rumo a
uma teoria social geral)
Ao nascer, os indivíduos herdam uma variedade de
relações sociais, que incluem os pais, a família e o
círculo social imediato de seus pais.
Quando o indivíduo cresce, alguns laços herdados
são mantidos, enquanto outros se dissolvem
lentamente, e novos laçosserão formados.
Estas escolhas acontecerão junto a outras
escolhas em relação ao comportamento ao longo
de uma gama de diferentes dimensões.
A liberdade com que um indivíduo pode
exercer essas escolhas diferentes variam
entre sociedades e ao longo do tempo.
É provável que em sociedades tradicionais com pouca
mobilidade geográfica e econômica, a gama de opções
seja mais limitada do que nas sociedades modernas.
Estas diferenças no espaço para a escolha moldará sua escolha e,
por sua vez, terá uma influência sobre a forma como a estrutura
social evolui ao longo do tempo.
4 Para uma teoria social geral
(rumo a uma teoria social geral)
As recentes pesquisas em economia fizeram importantes progressos na
compreensão dos processos através dos quais a escolha é moldada e, que por sua
vez, impacta a estrutura social e as instituições.
São discutidos dois modelos recentes para ilustrar o alcance desta nova linha de
pesquisa:
A coevolução da estrutura social e comportamento
e
Escolha Individual, redes e mercados
4 Para uma teoria social geral (rumo a
uma teoria social geral)
4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados
Pequenos custos para
formar ligações
Grandes custos para formar
ligações
X
Esta seção considera um modelo dinâmico em que os indivíduos escolhem ações para interação
com os outros, bem como com quem irão interagir. O interesse está em compreender como o
comportamento individual e a estrutura social co-evoluem com o tempo.
O comportamento dos atores depende do custo da formação de links, nesta abordagem.
O interesse é a natureza dos resultados de longo prazo, quando a probabilidade destes erros é
pequena.
4 Para uma teoria social geral (rumo a
uma teoria social geral)
4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados
O centro da análise é a
questão de como um elo de
colaboração entre duas
empresas altera os
incentivos de outras
empresas para formar
vínculos de colaboração.
Suponha um modelo simples para surgimento de uma rede de colaboração entre empresas:
1. As empresas competem em um mercado e o que define sua maior
quota no mercado e seus lucros são os menores custos de produção.
2. A colaboração entre as empresas é uma forma de compartilhar
conhecimentos e habilidades e isso reduz os custos de produção.
3. Assim, uma colaboração entre duas empresas as torna
relativamente mais competitivas vis-à-vis com outras empresas.
4. Por outro lado, a colaboração com outras empresas envolve
recursos e isto é caro.
5. Assim, uma empresa compara os custos e retornos de colaboração
ao decidir sobre quantas ligações vão se formar.
Pequenos custos para
formar ligações
4 Para uma teoria social geral (rumo a
uma teoria social geral)
4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados
Estas externalidades para formação de um link de colaboração surgem das desvantagens que a
empresa sofre em competir com empresas com custos mais baixos.
Os efeitos econômicos dos diferenciais de custos dependerá da natureza da concorrência no
mercado.
Assim, um ponto importante é que existe um fluxo de duas vias de influência entre os
mercados e as redes: a natureza da concorrência no mercado e os incentivos para a
colaboração.
Pequenos custos para
formar ligações
4 Para uma teoria social geral (rumo a
uma teoria social geral)
4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados
No caso da concorrência de preço:
Suponha-se que existe um custo reduzido mas
positivo que têm de ser suportado por ambas as
firmas, caso optem por fazer parcerias. Em um
mercado por concorrência de preços, as empresas
tendem a não formar nenhuma parceria, pois a
concorrência é muito grande e as empresas podem
não recuperar os custos da parceria.
Modelo de Goyal e Joshi (2003).
Considerando dois modelos clássicos de competição oligopolística:
Assim, a forma de concorrência de mercado (preço ou quantidade) molda os incentivos
para formar laços de colaboração que, por sua vez, moldam
a natureza da competição.
No caso da concorrência por
quantidade
Por outro lado, em um mercado com
concorrência por quantidade, cada
empresa irá formar um vínculo com
cada uma das empresas e a rede será
formada.
Pequenos custos para
formar ligações
4 Para uma teoria social geral (rumo a
uma teoria social geral)
4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados
Estas descobertas produzem informações importantes:
Pequenos custos para
formar ligações
Uma consequência importante é que o resultado de uma competição por quantidade
vai expor maiores quantidades e preços mais baixos, em comparação com o resultado
através da concorrência de preços!
A escolha individual em relação a
quantidades / preços é formada por
instituições e redes de colaboração.
Essas instituições e a rede são, por
sua vez, decisivamente moldadas
pela escolha individual.
4 Para uma teoria social geral (rumo a
uma teoria social geral)
4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados
A chave da compreensão aqui é que os retornos marginais de um link adicional para uma
empresa estão crescendo em suas próprias ligações e estão diminuindo nos links de
outras empresas.
Num contexto em que o custo de um novo link é constante ou apenas está aumentando
lentamente, sucede que uma rede de equilíbrio tem a arquitetura do grupo dominante: há
um grupo de empresas ligadas fortemente e o restante das empresas estão isoladas.
Além disso, é possível mostrar que as empresas com mariores graus na rede têm uma
maior participação de mercado e lucros mais elevados em relação às empresas isoladas.
Grandes custos para formar
ligações
4 Para uma teoria social geral (rumo a
uma teoria social geral)
4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados
Outro aspecto importante é que o histórico das colaborações
passadas podem também desempenhar um papel importante na
formação do desempenho das colaborações existentes, bem como
o padrão de novas colaborações, o que impacta a rede.
Grandes custos para formar
ligações
4 Para uma teoria social geral (rumo a
uma teoria social geral)
4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados
Estas considerações são elementos-chave no trabalho de Granovetter (1985) sobre o enraizamento
social da atividade econômica. Em termos gerais, três questões foram investigadas nesta pesquisa
Os trabalhos empíricos sobre a terceira questão tem enfrentado problemas de medição: é muitas
vezes difícil distinguir claramente a entrada de recursos em projetos específicos e de forma
semelhante; também é difícil avaliar os efeitos de determinados projetos no desempenho da
empresa. A discussão aqui, portanto, concentrar-se-á nas primeiras duas perguntas.
1ª Que tipos de empresas
estabelecem acordos de
colaboração e com quem?
2ª Como o padrão existente de
laços de colaboração relaciona-se
com a estrutura de governança de
uma nova parceria/colaboração -
há um contrato formal ou são
usados acordos de
compartihamento por pesquisa?
3ª Quais os efeitos da posição
da empresa na rede sobre o seu
desempenho: como é a posição
dos parceiros na rede
relacionados ao desempenho
de um elo de colaboração?
4 Para uma teoria social geral (rumo a
uma teoria social geral)
4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados
O histórico de colaboração desempenha um papel importante na
determinação da probabilidade de uma firma entrar uma nova
colaboração, bem como a identidade dos novos parceiros. Em
particular, as empresas que tiveram mais alianças no passado, e
foram mais bem localizadas na antiga rede de colaborações são
mais propensas a entrar em novos empreendimentos de
colaboração (Gulati 2007; Powell, Koput e Smith-Doerr, 1996).
1ª Que tipos de empresas
estabelecem acordos de
colaboração e com quem?
Duas empresas com um histórico de colaboração mútua são mais propensas a ter novos projetos
de colaboração no futuro. De modo semelhante, as empresas atualmente não conectadas são mais
suscetíveis a entrar em um novo projeto de cooperação, se elas são relativamente próximas umas
das outras na rede de relações de colaboração existentes.
Os trabalhos
empíricos sugerem
duas afirmações:
4 Para uma teoria social geral (rumo a
uma teoria social geral)
4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados
Um trabalho empírico examinou a natureza dos contratos e as estruturas de governança que
definem os laços de colaboração entre as empresas. Este trabalho sugere que os acordos de
colaboração tornam-se menos formais se os parceiros são incorporados em redes sociais de
vínculos de colaboração anteriores (Gulati, 2007). Sugere-se, então, que exista o crescimento da
confiança através da participação de empresas em uma rede social de relações de colaboração.
2ª Como o padrão existente
de laços de colaboração,
relaciona-se com a
estrutura de governança de
uma nova
parceria/colaboração - há
um contrato formal ou são
usados acordos de
compartihamento por
pesquisa?
Teóricos organizacionais têm examinado as
implicações das várias ligações entre empresas para
a organização e governança de uma empresa; ver,
por exemplo, Gulati (2007), Podolny e Page (1998).
4 Para uma teoria social geral (rumo a
uma teoria social geral)
4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados
A construção gradual de confiança em relações bilaterais também foi estudada na teoria
econômica; ver, por exemplo, Ghosh e Ray (1996). No entanto, nestes modelos, um indivíduo
apenas toma parte em uma interação, em qualquer ponto no tempo; se esta relação se rompe,
então não há fluxo de informação através de diferentes parcerias.
Em contraste com a configuração acima, o fluxo de informações entre as empresas (tanto sobre as
habilidades, bem como sobre as ações) é um elemento-chave no processo.
O estudo formal da evolução das relações de rede em um contexto caracterizado por assimetrias
de informação parece ser um problema em aberto.
5 Observações Finais
O estudo das relações sociais tem sido uma das áreas mais ativas de pesquisa em economia nas
duas últimas décadas.
Os economistas têm sido bem sucedidos nos estudos de desenvolvimento de conceitos para a
interação em pequenos grupos (teoria dos jogos) e interação entre os grandes grupos
(mercados competitivos e de equilíbrio geral).
As redes sociais parecem recair entre esses dois extremos.
Para o autor, esta tensão entre o grande e o pequeno é fundamental para a compreensão do
comportamento na interseção dos mercados e redes sociais...
... e oferece um terreno fértil para o trabalho teórico emocionante nos próximos anos.
5 Observações Finais
Há um grande corpo de evidências para a correlação entre as redes sociais de um lado, e o
comportamento individual e os resultados, por outro lado.
No entanto, o estabelecimento de um nexo de causualidade a partir de redes sociais tem se
mostrado muito difícil.
A identificação de efeitos de rede é um importante programa de investigação em curso na
economia, mas também em muitas outras disciplinas, tais como saúde, estratégia de negócios,
teoria de organização e sociologia.
A disponibilidade de grandes conjuntos de dados em redes, bem como o comportamento - ao
longo do tempo - em conjunto com melhorias contínuas na computação oferecem a perspectiva de
grande progresso sobre esta questão crítica.
Obrigada!
Sai Baba
“O mundo inteiro é como uma universidade, ensinando-nos constantemente. Quando fazemos
negócio, há algo para aprender. Mesmo quando cultivamos a terra, há algo para aprender. Sem
qualquer diferença de casta ou credo, título ou status, a árvore compartilha seus frutos com todos e
proclama a igualdade de cada um. As montanhas nos ensinam que não devemos ter apego excessivo
ao nosso corpo, mostrando como elas podem ficar pacientemente na chuva, sol e frio. Quando
alguém morre, aprendemos que o mundo não é permanente; família é apenas uma ilusão. Em todos
os lugares há algo para aprendermos.”

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Social networks impact economics

  • 2.  Objetivo do artigo Discutir o impacto das relações sociais para a ação econômica, focado, principalmente, no mercado de trabalho.  Estrutura do artigo 1. Introdução 2. As consequências da estrutura social 2.1 O desemprego e a desigualdade salarial 2.1.1 Evidência: redes sociais no mercado de trabalho 2.1.2 Os modelos teóricos 2.2 Aprendizagem social e difusão 2.3 A identificação dos efeitos da rede 3. As origens da estrutura social 4. Para uma teoria social geral (rumo a uma teoria social geral) 4.1 A coevolução da estrutura e comportamento sociais 4.2 Escolha individual, redes e mercados 5. Observações finais Apresentação
  • 3. 1. Introdução Há um grande corpo de trabalho na economia que analisa grupos de negócios nos países em desenvolvimento, crime e interação social, identidade social e pessoal, e redes, por exemplo, Akerlof (1997), Akerlof e Kranton (2000), Alesina e Spolaore (2003), Ghatak e Kali (2001), Glasear e Scheinkman (2002), Kali (1999), Kranton (1996), Rauch e Casella (2001) e Taylor (2000). A pesquisa é direcionada para uma economia na qual a estrutura social é matematicamente modelada como uma rede / gráfico e o foco está na compreensão da relação entre as características da rede, tais como centralidade, número e distribuição de conexões; enfim, ela está centrada no comportamento individual e nos resultados econômicos agregados, frutos deste.
  • 4. 2. As consequencias da estrutura social Na última década, os economistas têm analisado o papel das redes sociais na compreensão de uma variedade de questões. Neste artigo, são discutidas duas questões muito importantes: o emprego e a desigualdade e as questões da difusão e da inovação.
  • 5. 2. As consequências da estrutura social 2.1 O desemprego e a desigualdade salarial Os trabalhadores não sabem quais empresas têm vagas, e encontrar o trabalho certo, leva tempo e esforço; logo: Trabalhadores preferem trabalhos que atendam às suas habilidades e preferências de localização, enquanto as empresas se interessam em contratar trabalhadores que têm a capacidade adequada para o trabalho. Nesse processo de contratação/procura por emprego surgem as seguintes questões: As empresas não sabem quais trabalhadores estão à procura de um emprego ; logo: procuram anúncios em jornais e revistas através de conexões de amigos fazem anúncios solicitam indicações Como avaliar a capacidade de uma pessoa? Ela geralmente sabe mais sobre sua própria capacidade, se comparado a um potencial empregador. Os trabalhadores investem em certificados, cursos de qualificação, como pontos positivos. As empresas solicitam indicações e cartas de recomendação. Estas observações levantam a questão: como o padrão de contatos sociais afeta o fluxo de informações sobre empregos?
  • 6. O fluxo de informações entre as pessoas influenciará a rapidez com que os trabalhadores e os trabalhos se encaixam. Os padrões de conexões sociais também vão determinar quem tem as informações e quando isso acontece. Como resultado tem-se um impacto sobre a distribuição de rendimentos e desigualdade global em uma sociedade. 2.1 O desemprego e a desigualdade salarial 2. As consequências da estrutura social o que por sua vez molda o nível de emprego o que por sua vez, pode determinar quem consegue ou não emprego
  • 7. 2.1.1 Evidência: redes sociais no mercado de trabalho 2. As consequências da estrutura social O trabalho empírico sobre os impactos das fontes de informações sobre empregos e sobre os trabalhadores tem uma história longa e distinta. As primeiras contribuições a este corpo de trabalho incluem Rees (1966), Myers e Shultz (1951), Rees e Schultz (1970) e Granovetter (1974). Neste artigo verifica-se que as redes sociais são usadas extensivamente para um grande número de profissões e níveis de habilidade e também nos mercados de trabalho em um grande número de países .
  • 8. 2.1.1 Evidência: redes sociais no mercado de trabalho 2. As consequências da estrutura social O autor buscou analisar o uso de contatos pelos empregados e pelos empregadores. No que diz respeito à utilização de contatos pessoais por trabalhadores, a literatura concentrou-se em três temas: 1. Em que medida os trabalhadores dependem de fontes pessoais de informação na obtenção de empregos? 2. Como o uso de contatos pessoais varia de acordo com a natureza do trabalho e com os países? 3. Quão produtiva é a utilização de contatos em termos de salários e empregos obtidos?
  • 9. 2.1.1 Evidência: redes sociais no mercado de trabalho 2. As consequências da estrutura social Rees (1966), Myers e Shultz (1974) e Granovetter (1974) examinaram extensivamente o uso de conexões sociais na obtenção de informações sobre empregos. Myers e Shultz (1951), em um estudo sobre trabalhos têxteis, mostrou que quase 62% dos entrevistados obtiveram o seu primeiro emprego através de contatos pessoais, em contraste com apenas 15% que obtiveram o seu trabalho através de agências e anúncios.
  • 10. 2.1.1 Evidência: redes sociais no mercado de trabalho 2. As consequências da estrutura social O trabalho empírico sobre as variações no uso de contatos entre os tipos de postos de trabalho sugere que os contatos pessoais são usados com menos frequência para empregos de maior salário: existe uma correlação negativa entre idade, educação e posição e a probabilidade de encontrar um emprego através de contatos pessoais. Um certo número de artigos estuda a eficácia de contatos pessoais tanto no que diz respeito ao sucesso em encontrar um trabalho, bem como no que diz respeito aos salários obtidos. Os estudos usam métodos diferentes e têm preocupações diferentes, por isso é difícil compará-los diretamente.
  • 11. 2.1.1 Evidência: redes sociais no mercado de trabalho 2. As consequências da estrutura social No entanto, uma série de estudos mostra que os contatos pessoais são uma forma eficiente de encontrar emprego: a maior proporção de postos de trabalho encontrados por meio de contatos são suscetíveis de contratação (Blau e Robins, 1990; Holzer, 1988). No que diz respeito à relação dos salários em trabalhos encontrados através de contatos pessoais, a evidência está bem distinta.
  • 12. 2.1.1 Evidência: redes sociais no mercado de trabalho 2. As consequências da estrutura social Em trabalho mais recente, Pellizzari (2004) constata que a correlação pode ser distinta e apresenta dados sobre diferentes países. • Áustria, Bélgica, Holanda – existe uma bonificação salarial para trabalhos encontrados através de contatos pessoais; • Grécia, Itália, Portugal e Reino Unido – existe uma “penalização” salarial para trabalhos obtidos através de contatos. Os primeiros trabalhos de Ullman (1966) sugeriram que existe uma relação positiva entre salários e contratação através de contatos.
  • 13. 2.1.1 Evidência: redes sociais no mercado de trabalho 2. As consequências da estrutura social Estudo realizado por Holzer (1987) constatou que mais de 35% das empresas entrevistadas preencheram sua última vaga via indicações. Campbell e Marsden (1990) em seu estudo em 53 estabelecimentos em Indiana (Estados Unidos) descobriram que cerca de 51% dos empregos foram preenchidos através de indicações. Passando para o outro lado do mercado, também há evidências de empregadores usando referências em sua seleção.
  • 14. 2.1.1 Evidência: redes sociais no mercado de trabalho 2. As consequências da estrutura social O trabalho empírico sobre o papel das redes sociais em redes de trabalho é bem resumido por Granovetter (1994): “... apesar da modernização, da tecnologia e do ritmo vertiginoso da mudança social, uma constante no mundo é onde e como passamos nossas horas de trabalho, na maior parte da vida para a maioria dos adultos, o que depende muito da maneira como estamos inseridos em redes de contatos sociais.”
  • 15. 2.1.2 Os modelos teóricos 2. As consequências da estrutura social Dois modelos teóricos que investigam as consequências do uso de redes sociais no emprego e na desigualdade: • Modelo de Transmissão [Calvo-Armengol e Jackson (2004)]: O interesse é na transmissão de informação sobre vagas de emprego através de redes sociais. • Modelo de Seleção Adversa na contratação e recrutamento [Montgomery (1991)]: Centra-se na utilização de referências por parte das empresas para contratação de trabalhadores, cuja capacidade é desconhecida.
  • 16. 2.1.2 Os modelos teóricos 2. As consequências da estrutura social O processo de perda de emprego, a chegada de informações sobre o novo trabalho, a transmissão desta informação através da rede e da correspondência do trabalhador a este trabalho define um processo dinâmico, cujo resultado está resumido em termos de estatuto laboral dos indivíduos em diferentes pontos no tempo. O interesse está em compreender como as propriedades da rede social afetam as perspectivas de emprego dos indivíduos. Informações sobre novos postos de trabalho chegam aleatoriamente aos indivíduos. Se estão empregados e não precisam do trabalho, eles enviam essa informação para seus amigos e conhecidos que estão desempregados. Se perdem o emprego logo em seguida, buscam verificar se a vaga ainda está disponível. Se estão desempregados buscam participar do processo seletivo. Modelo de Transmissão
  • 17. 2.1.2 Os modelos teóricos 2. As consequencias da estrutura social Modelo de Transmissão A análise deste modelo produz duas principais percepções. A primeira percepção é de que a situação de emprego dos indivíduos em uma rede social é positivamente correlacionada. A outra visão é de que a probabilidade de encontrar um emprego, diminui com a duração do desemprego.
  • 18. 2.1.2 Os modelos teóricos 2. As consequências da estrutura social Modelo Seleção Adversa 5. Esta diferença na expectativa pode levar algumas empresas a usarem indicações, enquanto outras vão para o mercado. 1. Ponto de partida: a ideia de que os trabalhadores sabem sobre sua própria capacidade, enquanto potenciais empregadores não sabem disso. 2. No entanto, trabalhar em uma empresa revela informações sobre a capacidade do trabalhador para a empresa. 3. Se uma empresa precisa contratar um novo trabalhador, ela pode colocar um anúncio nos jornais e/ou perguntar aos seus empregados atuais se conhecem alguém adequado para recomendar para o trabalho. 4. O trabalho empírico sugere que há uma semelhança considerável dos atributos entre os trabalhadores que se conhecem (ver, por exemplo, Rees, 1966, e Marsden, 1988). Isso reforça a ideia de que uma empresa com um trabalhador de alta capacidade espera que os seus trabalhadores atuais recomendem alguém de alta capacidade, em média, em comparação com uma empresa cujo atual empregado tem baixa capacidade. 6. Se algumas empresas contratam através de indicações e estas escolhem trabalhadores com maior capacidade, em média, então, a capacidade dos trabalhadores que estão no mercado será menor. 7. Estas diferenças se refletem nos salários que os diferentes trabalhadores recebem. O modelo analisa essas ideias e traz à tona as implicações agregadas das relações sociais de desigualdade salarial e dos lucros da empresa.
  • 19. 2.1.2 Os modelos teóricos 2. As consequencias da estrutura social Modelo Seleção Adversa A análise deste modelo produz duas ideias-chave: Os trabalhadores com mais contatos vão ganhar um salário maior e as empresas que contratam através de contatos (através dos seus atuais trabalhadores com alta qualidade) lucrarão mais. Um aumento maior de conexões sociais aumenta a desigualdade nos salários. Este é um reflexo do efeito chamado efeito-limão: um aumento nas relações sociais significa que mais trabalhadores com altas habilidades são contratados através de indicações, e isso diminui a qualidade de trabalhadores que entram no mercado aberto, desse modo, diminuindo seus salários (relativamente).
  • 20. 2.1.2 Os modelos teóricos 2. As consequencias da estrutura social O foco em modelos de rede está em compreender como os trabalhadores que se equivalem nas habilidades, dons e preferências, podem, contudo, ter sucesso ou não devido a diferenças em suas conexões sociais.
  • 21. 2.2 Aprendizagem Social e Difusão Essas ideias inspiraram uma ampla literatura sobre o papel da estrutura social na formação de difusão e inovação. As pesquisas sobre os determinantes da difusão sugerem que o fator crítico na difusão de uma nova tecnologia é a incerteza sobre a sua rentabilidade. (profitability) No entanto, se a tecnologia em questão é complicada e envolve recursos substanciais – como a adoção de colheitas ou de prescrição de medicamentos –, então é provável que uma pessoa tenha maior crença em informações vindas através de amigos próximos, colegas e vizinhos. Assim, os padrões de interação entre os indivíduos são plausíveis ao desempenhar um papel fundamental na escolha individual e, portanto, também dar forma a inovação em um nível agregado. Informações através de governos e empresas reduzem essa incerteza. 2. As consequencias da estrutura social
  • 22. 2.2 Aprendizagem Social e Difusão 2. As consequencias da estrutura social O principal achado é que uma rede de informações em que os indivíduos aprendem as ações ideais e ganham as recompensas máximas tem duas propriedades gerais. A primeira propriedade é a independência local. Independência local capta a idéia de que os indivíduos têm diferentes fontes de informação e que essas diferentes fontes são relativamente importantes se comparadas a fontes comuns de informação. Independência local facilita a experimentação e coleta de novas informações. A segunda propriedade é a existência de links que funcionam como pontes entre as diferentes fontes de informações. Esses links facilitam a difusão de informações úteis através de uma sociedade.
  • 23. 2.3 A identificação dos efeitos da rede (The identification of network effects) 2. As consequencias da estrutura social Por que a identificação dos efeitos das redes sociais é difícil? Alternativa A As redes sociais – p. ex., há maior informação no país A sobre o país B, ou menores custos de adaptação em um novo país - são uma interpretação natural para tal correlação positiva observada. Suponha que o fluxo de trabalhadores que imigraram do país A para o país B é positivamente correlacionado com o estoque de trabalhadores do país A no país B. Alternativa B Os trabalhadores de A têm habilidades específicas, que são especialmente requeridas no país B. Um maior grupo existente reflete essa melhor qualidade de correspondência entre o país de origem A e o país de destino B e implica um maior fluxo. Identificação de efeitos de rede, portanto, levantam problemas delicados de inferência, mesmo em contextos simples.
  • 24. 3 As origens da estrutura social A formação de redes é um processo complicado e é claramente sujeito a uma variedade de forças tecnológicas, econômicas e sociais. Esta riqueza do processo significa que, ao longo dos anos, um número de abordagens diferentes têm sido usadas no estudo da formação de redes. E nesse contexto, o que tem diferenciado a abordagem econômica é sua ênfase em incentivos individuais na tomada de decisões para a formação de ligações e, portanto, no entendimento de como uma rede surge de ações individuais propositais. O papel central da escolha individual requer, explicitamente, levar em conta as preferências, o conhecimento e a racionalidade dos indivíduos. Por exemplo:
  • 25. 4 Para uma teoria social geral (rumo a uma teoria social geral) Ao nascer, os indivíduos herdam uma variedade de relações sociais, que incluem os pais, a família e o círculo social imediato de seus pais. Quando o indivíduo cresce, alguns laços herdados são mantidos, enquanto outros se dissolvem lentamente, e novos laçosserão formados. Estas escolhas acontecerão junto a outras escolhas em relação ao comportamento ao longo de uma gama de diferentes dimensões. A liberdade com que um indivíduo pode exercer essas escolhas diferentes variam entre sociedades e ao longo do tempo. É provável que em sociedades tradicionais com pouca mobilidade geográfica e econômica, a gama de opções seja mais limitada do que nas sociedades modernas. Estas diferenças no espaço para a escolha moldará sua escolha e, por sua vez, terá uma influência sobre a forma como a estrutura social evolui ao longo do tempo.
  • 26. 4 Para uma teoria social geral (rumo a uma teoria social geral) As recentes pesquisas em economia fizeram importantes progressos na compreensão dos processos através dos quais a escolha é moldada e, que por sua vez, impacta a estrutura social e as instituições. São discutidos dois modelos recentes para ilustrar o alcance desta nova linha de pesquisa: A coevolução da estrutura social e comportamento e Escolha Individual, redes e mercados
  • 27. 4 Para uma teoria social geral (rumo a uma teoria social geral) 4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados Pequenos custos para formar ligações Grandes custos para formar ligações X Esta seção considera um modelo dinâmico em que os indivíduos escolhem ações para interação com os outros, bem como com quem irão interagir. O interesse está em compreender como o comportamento individual e a estrutura social co-evoluem com o tempo. O comportamento dos atores depende do custo da formação de links, nesta abordagem. O interesse é a natureza dos resultados de longo prazo, quando a probabilidade destes erros é pequena.
  • 28. 4 Para uma teoria social geral (rumo a uma teoria social geral) 4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados O centro da análise é a questão de como um elo de colaboração entre duas empresas altera os incentivos de outras empresas para formar vínculos de colaboração. Suponha um modelo simples para surgimento de uma rede de colaboração entre empresas: 1. As empresas competem em um mercado e o que define sua maior quota no mercado e seus lucros são os menores custos de produção. 2. A colaboração entre as empresas é uma forma de compartilhar conhecimentos e habilidades e isso reduz os custos de produção. 3. Assim, uma colaboração entre duas empresas as torna relativamente mais competitivas vis-à-vis com outras empresas. 4. Por outro lado, a colaboração com outras empresas envolve recursos e isto é caro. 5. Assim, uma empresa compara os custos e retornos de colaboração ao decidir sobre quantas ligações vão se formar. Pequenos custos para formar ligações
  • 29. 4 Para uma teoria social geral (rumo a uma teoria social geral) 4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados Estas externalidades para formação de um link de colaboração surgem das desvantagens que a empresa sofre em competir com empresas com custos mais baixos. Os efeitos econômicos dos diferenciais de custos dependerá da natureza da concorrência no mercado. Assim, um ponto importante é que existe um fluxo de duas vias de influência entre os mercados e as redes: a natureza da concorrência no mercado e os incentivos para a colaboração. Pequenos custos para formar ligações
  • 30. 4 Para uma teoria social geral (rumo a uma teoria social geral) 4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados No caso da concorrência de preço: Suponha-se que existe um custo reduzido mas positivo que têm de ser suportado por ambas as firmas, caso optem por fazer parcerias. Em um mercado por concorrência de preços, as empresas tendem a não formar nenhuma parceria, pois a concorrência é muito grande e as empresas podem não recuperar os custos da parceria. Modelo de Goyal e Joshi (2003). Considerando dois modelos clássicos de competição oligopolística: Assim, a forma de concorrência de mercado (preço ou quantidade) molda os incentivos para formar laços de colaboração que, por sua vez, moldam a natureza da competição. No caso da concorrência por quantidade Por outro lado, em um mercado com concorrência por quantidade, cada empresa irá formar um vínculo com cada uma das empresas e a rede será formada. Pequenos custos para formar ligações
  • 31. 4 Para uma teoria social geral (rumo a uma teoria social geral) 4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados Estas descobertas produzem informações importantes: Pequenos custos para formar ligações Uma consequência importante é que o resultado de uma competição por quantidade vai expor maiores quantidades e preços mais baixos, em comparação com o resultado através da concorrência de preços! A escolha individual em relação a quantidades / preços é formada por instituições e redes de colaboração. Essas instituições e a rede são, por sua vez, decisivamente moldadas pela escolha individual.
  • 32. 4 Para uma teoria social geral (rumo a uma teoria social geral) 4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados A chave da compreensão aqui é que os retornos marginais de um link adicional para uma empresa estão crescendo em suas próprias ligações e estão diminuindo nos links de outras empresas. Num contexto em que o custo de um novo link é constante ou apenas está aumentando lentamente, sucede que uma rede de equilíbrio tem a arquitetura do grupo dominante: há um grupo de empresas ligadas fortemente e o restante das empresas estão isoladas. Além disso, é possível mostrar que as empresas com mariores graus na rede têm uma maior participação de mercado e lucros mais elevados em relação às empresas isoladas. Grandes custos para formar ligações
  • 33. 4 Para uma teoria social geral (rumo a uma teoria social geral) 4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados Outro aspecto importante é que o histórico das colaborações passadas podem também desempenhar um papel importante na formação do desempenho das colaborações existentes, bem como o padrão de novas colaborações, o que impacta a rede. Grandes custos para formar ligações
  • 34. 4 Para uma teoria social geral (rumo a uma teoria social geral) 4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados Estas considerações são elementos-chave no trabalho de Granovetter (1985) sobre o enraizamento social da atividade econômica. Em termos gerais, três questões foram investigadas nesta pesquisa Os trabalhos empíricos sobre a terceira questão tem enfrentado problemas de medição: é muitas vezes difícil distinguir claramente a entrada de recursos em projetos específicos e de forma semelhante; também é difícil avaliar os efeitos de determinados projetos no desempenho da empresa. A discussão aqui, portanto, concentrar-se-á nas primeiras duas perguntas. 1ª Que tipos de empresas estabelecem acordos de colaboração e com quem? 2ª Como o padrão existente de laços de colaboração relaciona-se com a estrutura de governança de uma nova parceria/colaboração - há um contrato formal ou são usados acordos de compartihamento por pesquisa? 3ª Quais os efeitos da posição da empresa na rede sobre o seu desempenho: como é a posição dos parceiros na rede relacionados ao desempenho de um elo de colaboração?
  • 35. 4 Para uma teoria social geral (rumo a uma teoria social geral) 4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados O histórico de colaboração desempenha um papel importante na determinação da probabilidade de uma firma entrar uma nova colaboração, bem como a identidade dos novos parceiros. Em particular, as empresas que tiveram mais alianças no passado, e foram mais bem localizadas na antiga rede de colaborações são mais propensas a entrar em novos empreendimentos de colaboração (Gulati 2007; Powell, Koput e Smith-Doerr, 1996). 1ª Que tipos de empresas estabelecem acordos de colaboração e com quem? Duas empresas com um histórico de colaboração mútua são mais propensas a ter novos projetos de colaboração no futuro. De modo semelhante, as empresas atualmente não conectadas são mais suscetíveis a entrar em um novo projeto de cooperação, se elas são relativamente próximas umas das outras na rede de relações de colaboração existentes. Os trabalhos empíricos sugerem duas afirmações:
  • 36. 4 Para uma teoria social geral (rumo a uma teoria social geral) 4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados Um trabalho empírico examinou a natureza dos contratos e as estruturas de governança que definem os laços de colaboração entre as empresas. Este trabalho sugere que os acordos de colaboração tornam-se menos formais se os parceiros são incorporados em redes sociais de vínculos de colaboração anteriores (Gulati, 2007). Sugere-se, então, que exista o crescimento da confiança através da participação de empresas em uma rede social de relações de colaboração. 2ª Como o padrão existente de laços de colaboração, relaciona-se com a estrutura de governança de uma nova parceria/colaboração - há um contrato formal ou são usados acordos de compartihamento por pesquisa? Teóricos organizacionais têm examinado as implicações das várias ligações entre empresas para a organização e governança de uma empresa; ver, por exemplo, Gulati (2007), Podolny e Page (1998).
  • 37. 4 Para uma teoria social geral (rumo a uma teoria social geral) 4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados A construção gradual de confiança em relações bilaterais também foi estudada na teoria econômica; ver, por exemplo, Ghosh e Ray (1996). No entanto, nestes modelos, um indivíduo apenas toma parte em uma interação, em qualquer ponto no tempo; se esta relação se rompe, então não há fluxo de informação através de diferentes parcerias. Em contraste com a configuração acima, o fluxo de informações entre as empresas (tanto sobre as habilidades, bem como sobre as ações) é um elemento-chave no processo. O estudo formal da evolução das relações de rede em um contexto caracterizado por assimetrias de informação parece ser um problema em aberto.
  • 38. 5 Observações Finais O estudo das relações sociais tem sido uma das áreas mais ativas de pesquisa em economia nas duas últimas décadas. Os economistas têm sido bem sucedidos nos estudos de desenvolvimento de conceitos para a interação em pequenos grupos (teoria dos jogos) e interação entre os grandes grupos (mercados competitivos e de equilíbrio geral). As redes sociais parecem recair entre esses dois extremos. Para o autor, esta tensão entre o grande e o pequeno é fundamental para a compreensão do comportamento na interseção dos mercados e redes sociais... ... e oferece um terreno fértil para o trabalho teórico emocionante nos próximos anos.
  • 39. 5 Observações Finais Há um grande corpo de evidências para a correlação entre as redes sociais de um lado, e o comportamento individual e os resultados, por outro lado. No entanto, o estabelecimento de um nexo de causualidade a partir de redes sociais tem se mostrado muito difícil. A identificação de efeitos de rede é um importante programa de investigação em curso na economia, mas também em muitas outras disciplinas, tais como saúde, estratégia de negócios, teoria de organização e sociologia. A disponibilidade de grandes conjuntos de dados em redes, bem como o comportamento - ao longo do tempo - em conjunto com melhorias contínuas na computação oferecem a perspectiva de grande progresso sobre esta questão crítica.
  • 40. Obrigada! Sai Baba “O mundo inteiro é como uma universidade, ensinando-nos constantemente. Quando fazemos negócio, há algo para aprender. Mesmo quando cultivamos a terra, há algo para aprender. Sem qualquer diferença de casta ou credo, título ou status, a árvore compartilha seus frutos com todos e proclama a igualdade de cada um. As montanhas nos ensinam que não devemos ter apego excessivo ao nosso corpo, mostrando como elas podem ficar pacientemente na chuva, sol e frio. Quando alguém morre, aprendemos que o mundo não é permanente; família é apenas uma ilusão. Em todos os lugares há algo para aprendermos.”

Notas do Editor

  1. Obs: colocar tudo em letra minúscula
  2. No ponto 4, inicio da segunda frase ao invés de “motiva a ideia” não seria “reforça a ideia” . Revisar as partes sublinhadas. Será que onde diz escolher, não seria escolhem?
  3. O efeito limões = discute a informação assimétrica , que ocorre quando o comprador sabe mais sobre o produto do que o vendedor. Limão é um termo da gíria americana quando encontra-se ou se sabe que um carro está com defeito somente depois que ele foi comprado.
  4. Não localizei essas exatas frases no texto, mas pelo que entendi, acho q estão dentro do contexto. onde está o exemplo? É o da página seguinte?
  5. O primeiro parágrafo refere-se ao subtítulo do 4.1.