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Malentendido
endo professor a mais de uma década é
óbvio que mesmo fora da sala de aula acabo
ouvindo dos alunos as mesmas perguntas.
E o quais são as perguntas, professor? É sobre
ruído, ergonomia, análise de acidentes?
Meu filho, até que estes assuntos aparecem,
mas os mais frequentes são relacionados aos
medos profissionais.
Medos!? De não aprender?
Na verdade, são vários, algo do tipo: Mas o
que eu vou fazer quando começar a trabalhar?
Como eu vou conseguir emprego? E se
acontecer um acidente grave, será que eu vou
ter coragem para fazer algo?
E independe se estou dando aula para o curso
de Técnico de Segurança ou para a
Especialização em Engenharia de Segurança, a
insegurança é mais ou menos a mesma.
Mas e o gabarito, professor, o senhor tem?
Tenho o hábito de repetir o discurso padrão:
manter estudo, disciplina e esperança.
Porém, no meu interior sei que mesmo se eu
me empenhasse para elaborar um projeto
detalhado de uma suposta trajetória para a
vida de cada aluno, tentando inserir um pouco
das minhas experiências, estas informações
poderiam até influenciá-los, mas no fim das
contas o roteiro da vida só pode ser escrito por
quem a vive. Podemos até colocar no papel
um planejamento único, um modelo perfeito
para ser aplicado para todos, mas quando
chegarmos no período da implantação é que o
caldo entorna.
As decisões vão depender do esforço, da
disciplina, objetivos, de todos os imprevistos
da vida e de tudo o mais que faz cada um
diferente de todos os outros.
Pô, professor! Estava esperando uma resposta
mais objetiva.
Eu sei, meu filho. Todo mundo adora uma
receita de bolo. Então, deixa eu te passar pelo
menos um parágrafo de autoajuda, para
acalmar seu espírito.
Tente fazer o seu melhor. Não estou falando
para ser melhor que o colega ao lado, nem que
o concorrente no concurso público. Mas que
você faça sempre o seu melhor, o máximo que
você acha ser capaz e pode ter certeza de que
todos os temores serão ultrapassados.
Pois quem pensa como um vencedor, pode até
escorregar e por vezes cair, mas sempre terá
fôlego para levantar e continuar a caminhada
com o pensamento na vitória.
Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho
udo bem que você quer adquirir todos os
equipamentos de medição para atuar na
empresa ou para prestar serviço, mas
precisamos tomar cuidado desde a compra até
a guarda. Para isso vou apresentar alguns itens
que devem ser avaliados.
Durante a aquisição precisamos avaliar qual a
especificação adequada à nossa necessidade.
Cada equipamento terá suas peculiaridades,
mas um item que precisa ser visto em todos é
a sua precisão. Além disso, precisamos avaliar
se o equipamento já vem com certificado de
calibração, qual o prazo de garantia, qual o
tempo de entrega e não esquecer de verificar
se há a possibilidade de treinamento do
equipamento e manual em língua portuguesa.
Depois que o equipamento chegou e você já
sabe utilizá-lo é interessante grifar no manual,
ou escrever à parte os principais passos para o
seu uso. Isto irá facilitar a sua vida quando
ficar um período mais longo sem utilizar o
equipamento, assim como dos futuros
usuários.
Também é importante estabelecer a
periodicidade de calibração do equipamento.
O ideal é que seja pelo menos anual e no
máximo de dois em dois anos. No entanto,
dependendo da frequência de uso, este prazo
pode ser muito longo.
Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho
ESCUTE OS CONSELHOS,
MAS FAÇA O QUE QUISER
Gerenciando os
equipamentos de
medição
Contatos: Jornal Segurito www.jornalsegurito.com jornalsegurito@bol.com.br
Para se ter uma boa noção sobre a
NR 33 este livro esclarece os
principais tópicos com leitura
agradável e bom visual.
Dentre outros temas trata dos
procedimentos de resgate,
capacitação, gestão da NR, além de
trazer exemplos e estudo de casos.Prezados Leitores,
Neste mês o Segurito vem com várias
matérias para você conhecer melhor os
equipamentos para avaliações
ambientais.
Além disso temos a presença de dois
ilustres visitantes e textos sobre outros
temas.
Uma excelente leitura!!!
Prof. Mário Sobral Jr.
Mensagem
ao Leitor
S
NR 33 – Guia Prático de Análises e
Aplicações – Ed. Érica – José
Eduardo Rodrigues, Rosângela
Helena Pereira dos Santos e
Benjamim Ferreira de Barros
Manaus, março 2016 – edição 114 – ano 10Periódico Para Rir e Aprender
T
- Sargento, chegamos no local do crime.
A mulher matou o marido com 20
facadas, dois tiros e depois decapitou e
queimou o corpo.
- Qual o motivo?
- Ele pisou onde ela estava passando o
pano.
- Mas conseguiram pegara a mulher?
- Não!!! Na verdade, estamos esperando
o piso secar.
Piadinhas
Meia hora conversando com elas, para
conhecer melhor sua cultura, até que o
garçom avisa que eram só guarda-sóis
fechados.
amos comentar um pouco sobre algumas
características destes equipamentos.
- Não integradores: são os equipamentos de
medição mais simples que popularmente são
conhecidos como decibelímetros. Por serem
básicos nos dão poucas informações, medem o
ruído de forma pontual, sem levar em
consideração o tempo de exposição do
trabalhador a determinada fonte de ruído. Em
geral apresentam as respostas lenta (slow) e a
rápida (fast), e as curvas de ponderação A e C.
- Integrador: este é um decibelímetro um
pouco mais interessante pois além das
informações anteriores, nos possibilita a
medição dos níveis equivalentes, ou seja,
apesar de portado pelo avaliador podemos ter
a informação média de um determinado
período de avaliação.
Alguns destes equipamentos informam
também o resultado em bandas de frequência
o que possibilita a avaliação de mais dados
sobre o ruído a que o trabalhador está
exposto.
- dosímetro: a principal diferença deste
equipamento em relação ao anterior é que
este possibilita que seja portado pelo próprio
trabalhador. Com isso temos maior precisão na
avaliação, sendo o ideal para avaliação
ocupacional.
São vários os critérios que devemos avaliar
para fazer a aquisição de um equipamento de
medição. No entanto, um dos mais
importantes é a sua precisão.
Infelizmente a NR 15 não apresenta esta
especificação. Porém podemos utilizar os
parâmetros estabelecido pela NHO 01 que
indica a classificação da norma ANSI S1.25
(1991) – Specification for personal noise
dosimeters, ANS1 51.40 (1984) – Specification
for acoustical calibrators e ANSI S1.4 (1983) –
Specification for sound level meters.
LUXÍMETRO
s bombas de amostragem são
equipamentos que irão sugar o ar ambiente.
Esta sucção não é aleatória, irá depender da
metodologia utilizada de acordo com o agente
químico a ser analisado.
Lógico que esta vazão precisa ser constante e
atualmente os equipamentos possuem sistema
de compensação do fluxo de ar que mantém o
fluxo pré-estabelecido.
No entanto, de acordo com o tipo de
amostragem pode ser necessária uma maior
ou menor vazão e para isso temos bombas que
trabalham apenas em baixa vazão e outras
apenas para alta vazão. Há também aquelas
que trabalham em alta e baixa e
consequentemente são de maior custo.
luxímetro tem por objetivo medir a
iluminância do ambiente.
E o que seria a iluminância?
Seria o fluxo luminoso que incide sobre uma
determinada superfície ou se preferir a
quantidade de luz que incide sobre um
determinado posto de trabalho.
Este equipamento possui uma fotocélula que
transforma as leituras luminosas em tensão,
para posterior leitura na unidade de medida
denominada lux.
A avaliação deve ser realizada no plano de
trabalho. Caso não tenhamos uma bancada
como posto de trabalho, as medições devem
ser realizadas em um plano horizontal a 75 cm
do piso conforme estabelecido na NR 17.
Um item importante na especificação do
equipamento é que o mesmo possua uma
fotocélula com correção de coseno.
Durante a avaliação deve-se ter cuidado para
não fazer sombra sobre o equipamento, mas
deve ser realizada com a presença do
trabalhador em posição habitual de trabalho.
Conforme a NR 17 os níveis mínimos de
iluminamento a serem observados nos locais
de trabalho são os valores de iluminâncias
estabelecidos na NBR 5413, norma brasileira
registrada no INMETRO.
Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho
Bombas de amostragem - I
SONÔMETROS
JORNAL SEGURITO
O
A
v
Piadinhas
- Patrão, assim não dá, meu salário veio
com 50 reais a menos.
- Você é muito cara de pau, mês passado
eu coloquei 50 reais a mais e você não
falou nada.
- Pois é patrão, um erro eu aceito, mas
dois é demais.
No entanto, as bombas sozinhas não fazem
nada, pois apenas sugam o ar. Para conseguir
avaliar a concentração do contaminante no ar
do ambiente laboral é preciso que sejam
utilizados amostradores para a captação.
Estes amostradores podem utilizar soluções
absorventes, membranas porosas e sólidos
adsorventes. Lógico que de acordo com o
produto químico a ser analisado teremos um
amostrador adequado.
Ou seja, a bomba suga o ar fazendo com que
passe por estes amostradores que irão reter o
contaminante para que seja possível posterior
análise em laboratório.
Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho
2
Em relação à precisão a ANSI S1.4 (1983)
estabelece a seguinte classificação:
Tipo 0 – Seria o padrão de referência,
equipamentos que são utilizados em
laboratórios
Tipo 1 – Equipamentos que podem ser
utilizados em campo, mas que devido sua
precisão ainda podem ser utilizados em
laboratório.
Tipo 2 – Equipamento de uso geral em campo,
mas que devido a sua menor precisão não são
indicados em laboratórios.
Tipo 3 – Devido à baixa precisão este
equipamento teria por função apenas lhe dar
uma noção do ruído. Em português claro lhe
fornece um chute aproximado.
De acordo com a NHO 01 os equipamentos
utilizados devem ter classificação mínima do
tipo 2.
Outra norma que indica a especificação destes
equipamentos em relação a sua precisão é a
IEC 61672 (International Electrotechnical
Commission). Segundo a IEC os medidores são
classificados em duas classes :
Classe 1 - Uso em laboratório ou campo.
Classe 2 - Uso geral em campo.
Para ter um equipamento com o mínimo
necessário para uma avaliação confiável
precisaríamos que fosse Tipo 2, segundo a
ANSI e Classe 2, segundo a IEC.
Mas não vai adiantar muito ter um
equipamento de elevada precisão caso ele não
esteja calibrado. O ideal seria que esta
calibração fosse realizada pelo menos
anualmente (a NBR 10151 indica pelo menos a
cada 02 anos) em laboratórios da Rede
Brasileira de Calibração (RBC), credenciados
pelo INMETRO.
Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho
1 - a motocicleta é um veículo a motor a
combustão, com marchas, acelerador,
espelhos retrovisores, placa e com
necessidade de se tirar carta de motorista.
Portanto, pense como um motorista e não
como disputando uma competição.
2 – dirigir moto no Brasil é quase uma roleta
russa. Em São Paulo morrem cerca de 500 por
ano, e no Brasil cerca de 5 000. Portanto ao
dirigir moto no Brasil tenha muito mais
cuidado que em outros países.
3 – se você quer mais segurança numa moto,
siga as regras de trânsito de países mais
civilizados. Apenas no Brasil motos não
precisam andar dentro da faixa e com distância
segura do carro da frente.
4 – andar entre carros, num eterno
desrespeito às regras mais básicas de trânsito,
implica em correr riscos grandes e
desnecessários. Carros foram projetados para
ver outros veículos dentro de faixas, não de
motos que surgem do nada, cruzando faixas
em busca de velocidade.
5 – no Brasil a primeira tentativa de alterar a
passagem de motos foi que eles poderiam
andar entre os carros quando todos
estivessem parados num semáforo. Depois
houve a liberação da possibilidade de se guiar
entre carros em movimento. A consequência é
o número assustador de mortes.
6 – dirija moto como um veículo comum,
mantendo sempre o limite de velocidade. Nas
estradas, as motos em geral estão acima dos
limites de velocidade, passam entre carros e
pela faixa dupla, invadindo a pista contrária.
7 – por mais cuidadoso que seja, o motociclista
deve usar os adequados EPIs, o que inclui não
dirigir de sandálias havaianas. Principalmente
os caronas.
8 – as motos iniciais tinham o chamado
protetor de pernas, que foram abolidos em
nome de uma estética estranha à segurança e
de facilitar se mover entre veículos. Use motos
com estes protetores, diminuem a severidade
nas quedas.
9 – se andar corretamente como um veículo,
dentro da faixa, com os EPIS corretos,
mantendo distância e dentro do limite de
velocidade, suas chances de sofrer um
acidente são muito menores. Mas ainda
existem, pois o problema ainda persistirá por
causa dos abusos de motoristas contra
motociclistas e bicicletas. Seja sempre
cauteloso. Mantenha em mente sempre a
frase: o que pode dar errado?
10 – se estiver com pressa pense nos seus
filhos, nos seus pais, e nas pessoas queridas.
Relaxe e volte a cumprir as regras mínimas de
trânsito em vez de, com raiva, chutar espelhos
retrovisores de carros.
Autor: Sérgio Médici Eston – Professor Titular –
Escola Politécnica USP.
stamos no período das avaliações
ambientais para o PPRA e já fizemos as
dosimetrias e avaliações de calor, mas agora
temos que fazer as avaliações químicas.
Sem problemas, professor. Já contratei uma
empresa terceirizada e eles vão fazer tudo!
É bom você tomar cuidado, pois é aí que pode
estar o problema. Em geral os instrumentos de
medição que os profissionais de Segurança do
trabalho têm menor domínio são os de coleta
de amostras de produtos químicos. Isto ocorre
em função destes equipamentos de medição
não serem adquiridos pela empresa e ser
frequente a terceirização do serviço.
No entanto, deixar toda a responsabilidade nas
mãos dos terceirizados talvez não seja uma
ideia tão saudável.
Mas, professor, o que eu preciso avaliar em
relação a este tipo de coleta?
Vamos por partes. Primeiro é importante
sabermos que existem diversos instrumentos e
metodologias para realizar uma análise e
lógico que um equipamento correto com a
metodologia errada será pura perda de tempo.
Mas e se eu não entendo nada sobre o
assunto?
Já pensou em estudar?
Pô, professor! Assim o senhor magoa.
Vamos lá, vou tentar dar uma ajuda. Primeiro
solicite do fornecedor, além do certificado de
calibração, a metodologia a ser utilizada nas
avaliações, a planilha de campo, qual a vazão
estabelecida na metodologia, a necessidade de
todo o processo de montagem e verificação de
vazão ser realizado na sua empresa (irei
detalhar este tópico no texto a seguir).
Mesmo que você não saiba o que está pedindo
o fornecedor passará a ter um pouco mais de
cuidado, pois ele estará lhe fornecendo dados
que poderão ser utilizados contra ele no caso
de um erro, mas aproveite para estudar o
assunto.
Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho
Bombas de
amostragens - II
IIiculados e gases
vapores
JORNAL SEGURITO
omo é um assunto muito específico há
diversos tópicos que devem ser considerados,
mas vou destacar pelo menos um.
Quando vai se realizar a coleta com uma
bomba de amostragem, você está careca de
saber que é preciso que o equipamento esteja
calibrado e com certeza isto será cobrado e
fornecido pelo terceirizado.
O problema é que a calibração do
equipamento não é garantia de que análise
será adequada.
Como assim, professor?
A bomba estar calibrada significa que ela
garante uma determinada vazão de sucção de
acordo com a metodologia a ser utilizada,
porém quando formos trabalhar em campo
iremos inserir acessórios para fazer a coleta do
ar contaminado, neste processo podemos ter
uma variação no valor da vazão, seja por
montagem inadequada, obstrução por óleos
no amostrador, dentre outros fatores.
Para garantir que durante a coleta não houve
perda de carga elevada não atendendo a
metodologia indicada é preciso que seja
Piadinha
E
Coisas que os motociclistas deveriam se lembrar
Marido se acidenta e liga do hospital.
- Amor?! Capotei com o carro e quase
morri, quebrei as duas pernas e um braço
e estou esperando o resultado da
tomografia, estou com uma amiga, a
Maria que me ajudou na hora e me
trouxe para cá.
A esposa responde: Quem é esta Maria?
C
3
Não basta a calibração
realizada uma avaliação da vazão de sucção
antes do início da atividade e refeita ao final.
De acordo com a NHO 07 esta variação não
pode ser superior a 5%, esta informação deve
fazer parte das planilhas de campo do terceiro.
E este resultado não depende exclusivamente
da calibração da bomba, mas do processo
durante a coleta, e se houver uma diferença
entre a pré e a pós calibração superior a 5%,
este erro irá depender apenas da atividade de
quem fez a coleta.
O que precisamos entender é que neste caso o
problema não é calibração da bomba, mas sim
do sistema de linha. Pois cada amostrador tem
uma resistência um pouco diferente. Por isso é
preciso fazer a verificação para toda nova
coleta.
Além disso, esta avaliação (calibração) deve
ser feita in loco para evitar variações como
umidade, contaminações, variação de pressão
atmosférica (no caso de deslocamento entre
município) etc.
Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho
Amostrador
Passivostes equipamentos são utilizados para
avaliar o Índice de Bulbo Úmido e Termômetro
de Globo (IBUTG).
É composto por três termômetros: de bulbo
úmido (tbn), de bulbo seco (tbs) e o
termômetro de globo (tg).
Estes termômetros levam em consideração a
velocidade do ar, umidade do ar, calor
radiante e temperatura do ar ambiente.
Com estes dados poderemos avaliar o IBUTG
com base no anexo 03 da NR 15.
Os critérios de especificação e mesmo de
metodologia do uso do equipamento podem
ser obtidos na NHO 06 da Fundacentro.
Mas vou fazer o alerta sobre dois itens:
- Tempo de estabilização: a norma é explícita,
estabelece que a leitura das temperaturas só
JORNAL SEGURITO
E
e você leu o texto sobre bomba de
amostragem deve ter entendido que os
amostradores ativos são chamados assim em
função de haver uma bomba que força a
passagem de um determinado volume de ar
por seu interior.
Mas além dos ativos, temos também os
amostradores passivos.
Já vi, professor. São redondos e ficam
pendurados na lapela da camisa do
trabalhador.
Exatamente, meu filho! Mas neste tipo de
amostrador não tem uma bomba forçando.
E como ele funciona então?
Eles funcionam por difusão que consiste na
passagem das moléculas do soluto do fluido, do
local de maior para o local de menor
concentração, ou seja, o contaminante que está
no ar tende a entrar no amostrador que possui
menor concentração para equilibrar as
concentrações.
Porém, você deve estar se perguntando como
ele fica retido.
No interior do amostrador há um material
adsorvente, em geral, carvão ativo que segura
o contaminante que entra.
Professor, não seria absorvente?
Não. Existe absorvente e adsorvente. De forma
bem simplificada podemos dizer que na
absorção a substância absorvida se infiltra na
substância que absorve. No caso da adsorção a
substância gasosa ou líquida adere a um sólido,
porém a fixação é apenas na superfície. Esta
fixação pode ser física (mais fraca) ou química
(mais forte). Esta propriedade é mais
acentuada quanto mais poroso for o material,
pois desta forma terá maior área de superfície
e maior possibilidade de segurar o material
adsorvido.
Depois lacramos o amostrador em uma latinha
e enviamos para laboratório para posterior
análise.
Apesar da facilidade do processo não é possível
ser utilizado para todos os produtos químicos.
Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho.
S
devem ser iniciadas após estabilização que
pode demorar até 25 minutos. Porém é
frequente vermos este tipo de equipamento
ser utilizado após curtos minutos.
- Número de situações térmicas: a NHO afirma
que o número de situações térmicas poderá
ser superior ao número de postos de trabalho,
já que no mesmo ponto poderão ocorrer duas
ou mais situações térmicas distintas. Um erro
frequente ao usar a NR 15 é considerar sempre
o maior valor de exposição sem considerar o
IBUTG médio a que o trabalhador está exposto
às vezes em um mesmo posto de trabalho,
como por exemplo quando há abertura de um
forno.
Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho
Medidor de Estresse Térmico
Ergonomista: Certificado ABERGO ou não?
que significa ser um ergonomista
certificado pela ABERGO - Associação Brasileira
de Ergonomia? Qual a diferença entre um
ergonomista certificado e um não certificado?
Essa é uma das perguntas mais difíceis de
responder, por diversos motivos, e, apesar de
ser um Ergonomista Certificado pela ABERGO,
tentarei ser o mais imparcial possível.
Em primeiro lugar, o que torna uma pessoa
profissional, em qualquer área, é seu
conhecimento, sua experiência e o respeito
com a sociedade, o que inclui clientes,
parceiros e colegas de classe. Dito isto,
podemos considerar que, qualquer pessoa que
estude e pratique a ergonomia é um
ergonomista.
Os maiores ergonomistas brasileiros, já o
eram, muito antes de existir a ABERGO ou essa
Certificação, que existe em diversos países,
não só no Brasil, todos alinhados com a IEA -
International Ergonomics Association.
Segundo, que a ergonomia é uma profissão
multidisciplinar, ou seja, é estudada por
diversos profissionais em inúmeros contextos,
como designers (o meu caso), fisioterapeutas,
engenheiros, pedagogos, advogados,
professores, educadores físicos, médicos,
terapeutas ocupacionais, técnicos de
segurança do trabalho, entre outros, e
desculpem se esqueci alguém.
Não existe um curso de graduação em
Ergonomia no Brasil. E mesmo que existisse,
como é o caso da França, a pessoa poderia se
especializar em qualquer área que desejasse
focar sua atuação. Mas vamos ao que
interessa.
A ABERGO - Associação Brasileira de
Ergonomia, como outras associações de classe,
foi criada para, entre outras coisas,
desenvolver melhores práticas para os
profissionais que trabalham com ergonomia.
Entre as ações de voltadas para a atuação
profissional estão o Código de Ética e
a Certificação de Pessoas, com o objetivo de
promover uma unidade no conhecimento
técnico e científico entre seus associados, e
promover a continuidade de formação e
pesquisa na área.
A função da certificação não é garantir a
qualidade do serviço prestado, mas sim
unificar o conhecimento e comprovar a
experiência adquirida. E seria ótimo se todos
que trabalhassem com ergonomia fossem
certificados, isso só fortalece a prática e evita
aventureiros que tendem a atuar por
oportunidade de mercado. Isso é uma
campanha pelo bem da ergonomia e dos
próprios ergonomistas.
Muitas pessoas acreditam que conhecer a NR-
17 e saber aplicar as ferramentas de
ergonomia é o suficiente para exercer a
atividade. Aliás, o Mário Sobral Jr, promoveu
um excelente debate entre ergonomistas
sobre a utilização de ferramentas de
ergonomia (link: http://bit.ly/1RtW7xo)
Porém existem diversos profissionais no
mercado, que não são certificados, e exercem
um excelente trabalho, porque o fazem com
vocação. É como a certificação PMI (Project
Management Institute) você não precisa ter
uma para trabalhar com gestão de projetos.
O que faz um ergonomista ser bom então?
Justamente o que torna qualquer profissional
bom: seu comprometimento com a sociedade.
Autor: Marcelo Forestieri Fernandes
Proprietário - Tersso Design & Ergonomia
O
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Segurito 114 (1)

  • 1. Malentendido endo professor a mais de uma década é óbvio que mesmo fora da sala de aula acabo ouvindo dos alunos as mesmas perguntas. E o quais são as perguntas, professor? É sobre ruído, ergonomia, análise de acidentes? Meu filho, até que estes assuntos aparecem, mas os mais frequentes são relacionados aos medos profissionais. Medos!? De não aprender? Na verdade, são vários, algo do tipo: Mas o que eu vou fazer quando começar a trabalhar? Como eu vou conseguir emprego? E se acontecer um acidente grave, será que eu vou ter coragem para fazer algo? E independe se estou dando aula para o curso de Técnico de Segurança ou para a Especialização em Engenharia de Segurança, a insegurança é mais ou menos a mesma. Mas e o gabarito, professor, o senhor tem? Tenho o hábito de repetir o discurso padrão: manter estudo, disciplina e esperança. Porém, no meu interior sei que mesmo se eu me empenhasse para elaborar um projeto detalhado de uma suposta trajetória para a vida de cada aluno, tentando inserir um pouco das minhas experiências, estas informações poderiam até influenciá-los, mas no fim das contas o roteiro da vida só pode ser escrito por quem a vive. Podemos até colocar no papel um planejamento único, um modelo perfeito para ser aplicado para todos, mas quando chegarmos no período da implantação é que o caldo entorna. As decisões vão depender do esforço, da disciplina, objetivos, de todos os imprevistos da vida e de tudo o mais que faz cada um diferente de todos os outros. Pô, professor! Estava esperando uma resposta mais objetiva. Eu sei, meu filho. Todo mundo adora uma receita de bolo. Então, deixa eu te passar pelo menos um parágrafo de autoajuda, para acalmar seu espírito. Tente fazer o seu melhor. Não estou falando para ser melhor que o colega ao lado, nem que o concorrente no concurso público. Mas que você faça sempre o seu melhor, o máximo que você acha ser capaz e pode ter certeza de que todos os temores serão ultrapassados. Pois quem pensa como um vencedor, pode até escorregar e por vezes cair, mas sempre terá fôlego para levantar e continuar a caminhada com o pensamento na vitória. Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de Segurança do Trabalho udo bem que você quer adquirir todos os equipamentos de medição para atuar na empresa ou para prestar serviço, mas precisamos tomar cuidado desde a compra até a guarda. Para isso vou apresentar alguns itens que devem ser avaliados. Durante a aquisição precisamos avaliar qual a especificação adequada à nossa necessidade. Cada equipamento terá suas peculiaridades, mas um item que precisa ser visto em todos é a sua precisão. Além disso, precisamos avaliar se o equipamento já vem com certificado de calibração, qual o prazo de garantia, qual o tempo de entrega e não esquecer de verificar se há a possibilidade de treinamento do equipamento e manual em língua portuguesa. Depois que o equipamento chegou e você já sabe utilizá-lo é interessante grifar no manual, ou escrever à parte os principais passos para o seu uso. Isto irá facilitar a sua vida quando ficar um período mais longo sem utilizar o equipamento, assim como dos futuros usuários. Também é importante estabelecer a periodicidade de calibração do equipamento. O ideal é que seja pelo menos anual e no máximo de dois em dois anos. No entanto, dependendo da frequência de uso, este prazo pode ser muito longo. Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de Segurança do Trabalho ESCUTE OS CONSELHOS, MAS FAÇA O QUE QUISER Gerenciando os equipamentos de medição Contatos: Jornal Segurito www.jornalsegurito.com jornalsegurito@bol.com.br Para se ter uma boa noção sobre a NR 33 este livro esclarece os principais tópicos com leitura agradável e bom visual. Dentre outros temas trata dos procedimentos de resgate, capacitação, gestão da NR, além de trazer exemplos e estudo de casos.Prezados Leitores, Neste mês o Segurito vem com várias matérias para você conhecer melhor os equipamentos para avaliações ambientais. Além disso temos a presença de dois ilustres visitantes e textos sobre outros temas. Uma excelente leitura!!! Prof. Mário Sobral Jr. Mensagem ao Leitor S NR 33 – Guia Prático de Análises e Aplicações – Ed. Érica – José Eduardo Rodrigues, Rosângela Helena Pereira dos Santos e Benjamim Ferreira de Barros Manaus, março 2016 – edição 114 – ano 10Periódico Para Rir e Aprender T - Sargento, chegamos no local do crime. A mulher matou o marido com 20 facadas, dois tiros e depois decapitou e queimou o corpo. - Qual o motivo? - Ele pisou onde ela estava passando o pano. - Mas conseguiram pegara a mulher? - Não!!! Na verdade, estamos esperando o piso secar. Piadinhas Meia hora conversando com elas, para conhecer melhor sua cultura, até que o garçom avisa que eram só guarda-sóis fechados.
  • 2. amos comentar um pouco sobre algumas características destes equipamentos. - Não integradores: são os equipamentos de medição mais simples que popularmente são conhecidos como decibelímetros. Por serem básicos nos dão poucas informações, medem o ruído de forma pontual, sem levar em consideração o tempo de exposição do trabalhador a determinada fonte de ruído. Em geral apresentam as respostas lenta (slow) e a rápida (fast), e as curvas de ponderação A e C. - Integrador: este é um decibelímetro um pouco mais interessante pois além das informações anteriores, nos possibilita a medição dos níveis equivalentes, ou seja, apesar de portado pelo avaliador podemos ter a informação média de um determinado período de avaliação. Alguns destes equipamentos informam também o resultado em bandas de frequência o que possibilita a avaliação de mais dados sobre o ruído a que o trabalhador está exposto. - dosímetro: a principal diferença deste equipamento em relação ao anterior é que este possibilita que seja portado pelo próprio trabalhador. Com isso temos maior precisão na avaliação, sendo o ideal para avaliação ocupacional. São vários os critérios que devemos avaliar para fazer a aquisição de um equipamento de medição. No entanto, um dos mais importantes é a sua precisão. Infelizmente a NR 15 não apresenta esta especificação. Porém podemos utilizar os parâmetros estabelecido pela NHO 01 que indica a classificação da norma ANSI S1.25 (1991) – Specification for personal noise dosimeters, ANS1 51.40 (1984) – Specification for acoustical calibrators e ANSI S1.4 (1983) – Specification for sound level meters. LUXÍMETRO s bombas de amostragem são equipamentos que irão sugar o ar ambiente. Esta sucção não é aleatória, irá depender da metodologia utilizada de acordo com o agente químico a ser analisado. Lógico que esta vazão precisa ser constante e atualmente os equipamentos possuem sistema de compensação do fluxo de ar que mantém o fluxo pré-estabelecido. No entanto, de acordo com o tipo de amostragem pode ser necessária uma maior ou menor vazão e para isso temos bombas que trabalham apenas em baixa vazão e outras apenas para alta vazão. Há também aquelas que trabalham em alta e baixa e consequentemente são de maior custo. luxímetro tem por objetivo medir a iluminância do ambiente. E o que seria a iluminância? Seria o fluxo luminoso que incide sobre uma determinada superfície ou se preferir a quantidade de luz que incide sobre um determinado posto de trabalho. Este equipamento possui uma fotocélula que transforma as leituras luminosas em tensão, para posterior leitura na unidade de medida denominada lux. A avaliação deve ser realizada no plano de trabalho. Caso não tenhamos uma bancada como posto de trabalho, as medições devem ser realizadas em um plano horizontal a 75 cm do piso conforme estabelecido na NR 17. Um item importante na especificação do equipamento é que o mesmo possua uma fotocélula com correção de coseno. Durante a avaliação deve-se ter cuidado para não fazer sombra sobre o equipamento, mas deve ser realizada com a presença do trabalhador em posição habitual de trabalho. Conforme a NR 17 os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho são os valores de iluminâncias estabelecidos na NBR 5413, norma brasileira registrada no INMETRO. Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de Segurança do Trabalho Bombas de amostragem - I SONÔMETROS JORNAL SEGURITO O A v Piadinhas - Patrão, assim não dá, meu salário veio com 50 reais a menos. - Você é muito cara de pau, mês passado eu coloquei 50 reais a mais e você não falou nada. - Pois é patrão, um erro eu aceito, mas dois é demais. No entanto, as bombas sozinhas não fazem nada, pois apenas sugam o ar. Para conseguir avaliar a concentração do contaminante no ar do ambiente laboral é preciso que sejam utilizados amostradores para a captação. Estes amostradores podem utilizar soluções absorventes, membranas porosas e sólidos adsorventes. Lógico que de acordo com o produto químico a ser analisado teremos um amostrador adequado. Ou seja, a bomba suga o ar fazendo com que passe por estes amostradores que irão reter o contaminante para que seja possível posterior análise em laboratório. Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de Segurança do Trabalho 2 Em relação à precisão a ANSI S1.4 (1983) estabelece a seguinte classificação: Tipo 0 – Seria o padrão de referência, equipamentos que são utilizados em laboratórios Tipo 1 – Equipamentos que podem ser utilizados em campo, mas que devido sua precisão ainda podem ser utilizados em laboratório. Tipo 2 – Equipamento de uso geral em campo, mas que devido a sua menor precisão não são indicados em laboratórios. Tipo 3 – Devido à baixa precisão este equipamento teria por função apenas lhe dar uma noção do ruído. Em português claro lhe fornece um chute aproximado. De acordo com a NHO 01 os equipamentos utilizados devem ter classificação mínima do tipo 2. Outra norma que indica a especificação destes equipamentos em relação a sua precisão é a IEC 61672 (International Electrotechnical Commission). Segundo a IEC os medidores são classificados em duas classes : Classe 1 - Uso em laboratório ou campo. Classe 2 - Uso geral em campo. Para ter um equipamento com o mínimo necessário para uma avaliação confiável precisaríamos que fosse Tipo 2, segundo a ANSI e Classe 2, segundo a IEC. Mas não vai adiantar muito ter um equipamento de elevada precisão caso ele não esteja calibrado. O ideal seria que esta calibração fosse realizada pelo menos anualmente (a NBR 10151 indica pelo menos a cada 02 anos) em laboratórios da Rede Brasileira de Calibração (RBC), credenciados pelo INMETRO. Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de Segurança do Trabalho
  • 3. 1 - a motocicleta é um veículo a motor a combustão, com marchas, acelerador, espelhos retrovisores, placa e com necessidade de se tirar carta de motorista. Portanto, pense como um motorista e não como disputando uma competição. 2 – dirigir moto no Brasil é quase uma roleta russa. Em São Paulo morrem cerca de 500 por ano, e no Brasil cerca de 5 000. Portanto ao dirigir moto no Brasil tenha muito mais cuidado que em outros países. 3 – se você quer mais segurança numa moto, siga as regras de trânsito de países mais civilizados. Apenas no Brasil motos não precisam andar dentro da faixa e com distância segura do carro da frente. 4 – andar entre carros, num eterno desrespeito às regras mais básicas de trânsito, implica em correr riscos grandes e desnecessários. Carros foram projetados para ver outros veículos dentro de faixas, não de motos que surgem do nada, cruzando faixas em busca de velocidade. 5 – no Brasil a primeira tentativa de alterar a passagem de motos foi que eles poderiam andar entre os carros quando todos estivessem parados num semáforo. Depois houve a liberação da possibilidade de se guiar entre carros em movimento. A consequência é o número assustador de mortes. 6 – dirija moto como um veículo comum, mantendo sempre o limite de velocidade. Nas estradas, as motos em geral estão acima dos limites de velocidade, passam entre carros e pela faixa dupla, invadindo a pista contrária. 7 – por mais cuidadoso que seja, o motociclista deve usar os adequados EPIs, o que inclui não dirigir de sandálias havaianas. Principalmente os caronas. 8 – as motos iniciais tinham o chamado protetor de pernas, que foram abolidos em nome de uma estética estranha à segurança e de facilitar se mover entre veículos. Use motos com estes protetores, diminuem a severidade nas quedas. 9 – se andar corretamente como um veículo, dentro da faixa, com os EPIS corretos, mantendo distância e dentro do limite de velocidade, suas chances de sofrer um acidente são muito menores. Mas ainda existem, pois o problema ainda persistirá por causa dos abusos de motoristas contra motociclistas e bicicletas. Seja sempre cauteloso. Mantenha em mente sempre a frase: o que pode dar errado? 10 – se estiver com pressa pense nos seus filhos, nos seus pais, e nas pessoas queridas. Relaxe e volte a cumprir as regras mínimas de trânsito em vez de, com raiva, chutar espelhos retrovisores de carros. Autor: Sérgio Médici Eston – Professor Titular – Escola Politécnica USP. stamos no período das avaliações ambientais para o PPRA e já fizemos as dosimetrias e avaliações de calor, mas agora temos que fazer as avaliações químicas. Sem problemas, professor. Já contratei uma empresa terceirizada e eles vão fazer tudo! É bom você tomar cuidado, pois é aí que pode estar o problema. Em geral os instrumentos de medição que os profissionais de Segurança do trabalho têm menor domínio são os de coleta de amostras de produtos químicos. Isto ocorre em função destes equipamentos de medição não serem adquiridos pela empresa e ser frequente a terceirização do serviço. No entanto, deixar toda a responsabilidade nas mãos dos terceirizados talvez não seja uma ideia tão saudável. Mas, professor, o que eu preciso avaliar em relação a este tipo de coleta? Vamos por partes. Primeiro é importante sabermos que existem diversos instrumentos e metodologias para realizar uma análise e lógico que um equipamento correto com a metodologia errada será pura perda de tempo. Mas e se eu não entendo nada sobre o assunto? Já pensou em estudar? Pô, professor! Assim o senhor magoa. Vamos lá, vou tentar dar uma ajuda. Primeiro solicite do fornecedor, além do certificado de calibração, a metodologia a ser utilizada nas avaliações, a planilha de campo, qual a vazão estabelecida na metodologia, a necessidade de todo o processo de montagem e verificação de vazão ser realizado na sua empresa (irei detalhar este tópico no texto a seguir). Mesmo que você não saiba o que está pedindo o fornecedor passará a ter um pouco mais de cuidado, pois ele estará lhe fornecendo dados que poderão ser utilizados contra ele no caso de um erro, mas aproveite para estudar o assunto. Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de Segurança do Trabalho Bombas de amostragens - II IIiculados e gases vapores JORNAL SEGURITO omo é um assunto muito específico há diversos tópicos que devem ser considerados, mas vou destacar pelo menos um. Quando vai se realizar a coleta com uma bomba de amostragem, você está careca de saber que é preciso que o equipamento esteja calibrado e com certeza isto será cobrado e fornecido pelo terceirizado. O problema é que a calibração do equipamento não é garantia de que análise será adequada. Como assim, professor? A bomba estar calibrada significa que ela garante uma determinada vazão de sucção de acordo com a metodologia a ser utilizada, porém quando formos trabalhar em campo iremos inserir acessórios para fazer a coleta do ar contaminado, neste processo podemos ter uma variação no valor da vazão, seja por montagem inadequada, obstrução por óleos no amostrador, dentre outros fatores. Para garantir que durante a coleta não houve perda de carga elevada não atendendo a metodologia indicada é preciso que seja Piadinha E Coisas que os motociclistas deveriam se lembrar Marido se acidenta e liga do hospital. - Amor?! Capotei com o carro e quase morri, quebrei as duas pernas e um braço e estou esperando o resultado da tomografia, estou com uma amiga, a Maria que me ajudou na hora e me trouxe para cá. A esposa responde: Quem é esta Maria? C 3 Não basta a calibração realizada uma avaliação da vazão de sucção antes do início da atividade e refeita ao final. De acordo com a NHO 07 esta variação não pode ser superior a 5%, esta informação deve fazer parte das planilhas de campo do terceiro. E este resultado não depende exclusivamente da calibração da bomba, mas do processo durante a coleta, e se houver uma diferença entre a pré e a pós calibração superior a 5%, este erro irá depender apenas da atividade de quem fez a coleta. O que precisamos entender é que neste caso o problema não é calibração da bomba, mas sim do sistema de linha. Pois cada amostrador tem uma resistência um pouco diferente. Por isso é preciso fazer a verificação para toda nova coleta. Além disso, esta avaliação (calibração) deve ser feita in loco para evitar variações como umidade, contaminações, variação de pressão atmosférica (no caso de deslocamento entre município) etc. Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de Segurança do Trabalho
  • 4. Amostrador Passivostes equipamentos são utilizados para avaliar o Índice de Bulbo Úmido e Termômetro de Globo (IBUTG). É composto por três termômetros: de bulbo úmido (tbn), de bulbo seco (tbs) e o termômetro de globo (tg). Estes termômetros levam em consideração a velocidade do ar, umidade do ar, calor radiante e temperatura do ar ambiente. Com estes dados poderemos avaliar o IBUTG com base no anexo 03 da NR 15. Os critérios de especificação e mesmo de metodologia do uso do equipamento podem ser obtidos na NHO 06 da Fundacentro. Mas vou fazer o alerta sobre dois itens: - Tempo de estabilização: a norma é explícita, estabelece que a leitura das temperaturas só JORNAL SEGURITO E e você leu o texto sobre bomba de amostragem deve ter entendido que os amostradores ativos são chamados assim em função de haver uma bomba que força a passagem de um determinado volume de ar por seu interior. Mas além dos ativos, temos também os amostradores passivos. Já vi, professor. São redondos e ficam pendurados na lapela da camisa do trabalhador. Exatamente, meu filho! Mas neste tipo de amostrador não tem uma bomba forçando. E como ele funciona então? Eles funcionam por difusão que consiste na passagem das moléculas do soluto do fluido, do local de maior para o local de menor concentração, ou seja, o contaminante que está no ar tende a entrar no amostrador que possui menor concentração para equilibrar as concentrações. Porém, você deve estar se perguntando como ele fica retido. No interior do amostrador há um material adsorvente, em geral, carvão ativo que segura o contaminante que entra. Professor, não seria absorvente? Não. Existe absorvente e adsorvente. De forma bem simplificada podemos dizer que na absorção a substância absorvida se infiltra na substância que absorve. No caso da adsorção a substância gasosa ou líquida adere a um sólido, porém a fixação é apenas na superfície. Esta fixação pode ser física (mais fraca) ou química (mais forte). Esta propriedade é mais acentuada quanto mais poroso for o material, pois desta forma terá maior área de superfície e maior possibilidade de segurar o material adsorvido. Depois lacramos o amostrador em uma latinha e enviamos para laboratório para posterior análise. Apesar da facilidade do processo não é possível ser utilizado para todos os produtos químicos. Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de Segurança do Trabalho. S devem ser iniciadas após estabilização que pode demorar até 25 minutos. Porém é frequente vermos este tipo de equipamento ser utilizado após curtos minutos. - Número de situações térmicas: a NHO afirma que o número de situações térmicas poderá ser superior ao número de postos de trabalho, já que no mesmo ponto poderão ocorrer duas ou mais situações térmicas distintas. Um erro frequente ao usar a NR 15 é considerar sempre o maior valor de exposição sem considerar o IBUTG médio a que o trabalhador está exposto às vezes em um mesmo posto de trabalho, como por exemplo quando há abertura de um forno. Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de Segurança do Trabalho Medidor de Estresse Térmico Ergonomista: Certificado ABERGO ou não? que significa ser um ergonomista certificado pela ABERGO - Associação Brasileira de Ergonomia? Qual a diferença entre um ergonomista certificado e um não certificado? Essa é uma das perguntas mais difíceis de responder, por diversos motivos, e, apesar de ser um Ergonomista Certificado pela ABERGO, tentarei ser o mais imparcial possível. Em primeiro lugar, o que torna uma pessoa profissional, em qualquer área, é seu conhecimento, sua experiência e o respeito com a sociedade, o que inclui clientes, parceiros e colegas de classe. Dito isto, podemos considerar que, qualquer pessoa que estude e pratique a ergonomia é um ergonomista. Os maiores ergonomistas brasileiros, já o eram, muito antes de existir a ABERGO ou essa Certificação, que existe em diversos países, não só no Brasil, todos alinhados com a IEA - International Ergonomics Association. Segundo, que a ergonomia é uma profissão multidisciplinar, ou seja, é estudada por diversos profissionais em inúmeros contextos, como designers (o meu caso), fisioterapeutas, engenheiros, pedagogos, advogados, professores, educadores físicos, médicos, terapeutas ocupacionais, técnicos de segurança do trabalho, entre outros, e desculpem se esqueci alguém. Não existe um curso de graduação em Ergonomia no Brasil. E mesmo que existisse, como é o caso da França, a pessoa poderia se especializar em qualquer área que desejasse focar sua atuação. Mas vamos ao que interessa. A ABERGO - Associação Brasileira de Ergonomia, como outras associações de classe, foi criada para, entre outras coisas, desenvolver melhores práticas para os profissionais que trabalham com ergonomia. Entre as ações de voltadas para a atuação profissional estão o Código de Ética e a Certificação de Pessoas, com o objetivo de promover uma unidade no conhecimento técnico e científico entre seus associados, e promover a continuidade de formação e pesquisa na área. A função da certificação não é garantir a qualidade do serviço prestado, mas sim unificar o conhecimento e comprovar a experiência adquirida. E seria ótimo se todos que trabalhassem com ergonomia fossem certificados, isso só fortalece a prática e evita aventureiros que tendem a atuar por oportunidade de mercado. Isso é uma campanha pelo bem da ergonomia e dos próprios ergonomistas. Muitas pessoas acreditam que conhecer a NR- 17 e saber aplicar as ferramentas de ergonomia é o suficiente para exercer a atividade. Aliás, o Mário Sobral Jr, promoveu um excelente debate entre ergonomistas sobre a utilização de ferramentas de ergonomia (link: http://bit.ly/1RtW7xo) Porém existem diversos profissionais no mercado, que não são certificados, e exercem um excelente trabalho, porque o fazem com vocação. É como a certificação PMI (Project Management Institute) você não precisa ter uma para trabalhar com gestão de projetos. O que faz um ergonomista ser bom então? Justamente o que torna qualquer profissional bom: seu comprometimento com a sociedade. Autor: Marcelo Forestieri Fernandes Proprietário - Tersso Design & Ergonomia O 4