SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 21
MENSURANDO AS AMEAÇAS E ANALISANDO AS
      RESPOSTAS DE MOÇAMBIQUE

        Énio Viegas Filipe Chingotuane
I. A SECURITIZAÇÃO DO MAR
 O conceito de securitização, lançado por Buzan, Waever e de Wilde (1998),
  abarca a idéia de que não existe uma segurança objetivamente considerada.
  Para esses autores, toda ameaça é socialmente construída por meio de
  discursos de atores significativos na esfera da segurança internacional,
  passando pela aceitação do público. A ideia principal é que sejam tomadas
  medidas de segurança, não necessariamente porque uma ameaça existencial
  realmente existe, mas porque o assunto é apresentado como tal”. Portanto,
  securitização é “o uso da retórica da ameaça existencial com o objetivo de
  levar um assunto para dentro das prioridades governativas’’, justificando
  assim a adoção de medidas de emergência, de procedimentos políticos
  extraordinários e eventualmente o uso da força (1998, p. 24-25).
 Durante muito tempo os estados do canal de Moçambique ignoraram a
  importância do mar na sua dimensão securitária, principalmente porque não
  existiam consideráveis ameaças ou se menosprezavam as ameaças existentes
  porque não influíam directamente no normal funcionamento das instituições
  do estado.
 Somente com a emergência da ameaça da pirataria marítima, os estados da
  região tomaram a consciência da necessidade de securitização do Mar.
RECEIOS DOS ESTADOS:

• Nem todo o processo de securitização do mar é facilmente aceite pelos
estados da região pois, a securitização do mar pode servir como potencial
fundamentação para o intervencionismo norte-americano ou de outras potencias
ocidentais;
• A internacionalização da questão da pirataria no canal de Moçambique pode
resultar no desrespeito a soberania marítima pelas grandes potencias em nome
da defesa dos interesses das suas embarcações ou do comércio internacional.
Alias alguns países já enviaram soldados seus para recuperarem navios
sequestrados;
• O discurso das grandes potencias evidencia, de forma subtil, o aproveitamento
das novas ameaças no mar, que são assumidas como tendo um carácter
transnacional, para uma maior intervenção nos países incapazes de suster estas
ameaças pelos próprios meios ;
• A retórica das potencias, evidencia a necessidade de acções securitizadoras
que se retroalimentam. Por um lado, os países africanos pedem ajuda material e
financeira para actuarem por si mesmos enquanto as potencias consideram os
países africanos ineptos e defendem a necessidade de eles mesmos dirigirem os
processos.
II.     IDENTIFICANDO AS AMEAÇAS NO
             CANAL DE MOÇAMBIQUE
  Apesar da retórica discursiva em relação a segurança marítima se concentrar
  excessivamente na piratária, o canal de moçambique é propenso a uma
  vasto leque de ameaças a segurança marítima:


 Pirataria
 Tráfico ilegal e contrabando
 Imigração Ilegal e Refugiados
 Poluição marítima
 Pesca Ilegal
II.      MENSURANDO AS AMEAÇAS NO
              CANAL DE MOÇAMBIQUE
 PIRATARIA


Até muito recentemente, o canal de Moçambique figurava como uma das
zonas maritimas livres da pirataria. Durante esse periodo, a pirataria no
continente africano ocorria predominantemente na africa ocidental e no corno
de África. Por causa do enorme esforço nternacioal para estancar a pirataria no
corno de África, os piratas da somalia são obrigados a procurar novos lugares,
menos protegidos para prosseguirem com as suas actividades.

Os recentes ataques sobre navios ao longo da costa de Madagascar e o ataque
ao navio Vega 5 ao largo da costa moçambicana alertaram as autoridades
moçambicanas para a real ameaça que a pirataria impõe sobre o canal de
moçambique.
Causas da pirataria no canal de Moçambique:

1.   O estado de anarquia resultante do falhanço do estado Somali
2.   Pobreza absoluta das populaces do corno de africa
3.   Longos periodos de estiagem e secas no corno de Africa contribuindo
     para a fome e a miséria
4.   Desemprego exarcebado
5.   Instabilidade politico e social
6.   Elevados indices de criminalidade
7.   Actividades predatórias dos recursos marítimos somalianos por parte de
     armadores estrangeiros que prejudicam grandemente os pescadores
     locais
8.   despejos de resíduos tóxicos nas águas jurisdicionais somalis, que terão,
     provocado malformações na respectiva população e reduzido a
     população de mariscos e consequentemente prejudicado a industria
     pesqueira
Ataques sucedidos:

1.   Ataque ao Vega 5 em 2010 propriedade da empresa Efripel Lda
     (proximidades do Arquipélago de Bazaruto, Inhambane)
2.   Ataque ao navio “MV PANAMÁ” de uma companhia sediada nos EUA
     (largo da costa tanzaniana junto á fronteira com Moçambique).
3.   Vários ataques frustrados ao longo da costa norte de Moçambique e
     principalmente ao longo das ilhas de Madagascar

Modos operanda dos piratas:

1.   Perseguição de navios com recurso a lanchas pequenas
2.   Sequestro de navios de pesca, de passageiros e de cargas
3.   Uso da tripulação como refêns
4.   Apropriação de produtos, equipamentos e bens monetários dos navios
5.   Chantagem e cobrança de valores
6.   Ataques mais bem organizados
7.   Ataques com recurso a lança granadas e modernas armas automática
Consequências:

1.  Prejuizos na industria Pesqueira
2.  Pode prejudicar os investimentos dos Mega projectos na Industria
    extrativa e na exploração de hidrocarbonetos
3. Retracção de investimentos
4. Prejuízos no comércio maritimo
5. Aumento dos custos nos seguros dos navios e em empresas privadas de
    segurança
6. Novos encargos financeiros não só para os armadores mas para os
    estados na protecção do tráfego maritimo
7. Encarrecimento do transporte maritimo pois, os navios são obrigados a
    andar em grande velociadade, consumindo mais combustível e, são
    obrigados a desviarem-se das suas rotas também originando um maior
    consume de combustível)
8. Encarrecimento dos produtos nos destinos dos navios devido ao
    encarrecimento do transporte maritimo
9. Prejuizos no turismo costeiro
10. Possivel decréscimo da navegação nesta zona, com o número de navios
    ao longo do canal de moçambique a cair
• TRÁFICO ILEGAL E CONTRABANDO: CRIME ORGANIZADO
  TRANSNACIONAL

1.   Tráfico de seres humanos
     segundo o Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o
     Crime Organizado Transnacional relativo à Prevenção, Repressão e
     Punição do Tráfico de Pessoas, em especial de Mulheres e Crianças
     (Palermo, 2000),a expressão tráfico de pessoas significa:
          “o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o
         acolhimento de pessoas, recorrendo à ameaça ou uso da força ou a outras
         formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade
         ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos
         ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha
         autoridade sobre outra para fins de exploração.”
     (este fenómeno começa a ganhar contornos preocupantes havendo várias
     evidências do uso da costa moçambicana para o tráfico de pessoas
     oriundas de países como a Somalia, Etiópia, Quénia, Tanzânia com
     destino a RSA onde servem o turismo sexual cada vez mais crescente
     naquele país)
2.   Tráfico de armas ligeiras
     Actualmente esta actividade não representa uma grande ameaça para
     Moçambique mercé da situação de estabilidade política que os países da
     região gozam.
     Todavia, o tráfico de armas não deixa de ser uma preocupação continua do
     estado Moçambicano pois, as armas ligeiras e de pequeno calibre são
     consideradas as mais destrutivas. São as armas empregadas na maior parte
     dos atentados graves aos direitos humanos e causam mais mortes do que
     as armas de grande calibre pela sua grande disseminação e fácil acesso . O
     mercado mundial de armas ligeiras está fora de controle.
     As armas ligeiras e de pequeno calibre são aquelas que podem ser
     transportadas por um soldado individualmente ou por um pequeno
     veículo. Baratas, largamente acessíveis e facilmente negociáveis ou
     contrabandeadas, se tornam as armas de eleição na maioria dos conflitos
     em nível mundial e para as guangues criminosas. Estas armas vão de um
     país a outro, dentro de um mercado global desregulado, passando de
     governos responsáveis a governos irresponsáveis, contrabandistas, grupos
     terroristas e facções do crime organizado
3.   Tráfico de drogas
     O tráfico de drogas é normalmente definido como a actividade pela qual
     se promove, favorece e facilita o consumo ilegal de drogas proibidas
     como estupefacientes, substâncias psicotrópicas, mediante o cultivo,
     fabricação, distribuição, comercialização, transporte para os mercados
     consumidores.
     Esta actividade representa uma grande ameaça para o país, sendo que, os
     últimos anos registaram apreensões de várias toneladas de droga ao longo
     da costa. Grande parte desta droga chega ao largo da costa moçambicana
     em navios de grande tonelagem e posteriormente é transportada para a
     costa em pequenas embarcações.
     As evidencias demonstram que o país não destino preferencial da droga
     traficada mas sim, é utilizado como corredor para alimentar os mercados
     da Europa e RSA)
Consequências do tráfico ilegal e contrabando:

1.    Aumento da prostituição
2.    Aumento do crime organizado
3.    Ameaça a segurança pública
4.    Estabelecimento de carteis e gangues criminosas
5.    Aumento de assaltos a mão armada resultante da facilidade de aquisição
      de armas
6.    Aumento da corrupção
7.    Ameaça a segurança nacional
8.    Aumento de viciados
9.    Assassinatos
10.   Queda da reputação do estado perante os parceiros internacionais
11.   Aumento da pressão internacional para conter este tipo de actividades
      ilicitas
12.   Retracção dos investimentos
13.   Aumento das despesas governamentais para combater estes males
14.   A guerra torna-se uma opção mais barata e atrativa devido ao fácil
      acesso às armas
• IMIGRAÇÃO ILEGAL E REFUGIADOS

Moçambique figura hoje como um dos maiores receptores de imigrantes e
refugiados do mundo inteiro e grande parte deles entra pelo mar. Moçambique
representa, ao mesmo tempo, um país de acolhimento e de trânsito.

Origem dos imigrates que entram por mar:

1. Corno de África (Somália e Etiópia)
2. Africa Oriental (Quénia, Ruanda , Burundi, Tanzania e RDC)
3. Asia (paquistão, Bangladesh, China)

Factores que atraem os imigrantes:

1.   Proximidade com a África do Sul
2.   Estabilidade política e económica
3.   Fragilidade de controlo fronteiri;o
4.   Existência de recursos minerais não explorados
5.   Facilidades de desenvolvimento do comércio formal e informal
6.   Existências de familaires previamente instalados em Moçambique
Consequências:

      Negativas:

1.    Aumento da criminalidade
2.    Aumento da prostituição
3.    Aumentos crescentes dos gastos do governo por causa do repatriamento
4.    Aumento da despesa pública por causa do investimento na policia,
      escolas, habitação e hospitais
5.    Aumento do crime organizado como a falsificação de moeda e agiotismo
6.    Lavagem de dinheiro e exportação de divisas
7.    Mineração ilegal
8.    caça furtiva
9.    desflorestação causada pelo abate indiscriminado de madeira
10.   Os imigrantes estão associados ao contrabando mercadorias
11.   Fuga ao fisco
12.   Os imigrantes promovem a corrupção para escapar o controlo policial
13.   Segregação racial
14.   Contratação de ilegais
Positivas:

1.   Aumento do comércio informal
2.   Aumento do investimento em infra-estruturas como lojas, pensões e
     hoteis
3.   Aumento das oportunidades de emprego como resultado do investimento
     dos imigrantes
4.   Aumento da eficiencia economica motivada pela concorrência
5.   Aumento da oferta de bens e serviços
6.   Aumento do consumo devido a maior disponibilidade de produtos
7.   Estabelecimento de ligações comerciais com novos mercados
8.   Aumento da diversidade cultural
• POLUIÇÃO MARÍTIMA

A poluição marítima constitui hoje um dos grandes desafios para os estados
costeiros de todo o mundo. A constatação deste problema pode ser evidenciado
pelos crescentes niveis de desoxigenação das águas marítimas, o aumento da
salinidade e o aumento dos níveis de minerais e poluentes presentes na água .

Origem da poluição:

1. Lixo e derrame de óleos das embarcações
2. Lixo industrial jogado no mar
3. Derramamento de esgotos das cidades sem serem tratados
4. Derramamento de petróleo provocado pela exploração de poços de petróleo
   no mar; limpeza dos tanques dos petroleiros e outros navios; refinarias e
   instalações petroquímicas instaladas junto ao litoral
5. Deposição de lixo químico no mar
consequências:

1.   Destruição de ecossistemas marinhos
2.   Destruição da biodiversidade
3.   Eliminação de espácies ou migração de especies
4.   Surgimento de zonas incapacidade de sustentar a vida marina
5.   Prejuizos na industria pesqueira
6.   Prejuizos na industria turística
• PESCA ILEGAL (PREDATÓRIA)

A pesca ilegal representa a verdadeira pirataria no canal de Moçambique,
superando de longe as ameaças advindas da pirataria, imigração ilegal, tráfico
ilegal e da poluição maritima. A pesca ilegal ocorre todos os dias longe do
controlo governamental e representa um verdadeiro flagelo aos países do canal
de Moçambique. Moçambique perde, por ano, 35 milhões de dólares devido à
pesca ilegal.
A fraca capacidade de fiscalização da pesca ilegal na costa moçambicana é
difícil por causa da extensão territorial. O país tem uma costa com cerca de
2.780 quilómetros, sendo a terceira mais longa de África. Esta extensão
costeira facilita a entrada clandestina de embarcações que praticam a pesca em
Moçambique.
A pesca ilegal pode ser definida como:
    ‘A extração de organismos aquaticos do meio onde se desnvolvem para diversos
    fins, praticada à margem das medidas de conservação e de gestão dos recursos
    haliêuticos tais como licenças de pesca, encerramento de zonas de pesca,
    períodos de defeso, totais admissíveis de capturas, regras técnicas, limitação do
    número de dias no mar, etc.’
Consequências da pesca ilegal:

1.   Esvaziamento do pescado no mar com impacto na reprodução das
     especies devido as técnicas de arrasto
2.   Roubo de milhões de dólares ao estado
3.   Deixa comunidades sem os alimentos e os rendimentos de que tanto
     necessitam,
4.   Ambiente ou habitat marítimo destruído e despojado com reservas
     piscícolas ameaçadas
5.   prejudica os esforços de conservação, de renovação das reservas
     existentes provocando a sua extinsão
6.   Empobrece as unidades populacionais costeiras
7.   Distorce a concorrência
8.   sobrepesca (captura em quantidades acima das quotas acordadas
     internacionalmente para garantir a manutenção dos estoques de peixes ou
     a sustentabilidade da pesca comercial)
III. ANALISANDO AS RESPOSTAS DO
          GOVERNO MOÇAMBICANO
1.   Reforço das capacidades da força naval (aquisição de lanchas e navios de
     patrulha)
2.   Melhoramento das capacidades humanas e materiais
3.   Adopção de uma legislação eficaz de combate a pirataria
4.   Engajamento do sector privado
5.   Engajamento da população costeira para denuncias e informações
6.   A maior limitação das operações navais de combate à pirataria tem sido o
     destino a dar aos suspeitos capturados, já que o crime de pirataria não está
     previsto no ordenamento jurídico-penal da maior parte dos países
7.   Criação de um maritime awereness (consciência da importância do mar
     para Moçambique)
8.   Maior controlo no registro de embarcações
9.   Criação de centros focais nas zonas de maior propensão a ataques piratas
IV.    AS PERSPECTIVAS DE COOPERAÇÃO
            REGIONAL E INTERNACIONAL
1.    Patrulhamento marítimo conjunto nas águas territoriais de Moçambique
      (Moç. RSA, Tanzania, India, França, Espanha e EUA)
2.    Cooperação internacional (troca de informações, treinamento da força
      naval, etc)
3.    Apoios na aquisição de meios materiais
4.    Desenvolvimento de legislação regional de combate a pirataria que possa
      contribuir para prender e processor piratas
5.    Estão sendo promovidas reuniões regionais de coordenação e troca de
      informação
6.    Visando metigar a pesca ilegal na África Austral, 8 países criaram um
      grupo de trabalho com o fim de estabelecer um centro de gestão regional
7.    Os estados da SADC vão instalar um sistema que assegura o rastreio das
      capturas de peixe e das artes da pesca
8.    Alguns governos ocidentais estão a promover treinamento e formação a
      guarda costeira moçambicana

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Juizados Especiais Criminais
Juizados Especiais CriminaisJuizados Especiais Criminais
Juizados Especiais CriminaisOzéas Lopes
 
FORMAÇÃO BÁSICA DO COMBATENTE PPB/2
FORMAÇÃO BÁSICA DO COMBATENTE PPB/2FORMAÇÃO BÁSICA DO COMBATENTE PPB/2
FORMAÇÃO BÁSICA DO COMBATENTE PPB/2Falcão Brasil
 
Apresentação projeto pibid
Apresentação projeto pibidApresentação projeto pibid
Apresentação projeto pibidpibidbio
 
BULLYING E CYBERBULLYING
BULLYING E CYBERBULLYINGBULLYING E CYBERBULLYING
BULLYING E CYBERBULLYINGCÉSAR TAVARES
 
ESTÁGIO BÁSICO DO COMBATENTE DE MONTANHA PPE 08/1
ESTÁGIO BÁSICO DO COMBATENTE DE MONTANHA PPE 08/1ESTÁGIO BÁSICO DO COMBATENTE DE MONTANHA PPE 08/1
ESTÁGIO BÁSICO DO COMBATENTE DE MONTANHA PPE 08/1Falcão Brasil
 
CADERNO DE INSTRUÇÃO PATRULHAS CI 21-75/1
CADERNO DE INSTRUÇÃO PATRULHAS CI 21-75/1CADERNO DE INSTRUÇÃO PATRULHAS CI 21-75/1
CADERNO DE INSTRUÇÃO PATRULHAS CI 21-75/1Falcão Brasil
 
Inteligência e Contrainteligência Empresarial
Inteligência e Contrainteligência EmpresarialInteligência e Contrainteligência Empresarial
Inteligência e Contrainteligência EmpresarialMilton R. Almeida
 
Violência Na Escola
Violência Na EscolaViolência Na Escola
Violência Na Escolabethbal
 
O Simulado para fazer exame teórico do Detran 2017
O Simulado para fazer exame teórico do Detran 2017O Simulado para fazer exame teórico do Detran 2017
O Simulado para fazer exame teórico do Detran 2017marcoaureliosargi
 
Direito penal i lei penal no espaço
Direito penal i   lei penal no espaçoDireito penal i   lei penal no espaço
Direito penal i lei penal no espaçoUrbano Felix Pugliese
 
CADERNO DE INSTRUÇÃO BALIZAMENTO DE VIATURAS BLINDADAS CI 17-10
CADERNO DE INSTRUÇÃO BALIZAMENTO DE VIATURAS BLINDADAS CI 17-10CADERNO DE INSTRUÇÃO BALIZAMENTO DE VIATURAS BLINDADAS CI 17-10
CADERNO DE INSTRUÇÃO BALIZAMENTO DE VIATURAS BLINDADAS CI 17-10Falcão Brasil
 
MANUAL DE CAMPANHA EMPREGO DA CAVALARIA C 2-1
MANUAL DE CAMPANHA EMPREGO DA CAVALARIA C 2-1 MANUAL DE CAMPANHA EMPREGO DA CAVALARIA C 2-1
MANUAL DE CAMPANHA EMPREGO DA CAVALARIA C 2-1 Falcão Brasil
 
INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS EMPREGO DAS PEQUENAS FRAÇÕES DO BATALHÃO DE INFANTARIA...
INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS EMPREGO DAS PEQUENAS FRAÇÕES DO BATALHÃO DE INFANTARIA...INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS EMPREGO DAS PEQUENAS FRAÇÕES DO BATALHÃO DE INFANTARIA...
INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS EMPREGO DAS PEQUENAS FRAÇÕES DO BATALHÃO DE INFANTARIA...Falcão Brasil
 
CADERNO DE INSTRUÇÃO O PELOTÃO DE FUZILEIROS NO COMBATE EM ÁREA EDIFICADA CI ...
CADERNO DE INSTRUÇÃO O PELOTÃO DE FUZILEIROS NO COMBATE EM ÁREA EDIFICADA CI ...CADERNO DE INSTRUÇÃO O PELOTÃO DE FUZILEIROS NO COMBATE EM ÁREA EDIFICADA CI ...
CADERNO DE INSTRUÇÃO O PELOTÃO DE FUZILEIROS NO COMBATE EM ÁREA EDIFICADA CI ...Falcão Brasil
 
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos...
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos...CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos...
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos...Falcão Brasil
 
PROGRAMA DE INSTRUÇÃO MILITAR EB70-P-11.001
PROGRAMA DE INSTRUÇÃO MILITAR EB70-P-11.001PROGRAMA DE INSTRUÇÃO MILITAR EB70-P-11.001
PROGRAMA DE INSTRUÇÃO MILITAR EB70-P-11.001Falcão Brasil
 
1.-Apresentação-Oficina-1-CRMG.pptx
1.-Apresentação-Oficina-1-CRMG.pptx1.-Apresentação-Oficina-1-CRMG.pptx
1.-Apresentação-Oficina-1-CRMG.pptxAndrLuizFerreira19
 
Programa do Ensino Profissional Marítimo para Aquaviários PREPOM - 2014
Programa do Ensino Profissional Marítimo para Aquaviários PREPOM - 2014Programa do Ensino Profissional Marítimo para Aquaviários PREPOM - 2014
Programa do Ensino Profissional Marítimo para Aquaviários PREPOM - 2014Falcão Brasil
 

Mais procurados (20)

Juizados Especiais Criminais
Juizados Especiais CriminaisJuizados Especiais Criminais
Juizados Especiais Criminais
 
FORMAÇÃO BÁSICA DO COMBATENTE PPB/2
FORMAÇÃO BÁSICA DO COMBATENTE PPB/2FORMAÇÃO BÁSICA DO COMBATENTE PPB/2
FORMAÇÃO BÁSICA DO COMBATENTE PPB/2
 
MicroscóPio
MicroscóPioMicroscóPio
MicroscóPio
 
Apresentação projeto pibid
Apresentação projeto pibidApresentação projeto pibid
Apresentação projeto pibid
 
BULLYING E CYBERBULLYING
BULLYING E CYBERBULLYINGBULLYING E CYBERBULLYING
BULLYING E CYBERBULLYING
 
ESTÁGIO BÁSICO DO COMBATENTE DE MONTANHA PPE 08/1
ESTÁGIO BÁSICO DO COMBATENTE DE MONTANHA PPE 08/1ESTÁGIO BÁSICO DO COMBATENTE DE MONTANHA PPE 08/1
ESTÁGIO BÁSICO DO COMBATENTE DE MONTANHA PPE 08/1
 
CADERNO DE INSTRUÇÃO PATRULHAS CI 21-75/1
CADERNO DE INSTRUÇÃO PATRULHAS CI 21-75/1CADERNO DE INSTRUÇÃO PATRULHAS CI 21-75/1
CADERNO DE INSTRUÇÃO PATRULHAS CI 21-75/1
 
Inteligência e Contrainteligência Empresarial
Inteligência e Contrainteligência EmpresarialInteligência e Contrainteligência Empresarial
Inteligência e Contrainteligência Empresarial
 
Violência Na Escola
Violência Na EscolaViolência Na Escola
Violência Na Escola
 
O Simulado para fazer exame teórico do Detran 2017
O Simulado para fazer exame teórico do Detran 2017O Simulado para fazer exame teórico do Detran 2017
O Simulado para fazer exame teórico do Detran 2017
 
Direito penal i lei penal no espaço
Direito penal i   lei penal no espaçoDireito penal i   lei penal no espaço
Direito penal i lei penal no espaço
 
Segurança dignitário 1 e 2
Segurança dignitário 1 e 2Segurança dignitário 1 e 2
Segurança dignitário 1 e 2
 
CADERNO DE INSTRUÇÃO BALIZAMENTO DE VIATURAS BLINDADAS CI 17-10
CADERNO DE INSTRUÇÃO BALIZAMENTO DE VIATURAS BLINDADAS CI 17-10CADERNO DE INSTRUÇÃO BALIZAMENTO DE VIATURAS BLINDADAS CI 17-10
CADERNO DE INSTRUÇÃO BALIZAMENTO DE VIATURAS BLINDADAS CI 17-10
 
MANUAL DE CAMPANHA EMPREGO DA CAVALARIA C 2-1
MANUAL DE CAMPANHA EMPREGO DA CAVALARIA C 2-1 MANUAL DE CAMPANHA EMPREGO DA CAVALARIA C 2-1
MANUAL DE CAMPANHA EMPREGO DA CAVALARIA C 2-1
 
INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS EMPREGO DAS PEQUENAS FRAÇÕES DO BATALHÃO DE INFANTARIA...
INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS EMPREGO DAS PEQUENAS FRAÇÕES DO BATALHÃO DE INFANTARIA...INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS EMPREGO DAS PEQUENAS FRAÇÕES DO BATALHÃO DE INFANTARIA...
INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS EMPREGO DAS PEQUENAS FRAÇÕES DO BATALHÃO DE INFANTARIA...
 
CADERNO DE INSTRUÇÃO O PELOTÃO DE FUZILEIROS NO COMBATE EM ÁREA EDIFICADA CI ...
CADERNO DE INSTRUÇÃO O PELOTÃO DE FUZILEIROS NO COMBATE EM ÁREA EDIFICADA CI ...CADERNO DE INSTRUÇÃO O PELOTÃO DE FUZILEIROS NO COMBATE EM ÁREA EDIFICADA CI ...
CADERNO DE INSTRUÇÃO O PELOTÃO DE FUZILEIROS NO COMBATE EM ÁREA EDIFICADA CI ...
 
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos...
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos...CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos...
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos...
 
PROGRAMA DE INSTRUÇÃO MILITAR EB70-P-11.001
PROGRAMA DE INSTRUÇÃO MILITAR EB70-P-11.001PROGRAMA DE INSTRUÇÃO MILITAR EB70-P-11.001
PROGRAMA DE INSTRUÇÃO MILITAR EB70-P-11.001
 
1.-Apresentação-Oficina-1-CRMG.pptx
1.-Apresentação-Oficina-1-CRMG.pptx1.-Apresentação-Oficina-1-CRMG.pptx
1.-Apresentação-Oficina-1-CRMG.pptx
 
Programa do Ensino Profissional Marítimo para Aquaviários PREPOM - 2014
Programa do Ensino Profissional Marítimo para Aquaviários PREPOM - 2014Programa do Ensino Profissional Marítimo para Aquaviários PREPOM - 2014
Programa do Ensino Profissional Marítimo para Aquaviários PREPOM - 2014
 

Destaque

Segurança Maritima e Desnvolvimento Sustentavel - Francisco Andre Barros Conde
Segurança Maritima e Desnvolvimento Sustentavel  -  Francisco Andre Barros CondeSegurança Maritima e Desnvolvimento Sustentavel  -  Francisco Andre Barros Conde
Segurança Maritima e Desnvolvimento Sustentavel - Francisco Andre Barros CondeAndré Conde
 
Corrupcao e etica em Mocambique
Corrupcao e etica em MocambiqueCorrupcao e etica em Mocambique
Corrupcao e etica em MocambiqueCarlos Sapura
 
O papel da OMI na proteção e prevenção da poluição marítima causada pe...
O papel da OMI na proteção e prevenção da poluição marítima causada pe...O papel da OMI na proteção e prevenção da poluição marítima causada pe...
O papel da OMI na proteção e prevenção da poluição marítima causada pe...Tiago Zanella
 
Hist´. da teologia
Hist´. da teologiaHist´. da teologia
Hist´. da teologiaismarbp
 
História da teologia
História da teologiaHistória da teologia
História da teologiaugleybson
 
A produção do espaço africano
A produção do espaço africano A produção do espaço africano
A produção do espaço africano pedrohd8
 
A gestão do espaço marítimo
A gestão do espaço marítimoA gestão do espaço marítimo
A gestão do espaço marítimoOxana Marian
 
Africa, relevo, clima, hidrografia e vegetação( trabalho de geografia, colegi...
Africa, relevo, clima, hidrografia e vegetação( trabalho de geografia, colegi...Africa, relevo, clima, hidrografia e vegetação( trabalho de geografia, colegi...
Africa, relevo, clima, hidrografia e vegetação( trabalho de geografia, colegi...Alexsanderhl
 
Fundamentos do direito marítimo
Fundamentos do direito marítimoFundamentos do direito marítimo
Fundamentos do direito marítimoElias Mascarenhas
 
Poluição dos oceanos
Poluição dos oceanosPoluição dos oceanos
Poluição dos oceanosRaúl Freitas
 
Contaminação e poluição da água
Contaminação e poluição da águaContaminação e poluição da água
Contaminação e poluição da águaSGC
 
POLUIÇÃO DA ÁGUA
POLUIÇÃO DA ÁGUAPOLUIÇÃO DA ÁGUA
POLUIÇÃO DA ÁGUATecnomil
 

Destaque (16)

Segurança Maritima e Desnvolvimento Sustentavel - Francisco Andre Barros Conde
Segurança Maritima e Desnvolvimento Sustentavel  -  Francisco Andre Barros CondeSegurança Maritima e Desnvolvimento Sustentavel  -  Francisco Andre Barros Conde
Segurança Maritima e Desnvolvimento Sustentavel - Francisco Andre Barros Conde
 
Corrupcao e etica em Mocambique
Corrupcao e etica em MocambiqueCorrupcao e etica em Mocambique
Corrupcao e etica em Mocambique
 
O papel da OMI na proteção e prevenção da poluição marítima causada pe...
O papel da OMI na proteção e prevenção da poluição marítima causada pe...O papel da OMI na proteção e prevenção da poluição marítima causada pe...
O papel da OMI na proteção e prevenção da poluição marítima causada pe...
 
Hist´. da teologia
Hist´. da teologiaHist´. da teologia
Hist´. da teologia
 
História da teologia
História da teologiaHistória da teologia
História da teologia
 
Guida pratica alla gestione dei rifiuti nelle imprese
Guida pratica alla gestione dei rifiuti nelle impreseGuida pratica alla gestione dei rifiuti nelle imprese
Guida pratica alla gestione dei rifiuti nelle imprese
 
Poluição do mar
Poluição do marPoluição do mar
Poluição do mar
 
A produção do espaço africano
A produção do espaço africano A produção do espaço africano
A produção do espaço africano
 
A gestão do espaço marítimo
A gestão do espaço marítimoA gestão do espaço marítimo
A gestão do espaço marítimo
 
Africa, relevo, clima, hidrografia e vegetação( trabalho de geografia, colegi...
Africa, relevo, clima, hidrografia e vegetação( trabalho de geografia, colegi...Africa, relevo, clima, hidrografia e vegetação( trabalho de geografia, colegi...
Africa, relevo, clima, hidrografia e vegetação( trabalho de geografia, colegi...
 
Fundamentos do direito marítimo
Fundamentos do direito marítimoFundamentos do direito marítimo
Fundamentos do direito marítimo
 
Poluição dos oceanos
Poluição dos oceanosPoluição dos oceanos
Poluição dos oceanos
 
PoluiçãO áGua 8ºB
PoluiçãO áGua 8ºBPoluiçãO áGua 8ºB
PoluiçãO áGua 8ºB
 
Contaminação e poluição da água
Contaminação e poluição da águaContaminação e poluição da água
Contaminação e poluição da água
 
POLUIÇÃO DA ÁGUA
POLUIÇÃO DA ÁGUAPOLUIÇÃO DA ÁGUA
POLUIÇÃO DA ÁGUA
 
Poluição das Águas
Poluição das  ÁguasPoluição das  Águas
Poluição das Águas
 

Segurança marítima no canal de moçambique

  • 1. MENSURANDO AS AMEAÇAS E ANALISANDO AS RESPOSTAS DE MOÇAMBIQUE Énio Viegas Filipe Chingotuane
  • 2. I. A SECURITIZAÇÃO DO MAR  O conceito de securitização, lançado por Buzan, Waever e de Wilde (1998), abarca a idéia de que não existe uma segurança objetivamente considerada. Para esses autores, toda ameaça é socialmente construída por meio de discursos de atores significativos na esfera da segurança internacional, passando pela aceitação do público. A ideia principal é que sejam tomadas medidas de segurança, não necessariamente porque uma ameaça existencial realmente existe, mas porque o assunto é apresentado como tal”. Portanto, securitização é “o uso da retórica da ameaça existencial com o objetivo de levar um assunto para dentro das prioridades governativas’’, justificando assim a adoção de medidas de emergência, de procedimentos políticos extraordinários e eventualmente o uso da força (1998, p. 24-25).  Durante muito tempo os estados do canal de Moçambique ignoraram a importância do mar na sua dimensão securitária, principalmente porque não existiam consideráveis ameaças ou se menosprezavam as ameaças existentes porque não influíam directamente no normal funcionamento das instituições do estado.  Somente com a emergência da ameaça da pirataria marítima, os estados da região tomaram a consciência da necessidade de securitização do Mar.
  • 3. RECEIOS DOS ESTADOS: • Nem todo o processo de securitização do mar é facilmente aceite pelos estados da região pois, a securitização do mar pode servir como potencial fundamentação para o intervencionismo norte-americano ou de outras potencias ocidentais; • A internacionalização da questão da pirataria no canal de Moçambique pode resultar no desrespeito a soberania marítima pelas grandes potencias em nome da defesa dos interesses das suas embarcações ou do comércio internacional. Alias alguns países já enviaram soldados seus para recuperarem navios sequestrados; • O discurso das grandes potencias evidencia, de forma subtil, o aproveitamento das novas ameaças no mar, que são assumidas como tendo um carácter transnacional, para uma maior intervenção nos países incapazes de suster estas ameaças pelos próprios meios ; • A retórica das potencias, evidencia a necessidade de acções securitizadoras que se retroalimentam. Por um lado, os países africanos pedem ajuda material e financeira para actuarem por si mesmos enquanto as potencias consideram os países africanos ineptos e defendem a necessidade de eles mesmos dirigirem os processos.
  • 4. II. IDENTIFICANDO AS AMEAÇAS NO CANAL DE MOÇAMBIQUE Apesar da retórica discursiva em relação a segurança marítima se concentrar excessivamente na piratária, o canal de moçambique é propenso a uma vasto leque de ameaças a segurança marítima:  Pirataria  Tráfico ilegal e contrabando  Imigração Ilegal e Refugiados  Poluição marítima  Pesca Ilegal
  • 5. II. MENSURANDO AS AMEAÇAS NO CANAL DE MOÇAMBIQUE  PIRATARIA Até muito recentemente, o canal de Moçambique figurava como uma das zonas maritimas livres da pirataria. Durante esse periodo, a pirataria no continente africano ocorria predominantemente na africa ocidental e no corno de África. Por causa do enorme esforço nternacioal para estancar a pirataria no corno de África, os piratas da somalia são obrigados a procurar novos lugares, menos protegidos para prosseguirem com as suas actividades. Os recentes ataques sobre navios ao longo da costa de Madagascar e o ataque ao navio Vega 5 ao largo da costa moçambicana alertaram as autoridades moçambicanas para a real ameaça que a pirataria impõe sobre o canal de moçambique.
  • 6. Causas da pirataria no canal de Moçambique: 1. O estado de anarquia resultante do falhanço do estado Somali 2. Pobreza absoluta das populaces do corno de africa 3. Longos periodos de estiagem e secas no corno de Africa contribuindo para a fome e a miséria 4. Desemprego exarcebado 5. Instabilidade politico e social 6. Elevados indices de criminalidade 7. Actividades predatórias dos recursos marítimos somalianos por parte de armadores estrangeiros que prejudicam grandemente os pescadores locais 8. despejos de resíduos tóxicos nas águas jurisdicionais somalis, que terão, provocado malformações na respectiva população e reduzido a população de mariscos e consequentemente prejudicado a industria pesqueira
  • 7. Ataques sucedidos: 1. Ataque ao Vega 5 em 2010 propriedade da empresa Efripel Lda (proximidades do Arquipélago de Bazaruto, Inhambane) 2. Ataque ao navio “MV PANAMÁ” de uma companhia sediada nos EUA (largo da costa tanzaniana junto á fronteira com Moçambique). 3. Vários ataques frustrados ao longo da costa norte de Moçambique e principalmente ao longo das ilhas de Madagascar Modos operanda dos piratas: 1. Perseguição de navios com recurso a lanchas pequenas 2. Sequestro de navios de pesca, de passageiros e de cargas 3. Uso da tripulação como refêns 4. Apropriação de produtos, equipamentos e bens monetários dos navios 5. Chantagem e cobrança de valores 6. Ataques mais bem organizados 7. Ataques com recurso a lança granadas e modernas armas automática
  • 8. Consequências: 1. Prejuizos na industria Pesqueira 2. Pode prejudicar os investimentos dos Mega projectos na Industria extrativa e na exploração de hidrocarbonetos 3. Retracção de investimentos 4. Prejuízos no comércio maritimo 5. Aumento dos custos nos seguros dos navios e em empresas privadas de segurança 6. Novos encargos financeiros não só para os armadores mas para os estados na protecção do tráfego maritimo 7. Encarrecimento do transporte maritimo pois, os navios são obrigados a andar em grande velociadade, consumindo mais combustível e, são obrigados a desviarem-se das suas rotas também originando um maior consume de combustível) 8. Encarrecimento dos produtos nos destinos dos navios devido ao encarrecimento do transporte maritimo 9. Prejuizos no turismo costeiro 10. Possivel decréscimo da navegação nesta zona, com o número de navios ao longo do canal de moçambique a cair
  • 9. • TRÁFICO ILEGAL E CONTRABANDO: CRIME ORGANIZADO TRANSNACIONAL 1. Tráfico de seres humanos segundo o Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em especial de Mulheres e Crianças (Palermo, 2000),a expressão tráfico de pessoas significa: “o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo à ameaça ou uso da força ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração.” (este fenómeno começa a ganhar contornos preocupantes havendo várias evidências do uso da costa moçambicana para o tráfico de pessoas oriundas de países como a Somalia, Etiópia, Quénia, Tanzânia com destino a RSA onde servem o turismo sexual cada vez mais crescente naquele país)
  • 10. 2. Tráfico de armas ligeiras Actualmente esta actividade não representa uma grande ameaça para Moçambique mercé da situação de estabilidade política que os países da região gozam. Todavia, o tráfico de armas não deixa de ser uma preocupação continua do estado Moçambicano pois, as armas ligeiras e de pequeno calibre são consideradas as mais destrutivas. São as armas empregadas na maior parte dos atentados graves aos direitos humanos e causam mais mortes do que as armas de grande calibre pela sua grande disseminação e fácil acesso . O mercado mundial de armas ligeiras está fora de controle. As armas ligeiras e de pequeno calibre são aquelas que podem ser transportadas por um soldado individualmente ou por um pequeno veículo. Baratas, largamente acessíveis e facilmente negociáveis ou contrabandeadas, se tornam as armas de eleição na maioria dos conflitos em nível mundial e para as guangues criminosas. Estas armas vão de um país a outro, dentro de um mercado global desregulado, passando de governos responsáveis a governos irresponsáveis, contrabandistas, grupos terroristas e facções do crime organizado
  • 11. 3. Tráfico de drogas O tráfico de drogas é normalmente definido como a actividade pela qual se promove, favorece e facilita o consumo ilegal de drogas proibidas como estupefacientes, substâncias psicotrópicas, mediante o cultivo, fabricação, distribuição, comercialização, transporte para os mercados consumidores. Esta actividade representa uma grande ameaça para o país, sendo que, os últimos anos registaram apreensões de várias toneladas de droga ao longo da costa. Grande parte desta droga chega ao largo da costa moçambicana em navios de grande tonelagem e posteriormente é transportada para a costa em pequenas embarcações. As evidencias demonstram que o país não destino preferencial da droga traficada mas sim, é utilizado como corredor para alimentar os mercados da Europa e RSA)
  • 12. Consequências do tráfico ilegal e contrabando: 1. Aumento da prostituição 2. Aumento do crime organizado 3. Ameaça a segurança pública 4. Estabelecimento de carteis e gangues criminosas 5. Aumento de assaltos a mão armada resultante da facilidade de aquisição de armas 6. Aumento da corrupção 7. Ameaça a segurança nacional 8. Aumento de viciados 9. Assassinatos 10. Queda da reputação do estado perante os parceiros internacionais 11. Aumento da pressão internacional para conter este tipo de actividades ilicitas 12. Retracção dos investimentos 13. Aumento das despesas governamentais para combater estes males 14. A guerra torna-se uma opção mais barata e atrativa devido ao fácil acesso às armas
  • 13. • IMIGRAÇÃO ILEGAL E REFUGIADOS Moçambique figura hoje como um dos maiores receptores de imigrantes e refugiados do mundo inteiro e grande parte deles entra pelo mar. Moçambique representa, ao mesmo tempo, um país de acolhimento e de trânsito. Origem dos imigrates que entram por mar: 1. Corno de África (Somália e Etiópia) 2. Africa Oriental (Quénia, Ruanda , Burundi, Tanzania e RDC) 3. Asia (paquistão, Bangladesh, China) Factores que atraem os imigrantes: 1. Proximidade com a África do Sul 2. Estabilidade política e económica 3. Fragilidade de controlo fronteiri;o 4. Existência de recursos minerais não explorados 5. Facilidades de desenvolvimento do comércio formal e informal 6. Existências de familaires previamente instalados em Moçambique
  • 14. Consequências: Negativas: 1. Aumento da criminalidade 2. Aumento da prostituição 3. Aumentos crescentes dos gastos do governo por causa do repatriamento 4. Aumento da despesa pública por causa do investimento na policia, escolas, habitação e hospitais 5. Aumento do crime organizado como a falsificação de moeda e agiotismo 6. Lavagem de dinheiro e exportação de divisas 7. Mineração ilegal 8. caça furtiva 9. desflorestação causada pelo abate indiscriminado de madeira 10. Os imigrantes estão associados ao contrabando mercadorias 11. Fuga ao fisco 12. Os imigrantes promovem a corrupção para escapar o controlo policial 13. Segregação racial 14. Contratação de ilegais
  • 15. Positivas: 1. Aumento do comércio informal 2. Aumento do investimento em infra-estruturas como lojas, pensões e hoteis 3. Aumento das oportunidades de emprego como resultado do investimento dos imigrantes 4. Aumento da eficiencia economica motivada pela concorrência 5. Aumento da oferta de bens e serviços 6. Aumento do consumo devido a maior disponibilidade de produtos 7. Estabelecimento de ligações comerciais com novos mercados 8. Aumento da diversidade cultural
  • 16. • POLUIÇÃO MARÍTIMA A poluição marítima constitui hoje um dos grandes desafios para os estados costeiros de todo o mundo. A constatação deste problema pode ser evidenciado pelos crescentes niveis de desoxigenação das águas marítimas, o aumento da salinidade e o aumento dos níveis de minerais e poluentes presentes na água . Origem da poluição: 1. Lixo e derrame de óleos das embarcações 2. Lixo industrial jogado no mar 3. Derramamento de esgotos das cidades sem serem tratados 4. Derramamento de petróleo provocado pela exploração de poços de petróleo no mar; limpeza dos tanques dos petroleiros e outros navios; refinarias e instalações petroquímicas instaladas junto ao litoral 5. Deposição de lixo químico no mar
  • 17. consequências: 1. Destruição de ecossistemas marinhos 2. Destruição da biodiversidade 3. Eliminação de espácies ou migração de especies 4. Surgimento de zonas incapacidade de sustentar a vida marina 5. Prejuizos na industria pesqueira 6. Prejuizos na industria turística
  • 18. • PESCA ILEGAL (PREDATÓRIA) A pesca ilegal representa a verdadeira pirataria no canal de Moçambique, superando de longe as ameaças advindas da pirataria, imigração ilegal, tráfico ilegal e da poluição maritima. A pesca ilegal ocorre todos os dias longe do controlo governamental e representa um verdadeiro flagelo aos países do canal de Moçambique. Moçambique perde, por ano, 35 milhões de dólares devido à pesca ilegal. A fraca capacidade de fiscalização da pesca ilegal na costa moçambicana é difícil por causa da extensão territorial. O país tem uma costa com cerca de 2.780 quilómetros, sendo a terceira mais longa de África. Esta extensão costeira facilita a entrada clandestina de embarcações que praticam a pesca em Moçambique. A pesca ilegal pode ser definida como: ‘A extração de organismos aquaticos do meio onde se desnvolvem para diversos fins, praticada à margem das medidas de conservação e de gestão dos recursos haliêuticos tais como licenças de pesca, encerramento de zonas de pesca, períodos de defeso, totais admissíveis de capturas, regras técnicas, limitação do número de dias no mar, etc.’
  • 19. Consequências da pesca ilegal: 1. Esvaziamento do pescado no mar com impacto na reprodução das especies devido as técnicas de arrasto 2. Roubo de milhões de dólares ao estado 3. Deixa comunidades sem os alimentos e os rendimentos de que tanto necessitam, 4. Ambiente ou habitat marítimo destruído e despojado com reservas piscícolas ameaçadas 5. prejudica os esforços de conservação, de renovação das reservas existentes provocando a sua extinsão 6. Empobrece as unidades populacionais costeiras 7. Distorce a concorrência 8. sobrepesca (captura em quantidades acima das quotas acordadas internacionalmente para garantir a manutenção dos estoques de peixes ou a sustentabilidade da pesca comercial)
  • 20. III. ANALISANDO AS RESPOSTAS DO GOVERNO MOÇAMBICANO 1. Reforço das capacidades da força naval (aquisição de lanchas e navios de patrulha) 2. Melhoramento das capacidades humanas e materiais 3. Adopção de uma legislação eficaz de combate a pirataria 4. Engajamento do sector privado 5. Engajamento da população costeira para denuncias e informações 6. A maior limitação das operações navais de combate à pirataria tem sido o destino a dar aos suspeitos capturados, já que o crime de pirataria não está previsto no ordenamento jurídico-penal da maior parte dos países 7. Criação de um maritime awereness (consciência da importância do mar para Moçambique) 8. Maior controlo no registro de embarcações 9. Criação de centros focais nas zonas de maior propensão a ataques piratas
  • 21. IV. AS PERSPECTIVAS DE COOPERAÇÃO REGIONAL E INTERNACIONAL 1. Patrulhamento marítimo conjunto nas águas territoriais de Moçambique (Moç. RSA, Tanzania, India, França, Espanha e EUA) 2. Cooperação internacional (troca de informações, treinamento da força naval, etc) 3. Apoios na aquisição de meios materiais 4. Desenvolvimento de legislação regional de combate a pirataria que possa contribuir para prender e processor piratas 5. Estão sendo promovidas reuniões regionais de coordenação e troca de informação 6. Visando metigar a pesca ilegal na África Austral, 8 países criaram um grupo de trabalho com o fim de estabelecer um centro de gestão regional 7. Os estados da SADC vão instalar um sistema que assegura o rastreio das capturas de peixe e das artes da pesca 8. Alguns governos ocidentais estão a promover treinamento e formação a guarda costeira moçambicana