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RECOMENDAÇÃO
TÉCNICA
DE PROCEDIMENTOS
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
TEMPORÁRIAS EM
CANTEIROS DE OBRAS
RTP 05
RECOMENDAÇÃO TÉCNICA
DE PROCEDIMENTOS
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro do Trabalho e Emprego
Carlos Lupi
FUNDACENTRO
Presidente em exercício
Osvaldo da Silva Bezerra
Diretor Executivo
Osvaldo da Silva Bezerra
Diretor Técnico
Carlos Sérgio da Silva
Diretora de Administração e Finanças
Renata Maria Celeguim
RECOMENDAÇÃO TÉCNICA
DE PROCEDIMENTOS
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS TEMPORÁRIAS
EM CANTEIROS DE OBRAS
NR 18 - CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DO
TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO
Elaboração
Coordenador
Maurício José Viana
Tecnologista – Fundacentro Pernambuco
Artur Carlos Moreira da Silva
Tecnologista – Fundacentro Santa Catarina
Orlando Cassiano Mantovani
Tecnologista – Fundacentro Santa Catarina
Paulo César de Souza
Tecnologista – Fundacentro Minas Gerais
Swylmar dos Santos Ferreira
Tecnologista – Fundacentro Distrito Federal
São Paulo
2007
I59 Instalações elétricas temporárias em canteiros de obras / coordenador,
Maurício José Viana ; Artur Carlos Moreira da Silva ; Orlando Cassiano
Mantovani ...[et al]. São Paulo : Fundacentro, 2007.
44 p. : il. (Recomendação técnica de procedimentos. RTP ; 05).
ISBN 978-85-98117-22-5
1. Canteiro de obras – Instalações elétricas temporárias – Segurança no
trabalho. I. Viana, Maurício José. II. Silva, Artur Carlos Moreira da. III.
Mantovani, Orlando Cassiano. IV. Título.
CIS/OIT Hbac Hez As CDU 69.055:696.6:614.8
Catalogação na Fonte Biblioteca Fundacentro
APRESENTAÇÃO
A presente publicação tem como objetivo principal orientar os profissionais
de segurança e saúde no trabalho e demais atores sociais presentes ou envolvidos
com as atividades da indústria da construção quanto aos riscos relacionados às
instalações elétricas temporárias nos canteiros de obras.
A publicação desta recomendação técnica de procedimentos (RTP 05) possi-
bilitará aos profissionais de SST e da indústria da construção maior embasamento
técnico sobre instalações elétricas temporárias em canteiros de obras, o que é es-
sencial para promover a segurança, a saúde e a qualidade de vida dos trabalhadores
dessa atividade econômica.
Com esta publicação, a Fundacentro/MTE reafirma seu compromisso histó-
rico com a produção e a disseminação de conhecimentos acerca das condições de
trabalho, contribuindo para a promoção da segurança e da saúde dos trabalhadores
nos ambientes laborais.
A Direção
SUMÁRIO
1. Introdução ................................................................................................... 09
2. Choque elétrico ........................................................................................... 10
2.1 Definição .......................................................................................... 10
2.2 Efeito da corrente elétrica................................................................. 10
2.3 Classificação do choque elétrico ...................................................... 10
2.4 Percurso da corrente elétrica através do corpo humano................... 11
2.4.1 Conceitos.......................................................................................... 12
2.5 Efeitos fisiológicos diretos da eletricidade....................................... 13
2.6 Efeitos fisiológicos indiretos da eletricidade.................................... 13
3. Tipos de proteção contra choques elétricos.............................................. 14
3.1 Proteção contra contatos diretos....................................................... 14
3.1.1 Isolação das partes vivas .................................................................. 15
3.1.2 Barreiras ou invólucros .................................................................... 16
3.1.3 Obstáculos ........................................................................................ 16
3.1.4 Colocação fora de alcance................................................................ 17
3.2 Proteção contra contatos indiretos.................................................... 17
3.2.1 Dispositivo à corrente diferencial-residual – DR............................. 17
3.2.1.1 Princípio de funcionamento.............................................................. 18
3.2.1.2 Descrição.......................................................................................... 19
3.2.2 Esquema de aterramento TT............................................................. 20
3.2.2.1 Aterramento elétrico......................................................................... 20
3.2.2.2 Sistema de aterramento .................................................................... 21
3.2.2.3 Secção mínima do condutor de proteção.......................................... 23
3.2.2.4 Conexão dos eletrodos...................................................................... 23
4. Localização dos riscos elétricos ................................................................. 24
4.1 Quadros de distribuição.................................................................... 24
4.1.1 Quadro principal de distribuição...................................................... 25
4.1.2 Quadros intermediários (divisórios)................................................. 25
4.1.3 Quadros terminais: fixos ou móveis................................................. 26
4.2 Chaves elétricas................................................................................ 27
4.3 Instalações elétricas aéreas e subterrâneas ....................................... 28
4.4 Plugs e tomadas................................................................................ 30
4.4.1 Plugs e tomadas blindadas ............................................................... 31
4.5 Iluminação provisória....................................................................... 32
4.6 Máquinas e equipamentos ................................................................ 33
5. Equipamentos de proteção individual – EPI............................................ 34
5.1 Botina de couro, solado isolante....................................................... 34
5.2 Luvas isolantes para eletricista......................................................... 34
5.3 Luvas de cobertura em vaqueta........................................................ 34
5.4 Óculos de segurança......................................................................... 35
5.5 Capacete de segurança...................................................................... 35
5.6 Cinto de segurança / tabalarte .......................................................... 35
6. Equipamentos de proteção coletiva........................................................... 36
6.1 Detector de tensão ............................................................................ 36
6.2 Barreiras / invólucros / grades articuladas / bandeirolas
fitas / placas de sinalização / cones .................................................. 36
7. Ferramentas manuais com isolamento elétrico........................................ 37
8. Prevenção e combate a incêndio................................................................ 39
8.1 Agentes extintores............................................................................ 39
8.2 Como empregar os agentes extintores.............................................. 39
8.3 Utilização dos extintores em instalações elétricas energizadas........ 40
9. Bibliografia .................................................................................................. 41
RTP-05
10
1
INTRODUÇÃO
Na indústria da construção, o choque elétrico é uma das principais causas
de acidentes graves e fatais. Este grave quadro é decorrente da falta de projeto
adequado, de dificuldades na execução e na manutenção das instalações elétri-
cas temporárias dos canteiros de obras. As instalações elétricas temporárias em
canteiros de obras, na maioria das vezes, são executadas por profissionais não
qualificados, gerando com isso situações de extrema gravidade para a segurança
dos trabalhadores, dos equipamentos e das instalações.
A redução do quadro atual de acidentes de trabalho envolvendo instalações
elétricas necessita da adoção de novos métodos e dispositivos que permitam o
uso seguro e adequado da eletricidade, reduzindo o nível de perigo às pessoas, as
perdas de energia, os danos às instalações elétricas e aos bens.
O projeto das instalações elétricas temporárias deverá ser elaborado por profis-
sional legalmente habilitado, com recolhimento da Anotação de Responsabilidade
Técnica (ART) e executado por profissional qualificado.
O projeto das instalações elétricas temporárias deverá estabelecer os requisitos
e as condições para implementação de medidas de controle preventivas de forma a
garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores nos canteiros de obras. O projeto
deverá ficar à disposição das autoridades competentes e ser mantido atualizado.
Esta recomendação técnica de procedimentos (RTP) estabelece os métodos
básicos objetivando proteger a integridade física e a saúde dos trabalhadores que
direta ou indiretamente interagem com as instalações elétricas temporárias e as
atividades executadas nos canteiros de obras.
Suas orientações contemplam o planejamento, a organização, a execução,
a manutenção e o controle em conformidade com a NBR 5410 da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), com a Portaria 3.214/78 do Ministério
do Trabalho, Normas Regulamentadoras 10 e 18, bem como com outras normas
vigentes.
RTP-05
11
2
CHOQUE ELÉTRICO
2.1 Definição
É o efeito patofisiológico que resulta da passagem de uma corrente elétrica,
chamada de corrente de choque, através do organismo humano, podendo provocar
efeitos de importância e gravidades variáveis, bem como fatais.
2.2 Efeito da corrente elétrica
O efeito da corrente elétrica depende dos seguintes itens:
• Intensidade da corrente;
• Tempo de exposição;
• Percurso através do corpo humano;
• Condições orgânicas do indivíduo.
2.3 Classificação do choque elétrico
a) Contato direto
É o contato de pessoas e animais diretamente com partes energizadas de uma
instalação elétrica.
b) Contato indireto
É o contato de pessoas e animais com partes metálicas (equipamentos) ou
elementos condutores que, por falha de isolação, ficaram acidentalmente energi-
zados.
RTP-05
12
2.4 Percurso da corrente elétrica através do corpo humano
O percurso da corrente elétrica através do corpo humano depende da posição
de contato do indivíduo com a instalação (circuito) energizada ou que venha a
ficar energizada, podendo ser o mais variado possível.
RTP-05
13
2.4.1 Conceitos
Limiar de percepção
É a menor corrente que sensibiliza o corpo humano.
Tetanização
É a paralisia muscular provocada pela circulação de correntes elétricas através
dos tecidos nervosos que controlam os músculos.
Parada respiratória
Ocorre quando são envolvidos na tetanização os músculos peitorais, blo-
queando os pulmões e parando a função vital de respiração.
Asfixia
Contração de músculos ligados à respiração e/ou paralisia dos centros nervosos
que comandam a função respiratória causadas por correntes elétricas superiores ao
limite de largar. Se a corrente elétrica permanece, o indivíduo perde a consciência
e morre sufocado.
Fibrilação ventricular
Se a corrente elétrica atinge diretamente o músculo cardíaco, poderá perturbar
seu funcionamento regular. Os impulsos periódicos, que em condições normais
regulam as contrações (sístole) e as expansões (diástole), são alterados e o coração
vibra desordenadamente.
Queimadura por choque elétrico
A passagem da corrente elétrica pelo corpo humano gera calor produzindo
queimaduras, cuja gravidade depende da intensidade e do tempo de contato com
a corrente elétrica. Em altas tensões, os efeitos térmicos produzem destruição de
tecidos superficiais e/ou profundos, artérias, centros nervosos, além de causar
hemorragias.
RTP-05
14
2.5 Efeitos fisiológicos diretos da eletricidade
INTENSIDADE EFEITO CAUSAS
1 a 3 mA Percepção A passagem da corrente provoca
formigamento. Não existe perigo.
3 a 10 mA Eletrização A passagem da corrente provoca
movimentos.
10 mA
Tetanização
A passagem da corrente provoca
contrações musculares,
agarramento ou repulsão.
25 mA Parada Respiratória A corrente atravessa o cérebro.
25 a 30 mA Asfixia A corrente atravessa o tórax.
60 a 75 mA Fibrilação Ventricular A corrente atravessa o coração.
2.6 Efeitos fisiológicos indiretos da eletricidade
EFEITO CAUSAS
Transtornos Cardiovasculares O choque elétrico afeta o ritmo
cardíaco: infarto, taquicardia etc...
Queimaduras Internas A energia dissipada produz
queimaduras internas:
coagulação, carbonização.
Queimaduras Externas Produzidas por arco elétrico a 4000ºC.
Outros Transtornos Conseqüências da passagem Auditivo, ocular
da corrente nervoso, renal
RTP-05
15
3
TIPOS DE PROTEÇÃO
CONTRA CHOQUES ELÉTRICOS
Existem duas formas de proteção contra choques elétricos. Lembramos que
a medida de proteção prioritária contra choques elétricos é a desenergização
elétrica:
• Proteção contra contatos diretos
• Proteção contra contatos indiretos
3.1 Proteção contra contatos diretos
Os trabalhadores devem ser protegidos contra os perigos que possam resultar
de um contato com partes vivas da instalação, tais como condutores nus ou des-
cobertos, terminais de equipamentos elétricos etc.
A proteção contra contatos diretos deve ser assegurada por meio de:
RTP-05
16
• Isolação das partes vivas;
• Barreiras ou invólucros;
• Obstáculos;
• Colocação fora de alcance.
3.1.1 Isolação das partes vivas
É destinada a impedir todos os contatos com as partes vivas da instalação
elétrica através do recobrimento total por uma isolação que somente possa ser
removida através de sua destruição.
As isolações dos componentes de uma instalação elétrica têm um papel fun-
damental na proteção contra choques elétricos.
Tipos de isolações:
• Básica: aplicada às partes vivas para assegurar um mínimo de proteção.
Ex: Isolação com fita isolante.
• Suplementar: destinada a assegurar a proteção contra choques elétricos no
caso de falha da isolação básica.
Ex: Isolamento com fita isolante complementada por mangueira isolante.
RTP-05
17
• Dupla: composta por isolação básica e suplementar.
Ex: Cabo com dupla isolação.
• Reforçada: aplicada sobre partes vivas, tem propriedades equivalentes às
da isolação dupla.
O recobrimento total por uma isolação deverá ter as mesmas características
do isolamento original do cabo.
3.1.2 Barreiras ou invólucros
São destinados a impedir todos os contatos com as partes vivas da instalação
elétrica, sendo que as partes vivas devem estar no interior de invólucros ou atrás
de barreiras.
Para instalação de barreiras ou invólucros, a rede elétrica deverá ser desligada.
3.1.3 Obstáculos
São destinados a impedir os contatos diretos acidentais com partes vivas,
sendo instalados em compartimentos cujo acesso é permitido somente a pessoas
autorizadas.
RTP-05
18
3.1.4 Colocação fora de alcance
É destinada a impedir os contatos acidentais, consistindo em instalar os condu-
tores energizados a uma altura/distância que fique fora do alcance do trabalhador,
das máquinas e dos equipamentos.
3.2 Proteção contra contatos indiretos
Os trabalhadores devem ser protegidos contra os perigos que possam resultar
de um contato com massas colocadas acidentalmente sob tensão através do des-
ligamento da fonte por disjuntor ou fusível rápido ou desligamento da fonte por
um dispositivo à corrente diferencial - DR.
3.2.1 Dispositivo à corrente diferencial-residual (DR)
Os dispositivos à corrente diferencial-residual (DR) constituem-se no meio
mais eficaz de proteção das pessoas e animais contra choques elétricos. Estes
dispositivos permitem o uso seguro e adequado da eletricidade, reduzindo o nível
de perigo às pessoas, as perdas de energia e os danos às instalações, porém sem
dispensar outros elementos de proteção (disjuntores, fusíveis etc.). A sua aplicação
é específica na proteção contra a corrente de fuga.
RTP-05
19
Gráfico com zonas tempo x corrente e os efeitos sobre as pessoas
IEC 479-1
Zona 1
Nenhum efeito perceptível
Zona 2
Efeitos fisiológicos geralmente não danosos
Zona 3
Efeitos fisiológicos notáveis (parada cardíaca, parada respiratória, contrações mus-
culares), geralmente reversíveis
Zona 4
Elevada probabilidade de efeitos fisiológicos graves e irreversíveis (fibrilação cardíaca,
parada respiratória
Zona 5 6
Faixas de atuação dos Dispositivos DR ou Disjuntores DR
3.2.1.1 Princípio de funcionamento
Os dispositivos DR podem ser divididos em três partes:
a) transformador toroidal;
b) disparador para conversão de uma grandeza elétrica em uma ação mecâ-
nica;
c) mecanismo móvel com os elementos de contato.
RTP-05
20
O princípio de funcionamento destes dispositivos é decorrente da aplicação da lei
deKirchhoff,ouseja,emumainstalaçãosemdefeito,asomageométricadascorrentes
nos condutores de fase e neutro é nula. Logo, o campo magnético gerado é nulo e
a tensão induzida no secundário do transformador também será nula, não havendo,
portanto, grandeza elétrica residual para conversão numa ação mecânica.
A detecção dessa diferença é feita por um núcleo ferromagnético que envolve os
condutores (menos o condutor PE) e que tem um enrolamento, no qual, em condições
normais, não circula nenhuma corrente. Se houver uma diferença entre as correntes
de entrada e de saída, surgirá uma tensão entre os terminais desse enrolamento, que
acionará um eletroímã, que por sua vez abrirá o circuito principal. A corrente con-
vencional de atuação do DR é representada por I∆n. Um DR de corrente nominal
de 30mA oferece proteção contra contatos indiretos e, se a corrente nominal for
menor ou igual a 30mA, oferecerá proteção também contra choques diretos.
3.2.1.2 Descrição
Os dispositivos à corrente diferencial-residual são aqueles capazes de detectar
a corrente diferencial-residual de um circuito elétrico, provocando o seccionamen-
to automático do mesmo, no caso desta corrente ultrapassar o valor especificado
de atuação do dispositivo DR, isto é, a corrente diferencial residual nominal de
atuação.
Estes dispositivos asseguram a proteção contra tensões de contato perigosas
provenientes de:
RTP-05
21
• Defeitos de isolamento em aparelhos ligados à terra;
• Contatos indiretos com o terra da instalação ou parte dela;
• Contatos indiretos com partes ativas da instalação;
• Curto-circuito com a terra cuja corrente atinge o valor nominal – “proteção
contra incêndio”.
3.2.2 Esquema de aterramento TT
O esquema de aterramento utilizado em canteiros de obras é o TT. Nesse es-
quema de aterramento existe um ponto de alimentação (geralmente o secundário
do transformador com seu ponto neutro) diretamente aterrado, estando as massas
da instalação ligadas a um eletrodo de aterramento, independentemente do eletro-
do de aterramento da alimentação, provido de uma proteção complementar a ser
instalado nas derivações da instalação (circuitos terminais), utilizando dispositivo
à corrente diferencial-residual (DR) para a proteção contra contatos indiretos por
seccionamento automático.
3.2.2.1 Aterramento elétrico
Aterramento elétrico é a ligação intencional com a terra, isto é, com o solo,
considerado um condutor através do qual a corrente elétrica pode fluir, difundindo-
se. Toda instalação ou peça condutora que não faça parte dos circuitos elétricos,
mas que, eventualmente, possa ficar sob tensão, deve ser aterrada, desde que esteja
em local acessível a contatos.
É recomendável utilizar o aterramento constante do projeto elétrico definitivo
para as instalações elétricas temporárias. O condutor de aterramento deverá estar
disponível em todos os andares, em todos os quadros de distribuição.
RTP-05
22
3.2.2.2 Sistema de aterramento
É o conjunto de condutores, hastes e conectores interligados, circundados por
elementos que dissipam para a terra as correntes impostas nesse sistema.
Os principais tipos de sistema de aterramento são:
1. Apenas uma haste cravada no chão;
2. Hastes dispostas triangularmente;
3. Hastes em quadrado;
4. Hastes alinhadas;
5. Placas metálicas enterradas no solo;
6. Fios ou cabos enterrados no solo, formando várias configurações:
• quadrado formando uma malha de terra
• em cruz
• estendido em vala
• em estrela
7. Eletrodos de fundação / encapsulados em concreto.
O projeto do sistema de aterramento deve ser desenvolvido de acordo com
normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Um sistema de aterramento deve ser composto das seguintes etapas:
1. Definir o local de aterramento;
2. Efetuar medições de resistividade no local definido;
3. Fazer a estratificação do solo.
O sistema de aterramento deve ser sempre dimensionado, levando em conta
a segurança das pessoas e a sensibilidade dos equipamentos.
A manutenção do sistema de aterramento deve ser executada com periodi-
cidade para evitar a corrosão e a oxidação de seus componentes. O projeto deve
ser elaborado por profissional legalmente habilitado e executado por trabalhador
qualificado.
RTP-05
23
Tipo de eletrodo Dimensões mínimas Observações
Tubo de aço zincado 2,40m de comprimento Enterramento totalmente
e diâmetro nominal a 25mm vertical
Perfil de aço zincado Cantoneira de (20mm x 20mm x 3mm) Enterramento totalmente
com 2,40m de comprimento vertical
Haste de aço zincado Diâmetro de 15mm com 2m Enterramento totalmente
ou 2,40m de comprimento vertical
Haste de aço revestida Diâmetro de 15mm com 2m Enterramento totalmente
de cobre ou 2,40m de comprimento vertical
Haste de cobre Diâmetro de 15mm com 2m Enterramento totalmente
ou 2,40m de comprimento vertical
Fita de cobre 25mm2
de secção, 2mm de Profundidade mínima de
espessura e 10m de comprimento 0,60m. Largura na
posição vertical
Fita de aço galvanizado 100mm2
de secção, 3mm de Profundidade mínima de
espessura e 10m de comprimento 0,60m. Largura na
posição vertical
Cabo de cobre 25mm2
de secção e 10m Profundidade mínima de
de comprimento 0,60m. Largura na
posição horizontal
Cabo de aço zincado 95mm2
de secção e 10m Profundidade mínima de
de comprimento 0,60m. Largura na
posição horizontal
Cabo de aço cobreado 50mm2
de secção e 10m Profundidade mínima de
de comprimento 0,60m. Largura na
posição horizontal
Exemplo:
• haste: de aço cobreado;
• comprimento: 2m ou 2,40m;
• secção: cilíndrica com diâmetro de 15mm;
• condutor: cobre, preferencialmente nu.
RTP-05
24
3.2.2.3 Secção mínima do condutor de proteção
Secção dos condutores fase Secção mínima do condutor
da instalação S(mm2
) de proteção correspondente - Sp(mm2
)
S<16 Sp = S
16<S=35 S=16
S>35 Sp = S/2
OBSERVAÇÕES
1– A secção de qualquer condutor de proteção que não faça parte do mesmo
cabo ou do mesmo invólucro que os condutores vivos deve ser, em qualquer caso,
não inferior a:
a) 2,5mm2
se possuir proteção mecânica;
b) 4,0mm2
se não possuir proteção mecânica.
2 – Na conexão do condutor de proteção com a massa, a mesma não poderá
ter materiais isolantes (ex.: tinta).
3 – A parte superior da haste deve situar-se a uma profundidade de, no mínimo,
0,5m (cinqüenta centímetros), a fim de evitar possíveis danos externos.
3.2.2.4 Conexão dos eletrodos
• Dispositivos mecânicos1
;
• Solda exotérmica2
;
• Conexões por compressão3
;
1
Apesar de apresentarem problemas de corrosão, quando devidamente protegidos, têm desempenho satisfatório, tendo
como principal vantagem a fácil desconexão, a facilidade de instalação e de serem encontrados nas lojas do ramo.
2
Ideal para as ligações diretas ao solo por se tratar de conexão permanente. Elimina problemas de corrosão e resistência
de contato. Necessita de mão-de-obra especializada para ser executada.
3
Apresentam baixa resistência de contato, mas não podem ser desconectadas para medição da resistência de aterra-
mento.
RTP-05
25
4
LOCALIZAÇÃO DOS RISCOS ELÉTRICOS
4.1 Quadros de distribuição
Nos canteiros de obras da indústria da construção, a distribuição de energia
elétrica deve ser feita através dos quadros elétricos de distribuição que, conforme
suas características, podem ser: quadro principal de distribuição, quadro interme-
diário de distribuição e quadro terminal de distribuição fixo e/ou móvel.
Os quadros de distribuição devem ser construídos de forma a garantir a pro-
teção dos componentes elétricos contra poeira, umidade, impactos etc., e ter no
seu interior o diagrama unifilar do circuito elétrico.
Serão instalados em locais visíveis, sinalizados e de fácil acesso, não de-
vendo, todavia, localizarem-se em pontos de passagem de pessoas, materiais e
equipamentos.
Os materiais empregados na construção dos quadros devem ser incombustíveis
e resistentes à corrosão.
Quando as carcaças dos quadros de distribuição forem condutoras, devem ser
devidamente aterradas, conforme recomendação do item 3.2.2.1 desta recomen-
dação técnica de procedimentos.
Os quadros de distribuição devem ter sinalização de advertência, alertando
sobre os riscos presentes naquele local.
QPD
QID 2
QTD 1
QID 1 QID n
QTD nQTD 3QTD 2
RTP-05
26
4.1.1 Quadro principal de distribuição
Destinado a receber energia elétrica alimentada pela Rede Pública da con-
cessionária.
A área do quadro principal de distribuição deve ser isolada por anteparos
rígidos, devidamente sinalizados, de forma a garantir somente o acesso de tra-
balhadores autorizados. Essa área deve estar permanentemente limpa, não sendo
permitido o depósito de materiais no seu interior.
4.1.2 Quadros intermediários (divisórios)
É destinado a distribuir um ou mais circuitos a quadros terminais.
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
RTP-05
27
4.1.3 Quadros terminais: fixos ou móveis
São aqueles destinados a alimentar exclusivamente circuitos terminais, isto
é, diretamente máquinas e equipamentos.
As ligações nos quadros de distribuição devem ser feitas por trás, dotando-os
ainda de fundo falso, de modo que a fiação fique embutida.
A distribuição de energia nos diversos pavimentos da edificação deve ser feita
através de prumadas, sendo a fiação protegida por eletrodutos, que devem estar
localizados de forma a garantir uma perfeita disposição dos quadros elétricos.
Quadro terminal fixo
Quadro terminal móvel
RTP-05
28
Quando da manutenção das instalações elétricas, deve ser impedida a ener-
gização acidental do circuito através de dispositivos de segurança adequados. É
recomendável dotar os quadros de distribuição de cadeados, estando a chave sob
responsabilidade do eletricista que realiza o reparo na instalação, bem como a
utilização de sinalização indicativa da execução do trabalho.
4.2 Chaves elétricas
As chaves elétricas mais utilizadas nos canteiros de obras da indústria da cons-
trução são as chaves elétricas blindadas, os disjuntores e as chaves magnéticas.
As chaves elétricas blindadas e os disjuntores devem ser dotados de cadeados
ou dispositivos que permitam o acesso somente de trabalhadores autorizados.
RTP-05
29
4.3 Instalações elétricas aéreas e subterrâneas
As instalações elétricas temporárias devem ser dispostas em locais onde não
haja possibilidade de sofrerem choques mecânicos provenientes da movimentação
de materiais e máquinas ou possibilidade de contatos acidentais com os trabalha-
dores. As instalações elétricas temporárias devem constar do PCMAT4
.
Nos postes, a rede elétrica (fiação) deve estar a uma altura mínima de 5m (cin-
co metros) a partir do solo. Nos serviços especiais ou que empreguem máquinas
e equipamentos de grandes dimensões, a altura da rede elétrica (fiação) deve ser
dimensionada para este fim.
Quando não for possível guardar distância segura entre trabalhador ou máquina
e a rede energizada, deverão ser instaladas barreiras de proteção com dimensões
suficientes para garantir proteção eficaz (ver proteção contra contatos diretos), bem
como haver sinalização informando a existência de riscos naquele local.
4
PCMAT: Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção.
RTP-05
30
Não é permitida a queima de qualquer material embaixo de redes elétricas, pois
o calor gerado poderá danificar a fiação e ionizar o ar, possibilitando a formação
de arcos elétricos que poderão se constituir em causas de acidentes.
Quando a distribuição de energia for aérea, os condutores deverão estar
corretamente fixados nos postes, exclusivamente através de elementos isolantes
elétricos, tais como isoladores, em altura que não acarrete riscos de contato com
pessoas, máquinas e equipamentos.
Não é recomendável dispor os condutores elétricos sobre superfícies ou locais
que possam provocar desgaste ou ruptura do seu isolamento, assim como em locais
encharcados ou úmidos.
Quando houver riscos de contato, a fiação deverá estar devidamente isolada
por eletrodutos, fixados de forma adequada na edificação e corretamente dimen-
sionados em função do número de fios e cabos no seu interior.
As derivações do circuito principal destinadas a alimentar interruptores e
tomadas devem estar protegidas por eletrodutos ou calhas.
Os condutores de ligação dos equipamentos elétricos não devem ser tra-
cionados, principalmente para movimentá-los, transportá-los, pendurá-los ou
desligá-los.
As extensões devem ser feitas com condutores de dupla isolação.
RTP-05
31
Se a instalação elétrica for subterrânea, deverá ser protegida por calhas ou
eletrodutos. Nos locais da passagem da fiação subterrânea, deve haver sinalização
indicativa.
Nos trabalhos de escavação, as redes elétricas subterrâneas devem ser devida-
mente sinalizadas, o serviço, supervisionado por profissional legalmente habilitado
e deve ser garantido um espaçamento mínimo de segurança de 1,5m entre o local
escavado e a rede.
4.4 Plugs e tomadas
Os plugs e as tomadas devem ser protegidos contra penetração de umidade ou
água. É obrigatório o uso do conjunto plug/tomada para a ligação dos equipamentos
elétricos ao circuito de alimentação. Não ligar mais de um equipamento à mesma
tomada, a menos que o circuito de derivação tenha sido projetado para tal.
Obs.: Nas ligações com plug/tomada, a parte energizada deve ser a tomada,
afim de se evitar a exposição de trabalhadores às parte vivas
RTP-05
32
4.4.1 Plugs e tomadas blindadas
A tabela abaixo especifica os tipos de tomadas indicadas para baixa tensão.
Voltagem de Freqüência Posição horária
utilização Hz 2P + T 3P + T 3P + N + T
16 e 32A 63 e 125A 16 e 32A 63 e 125A 16 e 32A 63 e 125A
100 a 130 50 e 60 4 4 4 4 4 4
200 a 250 50 e 60 6 6 9 9 9 9
380 a 440 50 e 60 9 9 6 6 6 6
RTP-05
33
A tabela abaixo indica as cores especificadas em plugs e tomadas de acordo
com a voltagem utilizada.
Voltagem Cor
20 a 25V Violeta
40 a 50V Branca
110 a 130V Amarela
220 a 240V Azul
380 a 440V Vermelha
4.5 Iluminação provisória
As cargas de iluminação devem ser determinadas como resultado da aplicação
da NBR 5413 (Iluminância de interiores – procedimento).
Os circuitos de iluminação provisória serão ligados aos quadros terminais de
distribuição.
A altura da fiação deve ser de no mínimo 2,50m a fim de evitar contatos com
máquinas, equipamentos ou pessoas. Se a fiação não puder ser aérea, em altura
condizente com o trabalho, a área de distribuição deverá ser isolada e corretamente
sinalizada.
É proibida a ligação direta de lâmpadas nos circuitos de distribuição. Nos
locais onde houver movimentação de materiais, tais como escadas, área de corte
e dobra de ferragem, carpintaria etc., as lâmpadas devem estar protegidas contra
impacto por luminárias adequadas.
RTP-05
34
Os sistemas de iluminação portáteis serão usados onde não se pode obter ilu-
minação direta adequada. A lâmpada deve ser protegida com armação de proteção
contra impactos, soquete isolado, cabos com dupla isolação e ligação plug/tomada
em bom estado de conservação.
Nos locais onde se encontram máquinas com movimento giratório, não é
permitida a utilização de lâmpadas fluorescentes em uma única fase pelo fato de
o efeito estroboscópico decorrente da freqüência da rede ser múltiplo da rotação
da máquina.
4.6 Máquinas e equipamentos
Os operadores de máquinas e equipamentos devem ter em seu treinamento no-
ções básicas sobre eletricidade, contemplando as medidas de controle necessárias
para eliminação ou neutralização dos riscos elétricos.
Máquinas e equipamentos devem ser dotados de dispositivo de acionamento,
parada e bloqueio, conforme Norma Regulamentadora NR - 18.
Na operação de máquinas de grande porte, medidas adicionais de segurança
devem ser adotadas principalmente quanto ao contato com redes de distribuição
de energia elétrica.
Equipamentos elétricos devem estar desligados da tomada quando não es-
tiverem sendo usados. Os serviços de manutenção deverão ser realizados com a
máquina desligada.
Os cabos de alimentação e os demais dispositivos elétricos devem estar em
perfeito estado de conservação.
As operações com veículos, máquinas e equipamentos devem ser planejadas,
evitando o contato ou o impacto com redes de distribuição de energia e/ou equi-
pamentos elétricos energizados.
RTP-05
35
5
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI
5.1 Botina de couro, solado isolante
Para proteção dos pés contra agentes agressivos e
choques elétricos.
Não deverá possuir componentes metálicos.
5.2 Luvas isolantes para eletricista
Para o uso em serviços com risco de choque elé-
trico em equipamentos energizados e passíveis de
energização.
Obs.: As luvas isolantes não devem ser utilizadas isola-
damente, isto é, sem as luvas de cobertura.
5.3 Luvas de cobertura em vaqueta
Utilizadas para proteção das luvas isolantes.
RTP-05
36
5.4 Óculos de segurança
Destina-se à proteção dos olhos contra impactos
mecânicos e efeitos decorrentes da irradiação solar
ou do arco elétrico.
5.5 Capacete de segurança
Destina-se a proteger a cabeça contra impactos,
quedas de objetos, contato acidental com circuitos
elétricos energizados. Constituído de material
isolante.
5.6 Cinto de segurança / tabalarte
Cinto de segurança do tipo subabdominal é desti-
nado a equilibrar/sustentar o trabalhador em postes/
torres para prevenir quedas por altura. Talabarte é
complemento do cinto de segurança.
Obs.: É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalções elé-
tricas (NR10).
RTP-05
37
6
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA
6.1 Detector de tensão
Equipamento empregado para confirmar a presença ou ausência de tensão em
um circuito ou parte dele. Podem ser:
• Do tipo de chave de fenda, para uso exclusivo em baixa tensão;
• Do tipo eletrônico, para uso em alta e baixa tensões.
6.2 Barreiras / invólucros / grades articuladas / bandeirolas / fitas /
placas de sinalização / cones
São para delimitar as áreas de trabalho ou de perigo, sinalizar e informar riscos
existentes e impedir o contato com partes vivas das instalações elétricas.
RTP-05
38
7
FERRAMENTAS MANUAIS COM ISOLAMENTO
ELÉTRICO
As ferramentas manuais destinadas a trabalhos em adjacências de peças sob
tensões até 1000v em corrente alternada (valor efetivo) ou 1500v em corrente
contínua devem ter isolamento para proteção dos trabalhadores contra choques
elétricos.
Definimos ferramentas isoladas como sendo aquelas que podem ser isoladas
totalmente ou parcialmente, sendo que devemos dar preferência pela utilização,
sempre que possível, de ferramentas com isolamento completo.
É importante lembrar que acidentes com eletricidade, choques elétricos,
podem ser causados por falhas no isolamento dessas ferramentas.
As ferramentas completamente isoladas são aquelas fabricadas com:
1 – material isolante;
2 – material condutor com revestimento de material isolante nas quais só
as partes atuantes (parte da ferramenta que age sobre a peça) podem estar sem
isolamento.
Exemplo: ponta da chave de fenda
RTP-05
39
As ferramentas parcialmente isoladas são aquelas fabricadas com material
condutor e que têm um revestimento de material isolante, com exceção da cabeça
atuante (parte da ferramenta que transmite a força aplicada no cabo ao local de
trabalho) ou parte da mesma.
Exemplo: cabeça do alicate
As ferramentas com isolamento elétrico devem satisfazer as condições às
quais foram fabricadas, não podendo ter defeitos de isolamento, ser impróprias
para o serviço a ser executado, nem estar em mau estado de conservação, devendo
ser empregadas de acordo com sua finalidade e não constituir risco aos trabalha-
dores que a utilizarão e à instalação.
Ferramentas com isolamento elétrico devem ser sempre inspecionadas de modo
a não apresentarem defeitos de isolação, como trincas, bolhas, má aderência. Esse
exame é feito visualmente.
RTP-05
40
8
PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO
8.1 Agentes extintores
Agente extintor é toda substância que, aplicada em princípio de fogo, inter-
fere na combustão, provocando descontinuidade na reação química, alterando as
condições para que haja fogo.
Os agentes extintores podem ser encontrados nos estados líquido, gasoso ou
sólido.
Existe uma variedade muito grande de agentes extintores, dos quais os mais
comuns são:
• Água
• Espuma (química e mecânica)
• Gás carbônico (CO2
)
• Pó químico seco
8.2 Como empregar os agentes extintores
Agentes
Extintores
Água Espuma Pó Químico Gás Carbônico
(CO2
)Classes
de incêncio
A
SIM SIM SIM* SIM*
madeira, papel, tecidos,
plásticos, cortinas, alcatifas,
poltronas etc.
B
NÃO SIM SIM SIM*gasolina, álcool, querosene,
óleo, cera, tinta, graxa etc.
C
NÃO NÃO SIM SIMequipamentos e instalações
elétricas energizadas
*Com restrição, pois há risco de reignição.
RTP-05
41
8.3 Utilização dos extintores em instalações elétricas energizadas
Retirar o pino de segurança quebrando o lacre.
Empunhar a mangueira com o difusor.
Acionar a válvula dirigindo o jato para o fogo.
Retirar o pino de segurança.
Empunhar a mangueira.
Atacar o fogo acionando o gatilho.
RTP-05
42
BIBLIOGRAFIA
AS INSTALAÇÕES elétricas e a segurança no trabalho. Revista Eletricidade
Moderna, São Paulo, v. 9, n. 97, p. 12-20, ago. 1981.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: instalações
elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.
. NBR 5419: proteção de estruturas contra descargas atmosféricas: pro-
cedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1993.
. NBR 9699: isolação para ferramentas manuais até 1000v. Rio de Janeiro:
ABNT, 1987.
BRASIL. Lei nº 6514, de 22 de Dezembro de 1977. Altera o Capítulo V do Ti-
tulo II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo a Segurança e Medicina
do Trabalho e dá outras providências. Diário Oficial da União, poder Executivo,
Brasília, DF, 23 dez. 1977.
. Portaria nº 3214, de 8 de Junho de 1978. Aprova as Normas Regulamen-
tadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho,
relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. Diário Oficial da União, Brasília,
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BITICINO; PIRELLI. Proteção de pessoas contra choques elétricos. [São Paulo],
1978.
CAMARGO, C. A. A. de. Proteção contra descargas elétricas atmosféricas. In:
CONGRESSO NACIONAL DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES DO TRABA-
LHO, 19, 1980, Brasília. Anais... São Paulo: Fundacentro, 1981. p. 14-30.
COMPANHIA PAULISTA DE FORÇA E LUZ. Aterramento para sua segu-
rança.
COTRIM, A. A. M. B. Instalações elétricas. 3 ed. São Paulo: Makron Books,
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ESPANHA. Instituto Nacional de Seguridad e Higiene en el trabajo. NPT 73:
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RTP-05
43
GUSMÃO, L. H. P.; MONTEIRO, N. A. Instalações elétricas em canteiros de
obras. São Paulo: Fundacentro, 1991.
INSTITUTO BRASILEIRO DO COBRE. Aterramento elétrico. São Paulo: Pro-
cobre, [s.d.].
MANUAL Pirelli de instalações elétricas. 2 ed. São Paulo: Pini, 1999.
ORGANISME PROFESSIONNEL DE PRÉVENTION DU BÂTIMENT ET DES
TRAVAUX PUBLICS. Tecnologia da prevenção dos acidentes do trabalho nas
profissões da construção civil. São Paulo: Fundacentro, 1975.
PIAL LEGRAND GL ELETRO-ELETRONICOS. Catálogo geral. São Paulo,
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. Catálogo geral. São Paulo, 2002.
RANGEL FILHO, A. (Coord.). Engenharia de segurança do trabalho na indústria
da construção. São Paulo: Fundacentro, 2001. p. 57-86.
REIS, J. S.; FREITAS, R. de. Segurança em eletricidade. São Paulo: Fundacentro,
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REVISTA oficial do corpo de bombeiros do estado de Pernambuco. Recife, n. 1,
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RIBEIRO FILHO, L. F. Prevenção de acidentes com máquinas e equipamentos
elétricos móveis ou portáteis. In: CONGRESSO NACIONAL DE PREVENÇÃO
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RIBEIRO FILHO, L. F.; PAULA, J. E. de. Segurança em equipamentos e circuitos
elétricos. In: CONGRESSO NACIONAL DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES,
17, 1978, São Paulo. Anais... São Paulo: Fundacentro, 1979. p. 457-464.
ROUSSELET, E. da S.; FALCÃO, C. A segurança na obra: manual técnico de
segurança do trabalho em edificações prediais. Rio de Janeiro: SINCOMRJ/SE-
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rança do trabalho em edificações prediais. Rio de Janeiro: Interciência/SOBES,
1999. p. 129-151.
SIEMENS. Seminários técnicos 2003 – engenheiros e projetistas: proteção contra
choques elétricos e aterramentos das instalações elétricas de baixa tensão. [São
Paulo], 2002.
SOUZA, J. R. A. de. A proteção contra choques elétricos. Revista Eletricidade
Moderna, São Paulo, v. 12, n. 127, p. 8-24, maio 1984.
SOUZA, S. S. B. de. Controle de riscos elétricos. Recife: [s.n.], 1997.
STECK INDÚSTRIA ELÉTRICA. Catálogo geral. São Paulo, 1998.
ZANELLA, A. et al. Segurança do trabalho na construção civil na área de edi-
ficações. São Paulo: Universidade Mackenzie, 1981.
Rua Capote Valente, 710
São Paulo - SP
05409-002
tel.: 3066-6000
www.fundacentro.gov.br
Sobre o Livro
Composto em Times New Roman 11/14
formato 16x23cm
impresso em papel couché 180g/m2
(capa)
e offset 90g/m2
(miolo)
Impressão: Gráfica da Fundacentro
Tiragem: 15.000 exemplares
1a
edição: 2007
Equipe de realização
Coordenação editorial:
Elisabeth Rossi
Revisão de textos:
Karina Penariol Sanches
Ilustrações:
Fabiana Rebelo Bez
Francisco Eduardo Gonçalves Silveira
Capa:
Marila G. Destro Apolinário
Design e editoração eletrônica:
Glaucia Fernandes
9 7 8 8 5 9 8 1 1 7 2 2 5
ISBN 978-85-98117-22-5

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Instalações elétricas temporárias em obras

  • 3. Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Ministro do Trabalho e Emprego Carlos Lupi FUNDACENTRO Presidente em exercício Osvaldo da Silva Bezerra Diretor Executivo Osvaldo da Silva Bezerra Diretor Técnico Carlos Sérgio da Silva Diretora de Administração e Finanças Renata Maria Celeguim
  • 4. RECOMENDAÇÃO TÉCNICA DE PROCEDIMENTOS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS TEMPORÁRIAS EM CANTEIROS DE OBRAS NR 18 - CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DO TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO Elaboração Coordenador Maurício José Viana Tecnologista – Fundacentro Pernambuco Artur Carlos Moreira da Silva Tecnologista – Fundacentro Santa Catarina Orlando Cassiano Mantovani Tecnologista – Fundacentro Santa Catarina Paulo César de Souza Tecnologista – Fundacentro Minas Gerais Swylmar dos Santos Ferreira Tecnologista – Fundacentro Distrito Federal São Paulo 2007
  • 5. I59 Instalações elétricas temporárias em canteiros de obras / coordenador, Maurício José Viana ; Artur Carlos Moreira da Silva ; Orlando Cassiano Mantovani ...[et al]. São Paulo : Fundacentro, 2007. 44 p. : il. (Recomendação técnica de procedimentos. RTP ; 05). ISBN 978-85-98117-22-5 1. Canteiro de obras – Instalações elétricas temporárias – Segurança no trabalho. I. Viana, Maurício José. II. Silva, Artur Carlos Moreira da. III. Mantovani, Orlando Cassiano. IV. Título. CIS/OIT Hbac Hez As CDU 69.055:696.6:614.8 Catalogação na Fonte Biblioteca Fundacentro
  • 6. APRESENTAÇÃO A presente publicação tem como objetivo principal orientar os profissionais de segurança e saúde no trabalho e demais atores sociais presentes ou envolvidos com as atividades da indústria da construção quanto aos riscos relacionados às instalações elétricas temporárias nos canteiros de obras. A publicação desta recomendação técnica de procedimentos (RTP 05) possi- bilitará aos profissionais de SST e da indústria da construção maior embasamento técnico sobre instalações elétricas temporárias em canteiros de obras, o que é es- sencial para promover a segurança, a saúde e a qualidade de vida dos trabalhadores dessa atividade econômica. Com esta publicação, a Fundacentro/MTE reafirma seu compromisso histó- rico com a produção e a disseminação de conhecimentos acerca das condições de trabalho, contribuindo para a promoção da segurança e da saúde dos trabalhadores nos ambientes laborais. A Direção
  • 7.
  • 8. SUMÁRIO 1. Introdução ................................................................................................... 09 2. Choque elétrico ........................................................................................... 10 2.1 Definição .......................................................................................... 10 2.2 Efeito da corrente elétrica................................................................. 10 2.3 Classificação do choque elétrico ...................................................... 10 2.4 Percurso da corrente elétrica através do corpo humano................... 11 2.4.1 Conceitos.......................................................................................... 12 2.5 Efeitos fisiológicos diretos da eletricidade....................................... 13 2.6 Efeitos fisiológicos indiretos da eletricidade.................................... 13 3. Tipos de proteção contra choques elétricos.............................................. 14 3.1 Proteção contra contatos diretos....................................................... 14 3.1.1 Isolação das partes vivas .................................................................. 15 3.1.2 Barreiras ou invólucros .................................................................... 16 3.1.3 Obstáculos ........................................................................................ 16 3.1.4 Colocação fora de alcance................................................................ 17 3.2 Proteção contra contatos indiretos.................................................... 17 3.2.1 Dispositivo à corrente diferencial-residual – DR............................. 17 3.2.1.1 Princípio de funcionamento.............................................................. 18 3.2.1.2 Descrição.......................................................................................... 19 3.2.2 Esquema de aterramento TT............................................................. 20 3.2.2.1 Aterramento elétrico......................................................................... 20 3.2.2.2 Sistema de aterramento .................................................................... 21 3.2.2.3 Secção mínima do condutor de proteção.......................................... 23 3.2.2.4 Conexão dos eletrodos...................................................................... 23 4. Localização dos riscos elétricos ................................................................. 24 4.1 Quadros de distribuição.................................................................... 24 4.1.1 Quadro principal de distribuição...................................................... 25 4.1.2 Quadros intermediários (divisórios)................................................. 25 4.1.3 Quadros terminais: fixos ou móveis................................................. 26 4.2 Chaves elétricas................................................................................ 27 4.3 Instalações elétricas aéreas e subterrâneas ....................................... 28 4.4 Plugs e tomadas................................................................................ 30 4.4.1 Plugs e tomadas blindadas ............................................................... 31 4.5 Iluminação provisória....................................................................... 32 4.6 Máquinas e equipamentos ................................................................ 33
  • 9. 5. Equipamentos de proteção individual – EPI............................................ 34 5.1 Botina de couro, solado isolante....................................................... 34 5.2 Luvas isolantes para eletricista......................................................... 34 5.3 Luvas de cobertura em vaqueta........................................................ 34 5.4 Óculos de segurança......................................................................... 35 5.5 Capacete de segurança...................................................................... 35 5.6 Cinto de segurança / tabalarte .......................................................... 35 6. Equipamentos de proteção coletiva........................................................... 36 6.1 Detector de tensão ............................................................................ 36 6.2 Barreiras / invólucros / grades articuladas / bandeirolas fitas / placas de sinalização / cones .................................................. 36 7. Ferramentas manuais com isolamento elétrico........................................ 37 8. Prevenção e combate a incêndio................................................................ 39 8.1 Agentes extintores............................................................................ 39 8.2 Como empregar os agentes extintores.............................................. 39 8.3 Utilização dos extintores em instalações elétricas energizadas........ 40 9. Bibliografia .................................................................................................. 41
  • 10. RTP-05 10 1 INTRODUÇÃO Na indústria da construção, o choque elétrico é uma das principais causas de acidentes graves e fatais. Este grave quadro é decorrente da falta de projeto adequado, de dificuldades na execução e na manutenção das instalações elétri- cas temporárias dos canteiros de obras. As instalações elétricas temporárias em canteiros de obras, na maioria das vezes, são executadas por profissionais não qualificados, gerando com isso situações de extrema gravidade para a segurança dos trabalhadores, dos equipamentos e das instalações. A redução do quadro atual de acidentes de trabalho envolvendo instalações elétricas necessita da adoção de novos métodos e dispositivos que permitam o uso seguro e adequado da eletricidade, reduzindo o nível de perigo às pessoas, as perdas de energia, os danos às instalações elétricas e aos bens. O projeto das instalações elétricas temporárias deverá ser elaborado por profis- sional legalmente habilitado, com recolhimento da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) e executado por profissional qualificado. O projeto das instalações elétricas temporárias deverá estabelecer os requisitos e as condições para implementação de medidas de controle preventivas de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores nos canteiros de obras. O projeto deverá ficar à disposição das autoridades competentes e ser mantido atualizado. Esta recomendação técnica de procedimentos (RTP) estabelece os métodos básicos objetivando proteger a integridade física e a saúde dos trabalhadores que direta ou indiretamente interagem com as instalações elétricas temporárias e as atividades executadas nos canteiros de obras. Suas orientações contemplam o planejamento, a organização, a execução, a manutenção e o controle em conformidade com a NBR 5410 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), com a Portaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho, Normas Regulamentadoras 10 e 18, bem como com outras normas vigentes.
  • 11. RTP-05 11 2 CHOQUE ELÉTRICO 2.1 Definição É o efeito patofisiológico que resulta da passagem de uma corrente elétrica, chamada de corrente de choque, através do organismo humano, podendo provocar efeitos de importância e gravidades variáveis, bem como fatais. 2.2 Efeito da corrente elétrica O efeito da corrente elétrica depende dos seguintes itens: • Intensidade da corrente; • Tempo de exposição; • Percurso através do corpo humano; • Condições orgânicas do indivíduo. 2.3 Classificação do choque elétrico a) Contato direto É o contato de pessoas e animais diretamente com partes energizadas de uma instalação elétrica. b) Contato indireto É o contato de pessoas e animais com partes metálicas (equipamentos) ou elementos condutores que, por falha de isolação, ficaram acidentalmente energi- zados.
  • 12. RTP-05 12 2.4 Percurso da corrente elétrica através do corpo humano O percurso da corrente elétrica através do corpo humano depende da posição de contato do indivíduo com a instalação (circuito) energizada ou que venha a ficar energizada, podendo ser o mais variado possível.
  • 13. RTP-05 13 2.4.1 Conceitos Limiar de percepção É a menor corrente que sensibiliza o corpo humano. Tetanização É a paralisia muscular provocada pela circulação de correntes elétricas através dos tecidos nervosos que controlam os músculos. Parada respiratória Ocorre quando são envolvidos na tetanização os músculos peitorais, blo- queando os pulmões e parando a função vital de respiração. Asfixia Contração de músculos ligados à respiração e/ou paralisia dos centros nervosos que comandam a função respiratória causadas por correntes elétricas superiores ao limite de largar. Se a corrente elétrica permanece, o indivíduo perde a consciência e morre sufocado. Fibrilação ventricular Se a corrente elétrica atinge diretamente o músculo cardíaco, poderá perturbar seu funcionamento regular. Os impulsos periódicos, que em condições normais regulam as contrações (sístole) e as expansões (diástole), são alterados e o coração vibra desordenadamente. Queimadura por choque elétrico A passagem da corrente elétrica pelo corpo humano gera calor produzindo queimaduras, cuja gravidade depende da intensidade e do tempo de contato com a corrente elétrica. Em altas tensões, os efeitos térmicos produzem destruição de tecidos superficiais e/ou profundos, artérias, centros nervosos, além de causar hemorragias.
  • 14. RTP-05 14 2.5 Efeitos fisiológicos diretos da eletricidade INTENSIDADE EFEITO CAUSAS 1 a 3 mA Percepção A passagem da corrente provoca formigamento. Não existe perigo. 3 a 10 mA Eletrização A passagem da corrente provoca movimentos. 10 mA Tetanização A passagem da corrente provoca contrações musculares, agarramento ou repulsão. 25 mA Parada Respiratória A corrente atravessa o cérebro. 25 a 30 mA Asfixia A corrente atravessa o tórax. 60 a 75 mA Fibrilação Ventricular A corrente atravessa o coração. 2.6 Efeitos fisiológicos indiretos da eletricidade EFEITO CAUSAS Transtornos Cardiovasculares O choque elétrico afeta o ritmo cardíaco: infarto, taquicardia etc... Queimaduras Internas A energia dissipada produz queimaduras internas: coagulação, carbonização. Queimaduras Externas Produzidas por arco elétrico a 4000ºC. Outros Transtornos Conseqüências da passagem Auditivo, ocular da corrente nervoso, renal
  • 15. RTP-05 15 3 TIPOS DE PROTEÇÃO CONTRA CHOQUES ELÉTRICOS Existem duas formas de proteção contra choques elétricos. Lembramos que a medida de proteção prioritária contra choques elétricos é a desenergização elétrica: • Proteção contra contatos diretos • Proteção contra contatos indiretos 3.1 Proteção contra contatos diretos Os trabalhadores devem ser protegidos contra os perigos que possam resultar de um contato com partes vivas da instalação, tais como condutores nus ou des- cobertos, terminais de equipamentos elétricos etc. A proteção contra contatos diretos deve ser assegurada por meio de:
  • 16. RTP-05 16 • Isolação das partes vivas; • Barreiras ou invólucros; • Obstáculos; • Colocação fora de alcance. 3.1.1 Isolação das partes vivas É destinada a impedir todos os contatos com as partes vivas da instalação elétrica através do recobrimento total por uma isolação que somente possa ser removida através de sua destruição. As isolações dos componentes de uma instalação elétrica têm um papel fun- damental na proteção contra choques elétricos. Tipos de isolações: • Básica: aplicada às partes vivas para assegurar um mínimo de proteção. Ex: Isolação com fita isolante. • Suplementar: destinada a assegurar a proteção contra choques elétricos no caso de falha da isolação básica. Ex: Isolamento com fita isolante complementada por mangueira isolante.
  • 17. RTP-05 17 • Dupla: composta por isolação básica e suplementar. Ex: Cabo com dupla isolação. • Reforçada: aplicada sobre partes vivas, tem propriedades equivalentes às da isolação dupla. O recobrimento total por uma isolação deverá ter as mesmas características do isolamento original do cabo. 3.1.2 Barreiras ou invólucros São destinados a impedir todos os contatos com as partes vivas da instalação elétrica, sendo que as partes vivas devem estar no interior de invólucros ou atrás de barreiras. Para instalação de barreiras ou invólucros, a rede elétrica deverá ser desligada. 3.1.3 Obstáculos São destinados a impedir os contatos diretos acidentais com partes vivas, sendo instalados em compartimentos cujo acesso é permitido somente a pessoas autorizadas.
  • 18. RTP-05 18 3.1.4 Colocação fora de alcance É destinada a impedir os contatos acidentais, consistindo em instalar os condu- tores energizados a uma altura/distância que fique fora do alcance do trabalhador, das máquinas e dos equipamentos. 3.2 Proteção contra contatos indiretos Os trabalhadores devem ser protegidos contra os perigos que possam resultar de um contato com massas colocadas acidentalmente sob tensão através do des- ligamento da fonte por disjuntor ou fusível rápido ou desligamento da fonte por um dispositivo à corrente diferencial - DR. 3.2.1 Dispositivo à corrente diferencial-residual (DR) Os dispositivos à corrente diferencial-residual (DR) constituem-se no meio mais eficaz de proteção das pessoas e animais contra choques elétricos. Estes dispositivos permitem o uso seguro e adequado da eletricidade, reduzindo o nível de perigo às pessoas, as perdas de energia e os danos às instalações, porém sem dispensar outros elementos de proteção (disjuntores, fusíveis etc.). A sua aplicação é específica na proteção contra a corrente de fuga.
  • 19. RTP-05 19 Gráfico com zonas tempo x corrente e os efeitos sobre as pessoas IEC 479-1 Zona 1 Nenhum efeito perceptível Zona 2 Efeitos fisiológicos geralmente não danosos Zona 3 Efeitos fisiológicos notáveis (parada cardíaca, parada respiratória, contrações mus- culares), geralmente reversíveis Zona 4 Elevada probabilidade de efeitos fisiológicos graves e irreversíveis (fibrilação cardíaca, parada respiratória Zona 5 6 Faixas de atuação dos Dispositivos DR ou Disjuntores DR 3.2.1.1 Princípio de funcionamento Os dispositivos DR podem ser divididos em três partes: a) transformador toroidal; b) disparador para conversão de uma grandeza elétrica em uma ação mecâ- nica; c) mecanismo móvel com os elementos de contato.
  • 20. RTP-05 20 O princípio de funcionamento destes dispositivos é decorrente da aplicação da lei deKirchhoff,ouseja,emumainstalaçãosemdefeito,asomageométricadascorrentes nos condutores de fase e neutro é nula. Logo, o campo magnético gerado é nulo e a tensão induzida no secundário do transformador também será nula, não havendo, portanto, grandeza elétrica residual para conversão numa ação mecânica. A detecção dessa diferença é feita por um núcleo ferromagnético que envolve os condutores (menos o condutor PE) e que tem um enrolamento, no qual, em condições normais, não circula nenhuma corrente. Se houver uma diferença entre as correntes de entrada e de saída, surgirá uma tensão entre os terminais desse enrolamento, que acionará um eletroímã, que por sua vez abrirá o circuito principal. A corrente con- vencional de atuação do DR é representada por I∆n. Um DR de corrente nominal de 30mA oferece proteção contra contatos indiretos e, se a corrente nominal for menor ou igual a 30mA, oferecerá proteção também contra choques diretos. 3.2.1.2 Descrição Os dispositivos à corrente diferencial-residual são aqueles capazes de detectar a corrente diferencial-residual de um circuito elétrico, provocando o seccionamen- to automático do mesmo, no caso desta corrente ultrapassar o valor especificado de atuação do dispositivo DR, isto é, a corrente diferencial residual nominal de atuação. Estes dispositivos asseguram a proteção contra tensões de contato perigosas provenientes de:
  • 21. RTP-05 21 • Defeitos de isolamento em aparelhos ligados à terra; • Contatos indiretos com o terra da instalação ou parte dela; • Contatos indiretos com partes ativas da instalação; • Curto-circuito com a terra cuja corrente atinge o valor nominal – “proteção contra incêndio”. 3.2.2 Esquema de aterramento TT O esquema de aterramento utilizado em canteiros de obras é o TT. Nesse es- quema de aterramento existe um ponto de alimentação (geralmente o secundário do transformador com seu ponto neutro) diretamente aterrado, estando as massas da instalação ligadas a um eletrodo de aterramento, independentemente do eletro- do de aterramento da alimentação, provido de uma proteção complementar a ser instalado nas derivações da instalação (circuitos terminais), utilizando dispositivo à corrente diferencial-residual (DR) para a proteção contra contatos indiretos por seccionamento automático. 3.2.2.1 Aterramento elétrico Aterramento elétrico é a ligação intencional com a terra, isto é, com o solo, considerado um condutor através do qual a corrente elétrica pode fluir, difundindo- se. Toda instalação ou peça condutora que não faça parte dos circuitos elétricos, mas que, eventualmente, possa ficar sob tensão, deve ser aterrada, desde que esteja em local acessível a contatos. É recomendável utilizar o aterramento constante do projeto elétrico definitivo para as instalações elétricas temporárias. O condutor de aterramento deverá estar disponível em todos os andares, em todos os quadros de distribuição.
  • 22. RTP-05 22 3.2.2.2 Sistema de aterramento É o conjunto de condutores, hastes e conectores interligados, circundados por elementos que dissipam para a terra as correntes impostas nesse sistema. Os principais tipos de sistema de aterramento são: 1. Apenas uma haste cravada no chão; 2. Hastes dispostas triangularmente; 3. Hastes em quadrado; 4. Hastes alinhadas; 5. Placas metálicas enterradas no solo; 6. Fios ou cabos enterrados no solo, formando várias configurações: • quadrado formando uma malha de terra • em cruz • estendido em vala • em estrela 7. Eletrodos de fundação / encapsulados em concreto. O projeto do sistema de aterramento deve ser desenvolvido de acordo com normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Um sistema de aterramento deve ser composto das seguintes etapas: 1. Definir o local de aterramento; 2. Efetuar medições de resistividade no local definido; 3. Fazer a estratificação do solo. O sistema de aterramento deve ser sempre dimensionado, levando em conta a segurança das pessoas e a sensibilidade dos equipamentos. A manutenção do sistema de aterramento deve ser executada com periodi- cidade para evitar a corrosão e a oxidação de seus componentes. O projeto deve ser elaborado por profissional legalmente habilitado e executado por trabalhador qualificado.
  • 23. RTP-05 23 Tipo de eletrodo Dimensões mínimas Observações Tubo de aço zincado 2,40m de comprimento Enterramento totalmente e diâmetro nominal a 25mm vertical Perfil de aço zincado Cantoneira de (20mm x 20mm x 3mm) Enterramento totalmente com 2,40m de comprimento vertical Haste de aço zincado Diâmetro de 15mm com 2m Enterramento totalmente ou 2,40m de comprimento vertical Haste de aço revestida Diâmetro de 15mm com 2m Enterramento totalmente de cobre ou 2,40m de comprimento vertical Haste de cobre Diâmetro de 15mm com 2m Enterramento totalmente ou 2,40m de comprimento vertical Fita de cobre 25mm2 de secção, 2mm de Profundidade mínima de espessura e 10m de comprimento 0,60m. Largura na posição vertical Fita de aço galvanizado 100mm2 de secção, 3mm de Profundidade mínima de espessura e 10m de comprimento 0,60m. Largura na posição vertical Cabo de cobre 25mm2 de secção e 10m Profundidade mínima de de comprimento 0,60m. Largura na posição horizontal Cabo de aço zincado 95mm2 de secção e 10m Profundidade mínima de de comprimento 0,60m. Largura na posição horizontal Cabo de aço cobreado 50mm2 de secção e 10m Profundidade mínima de de comprimento 0,60m. Largura na posição horizontal Exemplo: • haste: de aço cobreado; • comprimento: 2m ou 2,40m; • secção: cilíndrica com diâmetro de 15mm; • condutor: cobre, preferencialmente nu.
  • 24. RTP-05 24 3.2.2.3 Secção mínima do condutor de proteção Secção dos condutores fase Secção mínima do condutor da instalação S(mm2 ) de proteção correspondente - Sp(mm2 ) S<16 Sp = S 16<S=35 S=16 S>35 Sp = S/2 OBSERVAÇÕES 1– A secção de qualquer condutor de proteção que não faça parte do mesmo cabo ou do mesmo invólucro que os condutores vivos deve ser, em qualquer caso, não inferior a: a) 2,5mm2 se possuir proteção mecânica; b) 4,0mm2 se não possuir proteção mecânica. 2 – Na conexão do condutor de proteção com a massa, a mesma não poderá ter materiais isolantes (ex.: tinta). 3 – A parte superior da haste deve situar-se a uma profundidade de, no mínimo, 0,5m (cinqüenta centímetros), a fim de evitar possíveis danos externos. 3.2.2.4 Conexão dos eletrodos • Dispositivos mecânicos1 ; • Solda exotérmica2 ; • Conexões por compressão3 ; 1 Apesar de apresentarem problemas de corrosão, quando devidamente protegidos, têm desempenho satisfatório, tendo como principal vantagem a fácil desconexão, a facilidade de instalação e de serem encontrados nas lojas do ramo. 2 Ideal para as ligações diretas ao solo por se tratar de conexão permanente. Elimina problemas de corrosão e resistência de contato. Necessita de mão-de-obra especializada para ser executada. 3 Apresentam baixa resistência de contato, mas não podem ser desconectadas para medição da resistência de aterra- mento.
  • 25. RTP-05 25 4 LOCALIZAÇÃO DOS RISCOS ELÉTRICOS 4.1 Quadros de distribuição Nos canteiros de obras da indústria da construção, a distribuição de energia elétrica deve ser feita através dos quadros elétricos de distribuição que, conforme suas características, podem ser: quadro principal de distribuição, quadro interme- diário de distribuição e quadro terminal de distribuição fixo e/ou móvel. Os quadros de distribuição devem ser construídos de forma a garantir a pro- teção dos componentes elétricos contra poeira, umidade, impactos etc., e ter no seu interior o diagrama unifilar do circuito elétrico. Serão instalados em locais visíveis, sinalizados e de fácil acesso, não de- vendo, todavia, localizarem-se em pontos de passagem de pessoas, materiais e equipamentos. Os materiais empregados na construção dos quadros devem ser incombustíveis e resistentes à corrosão. Quando as carcaças dos quadros de distribuição forem condutoras, devem ser devidamente aterradas, conforme recomendação do item 3.2.2.1 desta recomen- dação técnica de procedimentos. Os quadros de distribuição devem ter sinalização de advertência, alertando sobre os riscos presentes naquele local. QPD QID 2 QTD 1 QID 1 QID n QTD nQTD 3QTD 2
  • 26. RTP-05 26 4.1.1 Quadro principal de distribuição Destinado a receber energia elétrica alimentada pela Rede Pública da con- cessionária. A área do quadro principal de distribuição deve ser isolada por anteparos rígidos, devidamente sinalizados, de forma a garantir somente o acesso de tra- balhadores autorizados. Essa área deve estar permanentemente limpa, não sendo permitido o depósito de materiais no seu interior. 4.1.2 Quadros intermediários (divisórios) É destinado a distribuir um ou mais circuitos a quadros terminais. aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
  • 27. RTP-05 27 4.1.3 Quadros terminais: fixos ou móveis São aqueles destinados a alimentar exclusivamente circuitos terminais, isto é, diretamente máquinas e equipamentos. As ligações nos quadros de distribuição devem ser feitas por trás, dotando-os ainda de fundo falso, de modo que a fiação fique embutida. A distribuição de energia nos diversos pavimentos da edificação deve ser feita através de prumadas, sendo a fiação protegida por eletrodutos, que devem estar localizados de forma a garantir uma perfeita disposição dos quadros elétricos. Quadro terminal fixo Quadro terminal móvel
  • 28. RTP-05 28 Quando da manutenção das instalações elétricas, deve ser impedida a ener- gização acidental do circuito através de dispositivos de segurança adequados. É recomendável dotar os quadros de distribuição de cadeados, estando a chave sob responsabilidade do eletricista que realiza o reparo na instalação, bem como a utilização de sinalização indicativa da execução do trabalho. 4.2 Chaves elétricas As chaves elétricas mais utilizadas nos canteiros de obras da indústria da cons- trução são as chaves elétricas blindadas, os disjuntores e as chaves magnéticas. As chaves elétricas blindadas e os disjuntores devem ser dotados de cadeados ou dispositivos que permitam o acesso somente de trabalhadores autorizados.
  • 29. RTP-05 29 4.3 Instalações elétricas aéreas e subterrâneas As instalações elétricas temporárias devem ser dispostas em locais onde não haja possibilidade de sofrerem choques mecânicos provenientes da movimentação de materiais e máquinas ou possibilidade de contatos acidentais com os trabalha- dores. As instalações elétricas temporárias devem constar do PCMAT4 . Nos postes, a rede elétrica (fiação) deve estar a uma altura mínima de 5m (cin- co metros) a partir do solo. Nos serviços especiais ou que empreguem máquinas e equipamentos de grandes dimensões, a altura da rede elétrica (fiação) deve ser dimensionada para este fim. Quando não for possível guardar distância segura entre trabalhador ou máquina e a rede energizada, deverão ser instaladas barreiras de proteção com dimensões suficientes para garantir proteção eficaz (ver proteção contra contatos diretos), bem como haver sinalização informando a existência de riscos naquele local. 4 PCMAT: Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção.
  • 30. RTP-05 30 Não é permitida a queima de qualquer material embaixo de redes elétricas, pois o calor gerado poderá danificar a fiação e ionizar o ar, possibilitando a formação de arcos elétricos que poderão se constituir em causas de acidentes. Quando a distribuição de energia for aérea, os condutores deverão estar corretamente fixados nos postes, exclusivamente através de elementos isolantes elétricos, tais como isoladores, em altura que não acarrete riscos de contato com pessoas, máquinas e equipamentos. Não é recomendável dispor os condutores elétricos sobre superfícies ou locais que possam provocar desgaste ou ruptura do seu isolamento, assim como em locais encharcados ou úmidos. Quando houver riscos de contato, a fiação deverá estar devidamente isolada por eletrodutos, fixados de forma adequada na edificação e corretamente dimen- sionados em função do número de fios e cabos no seu interior. As derivações do circuito principal destinadas a alimentar interruptores e tomadas devem estar protegidas por eletrodutos ou calhas. Os condutores de ligação dos equipamentos elétricos não devem ser tra- cionados, principalmente para movimentá-los, transportá-los, pendurá-los ou desligá-los. As extensões devem ser feitas com condutores de dupla isolação.
  • 31. RTP-05 31 Se a instalação elétrica for subterrânea, deverá ser protegida por calhas ou eletrodutos. Nos locais da passagem da fiação subterrânea, deve haver sinalização indicativa. Nos trabalhos de escavação, as redes elétricas subterrâneas devem ser devida- mente sinalizadas, o serviço, supervisionado por profissional legalmente habilitado e deve ser garantido um espaçamento mínimo de segurança de 1,5m entre o local escavado e a rede. 4.4 Plugs e tomadas Os plugs e as tomadas devem ser protegidos contra penetração de umidade ou água. É obrigatório o uso do conjunto plug/tomada para a ligação dos equipamentos elétricos ao circuito de alimentação. Não ligar mais de um equipamento à mesma tomada, a menos que o circuito de derivação tenha sido projetado para tal. Obs.: Nas ligações com plug/tomada, a parte energizada deve ser a tomada, afim de se evitar a exposição de trabalhadores às parte vivas
  • 32. RTP-05 32 4.4.1 Plugs e tomadas blindadas A tabela abaixo especifica os tipos de tomadas indicadas para baixa tensão. Voltagem de Freqüência Posição horária utilização Hz 2P + T 3P + T 3P + N + T 16 e 32A 63 e 125A 16 e 32A 63 e 125A 16 e 32A 63 e 125A 100 a 130 50 e 60 4 4 4 4 4 4 200 a 250 50 e 60 6 6 9 9 9 9 380 a 440 50 e 60 9 9 6 6 6 6
  • 33. RTP-05 33 A tabela abaixo indica as cores especificadas em plugs e tomadas de acordo com a voltagem utilizada. Voltagem Cor 20 a 25V Violeta 40 a 50V Branca 110 a 130V Amarela 220 a 240V Azul 380 a 440V Vermelha 4.5 Iluminação provisória As cargas de iluminação devem ser determinadas como resultado da aplicação da NBR 5413 (Iluminância de interiores – procedimento). Os circuitos de iluminação provisória serão ligados aos quadros terminais de distribuição. A altura da fiação deve ser de no mínimo 2,50m a fim de evitar contatos com máquinas, equipamentos ou pessoas. Se a fiação não puder ser aérea, em altura condizente com o trabalho, a área de distribuição deverá ser isolada e corretamente sinalizada. É proibida a ligação direta de lâmpadas nos circuitos de distribuição. Nos locais onde houver movimentação de materiais, tais como escadas, área de corte e dobra de ferragem, carpintaria etc., as lâmpadas devem estar protegidas contra impacto por luminárias adequadas.
  • 34. RTP-05 34 Os sistemas de iluminação portáteis serão usados onde não se pode obter ilu- minação direta adequada. A lâmpada deve ser protegida com armação de proteção contra impactos, soquete isolado, cabos com dupla isolação e ligação plug/tomada em bom estado de conservação. Nos locais onde se encontram máquinas com movimento giratório, não é permitida a utilização de lâmpadas fluorescentes em uma única fase pelo fato de o efeito estroboscópico decorrente da freqüência da rede ser múltiplo da rotação da máquina. 4.6 Máquinas e equipamentos Os operadores de máquinas e equipamentos devem ter em seu treinamento no- ções básicas sobre eletricidade, contemplando as medidas de controle necessárias para eliminação ou neutralização dos riscos elétricos. Máquinas e equipamentos devem ser dotados de dispositivo de acionamento, parada e bloqueio, conforme Norma Regulamentadora NR - 18. Na operação de máquinas de grande porte, medidas adicionais de segurança devem ser adotadas principalmente quanto ao contato com redes de distribuição de energia elétrica. Equipamentos elétricos devem estar desligados da tomada quando não es- tiverem sendo usados. Os serviços de manutenção deverão ser realizados com a máquina desligada. Os cabos de alimentação e os demais dispositivos elétricos devem estar em perfeito estado de conservação. As operações com veículos, máquinas e equipamentos devem ser planejadas, evitando o contato ou o impacto com redes de distribuição de energia e/ou equi- pamentos elétricos energizados.
  • 35. RTP-05 35 5 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI 5.1 Botina de couro, solado isolante Para proteção dos pés contra agentes agressivos e choques elétricos. Não deverá possuir componentes metálicos. 5.2 Luvas isolantes para eletricista Para o uso em serviços com risco de choque elé- trico em equipamentos energizados e passíveis de energização. Obs.: As luvas isolantes não devem ser utilizadas isola- damente, isto é, sem as luvas de cobertura. 5.3 Luvas de cobertura em vaqueta Utilizadas para proteção das luvas isolantes.
  • 36. RTP-05 36 5.4 Óculos de segurança Destina-se à proteção dos olhos contra impactos mecânicos e efeitos decorrentes da irradiação solar ou do arco elétrico. 5.5 Capacete de segurança Destina-se a proteger a cabeça contra impactos, quedas de objetos, contato acidental com circuitos elétricos energizados. Constituído de material isolante. 5.6 Cinto de segurança / tabalarte Cinto de segurança do tipo subabdominal é desti- nado a equilibrar/sustentar o trabalhador em postes/ torres para prevenir quedas por altura. Talabarte é complemento do cinto de segurança. Obs.: É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalções elé- tricas (NR10).
  • 37. RTP-05 37 6 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA 6.1 Detector de tensão Equipamento empregado para confirmar a presença ou ausência de tensão em um circuito ou parte dele. Podem ser: • Do tipo de chave de fenda, para uso exclusivo em baixa tensão; • Do tipo eletrônico, para uso em alta e baixa tensões. 6.2 Barreiras / invólucros / grades articuladas / bandeirolas / fitas / placas de sinalização / cones São para delimitar as áreas de trabalho ou de perigo, sinalizar e informar riscos existentes e impedir o contato com partes vivas das instalações elétricas.
  • 38. RTP-05 38 7 FERRAMENTAS MANUAIS COM ISOLAMENTO ELÉTRICO As ferramentas manuais destinadas a trabalhos em adjacências de peças sob tensões até 1000v em corrente alternada (valor efetivo) ou 1500v em corrente contínua devem ter isolamento para proteção dos trabalhadores contra choques elétricos. Definimos ferramentas isoladas como sendo aquelas que podem ser isoladas totalmente ou parcialmente, sendo que devemos dar preferência pela utilização, sempre que possível, de ferramentas com isolamento completo. É importante lembrar que acidentes com eletricidade, choques elétricos, podem ser causados por falhas no isolamento dessas ferramentas. As ferramentas completamente isoladas são aquelas fabricadas com: 1 – material isolante; 2 – material condutor com revestimento de material isolante nas quais só as partes atuantes (parte da ferramenta que age sobre a peça) podem estar sem isolamento. Exemplo: ponta da chave de fenda
  • 39. RTP-05 39 As ferramentas parcialmente isoladas são aquelas fabricadas com material condutor e que têm um revestimento de material isolante, com exceção da cabeça atuante (parte da ferramenta que transmite a força aplicada no cabo ao local de trabalho) ou parte da mesma. Exemplo: cabeça do alicate As ferramentas com isolamento elétrico devem satisfazer as condições às quais foram fabricadas, não podendo ter defeitos de isolamento, ser impróprias para o serviço a ser executado, nem estar em mau estado de conservação, devendo ser empregadas de acordo com sua finalidade e não constituir risco aos trabalha- dores que a utilizarão e à instalação. Ferramentas com isolamento elétrico devem ser sempre inspecionadas de modo a não apresentarem defeitos de isolação, como trincas, bolhas, má aderência. Esse exame é feito visualmente.
  • 40. RTP-05 40 8 PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO 8.1 Agentes extintores Agente extintor é toda substância que, aplicada em princípio de fogo, inter- fere na combustão, provocando descontinuidade na reação química, alterando as condições para que haja fogo. Os agentes extintores podem ser encontrados nos estados líquido, gasoso ou sólido. Existe uma variedade muito grande de agentes extintores, dos quais os mais comuns são: • Água • Espuma (química e mecânica) • Gás carbônico (CO2 ) • Pó químico seco 8.2 Como empregar os agentes extintores Agentes Extintores Água Espuma Pó Químico Gás Carbônico (CO2 )Classes de incêncio A SIM SIM SIM* SIM* madeira, papel, tecidos, plásticos, cortinas, alcatifas, poltronas etc. B NÃO SIM SIM SIM*gasolina, álcool, querosene, óleo, cera, tinta, graxa etc. C NÃO NÃO SIM SIMequipamentos e instalações elétricas energizadas *Com restrição, pois há risco de reignição.
  • 41. RTP-05 41 8.3 Utilização dos extintores em instalações elétricas energizadas Retirar o pino de segurança quebrando o lacre. Empunhar a mangueira com o difusor. Acionar a válvula dirigindo o jato para o fogo. Retirar o pino de segurança. Empunhar a mangueira. Atacar o fogo acionando o gatilho.
  • 42. RTP-05 42 BIBLIOGRAFIA AS INSTALAÇÕES elétricas e a segurança no trabalho. Revista Eletricidade Moderna, São Paulo, v. 9, n. 97, p. 12-20, ago. 1981. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. . NBR 5419: proteção de estruturas contra descargas atmosféricas: pro- cedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1993. . NBR 9699: isolação para ferramentas manuais até 1000v. Rio de Janeiro: ABNT, 1987. BRASIL. Lei nº 6514, de 22 de Dezembro de 1977. Altera o Capítulo V do Ti- tulo II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo a Segurança e Medicina do Trabalho e dá outras providências. Diário Oficial da União, poder Executivo, Brasília, DF, 23 dez. 1977. . Portaria nº 3214, de 8 de Junho de 1978. Aprova as Normas Regulamen- tadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1978. BITICINO; PIRELLI. Proteção de pessoas contra choques elétricos. [São Paulo], 1978. CAMARGO, C. A. A. de. Proteção contra descargas elétricas atmosféricas. In: CONGRESSO NACIONAL DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES DO TRABA- LHO, 19, 1980, Brasília. Anais... São Paulo: Fundacentro, 1981. p. 14-30. COMPANHIA PAULISTA DE FORÇA E LUZ. Aterramento para sua segu- rança. COTRIM, A. A. M. B. Instalações elétricas. 3 ed. São Paulo: Makron Books, 1992. ESPANHA. Instituto Nacional de Seguridad e Higiene en el trabajo. NPT 73: Distancias a líneas elétricas de BT y AT. Barcelona, 1983.
  • 43. RTP-05 43 GUSMÃO, L. H. P.; MONTEIRO, N. A. Instalações elétricas em canteiros de obras. São Paulo: Fundacentro, 1991. INSTITUTO BRASILEIRO DO COBRE. Aterramento elétrico. São Paulo: Pro- cobre, [s.d.]. MANUAL Pirelli de instalações elétricas. 2 ed. São Paulo: Pini, 1999. ORGANISME PROFESSIONNEL DE PRÉVENTION DU BÂTIMENT ET DES TRAVAUX PUBLICS. Tecnologia da prevenção dos acidentes do trabalho nas profissões da construção civil. São Paulo: Fundacentro, 1975. PIAL LEGRAND GL ELETRO-ELETRONICOS. Catálogo geral. São Paulo, 1997. . Catálogo geral. São Paulo, 2002. RANGEL FILHO, A. (Coord.). Engenharia de segurança do trabalho na indústria da construção. São Paulo: Fundacentro, 2001. p. 57-86. REIS, J. S.; FREITAS, R. de. Segurança em eletricidade. São Paulo: Fundacentro, 1985. REVISTA oficial do corpo de bombeiros do estado de Pernambuco. Recife, n. 1, 1998. RIBEIRO FILHO, L. F. Prevenção de acidentes com máquinas e equipamentos elétricos móveis ou portáteis. In: CONGRESSO NACIONAL DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES, 19, 1980, Brasília. Anais... São Paulo: Fundacentro, 1981. p. 10-13. RIBEIRO FILHO, L. F.; PAULA, J. E. de. Segurança em equipamentos e circuitos elétricos. In: CONGRESSO NACIONAL DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES, 17, 1978, São Paulo. Anais... São Paulo: Fundacentro, 1979. p. 457-464. ROUSSELET, E. da S.; FALCÃO, C. A segurança na obra: manual técnico de segurança do trabalho em edificações prediais. Rio de Janeiro: SINCOMRJ/SE- NAI/CBIC, 1986. . Instalações em geral. In: A segurança na obra: manual técnico de segu- rança do trabalho em edificações prediais. Rio de Janeiro: Interciência/SOBES, 1999. p. 129-151.
  • 44. SIEMENS. Seminários técnicos 2003 – engenheiros e projetistas: proteção contra choques elétricos e aterramentos das instalações elétricas de baixa tensão. [São Paulo], 2002. SOUZA, J. R. A. de. A proteção contra choques elétricos. Revista Eletricidade Moderna, São Paulo, v. 12, n. 127, p. 8-24, maio 1984. SOUZA, S. S. B. de. Controle de riscos elétricos. Recife: [s.n.], 1997. STECK INDÚSTRIA ELÉTRICA. Catálogo geral. São Paulo, 1998. ZANELLA, A. et al. Segurança do trabalho na construção civil na área de edi- ficações. São Paulo: Universidade Mackenzie, 1981.
  • 45. Rua Capote Valente, 710 São Paulo - SP 05409-002 tel.: 3066-6000 www.fundacentro.gov.br Sobre o Livro Composto em Times New Roman 11/14 formato 16x23cm impresso em papel couché 180g/m2 (capa) e offset 90g/m2 (miolo) Impressão: Gráfica da Fundacentro Tiragem: 15.000 exemplares 1a edição: 2007 Equipe de realização Coordenação editorial: Elisabeth Rossi Revisão de textos: Karina Penariol Sanches Ilustrações: Fabiana Rebelo Bez Francisco Eduardo Gonçalves Silveira Capa: Marila G. Destro Apolinário Design e editoração eletrônica: Glaucia Fernandes
  • 46. 9 7 8 8 5 9 8 1 1 7 2 2 5 ISBN 978-85-98117-22-5