Relatório de Impacto Ambiental da Fábrica Automotiva FIAT em Goiana
1. R e latór i o de Impac to Am bi e nt al - R IMA PROJETO DA FÁBRICA AUTOMOTIVA FIAT Setembro 2012
Setembro 2012
Relatório de Impac to Ambiental - RIMA
PROJETO DA FÁBRICA AUTOMOTIVA FIAT
3. 1
1.3. COORDENAÇÃO DO EIA/RIMA
A coordenação deste EIA/RIMA foi feita pela empresa PIRES Advogados & Consultores,
sociedade simples de advocacia e consultoria, inscrita na OAB sob o nº 071/87, Seção
de Pernambuco, no CIM sob o nº 157.651-8, no CNPJ/MF sob o nº 12.858.973/0001-45,
e no Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental sob nº
APRESENTAÇÃO 257056. A empresa está situada na Rua Padre Carapuceiro, nº 54, Boa Viagem, CEP 51020-
280, Recife, no Estado de Pernambuco. Fone: (+55.81) 3325.5100, Fax: (+55.81) 3465.5855
e correio eletrônico pires@pires.adv.br.
1.1. O EMPREENDIMENTO 1.4. EQUIPE TÉCNICA
Este RIMA, em atendimento aos Termos de Referência expedidos pela CPRH - Agência 1.4.1. Coordenação
Estadual de Meio Ambiente, sob o nº 11/12, referente ao Processo nº 5630/2012, trata do
projeto da Fábrica Automotiva FIAT, que se pretende implantar no município de Goiana, Coordenação Geral
para produzir cerca de 250.000 carros por ano. Ivon d’Almeida Pires Filho, advogado, OAB nº 5.399-PE
Coordenação Técnica
Flávia Carolina de Souza Reis, advogada, OAB nº 14.389-PE
1.2. O EMPREENDEDOR
O Projeto da Fábrica Automotiva FIAT está sendo desenvolvido pela TCA – Tecnologia em
Equipamentos Automotivos S/A, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 00.763.047/0001-07, com 1.4.2. Equipe Multidisciplinar
endereço na Rodovia BR-101 Sul, Km 86,2, no bairro de Prazeres, Jaboatão dos Guararapes/
Arqueologia
PE, e representada por Cristiano Augusto Félix (cristiano.felix@fiat.com.br), portador da
cédula de identidade nº M7.390.405 SSP/MG, inscrito no CPF/MF sob o nº 040.326.576-29, Marcos Antonio Gomes de Mattos de Albuquerque, arqueólogo, SAB nº 12
com endereço comercial na Av. Contorno, 3455, Betim/MG, fone/fax n° (+ 55.31) 2123- Milena Duarte de Oliveira Souza, arqueóloga, SAB nº 539
2111 e 2123-3506. Veleda Christina Lucena de Albuquerque, arqueóloga, SAB nº 237
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4. Cartografia
Gustavo Sobral da Silva, engenheiro de pesca, CREA nº 037.822/D PE
Direito Ambiental e Urbanístico
Ivon d’Almeida Pires Filho, advogado, OAB nº 5.399-PE
Sandra Pires Barbosa, advogada, OAB nº 14.119-PE
Fauna Aquática
Marcela Sátyro Cavalcanti de Albuquerque, engenheira de pesca, CREA nº 39.374-D
Fauna Terrestre
Artur Galileu de Miranda Coelho, biólogo, CFB/PE nº 02774-85
Geologia e Geomorfologia/Geotecnia
Edmilson Santos de Lima, geólogo, CREA nº 17.689-D
Geotecnia e Resíduos Sólidos
Héctor Ivan Díaz Gonzáles, engenheiro civil, CI RNE V381442-G
Qualidade do Ar, Climatologia e Ruídos
Maria de Lourdes Florêncio dos Santos, engenheira civil, CREA nº 22.468-D
Recursos Hídricos Subterrâneos
Marcílio Augusto Duque Pacheco, geólogo, CREA nº 14.132-D/PE
Recursos Hídricos Superficiais e Resíduos Sólidos
Maria de Lourdes Florêncio dos Santos, engenheira civil, CREA nº 22.468-D
Sociologia
Maria Lia Cavalcanti Corrêa de Araújo, socióloga, RG nº 868.926 - SSP/PE
Diagonal Empreendimentos e Gestão de Negócios LTDA, CNPJ nº 01.115.194.0001-33
Urbanismo
Sandra Pires Barbosa, advogada, OAB nº 14.119-PE
Vegetação e Flora Terrestre
Kênia Valença Correia, bióloga, CRBio-5ª Região nº 19.739/5-D
Cosme de Castro Junior, biólogo, CRB nº 46.658/5-D
1.5. EQUIPE DE APOIO
Tecnóloga em Gestão Ambiental
Teresa Cristina da Silva
Programação Visual
Sérgio Pires Barbosa, publicitário.
De acordo com o disposto na Resolução CONAMA nº 01/86 e 237/97, o empreendedor e
os profissionais que subscrevem os estudos ora apresentados (v. folha de assinaturas no
final deste RIMA) são responsáveis pelas informações fornecidas, estando também todos
inscritos no Cadastro Técnico Federal do IBAMA.
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2. 7
6. 2
De toda maneira, a incineração dos gases dos processos de pintura contendo
solventes orgânicos irá obter, sempre, um produto final em níveis não poluentes.
CARACTERIZAÇÃO DO Figura 2.1. Equipamento para Queima dos Gases VOCs
EMPREENDIMENTO
Pretende-se implantar a Fábrica Automotiva FIAT no município de Goiana,
Estado de Pernambuco, em uma área de 440ha, às margens da BR-101, nas
imediações do 13Km.
A fábrica, investimento de cerca de 4 bilhões de reais, será desenvolvida
para produzir cerca de 200.000 a 300.000 carros por ano e tem como
principais processos produtivos: estampagem, soldagem, pintura e
montagem final.
Faz parte também do complexo da indústria, e estará na mesma área,
um parque de fornecedores, com toda a infraestrutura necessária para a
produção dos componentes empregados na fabricação dos automóveis.
Com foco na sustentabilidade, a fábrica terá um moderno tratamento
de efluentes (biológicos e tecnológicos) para o reaproveitamento da
água consumida nos processos produtivos. Além disso, a fábrica terá
d. Montagem Final
uma central de recolhimento e segregação de resíduos sólidos, para
direcionar os seus resíduos a uma destinação ambientalmente correta. É na montagem final onde, após o recebimento da carroceria pintada,
Todos os equipamentos e sistemas de produção serão dotados das são montadas todas as peças de acabamento, guarnições, peças
melhores tecnologias, otimizando os consumos energéticos. mecânicas, revestimentos, vidros etc. e são realizados os testes que
garantem a qualidade do produto.
2.1. DESCRIÇÃO DAS EDIFICAÇÕES Os veículos após montados são conduzidos para a pista de prova para
a realização de testes dinâmicos. Após estes testes os veículos passam
Basicamente o processo de fabricação de veículos nessa nova fábrica é por uma cabine de prova hídrica, equipada com sprays automáticos,
desenvolvido em cinco diferentes oficinas, abaixo descritas. onde é verificada a vedação contra-água e, em seguida, são realizadas as
revisões de elétrica e de acabamento.
a. Prensas
e. Comunication Center
Nessa etapa do processo o aço vindo de fornecedores será conformado
e enviado para o processo de soldagem. A unidade será equipada com Área onde as carrocerias soldadas provenientes da oficina de soldagem,
uma sala metrológica para a medição das condições geométricas das as carrocerias pintadas provenientes da pintura e da montagem final
peças. são analisadas quanto ao dimensionamento e qualidade e também são
realizadas análises de laboratório.
b. Funilaria
Aqui as peças de aço provenientes das prensas são soldadas formando a
carroceria do veículo, sendo esta a etapa que antecede a pintura. 2011 2012 2013 2014
c. Pintura
May
May
May
May
Aug
Sep
Nov
Dec
Aug
Sep
Nov
Dec
Aug
Sep
Nov
Dec
Aug
Sep
Nov
Dec
Feb
Mar
Feb
Mar
Feb
Mar
Feb
Mar
Jan
Jun
Jan
Jun
Jan
Jun
Jan
Jun
Apr
Oct
Apr
Oct
Apr
Oct
Apr
Oct
Jul
Jul
Jul
Jul
A Unidade de Pintura é a onde se recebem as carrocerias em chapa para se PROCESSOS
proceder ao processo de fosfatização para adequação da superfície metálica, PRENSAS 17 M 8M 3M
com finalidade de proteção anticorrosiva para a pintura. A eficiência dos PINTURA
10 M 8M 3M
revestimentos protetores e ou decorativos posteriores dependem diretamente FUNILARIA 3M
9M 7M
da limpeza e preparo da superfície. MONTAGEM
10 M 7M 3M
A tecnologia de pintura a base d’água adotada para a FIAT Goiana é mais vantajosa LEGENDA:
AQUISIÇÃO / CONSTRUÇÃO INSTALAÇÃO ACABAMENTO AJUSTES INTERFERÊNCIAS CIVIL X INSTALAÇÕES PUBLIC LIC.
que o atual processo convencional à base de solvente. O uso da água como
principal solvente dá ao produto uma aparência máxima e, mais importante, o efeito
ecológico de proteção do meio ambiente com menor emissão de componentes
orgânicos voláteis (VOCs).
8 9
8. 2.2. SUPPLY PARK (SISTEMISTAS) 2.3. ILHA ECOLÓGICA
O Supply Park, ou pátio de fornecedores/sistemistas, encontra-se inserido na mesma A Fábrica FIAT em Pernambuco, dentro das condições técnicas possíveis na região, buscará
área da fábrica e abrigará as empresas que produzem itens necessários à montagem dos a reciclabilidade e reaproveitamento dos resíduos gerados dentro da fábrica.
automóveis. A seguir são indicados os principais fornecedores:
Para que o objetivo seja alcançado, haverá foco nos seguintes conceitos e práticas:
a. Galpão 1 – Fornecedor Plástico: Painel Instrumento, Pára-Choque e Painel Porta
Fabricação de materiais plásticos para uso em indústrias automobilísticas e mercado de • Coleta seletiva;
reposição de peças. • Aumento da reciclabilidade, reutilização e diminuição na geração de resíduos;
b. Galpão 2 – Condicionador Completo/Radiador/Front-End Conscientização dtos trabalhadores quanto à geração de resíduos;
Fabricação de Grupo Climatização (HVAC) e módulo de arrefecimento do motor (ECM) • Investimento em tecnologias de reciclagem e reaproveitamento;
para uso em indústrias automobilísticas.
• Infraestrutura;
c. Galpão 3 – Montagem e Desmontagem de Bancos
Indústria de corte, costura e montagem de assentos para uso em indústrias • Disponibilização de recursos financeiros para destinação final de resíduos.
automobilísticas e mercado de reposição de peças.
• Nesse sentido, a FIAT possui uma central de recebimento de resíduos denominada
d. Galpão 4 – Forro de Teto, Tapete, Insonorizantes Ilha Ecológica onde 100% dos seus resíduos são recebidos devidamente identificados
Fabricação de filtros, moldagem e corte, para uso em indústrias automobilísticas e quanto ao tipo, origem e data de geração. Todos os resíduos são pesados e separados
mercado de reposição de peças. por tipologia e posteriormente destinados de forma ambientalmente correta.
e. Galpão 5 – Suspensão A Ilha Ecológica é dividida em 3 áreas:
Fabricação de eixos de suspensão para uso em indústrias automobilísticas e mercado de
Pátio de reciclagem: recebe a coleta seletiva doméstica/industrial, como papel/papelão,
reposição de peças.
plástico, madeira, isopor, metal e rejeito.
f. Galpão 6 – Central de Pintura Suspensão
Pátio de sucatas: recebe as peças veiculares danificadas para sua descaracterização e
Indústria de pintura de peças metálicas para uso em indústria automobilística
separação por matéria prima.
e mercado de reposição.
Área de resíduo: recebimento e armazenamento temporário dos resíduos classe I e
g. Galpão 7 – Tubulação de Descarga
classe II que posteriormente serão enviados para beneficiamento, co-processamento ou
Fabricação de sistemas de exaustão veicular, subdividido em 2 produtos: parte fria
reciclagem.
(cold end - silenciosos) e parte quente (hot end – coletores integrados com conversor
catalítico). A Ilha Ecológica possui um sistema de iluminação natural que capta,
h. Galpão 8 – Pedaleira Completa transfere e difunde a luz solar para dentro do ambiente conseguindo
substituir durante o dia o uso de lâmpadas convencionais, esse sistema
Fabricação do sistema de pedais (pedaleira) para uso em indústrias automobilísticas e
impede que o calor seja dissipado proporcionado maior conforto ao
mercado de reposição de peças.
ambiente. É dotada ainda de um sistema de captação de efluentes,
i. Galpão 9 – Pneus e Rodas dividido em 3 redes: tecnológica, biológica e pluvial.
Montagem, inflagem, simulação da carga e balanceamento de pneus e rodas, para
indústria automotiva.
j. Galpão 10 – Vidros
Fabricação de vidros para a aplicação na indústria automobilística e mercado de
reposição de peças.
k. Galpão 11 – Injeção Plástica <500T
Fabricação de materiais plásticos, tais como siglas, emblemas, capas de espelhos,
calotas, spoilers, frisos, tampas de combustíveis, entre outros, para uso em indústrias
automobilísticas e mercado de reposição de peças.
l. Galpão 12 – Bochetone de Combustível/Reservatórios Vários
Fabricação de materiais plásticos para uso em indústrias automobilísticas e mercado de
reposição de peças. Fotos 2.1 e 2.2 . Coleta seletiva
m. Galpão 13 – Grupo Filtro Motor
Fabricação de filtros e reservatórios injetados, bem como de reservatório soprado.
n. Galpão 14 – Estampos: Subgrupos de Funilaria/Reservatório de Combustível
Fabricação de estampos e reservatório de combustível metálico para uso em indústrias
automobilísticas e mercado de reposição de peças.
12 13
9. 2.4. INFRAESTRUTURA DO EMPREENDIMENTO 2.4.2. SISTEMA DE ÁGUA POTÁvEL E INDUSTRIAL
A água potável será fornecida pela Companhia Pernambucana de Saneamento –
2.4.1. DRENAGEM COMPESA. A rede de distribuição de água potável partirá de um reservatório apoiado
e atenderá às demandas de lavatórios, chuveiros, pias, tanques, bebedouros e outros
As redes de drenagem serão enterradas, todos os trechos serão por gravidade e pontos de consumo distribuídos ao longo das edificações em estudo. Será totalmente
encaminharão os efluentes coletados para três Estações Elevatórias de Esgoto e para independente da rede de distribuição de água industrial, de forma a evitar a contaminação
a Estação de Tratamento de Esgotos. Os efluentes recebidos pelas Estações Elevatórias por conexões cruzadas.
de Esgoto serão recalcados, através de sistemas de bombeamento, para a Estação de
Tratamento de Esgotos. A rede de água industrial predial será alimentada pela rede industrial de processo. Essa
rede alimentará, bacias sanitárias e mictórios de banheiros e vestiários.
A rede de esgoto biológico é independente da rede de esgoto industrial. O sistema de
coleta será através de separador absoluto, ou seja, não haverá qualquer interligação com A população total da Fábrica será de 12000 pessoas. Para estimar o volume diário de água
a drenagem pluvial. consumida foi considerado que 3500 funcionários consumirão 150 litros por dia e 8500
funcionários consumirão 80 litros por dia.
Figura 2.2. Fluxograma das Redes de Drenagem Industrial/Oleosa/Biológica
-Volume diário = 1.205 m³
-Volume de Água Potável = 482.000 Litros
-Volume de Água Industrial Predial = 723.000 Litros
2.4.3. ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES - ETE
Esta ETE será projetada e construída para tratar os efluentes domésticos, oleosos e
industriais da unidade industrial e produzir uma água que será de reuso e que deverá
atender aos parâmetros fixados pela Fiat.
Os efluentes a serem gerados na planta da FIAT podem ser divididos em três grupos:
Efluente da pintura: oriundo da pintura do processo industrial;
Efluente industrial: oriundo das purgas de torres, da funilaria, da montagem, das prensas
da estamparia, do Supply park, e de possíveis expansões da fábrica;
Efluente sanitário: efluentes com características “domésticas” oriundos dos banheiros,
lavabos, refeitórios etc.
14 15
10. Os métodos de tratamento dos efluentes se dividem basicamente em três grupos:
1) Métodos físicos, para remoção de sólidos flutuantes de dimensões
relativamente grandes, de sólidos em suspensão, areias, óleos e gorduras.
Para essa finalidade são utilizadas grades, peneiras simples ou rotativas,
caixas de areia ou tanques de remoção de óleos e graxas, decantadores,
filtros de areia, etc;
2) Métodos físico-químicos, para remover cor e turbidez, odor, ácidos, álcalis,
metais pesados, óleos e, principalmente, material coloidal. Além disso, os
reagentes químicos utilizados nestes processos têm o objetivo de neutralizar
ácidos ou álcalis;
3) Métodos biológicos, para remoção dos compostos orgânicos
biodegradáveis, usando-se vários grupos de microrganismos.
Devido ao requisito de reuso fixado pela FIAT, além dos processos tradicionais de
tratamento de efluentes, deverá ser prevista uma unidade de osmose reversa, a qual
promoverá uma redução significativa de condutividade do efluente e a adequação de
outros parâmetros, permitindo o seu reuso em algumas atividades industriais.
A unidade de tratamento de efluentes está projetada para tratar todos os efluentes gerados
na unidade fabril, operando continuamente, 24 horas por dia, sete dias por semana.
No sistema de tratamento de efluentes industriais e biológicos haverá a geração de lodos
que foram denominados inorgânicos e orgânicos. O lodo inorgânico será enviado para um
tanque de lodo, que funcionará como adensador e estocagem do lodo. O lodo orgânico
poderá ser enviado diretamente para um tanque de bombeamento, a partir de onde o
sobrenadante (líquido) centrifugado será enviado para o tanque de equalização biológico
e o lodo será descarregado em container separado do lodo inorgânico.
16 17
11. Fluxograma da ETE
O sistema viário interno estudado contempla vias
adequadas para trânsito de veículos de carga e
equipamentos (carretas, empilhadeiras etc.), além de
implantação de ciclovias e calçadas.
Ao longo do anel viário externo são dispostos bolsões de
estacionamento para caminhões, paradas de ônibus e
estacionamentos para veículos de passeio.
2.5. ASPECTOS AMBIENTAIS E UTILIDADES
a. Insumos Energéticos
Materiais Quantidades/Mês
Água 37.200m³
Gás Natura l581.200 Nm³
Energia Elétrica 5.800.000Kw
2.4.4. SISTEMA vIÁRIO A água utilizada no processo será fornecida pela rede pública para uso industrial e
consumo humano (refeitórios, sanitários etc.). Energia elétrica e gás serão fornecidos pela
As edificações que compõem o Sistema Viário são os Pontos de Ônibus e a Cobertura de
rede concessionária.
Pedestres.
Quadro 2.1 . Efluentes Líquidos Tratados
Os Pontos de Ônibus estão localizados próximo às Portarias de Pessoal, em quatro locais
Vazão média
diferentes, sendo que a maior está localizada próximo à Portaria Principal. Despejo Origem Sistema de controle Lançamento final (*)
(m3/dia)
As coberturas de pedestres são coberturas que ligam a Portaria Principal aos Galpões de Reutilização em parte do
Prensas, Funilaria e Pintura e Communication Center, assim como a Portaria P2 ao Galpão ETE-Estação de efluente e descarte dos
Efluentes Processo
920 tratamento de efluente demais volumes à rede de
da Montagem. Sua função é dar proteção solar e de chuva para funcionários a caminho industriais industrial
industrial esgoto da concessionária
de seus postos de trabalho. de água local.
Será prevista em toda a fábrica, tanto interna quanto externamente às unidades, ETE - Estação de Encaminhado à rede de
Esgoto
Uso sanitário 530 tratamento de efluente esgoto da concessionária
acessibilidade universal, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. sanitário
biológico FIAT de água local.
Águas Pluviais: As águas pluviais que são coletadas pelos telhados dos galpões e pelas vias de acesso,
pátios etc, são canalizadas em dutos subterrâneos, com PV (Poço de Visita), a cada 50 metros, até alcançar
os pontos de saida da fábrica.
18 19
12. -Sistemas de Geração de Ar comprimido 2.5.1 MÃO DE OBRA
Quadro 2.2. Mão de Obra a ser contratada na Fase de Implantação
Equipamento de Geração Capacidade nominal
Quadro de Mão de Obra Quadro de Mão de Obra
(Nm3/h)
Categorias Qtde Categorias Qtde
Total de 07 compressores de AR 75.614 (Ntm³/h)
Ajudante 1.571 Engenheiro de qualidade 11
(Especificação técnica detalhada no projeto) Ajudante de montagem 129 Engenheiro de seg trabalho 11
Almoxarife 18 Gerente de Obras 11
Apontador 54 Laboratorista 6
-Sistemas de Resfriamento e Refrigeração
Armador 947 Mestre geral de obras 26
Tipo Volume Estático (m3)
Aux. Administração escritório 40 Motorista de veículos leves 73
Torre de resfriamento compressor 500m³/h Auxiliar de almoxarifado 29 Motorista de veículos pesados 226
Auxiliar de laboratório 6 Pedreiro 1.148
Torre de resfriamento compressor/Prensas e Funilaria 1300m³/h
Auxiliar limpeza 20 Pintor 395
Torre de resfriamento compressor/Sistema de água gelada 750³/h
Auxiliar serviços gerais 19 Projetista 23
Azulejador 113 Secretária / Recepcionista 11
Carpinteiro 533 Servente 1.458
- Geração de Resíduos Sólidos
Comprador 16 Supervisor Adm./Financeiro 11
A geração de resíduos estimada é de 220 kg/veiculo produzido, sendo Coordenador de Projetos 4 Supervisor de montagens 32
percentualmente Classe I: 5,6kg/veíc e Classe II A e B: 215,2 kg/veíc.
Copeiro 29 Supervisor de Qualidade 11
Desenhista 38 Supervisor de SMS 11
Eletricista de manutenção 16 Técnico de documentação 11
Encanador 46 Técnico de instalações 16
Encarregado de materiais 9 Técnico de Planejamento 9
Encarregado de obras 31 Técnico edificações 18
Encarregado de pessoal 11 Técnico meio ambiente 10
Enfermeiro do trabalho 28 Técnico qualidade 21
Engenheiro de instalações 9 Técnico segurança 21
Engenheiro de Planejamento 10 Vigilante 32
Engenheiro de produção 30 Total 7.372
Engenheiro de Projetos 14
20 21
13. Dados sobre os empregos a serem gerados (quantidade e qualificação requerida) na fase
de operação do empreendimento.
N.º Turnos: 03 Horas/dia: 24 Dias/mês: 30 Meses/ano: 12
2.5.2. MÁQUINAS
Equipamentos na Fase de Instalação
MÁQUINAS QTD. MÁQUINAS QTD.
Gruas Escavadoras Hidráulicas(rasto) 2 Gruas Cil. Vibradores (tandem)
Escavadoras Hidráulicas(rasto) 2
4
Tratores (Rasto) 4 Tratores (Rasto)
Auto-Compactadores (pés de carneiro) 4
6
Retro-Escavadeiras) 6 Retro-Escavadeiras)
Auto-Cisternas 6
4
“Dumpers” 6 “Dumpers”
Bombas de betão 6
10
Motoniveladoras 2 Motoniveladoras
Auto- Betoneiras 2
30
Camionetes (4x4) 2 Camionetes (4x4)
Guindastes 2
4
Caminhões (6x4; 6x6) 40 Caminhões (6x4; 6x6)
Caminhões Munk 40
4
Semi-Reboques 2 Semi-Reboques
Caminhões Pipa 2
10
Cil. Compressores(triciclo) 4 Cil. Compressores(triciclo)
Hélice Continua 4
2
Cil. Compressores(tandem) 4 Cil. Compressores(tandem) 4
146
Equipamentos na Fase de Operação
Cegonhas para carregamento de automóveis (Frequência cerca de 85 dia)
Carretas de carregamento de bobinas (Frequência cerca de 40 por dia)
Caminhões Truck (Frequência cerca 600 dia)
Ônibus – 180 por turno (ônibus num intervalo de 1 hora - chegada e saída de turno)
Veículos leves dos funcionários, visitantes e fornecedores: (Frequência cerca de 800 dia).
22 23
14. is
na
cio
ca
Lo
se
ni
ca
c
s Té
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r na
A lte
24
3. 25
15. 3
ALTERNATIvAS 3.1 ALTERNATIvAS LOCACIONAIS
TÉCNICAS E
3.1.1. SUAPE
Motivado pelos benefícios da localização estratégica de Suape em relação às principais
LOCACIONAIS
rotas marítimas de navegação, a qual permite a conexão do Complexo Portuário de
Suape com mais de 160 portos em todos os continentes, incluindo linhas diretas com
a Europa, América do Norte e África, o investidor, inicialmente, optou pela instalação
do empreendimento nesse local. Todavia, encontrou obstáculos que desestimularam a
implantação ali.
A grande extensão do terreno, necessária para a implantação do empreendimento, foi, sem
dúvidas, um obstáculo para a instalação da FIAT no litoral sul do Estado de Pernambuco, já
que inexistiam terrenos com dimensões compatíveis para a instalação da fábrica. Demais
disso, os terrenos encontrados com dimensões aceitáveis apresentavam relevo bastante
colinoso, tudo o que demandaria considerável movimentação de terra, o que implicaria
em elevados custos financeiros e ambientais, contrariando a postura de sustentabilidade
adotada pela empresa.
Outro importante dado considerado foi a atual dificuldade no acesso viário à área de
Suape, provocado pelo rápido desenvolvimento do Complexo Portuário e Industrial de
Suape, de maneira dissociada do crescimento infraestrutural daquela região. Ficou claro
que a FIAT intensificaria os problemas da região, o que precisava ser evitado.
Há cerca de dois anos a FIAT anunciava a sua intenção de construir mais uma fábrica
de automóveis. Tendo em vista que esse tipo de empreendimento é reconhecido por
empregar muita mão-de-obra, com os mais variados níveis de qualificação e em boas
condições de trabalho, teve início uma série de especulações por parte de diversos países
para sediar a referida indústria. A própria Itália, pátria mãe da empresa, e país que sofre
com a crescente crise financeira mundial, foi uma das nações que se habilitou a abrigar a
nova indústria. Nessa mesma disputa entrou o Brasil.
A manutenção da estabilidade econômica e política brasileira têm trazido não apenas
novos negócios para o país, mas tem também, como consequência, viabilizado o aumento
da renda da população, impulsionando o crescimento da qualidade de vida e o acesso a
diversos bens e serviços antes inalcançáveis. Foi nesse contexto que o Brasil se habilitou
e buscou com afinco receber a nova indústria da FIAT e, efetivamente, conseguiu captar
esse investimento para o território nacional.
Então, uma vez escolhido o país, passou-se a discutir qual estado deveria sediar o
empreendimento. Cogitou-se de expansão da fábrica já existente em Minas Gerais,
entretanto, a nova indústria, mais moderna e aperfeiçoada em seus procedimentos,
demandava também um novo local. Que inclusive, ou principalmente, deveria facilitar
a logística de distribuição dos veículos para o mercado nacional e internacional.
Pernambuco, então, era um dos fortes candidatos.
Com efeito, a evolução econômica do estado se destaca tanto na mídia local quanto
na internacional, e vem se sobressaindo por obter um índice de crescimento superior
ao brasileiro. O PIB de Pernambuco, por exemplo, foi superior ao do Brasil no primeiro
trimestre de 2012 e também em relação ao mesmo período do ano pretérito. Enquanto o
estado nordestino cresceu 4,6%, o país registrou alta de 0,8%.
Foi assim, pensando na união da perspectiva do consumo de automóveis no mercado
interno brasileiro com a localização estratégica do Estado de Pernambuco, que a FIAT
aportou seus investimentos no estado pernambucano.
26 27
16. Assim foi que, em virtude dos entraves presentes na instalação do empreendimento no
Complexo Portuário de Suape, bem como da incentivadora proposta governamental de
desenvolvimento econômico em outros polos no Estado de Pernambuco, a FIAT concluiu
pela alocação da fábrica em outro município.
3.1.2. MUNICíPIO DE GOIANA
Após análise do cenário estadual, a FIAT optou por instalar a sua nova fábrica no
Litoral Norte, assim deu-se início à busca de uma área que fosse fisicamente possível e
ambientalmente viável. Essa área foi encontrada no município de Goiana, bem às margens
da BR-101, por volta do seu quilômetro 13.
O terreno, com 440ha, é plano, o que minimiza os impactos com movimentação de terras;
completamente utilizado no plantio da cana-de açúcar, o que também evita a necessidade
de supressão de vegetação natural; e destituído de rios ou riachos de importância para a
região. Assim, ficou claro que aquele seria o pedaço de terra ideal para a implantação do
empreendimento.
A inexistência de embaraço jurídico foi mais um fator favorável à instalação do
empreendimento no município. Outro fator de relevante importância da área eleita foi
a sua a proximidade com a BR-101. É preciso ressaltar, ainda, que a escolha dessa área,
harmoniza-se com os Planos, Programas e Projetos Estaduais de estímulo da economia
dos municípios da Zona Norte do Estado.
Enfim, foi por essa sinergia, definida pelo encontro do terreno ideal com a orientação de
desenvolvimento adotada pelo governo estadual, que a FIAT reconheceu o município de
Goiana como a sua melhor opção de investimento, pois além de possuir uma posição
geográfica estratégica, o local dispõe de um significativo potencial de desenvolvimento
econômico e social sustentável.
28 29
17. 3.2. ALTERNATIvA TÉCNICA Ademais, não se pode deixar de tecer comentários a respeito da tecnologia utilizada na
unidade de pintura do empreendimento, que não obedece ao processo convencional
A Fábrica da FIAT tem sido exposta conceitualmente como criada dentro de uma filosofia à base de solvente, mas sim à base de água. A moderna tecnologia confere uma maior
alicerçada na sustentabilidade, com baixo impacto ambiental, que reproduzirá as proteção ambiental, já que há a minimização de emissão de componentes orgânicos
melhores práticas consagradas no sistema de gestão ambiental FIAT. voláteis (VOCs).
Há que se dizer que a própria escolha do terreno já representa uma autêntica alternativa Destaque-se, ainda, que a fábrica contempla um operante sistema de desempoeiramento,
tecnológica para a fase de implantação. Sim, pois a perseverança em encontrar um local com o escopo de minimizar a geração de material particulado originado pela atividade
com pouca necessidade de movimentação de terra significa a adoção de um método industrial, possuindo ainda controle de qualidade em todos os insumos, diretos e indiretos,
construtivo menos impactante. Podendo-se dizer o mesmo em relação à escolha de uma e maquinários envolvidos no processo produtivo.
área destituída de vegetação natural, uma vez que a construção que se concretiza sem a
supressão de vegetação é feita de maneira muito menos impactante e mais sustentável. Por todos esses exemplos, resta patente que o Projeto Fábrica Automotiva FIAT, tal como
apresentado, enquadra-se na melhor alternativa tecnológica possível de ser implantada a
Ainda, a preocupação com a preservação ambiental pode ser observada ao se considerarem presente, devendo ser assim mantido.
as opções construtivas utilizadas no projeto da fábrica da FIAT em Goiana. As ruas internas
pavimentadas com asfalto produzido a partir de pneus reciclados, o reaproveitamento
da água utilizada nos processos produtivos, a presença de um moderno sistema de
tratamento de efluentes - biológicos e tecnológicos -, e uma central de recolhimento e
segregação de resíduos sólidos são exemplos de sustentabilidade.
30 31
19. Figura 4.1. Localização da área de intervenção. Fonte: Google Earth.
4 ÁREA DE
INFLUÊNCIA
Como limitação espacial deste RIMA, fez-se necessária a identificação da Área de Intervenção do
empreendimento, bem como a delimitação da sua Área de Influência, especificando-se os locais
que serão direta e indiretamente impactados pela Implantação e Operação do mesmo.
Nesta delimitação, há que se considerar que uma mesma atividade pode ter impactos bastante
distintos nos meios Físico, Biológico e Antrópico. Entretanto, no estudo em análise, percebeu-se
que as Áreas de Influência coincidiam para os meios Físico e Biológico, como freqüentemente
ocorre, divergindo apenas para o meio Antrópico.
Além disso, sabe-se que os impactos gerados pelas atividades próprias à fase de Implantação
de um empreendimento podem ser distintos daqueles característicos da fase de Operação,
o que levaria à delimitação de uma Área de Influência específica para cada fase. Entretanto,
no caso do presente empreendimento, as Áreas de Influência não variam entre a fase de
Implantação e a fase de Operação.
Município
de Igarassu
34 35
21. 4.1. LOCALIZAÇÃO 4.3. ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA
Como já descrito, pretende-se que a Fábrica Automotiva FIAT seja implantada em uma A Área de Influência Direta – AID é aquela na qual ocorrerão os impactos mais imediatos
área de 440ha, situada às margens da BR-101 Norte, no município de Goiana, estado de da implantação e operação do empreendimento, sendo aqui idêntica para essas duas
Pernambuco, tendo os seguintes limites: a Norte, com o estado da Paraíba; a Sul, com fases. Já no que se refere aos meios afetados, delimitou-se uma AID para os meios Físico
os municípios de Itaquitinga, Igarassu, Itapissuma e Itamaracá; a Leste, com o Oceano e Biológico e uma outra para o meio Antrópico, visto que este é impactado de forma
Atlântico e, a Oeste, com os municípios de Condado e Itambé. distinta daqueles primeiros.
O acesso a Goiana se dá pela rodovia pavimentada BR-101, sentido Pernambuco/Paraíba, Assim, definiu-se como Área de Influência Direta do empreendimento, quanto aos
estando a sede do município localizada nas coordenadas geográficas 7°33’38” de latitude meios Físico e Biológico, o polígono conformado pelos seguintes limites: ao Norte, o
sul e 35°00’09” de longitude oeste. Partindo-se de Recife, percorre-se aproximadamente rio Tracunhaém; ao Sul, o rio Sirigi; a Leste, a área compreendida no perímetro definido
63Km pela BR-101, quando se atinge a entrada do terreno, à direita, entre os quilômetros pela conexão dos pontos de desembocadura dos rios Tracunhaém e Sirigi e, finalmente, a
13 e 15. Oeste, uma linha paralela à BR-101 Norte, a uma distância de 500 metros. Entende-se que
os rios e a BR-101 seriam como barreiras físicas que mantém os impactos circunscritos à
4.2. ÁREA DE INTERvENÇÃO área por elas circundadas.
A Área de Intervenção - AI ou Área Diretamente Afetada - ADA é aquela na qual se Com relação ao meio Antrópico, definiu-se como Área de Influência Direta o conjunto
pretende construir o empreendimento, ou seja, é o local onde devem ocorrer as ações dos territórios dos municípios de Abreu e Lima, Itapissuma, Igarassu, Itamaracá e Goiana,
e obras necessárias à implantação do projeto estudado. O perímetro de implantação uma vez que dali provavelmente haverá a maior demanda por mão-de-obra, bem como a
e funcionamento do pretendido projeto é definido pelas seguintes coordenadas demanda por materiais e serviços e, finalmente, também será a área mais impactada com
referenciadas ao sistema geodésico: WGS 1984: 35º00’10’’W, 07º39’31’’S e 34º55’11’’W, tráfego de e para o empreendimento.
07º35’21’’S.
A área de intervenção limita-se a Norte com a estrada carroçável que leva ao distrito de
Tejucupapo; ao Sul com um caminho de serviço canavieiro; a Leste com uma área de
canavial e a Oeste com a BR-101 Norte.
Município
de Itamaracá
38 39
22. 4.4. ÁREA DE
INFLUÊNCIA
INDIRETA
A Área de Influência Indireta -
AII é aquela na qual ocorrerão
os impactos mais remotos do
empreendimento em estudo. Aqui
também foi delimitada a mesma
AII para as fases de implantação e
operação do empreendimento. E,
novamente, verificou-se que, com
relação aos meios afetados, a AII
seria distinta para o meio Antrópico
e coincidente para os meios Físico e
Biológico.
Desta feita, para os meios Físico
e Biológico, definiu-se como AII
o polígono conformado pelos
seguintes limites: ao Norte, o rio
Tracunhaém; ao Sul, o rio Sirigi;
ao Leste, a costa e finalmente, a
Oeste, a mesma linha paralela, a
uma distância de 500 metros, da BR
101-Norte.
Mapa Áreas de Influência – Físico e Biológico
40 41
23. Mapa Áreas
de Influência –
Socioeconômico
No que diz respeito ao meio
Antrópico, a AII compreende
o conjunto de municípios que
compõem a Região Metropolitana
do Recife – RMR mais o município
de Goiana e os municípios
paraibanos de Caaporã, Pitimbu,
Alhandra, Conde, João Pessoa,
Bayeux e Cabedelo.
42 43
25. 5
5.1. DIAGNÓSTICO DO MEIO FíSICO
DIAGNÓSTICO
5.1.1. CLIMATOLOGIA
O empreendimento está localizado no município de Goiana, situado na microrregião
AMBIENTAL
denominada Mata Setentrional Pernambucana, cujo clima é classificado como tropical
úmido do tipo As’ na escala de Köeppen. As temperaturas máximas, de cerca de 30,6ºC,
ocorrem nos meses de novembro a abril e as mínimas, próximas de 20ºC, nos meses de
julho a setembro.
O regime de precipitação confirma as estações típicas, com inverno chuvoso no período
de março a agosto, com precipitações entre 200 e 350mm mensais, picos em maio,
junho e julho; e com época mais seca nos outros meses, com precipitações menores que
100mm mensais, o que resulta numa precipitação anual superior a 2000mm. É úmido,
apresentando valores de umidade relativa do ar superiores a 70% no verão, chegando
a 86% no inverno. Os ventos predominantes são de sudeste, com velocidade média de
5,4m/s.
Devido à baixa latitude, a região é bastante ensolarada, variando de 170 a 270 horas
mensais de insolação. A pressão atmosférica se apresenta bem uniforme, com variação
anual oscilando em torno de 1012hPa.
5.1.2. NívEIS DE RUíDO
A área apresenta característica essencialmente de zona rural e por ora não existem
atividades que emitam ruídos significativos. Está localizada à margem da BR-101, principal
eixo Norte-Sul pernambucano, cujo trecho apresenta tráfego moderado. Os ruídos
gerados são descontínuos e variam de 45dB (ruído de fundo) a 88dB (motocicleta).
5.1.3. QUALIDADE DO AR
Na área de influência do empreendimento não existe qualquer estação de monitoramento
do ar. Mas, em um raio de 5km não existem atividades que possam comprometer a
qualidade do ar, além disso, a área está localizada a aproximadamente 12km do mar e
apresenta característica predominantemente rural, apenas com cultivo de cana-de-açúcar.
Vale ressaltar que durante o período de moagem da cana de açúcar nas usinas, antes da
colheita, ocorre a queima do canavial, o que pode gerar fuligem na zona rural. Entretanto,
comparando-se com outras áreas que já foram monitoradas pela CPRH, com tráfego
intenso e indústrias, nas quais a qualidade do ar estava boa, e levando-se em conta as
características orográficas da região, pode-se supor que a qualidade do ar ali também é
boa.
46 47
26. 5.1.4. GEOLOGIA
A área do empreendimento em análise está localizada no litoral norte do Estado de
Pernambuco, que do ponto de vista geológico é constituída de rochas e sedimentos
da Bacia da Paraíba e em seu embasamento (Figura 5.1).
Fotos 5.2 e 5.3. Formação Barreiras na área de influência direta do empreendimento
onde se observa processo erosivo. Coordenadas UTM (25M): E285.819, N9.145.594
(Fotos de setembro de 2011)
Na área de influência indireta ocorrem sedimentos fluviais, afloramentos
de arenitos da Formação Beberibe (Foto 5.4) e rochas do embasamento
cristalino. Na planície costeira ocorrem ainda sedimentos fluvio-marinhos
e sedimentos da Formação Gramame (Fotos 5.5 a 5.7).
Figura 5.1. Situação da área de influência do empreendimento no
contexto geológico das bacias fanerozóicas e principais estruturas Foto 5.4. Arenitos médios a finos da Formação Beberibe na área de influência
rúpteis do Nordeste do Brasil (Fonte Barbosa, 2004) indireta do empreendimento. Coordenadas UTM (25M): E291.485, N9.150.756 (Foto
de setembro, 2011)
A área diretamente afetada (ADA) e a área de influência direta do
empreendimento estão inseridas em terreno tércio-quaternários da
Formação Barreiras, que apresentam topografia mais elevada formando
os tabuleiros costeiros (Fotos 5.1 a 5.3).
Foto 5.1. Relevo de tabuleiro suportado pela Formação Barreiras na área do
empreendimento (ADA). Coordenadas UTM (25M): E285.698, N9.159.054 (Foto de outubro de
2011)
Foto 5.5. Vista aérea de Barra de Catuama (em segundo plano a Ilha de Itapessoca)
mostrando sedimentos de praia na área de influência indireta do empreendimento
(Foto aérea de julho de 2011)
48 49
27. 5.1.5. GEOMORFOLOGIA
A área está inserida nos tabuleiros costeiros, entre os vales dos rios Goaina, Itapessoca
e Botafogo. Os tabuleiros são de dois tipos: Tabuleiros pouco dissecados e Tabuleiros
dissecados (Fotos 5.8 e 5.9). Na área diretamente afetada os Tabuleiros Costeiros
apresentam altitude em torno de 90 metros. São formados em sedimentos areno-argilosos
da Formação Barreiras. Além dos tabuleiros costeiros ocorrem na área de influência
indireta as áreas baixas dos vales e a planície costeira.
Foto 5.8. Vista aérea dos
Foto 5.6. Vista aérea do rio tabuleiros costeiros na
Itapessoca mostrando áreas de área de influência direta do
manguezal e de apicum (Foto empreendimento (Foto de
aérea de julho de 2011) julho de 2011)
Foto 5.7. Vista aérea Foto 5.9. Vista aérea dos
mostrando detalhe da área de tabuleiros costeiros dissecado
manguezal e de apicum do rio na área de influência direta
Itapessoca (Foto aérea de julho do empreendimento (Foto de
de 2011) julho de 2011)
50 51
28. A Planície Costeira, com cotas inferiores a 10m, é constituída por uma grande variedade
de acumulações, resultantes da interação de vários fatores, tais como: oscilações do nível
relativo do mar, ocorridas no Quaternário, mudanças climáticas e processos dinâmicos
costeiros (Foto 5.10).
Foto 5.12. Área com predomínio de argissolos na área do empreendimento (Foto aérea 15 de julho 2011)
Além dos argissolos amarelos da ADA, ocorrem na AID solos podzóis hidromórficos, solos
profundos arenosos com drenagem rápida na superfície; e solos de mangue, solos mal
Foto 5.10. Relevo planície costeira, área estuarina do rio Itapessoca, na área de influência indireta do
empreendimento (Foto aérea Julho 2011) drenados com alto teor em sais que ocorrem nos estuários dos rios Itapessoca, Itapirema,
Botafogo e Canal de Santa Cruz (Foto 5.13).
Conforme observado anteriormente a área diretamente afetada (ADA) pelo
empreendimento não apresenta propensão a erosão nem instabilidade de encostas. Por
se tratar de uma área de tabuleiro, também não está sujeita a inundação. Os processos
erosivos observados ocorrem na área de influência direta (AID).
5.1.6. SOLOS
Na área onde será implantado
o empreendimento (ADA)
ocorre apenas associação
de argissolos amarelo
(Fotos 5.11 e 5.12). Os
argissolos amarelos são
solos profundos e muito
profundos, cuja textura varia
de arenosa a muito argilosa.
Foto 5.13. Solos de mangue e podzóis hidromófico na AID. (Foto aérea de 15 julho 2011)
Considerando-se os aspectos físicos relacionados ao solo considera-se que a área
apresenta aptidão para a implantação do empreendimento.
Foto 5.11. Argissolo amarelo
na AID do empreendimento
(Coordenadas UTM (25M):
E2888.596; N9.159.536, foto
de outubro 2011)
52 53
29. 5.1.7. GEOTECNIA Foto 5.14. Pequeno
escorregamento de
talude às margens de
Elevando-se entre cotas 90 e 92m, com declividades que não ultrapassam 1% em caminho de serviço de
qualquer sentido e livre de ocupação humana, a área onde será implantada a FIAT está área de Bambu (UTM
284969, 9156374)
isenta de problemas geotécnicos relacionados com estabilidade de encostas, mesmo nas
áreas de talvegues do entorno. As declividades são moderadas e se apresentam estáveis
e protegidas com vegetação de bambu.
É importante mencionar que o lençol freático não foi detectado em nas sondagens
SPT que prospectaram o terreno até profundidades máximas de 20m, muito embora a
campanha geotécnica tenha-se desenvolvido no final do mês de julho de 2011, após um
período de alta pluviometria no litoral do estado, e quando se pressupõe que o lençol
freático esteja atingindo o seu nível mais elevado.
Figura 5.2.Localização 5.1.8. RECURSOS HíDRICOS SUPERFICIAIS
de Sondagens na ADA.
Fonte: Adaptado do
Relatório Geotécnico da O empreendimento encontra-se inserido na microrregião da Mata Setentrional
ATECEL, 2011 Pernambucana, dentro da Unidade de Planejamento Hídrico UP1, que corresponde à
bacia hidrográfica do rio Goiana, e também na Unidade de Planejamento Hídrico UP14,
Em relação a fenômenos de instabilidade ou erosões identificadas nas vistorias de que corresponde à bacia hidrográfica do primeiro Grupo de Pequenos Rios Litorâneos
campo, menciona-se que estes são de ocorrência restrita e de pequeno porte. Nas áreas (GL1). Mais precisamente, está localizado no platô a leste da BR-101, que funciona como
de vertente observaram-se taludes muito íngremes, cortados pela usina para abertura divisor de água, entre as bacias hidrográficas do rio Tracunhaém, afluente do rio Goiana, e
de vias de penetração para cultivo e colheita de bambu, no entanto, estes taludes se dos rios Sirigi e Ibeapuçu, pertencentes ao GL1. (Mapa 5.1)
encontram hoje totalmente plantados com o referido bambu, cujo sistema reticular
adensado contribui para a resistência a escorregamento e a erosão
do material, já de por si fortalecido pelos horizontes
lateríticos ali presentes.
54 55