SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 9
Baixar para ler offline
PROCESSO Nº 00763/2013-2                    RELATÓRIO DE INSPEÇÃO Nº 0006/2013
ENTIDADE: SECRETARIA DA SAÚDE – SESA
          DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E ENGENHARIA - DAE
NATUREZA: INSPEÇÃO
INTERESSADO: 11ª INSPETORIA DE CONTROLE INTERNO
RELATOR:




                                                    ASSUNTO:    INSPEÇÃO     PARA
                                                    VERIFICAR DESABAMENTO DE
                                                    ESTRUTURA METÁLICA OCORRIDO
                                                    NO HOSPITAL REGIONAL NORTE –
                                                    HRN, NO MUNICÍPIO DE SOBRAL.




              1. OBJETO


1.            Trata o presente de relatório de inspeção in loco na obra de construção
do Hospital Regional Norte- HRN, localizado no município de Sobral, com o intuito de
verificar, em especial, o desabamento de uma marquise em estrutura metálica,
objeto do Contrato nº 1310/2011 firmado entre a Secretária da Saúde e o Consórcio
Marquise / EIT, com interveniência do Departamento Estadual de Rodovias – DERT
(hoje, Departamento de Arquitetura e Engenharia - DAE).



                      2. HISTÓRICO


2.            Motivaram a presente inspeção a veiculação de matérias nos meios de
comunicação sobre a ruína de uma marquise do Hospital Regional Norte – HRN,
ocasionando um verdadeiro alarde na comunidade cearense, repercutindo, inclusive,
na imprensa nacional.


3.            Diante dessa veiculação, a Presidência deste Tribunal determinou, por
meio da Portaria nº 45/2013, a realização imediata de inspeção no HRN em Sobral,
com o objetivo de identificar a patologia construtiva que provocou a ruína
(desabamento) da marquise, para tanto foram designados os servidores, ao final
assinados, a averiguar in loco a causa, efeito e consequência de tal ruína.

     PROCESSO Nº 00763/2013-2   RELATÓRIO DE INSPEÇÃO N0 0006/2013   11ª ICE   Pág. 1
3. DATA DA VISTORIA


4.             A inspeção in loco realizou-se nos dias 19 e 20 de fevereiro do corrente
ano. Na ocasião, ocorreram reuniões com servidores do Departamento de Arquitetura e
Engenharia – DEA e engenheiros do Consórcio.


               4. LOCALIZAÇÃO DAS OBRAS VISTORIADAS


5.             A obra encontra-se localizada na Sede do Município de Sobral-CE.


               5. A VISTORIA


6.             Antes de inspecionar a obra e já naquele município, ocorreu reunião entre
os servidores do TCE e engenheiro do DAE, com intuito de colher informações e
sugerir o acompanhamento pari passu da vistoria. Fato prontamente acatado pelo
Gerente   do    DAE,     que    se   mostrou     conhecedor      do   problema,   explanando
detalhadamente os fatos ocorridos, inclusive com sugestão técnica de reparação do
defeito que levou à ruína da marquise.


7.             Após a indicação do Gerente do DAE, os servidores dirigiram-se às
instalações físicas do Hospital Regional Norte objetivando vistoriar a marquise
sinistrada. Cabe registrar, inicialmente, que a estrutura metálica da marquise já não se
encontrava no local da obra e, na ocasião, foi informado que a mesma teria sido
desmontada e transferida para o canteiro de obra do Consórcio construtor.


8.             Diante desse fato, a vistoria foi desenvolvida em duas etapas: a primeira,
nas instalações físicas do hospital, especialmente, nos pilares de sustentação da
marquise; e a segunda, no canteiro de obra, com a verificação do estado físico dos
elementos metálicos que compuseram a estrutura da marquise.


9.             Na primeira etapa, encontravam-se presentes os engenheiros do
Consórcio, do DAE e da SESA. Ressalte-se que também se encontravam presentes
alguns repórteres que, de longe, registraram parcialmente essa primeira vistoria. En
passant, os analistas foram convidados a conceder entrevista, tendo sido recusada por


     PROCESSO Nº 00763/2013-2    RELATÓRIO DE INSPEÇÃO N0 0006/2013   11ª ICE      Pág. 2
impossibilidade de aferição, naquele momento, da patologia construtiva que teria
ocasionado o acidente, bem como por falta de autorização para tal.


10.            Vistoriados os pilares e a parede que serviram de sustentação da
marquise, inclusive com registro fotográfico de todos os elementos físicos que
integraram a arquitetura da entrada do Centro de Apoio a Saúde Reprodutiva da Mulher
(unidade hospitalar que foi instalada a marquise), verificou-se que a estrutura teria sido
fixada por meio de chumbadores mecânicos (conhecidos como “parabolt”), sendo:
por pilar, chapa de 10mm com um número de 6 (seis) parabolts de 1 polegada e, na
parede, chapa de 6,5mm com 8 (oito) parabolts de ¾ de polegada.


11.            Recolheu-se 2 (dois) exemplares desses parabolts e restou constatado
que não apresentaram nenhuma ação de torção ou cisalhamento, encontrando-se em
perfeito estado (vide foto ao final deste tópico). Diante de tal constatação, podemos
concluir, indubitavelmente, que teriam sido submetidos, exclusivamente, a ação de uma
carga de arrancamento, ou seja, teriam sido sacados das estruturas de fixação.


12.            Neste sentido, destaca-se, ainda, a foto do pilar que reforça a tese da
ação de arrancamento, uma vez que demonstra, claramente, a sua exposição a um
fator exógeno que teria provocada a sua ruína quando os parabolts foram sacados –
arrancou um “xaboque”. No caso em tela, o fator exógeno (externo) teria sido a
carga de arrancamento (força) oriunda dos movimentos inerentes aos elementos
construtivos em balanço (marquises).


13.            Esses movimentos (subir e descer – vê croqui em anexo) motivaram o
desgaste do concreto na região de fixação dos parabolts, provocando abrasão,
aparecimento de cisalhamento (microfissuras) e aumento do diâmetro do furo,
culminando, pois, com a diminuição da força de atrito existente entre o parabolt e o
concreto. Observa-se que a força de atrito opõe-se à força de arrancamento e, uma
vez superada a força de atrito, o elemento será arrancado da estrutura do concreto.


14.            Na segunda etapa da vistoria, os técnicos do TCE inspecionaram as
estruturas metálicas da marquise. Relembra-sae que a mesma já teria sido




      PROCESSO Nº 00763/2013-2   RELATÓRIO DE INSPEÇÃO N0 0006/2013   11ª ICE   Pág. 3
desmontada e, segundo os responsáveis pela obra, para facilitar o transporte para o
canteiro de obra do consórcio construtor (localizado na periferia de Sobral).


15.              Os elementos estruturais – treliças, vergas e chapas – encontram-se em
bom estado, não apresentando nenhum sinal de torção, cisalhamento e corrosão. É
bom destacar o perfeito estado das chapas de fixação dos parabolts, corroborando,
pois, com a tese de arrancamento.


16.              Quanto      ao    noticiado   afundamento        da      calçada,    deveu-se      pelo
adentramento de um pesado caminhão, tipo munck, para retirada da estrutura metálica
da marquise. Entretanto, diferentemente do noticiado, o recalque do piso sextavado foi
de pequena monta e teria sido providenciado o seu reparo.


17.              Ante as constatações anteriormente descritas, os técnicos deste Tribunal
sugeriram aos engenheiros do Consórcio responsáveis pela obra a realização de
imediata vistoria na demais marquises do empreendimento e, se fosse o caso, a
reparação preventiva do defeito construtivo apontado. Tal sugestão foi acatada sem
detença pelos mesmos e, ainda, informou-se acerca de uma possível nova inspeção in
loco.


18.              Assim, no caso em tela, quanto a identificação das causas, efeitos e
consequências do desempenho insatisfatório de elementos construtivos, pode-se
concluir que:


                 i) CAUSA: fixação dos chumbadores metálicos (parabolts) no mesmo
sentido da marquise;


                 ii) EFEITO: desgaste dos furos (aumento) no concreto provocado pelos
movimentos próprios das estruturas em balanço, diminuindo a força de atrito entre o
concreto e os chumbadores; e


                 iii) CONSEQUÊNCIA: arrancamento dos chumbadores metálicos e ruína
da marquise.




        PROCESSO Nº 00763/2013-2     RELATÓRIO DE INSPEÇÃO N0 0006/2013     11ª ICE        Pág. 4
19.            Por fim, registre-se que na elaboração deste Relatório de Inspeção não
foram considerados os projetos de arquitetura e engenharia originariamente
contratados, porém foram solicitados formalmente, dentre outros documentos, à SESA
e ao DAE (fls. 27 e 29, em anexo) e, oportunamente, serão analisados e confrontados
com os elementos efetivamente construídos quando de nova inspeção in loco.




                    Foto pilar de sustentação da marquise. Em destaque, o desgaste
                    dos furos de fixação e arrancamento dos chumbadores metálicos
                    (parabolts).




               Foto chumbador metálico (parabolt). Em destaque, o perfeito estado denotando
               que não sofreu nenhuma ação de torção, cisalhamento e corrosão. Foi
               arrancado.



      PROCESSO Nº 00763/2013-2    RELATÓRIO DE INSPEÇÃO N0 0006/2013    11ª ICE         Pág. 5
6. ELEMENTOS E DOCUMENTOS REFERENCIAIS


20.            Na elaboração deste relatório, foram utilizados como fontes de informação
referencial, dentre outros, os seguintes elementos e documentos:


               a) peças constantes dos presentes autos;
               b) exame da estrutura metálica, parede e pilares de concreto de fixação; e
               c) entrevista com engenheiros fiscais e responsáveis técnicos da obra.


               7. CONCLUSÃO


21.            RELATA-SE que a ruína da marquise do Hospital Regional Norte -
HRN deveu-se, principalmente, à execução defeituosa de fixação dos chumbadores
metálicos (parabolts) por parte do contratado Consórcio MARQUISE / EIT, consoante
comprovada na inspeção in loco e aqui relatado.


22.            No ensejo, eleva o feito à consideração superior, sugerindo que seja
AUTORIZADA nova inspeção in loco no Hospital Regional Norte – HRN, na sede
do município de Sobral-CE, para verificar a compatibilidade dos reparos das marquises,
bem como a realização de vistoria em todas as suas instalações físicas no que se
refere à adequação construtiva e termo de recebimento daquela unidade hospitalar
quando da conclusão das obras.


               O presente relatório é composto de 7 (sete) folhas devidamente
rubricadas (sendo esta última assinada) e 1 (um) Anexo contendo 4 (quatro) fotos.


               11ª Inspetoria de Controle Externo da Secretaria Geral do Tribunal de
Contas do Estado do Ceará. Fortaleza, 22 de fevereiro de 2013.



  THEÓFILO MACIEL MELO                                    JOSÉ OSCAR FEITOSA ANDRADE
  Analista de Controle Externo                                Analista de Controle Externo

Confere:
                                 LIANA P. BRANDÃO BANDEIRA
                                        Diretora 11ª ICE

      PROCESSO Nº 00763/2013-2      RELATÓRIO DE INSPEÇÃO N0 0006/2013   11ª ICE   Pág. 6
ANEXO




PROCESSO Nº 00763/2013-2   RELATÓRIO DE INSPEÇÃO N0 0006/2013   11ª ICE   Pág. 7
Foto 01 – Fachada do HRN. Local de fixação da marquise e, em destaque,
  empregados do Consórcio trabalhando no reparo da estrutura.




  Foto 2 – Vista interna da entrada do HRN. Em destaque, o pequeno dano causado pela
  ruína da marquise.



PROCESSO Nº 00763/2013-2    RELATÓRIO DE INSPEÇÃO N0 0006/2013   11ª ICE         Pág. 8
Foto 3 – Estrutura metálica da marquise desmontada no canteiro de obra.




  Foto 4 – Chapa de fixação da marquise. Em destaque, a espessura de 10mm e o bom
  estado (não sofreu nenhum esforço de torção e cisalhamento).



PROCESSO Nº 00763/2013-2     RELATÓRIO DE INSPEÇÃO N0 0006/2013    11ª ICE    Pág. 9

Mais conteúdo relacionado

Destaque

Cartilha de instrucoes_tecnicas_de_engenharia_e_arquitetura
Cartilha de instrucoes_tecnicas_de_engenharia_e_arquiteturaCartilha de instrucoes_tecnicas_de_engenharia_e_arquitetura
Cartilha de instrucoes_tecnicas_de_engenharia_e_arquiteturarubemchagas
 
Memorial de calculo de carga instalada e demanda
Memorial de calculo de carga instalada e demandaMemorial de calculo de carga instalada e demanda
Memorial de calculo de carga instalada e demandaPaulo H Bueno
 
Análise detalhada do projeto
Análise detalhada do projetoAnálise detalhada do projeto
Análise detalhada do projetocileneaiette
 
01 prospecção e amostragem dos solos
01 prospecção e amostragem dos solos01 prospecção e amostragem dos solos
01 prospecção e amostragem dos solosthiagolf7
 
Memória de cálculo de linha de vida
Memória de cálculo de linha de vida  Memória de cálculo de linha de vida
Memória de cálculo de linha de vida gbozz832
 
Dimensionamento de instalação elétrica pela demanda de consumo
Dimensionamento de instalação elétrica pela demanda de consumoDimensionamento de instalação elétrica pela demanda de consumo
Dimensionamento de instalação elétrica pela demanda de consumoBruno Borges
 
COMO FAZER RELATÓRIOS
COMO FAZER RELATÓRIOSCOMO FAZER RELATÓRIOS
COMO FAZER RELATÓRIOSDaiane Daine
 

Destaque (10)

Manual de-projetos
Manual de-projetosManual de-projetos
Manual de-projetos
 
Cartilha de instrucoes_tecnicas_de_engenharia_e_arquitetura
Cartilha de instrucoes_tecnicas_de_engenharia_e_arquiteturaCartilha de instrucoes_tecnicas_de_engenharia_e_arquitetura
Cartilha de instrucoes_tecnicas_de_engenharia_e_arquitetura
 
Patologias
PatologiasPatologias
Patologias
 
Memorial de calculo de carga instalada e demanda
Memorial de calculo de carga instalada e demandaMemorial de calculo de carga instalada e demanda
Memorial de calculo de carga instalada e demanda
 
Análise detalhada do projeto
Análise detalhada do projetoAnálise detalhada do projeto
Análise detalhada do projeto
 
Autovistoria de edificações
Autovistoria de edificaçõesAutovistoria de edificações
Autovistoria de edificações
 
01 prospecção e amostragem dos solos
01 prospecção e amostragem dos solos01 prospecção e amostragem dos solos
01 prospecção e amostragem dos solos
 
Memória de cálculo de linha de vida
Memória de cálculo de linha de vida  Memória de cálculo de linha de vida
Memória de cálculo de linha de vida
 
Dimensionamento de instalação elétrica pela demanda de consumo
Dimensionamento de instalação elétrica pela demanda de consumoDimensionamento de instalação elétrica pela demanda de consumo
Dimensionamento de instalação elétrica pela demanda de consumo
 
COMO FAZER RELATÓRIOS
COMO FAZER RELATÓRIOSCOMO FAZER RELATÓRIOS
COMO FAZER RELATÓRIOS
 

Semelhante a Causas do desabamento da marquise no Hospital Regional Norte

Psi analise corrego do aeroporto e grota criminosa
Psi   analise corrego do aeroporto e grota criminosaPsi   analise corrego do aeroporto e grota criminosa
Psi analise corrego do aeroporto e grota criminosaClarindo Junior
 
Memorial reforma Torre Montes Altos
Memorial reforma Torre Montes AltosMemorial reforma Torre Montes Altos
Memorial reforma Torre Montes AltosMell Bandeira
 
PR-GPR-060 Execucao de Concreto R2.doc
PR-GPR-060 Execucao de Concreto R2.docPR-GPR-060 Execucao de Concreto R2.doc
PR-GPR-060 Execucao de Concreto R2.docCarlosJunior481127
 
Acidentes , manutenção
Acidentes , manutençãoAcidentes , manutenção
Acidentes , manutençãowalb0410
 
ESCAVAÇÃO COM RECURSO A EXPLOSIVOS NO REBAIXAMENTO DA VIA FÉRREA NO ATRAVE…
ESCAVAÇÃO COM RECURSO A EXPLOSIVOS NO REBAIXAMENTO DA VIA FÉRREA NO ATRAVE…ESCAVAÇÃO COM RECURSO A EXPLOSIVOS NO REBAIXAMENTO DA VIA FÉRREA NO ATRAVE…
ESCAVAÇÃO COM RECURSO A EXPLOSIVOS NO REBAIXAMENTO DA VIA FÉRREA NO ATRAVE…José Pinto
 
Sintomas de problemas patológicos em autovistoria de edificações
Sintomas de problemas patológicos em autovistoria de edificaçõesSintomas de problemas patológicos em autovistoria de edificações
Sintomas de problemas patológicos em autovistoria de edificaçõesclubedeengenharia
 
Durabilidade em ambiente marinho ipt
Durabilidade em ambiente marinho   iptDurabilidade em ambiente marinho   ipt
Durabilidade em ambiente marinho iptCaio Sacchi
 
Infotec 006 insp_int_tq
Infotec 006 insp_int_tqInfotec 006 insp_int_tq
Infotec 006 insp_int_tqAnderson Pupin
 
LAUDO PARA ASFALTO DENIT.docx
LAUDO PARA ASFALTO DENIT.docxLAUDO PARA ASFALTO DENIT.docx
LAUDO PARA ASFALTO DENIT.docxcesarcarlos20
 

Semelhante a Causas do desabamento da marquise no Hospital Regional Norte (17)

Dnit024 2004 es
Dnit024 2004 esDnit024 2004 es
Dnit024 2004 es
 
Psi analise corrego do aeroporto e grota criminosa
Psi   analise corrego do aeroporto e grota criminosaPsi   analise corrego do aeroporto e grota criminosa
Psi analise corrego do aeroporto e grota criminosa
 
Memorial reforma Torre Montes Altos
Memorial reforma Torre Montes AltosMemorial reforma Torre Montes Altos
Memorial reforma Torre Montes Altos
 
PR-GPR-060 Execucao de Concreto R2.doc
PR-GPR-060 Execucao de Concreto R2.docPR-GPR-060 Execucao de Concreto R2.doc
PR-GPR-060 Execucao de Concreto R2.doc
 
Acidentes , manutenção
Acidentes , manutençãoAcidentes , manutenção
Acidentes , manutenção
 
2019RodolfoLuisWinkel.pdf
2019RodolfoLuisWinkel.pdf2019RodolfoLuisWinkel.pdf
2019RodolfoLuisWinkel.pdf
 
8404-24402-1-PB.pdf
8404-24402-1-PB.pdf8404-24402-1-PB.pdf
8404-24402-1-PB.pdf
 
Camara
CamaraCamara
Camara
 
ESCAVAÇÃO COM RECURSO A EXPLOSIVOS NO REBAIXAMENTO DA VIA FÉRREA NO ATRAVE…
ESCAVAÇÃO COM RECURSO A EXPLOSIVOS NO REBAIXAMENTO DA VIA FÉRREA NO ATRAVE…ESCAVAÇÃO COM RECURSO A EXPLOSIVOS NO REBAIXAMENTO DA VIA FÉRREA NO ATRAVE…
ESCAVAÇÃO COM RECURSO A EXPLOSIVOS NO REBAIXAMENTO DA VIA FÉRREA NO ATRAVE…
 
Sintomas de problemas patológicos em autovistoria de edificações
Sintomas de problemas patológicos em autovistoria de edificaçõesSintomas de problemas patológicos em autovistoria de edificações
Sintomas de problemas patológicos em autovistoria de edificações
 
Durabilidade em ambiente marinho ipt
Durabilidade em ambiente marinho   iptDurabilidade em ambiente marinho   ipt
Durabilidade em ambiente marinho ipt
 
Capitulo 5 r8
Capitulo 5 r8Capitulo 5 r8
Capitulo 5 r8
 
Alvenaria
AlvenariaAlvenaria
Alvenaria
 
Infotec 006 insp_int_tq
Infotec 006 insp_int_tqInfotec 006 insp_int_tq
Infotec 006 insp_int_tq
 
LAUDO PARA ASFALTO DENIT.docx
LAUDO PARA ASFALTO DENIT.docxLAUDO PARA ASFALTO DENIT.docx
LAUDO PARA ASFALTO DENIT.docx
 
Fichamento ribeiro
Fichamento ribeiroFichamento ribeiro
Fichamento ribeiro
 
Estruturas
EstruturasEstruturas
Estruturas
 

Mais de José Ripardo

ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DE CRATEÚS
ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DE CRATEÚSESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DE CRATEÚS
ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DE CRATEÚSJosé Ripardo
 
Protocolos da atenção básica saúde das mulheres
Protocolos da atenção básica   saúde das mulheresProtocolos da atenção básica   saúde das mulheres
Protocolos da atenção básica saúde das mulheresJosé Ripardo
 
Novo guia de manejo clínico para chikungunya
Novo guia de manejo clínico para chikungunyaNovo guia de manejo clínico para chikungunya
Novo guia de manejo clínico para chikungunyaJosé Ripardo
 
Janot recomenda que stf anule nomeação de lula para casa civil
Janot recomenda que stf anule nomeação de lula para casa civilJanot recomenda que stf anule nomeação de lula para casa civil
Janot recomenda que stf anule nomeação de lula para casa civilJosé Ripardo
 
Comissão de impeachment parecer favorável ao afastamento de dilma
Comissão de impeachment parecer favorável ao afastamento de dilmaComissão de impeachment parecer favorável ao afastamento de dilma
Comissão de impeachment parecer favorável ao afastamento de dilmaJosé Ripardo
 
Pedido de impeachment de dilma formulado pela oab
Pedido de impeachment de dilma formulado pela oabPedido de impeachment de dilma formulado pela oab
Pedido de impeachment de dilma formulado pela oabJosé Ripardo
 
Microcefalia protocolo vigilância e resposta
Microcefalia protocolo vigilância e respostaMicrocefalia protocolo vigilância e resposta
Microcefalia protocolo vigilância e respostaJosé Ripardo
 
Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para o manejo da infecção pelo hi...
Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para o manejo da infecção pelo hi...Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para o manejo da infecção pelo hi...
Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para o manejo da infecção pelo hi...José Ripardo
 
Manual técnico para o diagnóstico da infeccão pelo hiv
Manual técnico para o diagnóstico da infeccão pelo hivManual técnico para o diagnóstico da infeccão pelo hiv
Manual técnico para o diagnóstico da infeccão pelo hivJosé Ripardo
 
Febre de chikungunya manejo clínico
Febre de chikungunya manejo clínicoFebre de chikungunya manejo clínico
Febre de chikungunya manejo clínicoJosé Ripardo
 
Plantas medicinais - saiba como usar de forma segura
Plantas medicinais - saiba como usar de forma seguraPlantas medicinais - saiba como usar de forma segura
Plantas medicinais - saiba como usar de forma seguraJosé Ripardo
 
Gilmar menes vota pela descriminalização do porte de drogas para consumo próp...
Gilmar menes vota pela descriminalização do porte de drogas para consumo próp...Gilmar menes vota pela descriminalização do porte de drogas para consumo próp...
Gilmar menes vota pela descriminalização do porte de drogas para consumo próp...José Ripardo
 
Íntegra da denúncia da pgr contra eduardo cunha no stf
Íntegra da denúncia da pgr contra eduardo cunha no stfÍntegra da denúncia da pgr contra eduardo cunha no stf
Íntegra da denúncia da pgr contra eduardo cunha no stfJosé Ripardo
 
Habeas corpus pede salvo-conduto para evitar prisão de lula
Habeas corpus pede salvo-conduto para evitar prisão de lulaHabeas corpus pede salvo-conduto para evitar prisão de lula
Habeas corpus pede salvo-conduto para evitar prisão de lulaJosé Ripardo
 
Para pgr, homofobia pode ser considerada crime de racismo
Para pgr, homofobia pode ser considerada crime de racismoPara pgr, homofobia pode ser considerada crime de racismo
Para pgr, homofobia pode ser considerada crime de racismoJosé Ripardo
 
A íntegra do flagrante crime de dilma
A íntegra do flagrante crime de dilmaA íntegra do flagrante crime de dilma
A íntegra do flagrante crime de dilmaJosé Ripardo
 
Pl 4330 2004 que regulamenta as terceirizações
Pl 4330 2004 que regulamenta as terceirizaçõesPl 4330 2004 que regulamenta as terceirizações
Pl 4330 2004 que regulamenta as terceirizaçõesJosé Ripardo
 
Chikungunya classificação de risco e manejo de casos suspeitos
Chikungunya classificação de risco e manejo de casos suspeitosChikungunya classificação de risco e manejo de casos suspeitos
Chikungunya classificação de risco e manejo de casos suspeitosJosé Ripardo
 
Dst aids campanha de prevenção 2015
Dst aids campanha de prevenção 2015Dst aids campanha de prevenção 2015
Dst aids campanha de prevenção 2015José Ripardo
 
Manual de normas e procedimentos para vacinação 2014
Manual de normas e procedimentos para vacinação 2014Manual de normas e procedimentos para vacinação 2014
Manual de normas e procedimentos para vacinação 2014José Ripardo
 

Mais de José Ripardo (20)

ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DE CRATEÚS
ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DE CRATEÚSESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DE CRATEÚS
ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DE CRATEÚS
 
Protocolos da atenção básica saúde das mulheres
Protocolos da atenção básica   saúde das mulheresProtocolos da atenção básica   saúde das mulheres
Protocolos da atenção básica saúde das mulheres
 
Novo guia de manejo clínico para chikungunya
Novo guia de manejo clínico para chikungunyaNovo guia de manejo clínico para chikungunya
Novo guia de manejo clínico para chikungunya
 
Janot recomenda que stf anule nomeação de lula para casa civil
Janot recomenda que stf anule nomeação de lula para casa civilJanot recomenda que stf anule nomeação de lula para casa civil
Janot recomenda que stf anule nomeação de lula para casa civil
 
Comissão de impeachment parecer favorável ao afastamento de dilma
Comissão de impeachment parecer favorável ao afastamento de dilmaComissão de impeachment parecer favorável ao afastamento de dilma
Comissão de impeachment parecer favorável ao afastamento de dilma
 
Pedido de impeachment de dilma formulado pela oab
Pedido de impeachment de dilma formulado pela oabPedido de impeachment de dilma formulado pela oab
Pedido de impeachment de dilma formulado pela oab
 
Microcefalia protocolo vigilância e resposta
Microcefalia protocolo vigilância e respostaMicrocefalia protocolo vigilância e resposta
Microcefalia protocolo vigilância e resposta
 
Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para o manejo da infecção pelo hi...
Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para o manejo da infecção pelo hi...Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para o manejo da infecção pelo hi...
Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para o manejo da infecção pelo hi...
 
Manual técnico para o diagnóstico da infeccão pelo hiv
Manual técnico para o diagnóstico da infeccão pelo hivManual técnico para o diagnóstico da infeccão pelo hiv
Manual técnico para o diagnóstico da infeccão pelo hiv
 
Febre de chikungunya manejo clínico
Febre de chikungunya manejo clínicoFebre de chikungunya manejo clínico
Febre de chikungunya manejo clínico
 
Plantas medicinais - saiba como usar de forma segura
Plantas medicinais - saiba como usar de forma seguraPlantas medicinais - saiba como usar de forma segura
Plantas medicinais - saiba como usar de forma segura
 
Gilmar menes vota pela descriminalização do porte de drogas para consumo próp...
Gilmar menes vota pela descriminalização do porte de drogas para consumo próp...Gilmar menes vota pela descriminalização do porte de drogas para consumo próp...
Gilmar menes vota pela descriminalização do porte de drogas para consumo próp...
 
Íntegra da denúncia da pgr contra eduardo cunha no stf
Íntegra da denúncia da pgr contra eduardo cunha no stfÍntegra da denúncia da pgr contra eduardo cunha no stf
Íntegra da denúncia da pgr contra eduardo cunha no stf
 
Habeas corpus pede salvo-conduto para evitar prisão de lula
Habeas corpus pede salvo-conduto para evitar prisão de lulaHabeas corpus pede salvo-conduto para evitar prisão de lula
Habeas corpus pede salvo-conduto para evitar prisão de lula
 
Para pgr, homofobia pode ser considerada crime de racismo
Para pgr, homofobia pode ser considerada crime de racismoPara pgr, homofobia pode ser considerada crime de racismo
Para pgr, homofobia pode ser considerada crime de racismo
 
A íntegra do flagrante crime de dilma
A íntegra do flagrante crime de dilmaA íntegra do flagrante crime de dilma
A íntegra do flagrante crime de dilma
 
Pl 4330 2004 que regulamenta as terceirizações
Pl 4330 2004 que regulamenta as terceirizaçõesPl 4330 2004 que regulamenta as terceirizações
Pl 4330 2004 que regulamenta as terceirizações
 
Chikungunya classificação de risco e manejo de casos suspeitos
Chikungunya classificação de risco e manejo de casos suspeitosChikungunya classificação de risco e manejo de casos suspeitos
Chikungunya classificação de risco e manejo de casos suspeitos
 
Dst aids campanha de prevenção 2015
Dst aids campanha de prevenção 2015Dst aids campanha de prevenção 2015
Dst aids campanha de prevenção 2015
 
Manual de normas e procedimentos para vacinação 2014
Manual de normas e procedimentos para vacinação 2014Manual de normas e procedimentos para vacinação 2014
Manual de normas e procedimentos para vacinação 2014
 

Causas do desabamento da marquise no Hospital Regional Norte

  • 1. PROCESSO Nº 00763/2013-2 RELATÓRIO DE INSPEÇÃO Nº 0006/2013 ENTIDADE: SECRETARIA DA SAÚDE – SESA DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E ENGENHARIA - DAE NATUREZA: INSPEÇÃO INTERESSADO: 11ª INSPETORIA DE CONTROLE INTERNO RELATOR: ASSUNTO: INSPEÇÃO PARA VERIFICAR DESABAMENTO DE ESTRUTURA METÁLICA OCORRIDO NO HOSPITAL REGIONAL NORTE – HRN, NO MUNICÍPIO DE SOBRAL. 1. OBJETO 1. Trata o presente de relatório de inspeção in loco na obra de construção do Hospital Regional Norte- HRN, localizado no município de Sobral, com o intuito de verificar, em especial, o desabamento de uma marquise em estrutura metálica, objeto do Contrato nº 1310/2011 firmado entre a Secretária da Saúde e o Consórcio Marquise / EIT, com interveniência do Departamento Estadual de Rodovias – DERT (hoje, Departamento de Arquitetura e Engenharia - DAE). 2. HISTÓRICO 2. Motivaram a presente inspeção a veiculação de matérias nos meios de comunicação sobre a ruína de uma marquise do Hospital Regional Norte – HRN, ocasionando um verdadeiro alarde na comunidade cearense, repercutindo, inclusive, na imprensa nacional. 3. Diante dessa veiculação, a Presidência deste Tribunal determinou, por meio da Portaria nº 45/2013, a realização imediata de inspeção no HRN em Sobral, com o objetivo de identificar a patologia construtiva que provocou a ruína (desabamento) da marquise, para tanto foram designados os servidores, ao final assinados, a averiguar in loco a causa, efeito e consequência de tal ruína. PROCESSO Nº 00763/2013-2 RELATÓRIO DE INSPEÇÃO N0 0006/2013 11ª ICE Pág. 1
  • 2. 3. DATA DA VISTORIA 4. A inspeção in loco realizou-se nos dias 19 e 20 de fevereiro do corrente ano. Na ocasião, ocorreram reuniões com servidores do Departamento de Arquitetura e Engenharia – DEA e engenheiros do Consórcio. 4. LOCALIZAÇÃO DAS OBRAS VISTORIADAS 5. A obra encontra-se localizada na Sede do Município de Sobral-CE. 5. A VISTORIA 6. Antes de inspecionar a obra e já naquele município, ocorreu reunião entre os servidores do TCE e engenheiro do DAE, com intuito de colher informações e sugerir o acompanhamento pari passu da vistoria. Fato prontamente acatado pelo Gerente do DAE, que se mostrou conhecedor do problema, explanando detalhadamente os fatos ocorridos, inclusive com sugestão técnica de reparação do defeito que levou à ruína da marquise. 7. Após a indicação do Gerente do DAE, os servidores dirigiram-se às instalações físicas do Hospital Regional Norte objetivando vistoriar a marquise sinistrada. Cabe registrar, inicialmente, que a estrutura metálica da marquise já não se encontrava no local da obra e, na ocasião, foi informado que a mesma teria sido desmontada e transferida para o canteiro de obra do Consórcio construtor. 8. Diante desse fato, a vistoria foi desenvolvida em duas etapas: a primeira, nas instalações físicas do hospital, especialmente, nos pilares de sustentação da marquise; e a segunda, no canteiro de obra, com a verificação do estado físico dos elementos metálicos que compuseram a estrutura da marquise. 9. Na primeira etapa, encontravam-se presentes os engenheiros do Consórcio, do DAE e da SESA. Ressalte-se que também se encontravam presentes alguns repórteres que, de longe, registraram parcialmente essa primeira vistoria. En passant, os analistas foram convidados a conceder entrevista, tendo sido recusada por PROCESSO Nº 00763/2013-2 RELATÓRIO DE INSPEÇÃO N0 0006/2013 11ª ICE Pág. 2
  • 3. impossibilidade de aferição, naquele momento, da patologia construtiva que teria ocasionado o acidente, bem como por falta de autorização para tal. 10. Vistoriados os pilares e a parede que serviram de sustentação da marquise, inclusive com registro fotográfico de todos os elementos físicos que integraram a arquitetura da entrada do Centro de Apoio a Saúde Reprodutiva da Mulher (unidade hospitalar que foi instalada a marquise), verificou-se que a estrutura teria sido fixada por meio de chumbadores mecânicos (conhecidos como “parabolt”), sendo: por pilar, chapa de 10mm com um número de 6 (seis) parabolts de 1 polegada e, na parede, chapa de 6,5mm com 8 (oito) parabolts de ¾ de polegada. 11. Recolheu-se 2 (dois) exemplares desses parabolts e restou constatado que não apresentaram nenhuma ação de torção ou cisalhamento, encontrando-se em perfeito estado (vide foto ao final deste tópico). Diante de tal constatação, podemos concluir, indubitavelmente, que teriam sido submetidos, exclusivamente, a ação de uma carga de arrancamento, ou seja, teriam sido sacados das estruturas de fixação. 12. Neste sentido, destaca-se, ainda, a foto do pilar que reforça a tese da ação de arrancamento, uma vez que demonstra, claramente, a sua exposição a um fator exógeno que teria provocada a sua ruína quando os parabolts foram sacados – arrancou um “xaboque”. No caso em tela, o fator exógeno (externo) teria sido a carga de arrancamento (força) oriunda dos movimentos inerentes aos elementos construtivos em balanço (marquises). 13. Esses movimentos (subir e descer – vê croqui em anexo) motivaram o desgaste do concreto na região de fixação dos parabolts, provocando abrasão, aparecimento de cisalhamento (microfissuras) e aumento do diâmetro do furo, culminando, pois, com a diminuição da força de atrito existente entre o parabolt e o concreto. Observa-se que a força de atrito opõe-se à força de arrancamento e, uma vez superada a força de atrito, o elemento será arrancado da estrutura do concreto. 14. Na segunda etapa da vistoria, os técnicos do TCE inspecionaram as estruturas metálicas da marquise. Relembra-sae que a mesma já teria sido PROCESSO Nº 00763/2013-2 RELATÓRIO DE INSPEÇÃO N0 0006/2013 11ª ICE Pág. 3
  • 4. desmontada e, segundo os responsáveis pela obra, para facilitar o transporte para o canteiro de obra do consórcio construtor (localizado na periferia de Sobral). 15. Os elementos estruturais – treliças, vergas e chapas – encontram-se em bom estado, não apresentando nenhum sinal de torção, cisalhamento e corrosão. É bom destacar o perfeito estado das chapas de fixação dos parabolts, corroborando, pois, com a tese de arrancamento. 16. Quanto ao noticiado afundamento da calçada, deveu-se pelo adentramento de um pesado caminhão, tipo munck, para retirada da estrutura metálica da marquise. Entretanto, diferentemente do noticiado, o recalque do piso sextavado foi de pequena monta e teria sido providenciado o seu reparo. 17. Ante as constatações anteriormente descritas, os técnicos deste Tribunal sugeriram aos engenheiros do Consórcio responsáveis pela obra a realização de imediata vistoria na demais marquises do empreendimento e, se fosse o caso, a reparação preventiva do defeito construtivo apontado. Tal sugestão foi acatada sem detença pelos mesmos e, ainda, informou-se acerca de uma possível nova inspeção in loco. 18. Assim, no caso em tela, quanto a identificação das causas, efeitos e consequências do desempenho insatisfatório de elementos construtivos, pode-se concluir que: i) CAUSA: fixação dos chumbadores metálicos (parabolts) no mesmo sentido da marquise; ii) EFEITO: desgaste dos furos (aumento) no concreto provocado pelos movimentos próprios das estruturas em balanço, diminuindo a força de atrito entre o concreto e os chumbadores; e iii) CONSEQUÊNCIA: arrancamento dos chumbadores metálicos e ruína da marquise. PROCESSO Nº 00763/2013-2 RELATÓRIO DE INSPEÇÃO N0 0006/2013 11ª ICE Pág. 4
  • 5. 19. Por fim, registre-se que na elaboração deste Relatório de Inspeção não foram considerados os projetos de arquitetura e engenharia originariamente contratados, porém foram solicitados formalmente, dentre outros documentos, à SESA e ao DAE (fls. 27 e 29, em anexo) e, oportunamente, serão analisados e confrontados com os elementos efetivamente construídos quando de nova inspeção in loco. Foto pilar de sustentação da marquise. Em destaque, o desgaste dos furos de fixação e arrancamento dos chumbadores metálicos (parabolts). Foto chumbador metálico (parabolt). Em destaque, o perfeito estado denotando que não sofreu nenhuma ação de torção, cisalhamento e corrosão. Foi arrancado. PROCESSO Nº 00763/2013-2 RELATÓRIO DE INSPEÇÃO N0 0006/2013 11ª ICE Pág. 5
  • 6. 6. ELEMENTOS E DOCUMENTOS REFERENCIAIS 20. Na elaboração deste relatório, foram utilizados como fontes de informação referencial, dentre outros, os seguintes elementos e documentos: a) peças constantes dos presentes autos; b) exame da estrutura metálica, parede e pilares de concreto de fixação; e c) entrevista com engenheiros fiscais e responsáveis técnicos da obra. 7. CONCLUSÃO 21. RELATA-SE que a ruína da marquise do Hospital Regional Norte - HRN deveu-se, principalmente, à execução defeituosa de fixação dos chumbadores metálicos (parabolts) por parte do contratado Consórcio MARQUISE / EIT, consoante comprovada na inspeção in loco e aqui relatado. 22. No ensejo, eleva o feito à consideração superior, sugerindo que seja AUTORIZADA nova inspeção in loco no Hospital Regional Norte – HRN, na sede do município de Sobral-CE, para verificar a compatibilidade dos reparos das marquises, bem como a realização de vistoria em todas as suas instalações físicas no que se refere à adequação construtiva e termo de recebimento daquela unidade hospitalar quando da conclusão das obras. O presente relatório é composto de 7 (sete) folhas devidamente rubricadas (sendo esta última assinada) e 1 (um) Anexo contendo 4 (quatro) fotos. 11ª Inspetoria de Controle Externo da Secretaria Geral do Tribunal de Contas do Estado do Ceará. Fortaleza, 22 de fevereiro de 2013. THEÓFILO MACIEL MELO JOSÉ OSCAR FEITOSA ANDRADE Analista de Controle Externo Analista de Controle Externo Confere: LIANA P. BRANDÃO BANDEIRA Diretora 11ª ICE PROCESSO Nº 00763/2013-2 RELATÓRIO DE INSPEÇÃO N0 0006/2013 11ª ICE Pág. 6
  • 7. ANEXO PROCESSO Nº 00763/2013-2 RELATÓRIO DE INSPEÇÃO N0 0006/2013 11ª ICE Pág. 7
  • 8. Foto 01 – Fachada do HRN. Local de fixação da marquise e, em destaque, empregados do Consórcio trabalhando no reparo da estrutura. Foto 2 – Vista interna da entrada do HRN. Em destaque, o pequeno dano causado pela ruína da marquise. PROCESSO Nº 00763/2013-2 RELATÓRIO DE INSPEÇÃO N0 0006/2013 11ª ICE Pág. 8
  • 9. Foto 3 – Estrutura metálica da marquise desmontada no canteiro de obra. Foto 4 – Chapa de fixação da marquise. Em destaque, a espessura de 10mm e o bom estado (não sofreu nenhum esforço de torção e cisalhamento). PROCESSO Nº 00763/2013-2 RELATÓRIO DE INSPEÇÃO N0 0006/2013 11ª ICE Pág. 9