SlideShare uma empresa Scribd logo
F´ısica Experimental IV - Reflex˜ao e Refra¸c˜ao
Kleber A. Petroski*
Rodrigo R. S. Nascimento†
Departamento de F´ısica; Universidade do Estado de Santa Catarina;
Centro de Ciˆencias Tecnol´ogicas; Joinville 89219-710, Santa Catarina, Brasil
Agosto de 2014
Resumo
Nesta atividade experimental, identificamos os processos de transmiss˜ao
e reflex˜ao da luz ao passar por meios materiais.
Palavras-chaves: Lei de Snell; ˆAngulo de Reflex˜ao; ˆAngulo de Refra¸c˜ao.
1 Introdu¸c˜ao
H´a algum tempo, sabe-se
que a luz faz parte de um grupo
de ondas, chamado de ondas ele-
tromagn´eticas, tendo como uma de
suas caracter´ısticas mais peculiares
a sua velocidade de propaga¸c˜ao (1).
A velocidade da luz no v´a-
cuo, tem um valor aproximado de
𝑐 = 299 792 458𝑚/𝑠 (2). No entanto,
nos meios materiais, a luz se com-
porta de forma diferente, j´a que in-
terage com a mat´eria existente no
meio.
Em meios materiais, a luz,
em geral, diminui a velocidade con-
forme aumenta a frequˆencia. As-
sim a velocidade da luz vermelha ´e
maior que a velocidade da luz vio-
leta, por exemplo.
2 Introdu¸c˜ao Te´orica
Para o entendimento com-
pleto da refra¸c˜ao conv´em a introdu-
¸c˜ao de uma nova grandeza que rela-
cione a velocidade da radia¸c˜ao mo-
nocrom´atica no v´acuo e em meios
materiais, esta grandeza ´e o ´ındice
de refra¸c˜ao da luz monocrom´atica
no meio apresentado, e pode ser ex-
pressa por
𝑛 =
𝑐
𝑣
(2.1)
*
Email: kleber.a.petroski@gmail.com
†
Email: rodrigorsnascimento@gmail.com
1
Introdu¸c˜ao Te´orica 2
Sendo 𝑛 o ´ındice de refra¸c˜ao ab-
soluto no meio, uma grandeza adi-
mensional.
´E importante observar que
o ´ındice de refra¸c˜ao absoluto nunca
pode ser menor do que 1, uma vez
que a maior velocidade poss´ıvel em
um meio ´e 𝑐, se o meio considerado
for o pr´oprio v´acuo.
Para todos os outros meios
materiais 𝑛 ´e sempre maior do que
1.
Chama-se ´ındice de refra¸c˜ao
relativo entre dois meios, a rela¸c˜ao
entre os ´ındices de refra¸c˜ao absolu-
tos de cada um dos meios, de modo
que:
𝑛1,2 =
𝑛1
𝑛2
(2.2)
isto ´e
𝑛1,2 =
𝑐
𝑣1
𝑐
𝑣2
=
𝑣2
𝑣1
(2.3)
Em geral, Diz-se que um
meio ´e mais refringente que ou-
tro, quando seu ´ındice de refra¸c˜ao
´e maior que o do outro, ou seja, um
meio ´e mais refringente que outro
quando a luz se propaga por ele com
velocidade menor.
Chamamos de refra¸c˜ao da
luz o fenˆomeno em que ela ´e trans-
mitida de um meio para outro di-
ferente. Nesta mudan¸ca de meios, a
frequˆencia da onda luminosa n˜ao ´e
alterada, todavia, sua velocidade e o
seu comprimento de onda o sejam.
Com a altera¸c˜ao da veloci-
dade de propaga¸c˜ao ocorre um des-
vio da dire¸c˜ao original.
A lei da refra¸c˜ao ´e utilizada
para calcular o desvio dos raios de
luz ao mudarem de meio, e ´e ex-
pressa por:
Quando a luz reemitida por
𝐴’ se desloca at´e 𝐵 em um intervalo
de tempo 𝑡, a onda reemitida por 𝐴,
neste mesmo intervalo de tempo, so-
fre um deslocamento menor at´e 𝐵’
(Vide Figura 4.1), considerando que
𝑣2 < 𝑣1.
Figura 2.1 – Representa¸c˜ao da
frente de onda na
refra¸c˜ao.
Sendo
𝐴′
𝐵 = 𝑣1 𝑡 e 𝐴𝐵′
= 𝑣2 𝑡
(2.4)
Obtemos
𝐴′ 𝐵
𝐴𝐵′
=
𝑣1
𝑣2
(2.5)
Da geometria sabe-se que
sin 𝜃1 =
𝐴′ 𝐵
𝐴𝐵
(2.6)
e
sin 𝜃2 =
𝐴𝐵′
𝐴𝐵
(2.7)
Dividindo (2.6) por (2.7), obtem-se
sin 𝜃1
sin 𝜃2
=
𝐴′ 𝐵
𝐴𝐵′
=
𝑣1
𝑣2
(2.8)
Substituindo 𝑛1 = 𝑐/𝑣1 e 𝑛2 = 𝑐/𝑣2
em (2.8), obtem-se a express˜ao da
lei de Snell-Descartes (3):
sin 𝜃1
sin 𝜃2
=
𝑛2
𝑛1
(2.9)
Resultados 3
3 Materiais e M´etodo
Para a realiza¸c˜ao desta ati-
vidade experimental, utilizamos tri-
lhos, suportes, blocos de acrilico
(semicircular e duplo semicircular),
goniˆometro, e um laser de HeNe
(𝜆 = 632, 8𝑛𝑚) como fonte lumi-
nosa.
Encontramos toda a estru-
tura necess´aria pr´eviamente mon-
tada, sendo composta basicamente
por uma parte fixa (trilhos de ali-
nhamento do laser com goniˆometro
e suporte focal) e outra parte m´ovel
(goniˆometro). De in´ıcio, ajustamos
o bloco semicircular sobre o goniˆo-
metro e o alinhamos com o laser de
forma a zerar o ˆangulo de incidˆencia
𝜃𝑖 com a normal. Em seguida, gira-
mos o bloco semicircular tendo por
base a escala do goniˆometro para in-
crementar o ˆangulo 𝜃𝑖 em 5, 0°, ano-
tando os ˆangulos de reflex˜ao 𝜃 𝑟 e de
refra¸c˜ao 𝜃𝑡, repetimos este procedi-
mento at´e alcan¸carmos 𝜃𝑖 = 70, 0°.
A Tabela (X) cont´em as medidas
observadas. Todo este procedimento
foi repetido para o bloco rotacio-
nado em 180, 0° (laser incidindo na
face curva), bem como para o bloco
contendo ´agua, resultando nas Ta-
belas 4.2, 4.3 e 4.4 respectivamente.
4 Resultados
Como j´a mensionado, a Ta-
bela 4.1, cont´em os valore dos ˆangu-
los de incidˆencia, refra¸c˜ao e reflex˜ao
do acr´ılico em rela¸c˜ao ao
Tabela 4.1 – ˆAngulos de incidˆencia,
refra¸c˜ao e reflex˜ao do
acr´ılico em rela¸c˜ao ao
ar.
𝜃𝑖 5, 0 10, 0 15, 0 20, 0 25, 0 30, 0 35, 0
𝜃 𝑟 6, 0 10, 0 15, 0 19, 5 25, 0 30, 0 35, 0
𝜃 𝑡 3, 1 6, 3 10, 0 13, 0 16, 3 19, 8 22, 7
𝜃𝑖 40, 0 45, 0 50, 0 55, 0 60, 0 65, 0 70, 0
𝜃 𝑟 40, 0 45, 5 50, 0 55, 0 60, 0 65, 0 70, 0
𝜃 𝑡 25, 4 28, 2 30, 8 33, 3 35, 5 37, 3 39, 0
De posse destes dados, plo-
tamos o gr´afico a seguir,
Figura 4.1 – sin 𝜃𝑖 × sin 𝜃 𝑟.
e obtemos o indice de re-
fra¸c˜ao do acr´ılico e rela¸c˜ao ao ar
usando a lei de Snell,
𝑛 𝑎𝑟
𝑛 𝑎𝑐𝑟´𝚤 𝑙𝑖𝑐𝑜
= 0, 68 (4.1)
Usando a Tabela 4.2, obser-
vamos que ocorre a reflex˜ao total
quando 𝜃 𝑐 = 42, 7°
Tabela 4.2 – ˆAngulos de incidˆencia,
refra¸c˜ao e reflex˜ao do
ar em rela¸c˜ao ao acr´ı-
lico.
𝜃𝑖 5, 0 10, 0 15, 0 20, 0 25, 0 30, 0 35, 0
𝜃 𝑟 4, 0 8, 9 13, 8 18, 0 23, 0 28, 0 33, 0
𝜃 𝑡 7, 5 14, 9 22, 8 29, 8 38, 5 47, 6 57, 2
𝜃𝑖 40, 0 45, 0 50, 0 55, 0 60, 0 65, 0 70, 0
𝜃 𝑟 38, 5 43, 5 48, 5 53, 5 58, 5 63, 5 69, 0
𝜃 𝑡 72, 5 - - - - - -
Conclus˜ao 4
novamente usando a lei de Snell ob-
temos
sin(42, 7°) =
𝑛 𝑎𝑟
𝑛 𝑎𝑐𝑟´𝚤 𝑙𝑖𝑐𝑜
= 0, 68 (4.2)
O erro percentual entre os valor te´o-
rico, e o obtido experimentalmente
´e 𝜀% = 1%.
A Tabela 4.3, cont´em os va-
lores obtidos para a ´agua como meio
refringente
Tabela 4.3 – ˆAngulos de incidˆencia,
refra¸c˜ao e reflex˜ao da
´agua em rela¸c˜ao ao ar.
𝜃𝑖 5, 0 10, 0 15, 0 20, 0 25, 0 30, 0 35, 0
𝜃 𝑟 6, 5 12, 0 16, 5 21, 5 26, 0 32, 0 36, 7
𝜃 𝑡 3, 8 7, 1 10, 8 14, 5 17, 9 21, 5 25, 0
𝜃𝑖 40, 0 45, 0 50, 0 55, 0 60, 0 65, 0 70, 0
𝜃 𝑟 41, 5 46, 5 51, 5 56, 5 61, 5 66, 5 71, 2
𝜃 𝑡 28, 0 31, 0 34, 5 37, 6 39, 5 41, 5 43, 5
do gr´afico da Figura (2), ob-
temos
𝑛 𝑎𝑟
𝑛´𝑎 𝑔𝑢𝑎
= 0, 74 (4.3)
Usando a Tabela 4.4, obser-
vamos que ocorre a reflex˜ao total
quando 𝜃 𝑐 = 47, 2°
Tabela 4.4 – ˆAngulos de incidˆencia,
refra¸c˜ao e reflex˜ao do
ar em rela¸c˜ao a ´agua.
𝜃𝑖 5, 0 10, 0 15, 0 20, 0 25, 0 30, 0 35, 0
𝜃 𝑟 6, 5 11, 0 16, 0 21, 0 26, 0 31, 0 36, 0
𝜃 𝑡 6, 7 14, 0 20, 5 28, 0 35, 5 42, 5 51, 0
𝜃𝑖 40, 0 45, 0 50, 0 55, 0 60, 0 65, 0 70, 0
𝜃 𝑟 41, 0 46, 5 51, 5 56, 9 62, 0 67, 0 72, 0
𝜃 𝑡 61, 5 73, 0 - - - - -
novamente, usando a lei de
Snell obtemos
sin(47, 2°) =
𝑛 𝑎𝑟
𝑛´𝑎 𝑔𝑢𝑎
= 0, 74 (4.4)
O erro percentual entre os valor te´o-
rico, e o obtido experimentalmente
´e 𝜀% = 2%.
5 Discuss˜ao
Podemos afirmar que os er-
ros cometidos se devem principal-
mente a dificuldades na leitura das
medidas, ao manuseio do equipa-
mento e alinhamento adequado do
feixe laser com a superf´ıcie dos blo-
cos. Ainda assim, o erro cometido ´e
consider´avelmente pequeno. No pre-
enchimento das Tabelas, observa-
mos uma pequena discrepˆancia en-
tre os angulos de reflex˜ao e aos
angulos de incidˆencia. No entanto,
as medidas obtidas encontram-se
muito pr´oximas das previs˜oes te´o-
ricas. Nas obten¸c˜oes das medidas
e preenchimento das Tabelas 4.2 e
4.4, encontramos casos de reflex˜ao
total, onde o raio refratado formou
um angulo de 90° com a normal da
superf´ıcie, n˜ao penetrando no meio
refringente. Ao compararmos o ´ın-
dice de refra¸c˜ao do acr´ılico em re-
la¸c˜ao ao ar, observamos que um ´e
inversamente proporcional ao outro,
o mesmo vale com caso da ´agua em
rela¸c˜ao ao ar.
6 Conclus˜ao
Conclui-se que a incidˆencia
de um feixe de luz monocrom´a-
tica sobre blocos de acr´ılicos, re-
flete para o meio de origem, com
um ˆangulo idˆentico ao de incidˆen-
cia, deixando parte da energia lu-
minosa refratada no meio incidente,
dependendo do´ındice de refra¸c˜ao de
um dado material homogˆeneo, h´a
sempre um ˆangulo de reflex˜ao to-
Conclus˜ao 5
tal em que o raio refratado forma
um ˆangulo de 90° com a normal da
superf´ıcie incidente. Esta atividade,
nos proporcionou um melhor enten-
dimento da Lei de Snell.
Referˆencias
1 SEARS, F. W. et al. F´ısica
IV: ´Otica e F´ısica Moderna. 12a
¯.
[S.l.]: Addison-Wesley, 2010. 329 p.
Citado na p´agina 1.
2 HALLIDAY, D.; RESNICK,
R.; WALKER, J. Fundamentos de
F´ısica 4: ´Optica e F´ısica Moderna.
8a
¯. [S.l.]: LTC, 2009. 438 p. Citado
na p´agina 1.
3 NUSSENZVEIG, M. H.
Curso de F´ısica B´asica 4: ´Otica,
Relatividade, F´ısica Quˆantica.
1a
¯. [S.l.]: Edgard Bl¨uncher, 1998.
439 p. Citado na p´agina 2.

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Reflexao refracao

REFLEXÃO E REFRAÇÃO EM SUPERÍCIES PLANAS SETEMBRO 2022.pdf
REFLEXÃO E REFRAÇÃO EM SUPERÍCIES PLANAS SETEMBRO 2022.pdfREFLEXÃO E REFRAÇÃO EM SUPERÍCIES PLANAS SETEMBRO 2022.pdf
REFLEXÃO E REFRAÇÃO EM SUPERÍCIES PLANAS SETEMBRO 2022.pdf
doroteiabozano
 
Apresentação de TCC sobre Equações Diferenciais Ordinarias
Apresentação de TCC sobre Equações Diferenciais OrdinariasApresentação de TCC sobre Equações Diferenciais Ordinarias
Apresentação de TCC sobre Equações Diferenciais Ordinarias
WilanaLaura1
 
hfen11_em_guia_prof_resumo_al_11ano.pdf
hfen11_em_guia_prof_resumo_al_11ano.pdfhfen11_em_guia_prof_resumo_al_11ano.pdf
hfen11_em_guia_prof_resumo_al_11ano.pdf
Marilia Pac
 
F11_hfen11_em_guia_prof_resumo_al_11ano.pdf
F11_hfen11_em_guia_prof_resumo_al_11ano.pdfF11_hfen11_em_guia_prof_resumo_al_11ano.pdf
F11_hfen11_em_guia_prof_resumo_al_11ano.pdf
anacarol88454
 
Psa 14 fenómenos ondulatórios
Psa 14   fenómenos ondulatóriosPsa 14   fenómenos ondulatórios
Psa 14 fenómenos ondulatórios
Fisica-Quimica
 
Psa 14 fenómenos ondulatórios
Psa 14   fenómenos ondulatóriosPsa 14   fenómenos ondulatórios
Psa 14 fenómenos ondulatórios
Fisica-Quimica
 
Determinação da aceleração da gravidade através de procedimentos experimentais
Determinação da aceleração da gravidade através de procedimentos experimentaisDeterminação da aceleração da gravidade através de procedimentos experimentais
Determinação da aceleração da gravidade através de procedimentos experimentais
Diego Padilha
 
Refração_rbd
Refração_rbdRefração_rbd
Refração_rbd
Ricardo Bonaldo
 
Experimental7relatorio
Experimental7relatorioExperimental7relatorio
Experimental7relatorio
Robson Guimarães
 
Defesa Doutorado Márcio Marques Martins
Defesa Doutorado Márcio Marques MartinsDefesa Doutorado Márcio Marques Martins
Defesa Doutorado Márcio Marques Martins
Márcio Martins
 
Refração em um prisma prova
Refração em um prisma   provaRefração em um prisma   prova
Refração em um prisma prova
Yasmin Oliveira
 
Basica refração
Basica refraçãoBasica refração
Basica refração
rodrigoateneu
 
Notas aula dosimetria_calculo_blindagem_2012
Notas aula dosimetria_calculo_blindagem_2012Notas aula dosimetria_calculo_blindagem_2012
Notas aula dosimetria_calculo_blindagem_2012
Cláudio Silva
 
Relatório de física sobre a lei de hooke
Relatório de física sobre a lei de hookeRelatório de física sobre a lei de hooke
Relatório de física sobre a lei de hooke
Karine D'Assunção
 
Trabalho de trocadores de calor
Trabalho de trocadores de calorTrabalho de trocadores de calor
Trabalho de trocadores de calor
Igor de Mello
 
Relatório Radiação de corpo negro
Relatório Radiação de corpo negro Relatório Radiação de corpo negro
Relatório Radiação de corpo negro
Marcelo Alexandre
 
Relatório 5 adsorção
Relatório 5   adsorçãoRelatório 5   adsorção
Relatório 5 adsorção
Aline Fonseca
 
Refra E ReflexãO
Refra E ReflexãORefra E ReflexãO
Refra E ReflexãO
Cristiane Tavolaro
 
47839
4783947839
Trabalho transcal
Trabalho transcalTrabalho transcal
Trabalho transcal
alevilaca
 

Semelhante a Reflexao refracao (20)

REFLEXÃO E REFRAÇÃO EM SUPERÍCIES PLANAS SETEMBRO 2022.pdf
REFLEXÃO E REFRAÇÃO EM SUPERÍCIES PLANAS SETEMBRO 2022.pdfREFLEXÃO E REFRAÇÃO EM SUPERÍCIES PLANAS SETEMBRO 2022.pdf
REFLEXÃO E REFRAÇÃO EM SUPERÍCIES PLANAS SETEMBRO 2022.pdf
 
Apresentação de TCC sobre Equações Diferenciais Ordinarias
Apresentação de TCC sobre Equações Diferenciais OrdinariasApresentação de TCC sobre Equações Diferenciais Ordinarias
Apresentação de TCC sobre Equações Diferenciais Ordinarias
 
hfen11_em_guia_prof_resumo_al_11ano.pdf
hfen11_em_guia_prof_resumo_al_11ano.pdfhfen11_em_guia_prof_resumo_al_11ano.pdf
hfen11_em_guia_prof_resumo_al_11ano.pdf
 
F11_hfen11_em_guia_prof_resumo_al_11ano.pdf
F11_hfen11_em_guia_prof_resumo_al_11ano.pdfF11_hfen11_em_guia_prof_resumo_al_11ano.pdf
F11_hfen11_em_guia_prof_resumo_al_11ano.pdf
 
Psa 14 fenómenos ondulatórios
Psa 14   fenómenos ondulatóriosPsa 14   fenómenos ondulatórios
Psa 14 fenómenos ondulatórios
 
Psa 14 fenómenos ondulatórios
Psa 14   fenómenos ondulatóriosPsa 14   fenómenos ondulatórios
Psa 14 fenómenos ondulatórios
 
Determinação da aceleração da gravidade através de procedimentos experimentais
Determinação da aceleração da gravidade através de procedimentos experimentaisDeterminação da aceleração da gravidade através de procedimentos experimentais
Determinação da aceleração da gravidade através de procedimentos experimentais
 
Refração_rbd
Refração_rbdRefração_rbd
Refração_rbd
 
Experimental7relatorio
Experimental7relatorioExperimental7relatorio
Experimental7relatorio
 
Defesa Doutorado Márcio Marques Martins
Defesa Doutorado Márcio Marques MartinsDefesa Doutorado Márcio Marques Martins
Defesa Doutorado Márcio Marques Martins
 
Refração em um prisma prova
Refração em um prisma   provaRefração em um prisma   prova
Refração em um prisma prova
 
Basica refração
Basica refraçãoBasica refração
Basica refração
 
Notas aula dosimetria_calculo_blindagem_2012
Notas aula dosimetria_calculo_blindagem_2012Notas aula dosimetria_calculo_blindagem_2012
Notas aula dosimetria_calculo_blindagem_2012
 
Relatório de física sobre a lei de hooke
Relatório de física sobre a lei de hookeRelatório de física sobre a lei de hooke
Relatório de física sobre a lei de hooke
 
Trabalho de trocadores de calor
Trabalho de trocadores de calorTrabalho de trocadores de calor
Trabalho de trocadores de calor
 
Relatório Radiação de corpo negro
Relatório Radiação de corpo negro Relatório Radiação de corpo negro
Relatório Radiação de corpo negro
 
Relatório 5 adsorção
Relatório 5   adsorçãoRelatório 5   adsorção
Relatório 5 adsorção
 
Refra E ReflexãO
Refra E ReflexãORefra E ReflexãO
Refra E ReflexãO
 
47839
4783947839
47839
 
Trabalho transcal
Trabalho transcalTrabalho transcal
Trabalho transcal
 

Reflexao refracao

  • 1. F´ısica Experimental IV - Reflex˜ao e Refra¸c˜ao Kleber A. Petroski* Rodrigo R. S. Nascimento† Departamento de F´ısica; Universidade do Estado de Santa Catarina; Centro de Ciˆencias Tecnol´ogicas; Joinville 89219-710, Santa Catarina, Brasil Agosto de 2014 Resumo Nesta atividade experimental, identificamos os processos de transmiss˜ao e reflex˜ao da luz ao passar por meios materiais. Palavras-chaves: Lei de Snell; ˆAngulo de Reflex˜ao; ˆAngulo de Refra¸c˜ao. 1 Introdu¸c˜ao H´a algum tempo, sabe-se que a luz faz parte de um grupo de ondas, chamado de ondas ele- tromagn´eticas, tendo como uma de suas caracter´ısticas mais peculiares a sua velocidade de propaga¸c˜ao (1). A velocidade da luz no v´a- cuo, tem um valor aproximado de 𝑐 = 299 792 458𝑚/𝑠 (2). No entanto, nos meios materiais, a luz se com- porta de forma diferente, j´a que in- terage com a mat´eria existente no meio. Em meios materiais, a luz, em geral, diminui a velocidade con- forme aumenta a frequˆencia. As- sim a velocidade da luz vermelha ´e maior que a velocidade da luz vio- leta, por exemplo. 2 Introdu¸c˜ao Te´orica Para o entendimento com- pleto da refra¸c˜ao conv´em a introdu- ¸c˜ao de uma nova grandeza que rela- cione a velocidade da radia¸c˜ao mo- nocrom´atica no v´acuo e em meios materiais, esta grandeza ´e o ´ındice de refra¸c˜ao da luz monocrom´atica no meio apresentado, e pode ser ex- pressa por 𝑛 = 𝑐 𝑣 (2.1) * Email: kleber.a.petroski@gmail.com † Email: rodrigorsnascimento@gmail.com 1
  • 2. Introdu¸c˜ao Te´orica 2 Sendo 𝑛 o ´ındice de refra¸c˜ao ab- soluto no meio, uma grandeza adi- mensional. ´E importante observar que o ´ındice de refra¸c˜ao absoluto nunca pode ser menor do que 1, uma vez que a maior velocidade poss´ıvel em um meio ´e 𝑐, se o meio considerado for o pr´oprio v´acuo. Para todos os outros meios materiais 𝑛 ´e sempre maior do que 1. Chama-se ´ındice de refra¸c˜ao relativo entre dois meios, a rela¸c˜ao entre os ´ındices de refra¸c˜ao absolu- tos de cada um dos meios, de modo que: 𝑛1,2 = 𝑛1 𝑛2 (2.2) isto ´e 𝑛1,2 = 𝑐 𝑣1 𝑐 𝑣2 = 𝑣2 𝑣1 (2.3) Em geral, Diz-se que um meio ´e mais refringente que ou- tro, quando seu ´ındice de refra¸c˜ao ´e maior que o do outro, ou seja, um meio ´e mais refringente que outro quando a luz se propaga por ele com velocidade menor. Chamamos de refra¸c˜ao da luz o fenˆomeno em que ela ´e trans- mitida de um meio para outro di- ferente. Nesta mudan¸ca de meios, a frequˆencia da onda luminosa n˜ao ´e alterada, todavia, sua velocidade e o seu comprimento de onda o sejam. Com a altera¸c˜ao da veloci- dade de propaga¸c˜ao ocorre um des- vio da dire¸c˜ao original. A lei da refra¸c˜ao ´e utilizada para calcular o desvio dos raios de luz ao mudarem de meio, e ´e ex- pressa por: Quando a luz reemitida por 𝐴’ se desloca at´e 𝐵 em um intervalo de tempo 𝑡, a onda reemitida por 𝐴, neste mesmo intervalo de tempo, so- fre um deslocamento menor at´e 𝐵’ (Vide Figura 4.1), considerando que 𝑣2 < 𝑣1. Figura 2.1 – Representa¸c˜ao da frente de onda na refra¸c˜ao. Sendo 𝐴′ 𝐵 = 𝑣1 𝑡 e 𝐴𝐵′ = 𝑣2 𝑡 (2.4) Obtemos 𝐴′ 𝐵 𝐴𝐵′ = 𝑣1 𝑣2 (2.5) Da geometria sabe-se que sin 𝜃1 = 𝐴′ 𝐵 𝐴𝐵 (2.6) e sin 𝜃2 = 𝐴𝐵′ 𝐴𝐵 (2.7) Dividindo (2.6) por (2.7), obtem-se sin 𝜃1 sin 𝜃2 = 𝐴′ 𝐵 𝐴𝐵′ = 𝑣1 𝑣2 (2.8) Substituindo 𝑛1 = 𝑐/𝑣1 e 𝑛2 = 𝑐/𝑣2 em (2.8), obtem-se a express˜ao da lei de Snell-Descartes (3): sin 𝜃1 sin 𝜃2 = 𝑛2 𝑛1 (2.9)
  • 3. Resultados 3 3 Materiais e M´etodo Para a realiza¸c˜ao desta ati- vidade experimental, utilizamos tri- lhos, suportes, blocos de acrilico (semicircular e duplo semicircular), goniˆometro, e um laser de HeNe (𝜆 = 632, 8𝑛𝑚) como fonte lumi- nosa. Encontramos toda a estru- tura necess´aria pr´eviamente mon- tada, sendo composta basicamente por uma parte fixa (trilhos de ali- nhamento do laser com goniˆometro e suporte focal) e outra parte m´ovel (goniˆometro). De in´ıcio, ajustamos o bloco semicircular sobre o goniˆo- metro e o alinhamos com o laser de forma a zerar o ˆangulo de incidˆencia 𝜃𝑖 com a normal. Em seguida, gira- mos o bloco semicircular tendo por base a escala do goniˆometro para in- crementar o ˆangulo 𝜃𝑖 em 5, 0°, ano- tando os ˆangulos de reflex˜ao 𝜃 𝑟 e de refra¸c˜ao 𝜃𝑡, repetimos este procedi- mento at´e alcan¸carmos 𝜃𝑖 = 70, 0°. A Tabela (X) cont´em as medidas observadas. Todo este procedimento foi repetido para o bloco rotacio- nado em 180, 0° (laser incidindo na face curva), bem como para o bloco contendo ´agua, resultando nas Ta- belas 4.2, 4.3 e 4.4 respectivamente. 4 Resultados Como j´a mensionado, a Ta- bela 4.1, cont´em os valore dos ˆangu- los de incidˆencia, refra¸c˜ao e reflex˜ao do acr´ılico em rela¸c˜ao ao Tabela 4.1 – ˆAngulos de incidˆencia, refra¸c˜ao e reflex˜ao do acr´ılico em rela¸c˜ao ao ar. 𝜃𝑖 5, 0 10, 0 15, 0 20, 0 25, 0 30, 0 35, 0 𝜃 𝑟 6, 0 10, 0 15, 0 19, 5 25, 0 30, 0 35, 0 𝜃 𝑡 3, 1 6, 3 10, 0 13, 0 16, 3 19, 8 22, 7 𝜃𝑖 40, 0 45, 0 50, 0 55, 0 60, 0 65, 0 70, 0 𝜃 𝑟 40, 0 45, 5 50, 0 55, 0 60, 0 65, 0 70, 0 𝜃 𝑡 25, 4 28, 2 30, 8 33, 3 35, 5 37, 3 39, 0 De posse destes dados, plo- tamos o gr´afico a seguir, Figura 4.1 – sin 𝜃𝑖 × sin 𝜃 𝑟. e obtemos o indice de re- fra¸c˜ao do acr´ılico e rela¸c˜ao ao ar usando a lei de Snell, 𝑛 𝑎𝑟 𝑛 𝑎𝑐𝑟´𝚤 𝑙𝑖𝑐𝑜 = 0, 68 (4.1) Usando a Tabela 4.2, obser- vamos que ocorre a reflex˜ao total quando 𝜃 𝑐 = 42, 7° Tabela 4.2 – ˆAngulos de incidˆencia, refra¸c˜ao e reflex˜ao do ar em rela¸c˜ao ao acr´ı- lico. 𝜃𝑖 5, 0 10, 0 15, 0 20, 0 25, 0 30, 0 35, 0 𝜃 𝑟 4, 0 8, 9 13, 8 18, 0 23, 0 28, 0 33, 0 𝜃 𝑡 7, 5 14, 9 22, 8 29, 8 38, 5 47, 6 57, 2 𝜃𝑖 40, 0 45, 0 50, 0 55, 0 60, 0 65, 0 70, 0 𝜃 𝑟 38, 5 43, 5 48, 5 53, 5 58, 5 63, 5 69, 0 𝜃 𝑡 72, 5 - - - - - -
  • 4. Conclus˜ao 4 novamente usando a lei de Snell ob- temos sin(42, 7°) = 𝑛 𝑎𝑟 𝑛 𝑎𝑐𝑟´𝚤 𝑙𝑖𝑐𝑜 = 0, 68 (4.2) O erro percentual entre os valor te´o- rico, e o obtido experimentalmente ´e 𝜀% = 1%. A Tabela 4.3, cont´em os va- lores obtidos para a ´agua como meio refringente Tabela 4.3 – ˆAngulos de incidˆencia, refra¸c˜ao e reflex˜ao da ´agua em rela¸c˜ao ao ar. 𝜃𝑖 5, 0 10, 0 15, 0 20, 0 25, 0 30, 0 35, 0 𝜃 𝑟 6, 5 12, 0 16, 5 21, 5 26, 0 32, 0 36, 7 𝜃 𝑡 3, 8 7, 1 10, 8 14, 5 17, 9 21, 5 25, 0 𝜃𝑖 40, 0 45, 0 50, 0 55, 0 60, 0 65, 0 70, 0 𝜃 𝑟 41, 5 46, 5 51, 5 56, 5 61, 5 66, 5 71, 2 𝜃 𝑡 28, 0 31, 0 34, 5 37, 6 39, 5 41, 5 43, 5 do gr´afico da Figura (2), ob- temos 𝑛 𝑎𝑟 𝑛´𝑎 𝑔𝑢𝑎 = 0, 74 (4.3) Usando a Tabela 4.4, obser- vamos que ocorre a reflex˜ao total quando 𝜃 𝑐 = 47, 2° Tabela 4.4 – ˆAngulos de incidˆencia, refra¸c˜ao e reflex˜ao do ar em rela¸c˜ao a ´agua. 𝜃𝑖 5, 0 10, 0 15, 0 20, 0 25, 0 30, 0 35, 0 𝜃 𝑟 6, 5 11, 0 16, 0 21, 0 26, 0 31, 0 36, 0 𝜃 𝑡 6, 7 14, 0 20, 5 28, 0 35, 5 42, 5 51, 0 𝜃𝑖 40, 0 45, 0 50, 0 55, 0 60, 0 65, 0 70, 0 𝜃 𝑟 41, 0 46, 5 51, 5 56, 9 62, 0 67, 0 72, 0 𝜃 𝑡 61, 5 73, 0 - - - - - novamente, usando a lei de Snell obtemos sin(47, 2°) = 𝑛 𝑎𝑟 𝑛´𝑎 𝑔𝑢𝑎 = 0, 74 (4.4) O erro percentual entre os valor te´o- rico, e o obtido experimentalmente ´e 𝜀% = 2%. 5 Discuss˜ao Podemos afirmar que os er- ros cometidos se devem principal- mente a dificuldades na leitura das medidas, ao manuseio do equipa- mento e alinhamento adequado do feixe laser com a superf´ıcie dos blo- cos. Ainda assim, o erro cometido ´e consider´avelmente pequeno. No pre- enchimento das Tabelas, observa- mos uma pequena discrepˆancia en- tre os angulos de reflex˜ao e aos angulos de incidˆencia. No entanto, as medidas obtidas encontram-se muito pr´oximas das previs˜oes te´o- ricas. Nas obten¸c˜oes das medidas e preenchimento das Tabelas 4.2 e 4.4, encontramos casos de reflex˜ao total, onde o raio refratado formou um angulo de 90° com a normal da superf´ıcie, n˜ao penetrando no meio refringente. Ao compararmos o ´ın- dice de refra¸c˜ao do acr´ılico em re- la¸c˜ao ao ar, observamos que um ´e inversamente proporcional ao outro, o mesmo vale com caso da ´agua em rela¸c˜ao ao ar. 6 Conclus˜ao Conclui-se que a incidˆencia de um feixe de luz monocrom´a- tica sobre blocos de acr´ılicos, re- flete para o meio de origem, com um ˆangulo idˆentico ao de incidˆen- cia, deixando parte da energia lu- minosa refratada no meio incidente, dependendo do´ındice de refra¸c˜ao de um dado material homogˆeneo, h´a sempre um ˆangulo de reflex˜ao to-
  • 5. Conclus˜ao 5 tal em que o raio refratado forma um ˆangulo de 90° com a normal da superf´ıcie incidente. Esta atividade, nos proporcionou um melhor enten- dimento da Lei de Snell. Referˆencias 1 SEARS, F. W. et al. F´ısica IV: ´Otica e F´ısica Moderna. 12a ¯. [S.l.]: Addison-Wesley, 2010. 329 p. Citado na p´agina 1. 2 HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de F´ısica 4: ´Optica e F´ısica Moderna. 8a ¯. [S.l.]: LTC, 2009. 438 p. Citado na p´agina 1. 3 NUSSENZVEIG, M. H. Curso de F´ısica B´asica 4: ´Otica, Relatividade, F´ısica Quˆantica. 1a ¯. [S.l.]: Edgard Bl¨uncher, 1998. 439 p. Citado na p´agina 2.