O documento discute a origem e histórico dos quilombos na África. Explica que a palavra quilombo vem de línguas bantu e descreve conflitos entre povos como os lunda e jaga que levaram à formação de exércitos nômades conhecidos como imbangala, que adotaram a estrutura do quilombo e ajudaram a espalhá-la pela região.
Kabengele munanga origem e histórico do quilombo na áfricaElizete Santos
O documento discute a origem e histórico dos quilombos na África. Explica que a palavra quilombo vem de línguas bantu e descreve como o príncipe lunda Kinguli, após ser exilado, se aliou aos guerreiros imbangala e adotou sua estrutura de quilombo, formando um exército poderoso que se espalhou pela região e fundou novos reinos.
Origem e histórico do quilombo na ÁfricaGeraa Ufms
O documento discute a origem e histórico dos quilombos na África. Explica que a palavra "quilombo" vem de línguas bantu e descreve como o príncipe lunda Kinguli e seus seguidores formaram uma aliança com os guerreiros jaga, adotando seu estilo de vida nômade e militarista nos quilombos. Também analisa a expansão dos povos bantu na África e a formação inicial dos quilombos.
Este resumo descreve um documento analisando o livro "O outro pé da sereia", do escritor moçambicano Mia Couto. O livro questiona os discursos identitários africanos e afro-diaspóricos através da história de uma imagem de Nossa Senhora sem um pé. A narrativa mistura passado e presente para discutir como as identidades estão em constante mudança e são influenciadas por fatores históricos e culturais.
O documento discute a população indígena do estado de Mato Grosso do Sul, que é a segunda maior do Brasil, com aproximadamente 53 mil índios, sendo que 10 mil vivem fora das aldeias. As tribos que habitam a região, como os Guatos, Kadiweu, Guarani e Caiuá, tiveram seus territórios reduzidos com a chegada dos colonizadores europeus. O documento também menciona aspectos da cultura indígena como arte, língua e artesanato.
O documento descreve a história das migrações para Angola e a formação étnica do país. Os primeiros habitantes foram os bosquímanos, seguidos pelos povos bantus vindos do norte por volta do século VI a.C. Ao longo dos séculos, os bantus se instalaram e formaram os grupos étnicos atuais de Angola. O primeiro grande reino registrado foi o Reino do Congo, no século XIII.
O documento apresenta um texto e perguntas sobre povos e reinos africanos para os estudantes responderem. As perguntas abordam tópicos como a relação entre organização política e domínio da arte de transformar ferro em alguns reinos africanos, o papel dos griôs na transmissão da história oral e a concepção de mundo dos povos iorubas.
Os Guaranis são uma das maiores etnias indígenas das Américas, que tradicionalmente habitavam partes da América do Sul. Eles são compostos por vários subgrupos com dialetos e culturas próprios. Os Guaranis enfrentaram contatos iniciais com europeus no século XVI e reduções jesuíticas nos séculos seguintes, resultando em novos grupos como os Guaranis missioneiros e os Ka'ayguá que viveram isolados. Atualmente, os Guaranis vivem em reservas pequenas mantendo aspect
As línguas africanas no brasil professora marta costaDaniel Torquato
O documento discute as línguas africanas trazidas para o Brasil durante o período da escravidão, incluindo o Quimbundo, o Iorubá e o Éwé. Detalha as características fonéticas e gramaticais dessas línguas, além de discutir sua influência no português brasileiro. Também fornece exemplos de frases nessas línguas com tradução para português.
Kabengele munanga origem e histórico do quilombo na áfricaElizete Santos
O documento discute a origem e histórico dos quilombos na África. Explica que a palavra quilombo vem de línguas bantu e descreve como o príncipe lunda Kinguli, após ser exilado, se aliou aos guerreiros imbangala e adotou sua estrutura de quilombo, formando um exército poderoso que se espalhou pela região e fundou novos reinos.
Origem e histórico do quilombo na ÁfricaGeraa Ufms
O documento discute a origem e histórico dos quilombos na África. Explica que a palavra "quilombo" vem de línguas bantu e descreve como o príncipe lunda Kinguli e seus seguidores formaram uma aliança com os guerreiros jaga, adotando seu estilo de vida nômade e militarista nos quilombos. Também analisa a expansão dos povos bantu na África e a formação inicial dos quilombos.
Este resumo descreve um documento analisando o livro "O outro pé da sereia", do escritor moçambicano Mia Couto. O livro questiona os discursos identitários africanos e afro-diaspóricos através da história de uma imagem de Nossa Senhora sem um pé. A narrativa mistura passado e presente para discutir como as identidades estão em constante mudança e são influenciadas por fatores históricos e culturais.
O documento discute a população indígena do estado de Mato Grosso do Sul, que é a segunda maior do Brasil, com aproximadamente 53 mil índios, sendo que 10 mil vivem fora das aldeias. As tribos que habitam a região, como os Guatos, Kadiweu, Guarani e Caiuá, tiveram seus territórios reduzidos com a chegada dos colonizadores europeus. O documento também menciona aspectos da cultura indígena como arte, língua e artesanato.
O documento descreve a história das migrações para Angola e a formação étnica do país. Os primeiros habitantes foram os bosquímanos, seguidos pelos povos bantus vindos do norte por volta do século VI a.C. Ao longo dos séculos, os bantus se instalaram e formaram os grupos étnicos atuais de Angola. O primeiro grande reino registrado foi o Reino do Congo, no século XIII.
O documento apresenta um texto e perguntas sobre povos e reinos africanos para os estudantes responderem. As perguntas abordam tópicos como a relação entre organização política e domínio da arte de transformar ferro em alguns reinos africanos, o papel dos griôs na transmissão da história oral e a concepção de mundo dos povos iorubas.
Os Guaranis são uma das maiores etnias indígenas das Américas, que tradicionalmente habitavam partes da América do Sul. Eles são compostos por vários subgrupos com dialetos e culturas próprios. Os Guaranis enfrentaram contatos iniciais com europeus no século XVI e reduções jesuíticas nos séculos seguintes, resultando em novos grupos como os Guaranis missioneiros e os Ka'ayguá que viveram isolados. Atualmente, os Guaranis vivem em reservas pequenas mantendo aspect
As línguas africanas no brasil professora marta costaDaniel Torquato
O documento discute as línguas africanas trazidas para o Brasil durante o período da escravidão, incluindo o Quimbundo, o Iorubá e o Éwé. Detalha as características fonéticas e gramaticais dessas línguas, além de discutir sua influência no português brasileiro. Também fornece exemplos de frases nessas línguas com tradução para português.
O documento descreve aspectos culturais de Mato Grosso, incluindo sua história, danças, músicas, mitos, gastronomia, patrimônio histórico e artesanato. Elementos como a Coluna Prestes, as visitas de Getúlio Vargas e do Papa João Paulo II, danças como o Cururu e o Siriri, e pratos típicos como o Pacu assado são descritos. O documento fornece um panorama abrangente da cultura do estado.
É fato já comprovado a grande influência da cultura africana em nosso país, e isto pode ser notado em inúmeros e diferentes aspectos de nosso cotidiano.
Com o objetivo de buscar a origem desta influência também na arte produzida pelos artistas negros no Brasil, esta pesquisa estuda as principais características
da arte produzida na região ocidental da África, onde se localizavam o povo iorubá e seus vizinhos – que por terem sido um dos povos africanos dos quais o Brasil
mais recebeu escravos – tem presença intensa e marcante na iconografia dos artistas negros brasileiros. Para o melhor desenvolvimento deste trabalho foi
necessário também estudar o histórico dos povos que compunham a região, pois estes dados auxiliam na contextualização e colaboram para uma melhor compreensão do desenvolvimento artístico dos povos em estudo.
O documento discute as influências culturais mútuas entre Portugal, Galiza e Brasil, especialmente no que se refere à tradição oral, língua e manifestações culturais. Apresenta exemplos como vocabulário e gírias compartilhados, a presença de personagens históricas e lendárias galegas no Brasil, assim como semelhanças em música, dança, religião e culinária. Também destaca a identidade linguística e colaboração entre linguistas desses países.
O documento descreve como o folclore brasileiro está presente na literatura do país, mencionando diversas obras literárias que abordam elementos do folclore como personagens, rituais e crenças. Alguns exemplos citados são a presença de entidades folclóricas como o lobisomem e o saci na obra de Joaquim Manuel de Macedo "A Moreninha", a descrição de rituais de festas como o Divino Espírito Santo em obras de José de Alencar e Manuel Antônio de Almeida, e a representação de pr
Este livro resume artigos anteriores do autor sobre a história dos povos indígenas do Alto Rio Negro, incorporando novas pesquisas. O livro aborda tópicos como a escravidão indígena, histórias de guerras e alianças, profetas e conversões, novos conflitos com projetos de desenvolvimento e fontes históricas. A arqueologia também contribui, fornecendo novas perspectivas sobre a ocupação e sistemas regionais pré-coloniais da região.
O documento descreve a redução territorial sofrida pelos indígenas Guarani no oeste do Paraná devido à formação do Lago de Itaipu. A foto mostra uma habitação Guarani próxima a galpões e com animais domésticos no terreiro, evidenciando a adaptação de sua espacialidade à nova área. O texto defende que os Guarani historicamente ocuparam esta região, contrariando narrativas que a descrevem como vazia, e discute como projetos de desenvolvimento contribuíram para seu deslocamento.
Este documento descreve a história e o desenvolvimento da língua portuguesa em três partes: (1) a romanização da Península Ibérica e a origem do ramo galego-português, (2) as invasões árabes e a reconquista cristã, resultando na separação de Portugal e na disseminação das línguas para o sul, (3) os primeiros textos escritos em português medieval e a distinção gradual entre o galego e o português.
Este documento discute a história, memórias e identidade do povo indígena Xukuru do Ororubá no Brasil. Analisa narrativas coletadas através de entrevistas que mostram como os Xukuru reinterpretaram eventos históricos e atribuíram significados a essas leituras para afirmar sua identidade indígena. Também descreve a colonização portuguesa de suas terras e as perseguições sofridas após a extinção oficial de seu território no século XIX.
Congado - Origens, Características e OrganizaçãoGabriel Resende
O congado (ou congada) é uma manifestação cultural e religiosa afro-brasileira. Constitui-se em um bailado dramático com canto e música que recria a coroação de um rei do Congo.
Trata basicamente de três temas em seu enredo: a vida de São Benedito; o encontro da imagem de Nossa Senhora do Rosário submergida nas águas; e a representação da luta de Carlos Magno contra as invasões mouras. A congada é muito famosa em Brás Pires, em Minas Gerais, onde os congos se encontram na Igreja do Rosário.
Questões de vestibular - África e tráfico de escravosZé Knust
O documento discute o tráfico de escravos da África para as Américas durante o período colonial português, mencionando:
1) Os portugueses mudaram sua estratégia na África ocidental para ganhar a confiança dos soberanos locais, enviando embaixadas ao Império do Mali no século 15.
2) Os escravos africanos trouxidos para o Brasil falavam diferentes línguas africanas, desenvolvendo uma língua comum de comunicação chamada "cupópia".
3) A
Os Malês eram negros muçulmanos escravizados no Brasil do século XIX que sabiam ler e escrever em árabe. Eram mais instruídos que seus senhores, mas não eram submissos devido à sua fé islâmica. Organizaram a Revolta dos Malês em 1835 na Bahia para lutar por sua liberdade, mas foram derrotados.
Este trabalho aborda sobre o Reino do Ndongo que foi um dos grandes reinos que existiu em Angola, neste tema encontrará uma abordagem política daquilo que era o Reino do Ndongo em tempos passados. Este trabalho foi elaborado por 08 estudantes do curso de Administração e Marketing da Universidade de Belas do 1º ano.
O documento discute a diversidade de povos africanos, suas origens e influências culturais no Brasil. Aborda os principais grupos étnicos como bantos, sudaneses e povos da floresta e como trouxeram aspectos da cultura africana como o candomblé e a mitologia.
Este projeto pretende homenagear Luiz Gonzaga no centenário de seu nascimento ensinando sobre sua vida e obra por meio de oficinas de leitura, interpretação e produção de cordéis, apresentação de vídeos sobre a cultura nordestina e aulas de coral com músicas de Gonzaga.
Missões - Patrimônio Histórico e Cultural da América do SulVítor André Duarte
Os jesuítas fundaram missões no século 16 no Brasil e Paraguai para catequizar os indígenas. Eles organizavam as aldeias ("reduções") de forma democrática e ensinavam técnicas agrícolas. No entanto, ataques de bandeirantes paulistas destruíram muitas missões e escravizaram os indígenas. Hoje, os nomes de cidades e palavras da língua guarani são parte do legado cultural deixado pelas missões jesuíticas.
As três frases são:
1) O documento discute a importância de se ensinar a história e cultura afro-brasileira nas escolas para que os estudantes entendam a contribuição dos povos africanos para a cultura brasileira.
2) Alunos em algumas escolas já estão aprendendo sobre as línguas, religiões e tradições africanas, como o iorubá e os orixás.
3) A lei determina que todas as escolas devem ensinar a história e cultura afro-brasileira para combater o precon
O documento discute:
1) A importância do ensino da cultura e história afro-brasileira nas escolas para que os estudantes entendam as contribuições dos povos africanos para a cultura brasileira.
2) Exemplos de como algumas escolas já estão ensinando sobre a cultura africana, incluindo a língua iorubá e contos africanos.
3) A lei de 2003 que torna obrigatório o ensino da cultura e história afro-brasileira em todas as escolas brasileiras.
Congado - Origens, Características e OrganizaçãoGabriel Resende
O documento descreve o congado, uma manifestação cultural afro-brasileira que recria a coroação de um rei do Congo através de dança, música e canto. Apresenta detalhes sobre a origem do congado na África e no Brasil, incluindo a lenda do Chico Rei, e características como os ternos de congo e os elementos e significados das cores e vestimentas utilizadas.
1) O documento descreve a história e cultura da África e dos povos africanos que foram trazidos como escravos para o Brasil.
2) A África possui grande diversidade cultural e linguística, com mais de 2000 línguas diferentes entre os vários povos.
3) Os africanos trouxeram influências culturais para o Brasil, como língua, religião, culinária, danças e música.
O documento discute as línguas africanas no Brasil e sua relação com a formação da língua nacional brasileira. Apresenta exemplos históricos de gramáticas e vocabulários de línguas africanas, como a língua de Angola e a língua mina. Também aborda comunidades de fala africanas no Brasil e suas práticas linguísticas e de resistência, como nos quilombos e mocambos.
O documento descreve aspectos culturais de Mato Grosso, incluindo sua história, danças, músicas, mitos, gastronomia, patrimônio histórico e artesanato. Elementos como a Coluna Prestes, as visitas de Getúlio Vargas e do Papa João Paulo II, danças como o Cururu e o Siriri, e pratos típicos como o Pacu assado são descritos. O documento fornece um panorama abrangente da cultura do estado.
É fato já comprovado a grande influência da cultura africana em nosso país, e isto pode ser notado em inúmeros e diferentes aspectos de nosso cotidiano.
Com o objetivo de buscar a origem desta influência também na arte produzida pelos artistas negros no Brasil, esta pesquisa estuda as principais características
da arte produzida na região ocidental da África, onde se localizavam o povo iorubá e seus vizinhos – que por terem sido um dos povos africanos dos quais o Brasil
mais recebeu escravos – tem presença intensa e marcante na iconografia dos artistas negros brasileiros. Para o melhor desenvolvimento deste trabalho foi
necessário também estudar o histórico dos povos que compunham a região, pois estes dados auxiliam na contextualização e colaboram para uma melhor compreensão do desenvolvimento artístico dos povos em estudo.
O documento discute as influências culturais mútuas entre Portugal, Galiza e Brasil, especialmente no que se refere à tradição oral, língua e manifestações culturais. Apresenta exemplos como vocabulário e gírias compartilhados, a presença de personagens históricas e lendárias galegas no Brasil, assim como semelhanças em música, dança, religião e culinária. Também destaca a identidade linguística e colaboração entre linguistas desses países.
O documento descreve como o folclore brasileiro está presente na literatura do país, mencionando diversas obras literárias que abordam elementos do folclore como personagens, rituais e crenças. Alguns exemplos citados são a presença de entidades folclóricas como o lobisomem e o saci na obra de Joaquim Manuel de Macedo "A Moreninha", a descrição de rituais de festas como o Divino Espírito Santo em obras de José de Alencar e Manuel Antônio de Almeida, e a representação de pr
Este livro resume artigos anteriores do autor sobre a história dos povos indígenas do Alto Rio Negro, incorporando novas pesquisas. O livro aborda tópicos como a escravidão indígena, histórias de guerras e alianças, profetas e conversões, novos conflitos com projetos de desenvolvimento e fontes históricas. A arqueologia também contribui, fornecendo novas perspectivas sobre a ocupação e sistemas regionais pré-coloniais da região.
O documento descreve a redução territorial sofrida pelos indígenas Guarani no oeste do Paraná devido à formação do Lago de Itaipu. A foto mostra uma habitação Guarani próxima a galpões e com animais domésticos no terreiro, evidenciando a adaptação de sua espacialidade à nova área. O texto defende que os Guarani historicamente ocuparam esta região, contrariando narrativas que a descrevem como vazia, e discute como projetos de desenvolvimento contribuíram para seu deslocamento.
Este documento descreve a história e o desenvolvimento da língua portuguesa em três partes: (1) a romanização da Península Ibérica e a origem do ramo galego-português, (2) as invasões árabes e a reconquista cristã, resultando na separação de Portugal e na disseminação das línguas para o sul, (3) os primeiros textos escritos em português medieval e a distinção gradual entre o galego e o português.
Este documento discute a história, memórias e identidade do povo indígena Xukuru do Ororubá no Brasil. Analisa narrativas coletadas através de entrevistas que mostram como os Xukuru reinterpretaram eventos históricos e atribuíram significados a essas leituras para afirmar sua identidade indígena. Também descreve a colonização portuguesa de suas terras e as perseguições sofridas após a extinção oficial de seu território no século XIX.
Congado - Origens, Características e OrganizaçãoGabriel Resende
O congado (ou congada) é uma manifestação cultural e religiosa afro-brasileira. Constitui-se em um bailado dramático com canto e música que recria a coroação de um rei do Congo.
Trata basicamente de três temas em seu enredo: a vida de São Benedito; o encontro da imagem de Nossa Senhora do Rosário submergida nas águas; e a representação da luta de Carlos Magno contra as invasões mouras. A congada é muito famosa em Brás Pires, em Minas Gerais, onde os congos se encontram na Igreja do Rosário.
Questões de vestibular - África e tráfico de escravosZé Knust
O documento discute o tráfico de escravos da África para as Américas durante o período colonial português, mencionando:
1) Os portugueses mudaram sua estratégia na África ocidental para ganhar a confiança dos soberanos locais, enviando embaixadas ao Império do Mali no século 15.
2) Os escravos africanos trouxidos para o Brasil falavam diferentes línguas africanas, desenvolvendo uma língua comum de comunicação chamada "cupópia".
3) A
Os Malês eram negros muçulmanos escravizados no Brasil do século XIX que sabiam ler e escrever em árabe. Eram mais instruídos que seus senhores, mas não eram submissos devido à sua fé islâmica. Organizaram a Revolta dos Malês em 1835 na Bahia para lutar por sua liberdade, mas foram derrotados.
Este trabalho aborda sobre o Reino do Ndongo que foi um dos grandes reinos que existiu em Angola, neste tema encontrará uma abordagem política daquilo que era o Reino do Ndongo em tempos passados. Este trabalho foi elaborado por 08 estudantes do curso de Administração e Marketing da Universidade de Belas do 1º ano.
O documento discute a diversidade de povos africanos, suas origens e influências culturais no Brasil. Aborda os principais grupos étnicos como bantos, sudaneses e povos da floresta e como trouxeram aspectos da cultura africana como o candomblé e a mitologia.
Este projeto pretende homenagear Luiz Gonzaga no centenário de seu nascimento ensinando sobre sua vida e obra por meio de oficinas de leitura, interpretação e produção de cordéis, apresentação de vídeos sobre a cultura nordestina e aulas de coral com músicas de Gonzaga.
Missões - Patrimônio Histórico e Cultural da América do SulVítor André Duarte
Os jesuítas fundaram missões no século 16 no Brasil e Paraguai para catequizar os indígenas. Eles organizavam as aldeias ("reduções") de forma democrática e ensinavam técnicas agrícolas. No entanto, ataques de bandeirantes paulistas destruíram muitas missões e escravizaram os indígenas. Hoje, os nomes de cidades e palavras da língua guarani são parte do legado cultural deixado pelas missões jesuíticas.
As três frases são:
1) O documento discute a importância de se ensinar a história e cultura afro-brasileira nas escolas para que os estudantes entendam a contribuição dos povos africanos para a cultura brasileira.
2) Alunos em algumas escolas já estão aprendendo sobre as línguas, religiões e tradições africanas, como o iorubá e os orixás.
3) A lei determina que todas as escolas devem ensinar a história e cultura afro-brasileira para combater o precon
O documento discute:
1) A importância do ensino da cultura e história afro-brasileira nas escolas para que os estudantes entendam as contribuições dos povos africanos para a cultura brasileira.
2) Exemplos de como algumas escolas já estão ensinando sobre a cultura africana, incluindo a língua iorubá e contos africanos.
3) A lei de 2003 que torna obrigatório o ensino da cultura e história afro-brasileira em todas as escolas brasileiras.
Congado - Origens, Características e OrganizaçãoGabriel Resende
O documento descreve o congado, uma manifestação cultural afro-brasileira que recria a coroação de um rei do Congo através de dança, música e canto. Apresenta detalhes sobre a origem do congado na África e no Brasil, incluindo a lenda do Chico Rei, e características como os ternos de congo e os elementos e significados das cores e vestimentas utilizadas.
1) O documento descreve a história e cultura da África e dos povos africanos que foram trazidos como escravos para o Brasil.
2) A África possui grande diversidade cultural e linguística, com mais de 2000 línguas diferentes entre os vários povos.
3) Os africanos trouxeram influências culturais para o Brasil, como língua, religião, culinária, danças e música.
O documento discute as línguas africanas no Brasil e sua relação com a formação da língua nacional brasileira. Apresenta exemplos históricos de gramáticas e vocabulários de línguas africanas, como a língua de Angola e a língua mina. Também aborda comunidades de fala africanas no Brasil e suas práticas linguísticas e de resistência, como nos quilombos e mocambos.
Semelhante a Quilombo organizacao transcultural (20)
1. 56 R E V I S T A U S P , S Ã O P A U L O ( 2 8 ) : 5 6 - 6 3, D E Z E M B R O / F E V E R E I R O 9 5 / 9 6
ACIMA,
DETALHE DE
ESTATUETA DE
ANCESTRAL
(ZAIRE); AO
LADO, TAMBOR
COM SUPORTE
DE CAVALO DE
MADEIRA
(GUINÉ); E DE
ADEREÇO
FEMININO EM
ANGOLA —
DESENHO DE
DELACHAUX
POVO
Negro
2. 57R E V I S T A U S P , S Ã O P A U L O ( 2 8 ) : 5 6 - 6 3, D E Z E M B R O / F E V E R E I R O 9 5 / 9 6
NOTALINGÜÍSTICA
Na ortografia das palavras em línguas bantu, dispensamos a re-
presentaçãodatonalidade,fenômenocaracterísticodessaslínguas.
Essa tonalidade é marcada pelos tons baixo (por exemplo /à/), alto
(/á/), montante (/a/), descendente (/â/). Exemplo: kílómbò.
Utilizamos o alfabeto africano para grafar alguns nomes. Por
isso as letras como c e w pronunciam-se, respectivamente, tch e u.
Exemplo: cokwe pronuncia-se tcho-cu-e.
Os nomes de povos ou grupos culturais são precedidos de prefi-
xos classificadores: mu, indicando o singular e ba indicando o plu-
ral.Exemplos:mukongo(mu-kongo),indivíduoquepertenceàetnia
kongo; plural bakongo (ba-kongo). Mas, na literatura etnográfica,
K A B E N G E L E M U N A N G A
Origem e
histórico do
quilombo
na África
KABENGELE
MUNANGA é
professor do
Departamento de
Antropologia da
FFLCH-USP.
3. 58 R E V I S T A U S P , S Ã O P A U L O ( 2 8 ) : 5 6 - 6 3, D E Z E M B R O / F E V E R E I R O 9 5 / 9 6
costuma-se dispensar os prefixos classifica-
dores, anotando apenas os radicais dos no-
mes dos povos. Por exemplo: os lunda; os
kongo; os mbundu; os jaga, etc.
Às vezes faz-se confusão entre o nome
dospovosesuasrespectivaslínguasquesem-
pre conservam o mesmo radical com prefixo
classificador diferente. Por exemplo: povo
bakongo, língua kikongo; povo mbundu, lín-
gua kimbundu; povo lunda, língua kalunda;
povo ovimbundu, língua umbundu.
NO CAMINHO DAS ORIGENS
DO QUILOMBO
O quilombo é seguramente uma palavra
origináriadospovosdelínguasbantu(kilombo,
aportuguesado:quilombo).Sua presençaeseu
significado no Brasil têm a ver com alguns
ramos desses povos bantu cujos membros fo-
ram trazidos e escravizados nesta terra. Trata-
se dos grupos lunda, ovimbundu, mbundu,
kongo, imbangala, etc., cujos territórios se
dividem entre Angola e Zaire.
Embora o quilombo (kilombo) seja uma
palavra de língua umbundu, de acordo com
Joseph C. Miller (1), seu conteúdo enquanto
instituição sociopolítica e militar é resultado
de uma longa história envolvendo regiões e
povos aos quais já me referi. É uma história
de conflitos pelo poder, de cisão dos grupos,
de migrações em busca de novos territórios e
de alianças políticas entre grupos alheios.
Paraentenderecaptarosentidodaforma-
ção dos quilombos no Brasil, precisamos
conheceroqueaconteceunessasregiõesafri-
canas de áreas bantu nos séculos XVI e XVII.
Por isso, a própria palavra bantu mereceria,
antes, algumas linhas de explicação. Com
efeito, Bantu, que hoje designa uma área ge-
ográfica contígua e um complexo cultural
específico dentro da África negra, é uma pa-
lavra herdada dos estudos lingüísticos oci-
dentais. Os estudiosos das línguas faladas no
continenteafricano(Guthrie,Greenberg,etc.),
aofazerestudoscomparativosdessaslínguas,
a partir do modelo das línguas indo-européi-
as, chegaram a classificá-las em algumas fa-
mílias principais, entre as quais a família das
línguas bantu. O estudo de algumas palavras
principais revelou a existência das mesmas
raízes com o mesmo conteúdo entre esses
povos. Todos empregam, entre outras, a pa-
lavra -ntu (muntu, singular, e bantu, plural)
para designar a pessoa, o ser humano. Por
isso, essas línguas foram batizadas de bantu
pelos lingüistas ocidentais. A mesma palavra
passou a identificar os povos que falam essas
línguas enquanto um complexo cultural ou
civilizatório,devidoàcontigüidadeterritorial
e aos múltiplos contatos, mestiçagens e em-
préstimos facilitados pela proximidade geo-
gráfica entre eles. Os mitos de origem nos
ensinam que todos esses povos, hoje com
identidades diferentes, foram no início gru-
pos criados por irmãos.
Segundo os lingüistas comparatistas es-
pecialistas da área bantu (Murdock,
Greenberg, Guthrie, etc.), há cerca de dois
milanos,houveumaexpansãogeraldosbantu
partindo do centro da Nigéria para o sul e
sudeste da África. O conhecimento da fundi-
çãoosteriaauxiliadoemsuadeslocação,pois
utilizaram ferramentas de ferro para abrir o
caminho através da floresta equatorial.
Guthrie, após estudos intensivos das raízes
delínguasbantu,concluiquepovosdelíngua
proto-bantu habitavam a região da floresta
equatorial, a meio caminho entre as costas
leste e oeste da África. Esses povos teriam
uma cultura do trabalho de ferro (2). Por sua
vez, Greenberg situa a origem dos bantu na
região fronteiriça entre Camarões e Nigéria
(3). Nenhuma prova arqueológica veio em
apoio às teses lingüísticas.
A história do quilombo como a dos povos
bantu é uma história que envolveu povos de
regiões diferentes entre Zaire e Angola. A
tradição oral - com o que tem de lacunas e de
imprecisões - continua sendo até hoje uma
das grandes fontes de informação da história
da África negra. No âmbito do mito, a histó-
ria começa no império Luba (centro e sudeste
do Zaire), provavelmente no fim do século
XVI. Segundo uma das versões do mito, esse
império era governado por Kalala Ilunga
Mbidi,cujamortecriouconflitosdesucessão
entrefilhosherdeirosdotrono.Umdeles,tido
como perdedor, o príncipe e caçador
KimbindaIlunga,partiucomseusseguidores
em busca de novo território. Estavam com
fome e sem nenhuma provisão quando avis-
taram ao longe uma aldeia e se aproximaram
para pedir bebida e comida. O rei desse grupo
acabava de morrer e foi substituído por sua
filha, a rainha Rweej. Encantada pela beleza
emaneirasnobresdopríncipecaçador,Rweej
pede Kimbinda Ilunga em casamento. Entre
1 Joseph C. Miller, King and
Kinsmen. Early Mbundu
States in Angola, Oxford,
Crarend Press, 1976, pp.
151-75.
2 M. Guthrie, The Clas-
sification of the Bantu
Language, London, 1948.
3 J. Greenberg, “The
Language of Africa”, in
International Journal of
AmericanLinguistics,XXIX,
I.Bloomington(Ind), 1963.
4 Kabengele Munanga, Os
Basanga de Shaba. Um
Grupo Étnico do Zaire, Col.
Antropologia,FFLCH-USP,
1986, pp. 54-5.
5 J. Vansina, Introduction à
l’Ethnographie du Congo,
Editions Universitaires du
Congo, 1965, pp.145-48.
6 Idem, Les Anciens
Royaumes de la Savane,
Léopoldville, Institut de
Recherches Economiques
et Sociales, 1965, pp. 51-3.
7 Idem, ibidem, p. 52.
4. 59R E V I S T A U S P , S Ã O P A U L O ( 2 8 ) : 5 6 - 6 3, D E Z E M B R O / F E V E R E I R O 9 5 / 9 6
os lunda, como em todos os povos bantu, a
tradição proibia a rainha de governar durante
seu ciclo menstrual, pois, simbolicamente
morta como a lua, ela contaminaria negativa-
mente o país e seu povo. Um dia, aproveitan-
do-se dessa tradição quando entrava em perí-
odo de menstruação, a rainha Rweej chamou
seus notáveis e chefes de linhagens e apre-
sentou-lhesseumaridoLubacomonovoche-
fe dos lunda, colocando-lhe o bracelete
(rukan), símbolo do poder.
O casamento de Rweej, acompanhado da
transferência do poder real ao marido, prínci-
pe estrangeiro, causou descontentamento
entre os parentes da rainha e algumas cama-
das da população, gerando até movimento
migratório. Kinguli, irmão da rainha, foi-se
com seus simpatizantes para oeste, em dire-
ção a Angola (4). J. Vansina situa o episódio
da emigração de Kinguli no século XVII. Diz
elequearegiãoparaondesedirigiramKinguli
e seus seguidores lunda já havia sido subme-
tida, no século anterior, às invasões do povo
chamado jaga ou imbangala. Vindo da mar-
gem direita do rio Kwango antes de 1568, os
jaga invadiram o reino do Kongo do qual
foram rechaçados em 1568. Alguns deles se
estabeleceram ao longo do rio Kwango; mis-
turaram-se ao grupo suku e organizaram nu-
merosas chefias (5). Autores antigos, como
Cavazzi e Pigafetta, dizem que os jaga vi-
nham do interior da África, provavelmente
do leste do rio Kwango. O marinheiro inglês
Battel, que conviveu com eles, disse que vi-
nham das montanhas de Lion em direção à
capital do reino do Kongo. Mais tarde se re-
tiraram em direção ao sudeste, nas regiões
orientais do Ndongo e dirigiram-se à costa de
Angola e Benguele perto do rio Cuvo. Seu
verdadeironomeeraimbangalaouimbangola
(6). Ninguém sabe onde ficavam exatamente
as montanhas de Lion. Muitos etnólogos se
preocuparam com o problema da origem dos
jaga, propondo diversas respostas. Mas pare-
cem, segundo Vansina, ter vínculos culturais
com os povos lunda e luba (7).
Quando os jaga chegaram ao oeste do
Kwango, eles viviam permanentemente em
pé de guerra nos campos fortificados. Diz-se
que matavam seus recém-nascidos para não
ser atrapalhados em suas campanhas milita-
res.Emrevanche,elesadotavamosjovensde
ambos os sexos das regiões por eles vencidas
e dominadas e os incorporavam a seus cam-
Fonte:J.Vansina,LesAnciensRoyaumesdelaSavane.Fonte:J.Vansina,LesAnciensRoyaumesdelaSavane.
OS POVOS DE ANGOLA ORIENTAL POR VOLTA DE 1850
ANGOLA NO SÉCULO XVIII
5. 60 R E V I S T A U S P , S Ã O P A U L O ( 2 8 ) : 5 6 - 6 3, D E Z E M B R O / F E V E R E I R O 9 5 / 9 6
pos. Assim, podia o número de suas tropas
crescerrapidamente.Algunsmilharesdepes-
soasequipadasparaaguerraeorganizadasde
modo a assimilar os vencidos podiam derru-
bar todo o oeste da África central. Isso expli-
ca a superioridade militar dos jaga, que im-
primiram sua marca à história da costa ango-
lana durante meio século (8).
O que a história dos jaga tem a ver com o
quilombo?OpríncipelundaKinguliter-se-ia
feito aliado dos poderosos bandos jaga que
dominavam a região antes de sua chegada.
Embora a palavra quilombo seja de língua
umbundu, de acordo com J. Miller, como já
foidito,ainstituiçãoteriapertencidoaosjaga.
Kinguli e seu exército formado pelos lunda e
aliados jaga adotaram o quilombo e forma-
ram um exército mais poderoso constituído
debandosdeguerreirosnômadesconhecidos
como imbangala. Tiveram a capacidade de
espalhar-se por toda a região mbundu depois
de 1610 e finalmente se estabeleceram para
fundar novos estados mbundu (Kalandula,
Kabuku, Matanda, Holo, Kasanje, Mwa
Ndonge, etc.) (9). Sociedade guerreira, o
quilombo forneceu ao exército de Kinguli
original duas coisas que lhe faltavam: uma
estrutura firme capaz de reunir grande núme-
ro de estranhos desvinculados de suas linha-
gens vencidas e uma disciplina militar capaz
de derrotar os grandes reinos que bloquea-
vam sua progressão ao norte e ao oeste de
Kwanza.Apalavraquilombotemaconotação
de uma associação de homens, aberta a todos
sem distinção de filiação a qualquer linha-
gem, na qual os membros eram submetidos a
dramáticos rituais de iniciação que os retira-
vam do âmbito protetor de suas linhagens e
os integravam como co-guerreiros num regi-
mento de super-homens invulneráveis às ar-
mas de inimigos (10). O quilombo amadure-
cido é uma instituição transcultural que rece-
beucontribuiçõesdediversasculturas:lunda,
imbangala, mbundu, kongo, wovimbundu,
etc.Osovimbunducontribuíramcomaestru-
tura centralizada de seus campos de inicia-
ção, campos esses que ainda se encontram
hoje entre os mbundu e cokwe de Angola
central e ocidental.
Algumas evidências lingüísticas vêm em
apoioparaesclareceraorigemdosquilombos.
Entre o povo mundombe de língua umbundu,
perto de Benguele, a palavra quilombo signi-
ficava campo de iniciação, no século XIX.
No moderno umbundu padrão, tem-se a pala-
vra ocilombo, que se refere ao fluxo de san-
gue de um pênis recém-circuncidado, e
ulombo, que designa um remédio preparado
com o sangue e o prepúcio dos iniciados no
campodecircuncisãoequeéusadoemcertos
ritos não especificados. A raiz -lombo, que
constitui a base de todas essas palavras, iden-
tifica a palavra quilombo como sendo unica-
menteovimbundu,umavezquecontrastacom
a palavra cokwe e mbundu para as cerimôni-
as de circuncisão: mukanda (11).
Os imbangala ou jaga tiveram um papel
notável na formação do kilombo amadureci-
do.OsseguidoresdeKinguli,deorigemlunda,
rejeitaramasualiderança,consideradamuito
opressiva, e adotaram como novo aliado a
sociedade guerreira de iniciação quilombo,
trazida pelos imbangala. No entanto, o termo
imbangala deriva da raiz umbundu -vangala,
que significa “ser bravo” e/ou “vagar exten-
samente pelo território” (12) .
POPULAÇÕES E CULTURAS
As migrações e mestiçagens tanto bioló-
gicas como culturais caracterizam todos os
povosaosuldaflorestaequatorial,deondese
originou o modelo de quilombo. Apesar de
uma certa homogeneidade resultante dessa
mescladepopulações,asculturasdessaimen-
sa região são bastante variadas. Descrevê-las
aqui seria uma tarefa difícil, senão impossí-
vel. No entanto, podemos, com base nas se-
melhanças, esboçar alguns elementos gerais.
Todospraticamumaagriculturaitinerante
sobre queimada a fogo corrente, sem
rotatividade bem definida, e utilizam as cin-
zas como adubo. O terreno é deixado em al-
queivedurantemuitotempo,àsvezesatévin-
te anos. As espécies mais cultivadas perten-
cem ao complexo americano: o milho e a
mandioca. Acrescentem-se a batata-doce e o
amendoim, que também têm um papel muito
importante na alimentação. Todas essas es-
pécies são provenientes da América do Sul,
provavelmente do Brasil. O milho teria sido
introduzido na África central entre 1548 e
1583, provavelmente a partir do reino do
Kongo. A mandioca foi introduzida mais tar-
de, por volta de 1600 (13). Ao lado dessas
plantas de origem americana, encontram-se
em quase todos os lugares as velhas culturas
africanas que, segundo Murdock, vêm do
8 Idem, ibidem.
9 Joseph Miller, op.cit., p.151.
10 Idem, ibidem, p. 162.
11 Idem, ibidem, p. 167.
12 Idem, ibidem, p. 168.
13 J. Vansina, Les Anciens
Royaumes de la Savane,
op. cit., p.20.
14 Idem, ibidem, p. 21.
6. 61R E V I S T A U S P , S Ã O P A U L O ( 2 8 ) : 5 6 - 6 3, D E Z E M B R O / F E V E R E I R O 9 5 / 9 6
complexo sudanês, como o sorgo, o milho
miúdo e a palmeira. As culturas de origem
asiática (Malásia), como a banana, o inhame
e o taro, ocupam uma posição secundária. A
bebida alcoolizada mais difundida vem da
palmeira, a ráfia (o vinho de palmeira), além
da cerveja de milho e de sorgo.
Os animais domésticos em toda a região
são galinhas, cabras, carneiros e cachorros.
Os porcos e os patos foram introduzidos nos
séculos XVIII e XIX (14). O gado é uma ra-
ridade, pois o complexo do gado, salvo entre
os ovimbundu e os lozi, não pertence a esse
povo. Na margem dos grandes lagos e dos
rios vivem comunidades de pescadores
especializados. A caça é também muito apre-
ciada, embora seja uma atividade secundária
à agricultura.
ORGANIZAÇÃO SOCIAL
A maioria dos povos da África central
pratica o sistema de parentesco matrilinear,
em relação à descendência, estrato social,
sucessão e herança. O casamento com paren-
tes consangüíneos é proibido, salvo entre
parceiros obrigatórios ou preferenciais, ge-
ralmente primos cruzados. O casamento im-
plica sempre transferência de bens matrimo-
niais(dote)eprestaçõesdeserviçosembene-
fíciodafamíliadanoiva.Aresidênciadocasal
é geralmente virilocal, até nas sociedades
matrilineares. Embora a descendência e as
linhagens constituídas fossem matrilineares,
a autoridade ficava sempre nas mãos dos ho-
mens e não das mulheres.
A aldeia constitui a menor unidade
territorial e, portanto, é a pedra angular da
estrutura política. Ela pode ser composta de
uma linhagem ou de mais linhagens. O con-
junto de aldeias forma a chefia, encabeçada
por um rei pertencendo à linhagen chefal,
geralmente a mais velha de todas. O rei sim-
boliza a chefia e tem obrigações religiosas.
Seu poder não é absoluto, pois contrabalan-
çado pelo conselho composto dos chefes de
aldeias, chefes de linhagens e outros notáveis
da corte.
A RELIGIÃO
As religiões de todos os povos bantu são
semelhantes. Todos acreditam num criador
únicooudivindadesuprema:Zambi,Kalunga,
I: YAA OU YAKA DO MYARI
II: YAKA DO KWANGO
III: IMBANGALA
IV: YAKA D’AMBAKA
V: YAKA DOS OVIMBUNDU
VI: YAKA DE HUMBE
Fonte:J.Vansina,LesAnciensRoyaumesdelaSavane.
ESTADOS ONDE OS JAGA TIVERAM INFLUÊNCIA
REGIÕES CULTURAIS NA ÁFRICA CENTRAL
Fonte:J.Vansina,LesAnciensRoyaumesdelaSavane.
7. 62 R E V I S T A U S P , S Ã O P A U L O ( 2 8 ) : 5 6 - 6 3, D E Z E M B R O / F E V E R E I R O 9 5 / 9 6
Lessa, Mvidie, etc. É uma divindade longín-
qua, que criou o mundo e distanciou-se dele,
deixando a administração a seus filhos
divinizados que são ancestrais fundadores de
linhagens. Por isso, essa divindade ou deus
único é raramente objeto de culto coletivo,
geralmente reservado às divindades secun-
dárias (espíritos ancestrais). São estes que
fazem o elo entre os homens e o deus único,
criador de tudo que existe no mundo bantu.
Por isso, costuma-se reduzir e simplificar as
religiões bantu pelo culto dos ancestrais,
embora exista um panteão religioso
estruturado como mostra o conteúdo do livro
La Philosophie Bantoue, de Placide Tempels
(15). Segundo essa filosofia, o mundo é um
conjunto de forças hierarquizadas por uma
relação de energia ou força vital. Essa ener-
gia ou força vital, cuja fonte é o próprio deus
criador, é distribuída em ordem decrescente
aos ancestrais e defuntos que fazem parte do
mundo divino; em seguida ao mundo dos
vivos, numa relação hierárquica, começando
pelos reis, chefes de aldeias, de linhagens,
pais e filhos; e finalmente ao mundo animal,
vegetal e mineral. Trata-se de uma visão
antropocêntrica,naqualohomemconstitui o
centro e o interesse maior de toda a obra de
deus. A força vital explica a existência da
vida, da doença e da morte, do sofrimento, da
depressão ou fadiga, de qualquer injustiça ou
fracasso, da felicidade, da riqueza, da pobre-
za, da miséria, etc. Tudo que é positivo à vida
e à felicidade humana é interpretado como
aumento e crescimento da força vital; tudo
que é considerado como privação, sofrimen-
to e até a perda da própria vida é interpretado
como diminuição da força vital. Os outros
seres da natureza criados por deus e coloca-
dos ao serviço do homem possuem também,
emumgraumenor,essaenergiaouforçavital.
Entre os baluba, um dos ramos importantes
das civilizações bantu, a palavra “morrer”,
que é uma privação ao extremo da força vital,
é aplicada a tudo que existe na natureza. Se
quebrar um copo, um vidro, um carro, uma
pedra,secairumaárvore,etc.,elesdizemque
“morreu”, mesma palavra utilizada para os
homens e os animais.
Nessavisãodemundo,asnoçõesde“Ser”
e de “Força” são inseparáveis e interligadas.
Um ser é por definição uma força, daí o cará-
terdinâmicodoseredapessoahumana.Toda
forçapodecresceroudecrescer,tornar-semais
forte ou mais fraca. O crescimento e a dimi-
nuição da força vital explicam-se pela lei da
interaçãodasforças.Umserinfluenciaoutro,
ouseja,umaforçareforçaouenfraqueceoutra
8. 63R E V I S T A U S P , S Ã O P A U L O ( 2 8 ) : 5 6 - 6 3, D E Z E M B R O / F E V E R E I R O 9 5 / 9 6
força. Existe uma causalidade metafísica en-
tre o criador e a criatura. Em outras palavras,
a relação entre o criador e a criatura é uma
constante, porque o primeiro é por sua natu-
reza dependente do segundo quanto a sua
existência e sua substância. Uma criança,
mesmotornadaadulta,permanecesempreem
uma dependência causal, em uma subordina-
ção ontológica às forças do pai e da mãe. A
força primogênita domina sempre a força
ultimogênita e continua a exercer sua influ-
ência vital sobre ela. O mundo das forças
mantém-se como uma teia de aranha, da qual
não se pode fazer vibrar um único fio sem
sacudir todas as malhas.
Qualquer ser humano é colocado numa
relação de forças vitais, algumas mais desen-
volvidas do que a sua própria força. Essas
forçasmaisdesenvolvidassãooprópriodeus,
os antepassados, os defuntos da linhagem, da
família; são os pais, feiticeiros, bruxos, etc.
Elas podem influenciar a sua vida no bom
sentido (saúde, riqueza, poder, promoção na
profissão,etc.),aumentandoasuaforçavital,
ou no mau sentido (doença, morte, pobreza,
insucesso na profissão, etc.), diminuindo a
sua força vital. Por isso, o culto aos ances-
trais, num mundo criado por um deus que
dele se distanciou, constitui o aspecto mais
observável da cosmovisão bantu sem se re-
duzir a ele. O que está por trás do culto aos
ancestrais,senãoabuscadaconservaçãoedo
crescimento constantes da força vital, fonte
inesgotável da vida e de todas as felicidades?
CONCLUINDO
Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares,
foi morto em 1695, quase no fim do século
XVII. Coincidentemente, a formação da insti-
tuiçãokilombonocontinenteafricano,especi-
ficamente na área cultural bantu, aconteceu
também nos séculos XVI e XVII. O quilombo
africano,noseuprocessodeamadurecimento,
tornou-se uma instituição política e militar
transétnica,centralizada,formadaporsujeitos
masculinos submetidos a um ritual de inicia-
ção. A iniciação, além de conferir-lhes forças
específicas e qualidades de grandes guerrei-
ros, tinha a função de unificá-los e integrá-los
ritualmente,tendoemvistaqueforamrecruta-
dos das linhagens estrangeiras ao grupo de
origem. Como instituição centralizada, o
quilombo era liderado por um guerreiro entre
guerreiros, um chefe intransigente dentro da
rigidez da disciplina militar.
Pelo conteúdo, o quilombo brasileiro é,
sem dúvida, uma cópia do quilombo africano
reconstruído pelos escravizados para se opor
a uma estrutura escravocrata, pela implanta-
ção de uma outra estrutura política na qual se
encontraram todos os oprimidos. Escraviza-
dos,revoltados,organizaram-separafugirdas
senzalas e das plantações e ocuparam partes
de territórios brasileiros não-povoados, ge-
ralmente de acesso difícil. Imitando o mode-
lo africano, eles transformaram esses territó-
rios em espécie de campos de iniciação à re-
sistência, campos esses abertos a todos os
oprimidosdasociedade(negros,índiosebran-
cos), prefigurando um modelo de democra-
cia plurirracial que o Brasil ainda está a bus-
car. Não há como negar a presença, na lide-
rança desses movimentos de fuga organiza-
dos, de indivíduos escravizados oriundos da
regiãobantu,emespecialdeAngola,ondefoi
desenvolvido o quilombo. Apesar de o
quilombo ser um modelo bantu, creio eu que,
ao unir africanos de outras áreas culturais e
outros descontentes não-africanos, ele teria
recebido influências diversas, daí seu caráter
transcultural. Com efeito, a transculturação
parece-me um dado fundamental da cultura
afro-brasileira. A “pureza” das culturas nagô
e bantu é uma preocupação de alguns pesqui-
sadores e nada tem a ver com as práticas e
estratégias dos que nos legaram a chamada
cultura negra no Brasil. Com efeito, os escra-
vizados africanos e seus descendentes nunca
ficaram presos aos modelos ideológicos
excludentes. Suas práticas e estratégias de-
senvolveram-se dentro do modelo
transcultural, com o objetivo de formar iden-
tidades pessoais ricas e estáveis que não po-
diam estruturar-se unicamente dentro dos li-
mites de sua cultura. Tiveram uma abertura
externa em duplo sentido para dar e receber
influências culturais de outras comunidades,
sem abrir mão de sua existência enquanto
cultura distinta e sem desrespeitar o que ha-
via de comum entre seres humanos. Visavam
a formação de identidades abertas, produzi-
das pela comunicação incessante com o ou-
tro, e não de identidades fechadas, geradas
por barricadas culturais que excluem o outro
(16). Precisamos desse exemplo de união le-
gado pela República de Palmares para supe-
rar e radicar o racismo e seus duplos.
15. Placide Tempels, La
Philosophie Bantoue, 2ª
ed., Paris, Présence
Africaine, 1961.
16. Kabengele Munanga, “As
Facetas de uma Identida-
de Endeusada”. (manuscri-
to inédito), São Paulo,
1955, pp. 10-1.Ver tam-
bém: Sergio Paulo
R o u a n e t ,
“Transculturalismo ou Re-
torno à Etnicidade”, comu-
nicação apresentada no
seminário “Mestiçagem e
Experiências Interculturais
no Brasil”, Berlin, Haus Der
Kulturen Der Welt, 27 de
outubro de 1994, p. 4.