A matéria do jornal Projétil, da UFMS levou o prêmio na categoria acadêmico deste ano. A reportagem é das estudantes pelas estudantes de jornalismo Bárbara Staszyk Versolato e Brenda Cirino
1. Meio Ambiente
Divulgação/ Ecoplantar
Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da UFMS - 20
Reduzir Reutilizar Reciclar
Quando a sustentabilidade começou a ser debatida pela ONU, nos anos 70, pouco se conhecia sobre o tema
Bárbara Versolato
Brenda Cirino
Divulgação/ Ecoplantar
Passados mais de 40 anos, a discussão não cessou, e eventos climáticos
confirmaram algumas das previsões
pessimistas. As mudanças climáticas
estão mais frequentes e intensas. Cientistas acreditam e temem que se medidas não forem tomadas, o planeta
entrará numa situação de difícil reversão. A temperatura aumentará(ainda
mais), espécies entrarão em extinção, a
água pode se esgotar, catástrofes
ambientais e etc.
Uma das preocupações é a possi- e pensou em montar um viveiro de
mudas. Rodrigo possuía um terreno
bilidade de faltar recursos para atender
a demanda da população, que está pre- apto para o plantio, e aí nasceu a parceria.
vista para chegar a 9 bilhões, em 2050.
As mudas vingaram, assim como
Uma alternativa cada vez mais difundia procura por
da atualmente é o
elas. “Para conuso consciente ou
feccioná-las tesustentável dos re“Para confeccioná-las,
mos que armacursos naturais. Em
temos que armazená-las
zená-las em
Campo Grande/
saquinhos e a
MS, antes de irem
em saquinhos, mas a
garrafa PET era
parar em fábricas
garrafa PET era o local
o local perfeito
de reciclagem, alperfeito para isso”
para isso”, expligumas garrafas pacou Marcus enram em uma honfatizando que a
rável escala, que dá
Marcus Kirst
garrafa é recivida a centenas de
clada duas vezes,
árvores. Como? É
com a reutilio projeto Ecozação nas mudas, sem precisar comprar
plantar, surgido em 2008, pela iniciatios saquinhos e consumir mais plásticos.
va de dois amigos, Marcus Kirst e
O problema agora era outro: como
Rodrigo Albuquerque.
O projeto começou com uma coletar tantas garrafas?
A educação ambiental foi a arma.
ideia de Marcus, que havia se mudado
Marcus e Rodrigo iniciaram, por conta
do Pará e trouxe de lá algumas
sementes da árvore “neem indiano”, um própria, campanhas de educação
ambiental nas escolas municipais de
repelente natural e planta medicinal,
Campo Grande, com tambores de codesconhecida em Mato Grosso do Sul,
leta que são recolhidos uma vez por semana. “É mais fácil ensinar e investir
na criança, que aprende rápido. Elas juntam tudo o que vê de plástico pela casa,
quando aprendem. Adulto é quem sempre fez errado e tem preguiça de mudar”, explicou Marcus.
O plástico em Campo Grande é
comprado a R$0,30 o quilo, contra
R$2,00 do metal, segundo a dupla de
empresários. Rodrigo comenta que na
cidade não há uma cultura nem o costume da reciclagem, “74% do lixo em
Campo Grande não é reciclado por falta de conhecimento e investimento municipal, mas quando as pessoas aprendem que não é difícil, não deixam de
fazer”.
Em 2011, o Brasil aprovou a “Política Nacional de Resíduos Sólidos”,
que possui três pontos fundamentais:
Fechamento de lixões até 2014; Apenas
rejeitos (parte do lixo que não tem como
ser reciclado) poderão ser encaminhados aos aterros sanitários; e Elaboração de planos de resíduos sólidos nos
municípios. Para os integrantes da
Ecoplantar, tudo não passa de mano-
2. bras políticas marqueteiras, assim como
a Rio+20, a Copa do Mundo de Futebol,
em 2014, e que Campo Grande pode
demorar muito para ver seu plano de
resíduos sólidos, pois os programas municipais “só funcionam por conveniência, por meio de troca de fatores e votos,
por isso tivemos que botar a mão na
massa por conta própria, juntamente
com os catadores” conta Marcos.
Atualmente, a Ecoplantar vende
muda de árvores para quase todos os
estados brasileiros, contando com espécies raras, medicinais e ornamentais, e
além de ensinarem as crianças nas escolas, possuem pontos de coleta de garrafas PET espalhados pela cidade. O dinheiro adquirido com o projeto, uma ini-
ciativa privada, é revertido para a estrutura do viveiro e dos catadores de lixo
que colaboram com o projeto.
Quem quiser ajudar, a Ecoplantar
fica na Rua Manoel Cecílio, Nº 780, Jardim São Bento, onde é possível doar
materiais sólidos recicláveis. As mudas
produzidas podem ser adquiridas diretamente no local ou pela venda on-line
na internet. Os voluntários também poderão ir até o viveiro aprender como o
empreendedoris-mo pode se tornar
sustentável, e confeccionar as mudas,
que fazem do lixo, um berço de vida.
babiversolato@gmail.com
brendacirino1@gmail.com
(Re)Agir
Em 2000, a Organização das Nações Unidas,
através dos Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio (ODM) traça compromissos entre 190
países para a melhora da qualidade de vida
humana. São estratégias para que se mantenha possível a nossa existência no planeta. No total são Oito Objetivos, com diversos
enfoques, como erradicar a pobreza e a fome,
promover a igualdade entre os sexos, saúde
e etc. O sétimo objetivo é esse:
Garantir a sustentabilidade ambiental
Promover o desenvolvimento sustentável,
reduzir a perda de diversidade biológica e
reduzir pela metade, até 2015, a proporção
da população sem acesso a água potável e
esgotamento sanitário.
Sugestões de ações:
Incentivar a reciclagem de materiais, o uso
de sacolas reutilizáveis no lugar de sacolas
plásticas, usar os recursos de forma consciente, implementar a coleta seletiva, plantar
árvores, não jogar lixo nas ruas e etc.
Meio Ambiente
Uso racional de água
e energia na UFMS
Projeto pretende indicar onde e como são os
desperdícios no campus
No Brasil são mais de 2,5 mil instituições de ensino superior,
mais de 6,5 milhões de alunos, no país inteiro, segundo o
levantamento de 2010, do Ministério da Educação. E essas
instituições sempre enfrentam problemas, principalmente de
infraestrutura, que acontecem principalmente em universidades públicas, onde existe uma ausência de gestão responsável.
Quem nunca foi a uma instituição pública onde houvesse um
vazamento, uma torneira quebrada, ou uso irracional de energia?
Pensando nisso, Vinícius Battisteli Lemos, mestrando em PósGraduação em Tecnologia Ambiental da UFMS (Universidade
Federal de Mato Grosso do Sul), criou o projeto Campus
Inteligente, sob orientação do professor Peter Batista Cheung.
A ideia surgiu nas pesquisas bibliográficas de Vinicius, quando
descobriu que em um campus numa universidade dos Estados
Unidos, uma ideia simples, reduziu em até 20% o consumo de energia. Uma lâmpada instalada no meio dos prédios, que mudava de
cor, variando conforme o consumo dos estudantes.
O projeto consiste em levantar indicadores de desempenho e
apresentar num sistema de informação geográfico, onde essas informações serão transmitidas em tempo real a um administrador e
ficar sobre o controle do gerente de manutenção, que enviará uma
equipe para o local apontado.
O site está em funcionamento há pouco mais de dois meses.
Uma das metas é, em breve, calcular uma média do gasto individual, num prazo de 6 meses. Mas para poder gerar esse número é
necessário saber onde existe desperdício. Para isso serão implantados equipamentos que transmitem em tempo real ao site do Campus
Inteligente, onde serão exibidos em forma de gráficos e números.
Quando o sistema estiver implantado, o cidadão poderá reportar o
problema através do site, até mesmo pelo celular. Existem placas
espalhadas pelos prédios da UFMS, onde existe orientação do que
fazer. Qualquer pessoa pode visualizar e ajudar.
“O conceito é muito semelhante ao de Cidades inteligentes. A
gente não sabe quanto gasta de
água, energia, nada. Não sabemos
onde estão e nem quais são os
problemas, então o Campus Inteligente é o primeiro passo para
dar inteligência a esse processo de
administração”, disse Vinicius. O
projeto é patrocinado pela
Eletrobrás, e é de um programa
de Incentivo a gestão hidro
energética.
Foto: Vinicius Battisteli
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