12. •Aumento da % de CO2 (cerca de 20 vezes a actual) e outros gases de
estufa;
•Rápida subida da temperatura em 5-10ºC;
•Destruição da camada de ozono estratosférico;
•Diminuição da concentração de O2 no ar e nas águas.
•As alterações ambientais resultantes, que se prolongaram por cerca de
100 000 anos, levaram à extinção de 95% da vida existente.
•Os ecossistemas terrestres foram os primeiros a sucumbir, seguindo-
se os marinhos.
Consequências
ambientais:
14. O Pérmico foi realmente um período muito importante na longa
história da Terra. Durante ele ocorreram acontecimentos
geológicos e climáticos que influenciaram o futuro do planeta,
viveram várias espécies, mas também desapareceram muitas.
Foi nele que apareceram os ancestrais dos mamíferos que hoje
“dominam” a Terra.
A grande extinção do Pérmico foi um acontecimento
catastrófico e que quase aniquilou a vida na terra mas por outro
lado abriu caminho para que mais tarde no Triásico os grandes
répteis dominassem o mundo durante o Triásico.
Notas do Editor
O Pérmico foi um período muito importante na história geológica da Terra. Foi um período com grandes acontecimentos geológicos a níveis tectónicos, em que apareceram novas formas de vida, mas também em que desapareceu grande parte da vida terrestre.
O Pérmico localiza-se na era Paleozóica, entre 299 milhões e 251 milhões de anos atrás.
Sucede o período Carbonífero da era Paleozóica e precede o período Triásico da era Mesozóica.
Divide-se nas épocas Cisuraliense, Guadalupiense e Lopingiense, da mais antiga para a mais recente.
No Pérmico o aspecto do planeta era muito diferente do de hoje. Existia apenas um continente, a Pangeia (muitos geólogos afirmam que a Pangeia se formou no Pérmico), e um único oceano, Pantalassa. O facto de neste tempo todos os continentes estarem juntos numa grande massa continental provocou grandes alterações climáticas.
Quando se iniciou o Pérmico, a Terra tinha passado por uma glaciação, pelo que as regiões polares estavam cobertas com profundas camadas de gelo. Os glaciares continuaram cobrindo grande parte da Gondwana, como haviam feito durante o Carbonífero.
Neste período a consolidação do supercontinente Pangeia levou ao desaparecimento dos mares interiores o que fez com que o clima se tornasse mais seco no interior do continente. Sem os ventos que traziam a humidade do mar, as regiões interiores passaram converteram-se em desertos.
O clima mais seco também fez diminuir as grandes florestas e pântanos (abundantes no Carbonífero), assim os níveis de oxigénio da atmosfera também diminuíram até níveis actuais, ou talvez até mesmo um pouco inferiores.
As plantas sofreram uma adaptação drástica, já que antes (Período Carbonífero) as terras emersas eram húmidas e pantanosas, e no Pérmico são secas e continentais. A flora era caracterizada por árvores do género Glossopteris. Este é o fóssil mais antigo do Pérmico encontrado até hoje. Foi também neste período que surgiram as primeiras coníferas que se tornam as plantas dominantes a partir deste período e se mantém até o período Cretáceo, quando se dá a proliferação das angiospermicas.
No pérmico ainda não existiam lissanfíbios (anfíbios modernos), mamíferos, tartarugas, lepidossauros (lagartos), pterossauros nem dinossauros, mas os ancestrais de todos estes grupos já existiam.
A fauna do Pérmico era relativamente rica e diversificada. Havia muitas espécies de foraminíferos, artrópodes gigantescos conhecidos como Eurypterida ou escorpiões do mar, eram os animais dominantes que acabaram por se extinguir nesse período. Havia também braquiópodes, trilobites, tubarões primitivos, moluscos cefalópodes, insectos, e anfíbios gigantes. As únicas criaturas voadoras do período eram parentes gigantes das libélulas. Neste período os artrópodes gigantes não conseguiram manter o ser porte pois os níveis de oxigénio na atmosfera eram inferiores ao carbonífero. A Classe dos synapsidios foi a primeira linha dos répteis a diferenciar-se dos anapsídeos primitivos estes dividiam-se no grupo dos pelicossauros e no grupo dos terapsideos.
Os pelicossauros constituíram uma ordem de sinapsídeos de tamanho médio a grande, que incluía também a ordem terapsídeos. Os pelicossauros surgiram no período Carbonífero e desapareceram ao final do período Permiano.
Terapsídeos, formam uma ordem da classe Synapsida . Os terapsídeos são os ancestrais dos mamíferos, pois estes sobreviveram à extinçao no final do pérmico ao contrário dos pelicossauros. Os terapsídeos surgiram no período neste, no final da era Paleozóica, sendo descendentes dos répteis pelicossauros. Muitas espécies desapareceram no evento de extinção em massa ocorrido no fim do período permiano, mas as espécies sobreviventes conseguiram se adaptar e chegaram ao período Triássico, já na era Mesozóica, mais uma vez alcançando grande diversidade.
A maior parte de fosseis dos répteis permianos pertencia à ordem Dicinodonte, e são encontrados na América do Sul, África e Rússia. Relativamente à fauna, existiram muitos mais animais marinhos que animais terrestres.
Os geólogos e paleontólogos quando analisaram colunas estratigráficas posteriores ao final do pérmico notaram um ausência significativa de vestígios fosseis. A conclusão a que chegaram foi que no final do Pérmico que se deu a maior extinção alguma vez ocorrida na Terra. Nessa extinção cerca de 95% das espécies teriam desaparecido da face do planeta. A esta extinção dá-se o nome de extinção Permo-Triássica.
A teoria mais aceite pela comunidade cientifica actualmente, está assente sobre a Hipótese da arma de clatratos. Ela diz que um tipo de erupção vulcânica gigantesca aconteceu no território da Sibéria, que libertou grandes quantidades de dióxido de carbono, aumentando o efeito estufa em 5 graus na temperatura da Terra. E por consequência disso, ocorreu a libertação de uma grande quantidade de metano congelado no fundo dos oceanos. Essa libertação de metano para a atmosfera causou o aumento em mais 5 graus a temperatura do efeito estufa, somando 10 graus extras a temperatura do mundo. E com isso os únicos lugares onde a vida poderia sobreviver seriam próximos aos Pólos geográficos da Terra. Para os biólogos esta explicação é mais plausível, pois esta mudança rápida de temperatura não poderia ser acompanhada pelo processo evolucionário de adaptação.