O documento discute a importância da oração e responde a duas posições extremas sobre ela. Apresenta evidências bíblicas de que a oração deve ser essencial para os cristãos, como é mostrado pelos exemplos de Jesus e mandamentos para orar. Conclui que a oração deve glorificar a Deus e que ao conhecê-Lo através da oração, os cristãos podem confiar no Seu poder e viver de acordo com Sua vontade.
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIA
Por que orar
1. POR QUE ORAR?
JOÃO 17:1
“Tendo Jesus falado estas coisas, levantou os olhos ao céu e
disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho
te glorifique a ti”.
INTRODUÇÃO
- Talvez não haja nenhum assunto, ligado a vida cristã, que cause
a tantos irmãos, tantas dúvidas, quanto o tema da oração.
- Dessa forma podemos entender os sentimentos dos discípulos
quando pediram a Jesus que os ensinassem a orar!
- Quem leva a sério a vida cristã provavelmente se preocupa com
a sua vida de oração.
- De uma forma geral podemos apontar duas das principais
dificuldades sobre o tema:
1) A Posição Daqueles Que Parecem Não Ter Dificuldades Sobre
a Oração.
- Pessoas que nos dão a impressão de que não há nada tão fácil
ou tão simples;
- Gostam de usar o jargão evangélico: “A oração muda as coisas!”
- A impressão que dá é que qual for o problema ou a situação
dessas pessoas, a resposta vem de forma instantânea, mágica e
tudo fica bem!;
- Passam a impressão de que a oração é a coisa mais natural do
mundo!;
- A oração para esse grupo, parece não envolver nenhum esforço
(Homem de Oração/ Mulher de Oração); nenhuma dificuldade!
- Fazem com muita facilidade;
- Falam com leviandade sobre o tema.
Algumas Consequências Dessa Abordagem Sobre a Oração:
2. - Muitos tendo dado ouvidos a essa prática e tendo tentado
honesta e genuinamente pô-lo em prática, a oração como
mágica, viram que a coisa não “funciona” assim com elas.
- Decepcionadas, começam a questionar a bondade de Deus para
com elas. – Deus só ouve o fulano e não a mim!
- Questionam todo o ensino das Escrituras relacionados a
paternidade de Deus e com a questão da Oração – Não vou orar
mais! Deus se esqueceu de mim! – Resultado: Uma multidão de
“desviados”.
2) A Posição Daqueles Que Mais Ou Menos Negam O Valor E A
Validade Da Oração.
- Seu argumento é que Deus conhece todas as coisas e que tudo
o que acontece, acontece como vontade de Deus. Logo,
entendem esses, Não adianta Orar!!!
- Deus é Oniciente, dizem eles. Ele sabe tudo; Ele é Soberano;
Senhor do Universo; nada acontece nem pode acontecer fora da
sua vontade ou do seu controle.
- Por isso questionam o propósito da oração;
- Essa posição nos meios teológicos é conhecido como
DETERMINISMO.
- O Determinismo considera a vida e tudo o que acontece neste
mundo como fazendo parte de um processo rígido e hermético e
tem a ousadia de chamar isso de Calvinismo.
- Se isso fosse verdade, realmente não adiantaria orar!!!
- Deduções erradas acerca da doutrina Bíblica da Soberania de
Deus levam a uma prática de oração fria, ritualística sem a
confiança e a certeza de que Deus recebe nossas orações.
- Os Liberais infiltrados em nosso meio abraçam essa forma de
pensar sobre a oração.
- Francis Schaeffer, dizia que o “diabo sempre está nos
extremos!”
3. - Como, então, podemos chegar à verdadeira posição
quanto à oração frente a essas duas posições extremas
que nos causam tanta desorientação sobre o tema?
Resposta:
- Um Princípio para tentar responder essa questão da oração ou
a outros temas da vida cristã é que devemos evitar deixar-nos
escravizar por nossas próprias teorias e ideias, e por nosso
entendimento pessoas da verdade.
- No empenho por evitar esse perigo, devemos ir às Escrituras e
examinar o claro e óbvio ensino da Bíblia com mente aberta, tão
aberta e desapaixonada quanto nos for possível.
- Há algumas doutrinas ensinadas com muita clareza nas
Escrituras, mas então nos vemos contra algo que não podemos
enquadrar bem em nosso esquema de experiência ou
entendimento pessoal, e o perigo nesse ponto é nos fixarmos em
nós mesmos nos opondo ao ensino das Escrituras para
mantermos nosso Ego protegido.
A Ênfase da Oração Nas Escrituras
- Primeiramente devemos considerar o ponto óbvio que é dado
um lugar de destaque à oração nas Escrituras.
O Ensino Bíblico Sobre a Oração:
- Somos exortados a orar!
- O nosso Senhor Jesus exortava as pessoas a fazê-lo. Ele dizia
que os homens devem orar sempre e não esmorecer.
- Ele ensinou seus discípulos a orar, e os animou a não
desistirem.
- Seja qual for a sua ideia da Soberania de Deus e da relação do
homem com Ele, vocês têm que levar em conta este óbvio e
claro ensino das Escrituras – a oração deve constituir uma parte
importante da vida de toda e qualquer pessoa piedosa deste
mundo.
4. Os Exemplos Bíblicos Sobre a Oração:
- No Antigo Testamento veremos que os patriarcas falavam com
Deus e conversavam com Ele – Isso é Oração!
- Nos Salmos em sua maior parte são orações.
- As orações feitas nos livros proféticos;
- Vemos os apóstolos orando no Novo Testamento;
- Vemos também Cristo Jesus em oração todo o tempo;
- As Escrituras nos exortam e nos mostram como devemos orar!
- Segundo as Escrituras, a oração é um importante e essencial
elemento da vida piedosa.
- Quanto mais santificada é a pessoa, quanto mais piedosa, mais
tempo passa em oração.
- A marca distintiva do homem e da mulher santo na história da
igreja é a oração.
- John Wesley dizia que ele tinha uma pobre opinião do crente
que não passasse ao menos quatro oras em oração todos os dias.
CONTEXTUALIZAÇÃO:
- Olhando para o capítulo 17 do Evangelho de João podemos
perceber que a coisa mais importante e mais notável de todas é
o fato de que a oração desempenhou um papel muito
importante na vida do nosso Senhor Jesus.
- Já parou para pensar nisso?! – Não apenas de forma racional.
- Jesus não apenas orava. Ele orava constantemente.
- Certa ocasião ele passou a noite toda em oração – o próprio
Deus encarnado orando durante uma noite inteira! – Já parou
para pensar sobre isso!!!
- Por Isso o pedido dos discípulos – “Senhor, ensina-nos a orar”.
- Jesus orava em qualquer circunstância – Em momentos de
grande importância ou de crise.
- Para escolher os doze dapóstolos ele passou a noite em oração;
- Depois de multiplicar os pães e peixes ele sai para orar;
5. - Ele orou em frente ao túmulo de seu amigo Lázaro antes de
ressuscitá-lo;
- Ele orou quando estava subindo para Jerusalém para enfrentar
a cruz;
- Ele orou no Jardim do Getsêmani, oração essa registrada no
capítulo 17 de João.
DOUTRINA:
- Se você alguma vez tiver dificuldade sobre a encarnação de
Jesus, só esta oração deveria colocá-lo imediatamente em paz.
- Jesus é verdadeiramente homem como eu e você. Ele não é um
fantasma ou um espectro. É a Palavra feita carne e habitando
entre nós.
Ele é verdadeiramente Deus e Verdadeiramente homem!
- Aqui podemos entender do que Paulo fala em Filipenses 2: 5-7,
quando diz: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve
também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus,
não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo
se esvaziou”.
- O que Paulo quis dizer é que, enquanto esteve aqui na terra, o
nosso Senhor Jesus não fez uso dos seus poderes como Deus.
- Como viveu como homem a oração Lhe era essencial! – Não
podia seguir adiante sem oração.
- Observar o nosso Senhor Jesus enquanto ora é talvez uma das
portas mais maravilhosas entradas para entender a doutrina da
encarnação.
O QUE SERÁ QUE TUDO ISSO NOS ENSINA?
I. ENSINA-NOS QUE: QUANTO MAIS EU ORO, MAIS EU
CONHEÇO O PAI CELESTE.
- A imagem do filho pequeno falando com seu pai.
- As pessoas mais santas, são as que mais oram.
6. - O real problema de nós cristãos é que oramos pouco!
- Todo problema das pessoas que estão em dificuldades sobre a
oração é que começam pelo fim, e não pelo começo.
- Não se começa pelo desejo de obter respostas, e sim pela
adoração.
- Por esquecermos desse importantíssimo ponto que entramos
em um dos extremos que apresentei no início do sermão.
- A oração, a priore não é para pedir coisas, mas para firmar
nossa comunhão com o Pai.
- A ideia geral que as pessoas tem da oração é falsa. Pensam na
oração só como meio de orientação e de pedidos.
- Se vocês tivessem que por esse conceito em prática nas
relações humanas, vocês considerariam isso ultrajante.
Aproximar de pessoas somente para fazer pedidos!
- O verdadeiro prazer do crente está em conhecer a Deus!
- Diante das lutas, das tempestades da vida, o crente se aproxima
do Pai não para pedir isto ou aquilo, mas para firmar seu contato
com o Pai.
- É isso que Jesus faz no caítulo 17 de João. Prestes a ser levado a
cruz, em um momento angustiante, Jesus busca a comunhão
com Pai.
II. ENSINA-NOS QUE: QUANDO EU CONHEÇO O PAI, EU POSSO
CONFIAR NO SEU PODER.
- Em muitos aspectos a oração e a suprema expressão da nossa
fé em Deus e na confiança nas suas promessas.
- Não há nada mais que o homem faça que proclame tanto a sua
fé como quando dobra os joelhos e olha par Deus e fala com
Deus em total confiança e submissão.
- É uma tremenda confissão de fé!!!
7. - Hebreus 11:1 – “Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam,
a convicção de fatos que não se veem”. – Certeza e Convicção só
nascem em nós quando nos relacionamos e confiamos.
III. ENSINA-NOS QUE: QUANDO CONFIO NO PAI, EU POSSO
VIVER NA SUA VONTADE.
- Rm 12: 2 – “E não vos conformeis com este século, mas
transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de
Deus”. – Boa – Agradável – Perfeita
- Exemplo de Daniel: no capítulo 9: O profeta não entendia bem
o que Deus estava fazendo, mas ele ora para fazer a vontade de
Deus.
- Exemplo de Jeremias: Deus disse para Jeremias comprar um
campo (Jr 32:7). A reação de Jeremias foi de assombro, pois os
filhos de Israel seriam levados cativos à Babilônia. Por que
comprar um campo? Depois ele volta-se para o caráter de Deus,
confia no poder de Deus e compra o campo.
- Irmão Yun: – O Homem do Céu – Mais interessado em viver a
vontade de Deus do que a sua própria vontade.
CONCLUSÃO:
- Quero concluir trazendo algumas aplicações:
1) Deus Decidiu Realizar Sua Obra Neste Mundo Por Intermédio
De Homens E Mulheres Que Oram.
- Ele nos chama a oração. Insiste conosco que façamos e depois
nos responde às orações.
- Ele poderia fazer sem as nossas orações. Concordam?
- Quem poderia responder essa pergunta?
- Eu não posso, mas dou graças a Ele por ter preferido agir assim.
- O que eu sei, por intermédio das Escrituras, que esse é o
método que Ele revela sua paternidade aos seus filhos.
8. - Não há conflito entre a soberania e a oração.
2) O Supremo Objetivo da Oração Deve Ser Glorificar E
Engrandecer A Deus.
- Por isso sempre devemos começar por adorá-Lo.
- A oração modelo faz isso: “Pai nosso, que estás nos céus,
santificado seja o teu nome; venha o teu reino...”
- Não é: “atende este meu pequeno desejo...” ou “eu declaro e
determino...”
- Mas adorar a Deus não é falar para Ele o que Ele já sabe?
- Aí é que está!!! Dizer para Deus o que Ele sabe é uma parte
essencial da oração.
- Leiam a Bíblia, e verão, por exemplo, João dizer a Deus coisas
que Ele já sabia. Os escritores dos Salmos faziam a mesma coisa
– Por Quê?
- Porque Deus é Pai e não uma máquina de realizar pedidos!!
- Não faça como aqueles que dizem que Deus é onisciente e não
adoram a Deus!!! Deus se deleita de ouvir os seus filhos o
adorando.
- Meus queridos, pensemos antes de orar.
- Compareçamos na presença de Deus cientes de que Ele está no
céu e que nós estamos na terra.
- Examinemos como nosso Senhor Jesus se aproximava do Pai.
- Lembremos de que Cristo Jesus sofreu contra si mesmo a
contradição dos pecadores, que Ele resistiu até ao sangue na luta
contra o pecado, e que Ele orou com brados de agonia e com
suor, e foi ouvido por causa de sua reverência e do Seu santo
temor, apesar de ser verdadeiramente o Filho unigênito de Deus.
Vamos orar.
Amém.