O documento discute as baixas condições de trabalho e remuneração dos médicos no Brasil, incluindo longas jornadas, falta de direitos trabalhistas, salários insuficientes, ambientes precários e abuso de poder por parte de preceptores. Também destaca que a maioria dos médicos depende de múltiplos empregos e tem pouco controle sobre os valores cobrados por seus serviços.
1. Um diagnóstico de porque o médico aceita ganhar tão pouco, mesmo tendo tão grande qualificação
2. Os residentes e alunos são muitas vezes explorados para tapar buracos nos serviços públicos onde faltam médicos por causa dos salários baixos e condições precárias.
3. É comum sabermos de preceptores histéricos que abusam do poder sobre os alunos: lançam prontuários no chão, xingam os residentes, arremessam instrumentos cirúrgicos pelos ares durante a cirurgia, ameaçam, falam palavrões e discriminam, tudo isso na frente de não médicos! Isso desvaloriza a classe médica perante os outros profissionais de saúde
5. Esses profissionais é que dizem quanto custa seu trabalho realizado, e não raro vemos o conserto do chuveiro elétrico ou do carro ser realizado em 15 minutos por um valor de até 60,00 reais
6. Por que a mão-de-obra tão qualificada e tão essencial como é a do profissional médico está tão barata?A consulta médica chega a ser R$ 15,00E porque o médico também não dá o preço do seu trabalho, mas sim pergunta humildemente: “quanto vocês vão me pagar pela hora?”
7. O médico está sendo treinado (ainda como aluno) pelas faculdades de medicina a trabalharem muito e aceitarem pouquíssimo pelo seu trabalho
8. É comum os preceptores reclamarem que ganham pouco
9. Mas não saem do trabalho do qual tanto reclamam!!!
11. Os preceptores, enquanto lucram nos seus consultórios, utilizam-se da mão-de-obra gratuita dos alunos e residentes que são obrigados a trabalharem de graça pelos preceptores a título de “aprendizado” na residência (Cadê os CRMs???)
12. É uma espécie de trabalho massacrante, quase escravo, onde o aluno/residente chega e trabalhar até 120h por semana (por semana!!!) para que os vários preceptores recebam seus pagamentos (Cadê os CRMs???)
13. Esse preceptor recebe seu salário mensalmente e por isso continua com o cargo, o que significa para o MEC que o professor está “satisfeito” com esse salário (isso permite que os salários dos professores sejam cada vez menores, pois eles aceitam o salário “baixo” – tiro pela culatra) (Cadê os CRMs???)
14. O fato de a preceptoria presencial nem sempre acontecer, e mesmo assim o Dr. Professor, com doutorado nos EEUU, vários mestrados, publicador de artigos, permanecer com o cargo dá a entender para o MEC que ele está ganhando bem e por isso não deixa o cargo (tiro pela culatra)
15. É claro que o doutor não deixa o cargo, afinal ele ganha sem trabalhar!!!
16. Ao residente, cabe trabalhar sozinho, tocar serviço, levar xingamentos e esporros, não receber assistência, não ter direitos trabalhistas, dormir com desconforto e ainda ser ameaçado de expulsão da “residência” (cadê o ministério do trabalho? Help!!!)
17. É comum vermos preceptores histéricos abusarem do poder sobre os alunos: lançam prontuários no chão, xingam os residentes, arremetem instrumentos cirúrgicos pelos ares, discriminam, ameaçam, falam palavrões. Esses preceptores precisam ser fiscalizados tanto pelos CRMs como pelo MEC
18. Esses alunos e residentes, vítimas de agressão psicológica, entram no mercado de trabalho aceitando serem explorados por empresários da saúde e ficarem subordinados a profissionais não médicos e hierarquicamente abaixo do nível do próprio médico!!!Quem está perdendo com isso é a MEDICINA que está sendo desrespeitada por médicos e não médicos
19. Com tudo isso, esse médico, entrará no mercado de trabalho acreditando que o correto é o que ele viveu na residência: trabalhar muito e ganhar pouco, fazer função de maqueiro, de acompanhante dos pacientes, e do office boy que vai buscar e trazer exames no laboratório e ainda ser mandados por não médicos... (Cadê os CRMs e o Ministério do trabalho???)
20. Ao sair da residência, onde trabalhava igual escravo sem o mínimo de conforto, e entrar na escala de emergência do SUS vai ter uma surpresa: Acredita estar sendo promovido profissionalmente!!!
21. Isso mesmo: Entende-se promovido, pois agora trabalhará por uma migalha (diante do investimento e qualificação que adquiriu ao longo dos anos)e ainda acha que está ganhando bem.
23. A medicina como profissão liberal já deixou de existir no Brasil. Médico galã? Só no cinema!!!!
24. Os dados a seguir foram levantados pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (CREMESP). Hoje, o médico é quase um Proletário, sem direitos trabalhistas como férias, 13º, FGTS, descanso remunerado
25. Trabalha até de 12 a 24h por dia sem direitos trabalhistas Apenas 2% dos médicos paulistas vivem exclusivamente de pacientes particulares.
26. É uma elite cada vez mais reduzida, pois no início dos anos 80, a proporção era de 10%. Trabalham por vezes em ambientes muitas vezes mais desconfortáveis do que os oferecidos para porteiros de prédios modestos
27. Antes dos planos de saúde e seguradoras, 80% dos médicos viviam do particular (os 20% restantes: IAPs, ou Institutos de Aposentadorias e Pensões, criado no governo de Getúlio Vargas, e pelos serviços de saúde pública). Ambientes insalubres e apertados tais que a mesa onde atendem não cabem sequer os receituários e esteto mais esfingmo...
29. Cada vez mais, os médicos são empregados dos outros: 67% trabalham para a rede pública, e 60% trabalham para a rede privada Médicos fazem pose de heróis nos seriados de TV e no cinema. Na vida real é humilhante
30. Apenas 55% ainda continuam capengando com consultório particular. Essas porcentagens mostram o que já é sobejamente conhecido: a grande maioria dos médicos tem mais de um emprego (em geral, três a quatro empregos), para atingir um poder aquisitivo mais aceitável. O Ambiente da moça que atende o bolsa família é mais digno do que o do médico
31. Apesar da situação estressante e de excesso de trabalho (jornadas de 12 a 24h), a remuneração média do médico brasileiro é baixa e continua caindo: levantamento mostra que 50% dos médicos ganham 1.500 reais ou menos por mês num dos vários empregos que precisa ter para sobreviver! As filas não são responsabilidades dos médicos e sim dos políticos
32. Assistimos a classe médica ser espezinhada, vilipendiada e desconsiderada pelos grandes “cartéis” que atuam dentro dos sistemas alternativos de saúde (estatais, seguradores, medicinas de grupo, etc.). Médico fora das negociações do valor do seu próprio trabalho Médico Empresários
33. A perda do status liberal tem uma implicação importantíssima: o médico não tem mais controle sobre o quanto deseja cobrar por seus serviços. Médicos galãs e ricos só em propaganda de cursos médicos
34. Nem mesmo os médicos autônomos (com consultório próprio) têm esse privilégio, pois 98 ou 99% das consultas e outros atos médicos são pagos pelos planos de saúde, seguradoras e cooperativas médicas, e são eles que determinam os honorários.
35. Para piorar , a remuneração dos atos médicos está cada vez menor, pois os médicos têm perdido poder de barganha. A maioria dos planos de saúde e seguradoras paga entre 20 a 30 reais por uma consulta. Médico dormindo em sub-condições!!!! Em grandes cidades, onde a concorrência é maior, existem planos que estão forçando os médicos a aceitar 10 reais ou menos por consulta.
36. Esse é um preço cínico, insuficiente para manter as despesas do consultório, pagar impostos, e a sobrevivência do médico e da sua família! Consulta médica a 40 reais! Se o médico escreve isso aí acima no consultório é anti-ético, mas o convenio faz propaganda descarada da mão-de-obra do médico e não é anti-ético???
37. Faça nosso convênio e tenha milhares de médicos em suas mãos a 20 reais!!!! Consulta médica a 40 reais! Se o médico escreve isso aí no consultório é anti-ético, mas o convenio faz propaganda descarada da mão-de-obra do médico e não é anti-ético??? propaganda de convênios que exploram o médico
38. Os médicos, cada vez mais, modestos estão chegando a morar de aluguel ou comprar seu imóvel na periferia!!!
39. Até o sigilo médico é desrespeitado pelos planos de saúde que escrutinam o paciente inquirindo qual sua enfermidade Médico galã só no cinema!!!
40. Resultado de tudo isso: pelo menos do lado dos médicos paulistas: 27% estão insatisfeitos com a profissão, e 53% não estão satisfeitos.
41. Em Paranaguá, os médicos dormem num banheiro!!! (Veja foto tirada por médico) SIMEPAR denuncia: prefeitura oferece banheiro para repouso em plantão. O Instituto Confiancce, entidade terceirizada que disponibiliza médicos para os plantões na cidade de Paranaguá/PR, está colocando apenas um dos seis médicos que deveriam atender nos postos 24 horas.
42. Além da sobrecarga de trabalho, os médicos de Paranaguá dormem em condições absolutamente precárias como a instalação de cama para repouso junto a sanitários, ou seja, dentro do banheiro de uso dos funcionários, como demonstram as fotos no hospital de Paranaguá
43. 43 Causas de stress dos médicos: Exigências de: Culturas de gestão orientadas para a produtividade Redução de custos (salários baixos) Aumento da carga de trabalho (maior nº pacientes) Relações de trabalho e estrutura fisica péssima Horários irregulares (noites, feriados, fins de semana) Articulação entre a vida pessoal e a vida profissional Intensificação do trabalho Atribuir as responsabilidades das falhas ao profissional e não à gestão e politicas de saúde
44. Por que o médico está ganhando tão pouco? Por que está tão desrespeitado? Por que está tão desacreditado? Por que está tão subordinado?
45. Urgente necessidade de se resgatar a dignidade do médico, que deve resgatar seu espírito empreendedor
46. O que nós devemos fazer? O que o Conselho deve Fazer? O que o Sindicato precisa fazer? Dignidade médica SIM Piso a R$ 9.188,22 por 20 horas semanais